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Tutela Jurisdicional Cognitiva - Notas de Aula

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Formação do processo 
 
* Processo: é uma relação jurídico porque se desenvolve em uma dialética entre pessoas que a lei regulamenta 
* Relação jurídica: é uma relação interpessoal importantes à sociedade e ao Direito (regulamentada); ela pode 
ser de ordem privada ou pública 
* A relação jurídica processual é jurídica, porque regulada pela lei e de Direito Público, processual porque essa 
relação jurídica envolve o Estado 
* O processo tem uma formação gradual, começando entre o autor e o juiz: quando o autor tem uma lesão no 
seu patrimônio jurídico, ele invoca o Estado para prestação jurisdicional (ao mesmo tempo em que o Estado tira 
o poder da autotutela, ele dá aos indivíduos o direito de ação¹) 
 
¹ direito público, subjetivo, autônomo e abstrato 
 
* Para exercer o direito de ação, pratica-se um ato chamado demanda, que se materializa com uma peça 
chamada petição inicial (ato jurídico solene) 
* Em resumo: havendo uma lesão jurídica tem-se o interesse de agir; havendo-se o interesse de agir, querendo, 
pratica-se o direito de ação, exercendo-o pelo ato jurídico da demanda 
* Quando a petição inicial é levada ao Poder Judiciário e a ação é distribuída, dá-se início à formação do 
processo (na data da distribuição passa existir uma relação processual² entre o autor e o juiz) 
 
² ela depende da demanda porque nosso processo é dispositivo, não inquisitório (o juiz tem o impulso 
oficial do processo, mas ele não tem o poder jurídico de dar início à demanda) 
 
* Tanto é assim que a relação existe apenas entre autor e juiz que o artigo 329, dispõe: 
 
“Art. 329. O autor poderá: 
I - Até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do 
réu; ” (entende-se, também, alteração das partes do processo) 
 
* A relação processual que existe entre autor e juiz se estabiliza quando é feita a citação válida do réu, 
convocando-o a ingressar na relação processual (citação é um ato coativo) 
 
* Depois da citação válida, se o autor desejar alterar alguma coisa, ele precisará do consentimento do réu, é o 
que diz o inciso II do mesmo dispositivo: 
 
“II - Até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, 
assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, 
facultado o requerimento de prova suplementar. “ 
 
* Se o réu não der o consentimento, não se pode, naquele processo, enxertar o pedido ausente da inicial; deve-
se entrar com outra demanda constante daquele pedido, baseando-se na mesma causa de pedir 
Cognitiva 
* Quando se tem mais de uma ação com identidade na causa de pedir ou do pedido, tratam-se de ações 
conexas, portanto, o juiz irá reunir a segunda ação com a primeira ação e julgar aquele pedido, inicialmente 
ausente 
 
* Em resumo, tem-se a disposição do artigo 312: 
 
“Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a propositura da 
ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que for validamente citado. “ 
 
Suspensão do processo 
 
* Como é sabido, a finalidade da formação do processo é chegar à coisa julgada material, mas esse processo 
pode sofrer algumas vicissitudes – crises do processo, conforme Carnelutti – sendo essas crises as responsáveis 
pela suspenção do processo 
* A suspensão significa a paralização da marcha processual, desde que haja uma decisão judicial a autorizando, 
porque o impulso oficial é do juiz 
* Se o processo está paralisado, não se praticam atos, porém, há uma exceção, para a prática de atos urgentes 
e necessários a preservar o direito do risco que ele corre, é o que diz o artigo 314: 
 
“Art. 314. Durante a suspensão é vedado praticar qualquer ato processual, podendo o juiz, todavia, determinar 
a realização de atos urgentes a fim de evitar dano irreparável, salvo no caso de arguição de impedimento e de 
suspeição. “ 
 
* A causas da suspensão estão descritas no artigo 313, assim disposto: 
 
“Art. 313. Suspende-se o processo: 
I - Pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal 
ou de seu procurador; 
II - Pela convenção das partes; 
III - Pela arguição de impedimento ou de suspeição; 
IV- Pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas; 
V - Quando a sentença de mérito: 
a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de inexistência de relação 
jurídica que constitua o objeto principal de outro processo pendente; 
b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a produção de certa prova, 
requisitada a outro juízo; 
VI - Por motivo de força maior; 
VII - Quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da navegação de competência do 
Tribunal Marítimo; 
VIII - Nos demais casos que este Código regula. 
IX - Pelo parto ou pela concessão de adoção, quando a advogada responsável pelo processo constituir a 
única patrona da causa; 
X - Quando o advogado responsável pelo processo constituir o único patrono da causa e tornar-se pai. 
§ 1º Na hipótese do inciso I, o juiz suspenderá o processo, nos termos do art. 689. 
§ 2º Não ajuizada ação de habilitação, ao tomar conhecimento da morte, o juiz determinará a suspensão do 
processo e observará o seguinte: 
I - Falecido o réu, ordenará a intimação do autor para que promova a citação do respectivo espólio, de 
quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, no prazo que designar, de no mínimo 2 (dois) e no máximo 
6 (seis) meses; 
II - Falecido o autor e sendo transmissível o direito em litígio, determinará a intimação de seu espólio, de quem 
for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, pelos meios de divulgação que reputar mais adequados, para 
que manifestem interesse na sucessão processual e promovam a respectiva habilitação no prazo designado, 
sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito. 
§ 3º No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência de instrução e 
julgamento, o juiz determinará que a parte constitua novo mandatário, no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do 
qual extinguirá o processo sem resolução de mérito, se o autor não nomear novo mandatário, ou ordenará o 
prosseguimento do processo à revelia do réu, se falecido o procurador deste. 
§ 4º O prazo de suspensão do processo nunca poderá exceder 1 (um) ano nas hipóteses do inciso V e 6 (seis) 
meses naquela prevista no inciso II. 
§ 5º O juiz determinará o prosseguimento do processo assim que esgotados os prazos previstos no § 4º. 
§ 6º No caso do inciso IX, o período de suspensão será de 30 (trinta) dias, contado a partir da data do parto 
ou da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento similar que 
comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção, desde que haja 
notificação ao cliente. 
§ 7 º. No caso do inciso X, o período de suspensão será de 8 (oito) dias, contado a partir da data do parto ou 
da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento similar que 
comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção, desde que haja 
notificação ao cliente. “ 
 
* Tratando o inciso I, em específico, da “morte ou perda de capacidade processual de qualquer das partes, de 
seu representante legal ou de seu procurador”; no caso de falecimento da parte, o juiz paralisa o processo e 
analisa a possibilidade de continuidade pelo sucessor dela (caso de demandas patrimoniais); se não for possível, 
o juiz, ao invés de suspender o processo, o extingue 
* Contudo, tratando-se de morte do réu, descrita no inciso I, do §2º do diploma legal em questão, o juiz intimará 
o autor a citar o espólio ou os sucessores daquele, uma vez que o juiz não pode fazê-lo de ofício 
* Se com relação à parte não houver morte, mas sim perda da capacidade processual, o juiz deverá intimar o 
seuadvogado, para que ele traga ao processo um curador 
* No caso da morte ou perda da capacidade do advogado ou do procurador de uma das partes, o processo 
também deve ser suspenso, quando o juiz intimará pessoalmente a parte para constituir outro advogado ou 
procurador e, caso a parte não o faça, o processo é extinto 
* Se a morte ou perda de capacidade se referir ao representante legal, o juiz também irá aguardar até que a 
parte constitua outro. No caso do representante legal, confunde-se os casos de representação de pessoa física 
e representação de pessoa jurídica: a pessoa física só irá ser representada quando for incapaz (menoridade ou 
interdição); por sua vez, a pessoa jurídica já nasce com um representante legal, que é indicado no contrato ou 
no estatuto da mesma (este representante ou vai para o processo, ou indica um preposto³) 
 
³ o artigo em questão não abarca o preposto, apenas o próprio representante legal 
 
* A substituição das partes por óbito, em regra, acontece por petição no autos, porém, existe um procedimento 
específico para tal, descrito no artigo 689 (refere-se à habilitação dos sucessores) 
* No que tange o inciso II do mesmo dispositivo, qual seja o artigo 313, refere-se à convenção das partes4 
 
4 as partes podem fazer um negócio processual, concordando em suspender o processo a fim de realizar 
um acordo (o prazo máximo para a suspensão é de 6 meses, previsto no §4º do mesmo artigo, contudo, 
esses prazos são dilatórios) 
 
* O inciso III, por sua vez, trata da arguição de impedimento ou suspeição; essa causa pode ser superveniente 
ao processo (quando se ajuizou a demanda, o juiz era plenamente capaz de decidir) nos casos em que o juiz, 
por exemplo, discute com o advogado (causa de suspeição). Nessas ocorrências, a parte pede para que o juiz 
paralise o julgamento da demanda, saia do processo, e mande os autos ao seu substituto legal, porém, caso o 
juiz não acolha essa determinação, monta-se um incidente, e o processo fica paralisado até que o Tribunal decida 
se ele continua ou não no comando do processo 
* Da mesma forma ocorre com o impedimento, caso o juiz venha a se casar com uma das partes, por exemplo 
* O procedimento da suscitação do impedimento ou da suspeição está descrito nos artigos 144 a 148 
* A quarta causa de suspensão do processo decorre pela admissão do incidente de resolução de demandas 
repetitivas, que remete ao artigo 976; a lei entendeu que deve ser procurada uma uniformização da jurisprudência, 
assim, quando esse incidente é instaurado, todos os processos são suspensos até que ele seja solucionado 
* O quinto inciso refere-se à dependência da sentença; a alínea a), especificamente, trata da prejudicialidade 
externa, onde tem-se uma causa dependente - que ficará suspensa - e uma causa subordinante, da qual deve-
se esperar a decisão (exemplo: repercussão geral atribuída pelo STF; todos os processos que lidam com aquela 
matéria, que é de repercussão geral, ficarão suspensos até que haja uma decisão acerca dela) 
* Essa causa dependente também pode estar ligada à declaração de existência ou inexistência de relação 
jurídica que constitua objeto principal de outro processo em andamento (exemplo: está-se em um inventário e uma 
pessoa diz ter vivido em união estável com o de cujus, querendo participar do mesmo; dessa forma, a quota parte 
que seria da pessoa que se diz titular do direito fica parada, até que se obtenha, na Vara de Família, declaração 
da existência de união estável) 
* A regra é que, antes da suspensão, procure-se a conexão dos processos, tornando o juiz que despachou em 
primeiro lugar, prevento para julgar ambas as causas; não podendo haver a conexão é que ocorre a suspensão 
pela prejudicialidade externa 
* A prejudicialidade interna, um terceiro fenômeno (primeiro tem-se a conexão e depois a prejudicialidade externa) 
encontra-se dentro da própria demanda; por exemplo, em uma ação de alimentos, não se pode condenar alguém 
a pagar uma pensão alimentícia, sem antes vencer a prova da paternidade 
* Por outro lado, na alínea b), não é o mérito que está na posição de dependência, mas sim um fato que precisa 
ser esclarecido para que se julgue a demanda, ou uma prova que que seja requisitada a outro juízo (exemplo: 
carta precatória5) 
 
5 a precatória que suspende o processo de acordo com a alínea b) é a carta precatória imprescindível 
(se restar comprovado que ela não era de fato imprescindível, pode ocorrer condenação por litigância 
de má fé) 
 
* O inciso VI, trata da suspensão em virtude de força maior (razão física intransponível, como incêndios) 
* O inciso VII refere-se à discussão de questões decorrentes de acidentes e fatos de navegação de competência 
do Tribunal Marítimo (respeito à competência) 
* O inciso VIII abarca casos como o impedimento de uma execução se o devedor entra com embargos do 
executado 
 
* Por fim, destaca-se o artigo 315, que se refere à ação criminal: 
 
“Art. 315. Se o conhecimento do mérito depender de verificação da existência de fato delituoso, o juiz pode 
determinar a suspensão do processo até que se pronuncie a justiça criminal. 
§ 1º Se a ação penal não for proposta no prazo de 3 (três) meses, contado da intimação do ato de suspensão, 
cessará o efeito desse, incumbindo ao juiz cível examinar incidentemente a questão prévia. 
§ 2º Proposta a ação penal, o processo ficará suspenso pelo prazo máximo de 1 (um) ano, ao final do qual 
aplicar-se-á o disposto na parte final do § 1º. “ 
 
Extinção do processo 
 
* Tratando, agora, da extinção do processo, não existe processo que termine sem sentença 
* O encerramento do processo pode se dar de dois modos: do modo tradicional, com a solução da lide 
(pretensão, lide, objeto, mérito, pedido, referem-se à mesma coisa); ou de modo anômalo, sem solução da lide 
* Quando a lide é solucionada, tem-se a solução definitiva6; por outro lado, quando não solucionada, tem-se 
a sentença terminativa7 
 
6 a sentença definitiva resolve duas relações jurídicas: a relação material, trazida à análise do juiz 
(indenização, despejo, casamento, união estável) e a relação processual, que se instaura com o processo 
e se finda, justamente, com a sentença 
 
7 a sentença terminativa não resolve a relação material, apenas a relação processual, uma vez que não 
resolve o mérito 
 
* No artigo 485, tem-se as causas de sentenças terminativas, enquanto no artigo 487, tem-se as causas de 
sentenças definitivas. O artigo 485 encontra-se assim descrito: 
 
“Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I - Indeferir a petição inicial; 
II - O processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; 
III - Por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 
(trinta) dias 
IV - Verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; 
V - Reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; 
VI - Verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
VII - Acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer 
sua competência; 
VIII - Homologar a desistência da ação; 
IX - Em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e 
X - Nos demais casos prescritos neste Código. 
§ 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 
5 (cinco) dias. 
§ 2º No caso do § 1º, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso 
III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado. 
§ 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de 
jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado. 
§ 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. 
§ 5º A desistência da ação pode ser apresentada atéa sentença. 
§ 6º Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de 
requerimento do réu. 
§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) 
dias para retratar-se. “ 
 
* Sobre o inciso I, a petição inicial trata-se se uma peça solene, portanto, se ela não atende aos requisitos 
necessários, o juiz não irá, de pronto, extinguir o processo, devido ao princípio da primazia do mérito8; ele irá 
estipular um prazo para emenda à petição inicial pelo autor e, caso ele não obedeça ao prazo, aí sim o processo 
será extinto sem resolução do mérito 
 
8 as irregularidades devem ser sanadas na medida do possível, o juiz deve aproveitar o processo ao 
máximo 
 
* Sobre a segunda causa, ocorre a presunção de desistência das duas partes em seguir com a marcha processual, 
porém, essa presunção ocorre após a intimação pessoal das partes, conforme descrito no §1º 
* O inciso III trata, por sua vez, do abandono de apenas uma das partes, o autor, por mais de 30 dias. Nessa 
hipótese, o juiz intima o advogado, que não atende por mais de 30 dias, do que intima o próprio autor, que 
também não atende por mais de 30 dias; todavia, como o réu já foi citado, não se pode extinguir o processo 
sem antes ouvi-lo (se o réu não apresentar requerimento, o juiz irá intimá-lo, conforme disposto no §6º) 
* O inciso IV trata da extinção pela ausência de pressupostos processuais (de desenvolvimento e de constituição, 
subjetivos – das partes9 e do juiz10 - e objetivos – da demanda em si) 
 
9 capacidade de estar em juízo (capacidade postulatória) 
 
10 deve ser regularmente investido, imparcial 
 
* O inciso V trata do reconhecimento pelo juiz da existência de perempção11, litispendência12 ou coisa julgada 
 
11 perda do direito de ação porque o autor deixou o processo dele ser extinto por 3 vezes, sem resolução 
do mérito; causa perempta mata a relação processual, mas não a relação material, podendo o autor 
alegar, em defesa, o seu direito (artigo 486, §3º). O que mata o direito é a prescrição 
 
12 não se pode ter duas ações iguais em andamento, a primeira será julgada e a segunda será extinta sem 
resolução de mérito 
 
* O inciso VI refere-se à verificação de ausência de legitimidade ou de interesse processual. O interesse de divide 
em duas vertentes: necessidade e adequação; só se pode exercer o direito de ação caso não seja possível que 
o autor resolver por si (necessidade), e tem-se que usar o mecanismo processual correto para obter aquela tutela 
jurisdicional (adequação). A legitimidade, por sua via, apresenta certo impasse doutrinário, pois, para parte dela, 
a legitimidade referida no inciso VI é a legitimidade extraordinária, porque a ilegitimidade ordinária não levaria 
à extinção do processo sem julgamento de mérito, mas sim à improcedência 
* Sobre o inciso VII, há extinção do processo sem mérito quando ocorrer a convenção de arbitragem, que torna 
o pedido juridicamente impossível (o juiz não pode julgar um processo em que ambas as partes decidiram que 
seria julgado por um árbitro) 
* O inciso VIII trata da homologação da desistência da ação pelo autor, com concordância do réu 
* O inciso IV refere-se à morte da parte nos casos em que a ação for intransmissível por disposição legal (direitos 
não patrimoniais como o divórcio, por exemplo) 
* No caso do inciso X tem-se como exemplo uma confusão entre autor e réu, no caso em que o autor entra com 
ação contra o pai discutindo a legitimidade de uma propriedade e o pai falece no curso da demanda, tornando-
se herdeiro o filho 
 
* Sobre o artigo 487, assim disposto: 
 
“Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
I - Acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
II - Decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; 
III - Homologar: 
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
b) a transação; 
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. 
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332, a prescrição e a decadência não serão 
reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se. “ 
 
* Quanto ao inciso I, trata-se do julgamento procedente ou improcedente do pedido pelo autor 
* O inciso II refere-se à prescrição (entende-se que a lesão está sanada; recai sobre sentenças condenatórias) e 
à decadência (o direito já nasce com um prazo para ser exercido; recai sobre sentenças constitutivas ou 
desconstitutivas), prejudiciais ao mérito, extinguindo-se o processo colocando fim ao assunto 
 
OBSERVAÇÃO: as ações declaratórias puras não são alvo nem de um fenômeno, nem de outro 
 
* O inciso III trata da resolução do mérito pela homologação quando o réu concordar com a procedência da 
demanda do autor, dando uma chancela judicial (alínea a)); quando ocorre um acordo entre as partes (alínea 
b)); ou quando o autor renuncia na petição inicial ou o réu, na reconvenção (alínea c)) 
 
 
Tipos de tutela jurisdicional 
 
* O Estado presta três tipos básicos de tutela jurisdicional (tudo aquilo que o Estado entrega ao jurisdicionado 
quando exercido o direito de ação): tutela de conhecimento, tutela de execução e tutela de urgência 
* A tutela cognitiva ou tutela de conhecimento é assim chamada porque a atividade do juiz, nesse tipo de 
processo, recai sobre os fatos, sobre as provas e sobre o direito. O juiz entende a tese, a antítese e, depois de 
apreciar as provas, ele procura a subsunção, que é o encaixe dos fatos no ordenamento jurídico 
* Se ele encontra essa subsunção daquilo que foi arguido pelo autor (fato com o direito), ele julga procedente o 
pedido; isso é uma atividade de conhecimento de tudo que é trazido a ele. Quando ele exerce essa atividade 
e reconhece o direito do autor, ele prolata uma sentença procedente e esta é reconhecida pelo ordenamento 
como título executivo judicial 
* Entretanto, se o autor já possuir o título executivo extrajudicial, o ordenamento o dispensa dessa atividade de 
reconhecimento e autoriza que ele ingresse, diretamente, postulando o segundo tipo de atividade jurisdicional, 
que é a atividade de execução, inaugurando não um processo de reconhecimento, mas um processo de execução 
* No processo de execução ou na fase de cumprimento de sentença para o título judicial, a atividade do Estado 
é completamente diferente, pois não há necessidade de conhecimento, visto que o direito da parte já está 
reconhecido em um título; adota-se apenas atividades satisfativas, invasivas do patrimônio daquele obrigado de 
modo a realizar o direito já conhecido 
* No terceiro tipo de tutela jurisdicional, que é a tutela de urgência, tem-se um outro tipo de atividade que visa 
assegurar os objetos do processo dos efeitos deletérios do tempo. O juiz pode emitir uma medida cautelar, uma 
tutela antecipada e liminar, etc. (é toda uma estrutura lógica de urgência que é dada às punibilidades do 
jurisdicionado) 
 
Procedimento comum 
 
* Como visto anteriormente, processo é a relação processual e essa relação processual contém uma série de atos 
ordenados; a ordenação desses atos é conhecida como procedimento. O estudo em foco é do procedimento 
comum, o mais dilatado, e, por isso, é fonte subsidiária dos procedimentos especiais 
* O procedimento comum é composto pela petição inicial, audiência de conciliação ou mediação; feito o acordo, 
homologa-se, e está dada a sentença. Se não houver acordo, abre-se o prazo para a contestação, entra-se na 
fase de saneamento até se chegar a sentença 
* Já os procedimentos especiais são assim chamados porque o legislador entendeu que o tratamento de certas 
matérias não poderia obedecer ao fluxo comum, ele precisava conter técnicas e prazos diferenciados 
* Normas procedimentais são de ordem pública, não cabe ao jurisdicionado escolher se sua ação irá seguir rito 
especial ou rito comum, mas é importante que ele entenda a diferenciaçãopara não correr riscos como perder 
prazos e oportunidades, sofrer preclusão, etc. 
* A escolha do procedimento é feita por eliminação. Primeiramente, cabe ao jurisdicionado verificar se a matéria 
dele é tratada em algum procedimento especial (pode se dar em leis extravagantes ou no próprio código; 
exemplo: locação, desapropriação, improbidade administrativa, mandado de segurança, etc., em leis especiais e 
jurisdição contenciosa e jurisdição voluntária, no código), caso não seja, ela cai no rito do procedimento comum 
 
* O procedimento comum é dividido naquilo que se chama de fases lógicas do processo (a doutrina, enxergando 
uma similitude entre os atos processuais praticados ao longo do procedimento, o reparte em 4 fases): 
 
1. Fase postulatória: fase em que as partes falam, vai da petição inicial à contestação (eventualmente, pode se 
estender até a réplica) 
 
2. Fase saneadora ou saneatória: o saneamento do processo, na verdade, começa desde o início, pois, quando 
o juiz manda o autor emendar a petição inicial porque ela contém algum defeito, ele está atuando de modo a 
sanear o processo (ler artigos 317 e 321, CPC); de qualquer forma, durante a fase saneadora, o juiz se debruça, 
um pouco mais devagar, sobre o processo, determinando o suprimento das questões sanáveis que, se não forem 
sanadas, culminarão na extinção do processo 
 
3. Fase instrutória: da mesma forma que a fase anterior, é diluída ao longo do processo, havendo apenas uma 
maior concentração de atos instrutórios nessa fase (a fase instrutória, ou seja, de colheita de provas, começa na 
petição inicial com a prova documental do autor, e na contestação com a prova documental do réu); após o 
saneamento, preocupa-se, se necessário, com a prova oral e com a prova pericial (eventualmente, também, com 
uma inspeção judicial). A fase instrutória não necessariamente acontece em todos os processos, porque a prova 
documental é acostada na fase postulatória, então se o juiz e as partes entenderem que não são precisas outras 
provas, essa fase é suprimida do processo (ela também pode ser suprimida na hipótese de revelia) 
 
4. Fase decisória: fase em que o juiz prolata a sentença terminativa ou definitiva 
 
* Em resumo: essas fases reúnem os atos processuais dentro de uma ordem chamada procedimento. Se as normas 
do procedimento são estipuladas como de ordem pública, em regra¹, quando ocorre um erro neste procedimento, 
o juiz chama o processo à ordem para consertar alguma questão problemática 
 
¹ exemplo de exceção: ação de alimentos, que pode seguir o rito de uma lei especial (Lei nº 5478) e o 
rito comum 
 
* O erro procedimental é tratado no artigo 283 como um erro de forma: 
 
“Art. 283. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam ser 
aproveitados, devendo ser praticados os que forem necessários a fim de se observarem as prescrições legais. 
Parágrafo único. Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados desde que não resulte prejuízo à defesa de 
qualquer parte. “ 
 
* Se o juiz se depara com um erro de forma, ou seja, um erro no andamento do processo ou na obediência das 
prescrições procedimentais, ele para o processo e chama ele à ordem, colocando os atos na forma correta 
* É preciso entender onde está o erro (em qual fase), se esse erro é sanável e se ele trouxe prejuízo às partes, 
porque o pressuposto do reconhecimento de qualquer nulidade é o prejuízo (processo é meio, não fim); caso seja 
reconhecido algum prejuízo para qualquer das partes, o juiz anula o processo a partir do erro, e o refaz 
* Hoje, quando se fala em erro de forma, é preciso tocar no artigo 190, que inseriu o negócio processual, cláusula 
geral bastante ampla (não se trata aqui do acordo entre as partes para suspensão do processo, negócio 
processual previsto há mais tempo). Questiona-se até que ponto esse negócio processual pode interferir no 
procedimento? Pode-se negociar de modo a adotar este ou aquele procedimento? Ou esse negócio recai apenas 
sobre atos do procedimento (a professora concorda com essa posição)? 
* Retornando ao processo de conhecimento pelo juiz, foi dito que ele recai sobre os fatos e sobre o direito; essa 
questão fato-direito, é comumente chamada pela doutrina de objeto do processo 
* Esse exercício de conhecimento do juiz é dado na fundamentação do processo (a sentença é dividida em três 
partes: relatório, fundamentação e dispositivo) 
 
* Ressalta-se que o objeto do processo não faz coisa julgada (apenas a motivação² faz), porque é apenas um 
exercício de inteligência, como descrito no artigo 504: 
 
“Art. 504. Não fazem coisa julgada: 
I - Os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença; 
II - A verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença. “ 
 
² porque o juiz decidiu desta ou daquela forma o objeto litigioso (pedido) 
 
* É sobre o pedido que recai a terceira parte da sentença, que é a parte dispositiva; é onde o juiz finaliza o 
exercício de conhecimento, julgando procedente ou improcedente o pedido, como postula o artigo 503: 
 
“Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal 
expressamente decidida. 
§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no 
processo, se: 
I - Dessa resolução depender o julgamento do mérito; 
II - A seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia; 
III - A juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal. 
§ 2º A hipótese do § 1º não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à cognição 
que impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial. “ 
 
* O pedido é feito, em regra, pelo autor (não existe petição inicial sem pedido), mas o objeto litigioso pode sofrer 
uma ampliação no curso do processo se o réu também fizer pedido (reconvenção, pedido contraposto, ações 
dúplices, etc.) ou também nos casos de intervenção de terceiros 
 
Atividade de conhecimento: objeto do processo 
 
* Deve-se estabelecer a diferença entre as questões de fato e as questões de direito; as questões de direito 
podem e devem ser apreciadas, de ofício, pelo juiz, e isso se dá a qualquer tempo ou grau de jurisdição, em nome 
de um princípio chamado iura novit curia (“o juiz conhece o direito” – o juiz é pago para apreciar o objeto do 
processo e procurar o entendimento do fato com o ordenamento jurídico). Ou seja, mesmo que na petição inicial 
ou na contestação, tanto autor quanto réu não suscitem determinada regra legal ou principiológica, o juiz é 
obrigado a fazê-lo (já que, por ordem legal, essas questões devem ser reconhecidas pelo juiz, elas não precluem 
e, justamente por serem reconhecidas de ofício, não há necessidade de se fazer prova do direito, em regra³ 
 
³ exemplo de exceção: arguição de regimento interno de uma empresa ou condomínio 
 
* Por outro lado, as questões de fato, ao contrário, em regra, dependem da provocação das partes (por óbvio, 
não há como o juiz conhecer o fato que aconteceu entre as partes se elas não alegarem e provarem). Diz-se em 
regra porque mesmo as questões de fato, às vezes, podem e devem ser apreciadas, de ofício, pelo juiz. Observa-
se o artigo 493: 
 
“Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no 
julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento 
de proferir a decisão. 
Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de decidir. “ 
 
* Em resumo: via de regra, questões de direito não precisam ser provadas, elas são conhecidas de ofício, a 
qualquer tempo ou grau de jurisdição e independem de prova, e as questões de fato precisam ser arguidas e 
provadas (“o que não está nos autos, não está no mundo” e “alegar e nãoprovar é quase o mesmo que não 
alegar”) 
 
Atividade de conhecimento: questões prévias 
 
* Outra subdivisão feita na fase cognitiva do processo é relacionada às questões prévias (prévias à análise do 
mérito); isto é, antes de analisar essa relação material, o juiz pode se deparar com questões prévias que são 
subordinantes a esse mérito. Essas questões prévias se dividem em dois tipos: preliminares e prejudiciais 
* Para uma parte da doutrina, a diferença entre preliminar e prejudicial está no conteúdo; as preliminares seriam 
referentes à relação processual (matérias constantes do artigo 485) e as prejudiciais seriam referentes à relação 
material (prescrição e decadência) 
* Por conseguinte, outra parte da doutrina postula que a diferença entre preliminar e prejudicial não está no 
conteúdo, mas sim na forma que essas questões prévias influenciam o julgamento do juiz; se for uma preliminar, ela, 
enquanto juízo de admissibilidade, impede o exame de qualquer outra questão (sinal fechado – interrompe a 
atividade do juiz até o conserto do pressuposto processual, se sanável4), enquanto a prejudicial é um sinal 
aberto, um indicativo de como proceder (o juiz continua o processo e decide de acordo com o que informa 
aquela prejudicial; neste momento, se ele acolhe uma prescrição ou uma decadência, ele julga improcedente o 
pedido, porque o autor perdeu aquele direito – a sentença fará coisa julgada material5) 
 
4 a sentença prolatada é terminativa 
 
5 a sentença prolatada é definitiva 
 
* A prejudicial a que se refere é a prejudicial interna, apesar de também poder ser externa, porque como ela recai 
sobre a relação material, ela pode ser alvo de uma relação autônoma, eventualmente; por outro lado, a preliminar 
sempre recai sobre a relação processual, então ela nunca vai poder ser alvo de um processo autônomo 
 
Atividade de conhecimento: questões de admissibilidade e de mérito 
 
* Juízo de admissibilidade: relação processual 
* Juízo de mérito: relação material 
* Houve uma mudança nesses juízos com o novo código, que aboliu o terceiro juízo positivado no CPC de 1973 
chamado condições da ação 
 
Planos de cognição do juiz dentro do processo de conhecimento 
 
* Existem dois tipos de planos de conhecimento: o plano horizontal e o plano vertical 
* No plano horizontal, quer-se dizer até onde o juiz pode julgar: o que ele pode julgar, qual matéria ele 
efetivamente pode apreciar dentro do processo (é a extensão, até onde o pedido pode ser avaliado); como se 
refere à amplitude dessas questões, esse plano de cognição pode ser pleno6 ou pode ser parcial ou limitado7 
 
6 refere-se ao procedimento comum (não há limitação, pela lei, da matéria a ser trazida para a apreciação 
do julgador) 
 
7 refere-se ao procedimento especial (trata de determinada matéria, de determinado modo) 
 
* O segundo plano de cognição é o vertical (relacionado à tutela de urgência) e tem a ver com até que ponto 
o juiz pode conhecer (profundidade do conhecimento); pode, também, ser dividido em dois planos, o da cognição 
exauriente8 e o da cognição sumária ou superficial ou de probabilidade9 
 
8 o juiz exauriu todas as fases necessárias para a prolação da sentença; ele dá a sentença definitiva 
(apta à coisa julgada material) 
 
9 é aquela que acontece antes da cognição exauriente (antes da sentença); ainda não se perpassou 
todas as fases lógicas do processo (não está apta à coisa julgada material) 
 
 
Fase postulatória: petição inicial 
 
* Vai desde a petição inicial até a contestação (eventualmente, se estende até a réplica, como já dito) 
* É assim chamada porque é quando as partes falam com o juiz, expõem seus argumentos (postulam) 
* A provocação do direito de ação se dá pela prática do ato jurídico da demanda, que se instrumentaliza 
através da petição inicial (peça solene) 
* A petição inicial deve ser escrita, datada e assinada por advogado, desde que a própria lei dispense a 
capacidade postulatória. Ela está disciplinada no artigo 319, que estabelece os requisitos da petição inicial: 
 
“Art. 319. A petição inicial indicará: 
I - O juízo a que é dirigida; 
II - Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no 
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio 
e a residência do autor e do réu; 
III - O fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
IV - O pedido com as suas especificações; 
V - O valor da causa; 
VI - As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
VII - A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. 
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz 
diligências necessárias à sua obtenção. 
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for 
possível a citação do réu. 
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção 
de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça. “ 
 
* A solenidade da peça está transparecida no próprio caput do dispositivo que diz “a petição inicial indicará”. 
Isso quer dizer que a lei não está facultando ao operador do direito atender ou não aos requisitos nela previstos 
* O inciso I trata do juízo a que é dirigida a petição inicial, de modo que, nela, deve constar frase tal, referente 
ao juiz: “Excelentíssimo (a) Senhor (a) Doutor (a) juiz (a) de Direito da Vara X da comarca Y. “ Dessa forma, estará 
se fixando a competência para aquele julgamento 
* Quando a lei exige a indicação das partes e de suas informações, ela está determinando o que se chama de 
limite subjetivo da coisa julgada, ou seja, quem aquela decisão do juiz pode atingir. Não se exige a nacionalidade 
das partes (apesar de ser comum nas petições) porque está se instrumentalizando o direito de ação, que serve 
tanto aos nacionais quanto aos estrangeiros (residentes ou em passagem pelo país) 
* Importa mencionar que nas hipóteses de incapacidade do autor de indicar as informações do inciso II, a solução 
encontra-se nos §1°, §2º e §3º 
* Ressalta-se que o dispositivo impõe a exposição dos elementos da ação - e não propriamente o nome da ação 
como despejo, indenização, rescisão contratual, etc., comumente rotulados na inicial - quais sejam, as partes, a 
causa de pedir e o pedido. Assim, especificamente no inciso III, o que se exige é a causa de pedir e o nexo causal 
entre esses fatos e o ordenamento. A lei não determina que o operador do direito discorra sobre textos de lei, 
mas sim o apontamento do direito subjetivo com nexo jurídico (isso porque o juiz conhece o direito - iura novit 
curia¹) 
 
¹ as questões de direito são cognoscíveis de ofício, ou seja, ainda que não se mencione fundamento 
jurídico algum, compete ao juiz compreender o fato e encaixá-lo no ordenamento (subsunção) 
 
* No processo civil, ao oposto do processo penal, vigora o princípio da substanciação da causa de pedir, que 
significa que o autor e o réu, quando forem pedir, precisam descrever completamente a causa de pedir, não 
podendo omitir um fato, expondo-o em momento posterior, pois estar-se-ia violando o princípio do contraditório, 
e o juiz não apreciaria aquele fato 
* Mesmo que se tenha o princípio da cognição de ofício do direito pelo juiz, o advogado deve fazer uma petição 
do modo mais completo possível (citação de doutrina, jurisprudência correspondente ao Tribunal que irá julgar a 
apelação, etc.) de modo a facilitar o entendimento da tese 
* O pedido, por sua vez, é tratado no inciso IV do dispositivo. Esse pedido nada mais é do que a limitação 
objetiva da coisa julgada (o juiz não pode dar nada que não esteja pedido); é a petição inicial que delimita a 
atuação jurisdicional, pois, se o juiz não estabelece uma correlação entre a sentença e o pedido, ela será citra,ultra ou extra petita 
* O pedido pode ser dividido em imediato e mediato: o pedido imediato é a obtenção de uma sentença 
declaratória, condenatória ou constitutiva, já o pedido mediato é o bem da vida requerido ao juiz (exemplo: 
indenização) 
* Tratando agora do inciso V, quando do pedido, o autor pode inserir a liminar, diligências, ofícios e tudo o mais 
necessário que se pretende do Poder Judiciário 
* Após, analisa-se o inciso VI, tratante das provas, que recaem sobre os fatos. Essa provas têm um momento de 
concentração, que é na fase instrutória, porém, as provas documentais já são produzidas na fase postulatória, 
juntamente com a peça (anexa-se ao pedido a prova documental de que detém o autor), como encontra-se 
postulado no artigo 320: 
 
“Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação. “ 
 
* Alguns documentos são substanciais da demanda; não sendo substancial, o documento é indispensável no 
sentido probatório, e não da própria demanda 
* Em regra, se não se juntar a prova documental à petição inicial, ela estará preclusa 
* Com relação à prova documental, se indica e se produz, já com relação às demais provas (prova oral, prova 
pericial ou inspeção judicial) apenas se indica, pois ainda se pretende produzir 
* Pelo inciso VII (representa uma novidade do CPC/2015), deve-se mencionar a opção do autor pela realização 
ou não de audiência de conciliação ou mediação, justificando, porque o silêncio será interpretado como resposta 
positiva e, essa audiência, prevista no artigo 334, irá acontecer se qualquer das partes disser sim ou silenciar (ela 
só não acontece quando as duas partes disserem não) 
* Embora o valor da causa esteja constante no inciso V - quando do pedido, normalmente - ele é colocado após 
a externalização do pedido e de todas as considerações (ver arts. 291 e 293) 
* O valor da causa deve ser posto mesmo que a demanda não tenha caráter patrimonial (exemplo: adoção), isso 
porque esse valor da causa, influencia, no recolhimento das custas iniciais, se a pessoa não estiver acobertada 
pela gratuidade judiciária, na fixação dos honorários advocatícios sucumbenciais (art. 85) e até mesmo a 
competência (exemplo: Juizado Especial que limita a pretensão pelo valor da causa) 
* O código anterior exigia que o autor requeresse a citação do réu, mas o novo código não faz mais tal exigência, 
pois entendeu que se trata de uma obviedade, e o que é óbvio não precisa ser dito 
* Atenta-se a outro requisito, não constante neste dispositivo, mas sim no artigo 106: 
 
“Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado: 
I - Declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número de inscrição na Ordem dos 
Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o recebimento de 
intimações; 
II - Comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço. 
§ 1º Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz ordenará que se supra a omissão, no prazo de 5 
(cinco) dias, antes de determinar a citação do réu, sob pena de indeferimento da petição. 
§ 2º Se o advogado infringir o previsto no inciso II, serão consideradas válidas as intimações enviadas por carta 
registrada ou meio eletrônico ao endereço constante dos autos. “ 
 
* A petição inicial, após feita e preenchidos os devidos requisitos, é levada para a distribuição (cartório 
distribuidor); depois de distribuída a ação, as demais petições que forem feitas – chamadas petições simples – 
são protocolo 
* É a distribuição que fixa a competência do juiz e ela tem efeitos jurídicos: no momento em que é distribuída a 
ação, instaura-se a relação entre autor e juiz e já surte efeito, com relação ao autor, a litispendência (não se 
pode mais alterar a causa de pedir, adulterar ou alterar provas, alienar o bem, etc.) 
 
* Quando a petição chega às mãos do juiz, ele dá um despacho, que pode ser de três modalidades: despacho 
positivo, despacho saneador e despacho negativo 
 
Despacho positivo: a petição inicial não apresenta defeitos e, portanto, determina a citação do réu para a 
audiência de conciliação (mesmo que o autor não deseje fazer a audiência, o juiz precisa ouvir o réu) 
 
Despacho saneador: a petição apresenta problemas, mas estes são sanáveis, então, o juiz abre um prazo para 
que o advogado faça uma emenda da inicial (art. 321 – direito subjetivo da parte); esse prazo, em regra, é de 
15 dias e, se não cumprida a exigência, o juiz indeferirá a inicial e dará um despacho negativo 
 
Despacho negativo: implica em indeferimento da petição inicial; o erro existente na peça é tal que não é possível 
saná-lo. Destaca-se que, no caso de mais de um pedido ter sido feito (pedidos cumulados), se o juiz indeferir a 
inicial em relação a apenas um deles, ele prossegue em relação ao outro (indeferimento parcial através de decisão 
interlocutória – o juiz se mantém no processo); todavia, se o juiz indeferir a inicial em relação ao pedido único ou 
em relação aos pedidos cumulados, ele dará uma sentença terminativa (é cabível apelação – o juiz pode se 
retratar da sentença, no prazo de 5 dias, conforme disposto no artigo 331) 
 
* Para indeferir a inicial, o juiz deve identificar as hipóteses constantes do artigo 330, que trata dos casos de 
indeferimento da inicial: 
 
“Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: 
I - For inepta; 
II - A parte for manifestamente ilegítima; 
III - O autor carecer de interesse processual; 
IV - Não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321. 
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando: 
I - Lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
II – O pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; 
III - Da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; 
IV - Contiver pedidos incompatíveis entre si. 
§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou 
de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações 
contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito. 
§ 3º Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados. “ 
 
* Sobre o inciso II do caput, trata-se da ilegitimidade de parte cognoscível prima facie; um exemplo muito comum 
dessa ilegitimidade, são casos em que a mãe entra com uma investigação de paternidade, em nome dela, contra 
o suposto pai, quando o direito que se postula é em favor da criança, representado pela mãe, porque, embora 
ele possa ser parte, ele não pode estar me juízo sozinho, em razão da menoridade 
* O inciso III, por sua vez, trata da carência de interesse processual, pois, o interesse de agir é do juízo de 
admissibilidade (relação processual – entre autor e juiz) 
* O inciso IV, por sua vez, trata do não atendimento ao disposto nos artigos 106 (quando o advogado atua em 
causa própria) e 321 (emenda da inicial) 
* Houve uma adição a essas causas de indeferimento nos §2º e §3º, visando coibir um abuso em relação às ações 
revisionais de contratos bancários de modo a evitar a procrastinação de pagamentos, sem que o nome do 
indivíduo devedor seja atingido pelo Serasa e pelo SPC 
* As causas do art. 330 devem ser percebidas pelo juiz assim que recebe a petição inicial. Porém, caso passe 
desapercebido, deve o réu indicar possíveis defeitos da peça e, se o juiz entender que a peça padece de tais 
defeitos (se forem totais), o indeferimento não é mais uma opção, pois já foi dado o despacho positivo, sendo 
necessário extinguir o processo com sentença terminativa, sem resolução do mérito. Caso o defeito seja parcial, o 
juiz dará uma decisão interlocutória, extinguindo apenas o pedido que padece de dificuldade 
 
Improcedência liminar 
 
* Em seguida, analisa-se um outro tipo de decisão disposta ao juiz ao receber a petição inicial, chamada decisão 
da improcedência liminar do pedido, prevista no artigo332: 
 
“Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará 
liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 
I - Enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; 
II - Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de 
recursos repetitivos; 
III - Entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; 
IV - Enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. 
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de 
decadência ou de prescrição. 
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241. 
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. 
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não 
houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias. “ 
 
* A regra é que o juiz conclua pela improcedência ou procedência ao final do processo. Entretanto, tendo em 
conta o princípio da razoável duração do processo, criou-se a improcedência liminar (improcede antes da 
citação do réu, na fase postulatória) 
* O legislador criou pensando em questões repetitivas e assentadas, visando descongestionar o Judiciário (trata-
se de um rol exemplificativo, deve-se apreciar as hipóteses em conjunto com o artigo 927) 
* Há um entendimento de que, ainda que não estejam mencionados no artigo 332 como causas de precedentes, 
o juiz poderia dar a improcedência liminar em outras situações em que ele percebe erros, como, por exemplo, a 
verificação de que o autor pede usucapião de uma terra pública 
 
 
Estudo dos artigos 322 a 329 do Código de Processo Penal 
 
* O pedido representa o limite objetivo da tutela jurisdicional (limita a atividade do juiz) 
* Se o juiz não prolata uma sentença correlata àquele pedido, a decisão padece de vício (citra, ultra ou extra 
petita) 
* É o pedido que informa a existência de fenômenos jurídicos quais sejam a litispendência, a coisa julgada ou a 
conexão 
* O pedido se subdivide em pedido imediato e pedido mediato: o pedido imediato coloca a parte em contato 
com a relação processual (é através dele que se informa ao juiz qual o tipo de tutela jurisdicional a ser pedida: 
tutela de conhecimento, tutela executiva ou tutela cautelar); já o pedido mediato, por sua vez, coloca a parte 
em contato com o bem da vida pretendido ao juiz¹ (relação material) 
 
¹ por exemplo, em um processo de conhecimento, o pedido imediato da parte é a obtenção de uma 
sentença de conhecimento (invoca do juiz uma atividade cognitiva da relação jurídica, conhecendo a 
tese, a antítese, as provas, para, então, chegar à síntese). Essa atividade contém uma pretensão, que é 
da relação material, portanto, o pedido mediato refere-se ao bem da vida a ser entregue através da 
sentença (indenização, despejo, rescisão contratual, etc.) 
 
* O pedido é imposto pela obediência de requisitos; o primeiro deles está posto no artigo 322: 
 
“Art. 322. O pedido deve ser certo. 
§ 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência², inclusive 
os honorários advocatícios. 
§ 2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé. “ 
 
* O CPC de 1973 falava que o pedido deveria ser certo ou determinado e, apesar do CPC de 2015 ter suprimido 
essa última parte, ela não deixou de ser exigida pela doutrina 
* Um pedido certo é um pedido expresso; no processo não existem presunções. Por sua volta, um pedido 
determinado é um pedido claro, de modo que o juiz compreenda o limite de sua atuação (pede-se uma sentença 
condenatória, uma sentença declaratória, ou uma sentença constitutiva) 
* O pedido também deve ser concludente, uma vez que ele deve estar ligado à causa de pedir; caso não existe 
esse silogismo, a peça estará equivocada e sujeito a emenda por ordem do juiz 
* Apesar do caput determinar o pedido certo (determinado e concludente), o §1º traz uma hipótese de pedido 
implícito (não escrito na petição inicial); nesses casos, mesmo pela ausência de redação o juiz concederá alguns 
requerimentos por determinação legal 
 
² sucumbência é a regra do processo: quem não ganha, paga. Essas verbas abarcam os custos do processo, 
as despesas do processo (exemplo: atuação de perito) e os honorários advocatícios 
 
* O §2º, na verdade, não estabelece requisito para o pedido, mas sim, uma orientação para o juiz no momento 
da interpretação do pedido; em tese, supõe-se que o pedido seja de tal modo seguro que o juiz não despenda 
grandes esforços interpretativos, porém, em casos em que a peça padeça de algum problema, segue-se a 
determinação do dispositivo citado 
* Como outra exceção ao pedido certo, determinado e concludente, tem-se o artigo 324, que trata da 
possibilidade do pedido genérico: 
 
“Art. 324. O pedido deve ser determinado. 
§ 1º É lícito, porém, formular pedido genérico: 
I - Nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados; 
II - Quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato; 
III - Quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado 
pelo réu. 
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção. “ 
 
* A determinação do §1º recai apenas sobre o pedido mediato (bem da vida); o pedido imediato (tipo de tutela 
jurisdiciona requerido) deve ser sempre certo 
* O inciso I trata das ações universais, que é quando se pede uma universalidade de bens e não se consegue, 
efetivamente, enxergar quais são (exemplo: petição de herança³) 
 
³ supõe-se que o sujeito tenha sido preterido na herança, pois ele só teve o reconhecimento da 
paternidade posteriormente à partilha feita entre os herdeiros já reconhecidos; assim, ele faz uma petição 
de herança, podendo saber, assim como não saber o que a compõe, sendo permitida a formulação de 
pedido genérico, neste caso 
 
* O inciso II trata das hipóteses em que é não é possível determinar a extensão dos prejuízos (exemplo: um dono 
de uma plantação de café que foi comprometida por um incêndio dolosamente provocado; nesse caso, ele não 
pode precisar, com exatidão, o valor do prejuízo, no momento da postulação, pois ele ainda não sabe o valor 
daquela safra 
* O inciso III, por fim, trata dos casos de dependência da prática de ato pelo réu. Por exemplo, pelo artigo 320, 
tem-se que a parte precisa juntar à petição inicial a prova documental, produzida, portanto, na fase postulatória; 
porém, pode acontecer de a parte não conseguir se desincumbir desse ônus, pois o documento está com o 
demandado (cita-se a emissão de documento contendo o extrato bancário, à época das ações de expurgo 
inflacionário, para que o sujeito pudesse requerer a importância que deixou de ser paga a ele pelo banco) 
* Ampliando a interpretação do §2º, não só o disposto nesse artigo se aplica à reconvenção, mas tudo o 
relacionado à petição inicial e ao pedido 
* Uma outra possibilidade é aquela trazida pelo artigo 325, que estabelece o pedido que não é certo, mas 
também não é genérico, e sim, alternativo: 
 
“Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação 
de mais de um modo. 
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito 
de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo. “ 
 
* Quando se fala em pedido alternativo, está-se diante de uma obrigação disjuntiva (“ou uma coisa, ou outra”) 
* A alternatividade é proposta pela natureza da obrigação 
* Há um respeito da norma processual à norma material; se o Código Civil estabelece, em seu artigo 252, a 
possibilidadede uma obrigação alternativa, é logico que a lei processual contemple a mesma determinação: 
 
“Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. 
§ 1º Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. 
§ 2º Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada 
período. 
§ 3º No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo 
por este assinado para a deliberação. 
§ 4º Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha 
se não houver acordo entre as partes. “ 
 
* A obrigação alternativa em contratos é mais difícil, pois, normalmente, são estabelecidas obrigações certas e, 
mesmo quando são alternativas, o são até um determinado momento, chamado de escolha ou concentração, que 
é o momento do cumprimento da obrigação, sendo o próprio pacto determinante quanto a quem irá fazer tal 
escolha, o credor ou o devedor (a obrigação disjuntiva mais cedo ou mais tarde torna-se uma obrigação certa) 
* Caso a escolha caiba ao autor, ele irá esclarecer que se trata, de fato, de uma obrigação alternativa e que, 
por isso seu pedido é tal qual, mas efetuará a escolha já na petição inicial 
* Quando a escolha compete ao devedor, porém, o juiz não chama o réu para contestar o pedido, mas sim para 
proceder à tal escolha, fornecendo a ele os meios que para que a faça, estipulando tempo, modo, local 
adequados 
* Um exemplo recorrente dessa situação é a faculdade dada ao consumidor para fazer a escolha na hipótese 
de frustação da relação de consumo. A lei diz que o consumidor por escolher entre a devolução do produto e o 
estorno do dinheiro, o abatimento do valor da mercadoria, ou a troca do produto, podendo externar a escolha 
ao juiz por mais de um modo, dizendo que qualquer das possibilidades lhe servem. Porém, não é comum que se 
faça um pedido alternativo sem escolher alguma das circunstâncias, elas acabam elegendo uma situação, no que 
se passa a enquadrar no artigo 326: 
 
“Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, 
quando não acolher o anterior. 
Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um deles. “ 
 
* Pedidos subsidiários estabelecem uma cumulação de pedidos em ordem sucessiva, porque existe uma ordem de 
preferência que é dada pelo autor, ou seja, ele dá primazia a um pedido e, em não sendo possível conhece-lo, 
pede o conhecimento do pedido posterior (cumulação eventual: na verdade, não se postula o conhecimento de 
mais de um pedido, mas sim, de apenas um; o que ocorre é que o autor se acautela dentro do processo) 
* Um exemplo dessa situação é um autor que pede a exoneração da verba alimentar, por entender que o 
alimentante não precisa mais dela; em não sendo possível ao juiz acolher esse pedido, ele pede, então, 
subsidiariamente, a redução dessa verba (existe incompatibilidade entre os pedidos, não podendo haver 
cumulação, existindo uma prejudicialidade entre eles, posto que há sempre um pedido principal) 
* Ressalta-se que esses pedidos mediatos podem ser opostos 
* O parágrafo único diz que se pode fazer mais de um pedido subsidiário, para que o juiz possa escolher (não 
há ordem de preferência entre os pedidos subsidiários, nessa circunstância) 
* Esse dispositivo gera muita discussão doutrinário e jurisprudencial porque, em um primeiro momento, ele foi criado 
para evitar a sucumbência do autor (eventualmente um dos pedidos será reconhecido como procedente); porém, 
atualmente, a tese que vigora no STJ é a de que o acolhimento do pedido subsidiário gera, sim, uma sucumbência, 
isto, é, se se elege um pedido (como no exemplo dado, a exoneração da verba alimentar) e perde, resta claro 
que se tem um interesse recursal (ainda que a redução tenha sido acolhida) pela defesa do direito à exoneração 
e não à redução puramente. Logo, havendo interesse recursal, é porque a parte sucumbiu de alguma forma no 
pedido principal (devem ser pagos os ônus sucumbenciais) 
* No que tange, agora, o artigo 323, ele irá tratar da prestação periódica ou trato sucessivo: 
 
“Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas serão 
consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na 
condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de 
consigná-las. “ 
 
* Sabe-se que o Código Civil permite que as partes pactuem de modo que a obrigação se protraia no tempo 
(exemplo: contrato locatício). Então, quando se está diante de uma prestação periódica inadimplida, o autor 
pedirá a condenação na verba vencida e nas verbas que se vencerem no curso do processo; todavia, pode 
acontecer de se pedir a condenação somente naquilo que já se venceu, esquecendo-se das vincendas, no que 
socorre o artigo em questão. Ou seja, se o autor não fizer o pedido de condenação nas vincendas, este pedido 
será considerado implícito 
* Com relação ao pagamento das verbas vincendas após a sentença (entre a sentença e o trânsito em julgado), 
tem-se uma construção doutrinária: entende-se que, para evitar a repetição inútil de processos, as verbas seriam 
incluídas até o efetivo pagamento (interpretação extensiva) 
* Trata-se, então, do artigo 328, referente ao pedido indivisível (obrigação indivisível), disposto, também, no artigo 
260 do Código Civil: 
 
“Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou 
devedores se desobrigarão, pagando: 
I - A todos conjuntamente; 
II - A um, dando este caução de ratificação dos outros credores. “ 
 
“Art. 328. Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não participou do processo receberá 
sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito. “ 
 
* A indivisibilidade da obrigação só é enxergada conjugando dois fatores: a obrigação em si e os credores. 
Assim sendo uma obrigação indivisível, ou seja, quando vários credores forem titulares, em conjunto, daquela 
obrigação, insuscetível de fracionamento, a lei diz que aquele que não participou do processo receberá sua 
parte, deduzidas as despesas, na proporção de seu crédito. 
* Se a obrigação é indivisível, pode acontecer de, havendo quatro credores, por exemplo, apenas um deles querer 
demandar; nesse caso, ele demandará a obrigação inteira, sem a necessidade de litisconsórcio com os demais 
credores, e, em sendo procedente o pedido, ele receberá a sua parte (1/4) e as partes dos demais ficarão 
guardadas. Para que eles recebam suas respectivas partes, deverão pagar as despesas na proporção de seu 
crédito 
* Analisa-se, por sua volta, o artigo 327, extremamente relevante, pois trata da cumulação simples (quando se faz 
mais de um pedido requerendo o conhecimento de todos eles) 
 
“Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles 
não haja conexão. 
§ 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que: 
I - Os pedidos sejam compatíveis entre si; 
II - Seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; 
III - Seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. 
§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o 
autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas 
nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com 
as disposições sobre o procedimento comum. 
§ 3º O inciso I do § 1º não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o art. 326. “ 
 
* Não há prejudicialidade entre os pedidos, e sim a soma deles 
* Um exemplo prático desse dispositivo: um indivíduo tem o nome negativado, indevidamente, por umaempresa, o 
que gerou para ele dano moral, além de recusa de crédito na praça então ele decide mover uma ação contra 
a dita empresa, pedindo ao juiz que declare inexistente aquela dívida, posto que ele nunca pactuou nada com 
ela (pedido 1: declaração de inexistência da relação jurídica), além de que ele retire seu nome do SPC, SERASA, 
e onde mais estiver (pedido 2: retirada das constrições de seu nome) e condene a empresa ao pagamento de 
indenização (pedido 3: danos morais) 
* A conexão, dispensada pelo dispositivo, é a identidade entre a causa de pedir e o pedido, porém, mesmo ela 
não sendo exigível, ainda é preciso atender aos requisitos estipulados no §1º 
* O inciso I trata da compatibilidade entre os pedidos e é ela que permite que eles sejam cumulados 
* O inciso II refere-se à competência absoluta; caso haja incompetência relativa para algum dos pedidos, pode-
se ter a ocorrência do fenômeno da prorrogação (o juízo pode até ser incompetente, mas, caso a outra parte 
não diga nada, prorroga-se a competência e o juízo se torna prevento) 
* O inciso III aplica-se quando todos os pedidos seguem o mesmo tipo de procedimento (exemplo: todos seguem 
o rito do procedimento comum); em havendo diferenças quanto ao procedimento, aplica-se o disposto no §2º 
* No caso do §2º a escolha pelo procedimento comum é porque ele é o mais dilatado, e é fonte subsidiária do 
procedimento especial 
* Esse dispositivo é uma expressão do reconhecimento, pelo novo CPC, da diferença entre procedimento e técnica 
processual: procedimento é o modo segundo o qual o processo se desenvolve, já a técnica processual é o 
mecanismo utilizado pelo juiz por ordem legal (exemplo: estabilização4, liminar de ação possessória5) 
 
4 quando se tem uma liminar, e a outra parte não discorda dela; se essa liminar foi requerida em uma ação 
antecedente (tutela antecipada antecedente), o juiz extingue o processo sem análise do mérito e ela 
surtirá efeitos, salvo se for revogada de alguma forma 
 
5 a ação possessória segue o rito especial e dentro deste, é prevista uma liminar específica; os requisitos 
exigíveis desta são o sujeito estar na posse e ter sido violado na posse a menos de um ano e um dia (ação 
de força nova). Essa liminar, com base nesses requisitos, é uma técnica processual 
 
* Segundo essa norma legal, pode-se adotar o rito comum e, o que importar do rito especial, pode ser trazido ao 
procedimento comum, sem maiores prejuízos ao processo 
* Finalmente, retoma-se o artigo 329: 
 
“Art. 329. O autor poderá: 
I - Até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu; 
II - Até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, 
assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, 
facultado o requerimento de prova suplementar. 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir. “ 
 
ATENÇÃO: para os casos de revelia, se houver aditamento ou alteração do pedido, estando o réu revel e 
validamente citado, o juiz precisará citá-lo novamente quanto ao que está se inovando no processo 
 
 
* O CPC de 2015 alterou a ordem dos atos processuais do procedimento comum, inserido a audiência de 
conciliação e de mediação, antes da abertura do prazo de contestação para o réu 
* O que se tem no procedimento comum, como previsão legal, são três audiências: a primeira é a audiência de 
conciliação e de mediação, a segunda é a audiência de saneamento e a terceira é a audiência de instrução e 
julgamento 
* Aperfeiçoado o ato citatório, o réu é convocado para comparecer à audiência de conciliação e de mediação 
e, se nela houver a composição da lide, o juiz homologa e encerra-se o processo; se não houver a composição 
da lide, continua-se nas fases do processo de conhecimento (procedimento comum) até chegar-se à sentença 
* Um primeiro ponto a tratar se refere às diferenças entre a audiência de conciliação e a audiência de mediação, 
que estão postas no artigo 165, §§ 2º e 3º: 
 
“Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos¹, responsáveis pela 
realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados 
a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição. 
§ 1º A composição e a organização dos centros serão definidas pelo respectivo tribunal, observadas as normas 
do Conselho Nacional de Justiça. 
§ 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, 
poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou 
intimidação para que as partes conciliem. 
§ 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará 
aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo 
restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos“ 
 
* O artigo 165, CPC impõe o espírito de conciliação na nova ótica processual, segundo o qual os operadores 
do direito devem, na medida do possível, buscar obter a solução consensual, diminuindo as chances de recursos, 
revisionais, descongestionando o sistema de justiça 
 
¹ CEJUSC’s 
 
* Seguindo o §2º, as audiências de conciliação podem ser realizadas, preferencialmente, em casos de conflitos 
em relações consumeristas, por exemplo, em que não há vínculo anterior entre as partes, senão o contrato firmado 
entre elas 
* Por outro lado, de acordo com o §3º, as audiências de mediação podem ser realizadas, preferencialmente, nos 
casos recebidos pela Vara de Família, por exemplo, porque há um vínculo anterior entre as partes, neste caso 
* Retornando ao procedimento comum, analisa-se o artigo 334, que prevê a realização dessas audiências: 
 
“Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do 
pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, 
devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. 
§ 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de 
mediação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de organização judiciária. 
§ 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) 
meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes. 
§ 3º A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado. 
§ 4º A audiência não será realizada: 
I - Se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; 
II - Quando não se admitir a autocomposição. 
§ 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por 
petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. 
§ 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os 
litisconsortes. 
§ 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei. 
§ 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato 
atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica 
pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. 
§ 9º As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. 
§ 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e 
transigir. 
§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença. 
§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada demodo a respeitar o intervalo 
mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte. “ 
 
* De acordo com a disposição do §2º, deve-se tentar, em quantas sessões forem necessárias, o amadurecimento 
das partes para a realização da composição amigável 
* O réu é citado para a audiência, e o autor será intimidado para a mesma, na pessoa do seu advogado 
(previsão do §3º) 
* Um dos requisitos da petição inicial é o autor informar se deseja ou não realizar a audiência de conciliação e 
de mediação, sendo um silêncio entendido como uma resposta positiva; porém, o fato de o autor dizer que não 
quer conciliar, por si só, não inibe a realização da audiência, pois ela só não será realizada quando ambas as 
partes² rejeitarem essa hipótese ou quando não puder se admitir a autocomposição³, conforme posto no §4º 
 
² se for um caso de litisconsórcio, segue-se o postulado no §6º 
 
³ muitos confundem a autocomposição com direitos indisponíveis, entendendo-os como elementos sem 
relação: um direito indisponível é um direito do qual não se pode abrir mão, mas não significa que não se 
possa conciliar sobre (exemplo: alimentos – verbas irrenunciáveis segundo o CC); a ausência de 
autocomposição não se liga ao direito indisponível 
 
* Quando a pessoa for regularmente intimada para a audiência, se ela não se enquadra nas exceções do §4º, 
e ela não comparece, isso é considerado pela lei como um ato atentatório à justiça (com imposição de multa, 
prevista no §8º) 
* Essa justificativa, que pode elidir a incidência da pena (a multa é fixada na ata da audiência frustrada), é 
oferecida posteriormente, como atestados médicos, por exemplo, e, se o juiz entender como válida, agenda-se 
outra audiência 
* A audiência só pode acontecer na presença dos advogados e/ou defensores públicos; se uma das partes 
comparecer desacompanhado, ou o juiz nomeia alguém para aquele ato ou o ato não se realiza (previsão do 
§9º) 
* Caso o juiz consiga um acordo parcial (decisão parcial de mérito – art. 536), a parte da lide que foi conciliada 
é encaminhada para o regime de cumprimento de sentença, enquanto a parte que não foi resolvida mediante 
acordo segue o rito comum 
 
Teoria da exceção: contestação 
 
* Baseia-se na hipótese de não obtenção de acordo 
* Como se sabe, a petição inicial instrumentaliza o direito de ação (direito público, subjetivo, autônomo e 
abstrato), que é uma garantia constitucional; porém, para cada direito de ação, há também um direito de defesa, 
que segue as mesmas bases e, portanto, também pode ser considerado uma garantia constitucional 
* A exceção é muito mais do que apenas resposta: quando se fala em ampla defesa, o raciocínio não se limita à 
contestação (resposta do réu), mas se refere à obrigação do juiz de consultar o réu em todos os atos do processo, 
para que ele consiga exercer seu contraditório pleno 
* Essa exceção, na nova lei processual, se dá através de duas formas de resposta: contestação e reconvenção 
* Esse defesa de exceção (resposta) não é obrigatória dentro do processo, é um ônus; assim, se o réu quiser 
permanecer calado e não se defender no processo, é um direito dele; a defesa de exceção é provocada pelo 
réu, quando ele quer 
* Esse conceito de exceção pode ser comparado a outro que se chama objeção: enquanto a exceção é o nome 
que se dá a reação do réu, provocada e voluntária, a objeção se refere às matérias que o juiz, independente 
da reação do réu, pode e deve reconhecer de ofício 
* Quando o réu reage, ele traz matérias que precisam ser alegadas e, eventualmente, matérias cognoscíveis de 
ofício; todavia, diante dessas matérias, mesmo que o réu não as traga, o juiz deve reconhece-las de ofício 
* As objeções podem ser processuais (exemplo: todos os pressupostos processuais – ligados à relação processual, 
por certo) ou substanciais (exemplo: prescrição e decadência – ligadas ao direito material) 
* Embora só hajam esses dois tipos de resposta, isso não quer dizer que ele só possa reagir dessa forma depois 
de citado, pois ele pode ficar revel, pode reconhecer a procedência do pedido, pode arguir uma causa de 
impedimento ou de suspeição, pode arguir uma questão do litisconsórcio multitudinário para facilitar a defesa, 
além de, claro, contestar e reconvir (essas possibilidades listadas são outras formas de manifestação, mas que não 
dão enfoque à resposta do réu) 
* A contestação é um modo defesa interna4 (a contestação é colocada dentro do autos) 
 
4 ao lado da defesa interna, tem-se a defesa instrumental, que forma um instrumento, ou seja, é feita com 
autos apartados; foi essa que o novo código retirou: anteriormente, previa-se os processos apartados. 
Assim, todas as matérias tratadas pela defesa instrumental (exceção de competência, de impedimento ou 
suspeição, incidente para rebater o valor da causa, incidente para afastar a gratuidade judiciária) são 
trazidas à defesa interna. O que remanesce é a possibilidade de se formar um processo apartado e 
instrumental para a discussão do impedimento ou da suspeição do juiz, caso ele não se julgue impedido 
ou suspeito 
 
* A contestação pode externar ao juiz dois tipos básicos de defesa: defesa direta e defesa indireta 
 
1. Defesa indireta: também chamada de defesa processual, formal ou adjetiva, é aquela das chamadas 
preliminares. Nela, compete ao réu, antes de entrar no mérito, apontar para o juiz os defeitos da relação processual. 
Ela pode ser subdivida em dilatória ou peremptória: a defesa dilatória é assim chamada porque prolonga o 
processo, pois, mesmo não conseguindo fazer com que o processo seja extinto, a defesa aponta um defeito que 
o juiz é obrigado a consertar (uma vez sanado o vício, o andamento do processo é retomado); por outro lado, 
a defesa peremptória, é insuperável, como, por exemplo, a coisa julgada e a litispendência, e o juiz é obrigado 
a extinguir o processo, via sentença terminativa. Ressalta-se que a defesa formal pode ou não ser feita, uma vez 
que podem não existir defeitos na relação processual 
 
2. Defesa direta: também chamada de defesa de mérito ou defesa meritória, se liga à relação material. O réu 
traz ao juiz, de modo prévio ou difundo uma questão da relação material, substancial ou de mérito; como questão 
prévia, ele pode trazer a decadência ou a prescrição, ou entrar no mérito, enfrentando o objeto litigioso do 
processo. Ao contrário da defesa indireta, precisa sempre ser feita, sob pena de cair em revelia e sofrer os ônus 
decorrentes dessa inércia. Essa defesa meritória, também se subdivide em defesa direta e defesa indireta: se o réu 
aceita o fato articulado pelo autor e não opõe nenhum outro que seja modificativo, impeditivo ou extintivo do 
direito do autor, o juiz reconhece a procedência do pedido, contudo, o réu pode aceitar o fato articulado pelo 
autor e opor outro que modifique, impeça ou extinga o direito do autor (esse dispositivo acaba informando o 
ônus da prova5 – o ônus da prova pertence àquele que alega), essa é a chamada defesa meritória indireta; na 
defesa meritória direta, o réu nega o fato ou as consequências jurídicas dele, mantendo-se o ônus da prova com 
o autor, porque o réu não trouxe nenhum fato posterior, ele apenas resistiu à alegação do autor (esse é o foco 
da contestação: o réu não pede, mas impede de alguma forma) 
 
5 se o autor alegar um fato e o réu o aceita, torna-se um fato incontroverso e o ônus da prova, que antes 
incumbia ao autor é deslocado para o réu; todavia, continua sendo o mesmo ônus, posto que, agora, cabe 
ao réu provar o fato que ele alegou (o fato modificativo, impeditivo ou extintivo do direito do autor) 
 
* O réu pode, então, cumular mais de uma defesa; se ele argui uma defesa indireta, para depois arguir uma defesa 
direta, o que ele está fazendo é uma cumulação em ordem sucessiva (assim como o autor), isto é, sua intenção é 
que o juiz conheça da preliminar posta em foco e extinga o processo, sem julgamento do mérito, porém, caso a 
preliminar seja superada, que