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Cardiologia | Camyla Duarte 1 Faz parte de um processo de aterotrombose Segunda maior causa de mortes por doenças cardiovasculares Debito cardíaco: quantidade de litros de sangue por minuto que são ejetados pela aorta Fração de ejeção: contração do coração Epidemiologia da SCA 5 a 7 milhões de pacientes/ano – dor torácica 2,5 milhões com diagnóstico de SCA 1,4 milhão – SCA sem supra de ST 1,1 milhão – IAM com supra de ST 500.000 óbitos/ano 250.000 na 1ª hora A maioria não chega ao hospital Aterotrombose Aterosclerose: processo inflamatório do endotélio da coronária que pode levar a formação de placas de gordura dentro da coronária que oclui a luz do vaso, diminui o fluxo de sangue para o miocárdio, levando a isquemia que se for intensa e prolongada pode levar a morte do miócito (infarto do miocárdio) Aterotrombose é caracterizada por súbita ruptura de uma placa aterosclerótica (ruptura ou erosão) levando a ativação plaquetaria com formação de trombo É a principal causa de óbito do planeta – 52% Manifestações clínicas Cerebral o Acidente cerebral isquêmico o Ataque isquêmico transitório Cardíaco o Infarto do miocárdio o Angina pectoris (estável, instável) Doença arterial periférica o Isquemia crítica de membro o Claudicação Fisiopatologia É um processo generalizado e progressivo A síndrome coronariana aguda faz parte de uma síndrome isquêmica aguda (SIA) SIA – entidades o IAM com supra o IAM sem supra o Angina instável - Alto, médio ou baixo risco o Morte súbita – morte inexplicada com ate 1h Na angina o vaso não está ocluído ainda, só está tendo isquemia, por isso a troponina é negativa No infarto sem supra o vaso também está sub-ocluido mas a troponina está subindo Troponina alta significa injuria do miócito A SCA faz parte do processo aterotrombótico Infarto, angina e morte súbita – entidades da SCA Componentes do trombo o Lesão do endotélio o Plaquetas o Fibrina/ trombina Anatomia coronária Base – compressão da doença isquêmica Ramos emergentes da aorta/acima do plano valvar aórtico Cardiologia | Camyla Duarte 2 Normalmente 2 ostios Variação – ramos – denominações 3 artérias coronárias o Descendente anterior/ interventricular anterior o Coronária direita o Circunflexa O infarto ocorre na região que era irrigada pela coronária que sofreu aterotrombose -> visto no eletrocardiograma Quanto mais proximal é a obstrução, maior a área do musculo comprometido -> infarto Troponina Marcador de injuria miocárdica o Exame mais especifico de injuria miocárdica o Importante dosar a troponina chamada de ultrassensível de alta especificidade Não é apenas infarto que aumenta o nível de troponina, pode ocorrer em miocardite, covid, embolia pulmonar Dor no peito + aumento de troponina = infarto Fluxo reduzido em 70% ou mais leva a isquemia que pode dar dor no peito Cateterismo Punciona uma artéria femoral ou radial, o catater vai até a aorta, encaixa na coronária e injeta contraste Stant Mola que entra pelo mesmo caminho do cateterismo utilizado para abrir a luz da coronária que esta obstruída por uma placa. Deve ser utilizado drogas antiplaquetárias e antitrombóticas. Irrigação Coronária direita o Átrio direito o Ventrículo direito o P. posterior septo interventricular o No sinusal e AV o Parte da parede posterior do ventrículo esquerdo Coronária esquerda o Parte antero-lateral do ventrículo esquerdo o Átrio esquerdo o Parte anterior do septo interventricular Eletro Supra – vaso fechou e esta tendo infarto Infra – lesão subendocartica (dentro do coração), esta sub ocluído, tendo angina Coronária direita o Irriga a parede inferior do coração o Alterações no eletro em DII, DIII e aVF Artéria circunflexa o Irriga a parede lateral do coração o Alterações no eletro em DI, aVL Descendente anterior o Irriga a parede anterior do coração o Alterações no eletro em V1,V2,V3,V4,V5,V6 Cardiologia | Camyla Duarte 3 Fisiopatologia da Insuficiência coronariana aguda Oferta diminuída pois ocluiu a luz. Necrose do outro lado Aumento de consumo – exercício intenso Macrófagos digerem a capa fibrosa do da palca atraves das enzimas metaloproteinases. Isso pode gerar rotura da placa, ocasionando o trombo -> o ideal é bloquear os macrófagos – inibidores de metaloproteinases estão sendo desenvolvidos Ruptura da palca -> formação de trombo intracoronario -> isquemia -> necrose do tecido Oclusão total da coronária -> infarto Oclusão parcial da coronária -> angina Fatores de risco o Idade o Tabagismo o Diabetes o Hipertensão o Dislipidemia o Sedentarismo o Infecção/ inflamação o Menopausa o Genético Lesam o endotélio levando a uma disfunção endotelial que pode diminuir a quantidade de oxido nítrico (o mais importante vasodilatador), que pode levar a uma aterosclerose, levando a uma serie de eventos cardiovasculares – coronários e AVC LDL lesa o endotélio e propcia moléculas de adesão que seguram os monócitos -> macrófagos que secretam metaloproteinases que digerem a capa fibrosa da placa Estatina -> estabiliza o LDL oxidado Profilaxia da síndrome coronariana aguda = controlar os fatores de risco Após 5/6 xicaras de café já há risco para lesão do endotélio Diferença entre placa estável e instável Cardiologia | Camyla Duarte 4 Cateterismo com um ultrassom na ponta (AIVOS) é utilizado para ver se a placa é estável ou instável OCT – tomografia de coerência ótica, mostra se a placa esta inflamada Fatores determinantes da estabilidade da placa Extrínsecos o Pressão arterial o Pressão diastólica intra-coronaria o Frequencia cardíaca Intrínsecos o Espessura da capa fibrosa o Quantidade de colágeno fibrilas o Tamanho do “lipid core” o Conteúdo de macrófagos o Grau de estenose (> estenose < o stress circunferencial) Diagnóstico Diagnóstico precoce = tratamento eficaz Dor de característica anginosa o Opressiva/ em aperto o Com irradiação para a mandíbula o Melhora com repouso o Cede com vasodilatador o Curta duração Dor de característica anginosa o Opressiva/ em aperto o Com irradiação para a mandíbula o Não melhora com repouso o Não cede com vasodilatador o Longa duração o Forte intensidade o Localização precordial O desconforto no peito causado pela isquemia miocárdica é geralmente localizado no precórdio, em aperto, piora com as atividades físicas e melhora com o repouso Na diretriz europeia mais recente, denominam-se síndromes coronárias crônicas os diferentes cenários de manifestação da coronariopatia crônica: 1) pacientes portadores de angina estável ou dispneia, considerada como equivalente isquêmico; 2) insuficiência cardíaca com suspeita de doença coronária levando à disfunção de ventrículo esquerdo; 3) pacientes assintomáticos ou com sintomas, que tiveram um evento agudo e/ou que foram submetidos à revascularização há menos de um ano; 4) pacientes sintomáticos ou não que tiveram evento agudo ou foram revascularizados há mais de um ano; 5) pacientes com angina e suspeita de vasoespasmo ou doença microvascular; 6) pacientes assintomáticos Cardiologia | Camyla Duarte 5 nos quais a doença foi detectada em testes para avaliação cardiológica de rotina. Tratamento Restabelecer o fluxo coronário o Manter o paciente anticoagulado após o procedimento o No reflow: abre a coronária, mas entope os vasos distais devido ao não uso de anticoagulantes Tratamento inicial MONABCH o H- heparina Uso de nitrato e betabloqueadores Uso de antiplaqueatrios O ácido acetilsalicílico deve ser indicado a todos os pacientes portadores de DAC. Betabloqueadores: tem indicaçãoprioritária nos pacientes após infarto e naqueles que apresentam disfunção ventricular esquerda ou insuficiência cardíaca. Estatinas e outros agentes hipolipemiantes: fundamentais para redução dos níveis de LDL- colesterol estabelecidos como meta, associados à dieta. Inibidores da ECA ou bloqueadores da angiotensina: principalmente indicados em pacientes com disfunção de ventrículo esquerdo e nos portadores de coronariopatia difusa particularmente em diabéticos. Anticoagulantes orais: preferencialmente os novos anticoagulantes orais deverão ser utilizados nos pacientes portadores de fibrilação atrial ou com outra indicação formal a esses medicamentos, associados aos antiplaquetários pós-procedimento intervencionista. Fibrinolíticos Não específicos o Estreptoquinase o Uroquinase – não tem no brasil Específicos o Alteplase (rt-PA) o Tenecteplase (TNK) o Reteplase (r-PA) – não tem no brasil o Lanoteplase (n-PA) – não tem no brasil Infarto Infarto da coronária descendente anterior evolui com arritmia – usar desfribilador o Eletro mostra alterações de V1-V6 O pior infarto é o que acomete o ventrículo esquerdo Quantos mm de supra de ST para diagnosticar infarto –> V2-V3 acima de 1,5 mm em mulheres, independentemente da idade; · V2-V3 acima de 2 mm em homens ≥ 40 anos e acima de 2,5 mm em homens < 40 anos. Marcador positivo mesmo sem dor é indicativo de infarto – comum em diabéticos, idosos Critérios para diagnostico de infarto com supra de ST: quadro clinico e eletrocardiograma. Os marcadores de injuria miocárdica servem apenas para prognostico Infarta mais no inverno – predominam mecanismos vasoconstrutores o Início da madrugada/ quando acorda – níveis de adrenalina sobem Diagnóstico diferencial Dor isquêmica o Embolia pulmonar o Dissecção aórtica o Pericardite o Pneumotórax o Ulcera/ pancreatite o Costoesternais /radiculites o Espasmo esofágico Caso clínico R.F, 68 anos, masculino, branco, natural e procedentes de SP, casado, 2 filhos, pedreiro, católico Dor no peito há 2h Cardiologia | Camyla Duarte 6 HPMA: Paciente refere dor precordial há 2h, em aperto, com irradiação para braço esquerdo, intensidade 8 em 10, iniciada ao carregar uma caixa, sem fatores de melhora, acompanhada de um episódio6 de vomito (dor forte – estimulo adrenérgico) Refere que apresentava estes episódios de dor com características semelhantes há 5 meses, de curta duração (5 minutos) e menor intensidade que antes iniciavam aos grandes esforços e melhoravam com o repouso. Refere que estas crises de dor estavam mais frequentes e iniciavam, nos últimos dias, ao caminhar menos de 1 quarteirão Características da dor: o Dor precordial – típica o Em aperto/ queimação o Região retroesternal/ precordial o Irradiação para braço esquerdo, pescoço ou mandíbula o Início aos esforços o Melhora ao repouso ou com nitrato Antecedentes pessoais: o Hipertenso há 10 anos o Dislipidêmico há 5 anos o IAM prévio com colocação de stent (2005) Em uso de: o Propranolol 20mg 1 cp 8/8h o Sinvastatina 20mg 1 cp a noite o AAS 100mg 1cp após almoço o Captopril 25mg 1cp 8/8h Antecedentes familiares: Eletro – fazer em até 10min para pacientes com dor torácica que chegam no PS com dor torácica Abordagem inicial Monior/ Oxigenio/ Vela (PA/ECG/Sat O2) ECG 12 derivações em ate 10 min História e exame físico direcionados o Característica da dor/ fatores de risco o Palpar pulsos periféricos – verificação de dissecção de aorta (assimetria de pulso) o Exame cardíaco e pulmonar/ estase jugular Exame físico BEG, corado, hidratado, ativo, eupneico, afebril, anictérico, acianótico, orientado, lúcido FC: 98 bpm FR: 18 ipm PA: 160x90 mmHg IMC: 32 MV + bilaterais sem RA BRNF 2T sem sopro, ritmo regular Abdome globoso, flácido, sem dor à palpação, sem visceromegalias, RHA+ Sem edema, sem cianose, sem sinais TVP, boa perfusão periférica OBS: propedêutica normal fala a favor de quadro cardiológico no paciente ELETRO: Supra de ST em V1- V5: coronária descendente anterior ocluída Ponto J: fim do complexo QRS, início do ST Guideline – fazer eletro e raio x em pacientes com infarto Tratamento Restabelecer o fluxo coronariano – reperfusao o mais rápido possível o Medicação – fibrinolítico o Angioplastia – cateterismo A eficácia do trombolítico é menor que a da angioplastia depois de 3h Não é possível definir o método de reperfusao superior/ideal para todos os pacientes Contra-indicações absolutas de fibrinolíticos: o AVC hemorrágico o AVCi e AIT < 3 meses o Neoplasia intracraniana Cardiologia | Camyla Duarte 7 o Sangramento interno ativo (exceto menstruação) o Suspeita de dissecação de aorta Contra- indicação de nitrato: viagra nas ultimas 8h -> hipotensão, diminui a perfusão coronária -> aumenta o infarto. Mais importante vasodilatador coronariano Contra- indicação de morfina -> depressão respiratória - dpoc Acido acetil salicílico – tratamento coadjuvante de infarto – seja angina ou infarto Contra-indicação de Beta bloqueador – não fazer para FC <50 a 60bpm Critério de reperfusao – diminuição da dor, resolução do supra SR SCA sem supra Todo paciente com suspeita de coronariopatia aguda deve ser submetido a ECG dentro de, no máximo, 10 minutos após sua chegada à unidade de emergência. Os marcadores bioquímicos de necrose miocárdica (apenas troponina ultrassensível, e CK-MB massa se a troponina US não estiver disponível) devem ser dosados na admissão do paciente e os protocolos de avaliação de dor torácica devem ser seguidos. Pacientes com síndromes coronarianas agudas sem supradesnível do segmento ST (SCAs/SST) devem ser estratificados quanto ao risco de eventos isquêmicos e hemorrágicos o mais rapidamente possível quando da chegada à emergência. AAS deve ser administrado de imediato, e o anti-ADP deve ser introduzido de acordo com o momento da estratificação invasiva (até 2 h, entre 2 h e 24 h, ou após 24 h). Anticoagulação parenteral deve ser associada à dupla antiagregação plaquetária. A estratificação invasiva inicial (cineangiocoronariografia) deve ser realizada de forma precoce nos pacientes com risco alto e muito alto para eventos isquêmicos.
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