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Dor Torácica 1. descrever os protocolos diagnósticos, classificação de dor torácica de: sd coronariana aguda, estratificação de gravidade e manejo inicial da dor torácica A sd. coronária aguda (SCA) é uma das causas mais graves e frequentes de procura dos serviços de emergência hospitalares e pré-hospitalares. O sintomamais comum é a dor torácica. EPIDEMIOLOGIA: mais de 2 milhões de pessoas procuram PS para avaliação de dor torácica, prevalência é de 12-25% nesses pacientes. Destes, entre 30-60% são internados para diagnóstico. Na maioria, a etiologia é musculoesquelética, esofágica, respiratória ou psicológica. QUADRO CLÍNICO → anamnese: história, fatores de risco, antecedentes cardiovasculares Um episódio de angina dura de 2-10 minutos e não mais que 20. Dor anginosa prolongada por mais de 30 min sugere diagnóstico de IAM. → classificação da angina: após o diagnóstico da angina, a forma instável (SCA) deve ser diferenciada da instável (angina desencadeada por esforço físico, que alivia em 5-15 min com repouso ou uso de nitrato sublingual). A angina estável pode ser classificada como: A angina instável (AI) se caracteriza por angina em repouso ou rapidamente progressiva nas últimas 4 semanas, com aumento de intensidade, frequência ou piora de classe funcional da CCS. → fatores de risco: idade acima de 45 anos em homens e 55 anos emmulheres, sexo masculino, história familiar positiva para doença arterial coronariana precoce, DM, dislipidemia, HAS, tabagismo, insuficiência renal, uso de cocaína/anfetaminas e aterosclerose conhecida. → categorização da dor torácica: - tipo a: dor considerada anginosa: dor ou desconforto retroesternal ou precordial, precipitada pelo esforço físico, podendo irradiar para o ombro, mandíbula ou face interna do braço, duração de alguns minutos, sendo aliviada por repouso ou nitrato emmenos de 10 minutos - tipo B: dor provavelmente anginosa: tem amaioria, mas não todas as características da dor definitivamente anginosa - tipo C: dor considerada provavelmente não anginosa: tem poucas características da dor definitivamente anginosa - tipo D: dor considerada definitivamente não anginosa: nenhuma característica da dor anginosa, mesmo se localizada em região precordial ou retroesternal EXAME FÍSICO É normal. Sinais de insuficiência cardíaca ou instabilidade hemodinâmica devem alertar. Excluir causas não cardíacas e não isquêmicas de dor torácica (tromboembolismo pulmonar, dissecção de aorta, pericardite, doenças valvares, pneumotórax, pneumonia, derrame pleural). → sugestão de outros diagnósticos não relacionados à SCA: diferencial da PA entre membros, irregularidade de pulso, sopros, atrito pericárdico, dor a palpação, massas abdominais. → situações precipitantes (anemia ou tireotoxicose): palidez cutânea, sudorese, febre ou tremores EXAMES COMPLEMENTARES → ECG: até 10 min da chegada → biomarcadores: - CK-MB: eleva-se a partir de 3h do início da dor, e quando seriada em 0,3,6 e 9 horas após o início, tende a tornar o diagnóstico mais precoce e elimina a possibilidade de não detecção de IAM - Troponina: principais marcadores de diagnóstico e estratificação de risco de SCA e IAM. Sua elevação começa 3-4 h após o início da dor, podendo permanecer elevada por até 2 semanas após o evento. → dímero D: produto de degradação da fibrina e está elevado no sangue na presença de trombose aguda pela ativação do fibrinolítico endógeno. → raio-x tórax: a maioria é normal. Quando há sinais de congestão pulmonar, o prognóstico é pior por representar comprometimento da função miocárdica. Em 85% dos pacientes, apresenta alguma alteração com dissecção de aorta, como alargamento do mediastino, cardiomegalia pelo derrame pericárdico ou pleural. → teste de esforço: → ecocardiograma → cintilografia → ressonância → angiotomografia ABORDAGEM SISTEMATIZADA DO PACIENTE COM DOR TORÁCICA - SCA-4D 1. triar paciente e classificar a dor em tipo A, B, C ou D: o diagnóstico diferencial é iniciado com uma caracterização da dor (localização, irradiação, fatores desencadeantes, fatores de alívio, duração e sintomas associados). 2. definir ECG: a. supra de ST ou sinais de isquemia: ECG deve ser obtido para todos os pacientes que procuram a emergência em 10 minutos de chegada b. supra de ST em pelo menos 2 derivações contíguas (mesma parede) ou BRE novo: diagnóstico de IAM com supra de ST estabelecido e paciente é encaminhado para sala de emergência c. infra de ST de pelo menos 1 mm em aomenos 3 derivações contíguas ou inversão de T no paciente com dor torácica: encaminhado para emergência para tto de SCA sem supra de ST 3. definir a probabilidade de ser doença arterial coronária (DAC): com base na história clínica e antecedentes pessoais e familiares. Fatores de risco são HAS, DM, DLP, tabagismo, idade e história familiar de DAC. 4. diagnóstico: confirmar, excluir ou encaminhar para protocolo de dor torácica. a. procurar sinais de aterosclerose: sopros de carótidas e diminuições de pulsos arteriais → paciente já seria classificado como alta probabilidade de DAC b. casos mais graves: estertores pulmonares (congestão), sopro sistólico em foco mitral (insuficiência mitral aguda por isquemia), 4ª bulha (disfunção diastólica por isquemia miocárdica) → diagnóstico de SCA realizado e paciente internado c. O diagnóstico é feito em pacientes com dor tipo A ou B e probabilidade intermediária ou alta. d. excluir diagnóstico em pacientes com dor tipo D e C, mas com probabilidade baixa de DAC 2. citar os principais diagnósticos diferenciais de dor torácica na sala de emergência (tep, tamponamento cardíaco, ruptura de esôfago) → TEP: doença desencadeada pelo alojamento de um oumais êmbolos trombóticos na circulação pulmonar, obstruindo seu fluxo sanguíneo. → tamponamento cardíaco: acúmulo de líquido pericárdico, sangue, pus ou ar dentro do espaço pericárdico que ocasiona uma elevação da pressão intrapericárdica, restringindo o enchimento cardíaco e reduzindo o débito cardíaco. → ruptura de esôfago: espontânea (Sd. de boerhaave) é uma ruptura completa da parede esofágica, que ocorre na ausência de patologia pré-existente, por ingestão de soda cáustica, esofagite medicamentosa aguda, esôfago de Barrett. OUTROS DD → infarto agudo do miocárdio: para diagnóstico, é preciso a elevação e queda dos marcadores de necrose miocárdica (troponina I ou T), com pelo menos 1 valor acima do percentil 99 do valor de referência + sintomas de isquemia (dor torácica)/ alteração no ECG (infra ou supra de ST, BRE, inversão onda T)/ onda Q nova / alteração da contratilidade segmentar no ecocardiograma / identificação de trombo intracoronariano no cateterismo ou necropsia → Dissecção da aorta: causa dor lancinante, de forte intensidade, retroesternal, com irradiação pra o dorso, acompanhada de sudorese e palidez de início súbito. Ocorre em pacientes com HAS, aterosclerose, sd. de Marfan e Ehlers-Danlos. O exame pode revelar assimetria de pulsos arteriais, diferencial da PA emmembros superiores e sopro de insuficiência valvar aórtica (sopro diastólico em foco aórtico) → pericardite aguda: dor torácica retroesternal ou precordial, pleurítica, que piora com a respiração e melhora na posição sentada. Pode irradiar para pescoço e trapézio. → causas pulmonares: pneumonia e derrame pleural → causas gastrointestinais: dor torácica do refluxo gastroesofágico é caracterizada como uma dor retroesternal em queimação que piora ao deitar em decúbito horizontal, melhora ao sentar e com antiácidos. → pele e músculos: herpes-zoster → psicogênica: sd. do pânico 3. caracterizar dissecção de aorta → Definição: a dissecção da aorta é um evento patológico agudo, caracterizado pela delaminação da camada média a partir de uma ruptura da íntima, criação de uma falsa luz por onde o sangue corre paralelamente à luz verdadeira por extensão variada. A ruptura da camada íntima ocorre principalmente nos pontos de fixação do vaso onde a tensão superficial é maior (na junção sinotubular e no istmo da aorta). → classificações: o tempo deinício determina a classificação em aguda e crônica. - início menor que 2 semanas: dissecção aguda - processos mais tardios: dissecção crônica Classificação considerando o segmento da aorta acometido foram propostos: - dissecção tipo 1: acometimento da aorta ascendente com a delaminação estendendo pelo arco aórtico e aorta descendente por extensões variadas - dissecção tipo 2: delaminação se restringir a aorta ascendente - tipo III: delaminação se estender a partir da artéria subclávia esquerda em direção ao diafragma (IIIa) ou até o abdome (IIIb). Outra classificação: - stanford tipo A: ocorrer comprometimento da aorta ascendente - stanford tipo B: quando o acometimento for a partir da artéria subclávia esquerda → fisiopatologia: inflamação da parede aórtica → apoptose das célula musculares lisas valvares → degeneração da via aórtica → ruptura de elastina → dissecção do vaso. As dissecções podem se comunicar de volta com o lúmen verdadeiro da aorta pela ruptura da íntima em um ponto distal, mantendo o fluxo sanguíneo sistêmico. → manifestações clínicas: dor intensa, de início súbito, de caráter migratório e descrito como sensação de rasgamento ou pontada. A localização inicial da dor sugere o local do início da dissecção. - proximal: dor começa no precórdio, irradia para o pescoço, braço, mandíbula antes de migrar para as costas, lombar ou MMII - distal: referida como dor nas costas, irradiada para dorso, abdome ou MMII. → história natural e conduta terapêutica: dissecções proximais (tipo I e II de Stanford tipo A) deverão ser encaminhadas para cirurgia o mais rápido pela história natural: risco de ruptura nas primeiras 24-48h varia de 1-2% por hora e no final de 2 semanas mortalidade de 60-90% dos casos. As dissecções distais (tipo III ou Stanford tipo B) são mais benignas na fase aguda, commortalidade em torno de 10% justificando o tratamento cirúrgico. Quando a dissecção for crônica, as indicações de cirurgia serão as mesmas para aneurisma de aorta. → diagnóstico: normalmente é achado nos exames de rotina. - aortografia: melhor forma de diagnóstico. Mapeia a aorta e caracteriza tridimensionalmente - ecocardiografia transesofágica (TEE): avaliação completa em relação às funções sistólica e diastólica do ventrículo esquerdo e direito, funcionamento das valvas e espessura da parede do m. cardíaco, avaliação de isquemia e derrame pericárdico. - tomografia: imagens de reconstrução tridimensional com alta definição - ressonância: não expõem o paciente a radiação → tto: - vasodilatadores: nitroprussiato de sódio em associação a betabloqueadores (propranolol, metoprolol, esmolol, atenolol) → redução do cronotropismo e inotropismo - sulfato de morfina: controle da dor, redução da PA e estabilização da dissecção - tto cirúrgico imediato: dissecções agudas que envolvam a aorta ascendente ou arco aórtico e para dissecções distais complicadas (oclusão de ramo aórtico importante, extensão da dissecção e evidencia de ruptura aórtica). 4. definir e classificar o aneurisma da aorta torácica e abdominal → Definição: aneurisma de aorta é uma dilatação irreversível que excede seu diâmetro normal para idade e peso. É denominado aneurisma quando o diâmetro transversal da aorta exceder em uma vez e meia o diâmetro normal. - aneurisma fusiforme: toda a circunferência da aorta se encontra acometida e dilatada. - aneurisma sacular: dilatação é restrita a uma porção da parede aórtica, estando o restante da circunferência normal - pseudoaneurisma: dilatação da aorta não envolve a íntima (anastomoses, entre materiais protéticos, após trauma torácico fechado e em aneurisma micótico) → quadro clínico: dor torácica, lombar ou abdominal, com ou sem instabilidade de hemodinâmica. Nas situações de ruptura da aorta, poderá ou não ocorrer exteriorização do sangramento, tamponamento cardíaco, hemotórax, hemomediastino, sangramento para o retroperitônio, sinal de Einstein, hematêmese, hemoptise, hemoptoicos. → história natural: a história natural dos aneurismas da aorta torácica (AAT) é variada em relação aos aneurismas de aorta abdominal (AAA) - em pacientes com AAA assintomáticos o risco de ruptura e sobrevivência em acompanhamento de de até 10 anos dos pacientes não operados variou conforme o tamanho do aneurisma - para os menores de 6 cm foi de 19,5% o risco de ruptura e para os maiores de 6 cm foi de 43% - aneurismas com diâmetro maior que 4 cm apresentam expansão variada de 0,3 cm a 0,8 por ano 5. descrever a fisiopatologia dos aneurismas de aorta Aneurismas aórticos torácitos são dilatações anormais da aorta acima do diafragma. → locais: aorta torácica ascendente (entre raiz da aorta e artéria braquicefálica), arco aórtico, aorta torácica descendente e abdome superior. → fisiopatologia: as artérias têm 3 camadas distintas: - interna: endotélio - média: rica em fibras elásticas, musculatura lisa e tecido colágeno - adventícia: tecido conjuntivo As artérias aorta torácica e abdominal, tem parede com grande espessura. Nessas artérias, as fibras elásticas predominam na camada média (função de armazenar a energia do coração quando são distendidos na sístole, para a diástole empurrar o sangue para a periferia). Na aorta, o conteúdo da fibra muscular lisa é pequeno. O colágeno é responsável por oferecer a força de contenção da expansão da artéria na sístole. À medida que o calibre das artérias vai diminuindo, há redução progressiva das fibras elásticas e aumento das fibras musculares lisas. A aorta torácica tem um número maior de camadas que a aorta abdominal, e por isso o aneurisma na abdominal é mais recorrente. As doenças que comprometem a parede arterial em geral são múltiplas e resultam na destruição parcial ou total de sua parede, determinando o aparecimento de pontos de enfraquecimento e dilatação progressiva. 6. correlacionar o local da dor de um paciente com dissecção com o provável sítio de acometimento da aorta → sociedade brasileira de cardio: abordagem na emergência →
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