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UC Fisioterapia Cardiorrespiratória e Hospitalar Reabilitação Cardiovascular Doenças cardiovasculares Fatores de Risco • Tabagismo • Diabetes Mellitus • Colesterol elevado • Hipertensão Arterial • Obesidade • Idade (acima dos 65 anos) • Sedentarismo Doenças cardiovasculares • Maiores volumes de atividade física são positivamente associados à melhor qualidade e à maior expectativa de vida. • Quanto menor o nível de aptidão física, maior tende ser a taxa de mortalidade. O sedentarismo está fortemente relacionado às doenças cardiovasculares (DCV) e à mortalidade precoce OMS • “Reabilitação cardíaca é a soma de atividades necessárias para influenciar, favoravelmente, tanto a causa subjacente da doença, quanto as melhores condições físicas, mentais e sociais, de maneira que os pacientes possam, através de seus próprios esforços, preservar ou reassumir quando perdido, um papel normal quanto possível dentro da comunidade”. Reabilitação Cardiovascular • O principal objetivo com ênfase nos exercícios físicos é propiciar uma melhora dos componentes da aptidão física: – Tanto aeróbico – Quanto não aeróbicos (força/ potência muscular, flexibilidade, equilíbrio) – Algo que exige a combinação de diferentes modalidades de treinamento • Permite a restituição do indivíduo a uma satisfatória condição clínica, física, psicológica e laborativa Reabilitação Cardiovascular • Equipe multiprofissional – Médicos – Profissionais de educação física – Fisioterapeutas – Profissionais de enfermagem – Nutricionistas – Psicólogos – Assistentes sociais Papel do fisioterapeuta • Atua diretamente na prescrição e na supervisão dos exercícios físicos. – Devem ter conhecimentos específicos sobre as DCV e fisiologia do exercício. – Treinamento de suporte básico de vida, incluindo o uso de desfibrilador automático externo. • Além da atuação nas sessões de exercícios físicos, podem contribuir para as orientações e demais medidas, visando a adoção de hábitos saudáveis. Pacientes elegíveis para RCV • Infarto agudo do miocárdio (IAM) • Cirurgia de Revascularização do Miocárdio • Angioplastia estável • Reparação ou troca valvular • Transplante cardíaco ou cardiopulmonar • Insuficiência cardíaca crônica • Doença vascular periférica • Doença coronária assintomática • Pacientes com alto risco de doença cardiovascular Benefícios da RCV • Redução da FC, da PA sistólica • Redução da demanda de oxigênio pelo miocárdio à determinada intensidade de esforço. – Devido a atenuação da taquicardia durante o exercício, melhora na resposta vasodilatadora dependente do endotélio e do aumento de perfusão na microcirculação coronariana colateralização. Benefícios da RCV • Melhora do limiar de angina – Aumento do fluxo coronariano pelo maior tempo de diástole promovido pela diminuição da FC. • Melhora da capacidade funcional – Melhora do fluxo sanguíneo coronariano efeito que pode estar associado à regressão da aterosclerose ou melhora da função endotelial. • Controle de alguns dos fatores de risco para doença cardiovascular. Contraindicações Contraindicações Contraindicações Fases de um Programa de Reabilitação Cardiovascular • Tradicionalmente é dividida em fases temporais: – Fase 1: intra-hospitalar (UTI/quartos) – Fases 2: ambulatorial - até 02 ou 03 meses do evento. – Fase 3: crônica - a partir do 3 mês pós evento com supervisão selecionada a pacientes de moderado a elevado risco. – Fase 4: programa em longo prazo, com duração indefinida e não supervisionada. Fase 1 – Hospitalar • Pacientes hospitalizados após evento cardiovascular como: - Sd. coronária aguda ou após intervenção; - Cirurgia cardíaca de revascularização; - Prótese valvular ou correção de cardiopatias congênitas. Fase 1 – Objetivos • A Reabilitação Cardíaca (RC) fase I visa: - aumentar a confiança - diminuir impacto psicológico - evitar complicações - atenuar os malefícios do repouso - promover o retorno mais breve dos pacientes às atividades de vida diária. Fase 1 - Efeitos deletérios do repouso: • Tromboembolismo pulmonar e atelectasias • Alteração dos reflexos cardíacos • Redução da capacidade funcional • Redução do rendimento cardíaco • Aumento da depressão e ansiedade • Redução da massa muscular • Redução da volemia Fase 1 – Início • Inicia se com 12 a 24 horas do evento – Sem que o paciente tenha apresentado dor anginosa nas últimas 12 h. – Sem complicações como insuficiência cardíaca, arritmias complexas, instabilidade pressórica, embolia pulmonar e/ou sistêmica, processo infeccioso ou inflamatório em atividade e aneurismas ventriculares. • Essa fase se inicia na unidade de terapia coronariana e com continuidade na enfermaria até a alta hospitalar. (Consenso do Colégio Americano de Cardiologia e da Sociedade Americana do Coração) Fase 1 - Exercícios Os programas de RC na fase I envolvem atividades de baixa intensidade, como: • exercícios de mobilização precoce • sedestação • ortostatismo • Deambulação • subida e descida de degraus, • Exercício ativo assistido e ativo livre de MMSS e MMII • exercícios respiratórios • exercícios resistidos leves • relaxamento e alongamento. Fase 1 - Exercícios Tais exercícios são distribuídos em sessões diárias e/ou semanais com durações variadas e protocolos não padronizados, sendo a aplicação dos protocolos proporcionais às condições e fases clínicas dos cardiopatas. Fase 1 – Cuidados • Durante a permanência na UTI = contínua monitorização cardíaca, da saturação de O2 e da PA durante os exercícios. • As atividades executadas na UTI / UCO restringem-se a atividades leves com consumo calórico de no máximo 2 METs . • Os exercícios isométricos estão contraindicados na fase I por envolverem uma maior demanda de O2 pelo miocárdio. • Durante o exercício = Alguns sinais como fadiga, dispnéia, cianose, palidez, náusea e aumento da FC acima de 20bpm em relação a FC basal pode implicar em interrupção da sessão. Fórmula de KARVONEN FCt = FCrep + I x (FC max -FC rep) FCt - frequencia cardiaca de treinamento // FCrep - frequencia cardiaca de repouso // I - Intensidade FC reserva = FCmax - FC rep FC max = 220- idade Exemplo: Paciente 35 anos e com Fc repouso igual a 60 bpm FCt = FCrep + I x (FC max -FC rep) FCt - 60 + 0,6 (220-35-60) FCt= 60+75 Fct = 135 bpm (intensidade 60%) Fase 2 - Ambulatorial • É nesta fase que a exposição regular ao exercício promove um conjunto de adaptações morfológicas e funcionais. • Compreende o período de convalescença pós alta hospitalar até 02 ou 03 meses do evento coronariano e/ou pós operatório. – A avaliação inicial compreende avaliação médica, fisioterápica e teste de esforço. – Realizado o exame físico, estratificação de risco para atividade física de moderada intensidade, entre outros aspectos. Estratificação de risco Fase 2 - Objetivos • Melhorar a capacidade funcional do paciente • Melhorar a função cardiovascular • Conseguir modificações dos fatores de risco. • Ajudar o paciente a resgatar a autoconfiança depois do evento cardíaco. Fase 2 - Exercícios – 20 minutos de exercícios resistidos, – 30 minutos de condicionamento –5 minutos de desaquecimento/ relaxamento Queixas sintomas e qualquer informação adicional também devem ser anotados na ficha de evolução • Cada sessão tem duração aproximada de 60 minutos – 5 minutos de aquecimento, PA aferida no repouso, no pós condicionamento com carga e após o relaxamento FC verificada repouso, de 5 em 5 minutos no condicionamento e após o relaxamento Escala de Bor de 5 em 5 minutos no condicionamento. Fase 2 • Aquecimento (5 a 15 minutos) – Alongamentos: MMSS, MMII, lombar – Aeróbicos de baixa intensidade – Realizam se caminhada lenta (3 a 5minutos) Fase 2 • Condicionamento (20 a 30 minutos) – Exercícios aeróbicos; – Exercícios resistidos (início com cargas leves). Fase 2 • Condicionamento – Exercícios aeróbicos são realizados de forma contínua, intensidade moderada (submáxima) de médiaa longa duração e envolvimento de grandes grupos musculares Fase 2 • Relaxamento (5 a 10 minutos) – Exercícios respiratórios – Alongamento estático – Exercícios leves Fase 2 • Ao final de 3 a 4 meses, o paciente é reavaliado com um novo teste de esforço avaliação médica e fisioterápica, podendo ser encaminhado para a fase 3. • Educação - aulas sobre a doença cardiovascular e o controle dos fatores de risco também fazem parte dessa programação Fase 3 – Manutenção Ambulatorial/Clínica/Academia • População alvo - É recomendada para pacientes crônicos com estabilidade clínica. • Proporciona atividades de alta intensidade para melhor desenvolver a capacidade aeróbica e atingir o máximo da capacidade física, compatível com a capacidade funcional do coração. • Tem a duração de 6 a 12 meses, sendo aconselhável estender por tempo indeterminado como procedimento de manutenção da capacidade e profilaxia da aterosclerose • O monitoramento poderá ser menos rígido e a automonitorização deve ser estimulada, como a autochecagem do pulso, preparando o paciente para atividade domiciliar (fase 4) Fase 3 – Objetivos • Melhorar a condição física e endurance. • Produzir reduções a longo prazo dos fatores de risco coronarianos. • Alterar o perfil lipídico do paciente e outras variáveis, como a sensibilidade à insulina e glicemia. • Proporcionar ao paciente a oportunidade de alcançar um nível mais alto de função física, mental e social. Fase 3 - Benefícios • Controle da ansiedade e depressão • Controle do peso • Melhora da maioria dos parâmetros hemodinâmicos e metabólicos • Melhora na funcionalidade do sistema músculo esquelético • Melhor socialização que contribui para a continuidade da atividade • Preventiva: controlar cardiovasculares. e reduzir os fatores de risco das doenças • Curativa: restabelecer as funções cardiovasculares, permitindo ao cardiopata executar atividade física compatível com a capacidade funcional do seu coração. FASE 3 Fase 4 - Manutenção • A indicação de progressão para a realização de exercícios sem supervisão varia entre os programas de reabilitação. Fase 4 • O fisioterapeuta realiza ambulatorialmente a orientação da atividade domiciliar. – O paciente recebe um folheto com as principais recomendações e uma ficha de controle diário do exercício. • A cada 3 meses é realizada uma nova consulta para acompanhamento do paciente e reprogramação dos exercícios – Reforçar sobre a importância da continuidade da realização dos exercícios físicos Fase 4 • O atendimento também deve contemplar um programa educacional direcionado à modificação do estilo de vida. • É importante que o paciente obtenha conhecimentos sobre sua doença e aprendizado de automonitoramento – na execução dos exercícios – na identificação de sinais e sintomas de alerta para situações clínicas instáveis ou de risco. Reabilitação Cardiovascular • A duração da RCV pode variar conforme o quadro clínico e a evolução do treinamento físico. – O enquadramento, a manutenção ou a reclassificação do perfil de risco devem ser determinados pela avaliação e por reavaliações subsequentes. Fases da RCV
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