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Crime de Receptacao

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→ Art. 180, CP;
→ Receptação dolosa (caput e §§ 1º e 2º) ;
→ Receptação culposa (§ 3º);
Tipicidade Objetiva da Forma Dolosa
Simples
Primeira forma (receptação própria):
Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar
coisa que sabe ser produto de crime (o agente
tem plena consciência de que o bem foi havido)
em proveito próprio ou de terceiro.
Segunda forma (receptação imprópria):
Influir para que terceiro adquira, receba, oculte o
bem de boa-fé (sem conhecimento da origem
criminosa do bem).
Pena: a 4 anos + multa.
Tipicidade Subjetiva
→ Dolo específico: Qualquer dos núcleos tem que
ser praticado com o fim específico de que o
próprio receptador ou o terceiro favorecido tire
proveito da aquisição, recebimento, transporte,
condução ou ocultação, conforme cada forma de
conduta.
Sujeito ativo: qualquer pessoa, exceto o autor do
furto, roubo, etc.
Sujeito passivo: o proprietário do bem ou seu
possuidor (a mesma vítima do crime que deu
origem à procedência criminosa do bem).
Momento Consumativo:
Receptação própria: no momento em que o
sujeito adquire, recebe, transporta, conduz ou
oculta o bem (é crime material);
Receptação imprópria: embora não seja unânime,
em princípio quando o terceiro de boa-fé adquire,
recebe ou oculta o bem. Alguns entendem como
sendo o momento da indução (crime formal),
independentemente de o terceiro de boa-fé
adquirir, receber ou ocultar, ou não, o bem (nesse
caso, a aquisição, recebimento ou ocultação pelo
terceiro de boa-fé seria mero exaurimento do
delito, que já se consumou com o ato de
influenciar.
Tentativa:
Receptação própria: admite-se. ex: se o
receptador é flagrado no momento em que está
adquirindo o bem de origem criminosa, mas sem
ainda ter a posse tranquila do bem adquirido.
Receptação imprópria: há entendimento
majoritário de que não cabe tentativa, mas
pensamos que dá para imaginar uma forma
plurissubsistente do delito. Nesse caso também
será possível tentativa.
Prova material: Se houver apreensão do bem
receptado, há necessidade do auto de apreensão.
Forma Dolosa
Qualificada (§ 1º):
→ Adquirir, receber, transportar, conduzir e
ocultar, ter em depósito, desmontar, montar,
remontar, vender, expor à venda, utilizar de
qualquer forma coisa que deva saber ser produto
de crime;
→ A conduta do receptador deve se dar no
exercício de atividade comercial ou industrial.
Pena: 3 a 8 anos de reclusão + multa.
Privilegiada (§ 5º, segunda parte - remissão ao §
2º do art. 155):
→ Agente primário;
→ Pequeno valor a coisa receptada (critério mais
aceito, o do salário-mínimo, mas não é critério
absoluto, pois coisas de valor inferior, quando
confrontadas com as condições
socioeconômicas da vítima, podem não ser de
pequeno valor).
Faculdades do juiz ao fixar a pena (as mesmas do
§ 2º do art. 155):
● substituir reclusão por detenção,
● diminuir a reclusão de 1/3 a 2/3;
● aplicar somente a pena de multa.
Majorada (§ 6º):
→ A majorante só se aplica se o crime ocorrer na
forma simples;
→ Aumenta o dobro;
→ Se a receptação for de bens e instalações do
patrimônio:
● da União Federal;
● de Estado-membro;
● do Distrito Federal;
● de Município;
● de autarquia;
● de fundação pública;
● de empresa pública;
● de sociedade de economia mista.
● de empresa concessionária de serviços
públicos;
Forma Culposa
Adquirir e receber coisa que o agente deva
presumir ter sido obtida por meio criminoso, isso
por conta, alternativamente:
● de sua natureza (ser um objeto incomum,
estranho, fora dos padrões comerciais
normais);
● da desproporção entre o valor e o preço (o
valor real é bem superior ao preço pago);
● da condição de quem oferece o bem (não
há uma adequação entre a aparente
condição socioeconômica de quem
oferece o bem, com o bem oferecido).
Pena: 1 mês a 1 ano de detenção e/ou multa (a
multa pode ser cumulativa ou alternativa, a
critério do juiz).
Perdão judicial: é possível se (§ 5º, primeira
parte):
● o receptador é primário;
● circunstâncias em que seria difícil de
perceber a origem criminosa do bem.
Independência da Receptação em relação ao
crime precedente (§ 4º):
A receptação é punível de forma independente do
crime que tenha gerado a origem criminosa do
bem:
→mesmo que desconhecido o autor do
crime precedente;
→mesmo que isento de pena (por
qualquer motivo), o autor do crime precedente.
Escusas Absolutórias:
→ É isento de pena o agente que pratica o crime
em prejuízo:
● do cônjuge (CP, art. 181, I)
● do companheiro (CP, art. 181, I, por
analogia in bonam parten);
● de ascendente (pai, mãe, avô, avó, bisavô,
bisavó) (CP, art. 181, II);
● de descendente (filho, filha, neto, neta,
bisneto, bisneta) (CP, art. 181, II).
→ As escusas absolutórias não se aplicam:
● ao co-autor da apropriação indébita, se
não tiver a mesma relação de parentesco
que a pessoa mencionada no art. 181 (CP,
art. 183, II);
● se a vítima tiver idade igual ou superior a
60 anos (idosa) (CP, art. 183, III).
Ação Penal:
Regra: pública incondicionada.
Exceções: pública condicionada (CP, art. 182),
quando o agente pratica a apropriação indébita
contra:
● cônjuge divorciado, separado
judicialmente ou ex-companheiro(a), neste
caso do ex-companheiro por analogia in
bonam parten;
● o irmão, qualquer que seja a relação de
irmandade (biológica, adotiva, unilateral,
bilateral);
● o tio, com quem o agente coabita
(sobrinho contra tio em coabitação);
● o sobrinho, com quem o agente coabita
(tio contra sobrinho em coabitação)
As exceções não se aplicam:
● ao co-autor da apropriação indébita, se
não tiver a mesma relação de parentesco
que a pessoa mencionada no art. 182 (CP,
art. 183, II);
● se a vítima tiver idade igual ou superior a
60 anos (idosa) (CP, art. 183, III);
Receptação X Coautoria
→ Na receptação, o agente não atua no crime
precedente.
→ Na coautoria, o agente atua no crime
precedente.
Exemplo:
● se o autor do furto procura o comprador
do produto do crime após tê-lo praticado,
e este comprar o bem, é receptação;
● se comprador encomendar o bem para o
autor do furto antes de este tê-lo
praticado, comprometendo-se a adquirir o
bem furtado, é coautoria no furto. Nesse
caso, ao encomendar o bem a ser furtado,
o comprador atuou como autor mediato
(intelectual) do furto, portanto em
coautoria.
Receptações Específicas
→ De semovente domesticável de produção – CP,
art. 180-A;
→ De bem produto de descaminho, por
comerciante ou industrial – CP, art. 334, § 1º, inc.
IV);
→ De bem produto de contrabando, por
comerciante ou industrial – CP, art. 334-A, § 2º,
inc. V).

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