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Desnutrição Proteico-energética I

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Desnutrição 
proteico-energética I
Profª. Simone Gusmão Ramos
Departamento de Patologia e Medicina Legal
Desnutrição proteico-energética
• Milhões de indivíduos nas 
nações em desenvolvimento 
são desnutridos e famintos 
ou vivem no cruel limite da 
inanição.
• Subnutrição x obesidade
A desnutrição proteico-energética ou proteico-calórica também
denominada subnutrição ou má-nutrição proteico- energética é uma
consequência da ingestão inadequada de proteínas e calorias ou de
deficiências na absorção ou digestão de proteínas, resultando na perda de
tecido adiposo e muscular, perda de peso, letargia e fraqueza generalizada.
Conceito
IMC: índice de 
massa corporal
Insuficiência dietética
• Uma alimentação adequada deve fornecer:
• Energia suficiente na forma de carboidratos, gorduras e proteínas 
para as necessidades metabólicas diárias do corpo;
• Aminoácidos e ácidos graxos para serem utilizados como blocos 
de construção para a síntese de proteínas e lipídeos e,
• Vitaminas e minerais que funcionam como coenzimas ou 
hormônios nas vias metabólicas vitais.
• Desnutrição primária: um ou todos os componentes estão 
faltando na alimentação.
• Desnutrição secundária: resulta da má absorção, falha na 
utilização ou armazenamento, perda excessiva ou aumento da 
necessidade de nutrientes.
Podem resultar em desnutrição primária ou secundária:
• Pobreza
• Infecções
• Doenças crônicas e agudas
• Alcoolismo crônico
• Ignorância ou insuficiência de suplementação energética
• Restrição dietética autoimposta
• Outras causas (doenças gastrointestinais, síndromes de má absorção, 
doenças genéticas, terapias com medicamentos específicos, nutrição 
parenteral total inadequada).
Epidemiologia
Doença grave, frequentemente letal que afeta principalmente 
crianças. 
Comum em países de baixa renda, onde chega a afetar 30% das 
crianças.
 Importante fator de mortalidade em crianças com menos de 5 anos.
Em países desenvolvidos, ocorre em pacientes debilitados, mais 
velhos, hospitalizados, em casas de repouso, mas também em 
crianças que vivem abaixo do nível de pobreza.
Uma pessoa que com IMC abaixo de 16kg/m2 é considerado 
desnutrido.
Em crianças de maneira geral quem está abaixo de 80% do peso 
esperado para a idade.
Parâmetros úteis: avaliação de gordura armazenada (pregas 
cutâneas, massa muscular (redução do perímetro braquial) e 
dosagem de proteínas séricas (albumina e transferritina).
Condições sócio-econômicas e educacionais inadequadas: a 
causa mais importante para a instalação da desnutrição 
primária por ingestão alimentar insuficiente é a pobreza, ou 
seja, quando o orçamento pessoal ou familiar é insuficiente 
para a aquisição de alimentos.
Por outro lado, a falta de condições educacionais satisfatórias 
pode prejudicar a capacidade de escolha dos alimentos 
adequados – educação alimentar ineficiente, tabus alimentares, 
dietas inadequadas para emagrecimento, etc. -, como também 
colabora para a manutenção do indivíduo no estado de 
pobreza pela desqualificação profissional.
Pobreza
Subemprego/
desemprego
Privação 
afetiva
Aleitamento artificial 
e desmame precoce
Baixa 
ingestão
Infecções
Família 
desestruturada
Perda de hábitos, 
costumes e 
crenças
Más condições 
ambientais de vida
Exclusão do sistema 
de saúde
Hospitalização
Falta de apoio 
familiar
Educação 
precária
DESNUTRIÇÃO
http://slideplayer.com.br/slide/1219700/
FATORES DE RISCO
DESNUTRIÇÃO
BAIXO PESO AO 
NASCER
PERMANÊNCIA EM 
CRECHES
BAIXO NÍVEL SÓCIO-
ECONÔMICO
AUSÊNCIA DE 
ALEITAMENTO 
MATERNO
VACINAÇÃO 
INCOMPLETA
COMORBIDADES
BAIXA IDADE
AMBIENTE
• Impedimento à passagem dos alimentos pelas vias 
digestivas altas:
Suboclusão bucal
Suboclusão faringea
Suboclusão esofágica
• Hérnia hiatal esofágica, esôfago curto, estenose esofágica por ingestão acidental ou 
proposital – tentativa de suicídio – de substâncias cáusticas, assim como incapacidade 
motora esofágica – perda do peristaltismo – particularmente no megaesôfago.
Essas alterações citadas podem provocar sintomas de disfagia, dor, náusea e vômitos, 
prejudicando ainda mais a ingestão e absorção alimentar.
MEGAESÔFAGO
Influência psíquica:
• Alterações do psiquismo como depressão, a baixa estima, a 
ansiedade, o medo, o estresse, a solidão, entre outras pode 
provocar anorexia, impedindo a nutrição adequada.
• Fazendo parte nesse contexto, podemos entender a desnutrição na 
senilidade pode ser em consequência do isolamento social, 
propiciando estados depressivos, além da incapacidade física do 
idoso (acidente vascular cerebral prévio, doença de Alzheimer, 
demência senil, etc).
• O isolamento social por distanciamento das outras pessoas ou 
mesmo por ação da própria pessoa, como ocorre no alcoolismo 
crônico ou em outros vícios, principalmente drogas ilícitas.
• A subnutrição crônica pode ser classificada de acordo com o Índice de Massa 
Corporal (IMC) em:
Subnutrição de primeiro grau: IMC entre 18,5 e 17 kg/m²;
Subnutrição de segundo grau: IMC entre 16 e 17 kg/m² e,
Subnutrição de terceiro grau: IMC abaixo de 16 kg/m².
16
https://pt.slideshare.net/mariogandra/aula-8-epidemiologia-das-doenas-e-agravos-no-transmissveis
Em crianças desnutridas, a DPC apresenta-se de diferentes formas, todas caracterizadas 
pela baixa ingestão dietética de proteínas e calorias para as necessidades corporais.
As duas extremidades do espectro são conhecidas clinicamente como: 
MARASMO (do grego, marasmós, pelo francês , marasme: consumação, esgotamento) –deficiência 
predominante de calorias afetando principalmente o compartimento somático 
(deficiência de proteínas dos músculos esqueléticos) –e 
KWASHIORKOR (originado de um dos idiomas deGana, país da África, e significa "mal do filho mais velho", pois 
costuma ocorrer quando a criança era desmamada e alimentada com muito carboidrato e pouca proteína) –
deficiência predominante de proteínas afetando principalmente o compartimento 
visceral (deficiência de proteínas armazenadas nas vísceras, especialmente no fígado).
Do ponto de vista funcional são duas formas distintas que muitas vezes se sobrepõem. 
MARASMO KWASHIORKOR
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gana
MARASMO
• É o grau extremo da subnutrição energética crônica.
• Pode ocorrer por ingestão deficiente de alimentos com balanço energético 
negativo ou má absorção, como na síndrome do intestino curto ou na 
insuficiência pancreática exócrina grave, caracterizando a inanição.
• Este é um exemplo típico de deficiência energética crônica pela mobilização 
de reservas corporais de gordura e proteína muscular. A lipólise é mais 
intensa que a proteólise. Portanto, o marasmo afeta principalmente o 
compartimento proteico somático.
• Ocorre fundamentalmente quando há redução da ingesta calórica com 
reflexo na massa muscular e perda do volume desta (ex. circunferência do 
braço). 
• Há perda da reserva de tecido adiposo que é a maior forma de reserva 
energética. Isso provoca redução da espessura do pregueamento da pele e 
subcutâneo. 
• Esse balanço energético negativo causa diminuição dos níveis séricos de 
vitaminas e minerais e aumentos de corpos cetônicos séricos, 
principalmente pelo consumo das reservas corporais de gordura ou lipólise.
Exemplos de marasmo
MARASMO
• No MARASMO há redução de até 60% do peso corporal. A retenção hídrica é 
discreta ou não ocorre.
• Na criança há retardo do crescimento e perda de massa muscular, pelo aumento 
do catabolismo e depleção do compartimento proteico somático. Isso provoca 
uma resposta orgânica adaptativa com uso corporal de aminoácidos como fonte 
de energia.
• O compartimento visceral, presumivelmente mais precioso e crítico para a 
sobrevivência, é depletado apenas marginalmente. 
• Os níveis de albumina sérica permanecem normais ou levemente reduzidos.
• Com a mobilização da musculatura e tecido adiposo subcutâneo, as 
extremidades ficam emagrecidas e a cabeça parece muito grande para o corpo.
• Como há ampla reduçãoda ingestão alimentar, começa a haver anemia e 
manifestações de deficiências polivitamínicas. A força muscular fica diminuída.
• Há deficiência imunológica particularmente na imunidade mediada pelas células 
T. Isso concorre para a presença de infecções, estresse e fraqueza corporal. 
• A magreza ocasionada pela perda do tecido adiposo e pela hipotrofia muscular é 
a principal característica morfológica.
Udaiem foto tirada dois dias antes de morrer (Foto: AP Photo/Maadal-Zikry)
MARASMO
• Nos primeiros dias de jejum prolongado, as reservas de glicogênio são exauridas 
provocando proteólise muscular, com catabolismo aproximado com cerca de 70 
a 80g de proteína por dia. 
• Esse catabolismo proteico é necessário para o suprimento de aminoácidos 
responsáveis pela neoglicogênese, produzindo a glicose necessária para o 
suprimento de energia para o sistema nervoso central, produção de hemácias e 
leucócitos e função renal. 
• A glicose vai sendo substituída progressivamente por corpos cetônicos que se 
tornam o principal substrato oxidativo para o sistema nervoso central após a 
primeira semana de inanição. 
• Os corpos cetônicos produzidos no fígado também são oxidados na produção 
energética. 
• Gradativamente, a proteólise vai diminuindo e a lipólise - oxidação das gorduras 
– vai aumentando com cerca de 100g diários de lipólise, produzindo energia 
para a maioria das células do organismo. 
• Pessoas previamente saudáveis perdem peso progressivamente, quando em 
processo de inanição, pelo desgaste da gordura corporal com preservação 
relativa da massa muscular. 
KWASHIORKOR
• O que é Kwashiorkor?
• Kwashiorkor é a condição que ocorre quando a falta de proteínas é relativamente mais 
grave do que a redução de calorias totais. 
• A doença foi primeiramente reconhecida pelo pediatra jamaicano Cicely Williams e esse 
nome foi dado a partir de um dos dialetos de Gana, que descreve a condição nutricional 
em que a criança mais velha é retirada do peito quando nasce um irmão mais novo.
• Quais são as causas do Kwashiorkor?
• O Kwashiorkor é causado por uma deficiência de proteína na dieta alimentar. É a mais 
grave e a mais comum das deficiências nutricionais nos países subdesenvolvidos e em 
áreas ou situações de fome prolongadas.
• Muitas vezes o Kwashiorkor ocorre em famílias miseráveis de países muito pobres, quando 
nasce um segundo filho e a mãe necessita dar todo o seu leite a ele, em prejuízo do 
anterior. Com isto a primeira criança passa a ter uma alimentação de baixa qualidade 
nutricional, com pouca proteína e predomínio de carboidratos.
• O Kwashiorkor pode ocorrer em qualquer lugar, apesar de ser mais comum em locais 
como a África rural, o Caribe e o Sudeste da Ásia.
• Formas menos graves podem ocorrer em pacientes com diarreias crônicas, enteropatia
perdedora de proteínas, síndrome nefrótica, queimaduras extensas, dietas com bebidas à 
base de arroz no lugar do leite.
• Qual é a fisiopatologia do Kwashiorkor?
• A falta extrema de proteínas provoca um desequilíbrio osmótico no
sistema gastrointestinal causando edema e retenção de água.
• A retenção de fluidos observada em indivíduos que sofrem
de Kwashiorkor é resultado direto de mau funcionamento do sistema
linfático e das trocas capilares.
• O sistema linfático serve a três propósitos principais: (1) recuperação de
fluidos, realizada pela reabsorção de água e proteínas; (2) imunidade e
(3) absorção de lipídios.
• As vítimas de Kwashiorkor comumente apresentam deficiência nessas
três atividades, resultando num estado de desnutrição grave.
• A troca capilar entre o sistema linfático e a circulação sanguínea é
atrofiada devido à incapacidade do corpo para superar de forma eficaz o
gradiente de pressão hidrostática.
• As proteínas, principalmente albumina, são responsáveis por criar
a pressão osmótica coloidal que faz a recuperação de fluidos.
• A pressão oncótica opõe-se à pressão hidrostática e tende a retirar água
de volta para os capilares, mas devido à falta de proteínas não há
pressão suficiente para extrair fluidos dos tecidos e isso causa inchaço e
distensão do abdome.
• http://www.abc.med.br
25
• Quais são os principais sinais e sintomas do Kwashiorkor?
• A doença afeta principalmente as crianças.
• Os sinais e sintomas do Kwashiorkor são edema dos pés e 
tornozelos, abdomen distendido, queda de cabelo, perda de dentes, 
despigmentação da pele, irritabilidade, anorexia e aumento 
do fígado com infiltrados gordos. 
• A baixa ingestão de proteína leva ainda a outros sinais específicos 
como uma erupção descamativa e descoloração do cabelo. A 
distensão abdominal deve-se a uma ascite, por causa 
de hipoalbuminemia, e ao aumento de volume do fígado. 
• Em geral, as crianças com Kwashiorkor mostram cabelos brancos ou 
avermelhados, pele ressecada, inflamada e despigmentada, 
profunda apatia, fraqueza, tristeza, olhos avermelhados e abdomen
distendido.
• As vítimas de Kwashiorkor não produzem anticorpos após a 
vacinação contra as doenças.
• http://www.abc.med.br
28
EXEMPLOS DE KWASHIORKOR
Como o médico diagnostica o Kwashiorkor?
• O diagnóstico do Kwashiorkor não é complicado, já que as 
manifestações clínicas são evidentes. Além disso, o médico se 
valerá também do histórico médico da pessoa.
Como o médico trata o Kwashiorkor?
• De um modo geral, o Kwashiorkor pode ser tratado através da 
adição de proteína na dieta. Uma dieta balanceada permitirá ao 
indivíduo ir se reabilitando progressivamente. Entretanto, é normal 
muitas crianças morrerem devido às complicações da subnutrição. 
• Juntamente à melhora na alimentação é necessário que outras 
possíveis doenças provenientes da condição sejam tratadas pelos 
meios adequados.
• www.abc.med.br
29
Como prevenir o Kwashiorkor?
• O Kwashiorkor pode ser prevenido através de uma dieta que contenha proteínas.
Como evolui o Kwashiorkor?
• Quando detectado precocemente o Kwashiorkor possui um prognóstico positivo. No 
entanto, pode causar um retardo no desenvolvimento físico e mental de uma criança, 
às vezes muito significativo, além de uma série de infecções, de doenças cardíacas e 
em casos graves e continuados pode levar à morte. O prejuízo mental pode ser 
sanado quando detectado a tempo.
Quais são as complicações possíveis do Kwashiorkor?
• O crescimento fica prejudicado, assim com a imunidade, a cicatrização, a produção de 
hormônios e de enzimas.
• www.abc.med.br
30
KWASHIORKOR
• Afeta principalmente o compartimento proteico visceral. A base é a 
deficiência proteica. Há deficiência de proteínas séricas como a 
albumina e a transferrina.
• Após alguns meses com dieta inadequada, a criança pára de ganhar 
peso, torna-se irritadiça e costuma apresentar diarreia, edema e 
dermatose.
• A deprivação proteica é grave com intensa perda do compartimento 
proteico visceral e hipoalbuminemia, resultando em edema, 
particularmente na face, mãos e pés.
• O peso corporal costuma ser normal em 60 a 80% das crianças. 
Geralmente a perda de peso é mascarada pelo edema. Há relativa 
manutenção da gordura subcutânea.
• Presença de dermatose característica que aparece inicialmente em 
joelhos e cotovelos, progredindo para as nádegas. São placas 
descamadas com alternância de hipo e hiperpigmentação = “pintura 
em escamas”. 31
• Os cabelos apresentam perda de cor alternando faixas pálidas
e escuras. Áreas de alopecia.
• Esteatose hepática.
• Apatia, desatenção, perda de apetite.
• Deficiência imunológica e infecções secundárias,
particularmente bronquite, malária e verminoses.
• Pessoas com diarreia crônica ou perda crônica de proteínas
(enteropatias, síndrome nefrótica, etc) podem apresentar um
tipo mais brando.
• Nos adultos, ocorre quase sempre em consequência de fase
aguda intensa, em pacientes submetidos a terapia nutricional
inadequada, com uso de apenas soro glicosado a 5%.
• Albumina < 2,8 g/dl e edema ou sinais de cicatrização
inadequada ou cabelos frágeis.
Polígono das secas 
no Nordeste brasileiro1583/2012: Histórico de Secas no Nordeste do Brasil
• Desde o século XVI, já tivemos inúmeras secas no Brasil, 124 foram registradas apenas no 
semiárido do nordeste. De acordo com Natalício de Melo, as informações sobre as secas derivam 
de informações diversas, as mais antigas advém de dados do Padre João de Azpilcuetta Navarro e 
de Fernão Garmin. As secas do Século XVII foram registradas por Joaquim Alves e as dos Séculos 
XVIII e XIX por Tomaz de Souza, Joaquim Alves, Euclides da Cunha (o conhecido autor do livro os 
Sertões), Limério Moreira da Rocha (autor do livro Russas) e José Ramalho Alarcon. Somente nos 
Séculos XX e XXI aparecem os registros do Instituto de Meteorologia -INMET, da Superintendência 
do Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE e do Departamento Nacional de Obras Contra as 
Secas – DNOCS.
• Veja a seguir os registros históricos de seca no Nordeste do Brasil:
• Seca de 1583- 1585: a primeira noticia sobre seca foi descrita pelo padre Fernão Cardin. Ele relata 
que houve uma grande seca no nordeste, fazendo os índios abandonarem a região por algum 
tempo. Cinco mil índios se deslocaram do Sertão de Pernambuco e Rio Grande do Norte para o 
litoral, pois as fazendas haviam deixado de produzir, afetando atividades associadas à cana-de-
açúcar e mandioca, causando fome em várias áreas.
• Seca de 1692: Segundo o historiador Frei Vicente do Salvador, a seca atingiu todo o Rio Grande 
do Norte e Paraíba, causando prejuízos a população e pecuária. Durante a seca, os indígenas se 
uniram e começaram a invadir as fazendas em busca de alimento. A imigração foi a única 
alternativa para povos que não tinham como se alimentar. A imigração em direção a Minas Gerais 
iniciou em 1692 em função da seca e da mineração de ouro.
• Seca de 1720: – A pior seca e longa estiagem que se iniciou em 1720 e se prolongou até 1727, 
totalizando sete anos seguidos se seca. Há descrições do Senador Pompeu de Sousa Brasil que 
essa seca atingiu os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. A seca e a 
fome fez assolar pela região, secou fontes, estagnou rios, esterilizou lavouras, e dizimou quase 
todo o gado. Seca alarmante nas províncias do Ceará e do Rio Grande do Norte.
• Seca de 1790: Este ano no Ceará, Alves faz referencia a um testemunho de uma autoridade que 
afirma que que a seca matou todo o gado, causando falta de carne seca. A imigração foi 
intensificada pela seca, fome e doenças que se estenderam pelo nordeste. Seca transformou 
homens, mulheres e crianças em pedintes. Foi criada a Pia Sociedade Agrícola, primeira 
organização de caráter administrativo, cujo objetivo era dar assistência aos flagelados.
http://natalgeo.blogspot.com.br/2013/12/secas-e-acudage-no-nordeste-do-brasil.html
http://natalgeo.blogspot.com.br/2013/12/secas-e-acudage-no-nordeste-do-brasil.html
http://www.inmet.gov.br/portal/
http://www.dnocs.gov.br/
http://natalgeo.blogspot.com.br/2013/12/secas-e-acudage-no-nordeste-do-brasil.html
• Seca de 1877:
• Uma das mais graves secas que atingiram o 
Nordeste. Fortaleza chegou a ter cem mil habitantes, 
os sertanejos chegavam de diversas regiões com a 
esperança de migrarem para fora do Ceará, fugindo 
da seca, fome e pestes. No interior, unidos em 
grupos, flagelados saqueavam depósitos de 
mantimentos do governo. Em Juazeiro o padre 
Cícero se desdobrava para salvar seus fiéis, pois a 
seca estava acabando com o povoado que ele vivia 
há cinco anos.
• Hoje se calcula que morreram mais de meio milhão 
pessoas em consequência das secas de 1877 / 1878 
/1879. O engenheiro André Rebouças, abolicionista, 
negro, respeitado por suas ideias progressistas, 
calculava em mais de dois milhões as pessoas 
atingidas pela seca, ainda em novembro de 1877.
Foto: Retirantes da seca de 1877
Seca de 1980:
Essa foi uma das secas mais prolongadas da 
história do Nordeste: durou 7 anos. O auge do 
problema foi em 1981. A estiagem deixou um 
rastro de miséria e fome: lavouras perdidas, 
animais mortos, saques à feiras e armazéns por 
uma população faminta e desesperada. Atingiu 
toda a região, deixando um rastro de miséria e 
fome em todos os Estados. No período, não se 
colheu lavoura nenhuma numa área de quase 1,5 
milhões de km2. No período, 3.5 milhões de 
pessoas morreram, a maioria crianças sofrendo 
de desnutrição. Pesquisa da Unesco apontou que 
62% das crianças nordestinas, de 0 a 5 anos, na 
zona rural, viviam em estado de desnutrição 
aguda.
Foto: Região Nordeste no ano em que a seca chegou ao 
auge.
http://cronologiadassecas.openbrasil.org/2014/09/cronologia-das-secas_85.html
http://contandohistoria1977.blogspot.com.br/2013/07/o-brasil-e-o-mundo-em-1983-nordeste.html
http://contandohistoria1977.blogspot.com.br/2013/07/o-brasil-e-o-mundo-em-1983-nordeste.html
• Seca de 2001:
• A seca de 2001 foi um prolongamento do período 
de seca do final da década de 90, que teve uma 
trégua em 2000. O Rio São Francisco sofreu com a 
pior falta de chuvas de sua história, causando 
uma diminuição drástica do volume de suas águas. 
Para piorar a situação, a falta de chuvas em todo o 
Brasil contribuiu para a pior crise energética que o 
país já viveu, somando a estiagem prolongada à 
falta de investimentos no setor.
• Seca de 2012:
• O Nordeste tem a pior seca dos últimos 30 anos 
(alguns meios de comunicação afirma que dos 
últimos 60 anos), desimando quase por completo 
a Pecuária e Agricultura familiar. A terra sem 
verde, os rios sem água e os animais magros ou 
mortos pelos pastos do sertão. Em algumas 
regiões do semiárido nordestino não caiu 
nenhuma gota d’água em 2012. Essa 
seca terminou com grande prejuízo para os 
criadores do Nordeste. Segundo os dados da 
pesquisa Produção da Pecuária Municipal, do IBGE 
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), a 
região perdeu 4 milhões de animais.
Seca de 1998:
Na década de 90, os anos de 1993, 1996, 1997, 1998 
e 1999 foram anos sofríveis. A seca de abril de 
1998 estava prevista há mais de um ano, em 
decorrência do fenômeno El Niño, mas, como das 
vezes anteriores, nada foi feito para amenizar os 
efeitos da catástrofe. Os efeitos de uma nova seca no 
Nordeste: população faminta promovendo saques a 
depósitos de alimentos e feiras livres, animais 
morrendo e lavouras perdidas. Com exceção do 
Maranhão, todos os outros estados do Nordeste 
foram atingidos, numa totalidade de cerca de 5 
milhões de pessoas afetadas. A seca foi tão grave que 
Recife passou a receber água encanada apenas uma 
vez por semana. A estiagem deixou um rastro de 
miséria e fome: lavouras perdidas, animais mortos, 
saques à feiras e armazéns por uma população 
faminta e desesperada.
Foto: Open Brasil- Seca de 1998.
Foto: Seca no Nordeste, Noticiajato, 2012.
Isso não é kwashiorkor !!!
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