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MICROBIOLOGIA DOS ALIMENTOS Ivonilce Venturi Infecções e intoxicações alimentares Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Diferenciar infecções de intoxicações alimentares, bem como as causas e os fatores relacionados. � Analisar as doenças e sequelas crônicas causadas para a saúde hu- mana em razão das doenças de origem alimentar, conforme grupo alimentar e microrganismo. � Reconhecer a importância da identificação de infecções e intoxica- ções e o estabelecimento de medidas para o controle das doenças alimentares na saúde pública. Introdução O ser humano precisa de alimentos para se manter vivo, poder trabalhar e ter uma vida com qualidade e saúde. A alimentação influencia direta ou indiretamente na vida de todo ser humano, podendo ser recuperador de saúde ou fonte causadora de doenças. Alimentos oferecem condições ideais para o crescimento e a multiplicação de microrganismos como pH, Atividade água (Aa), nutrientes, entre outros. Os alimentos mais suscetíveis à contaminação são os alimentos ricos em proteínas, mas todos os alimentos devem receber os mesmos cuidados durante todo o processo produtivo, evitando, assim, o crescimento e a multiplicação de microrganismos patogênicos, sendo estes causadores de doenças transmitidas por alimentos (DTA) (KÄFERSTEIN, 2016). DTAs continuam sendo um importante problema de saúde pública mundial. Conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), são pelo menos 600 milhões de casos de DTA com 420.000 mortes as- sociadas a cada ano em todo o mundo. Possivelmente esses números são significativamente maiores em razão das subnotificações (HOELZER et al., 2018). No Brasil, no período compreendido entre os anos de 2000 a 2017, foram registrados no Sistema de Informações de Agravos de Notificações (SINAN) 12.503 surtos, sendo que 2.340.201 pessoas foram expostas a DTA e, destas, 236.403 adoeceram e 182 foram a óbito. A região Sudeste (39,2%) foi a que registrou o maior número de casos, seguida por Sul (33,9%), Nordeste (15,9%), Centro-Oeste (6,0%) e Norte (5,0%). A residência (36,4%) seguida de restaurantes/padarias (15,2%), local de trabalho e alojamentos (11,3%), ignorado (9,4%) e creche/escola (8,6%) foram os locais que tiveram os maiores registros de eventos de DTA (SINAN/SVS/MS, 2017). A segurança alimentar tornou-se um problema mundial, visto que há uso desenfreado de agrotóxicos no cultivo de alimentos. Os processos de fabricação, processamento, embalagens e venda também oferecem riscos à saúde se não cumpridas todas as boas práticas. As DTA podem ser prevenidas com o uso de boas práticas de higiene durante todo o processo produtivo. O nutricionista deve conhecer todo o processo para garantir que o consumidor terá um alimento seguro, com qualidade higiênico-sanitária e nutricionalmente adequado. Neste capítulo, você vai aprender as diferenças entre infecções e intoxicações alimentares e vai entender as causas e os fatores que es- tão relacionados a essas doenças que são transmitidas pelos alimentos. Serão analisadas as sequelas crônicas que podem ser causadas no ser humano, conforme o grupo a que pertence o microrganismo causador da doença. Nesse contexto, o nutricionista precisa conhecer as medidas de controle para evitar as DTAs, identificando a importância que essas doenças têm na saúde pública e como estabelecer medidas para o adequado controle destas. Diferenças entre intoxicações e infecções alimentares: causas e fatores relacionados Doenças de origem alimentar ou intoxicação alimentar são definidas como qualquer doença de natureza tóxica ou infecciosa adquirida por meio do consumo de água ou alimentos contaminados. Elas podem ser causadas pela ingestão de microrganismos como bactérias, vírus ou parasitas, ou toxinas geradas por alguns destes (GIBERT, 2016). O processo de contaminação pode ocorrer em qualquer etapa do processo produtivo dos alimentos, a contami- Infecções e intoxicações alimentares2 nação também pode ocorrer pelo uso de utensílios, equipamentos ou mesmo ambiente contaminado, além do uso de água contaminada para o preparo dos alimentos (AL-MAMUN et al., 2018). Conforme definição da OMS, a doença de origem alimentar é uma doença de natureza infecciosa ou tóxica, causada pelo consumo de alimentos e água contaminados. Envolve uma grande (> 40) e diversificada gama de agentes contaminantes, cujo número continua aumentando anualmente à medida que novos microrganismos são identificados (BAIRD-PARKER, 2016). As DTAs podem apresentar diversos sintomas clínicos nos indivíduos contaminados, sendo desde sintomas agudos até doenças de longa duração, incluindo infecções gastrointestinais, distúrbios neurológicos, insuficiência múltipla de órgãos, etc. Predominantemente, as DTAs são causadas por bactérias, vírus ou parasitas, mas também podem ser causadas por produtos químicos. Assim, podemos classificar as DTAs em duas categorias, sendo elas: 1. Infecções transmitidas por alimentos. 2. Intoxicações alimentares. Infecção alimentar é a doença resultante da ingestão de alimentos contami- nados por microrganismos patogênicos como bactérias, vírus e parasitas. Os microrganismos causadores de doenças são ingeridos por meio de alimentos ou água contaminada e, no intestino, se multiplicam, esporulam e podem inclusive podem liberar toxinas, danificando o epitélio intestinal e causando gastroenterites. Esses microrganismos podem atingir outros órgãos ou sistemas do corpo do indivíduo. Esses microrganismos tem um período de incubação que pode variar de horas, dias ou até mesmo semanas e os sintomas mais comuns são diarreia, náusea, vômito, dor abdominal, cólicas e febre (TORTORA; FUNKE; CASE, 2018). Intoxicações alimentares são quando bactérias presentes no alimento têm condições de formar toxinas. Essa toxina já no alimento é ingerida pelo in- divíduo, causando diversos sintomas, como diarreia, náuseas e vômito, mas não apresentam febre. Os sintomas aparecem em um período mais curto de tempo em relação às infecções, podendo ser de até meia hora após a ingestão do alimento contaminado com a toxina. As toxinas são formadas por algumas bactérias e fungos (SHARIF; JAVED; NASIR, 2018). As DTAs, sejam elas bacteriana, viral, fúngica ou parasitária, têm alguns fatores causais comuns e que podem ser categorizados em três grandes grupos, sendo o manipulador, o ambiente e o próprio alimento. 3Infecções e intoxicações alimentares � O manipulador de alimentos que esteja apresentando qualquer sintoma de doenças, como gripe, resfriado, diarreia, vômitos ou qualquer outro sintoma, deve ser afastado de suas funções, pois ele próprio é um fator de contaminação ao alimento. A falta de higiene e asseio pessoal e a não lavagem correta e frequente das mãos podem constituir fonte de contaminação. O manipulador de alimentos, após usar o banheiro, deve fazer sempre a correta lavagem das mãos, pois pode levar contaminação fecal aos alimentos. � O ambiente de trabalho pode ser uma grande fonte de contaminação, caso esteja fora das normas preconizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pois erros estruturais podem favorecer a entrada de insetos e roedores nos estabelecimentos. Ambientes, equi- pamentos e utensílios mal higienizados podem favorecer o crescimento de microrganismos que poderão ser incorporados ao alimento caso este venha a ter contato com o ambiente sujo. � Os alimentos podem ser contaminados a qualquer momento, desde o crescimento, a colheita ou o abate, o processamento, o transporte, o armazenamento, a produção e o consumo. Por isso, quando um alimento contaminado entra na área de produção de uma unidade de alimentação e nutrição (UAN), ele pode contaminar outros alimentos por meio de contaminação cruzada, caso não sejam realizados todos os procedi- mentos higiênico-sanitários, como a correta lavagem e sanitização. Como exemplo, as verduras e os legumessão fonte de contaminação, pois podem vir contaminados da lavoura, já que, muitas vezes, são utilizadas fezes de animais para adubar a terra. Outro ponto que favorece o crescimento de microrganismos é a tempe- ratura a que o alimento fica exposto. A grande maioria dos microrganismos cresce em temperaturas entre 20 e 30°C, temperaturas estas que são normais dentro de uma UAN. A contaminação pode ocorrer no processo de descon- gelamento do alimento, reaquecimento ou manutenção dele em buffet, por exemplo, quando não permanecem em temperaturas adequadas. Alimentos submetidos ao processo de cocção inadequado, ou seja, que não atingem temperaturas suficientes para eliminar os microrganismos patogênicos, principalmente carnes e seus derivados, também são excelentes fontes de contaminação. A contaminação cruzada ocorre quando há transferência de Infecções e intoxicações alimentares4 microrganismos prejudiciais de uma superfície para um alimento, ou de um alimento contaminado para outro. O problema se agrava quando ocorre a transferência de microrganismos de um alimento cru para outro que já está pronto para o consumo, não passando por processos de cocção, ou contato de utensílios contaminados com alimentos. A água é usada em muitos processos dentro de uma UAN, por isso, se ela estiver contaminada, contaminará muitos processos realizados na UAN, incluindo produção de alimentos. A falta de capacitação dos manipuladores pode favorecer a contaminação alimentar, pois este precisa conhecer todos os processos higiênico-sanitários de uma UAN e realizá-los com consciência, visando a garantir a saúde do consumidor (FLEETWOOD et al., 2018). DTAs e sequelas causadas por microrganismos As infecções alimentares podem ser de origem bacteriana, viral e parasitária. A seguir, serão descritos os principais aspectos. Infecção alimentar bacteriana As bactérias são seres capazes de crescer e se multiplicar em diferentes condi- ções ambientais e podem contaminar o alimento em qualquer etapa do processo produtivo, incluindo desde a produção do alimento, a colheita, o transporte, o armazenamento, a produção e a distribuição. Fatores como a falta de higiene e o controle de tempo versus temperatura favorecem essa contaminação. Quando uma bactéria que já está no trato digestório do ser humano tem a capacidade de liberar toxina, chamamos de “toxinfecção alimentar”. No Quadro 1 a seguir é possível visualizar algumas doenças mais comuns transmitidas por alimentos contaminados por bactérias, inclusive bactérias que liberam toxinas após a ingestão do alimento contaminado, incluindo seus sintomas e as principais fontes de contaminação. 5Infecções e intoxicações alimentares Bactéria Principais alimentos fontes de contaminação Sintomas Bacillus cereus Bactéria Gram-positiva, anaeróbia facultativa e formadora de endósporos. Alimentos como carnes, cereais, temperos, alimentos desidratados, leites e derivados. � Quando diarreico: cólicas abdominais, diarreia aquosa e náuseas aparecem de 6 a 24 horas após a ingestão do alimento contaminado. � Quando emética: náuseas e vômitos aparecem uma hora após a ingestão do alimento contaminado. � Os sintomas duram de 24 a 48 horas. Brucella spp. Cocobacilos Gram - -negativos e não formadores de esporos. Alimentos como leite não pasteurizado e queijos frescos. � Febre, calafrios, sudorese, fraqueza, mal-estar, dores musculares, endocardite, miocardite e espondilite. A doença pode durar de poucas semanas a anos. Campylobacter jejuni Bactérias espiraladas Gram-negativas e não formadores de esporos. Alimentos como carnes mal coccionadas, derivados de leite e água infectada com fezes de animais. � Diarreia (algumas vezes sanguinolentas), cãibras, febre, vômitos. Os sintomas podem durar de 2 a 10 dias. Clostridium botulinum Bactérias em formato de bastonetes, Gram-positivas, anaeróbias e formadoras de esporos. Alimentos principalmente enlatados, peixe fermentado e batatas assadas. � Vômitos, diarreia, visão turva ou dupla, dificuldade em engolir, fraqueza muscular e insuficiência respiratória que pode levar ao óbito. Tem tempo de duração muito variável. Clostridium perfringens Bactérias em formato de bastonetes, Gram - -positivas, anaeróbias e formadora de esporos. Alimentos como carnes, aves, molhos, alimentos secos ou pré-cozidos. � Cólicas abdominais intensas, diarreia aquosa. Sintomas duram em média 24 horas. Quadro 1. Principais bactérias patogênicas causadoras de infecção alimentar, fontes de contaminação e sintomas de infecção alimentar (Continua) Infecções e intoxicações alimentares6 Bactéria Principais alimentos fontes de contaminação Sintomas Escherichia coli O157:H7 Bactéria gram-negativa, produtora da toxina Shiga. Alimentos como carne de porco malcozida, hambúrgueres, leite e suco não pasteurizado, frutas e legumes crus e água contaminada. � Diarreia grave, muitas vezes sanguinolenta, dor abdominal e vômitos, podendo levar à falência renal. Sintomas podem durar de 5 a 10 dias. Listeria monocytogenes Bactéria em forma de bacilos, Gram-positiva e anaeróbios facultativos. Alimentos como leite não pasteurizado, queijos frescos e carnes malcozidas. � Febre, dores musculares, náuseas e diarreia. Em pessoas imunocomprometidas podem desenvolver bacteremia ou meningite. Em gestantes pode levar ao parto prematuro ou natimorto. Os sintomas para as doenças gastrointestinais podem durar de 9 a 48 horas e de 2 a 6 semanas para as doenças invasivas. Salmonella Bactéria em forma de bacilos, Gram-negativa e não formadora de esporos. Ocorre em ovos, aves, carnes, leite não pasteurizado, sucos, queijo, frutas e vegetais crus contaminados. � Cólicas abdominais, diarreia, febre e vômitos. Os sintomas duram de 4 a 7 dias. Salmonella typhi Do mesmo grupo da Salmonella, ocorre em carnes, aves, ovos, leite e seus derivados e também por contaminação cruzada. � Dores abdominais, diarreia, obstipação, dores de cabeça e perda de apetite. Sintomas duram de 2 a 4 semanas. Shigella Bactéria Gram-negativa e não esporulada. Alimentos crus e cozidos sem aquecimento adequado e manipulados por indivíduos contaminados, além de água contaminada. � Cólicas abdominais, febre, diarreia e fezes com sangue e muco. Sintomas podem durar de 24 a 48 horas. Quadro 1. Principais bactérias patogênicas causadoras de infecção alimentar, fontes de contaminação e sintomas de infecção alimentar (Continuação) (Continua) 7Infecções e intoxicações alimentares Fonte: Adaptado de Al-Mamun et al. (2018). Bactéria Principais alimentos fontes de contaminação Sintomas Estafilococos aureus Bactéria do grupo dos cocos e Gram-positiva. Alimentos como carnes refrigeradas inadequadamente, saladas de batata e ovo, cremes e doces. � Início súbito de náuseas e vômitos intensos, cólicas abdominais, diarreia e febre. Sintomas duram de 24 a 48 horas. Vibrio cholera Bactérias Gram-negativas. Alimentos como peixe, saladas, queijo, carnes, água, leite cru, vegetais e frutas. � Diarreia sanguinolenta ou aquosa. Com duração de 24 a 48 horas. Vibrio parahaemolyticus Do mesmo grupo do Vibrio, cresce em mariscos crus e frutos do mar. � Diarreia aquosa, às vezes sanguinolenta, cólicas abdominais, náuseas, vômito e febre. Com duração de 2 a 5 dias. Vibrio vulnificus Contamina frutos do mar malcozidos. � Vômito, diarreia, dor abdominal, infecção transmitida pelo sangue, febre, sangramento na pele e úlceras. Pode ser fatal para pessoas com problemas hepáticos ou imunodebilitadas. Yersinia entorocolitica Bactéria em forma de bastonetes e Gram- -negativas. Alimentos como leite não pasteurizado, água não tratada, carnes de porco cruas ou malcozidas, peixes, ostras e caranguejos. � Ocorre frequentemente em crianças com vômitos, febre, dor abdominal, fezes com sangue e dor de cabeça. Sintomasduram de poucos dias a 3 semanas. Quadro 1. Principais bactérias patogênicas causadoras de infecção alimentar, fontes de contaminação e sintomas de infecção alimentar (Continuação) Infecções e intoxicações alimentares8 Infecção viral As infecções também podem ser causadas por vírus. Estes são menores que as bactérias e contém material genético. Geralmente os vírus não crescem nos alimentos, pois precisam de células vivas para replicação. Quase todas as doenças virais são causadas por patógenos estritamente humanos, sendo transmitidas para outros seres humanos via contaminação fecal e alimentos. São de rápida disseminação e podem causar, além de doenças, a mortalidade em humanos. Veja no Quadro 2 a seguir os principais vírus que podem ser transmitidos ao homem por meio de contaminação no alimento. Vírus Principais alimentos fontes de contaminação Sintomas Hepatite A Água potável contaminada, suco de frutas, leite e produtos lácteos não cozidos, alimentos malcozidos ou mal reaquecidos, marisco e manipulador após contato com o vírus. � Febre, dor de cabeça, náuseas, dor abdominal, diarreia, urina escura, icterícia e gripe. Sintomas duram de 2 semanas a 3 meses. Hepatite E Água e alimentos, por exemplo, carne de javali malcozida, fígado de porco, tomates e morangos contaminados com fezes humanas e suínas usadas como adubo na agricultura. � Os sintomas são observados mais frequentemente em pacientes com idade entre 15 e 40 anos. Icterícia, mal-estar, anorexia, dor abdominal, hepatomegalia, vômitos e febre podem ter duração de até duas semanas. Norovírus Consumo de água contaminada, água de poço, gelo contaminado, água de piscina, saladas, frutas e ostras. � Vômitos (frequentemente explosivos), diarreia aquosa, cãibras abdominais, náuseas, arrepios e dores musculares. Os sintomas podem persistir por 12 a 60 horas, mas o período médio de duração é de 24 a 48 horas. Quadro 2. Principais vírus patogênicos causadores de infecção alimentar, fontes de con- taminação e sintomas de infecção alimentar (Continua) 9Infecções e intoxicações alimentares Fonte: Al-Mamun et al. (2018). Vírus Principais alimentos fontes de contaminação Sintomas Rotavírus Normalmente alimentos contaminados por pessoas infectadas, incluindo saladas e frutas. Contaminação fecal. � Vômitos, diarreia aquosa, febre, desidratação e choque hipovolêmico, podendo levar à morte em casos graves. Os sintomas podem durar de 3 a 7 dias. Quadro 2. Principais vírus patogênicos causadores de infecção alimentar, fontes de con- taminação e sintomas de infecção alimentar Infecção parasitária As infecções alimentares podem ser causadas também por parasitas. Essas infecções parasitárias entéricas são transmitidas via fecal-oral. São mais comuns em áreas rurais, mas têm distribuição global. Os parasitas entram no corpo via oral ou por penetração na pele. Os alimentos são os meios mais comuns de entrada do parasita no sistema digestório do ser humano. No Quadro 3 a seguir é possível visualizar os principais parasitas que causam infecção no ser humano. Parasita Principais alimentos fontes de contaminação Sintomas Taxoplasma gondii Normalmente encontrada em fezes de gatos e animais selvagens, aves, roedores, porcos, ovelhas e gado. Ingestão de carne malcozida ou crua, frutas e vegetais contaminados com fezes ou por manipulação inadequada. � Toxoplasmose aguda: linfonodos doloridos e dores musculares. � Toxoplasmose ocular: visão turva ou reduzida, lacrimejamento ou vermelhidão, dor e sensibilidade à luz. Quadro 3. Principais parasitas patogênicos causadores de infecção alimentar, fontes de contaminação e sintomas de infecção alimentar (Continuação) (Continua) Infecções e intoxicações alimentares10 Parasita Principais alimentos fontes de contaminação Sintomas � A duração da doença depende do tratamento, mas os sintomas podem durar muitas semanas. Giardia lamblia Ingestão de água ou alimentos contaminados com fezes humanas ou de animais infectados. � Pode ser assintomático na maioria das pessoas. � Porém, pode causar diarreia líquida e muitas vezes gordurosas (esteatorreia), cólicas abdominais, mal - -estar, flatulências, náuseas e vômitos, podendo levar ao emagrecimento. Os sintomas podem durar de 2 a 6 semanas. Entamoeba hisolytica Os cistos da Entamoeba hisolytica podem contaminar água e alimentos, que quando consumidos crus podem ser fonte de infecção. � Diarreia leve a disenteria grave com muco e sangue, perda de peso e sensibilidade no fígado. Pode residir no intestino durante anos sem causar nenhum sintoma. � Os sintomas podem durar poucos dias a várias semanas. Crystosporidium parvum A contaminação ocorre a partir principalmente da ingestão de oocistos, podendo estar em vários alimentos, como suco, água e leite contaminado. � Diarreia aquosa, náuseas, vômito, cólicas e febre. Esses sintomas podem durar de 2 a 14 dias. Cyclospora cayetanensis A contaminação ocorre pela ingestão de água e alimentos contaminados com fezes infectadas. Pode estar em alimentos frescos como framboesa, manjericão e alface. � Diarreia aquosa, perda de apetite com perda de peso, cólicas abdominais e inchaço. Os sintomas duram de poucos dias a meses. Quadro 3. Principais parasitas patogênicos causadores de infecção alimentar, fontes de contaminação e sintomas de infecção alimentar (Continuação) (Continua) 11Infecções e intoxicações alimentares Fonte: Al-Mamun et al. (2018). Parasita Principais alimentos fontes de contaminação Sintomas Taenia spp. Taenia solium Taenia saginata Carnes de porco (Taenia solium) e boi (Taenia saginata) infectadas, principalmente. � Neurocisticercose: é uma doença grave na qual os cisticercos se localizam no sistema nervoso central do ser humano, podendo causar danos irreversíveis, como convulsões, aumento da pressão intracraniana, dores de cabeça e alterações no estado mental. � Cisticercose: o verme adulto da T. solium no intestino humano pode produzir milhares de ovos por dia, sobrevivendo em condições ambientais adversas. � A contaminação por T. saginata pode ser assintomática ou produzir desconforto gastrointestinal leve. � Podem viver por meses. Nanophyetus salmincola Peixe cru ou malcozido. � Desconforto abdominal, náuseas e diarreia, acompanhados do aumento de eosinófilos circulantes. Alguns pacientes podem apresentar perda de peso e fadiga. Sem tratamento os sintomas podem durar vários meses. Quadro 3. Principais parasitas patogênicos causadores de infecção alimentar, fontes de contaminação e sintomas de infecção alimentar (Continuação) Infecções e intoxicações alimentares12 Para cada grupo de agentes causadores de infecção alimentar, deve-se levar em consideração os fatores de crescimento como pH, Aa, Eh, nutrientes e temperatura, por exemplo, quando ideias favorecem o crescimento desses microrganismos no corpo causando doenças. Mulheres gestantes, idosos, crianças ou indivíduos que tenham o sistema imunológico debilitado têm risco aumentado de ter complicações graves com uma DTA, podendo levar inclusive ao óbito. Intoxicações alimentares A expressão “intoxicação alimentar” é usada para descrever a doença produzida pela ingestão de alimentos contendo as toxinas formadas pelos microrganismos patogênicos. Essas toxinas podem se incorporar ao alimento desde a sua origem até o consumo do alimento. Uma característica das intoxicações alimentares é que estas não causam febre no indivíduo contaminado. As intoxicações podem ser de origem bacteriana ou fúngica. Intoxicações bacterianas: algumas bactérias são capazes de produzir toxinas que causam danos à saúde, por exemplo: � Estafilococos aureus: podem produzir até cinco tipos diferentes de enterotoxinas, sendo altamente estáveis ao calor. A contaminação ocorre principalmente pela manipulação inadequada e máhigiene. Os sintomas são náuseas, cólicas abdominais, vômitos e diarreia. Casos mais graves podem ocorrer desidratação, dores de cabeça, cãibras musculares e alterações na pressão arterial. Muitas vezes a internação hospitalar é necessária e os sintomas podem durar de 24 a 72 horas. � Bacillus cereus: produz dois tipos de toxinas, a emética e a diarreica. A toxina emética está relacionada a alimentos como arroz, batata, massas e queijos e os sintomas são náuseas e vômitos. Já a toxina diarreica está relacionada a alimentos como carnes, leite, vegetais e peixes e causa diarreia aquosa e dores abdominais. 13Infecções e intoxicações alimentares � Clostridium perfringens: as enterotoxinas podem ser de três tipos, sendo as enterotoxinas tipo A, tipo C e tipo D. A enterotoxina é sin- tetizada durante o processo de esporulação. As cepas são resistentes a uma temperatura de 100°C por até uma hora, e os esporos podem resistir por mais de 4 horas ao processo de fervura. Carnes vermelhas, frango, peixe, frutas, legumes e especiarias, além de comida preparada com antecedência, são bons veículos de transmissão da toxina. Podem ocorrer dois tipos de sintomas, sendo a forma de gastroenterite com diarreia aquosa e cólicas abdominais leves e a forma necrótica que ocorre distensão abdominal, diarreia algumas vezes sanguinolenta, vômito e necrose irregular do intestino delgado. Os sintomas duram de 1 a 2 dias. � Clostridium botulinum: esta bactéria produz dois tipos de toxinas, sendo a proteolítica e não proteolítica. As cepas proteolíticas produzem a toxina botulínica ativa, enquanto as não proteolíticas produzem a pró-toxina inativa que requer ativação por tripsina. A toxina botulínica é uma das mais letais, tendo sua dose letal para um indivíduo adulto calculada em 10 µg. É altamente estável ao calor e resistente à pepsina e ao ambiente ácido, resistindo a ação dos sucos gástrico e intestinal. Carnes enlatadas, presuntos, bacon e embalados podem ser fonte de contaminação. Alimentos fermentados caseiros como conservas também podem ser fonte da toxina. Os sintomas da intoxicação são diferentes em crianças e adultos. A ingestão de mel contaminado com esporos por crianças menores de um ano causa germinação no trato gastrointestinal, produzindo toxinas. E nos adultos, os sintomas podem se desenvolver de 12 a 72 horas, incluindo náuseas, vômito, paralisia muscular progressiva, visão dupla, insuficiência respiratória e morte. A mortalidade é alta, variando de 60 a 100% das pessoas afetadas. Intoxicações fúngicas: os fungos produzem metabólitos conhecidos como micotoxinas, estes são causadores de intoxicação alimentar. Existem mais de 150 espécies de fungos que produzem toxinas nos alimentos, com efeitos importantes na saúde do homem e do animal. Armazenamentos inadequados são a principal causa de crescimento de fungos. Vamos descrever as cinco toxinas mais importantes nos alimentos. � Aflotoxina: produzida pelo Aspergillus flavus, destaca-se quatro princi- pais, sendo AFB1, AFB2, AFG1, AFG2. Estas são comumente encontradas Infecções e intoxicações alimentares14 em milho, sorgo, arroz, amendoim, cacau, gengibre e noz-moscada. Uma outra aflotoxina conhecida como AFM1, é produzida por mamíferos após o consumo de ração ou alimentos contaminados por AFB1. As vacas são capazes de transmitir AFB1 e AFM1 pelo leite. Uma quantidade de 0,2 a 2,0 mg/kg de aflotoxina pode levar ao óbito. A intoxicação com essa micotoxina leva a interrupção e inibição do metabolismo de proteínas, lipídios e carboidratos, podendo levar a hemorragia, icterícia, morte celular prematura e necrose tecidual no fígado, além de outros órgãos. A exposição crônica em doses subletais prejudica a formação de proteínas, coagulação sanguínea, hepatite tóxica e provavelmente imunossupressão. � Citrinina: metabolito secundário de cor amarela, produzida por fungos como Penicilium citrinum e alguns do gênero dos Aspergillus. Podem permanecer no alimento durante muito tempo, comum em produtos como trigo, aveia, cevada, arroz e milho. A contaminação afeta prin- cipalmente o rim e o fígado, causando três diferentes toxicidades como nefrotoxicidade, hepatotoxicidade e citotoxicidade. � Ergotismo: intoxicação causada pela micotoxina ergot do Claviceps purpúrea. Micotoxina comum em centeios e outros cereais, conhecida como esporão do centeio, produz massas negras duras de células dor- mentes. Essa micotoxina tem mais de 20 tipos diferentes de alcaloides tóxicos, como a ergotamina. Os sintomas são dores nas mãos e pés com perda da sensibilidade e gangrena e necroses das extremidades dos membros, desequilíbrio mental e insuficiência gastrointestinal, podendo levar ao óbito. � Fumonisina: corresponde à intoxicação causada pelo grupo de mico- toxinas geradas pela espécie Fusarium. Recebe três classificações, B1, B2 e B3. Tem ocorrência nas lavouras de milho. A fumonisina B1 é responsável pela ocorrência de câncer de esôfago em humanos. � Estigmatocistina: esta micotoxina é formada pelos fungos Aspergillus nidulans e A. versicolor, a toxicidade é semelhante às aflotoxinas e é considerada como potente cancerígeno hepático. Na Figura 1 a seguir, pode-se verificar a imagem do milho contaminado com Aspergillus, a imagem da aflotoxina e, na sequência, um exemplo de centeio com o ergot e o ergot isolado. 15Infecções e intoxicações alimentares Figura 1. Milho contaminado com Aspergillus, aflotoxina, centeio com claviceps purpúrea e ergot. Fonte: Adaptada de KOOKLE/Shutterstock.com, Kateryna Kon/Shutterstock.com, Manfred Ruckszio/ Shutterstock.com e sciencepics/Shutterstock.com. Importância de medidas de controle das DTAs na saúde pública O Brasil tem um órgão conhecido como Vigilância Sanitária. Esse órgão tem como finalidade inspecionar bares, restaurantes, lanchonetes, cozinhas industriais, cafeterias, entre outros, por meio da aplicação das legislações vigentes. Essas legislações descrevem os requisitos higiênico-sanitários que devem ser cumpridos pelos estabelecimentos que manipulam, preparam, fracionam, armazenam, distribuem, transportam e colocam à venda os ali- mentos. A legislação considera que todo estabelecimento precisa cumprir com os requisitos higiênico-sanitários para que seja possível garantir à saúde pública alimentos seguros para o consumo, sendo a legislação uma importante ferramenta para evitar surtos de DTAs. A RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004, dispõe sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação. Nela estão disponíveis como devem ser a edificação, as instalações, os equipamentos, os móveis e os utensílios em uma UAN. Nesses itens são considerados a estrutura física que garanta o impedimento da entrada de insetos e roedores dentro da área de alimentos, além de permitir um fluxo adequado de alimentos, evitando fluxos cruzados entre as diferentes etapas do processo produtivo (AGÊNCIA..., 2004). O abastecimento de água é outro fator importante, pois considerando-se que a água é um fator veiculador de microrganismos, esta deve estar em condições microbiológicas adequadas, ou seja, deve ser realizado laudo laboratorial de potabilidade da água a cada semestre, sendo que em locais onde há caixa d’água, esta deve ser higienizada periodicamente. Para uma adequada e frequente higienização das mãos dos manipulado- res, os lavatórios devem estar em locais estratégicos, facilitando a lavagem Infecções e intoxicações alimentares16 das mãos. Deve conter torneira com acionamento automático, sabonete líquido, papel toalha e lixeira com pedal. Além destes, é importante que esteja disponível ao manipulador informações de como higienizar corre- tamente as mãos. A higienização de instalações, utensílios, móveis e equipamentos é outro ponto importante para garantir a segurança do alimento. A higienização deve garantir que estes não ofereçam riscos de contaminação ao alimento. Todas as áreas devem ser higienizadassempre após o uso, ou quando for necessário entre um processo produtivo e outro. Em relação aos manipuladores de alimentos, todos devem ter exames médicos periódicos que garantam que ele não tenha nenhuma lesão ou doença que possa comprometer a qualidade sanitária do alimento. Devem ter asseio pessoal, como banho diário, barba feita, cabelos sempre muito bem presos, sem esmaltes nas unhas, perfumes ou maquiagem, pois isso garante que não ocorra nenhum tipo de contaminação química ao alimento. Além disso, deve haver boas práticas como não fumar, falar, cantar, assobiar ou comer dentro da área de produção de alimentos. Para garantir que o funcionário de um estabe- lecimento que manipula alimentos cumpra sempre com as práticas de higiene, é necessário constante capacitação, sendo que estas devem ser registradas. Em relação aos alimentos, é importante sempre estar atento à data de validade e às condições da embalagem, devendo ser devolvido ao fornecedor qualquer produto que não esteja conforme. O processo de descongelamento deve sempre ser realizado sob refrigeração (temperatura inferior a 5°C), ou os alimentos devem ser submetidos a cocção (mesmo congelados), quando possível, condições estas que minimizam o crescimento microbiano. Para minimizar o risco de crescimento de microrganismos, os alimentos que sofrem processos de cocção devem atingir no mínimo a temperatura de 70°C no interior do alimento. Quando submetidos ao processo de fritura, deve-se garantir que o óleo não atinja temperaturas acima de 180°C. Alimentos que estão disponíveis para o consumo devem ser mantidos à temperatura superior a 60°C por no máximo seis horas. O consumidor deve ser orientado quando for consumir lanches prontos em lanchonetes, bares, entre outros, observando se o lanche está em temperatura adequada. Quando houver necessidade de resfriar um alimento já pronto, este deve ter sua temperatura reduzida de 60°C a 10°C em no máximo duas horas. O transporte de alimentos deve ser coberto, evitando contaminar os ali- mentos, sendo que os carros de transportes de alimentos devem seguir padrão de higienização adequado. 17Infecções e intoxicações alimentares A Anvisa desenvolveu a Cartilha sobre as Boas Práticas para Serviços de Ali- mentação para orientar comerciantes e manipuladores de alimentos sobre a melhor forma de preparar, armazenar e vender alimentos de forma segura, oferecendo aos clientes/consumidores alimentos saudáveis, que garantam a saúde da população. No link a seguir você encontra a RDC nº 216 na integra: https://goo.gl/qta2t2 Para ler a Cartilha sobre as Boas Práticas para Serviços de Alimentação, acesse: https://goo.gl/hL96sX A RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002, visando a garantir que todos os procedimentos higiênico-sanitários sejam documentados, realizados e conferidos corretamente, dispõe sobre os procedimentos operacionais pa- dronizados (POP). Estes, juntamente com o Manual de Boas Práticas, devem ser instrumentos facilitadores para a execução das atividades dentro de uma UAN, possibilitando garantir ao consumidor final um alimento com qualidade higiênico-sanitária (AÊNCIA..., 2002). No link a seguir você encontra a RDC nº 275 na integra: https://goo.gl/C4tj39 A Anvisa desenvolve diversas ações para garantir a saúde da população por meio de orientação e fiscalização das legislações de boas práticas para mani- pulação de alimentos, assim como fiscaliza a entrada de produtos alimentícios no Brasil. A exemplo disso, a Anvisa divulgou uma nota intitulada “Lotes de vegetais processados são proibidos”, com data de 2018, que descreve produtos Infecções e intoxicações alimentares18 importados da Europa que estavam contaminados com a bactéria Listeria mo- nocytonegenes, que, se consumidos, podem trazer riscos à saúde do consumidor. No link a seguir, você encontra a matéria completa sobre a retirada de lotes de vegetais processados contaminados por Listeria monocytogenes. https://goo.gl/S423yg As DTAs são um problema de saúde pública e merecem toda a atenção, pois, além do grande número de doenças notificadas, ainda existem as subnotifica- ções, doenças que os indivíduos acabam tratando em casa, sem comunicar as autoridades. As DTAS são especialmente graves e podem ser fatais em crianças, gestantes, idosos e indivíduos que têm o sistema imunológico debilitado. Por isso, atenção deve ser dada quanto ao local onde se come e ao que se come. O nutricionista deve estar sempre atento às orientações de boas práticas da Vigilância Sanitária, mas também trabalhar com dados da Vigilância Epi- demiológica, para identificar grupos de risco para DTA, conforme região do Brasil, possibilitando, assim, intervir na saúde pública de maneira eficiente, com orientações tanto aos comerciantes, manipuladores de alimentos, como também junto à comunidade, orientando quanto à segurança dos alimentos consumidos fora e dentro de casa. Conhecer as DTAs, seus agentes causais e as medidas de prevenção e con- trole ainda é um desafio para a saúde pública, visto que ainda existem muitos comércios ambulantes de alimentos ilegais e muitos comércios trabalham fora das normas, estabelecimentos que, muitas vezes, a própria Vigilância Sanitária não consegue fiscalizar. Portanto, o trabalho do nutricionista na saúde pública é orientar a população quanto aos procedimentos de higiene e manipulação dentro de sua própria residência e sobre alguns cuidados que se deve ter ao consumir alimentos fora de casa. A contaminação de alimentos põe em risco bilhões de pessoas. A segu- rança alimentar é uma prioridade de saúde pública e uma responsabilidade compartilhada entre governo, profissionais da saúde e estabelecimentos que manipulam alimentos, além da própria comunidade, que deve ser orientada quanto às boas práticas de higiene. 19Infecções e intoxicações alimentares AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC nº 216, de 15 de se- tembro de 2004. Dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação. Brasília, DF, 2004. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/do- cuments/33916/388704/RESOLU%25C3%2587%25C3%2583O-RDC%2BN%2B216% 2BDE%2B15%2BDE%2BSETEMBRO%2BDE%2B2004.pdf/23701496-925d-4d4d-99aa- 9d479b316c4b>. Acesso em: 11 nov. 2018. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002. Dispõe sobre Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais Padroni- zados aplicados aos Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos e a Lista de Verificação das Boas Práticas de Fabricação em Estabelecimentos Produtores/ Industrializadores de Alimentos. Brasília, DF, 2002. Disponível em: <http://portal.anvisa. gov.br/documents/10181/2718376/RDC_275_2002_COMP.pdf/fce9dac0-ae57-4de2- 8cf9-e286a383f254> Acesso em: 13 nov. 2018. AL-MAMUN, M. et al. Food Poisoning and Intoxication: A Global Leading Concern for Human Health. In: GRUMEZESCU, A. M.; HOLBAN, A. M. (Ed.). Food safety and preser- vation: Modern Biological Approaches to Improving Consumer Health. Amsterdam: Elsevier, 2018. p. 307-352 BAIRD-PARKER, A.C. Food Poisoning: Tracing Origins and Testing. In: CABALLERO, B.; FINGLAS, P. M.; TOLDRÁ, F. (Ed.). Encyclopedia of food and health. 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