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DEFINIÇÃO Ausência de concepção após 1 ano ou mais de tentativa, sem a utilização de um método contraceptivo, ou devido a uma limitação da capacidade de uma pessoa se reproduzir com um indivíduo ou com seu/sua parceiro(a). A média de tempo até os casais conseguirem engravidar é de 85% em um ano. Quando investigar infertilidade: Após 1 ano de tentativa de engravidar sem sucesso: em mulheres < 35 anos. Após 6 meses de tentativa de engravidar sem sucesso: em mulheres ≥ 35 anos. Pode ser iniciado imediatamente: Mulheres > 40 anos; História médica significativa de oligomenorreia, amenorreia, doença tuboperitoneal suspeita ou confirmada, endometriose em estágio avançado, infertilidade masculina suspeita ou confirmada ou qualquer outra condição que possa limitar a fertilidade. Primária: Paciente nunca engravidou. Secundária: Paciente já teve alguma gestação. Chance de engravidar em um ciclo é de 20% e denomina-se fecundabilidade. A chance de alcançar uma gestação a termo por ciclo é de 15 % e denomina-se fecundidade. A prevalência da infertilidade vem aumentando, segundo a OMS, chegando a 16,5-17,8%. Causas de infertilidade: Fatores masculinos (35%); Fatores tubários e pélvicos (35%); Disfunções ovulatórias; ISCA (infertilidade sem causa aparente); Causas femininas: Ovulatório (40%); Tuboperitoneal (40%); ESCA (10%); Outros (10%); PROPEDÊUTICA BÁSICA Anamnese: Relações sexuais (frequência, forma), histórias de gestação/parto prévio, IST, doenças, cirurgias, hábitos de vida... Exames: Dosar TSH (hipotireoidismo está relacionado à infertilidade), FSH e estradiol do 3º ao 5º dia do ciclo. A ASRM não recomenda o FSH e estradiol do ciclo como exame inicial para investigação de infertilidade. A progesterona na 2ªfase do ciclo (21º- 24º dias do ciclo) – não precisa se ciclos menstruais regulares. USG seriado. Espermograma e histerossalpingografia. FATOR OVULATÓRIO Se a paciente está ovulando: Regularidade da menstruação; Dosagem da progesterona >3ng/mL (ovulação) >10ng/mL (função lútea normal) USGTV Seriado: Avalia folículo e endométrio para prever a ovulação. A avaliação da reserva ovariana deve ser realizada em pacientes >35 anos, ISCA, história familiar de FOP, cirurgia ovariana prévia, baixa resposta prévia ao estímulo ovariano com medicações ou antes da indução da ovulação. O melhor preditor de uma boa reserva ovariana é a idade. Dosar hormônio atimulleriano. FSH do 3º dia do ciclo (fase folicular): <10mUI/mL: Boa reserva. 10-15 mUI/mL: Limítrofe. Infertilidade Feminina & Masculina >15 mUI/mL: Ruim reserva. Estradiol no 3º dia do ciclo: ≥ 75pg/mL= pior prognóstico. Teste de citrato de clomifeno (medicação que estimula a ovulação) Inibina B no 3º dia do ciclo: não mais usada. Contagem de folículos antrais por USG no 3º dia do ciclo: Folículos de 2-10 mm; >6 folículos = reserva adequada; Hormônio antimulleriano (HAM): ≥1,0ng/mL = boa reserva. FATOR TUBOPERITONEAL Realizar a histerossalpingografia (6º ao 11º dia do ciclo) para verificar se há prova de Cotte positiva bilateral, ou seja, permeabilidade tubária bilateral. Se histerossalpingografia alterada, indicar Videolaparoscopia (padrão-ouro) para diagnóstico de doença tuboperitoneal. FATOR UTERINO Malformações uterinas; Sinéquias (aderências); Adenomiose; Leiomiomas; Pólipos; Hiperplasia endometrial; Exames iniciais: Histerossalpingografia, USGTV e histerossonografia. Se qualquer desses exames der alterado, indicar histeroscopia (padrão-ouro). Fator cervical: Estenoses cervicais; Alterações do muco cervical; Lesões cervicais; FATOR MASCULINO Realizar avaliação seminal por espermograma, com abstinência sexual de 2-7 dias. Concentração (M/nl): ≥16; Concentração total (M/ejaculado): ≥39; Volume (mL): ≥1,4; Motilidade total (progressivos e NP): ≥42 Motilidade (SPTZS progressivos): ≥30; Vitalidade (%): ≥54; Morfologia de Kruger (%):≥4; Fatores de risco: Criptorquidia, varicocele, distúrbios endócrinos, infecções urogenitais e alterações genéticas. Azoospermia: ausência de espermatozoides. Oligozooespermia: <16 milhões/m; Astenospermia: <30% de motilidade progressiva; Teratospermia: <4% de Morfologia de Kruger; Realizar cariótipo se azoospermia não-obstrutiva ou oligozoospermia severa (<1 milhão/mL). TRATAMENTO Orientar mudanças no estilo de vida, como: perder peso, cessar tabagismo, moderar consumo de álcool/cafeína, etc. Se ISCA: tratamento expectante ou indução da ovulação. Fator ovulatório: Indução da ovulação (citrato de clomifeno, letrozol e gonadotrofinas). Ter cuidado com a Síndrome da Hiperestimulação Ovariana: distensão abdominal, derrame pleural, derrame pericárdico, IR e morte. Reprodução assistida: Inseminação Intrauterina (IU): ISCA, fator masculino e fator cervical. Deve ter, pelo menos, 1 tuba pérvia. Fertilização in vitro (FIV): Convencional Com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) – mais usada: ISCA Fator tubário Fator masculino Falência ovariana prematura (FOP) Necessidade de diagnóstico genético pré-implantação. Resoluções do CFM para reprodução assistida (09/2022): Idade máxima: 50 anos. Casais homossexuais, homoafetivos e transgêneros podem realizar. Gestação compartilhada homoafetiva é permitida. Útero de substituição (barriga solidária): até 4º grau familiar + 1 filho vivo. Diagnóstico genético pré-implantação: Permitido sem revelar o sexo. Doação de gametas: Homens até 45 anos e mulheres até 37 anos (pode ser anônimo ou familiar até 4º grau). Número de embriões gerados: 8. Números de embriões transferidos: ≤37 anos: até 2. > 37 anos: até 3. Sabidamente euploides: até 2. Descarte de embriões: Após 3 anos. Reprodução assistida post-mortem: Permitida.
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