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1 MARKETING EM HOTELARIA 2 Sumário MARKETING EM HOTELARIA ................................................................ 1 NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 3 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 4 Caracterização da Hotelaria .................................................................... 5 A aplicação do e-marketing nas redes hoteleiras do Brasil ..................... 7 Ferramentas de e-marketing .................................................................... 9 Marketing Hoteleiro e a Fidelização ....................................................... 15 Diferenciação no Marketing de Serviços................................................ 16 Passos para a Fidelização ..................................................................... 17 Manutenção dos Clientes ...................................................................... 21 Gestão Estratégica ................................................................................ 22 Estratégias de Marketing de Serviços.................................................... 25 Conclusão .............................................................................................. 27 Referências ............................................................................................ 29 file://192.168.0.2/E$/PostagemNova/MBA/MBA%20EXECUTIVO%20EM%20HOTELARIA/MARKETING%20EM%20HOTELARIA/MARKETING%20EM%20HOTELARIA.docx%23_Toc63690773 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empre- sários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade ofere- cendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a partici- pação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber atra- vés do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 4 INTRODUÇÃO O turismo é um fenômeno marcante do mundo atual, pois se trata de uma atividade que vem crescendo a cada ano, despertando interesse em todas as nações. Desde o surgimento da indústria do turismo, em tempos imemoriais, até sua massificação na década de 1950 e seu crescimento sem precedentes du- rante as décadas de 1980 e 1990, todas as atividades associadas direta ou indi- retamente ao setor, dos quais a hotelaria é parte integrante de reconhecida im- portância, têm registrado inúmeros exemplos de negócios bem ou mal sucedidos em função principalmente da qualidade dos trabalhos de planejamento e desen- volvimento realizados previamente (TUCH ; SPOLON apud ANSARAH, 2001). Quaisquer dos pilares de sustentação ou atividades complementares ao turismo devem ser consideradas atentamente, pois falhas em suas estruturas comprometem a atividade como um todo e trazem resultados desastrosos. Den- tro de toda a gama de atividades que congrega o universo do turismo, quatro ocupam lugar de destaque: a hotelaria, o transporte receptivo, o entretenimento e a gastronomia. Sendo assim, o hotel, faz parte de um mecanismo essencial de um sis- tema de serviço à disposição da atividade turística, que tem evoluído de forma a constituir uma organização complexa que requer administração técnica e espe- cializada. Os pequenos hotéis não são exceção. Para acompanhar o cresci- mento do turismo, devem repensar seu posicionamento e sua aceitação en- quanto oferta turística e, desenvolverem novas tendências e incrementarem as já existentes. Segundo Ansarah (2001) com a descoberta de que o turismo poderia vir a ser grande gerador de empregos e fator decisivo no desenvolvimento de regi- ões, a hotelaria, teve de se adaptar às novas exigências do mercado para melhor atender a seus clientes. Criação de novos serviços, modernização de processos, informatização, profissionalização de pessoas, essa evolução é só o começo. A conjuntura atual dos pequenos hotéis exige dinamismo do dirigente e isto o força a manter integradas a concepção e a prática (a reflexão e a ação) como a única possibilidade comportamental em condições de gerar respostas efetivas para as necessidades de sua empresa e, ao mesmo tempo, compatíveis com sua disponibilidade. As empresas e os profissionais vêem-se diante de uma 5 constante exigência quanto ao seu aperfeiçoamento, tendo em vista os avanços tecnológicos, a quantidade de informações que surgem a cada dia e a sofistica- ção da concorrência. Para isso, algumas medidas precisam ser tomadas, destacando-se entre elas a utilização eficaz das estratégicas de marketing que, segundo Ferrell et al (2000), envolve a seleção de um mercado-alvo específico e a tomada de deci- sões em relação aos elementos cruciais do produto, preço, promoção e distribui- ção para satisfazer as necessidades dos consumidores desse mercado. A importância da utilização de estratégias de marketing nos hotéis resulta do propósito de atingir a adequação de suas potencialidades, forças e fraquezas, de modo a obter o resultado máximo possível às suas condições específicas. Caracterização da Hotelaria O produto turístico é constituído por três serviços: o transporte, a hospe- dagem e o atrativo, como lazer ou qualquer outra motivação para a viagem. A hotelaria é, então, um dos fatores basilares do turismo (PETROCCHI, 2002). De acordo com Castelli (1992), o hotel é dos principais suportes do roteiro turístico, e deve ser considerado um elemento de grande significado dentro de uma estratégia e de uma política de desenvolvimento turístico de uma região ou país. Corroborando com essa idéia, Petrocchi (2002: 19) Conceitua a empresa hoteleira como: a pessoa jurídica que ex- plora ou administra meios de hospedagem e que tenha em seus objeti- vos sociais o exercício da atividade hoteleira. A hotelaria é um subsis- tema do sistema de turismo e, como tal, interage com as demais partes e influencia, assim como é influenciada, pelo desempenho do todo. O sistema do turismo, por sua vez, está envolvido por outros sistemas mai- ores, em um meio ambiente em permanente processo de mutação e constituído por numerosos condicionantes sociais, políticos, culturais, tecnológicos, ambientais e econômicos. A partir do século XX, acompanhando o progresso tecnológico, os empre- endimentos hoteleiros passaram a ser considerados como uma oportunidade lu- crativa de negócio e, dessa forma, a estrutura hoteleira sofreu grandes transfor- mações. A preocupação, a partir de então, não era somente de oferecer des- canso e comida, mas também todo conforto com serviços de elevado nível. 6 As mudanças no meio afetam hábitos, valores e reações das pessoas, sugerindo nossos caminhos, preferências e tendências. O hotel partilha do mesmo futuro do núcleo turístico que se insere. Mesmo corretamente adminis- trado, o hotel pode ser levado a situações difíceis, em decorrência de problemas no sistema de turismo. São as externalidades, compreendidas pelas inevitáveis influências do meio sobre o hotel (Figura 1), como por exemplo, recolhimento do lixo, limpeza dasruas, serviços de receptivo, especulação imobiliária. Em todo hotel, sob um ponto de vista sistêmico, é possível considerar que existem três elementos básicos que devem ser levados em consideração: fator humano, fator material e fator financeiro, que, devidamente inter-relacionados por intermédio de uma administração dinâmica e flexível, permitem oferecer ao cliente um serviço de qualidade (CAVASSA, 2001). O hotel é considerado uma empresa de prestação de serviços e a “venda” destes serviços depende fundamentalmente de sua organização interna, para que os fatores externos atraiam e satisfaçam à clientela. Qualquer queda de ní- vel no funcionamento de um só de seus setores pode ter reflexos imediatos so- bre o próprio estabelecimento, atingindo todo o equipamento hoteleiro. Diante desta visão, Ansarah (2001) relata que o hotel, como todo equipa- mento voltado para o setor de serviços, é um produto intangível, percebido como uma experiência. Deve ter uma expressão traduzida em um projeto coerente e que vá ao encontro das necessidades e dos desejos do consumidor, dos anseios dos investidores e das tendências de mercado, com vantagem competitiva sobre os concorrentes. Mckenna (1993) por sua vez, ressalta que os mercados estão passando por transformações muito rápidas, o que implica em que as empresas precisam ser ágeis para responder aos desafios da competição. E para que possam ser 7 bem-sucedidas nesse ambiente competitivo precisam praticar estratégias de marketing que representem um conjunto de esforços para manter um relaciona- mento comercial duradouro e estável com seus clientes. Neste contexto, para acompanhar o crescimento do turismo e diante das mudanças econômicas, políticas e sociais, a hotelaria deve repensar seu posici- onamento e sua aceitação enquanto oferta turística e desenvolver novas tendên- cias e incrementar as já existentes. A hotelaria necessita de um direcionamento e atuação mais precisa para conquistar o mercado. Assim, a utilização de estratégias de marketing é decisiva para o sucesso e diferencial desse segmento hoteleiro. A aplicação do e-marketing nas redes hoteleiras do Brasil O marketing gradualmente foi adequando-se às necessidades do mer- cado e principalmente dos clientes, à medida que cresce o número de usuários da Internet e o propósito de atingi-los de forma eficaz. Na literatura especiali- zada, o termo “e-marketing” tem diversos sinônimos, como “web marketing”, “on- line marketing”, “marketing interativo” ou “marketing digital” e se aplica a todas as atividades de marketing realizadas a partir da Internet. (Corfu, 2002).O e-com- merce (electronic commerce), do mesmo modo, vem mudando a prática de mar- keting no setor do turismo. A partir das novas tecnologias disponibilizadas pela Internet, as organizações podem melhorar a competitividade com o aumento da sua visibilidade, reduzindo custos e reforçando a cooperação local. (Buhalis, 2000). O investimento em e-marketing (electronic marketing) faz com que a em- presa possa alavancar os negócios na Internet e, como consequência: (i) Obter o fortalecimento da marca, (ii) Gerar conteúdo e aumentar a credibilidade na interação com o con- sumidor, (iii) Destacar-se em sites de busca, e (iv) Garantir sua presença no mercado online. 8 A globalização, as TICs e as redes sociais tiveram forte impacto no rela- cionamento das organizações com o consumidor, ajustaram novos hábitos de consumo, alteraram características financeiras, políticas e sociais e, para tanto, as ações de e-marketing foram e são essenciais. (Torres, 2009). Dessa forma, o primeiro passo a ser dado pela empresa que pretende inserir-se neste ambiente digital é a utilização de páginas digitais (websites, blogs, microsites e portais); anúncios e propagandas online em páginas de terceiros como links patrocinados e media buying (publicidade paga). Neste sentido, a função do e-marketing é gerar conteúdos em canais di- gitais como blogs, sites e mídias sociais (redes sociais como Facebook, Goo- gle+, Twitter, Linkedin, Slideshare, Instagram), que têm o poder de difundir uma mensagem de forma descentralizada aos grandes meios de comunicação de massa e divulgar conteúdo ao mesmo tempo em que permitem alguma relação com outras pessoas, tal como jogos, aplicativos e também da forma paga, seja por meio de banners, anúncios ou qualquer outro conteúdo pago publicado na Internet. “As mídias sociais modificaram a forma das organizações se relaciona- rem com os turistas e a forma dos turistas se relacionarem entre eles [...]” (Lim- berger, Anjos, Meira & Anjos, 2014, p.64). E os consumidores estão tomando decisões de compra baseado em informações encontradas na internet (Rosario, Rodríguez & Peréz , 2013). Na última década, a Internet se tornou um importante canal de comunica- ção e comercialização de produtos e serviços. Com a popularização da tecnolo- gia e a facilidade de acesso e um número cada vez maior de usuários utilizando esta mídia, as organizações têm procurado o novo canal como uma opção para atingir e conquistar mais clientes, tanto com suas mensagens publicitárias, como também com seus canais de comercialização. (Fuchs, Eybl, & Höpken, 2011). As mídias sociais representam um instrumento de comunicação dinâmico e de ampla aceitação em detrimento à publicidade na Internet (Saß, 2011). O setor de turismo no Brasil demonstra crescimento no número de usuá- rios ativos dos sites de hotéis, da ordem de 132% entre dezembro de 2010 e dezembro de 2011, chegando a 5,8 milhões de visitantes, ou seja, 12,5% do total de internautas brasileiros, segundo o Ibope Nielsen Online. (Ibope, 2012). 9 Em 2012, o setor de turismo brasileiro representava a sexta economia turística do planeta, tendo participação de 3,7% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e R$ 103,7 bilhões em valores, segundo apontou pesquisa do IBGE, realizada em parceria com o Ministério do Turismo (MTur). O setor de turismo cresceu 32,4% entre os anos de 2003 e 2009, enquanto a economia brasileira apresentou crescimento de 24,6% no mesmo período. Seguindo esta expansão, os meios de hospedagem estão em segundo lugar no ranking de produtos turís- ticos mais vendidos na Internet, atrás apenas das passagens aéreas; em terceira e quarta posições aparecem os aluguéis de carro e os passeios. (Brasil, MTur, 2013). É essencial que as organizações responsáveis pela gestão dos meios de hospedagem e empreendimentos turísticos em geral acompanhem a evolução do ambiente que envolve todo este fenômeno, que é a Internet, procurando per- ceber e acompanhar o evoluir do perfil dos usuários e que possam adaptar-se as mudanças que se revelam (Porter, 2001). Desta forma, este trabalho visa analisar as ferramentas de e-marketing utilizadas pelas redes hoteleiras nacio- nais e internacionais no Brasil para relacionamento com os clientes e conse- quente utilização do e-commerce. Para alcançar este objetivo, serão identifica- das as ferramentas utilizadas como formas estratégicas para o alcance do cli- ente, bem como a influência que elas exercem para transações eletrônicas ou e- commerce. Também é importante considerar que o tamanho e a importância do setor, assim como o número de redes participantes, são preponderantes para a dupla atuação dos competidores, que precisam investir para aumentar a sua eficiência, definir estratégias agressivas de marketing e aprimorar o seu canal de vendas. A dinâmica do ambiente, por sua vez, impõe um constante olhar para o mercado, tornando-se um elo de valor entre a hotelaria e o consumidor. Ferramentas de e-marketing O e-marketing, não sem razão, tem sido cada vez mais utilizado no ambi- ente empresarial com a adoção de novas estratégias para atingir seu público consumidor. O formato digital tem como ponto central o consumidor e exige, a 10 partirdas plataformas digitais, que a empresa se aproxime dele e entenda o seu comportamento, possibilitando uma adequada formulação de suas estratégias. Lim (2008) comenta que a pressão dos clientes para a adoção das TICs pelos hotéis está positivamente associada ao desempenho da estratégia de re- tenção de clientes. Bai, Hu & Jang (2006) complementam afirmando que as gran- des empresas hoteleiras bem como as redes de hotéis são as que mais se pre- ocupam com as estratégias de relacionamento com os clientes. Na avaliação de Gilbert & Powell-Perry (2002), os pesquisadores têm observado que o número de hotéis que usam a web para se aproximar do cliente para retê-lo a longo prazo é pequeno. Assim também entendem Gan, Sim, Tan & Tan (2006) quando men- cionam que a adoção do marketing de relacionamento online está efetivamente associada à classificação de hotéis. Outro aspecto importante do e-marketing alude à influência interpessoal online ou a boca a boca online (e-WOM ou electronic Word of Mouth), prática classificada como a fonte de informação mais importante quando um consumidor está fazendo uma decisão de compra. Estas influências são especialmente im- portantes no setor de turismo e hotelaria, pela intangibilidade dos produtos que comercializa. Quando o boca a boca se torna digital, a Internet induz novas for- mas de captura, análise, interpretação de dados, essencial para conhecer a in- fluência que um consumidor pode ter. A influência interpessoal emana da opinião de líderes para seus seguidores e também se espalha como resultado de rela- ções entre os seguidores. (Litvin, Goldsmith, & Pan, 2008). Um estudo elaborado por Litvin, Goldsmith & Pan (2008) também destaca o crescente número de consumidores conectados e, assim, expostos e influen- ciados por diferentes sites de viagens e hotéis, evidencia a importância de as organizações adotarem as novas tecnologias e desenvolverem estratégias para incentivar o e-WOM (electronic word of mouth ou boca a boca online) no marke- ting de hotelaria, com destaque para e-mails, websites, blogs, comunidades vir- tuais e salas de papo. Esses novos modos de comunicação são território fértil para a disseminação do e-WOW. 11 As pesquisas demonstram como o e-marketing e o e-commerce estão in- seridos de forma automática nas atividades dos profissionais do segmento de hotelaria, preocupados com estratégias de marketing de relacionamento. (Abella Garcés, Gorgemans, Sánchez Martinez, & Pérez Pérez, 2004; Wu, 2004; Gre- gory, Kline, & Breiter, 2005; Gan, Sim, Tan, & Tan, 2006; Iordache & Voiculet, 2010; Mondo, Dellinghausen, & Costa, 2011). A precisão da segmentação dos clientes influencia o desempenho do pla- nejamento personalizado de marketing (Kurata & Bonifield, 2007). Igualmente importante para o desenvolvimento de uma estratégia de marketing eficaz é a iniciativa de focar no cliente individualmente, observando o seu comportamento enquanto coleta informações, sem olvidar a definição de novos clientes-alvo. (Iordachi &Voiculet, 2010; Wu, 2004; Litvin, Goldsmith, & Pan, 2008; Rong,Vu, Law, & Li, 2012). A tecnologia revolucionou a forma como os usuários interagem com orga- nizações e/ou marcas, produtos e serviços; ela tem alterado pessoal e profissio- nalmente o cotidiano das pessoas, e não tem sido diferente no que tange ao relacionamento das empresas com seu público-alvo. Atualmente, as redes soci- ais são o principal canal de comunicação para atrair novos clientes, bem como para melhor atender as suas necessidades. O propósito das redes sociais é unir pessoas que buscam informações em comum. Assim, elas se tornam importantes instrumentos estratégicos para empre- sas de todos os portes e de todos os setores da economia, oportunizando van- tagens. A cada dia, o novo cliente está mais familiarizado com o ambiente virtual e apto a realizar distintas atividades online, inclusive compras. Os consumidores têm exposto na Internet suas impressões sobre fornecedores e produtos e isto, não raro, intervém no processo de escolha e compra de um produto ou serviço. (Buhalis; 1998; Tecnohotel, 2013). Para impulsionar os negócios, as organizações estão apostando no social shopping, definido como uma nova forma de e-commerce que se instalou na so- ciedade da informação moderna, também nominado de s-commerce, e objetiva aproximar os produtos dos usuários. De acordo com Sánchez (2009, p. 18), com 12 o s-commerce, pretende-se “facilitar a compra e a venda de produtos e serviços através do tecido virtual das redes sociais”. Neste universo, as empresas encon- tram canais para potencializar as suas vendas, além de se conectarem com o um público-alvo mais numeroso. Pode-se dizer atualmente que a Internet é móvel, pois o usuário não pre- cisa mais ficar diante de um computador para estar online; basta apenas ter con- sigo um tablet e/ou um celular em qualquer lugar. O impacto que tablets e smar- tphones têm tido no e-commerce em um período relativamente curto de tempo é surpreendente. Dados pesquisados em 2012 revelam que três em cada dez usu- ários de tablet ou celular compraram passagens aéreas ou reservaram unidades habitacionais (UHs) nos Estados Unidos. Em 2011, o número foi menor (26%). Em comparação, mais de oito em cada dez usuários de web móvel verifi- caram mapas e localizações através de um telefone celular e mais da metade pesquisou viagens e destinos. Este levantamento permitiu prever para o ano de 2014 um aumento em viagens de negócios e lazer mais do que o triplo, quando as reservas realizadas por dispositivos móveis atingirem cerca de 25 bilhões de dólares nos Estados Unidos. (Phocus Wright, 2013). Também é fundamental compreender o comportamento dos usuários des- ses dispositivos como relevante para o desenvolvimento de segmentos de clien- tes e personalização de site. O comércio móvel ou m-commerce está surgindo (163.000 milhões dólares em todo o mundo até 2015) e as viagens não são ex- ceção: as reservas móveis de viagens são projetadas para exceder oito bilhões de dólares já em 2013, nos EUA. (DeWitt, 2013). Em 2013, registrou-se um acréscimo de 27,1% de todas as consultas de viagens realizadas em dispositivo móvel. Para o hotel, o item “reserve agora” deve estar bem visível na página e ligada diretamente ao departamento de re- servas do hotel ou da rede hoteleira. A coleta de informações (período da hos- pedagem, número de pessoas, opções de serviços etc.) deve ser direta, com menus de toques fáceis para a seleção de opções. 13 Finalmente, o processo de reserva precisa ser protegido e seguro, inclu- indo telas de confirmação para assegurar a confiança do comprador relativa- mente aos procedimentos. Constata-se, pois, que a presença da empresa em mídias de dispositivos móveis tornou-se uma necessidade vital para a sua con- tinuidade no mercado. (Tecnohotel, 2013). No Quadro 1, apresentam-se as ferramentas de e-marketing mais utiliza- das atualmente pelas organizações que desejam estar presentes neste seg- mento de mercado, a fim de acompanhar e conquistar clientes e/ou clientes po- tenciais. http://www.scielo.mec.pt/img/revistas/tms/v10n2/10n2a14q1.jpg 14 Outro importante registro alude ao fato de que os viajantes gostam de com- partilhar seus planos de férias e atividades com seus seguidores e, na mesma trilha, usuários de smartphones querem compartilhar experiências no exato mo- mento em que ocorrem, como por exemplo, a sua estada na piscina ou no bar do hotel. Os recursos de compartilhamento social são, portanto, maneiras de os clientes dos hotéis se tornarem embaixadores da marca, ou seja, unidos ao Twit- ter, compartilhando e-mails e cliques pelo celular, os visitantes podem facilmente partilhar os seus planos de viagem e construir o boca a boca digital (e-WOM) para a rede hoteleira. (Minube, 2013). 15 Marketing Hoteleiroe a Fidelização Conforme diz Lara (2001), o marketing que conhecemos é o resultado de uma evolução recente, que era relacionada apenas com a realização das ven- das. O marketing hoteleiro atualmente tem a finalidade de buscar alternativas inovadoras para fidelizar os clientes e atrair novos mercados. Barreto (2003) mostra que a fidelidade do cliente gera não somente lucro para a empresa, mas evita desperdícios na reconquista destes. Segundo Kotler (2001), conquistar novos clientes custa de cinco a sete vezes mais do que manter os já existentes. Então, o esforço na retenção de clientes é, antes de tudo, um investimento que irá garantir aumento das vendas e redução das despesas. As ações de planejamento são decisivas para o sucesso e deve levar em conta a parte mais importante e interessada do processo: o hóspede. Para que isto ocorra é necessário um planejamento do setor de marketing de um meio de hospedagem, e segundo Feijó (2002), este planejamento pode ser dividido em duas áreas: planejamento de marketing (organização do produto, promoção, co- mercialização e comunicação) e em planejamento interno (destinado a organizar o funcionamento do hotel, é de responsabilidade da gerência). Conforme Feijó (2002) para o hóspede o produto hotel é intangível, pois ele quer apenas des- canso, prazer, lazer, ou seja, diversão. "Quem viaja necessita de hotéis e consome produto hoteleiro. Este pro- duto deve vir ao encontro dos desejos e necessidades de segmentos específicos de mercado. Daí a importância do marketing hoteleiro" (CASTELLI, 2001 p. 122). Assim, a prática do marketing hoteleiro deve ser constante. O hoteleiro, não pode limitar-se a satisfazer apenas as necessidades presentes; precisa ob- servar as tendências que o mercado oportuniza preparar-se para satisfazer as necessidades futuras, sob pena de perder competitividade do mercado. Uma forma eficaz de aumentar o relacionamento com os clientes é recom- pensando-os pela preferência. Kotler (apud Lara, 2001, p. 134) define o marke- ting de relacionamento como "a forma de criar, manter e acentuar relacionamen- tos sólidos com os clientes e outros públicos". Porém o objetivo deve ser atingido no logo prazo, para isso é necessário que toda a equipe do hotel se envolva com a causa de fidelizar clientes e objetivem servi-lo como ele gostaria de ser servido. 16 Um hóspede poderá ser considerado cativo, na concepção de Viera (2003) a partir do momento em que o hotel sentir que o cliente é fiel e leal, então o cliente demonstrará alguns aspectos, como: Satisfação geral com o hotel; Continuidade na realização de negócios com o hotel (hospedagem, eventos e freqüência no restaurante); Recomendação dos serviços a amigos e parentes. Segundo Castelli (2001) o marketing hoteleiro fundamenta-se em três pi- lares fundamentais: Orientação para cliente: O hotel deve voltar-se para aquilo que o cliente quer e deseja, isto é, para as suas necessidades e não para as necessidades do pro- prietário do hotel; Satisfação do cliente: Satisfazer o cliente é saciar seus desejos e necessida- des. O cliente é satisfeito na medida em que o hotel supre esses desejos e ne- cessidades. Para que isto ocorra, é preciso que o hotel como um todo se volte para o cliente, ou seja, que o hotel em seus aspectos físicos e de atendimento venha ao encontro do bem-estar e satisfação do cliente; Ação integrada: O hotel precisa articular-se não apenas com seus seto- res, mas também com empresas afins, buscar parcerias com fornecedores, por exemplo, deve agir de maneira integrada. É preciso criar a consciência do mar- keting integrado, desenvolver a visão sistêmica, para que possa haver uma con- vergência das ações para a satisfação do cliente. O que o hotel deve pretender é a obtenção de lucro e diminuição de des- pesas através da satisfação se seus hóspedes. Diferenciação no Marketing de Serviços Segundo a American Marketing Association (2001): Serviços são produtos que são intangíveis, ou pelo menos o são de forma substancial. Se totalmente intangíveis, são comercializados diretamente do pro- dutor para o usuário, não podem ser transportados nem armazenados, e são quase instantaneamente perecíveis. Os produtos de serviço são freqüentemente difíceis de serem identificados, uma vez que passam a existir ao mesmo tempo em que são comprados e consumidos. São compostos de elementos intangíveis inseparáveis, geralmente envolvem a participação do cliente de alguma maneira 17 importante, não podem ser vendidos no sentido de transferência de propriedade, e não têm direito de posse. Segundo Oliveira (2001), estes são de maneira geral os elementos funda- mentais estudados pelo marketing de serviços: a intangibilidade, perecibilidade, inseparabilidade e relação com o cliente, que juntamente com a uniformidade e o esforço do cliente, formam de acordo com Churchill e Peter (apud Oliveira 2001) o conjunto de características que distingue serviços e bens. Um exemplo prático em um hotel é a cama que embora esteja inserida no contexto do serviço (intangível), assume característica tangível. O marketing de serviços vem ganhando importância em todo o mundo, "é provavelmente o setor do comércio de mais rápido crescimento e incluem viagens, entretenimento, edu- cação dentre inúmeros outros". (OLIVEIRA, 2001). Este crescimento provém de inúmeras razões, as principais são relacio- nadas à natureza dos negócios, às mudanças no comportamento da sociedade, às atitudes das pessoas e no padrão de vida que elas têm. Dessa forma as empresas que melhor agregarem serviços aos produtos em escala cada vez mais crescente, poderão estar estabelecendo vantagem competitiva. Passos para a Fidelização Kotler (2001), diz que: "Marketing é a ciência e a arte de conquistar e manter clientes e desenvolver relacionamentos lucrativos com eles". Baseado nisso Lara (2001) concluiu que não basta ter compradores de seus produtos/serviços, é necessário tornar estes clientes lucrativos, ou seja, usuários fiéis. Conforme Kotler (2001) e Lara (2001), a fidelização de clientes passa por vários estágios: comprador, cliente eventual, cliente regular, associado, parceiro e co-proprietário que serão descritos a seguir. Comprador Quando um hóspede compra pela primeira vez uma diária em um hotel, ele já está formando um conceito sobre este hotel. Ele forma uma opinião sobre a compra que fez e sobre o fornecedor, no caso o empreendimento. Até decidir sobre o produto/serviço, ele desenvolverá uma expectativa baseada nas infor- mações que recebeu anteriormente, no que o vendedor lhe prometeu. Após o uso, ele terá um conceito próprio sobre o serviço que utilizou. 18 A probabilidade que este cliente volte está intimamente ligada com o nível de satisfação que teve em relação à primeira compra. Se ele está satisfeito, é provável que ele retorne, mas se ele estiver insatisfeito ou indiferente, ele não voltará mais, a não ser que tenha outra opção, o que é difícil ocorrer devido a alta concorrência. Segundo Kotler (2001), as pesquisas de Índice de Satisfação do Cliente (ISC) demonstram que o cliente tende a ficar descontente em média em 25% dos casos. E em 95% destes clientes não reclamam, por acharem que não valerá à pena, ou não sabem como ou a quem dirigir a crítica. Por este motivo, torna- se imprescindível a utilização de questionários de pesquisa para medição da sa- tisfação dos clientes. Desta forma o hotel poderá mensurar o que está de errado com a parte operacional ou de vendas. Caso contrário, o hóspede que teve uma insatisfação com o empreendimento poderá contar para até onze pessoas sobre a sua de- cepção, e estas pessoas poderão contar para outras, fazendo que a "fama" ne- gativa do hotel se espalhe geometricamente, conforme diz estudo da área Kotler (2001). Assim, a empresa pode perder não somente o cliente insatisfeito,mas deixar de vender seus produtos/serviços para os outros clientes potenciais que, por serem influenciados por uma crítica ao estabelecimento, decide não ir até o hotel. O hotel deve aceitar a reclamação do hóspede, ao invés de arrumar des- culpas para se defender, mas sim ir a fundo para saber o sentido desta queixa. A pessoa encarregada deve ter capacidade de empatia para facilitar o diálogo com o hóspede e dar atenção a ele. Pois muitas vezes a pessoa não quer uma recompensa monetária, mas sim ser ouvido e se sentir importante por isso. Kotler (2001), afirma que os clientes que tiveram suas reclamações aten- didas tornam-se clientes mais fiéis do que aqueles que nunca se sentiram insa- tisfeitos. Outra maneira de recuperar o cliente é oferecendo-lhe desconto na conta, ou em futuras oportunidades, assim como jantares de cortesia, mostrando para o cliente que ele é importante para o hotel. Cliente Eventual 19 Os clientes podem ser classificados de várias maneiras, segundo Lara (2001), uma delas é a frequência que se hospedam no hotel e a quantia que gastam a cada vez que veem. As organizações descobriram que quanto mais os clientes permanecem com um fornecedor, mais lucrativos eles ficam. Isso é com- provado por alguns fatores: Quando pensam em se hospedar em uma determinada cidade, logo vem a mente o hotel que já se hospedou outras vezes; A confiança entre o cliente e a empresa gera ganho de tempo e redução de custos para ambas as partes. Quando uma pessoa pensa em se hospedar em determinado hotel no qual sem- pre retorna, a negociação torna-se mais fácil, pois ambos já conhecem as ne- cessidades de cada um; Clientes muito satisfeitos e com tradição de compra recomendam os serviços de determinado empreendimento para amigos a pa- rentes; Clientes de longo relacionamento não sentem-se agredidos quando acontecem aumentos de tarifas, acreditam que estes são justificados. Uma grande lista de clientes repetitivos gera ganhos ao hotel. Por este motivo, a empresa deve demonstrar que gosta que aquele cliente frequente es- teja no hotel, por isso deve servi-lo muito bem. Cliente Regular Existe uma pequena diferença entre cliente e consumidor, que gera con- fusão em muitas situações. Os consumidores comprarem os produtos/serviços, porém a empresa não tem uma relação direta e personalizada com o comprador. Diferentemente do cliente, que a empresa conhece, chama-o pelo nome. Conforme Lara (2001) demonstra, nestes casos entra em jogo um bom software de banco de dados que consegue gerar muitas informações sobre de- terminado hóspede, podendo conquistar a empatia deste. Outra forma de con- quistar o cliente é fazer com que seus pedidos sejam atendidos prontamente. Alguns hotéis têm uma pessoa encarregada pela verificação do bem-estar do hóspede, chamam-nos de guest relations. Onde após 20 minutos que a solicita- ção do hóspede foi realizada, o guest relation contata o cliente para saber se este foi bem atendido. Outros hotéis já dispõem de serviços especiais para hóspedes que já se hospedaram várias vezes, como cesta de frutas/flores ou brindes que podem ser úteis para um determinado segmento de mercado. Associado 20 Para conseguir que os clientes permaneçam fiéis ao empreendimento, os hotéis criam espécies de associações para que estes recebam descontos e ob- tenham vantagens a cada vez que se hospedarem no local. Existem vários modelos de "clube de vantagens" ou "cartão fidelidade", alguns são para o público em geral, outros, apenas para convidados seletos, isto varia de empresa para empresa. Hoje, a maioria das redes de hotelaria tem pro- grama como este; alguns oferecem desde saída depois da hora normal, até prê- mios e viagens gratuitas. Em alguns casos, companhias aéreas, locadoras de veículos e redes ho- teleiras fazem parcerias para oferecerem cartões de fidelidade para seus clien- tes, possibilitando a estes utilizarem seus cartões para qualquer serviço que es- teja na parceria proposta. Segundo Kotler (2001), atualmente as empresas já estão treinando seus recepcionistas para que estes perguntem aos hóspedes se eles possuem o car- tão de fidelidade para poder pontuar no programa de fidelidade. Em pesquisa realizada pela Radisson, 70% dos clientes entrevistados disseram que isto influ- encia na escolha pelo local onde irá se hospedar, e nos primeiros 18 meses, o programa Radisson Key Rewards gerou 75 milhões de dólares em receita, com- provando que os clientes quando fidelizados geram lucro para as empresas. Porém conforme conta Lara (2001), alguns fatores são essenciais para que um programa de fidelidade tenha sucesso, são eles: Reconhecimento dos membros; Benefícios percebíveis que realmente acrescentam valor; Serviços exclusivos para os participantes; Símbolos que di- ferenciem o associado do cliente normal (cartões, etiquetas de bagagem...); Ên- fase na resolução de pequenos problemas; Simplificação e praticidade na com- pra de produtos/serviços. Porém especialistas afirmam que quando a concorrência também oferece programas semelhantes, a fidelidade fica comprometida. Assim, Lara (2001), conclui que benefícios e prêmios somente não vendem, ou seja, os níveis de desempenho da satisfação do cliente é que conseguem atrais os clientes e ca- tivá-los. Parceiro Uma nova e interessante maneira de se conquistar para sempre um cli- ente é formando uma parceria com ele. Organizar debates com os clientes, pedir 21 opiniões sobre novos projetos e sugestões, objetivando descobrir o que o cliente acredita que possa ter de novidade do empreendimento para que ele possa vol- tar mais uma vez. Dessa forma, a empresa acaba por encurtar a distância que existe entre ela e o cliente, comprometendo-se de forma duradoura a aprender com o cliente e sobre ele. Segundo Lara (2001), entender a capacidade um do outro cria uma cadeia de qualidade, usufruindo de confiança, visão compartilhada e troca de informações para uma perspectiva do futuro. Algumas agências parceiras devem conhecer os serviços que o hotel ofe- rece a seus hóspedes, assim, estas podem atender melhor a determinados seg- mentos do mercado, onde o hotel também poderá satisfazer melhor as necessi- dades dos clientes, pois fica mais bem informado das tendências do mercado. A agência na hora de efetuar a reserva de um cliente em determinado hotel par- ceiro, ela pode perguntar sobre algumas informações sobre o que o cliente gos- taria que tivesse no hotel. E o hotel poderá agregar este serviço para este cliente em especial ou para outros que também o desejarem, sem que cobrem por este serviço adicional. Outra alternativa para se descobrir as necessidades de seus hóspedes é utilizar e-mail, Intranet, ou o conhecido questionário de satisfação de clientes. Co-proprietário Segundo Lara (2001), existe hotéis em que alguns hóspedes são proprie- tários legais de apartamentos. São os apart hotéis. Estes são administrados como um hotel normal, porém o proprietário tem o direito de usufruir de seu apar- tamento com algumas vantagens e serviços especiais. Estes, por sua vez, po- dem ou não colocar seu apartamento no pool, ou seja, colocar para a adminis- tradora sublocá-lo ao público em geral. Isto pode ser definido em contrato assi- nado por ambas as partes. Algumas redes internacionais já utilizam este serviço: Transamérica, Sol Meliá, Choice, Blue Tree, entre outras, e garantem que é uma das melhores formas de se conquistar e fidelizar um cliente. Manutenção dos Clientes Como citado anteriormente, uma alternativa econômica e em muitas ve- zes eficaz para se mensurar o grau de satisfação de um cliente, é fazer com que 22 este entenda a necessidade e preencha coerentemente o questionário de satis- fação. Conforme diz Castelli (2001), "é preciso sentir o cliente, após o término de seu compromisso com o hotel, se tudo correudentro das expectativas previstas e se o consumo do produto/serviço foi do seu agrado". E medir o grau de satis- fação do cliente é uma das partes do marketing hoteleiro. A manutenção dos clientes é realizada em entrevistas periódicas, conta- tos por telefone, ou preenchimento de ficha cadastral e questionário de satisfa- ção do cliente. Assim o empreendimento pode: Obter novas informações sobre os clientes, novas necessidades, e sobre possível intervenção da concorrência junto ao cliente; Melhorar o relacionamento com o cliente, a empresa que conseguir melhorar este relacionamento com o cliente poderá mais facilmente negociar com o hóspede; Conhecer as necessi- dades e os desejos do hóspede em relação ao hotel; Atualizar o cadastro dos clientes conforme mudanças de telefones, endereços, estado civil, etc.; Mostrar ao cliente novidades do hotel, em termos de promoções, pacotes e descontos. Cabe a empresa conservar o cliente, sobretudo porque a concorrência o está cercando constantemente. Porém se o cliente se demonstrou indiferente ao contato do hotel, este não deve ser considerado tão importante, o hotel deverá concentrar seus esfor- ços e sua atenção em outros clientes, os quais gostaram de serem contatados pela empresa, separando os clientes mais rentáveis para manter frequentemente contato com o cliente. Gestão Estratégica Atualmente, as empresas estão trabalhando fortemente para se equiparar às vantagens competitivas do mercado ao qual estão inseridas. A concorrência, para atender esse mercado, passa pela sobrevivência do mais apto, do mais competente e o diferencial competitivo será a forma como se administra a orga- nização. Para competir e se diferenciar diante desses novos desafios, além dos novos procedimentos que atendam aos padrões de qualidades exigidas, é pre- ciso rever as estratégias de direção e controle das organizações. Atualmente, estratégia é uma ferramenta gerencial imprescindível para as empresas. 23 De acordo com Ansoff (1997), as empresas são organizações que pos- suem finalidades próprias e um conjunto de objetivos, a serem alcançados, tra- çados através de seus planos para o futuro. Ainda segundo Ansoff (1997), vários podem ser os tipos de objetivos de uma empresa: obtenção ou maximização do lucro, retorno financeiro ou econômico para os acionistas, sobrevivência no longo prazo entre outros. Qualquer que seja o objetivo que uma empresa possa expressar, a mesma precisa se organizar administrativamente, através de um conjunto de de- cisões, cuja existência está ligada à obtenção de seus objetivos. Quando este conjunto de decisões está preocupado com os aspectos externos da empresa (incluso o mercado e suas relações), a questão da visão de longo prazo, da abordagem sistêmica, dentre outros fatores, está-se diante de decisões de na- tureza estratégica. De acordo com Vieira (2002), o conceito de estratégia envolve dois as- pectos: um externo e outro interno. O aspecto externo refere-se ao ambiente que envolve a organização e com a qual ela interage. A estratégia surge como uma resposta aos desafios ambientais. O aspecto interno diz respeito à necessidade da empresa, em seus processos e estrutura, de estar adequada aos desafios estratégicos. Ou seja, internamente é preciso que haja ajuste entre todas as ati- vidades, a fim de que a administração estratégica flua de modo satisfatório em termos de seus resultados. Portanto, as estratégias que não criam ou alavancam a mudança para a vantagem da empresa não induzem o mercado, ou seja, são incapazes de ofe- recer os bens e serviços de fato almejados pelos clientes, mais rápidos do que os concorrentes. É necessário entender as necessidades dos consumidores e avaliar as capacidades e recursos da empresa, em relação aos da concorrência, para satisfazê-los melhor e conquistar vantagem competitiva sustentável. Sendo assim, as incertezas geradas pelas turbulências do ambiente ex- terno e a necessidade de preparar a organização para o futuro, garantindo a criação e a multiplicação de seu valor, nessas condições, determinam a neces- sidade da previsão e projeção do rumo a ser seguido para alcançar uma vanta- gem competitiva defensável e sustentável ao longo do tempo. Tem, assim, uma 24 maior importância, a gestão estratégica, elemento que aglutina a cultura da em- presa, suas políticas com clientes e outros atores, em seu processo de criação de valor. Fahey e Randall (1999:8) afirmam que o desafio central da gestão estra- tégica é a necessidade de construir os alicerces para o êxito nos mercados de amanhã e de sustentar, ao mesmo tempo, a competição valiosa nos mercados de hoje. O ambiente em que os êxitos de amanhã serão conquistados provavel- mente será muito diferente do ambiente com que se depara a empresa. Os pro- dutos mudam com o lançamento de novas variedades pelos concorrentes, por vezes, alterando radicalmente a natureza da oferta aos clientes. Novos concor- rentes ingressam em mercados de longa tradição, com novos conceitos de como servir e satisfazer os clientes. Para ser bem-sucedida no novo ambiente do amanhã, as empresas de- vem submeter-se a mudanças significativas e adaptar-se a elas. Estas são ra- zões que situam o conflito entre as demandas do presente e as exigências do futuro no cerne da gestão estratégica. A mudança é a preocupação central e o foco da gestão estratégica: a mudança no ambiente, a mudança dentro da em- presa e a mudança em como a empresa estabelece os elos entre a estratégia e a empresa. Sendo assim, mudança significa que as empresas nunca devem ficar satisfeitas com as suas realizações (FAHEY; RANDALL,1999). De acordo com Petrocchi (2002), a gestão estratégica olha permanente- mente para fora e para dentro da organização, buscando avaliar oportunidades e ameaças e alterando rumos para atingir objetivos e, sobretudo, buscando so- breviver. Como exemplo, tem-se a hotelaria que é muito afetada por influências externas, tais como, o desempenho do sistema de turismo onde estão inseridos cenários socioeconômicos, mudanças em tecnologia, regulamentações gover- namentais, alterações nos preços de insumos, qualidade nos serviços públicos da região, disponibilidade de recursos humanos, preservação do meio ambiente, existência de cultura associativa, etc. O gestor da hotelaria tem necessidade de monitorar o meio ambiente como forma de se adaptar a um permanente processo de mudanças. Entende- se que através de uma gestão estratégica uma empresa estabelece uma forma organizada para que, dentro de um ambiente competitivo, possa vir a obter os 25 resultados necessários para a sua manutenção e/ou crescimento, bem como ori- entar de forma precisa e clara todos os agentes produtivos da organização para que busquem os resultados planejados e, através da sinergia de todos, mante- nham o foco dos negócios da organização. Estratégias de Marketing de Serviços A competição do mercado, as novas técnicas, os novos conceitos de com- pra e venda necessitam de ações eficientes rumo à prosperidade das empresas. Atualmente, ao se observar as organizações pode-se perceber que estas estão em constante mudança, e isto ocorre rapidamente em cada setor das atividades social, econômica, política e cultural. Cabe perceber também, que frente a essa dinâmica, poucas são as orga- nizações que conseguem sobreviver com os novos desafios. Para se acompa- nhar toda essa complexidade e rapidez das mudanças nas organizações, devido à concorrência global e as demandas dos clientes, é preciso criar sistemas ca- pazes de atender às necessidades de velocidade, de flexibilidade, de criatividade e de soluções mais simples. As empresas se tornarão muito mais competitivas se, antes de definir suas estratégias de marketing, focalizem o mercado, obtenha o registro de ne- cessidades e expectativas dos clientes e de suas percepçõesquanto ao desem- penho atual da sua empresa e da concorrência, porque as necessidades de ser- viços dos clientes mudam, do mesmo modo que as suas expectativas de como estas necessidades serão satisfeitas. De acordo com Zeithaml e Bitner (2003) e Kotler (2000), além dos 4Ps tradicionais (produto, preço, distribuição e promoção), o composto de marketing de serviços inclui pessoas, evidência física e processo, no qual conclui-se que: Pessoas: todos os agentes humanos que desempenham um papel no processo de execução de um serviço e, nesse sentido, influen- ciam as percepções do comprador; nominalmente, os funcionários da empresa, o cliente e outros clientes no ambiente de serviços; Evidência física: O ambiente no qual o serviço é executado e onde a empresa interage com o cliente, assim como qualquer compo- nente tangível que facilite o desempenho ou a comunicação do ser- viço; 26 Processo: Os procedimentos, mecanismos e o roteiro efetivos de atividades através dos quais o serviço é executado – os sistemas de execução e de operação dos serviços. De acordo com Ansarah (2001), o desenvolvimento da atividade hoteleira pode ser estimulado por vários fatores, dos quais destacam-se: o potencial de novos mercados e a questão da globalização, que tem expandido geografica- mente economias e culturas e influenciado o crescimento de várias atividades. Porém, é preciso conhecer, antes de tudo, os mercados nos quais se pre- tende atuar, principalmente no que se refere às condições econômicas, desen- volvimento histórico e político, tendências do mercado turístico e infraestrutura. Tudo decorrerá em função principalmente da qualidade dos trabalhos de plane- jamento e desenvolvimento realizados previamente. É importante para o marke- ting captar e analisar todos estes fatores que provocam mudanças, pois eles representam novas oportunidades de mercado para o hotel, ou seja, o hotel po- derá se adequar inteiramente a uma nova opção de mercado face a determina- das mudanças nele ocorridas, ou desenvolver pequenos mercados complemen- tares que servem para preencher algumas lacunas nos períodos de baixa esta- ção (CASTELLI, 1991). O hotel deve oferecer uma estrutura adequada aos desejos e anseios de seus clientes, com serviços que os encantem e possam atraí-lo e, se possível, fidelizá-lo. O sucesso de um hotel é a inovação com novos e atraentes produtos e serviços. Um novo produto ou serviço na hotelaria é uma forma de revigorar o negócio e estimular o consumo (COBRA, 2001). Para compreender o que se passa na mente do consumidor da hotelaria é preciso pesquisar, e o marketing nesse processo é muito importante, para des- cobrir o que é valorizado pelo cliente, ou seja, aquilo que ele valoriza e deseja. Conhecer suas necessidades, suas influências, suas limitações, é impor- tante para minimizar erros que possam desagradar o cliente. A hotelaria deve estar atenta a “satisfazer seus consumidores, mediante um cuidadoso equilíbrio dos elementos do composto de marketing – produto, preço, distribuição e pro- moção – que representam subconjuntos da estratégia geral de marketing” (MOTA, 2001:132). O hotel deve voltar-se para aquilo que o cliente quer e deseja, isto é, para as necessidades e desejos, os quais não podem mais ser ignorados. Cabe ao 27 marketing detectálos e através da implantação de estratégicas, os gestores ade- quar a sua oferta às exigências do cliente, mantendo, desta forma, sua empresa sempre competitiva (CASTELLI, 1991). Conclusão O marketing hoteleiro nasceu da necessidade de se potencializar as ven- das, melhorar o atendimento ao hóspede e divulgar o empreendimento hoteleiro. A partir deste conceito, constata-se novamente, a partir desta pesquisa, a ne- cessidade da implantação do marketing hoteleiro nos meios de hospedagem, para a diminuição dos custos e desperdícios provenientes do esforço da capta- ção de novos mercados, assim como diz Kotler (2001). As ações do planejamento devem ser adequadas a cada meio de hospe- dagem, levando-se em conta a principal parte: o cliente, que é quem consome o produto/serviço hoteleiro, e estes devem vir ao encontro dos desejos e anseios do cliente, para que ele atinja a satisfação plena de suas vontades. Porém deve- se também observar as tendências do mercado. Dessa forma as empresas que melhor agregarem serviços aos produtos em escala cada vez mais crescente, poderão estar estabelecendo vantagem competitiva, conforme nos mostra Oli- veira (2001). Para que isto funcione é necessário tornar os hóspedes lucrativos, ou seja, usuários fiéis. Porém, para que o objetivo seja atingido, conforme nos diz Kotler (2001), necessita-se de tempo, pois é um processo moroso para a em- presa, pois passa por alguns estágios no processo de fidelização do cliente. Me- dir o grau de satisfação do cliente é um passo importante que não deve ser es- quecido pelos hotéis. Conforme algumas sugestões dadas na pesquisa que foi realizada, o ho- tel, não deve apenas deixar os questionários para que o hóspede responda, o hotel deve disponibilizar uma pessoa, ou até mesmo um gerente para que este circule no hotel verificando as necessidades e o bem-estar dos hóspedes. Os clientes querem ser "paparicados" e assim, ter um atendimento personalizado. Pode utilizar um serviço de conciérge e ou de ombudsman. Conforme diz Castelli (2001), "é preciso sentir o cliente, após o término de seu compromisso com o hotel, se tudo correu dentro das expectativas previstas e se o consumo do pro- duto/serviço foi do seu agrado". 28 A implantação de um sistema de fidelização para clientes de empreendi- mentos hoteleiros torna-se viável a partir da elaboração de um estudo com os hóspedes. Algumas redes que já operacionalizaram programas afirmam que é um ponto positivo perante o cliente quando este está em dúvida em mais de um hotel para se hospedar ou efetuar a reserva. Apesar de serem oferecidas algu- mas vantagens para os clientes, o retorno é bom, o cliente se torna lucrativo para o hotel. Conclui-se, portanto, que para que um cliente seja fiel, é necessário que o empresário consiga primeiramente satisfazer suas necessidades de desejos. Após isto demonstrar que o cliente é importante para o empreendimento, ofere- cendo-lhe vantagens perante a concorrência, para que este volte realmente sem- pre, levando-se em conta que quando um cliente é fiel, ele indica o hotel para amigos e familiares, o que já o torna lucrativo, permitindo à empresa eliminar alguns custos de seus orçamentos. 29 Referências ANJOS; Sara Joana Gadotti dos. BOARIA; Francieli. RAYE, Roberta Leal. A aplicação do e-marketing nas redes hoteleiras do Brasil TMStu- dies vol.10 no.2 Faro jul. 2014. Acessado em: 07 de janeiro de 2021. Disponível em:<http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182- 84582014000200014>. FREIRE, Solange Maria Santos. Estratégias de marketing como ferra- menta de gestão estratégica na pequena hotelaria: estudo de caso em hotéis de Fortaleza/CE. Acessado em: 07 de janeiro de 2021. Disponível em:<http://perio- dicos.unifacef.com.br/index.php/rea/article/view/202>. LUZ, Bruna Soares da. 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