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Uma das características que definem o ser humano é a sua capacidade para comunicar-se através da voz. Por esta razão, a voz nas crianças deve ser um dos aspectos a considerar durante o seu crescimento. A voz do bebê recém-nascido é delgada e com pouca capacidade de ressonância. Nesta etapa, o bebê apresenta quatro sinais vocais característicos. O primeiro é o sinal de nascimento, com média de um segundo de duração, descrito como um som surdo, tenso ou estridente, que serve para a expulsão do líquido amniótico. O segundo é o sinal de dor, de mais longa duração, que também é estridente e apresenta queda de freqüência na sustentação. Em seguida, vem o sinal de fome, que aparece com pequenas unidades vocais, com frequência variável, e passa de grave para agudo rapidamente. Mas existe também o sinal do prazer e sua principal característica é o que os fonoaudiólogos classificam de 'hipernasalidade', com total sonoridade glótica, e é resultado apenas da vibração das pregas vocais. Normalmente, até os seis meses da gestação, o bebê já terá desenvolvido o sentido do ouvido. Portanto, será capaz de diferenciar a voz da sua noideas, além dos anéis traqueais. As dilatações aritenóideas diferenciam-se nas cartilagens aritenóideas e corniculadas, e as pregas que unem a epiglote passam a ser as pregas eriepiglóticas. As cartilagens cuneiformes desenvolvem-se como derivados da epiglote. A musculatura intrinseca da laringe e a musculatura faríngea derivam do IV e VI arcos branquiais; o nervo laringeo suerior vem do IV arco e Voz Descrever o desenvolvimento da voz na infância e na adolescência https://br.guiainfantil.com/blog/gravidez/o-exame-da-amniocentese-deu-positivo-e-agora/ https://br.guiainfantil.com/blog/gravidez/o-exame-da-amniocentese-deu-positivo-e-agora/ https://br.guiainfantil.com/blog/gravidez/o-exame-da-amniocentese-deu-positivo-e-agora/ mãe de outros sons ambientais. Quando nasce, o bebê aprende a comunicar-se com o intercambio de miradas e de vocalizações. O bebê descobre o poder da sua voz através da emissão de diferentes sons como os choros e balbucios e quando percebe que o que sai da sua boca provoca uma resposta da outra pessoa. Em resumo, ele percebe que a sua voz serve para comunicar-se com os demais VOZ NA ADOLESCÊNCIA A adolescência acontece dos 10 aos 19 anos e abrange marcantes transformações biológicas, psicológicas e sociais. A puberdade ocorre nesse período e traz mudanças hormonais, desenvolvimento dos órgãos genitais, aumento da estatura física, pelos púbicos, na face e axilas. Além disso, acontece o crescimento ósseo e muscular, mudanças na pele, alargamento do tórax e desarmonia facial com o crescimento da mandíbula, nariz e boca. Há também o aumento do trato vocal que determina a mudança da voz de forma mais expressiva nos meninos por ação dos hormônios androgênicos. Na infância a língua se encontra em posição alta e anterior, a cavidade oral é pequena e o som produzido é metálico e agudo. Já na puberdade, a língua tem postura mais rebaixada e com maior mobilidade, a cavidade oral se amplia para facilitar os movimentos da laringe e os sons da fala. Na puberdade, a laringe do menino cresce e fica mais evidente. Essas mudanças ocorrem devido a perda da transparência da mucosa da laringe, o aumento da largura e do comprimento do pescoço, rebaixando a posição da laringe para o nível da vértebra C6 nas meninas e C7 nos meninos, aumento do diâmetro anteroposterior da laringe, e o alargamento do trato vocal e do sistema de ressonância. Também o aumento do comprimento das pregas vocais provocam mudanças na frequência fundamental da voz. As meninas apresentam pregas vocais em torno de 12 a 15mm, pregas vocais masculinas de 17 a 23 mm. A epiglote se eleva e achata e o ângulo da cartilagem tireoide fica mais fechado, sendo 110 graus nas mulheres e 90 nos homens, tendo mudanças vocais mais expressivas no sexo masculino, que sofre um abaixamento tonal em até uma oitava e nas meninas desde entre 2 a 4 semitons. Essas mudanças não são uniformes, podendo ter duração de meses até 1 ano, dependendo do ambiente, hábitos comportamentais e temperatura climática. As maiores evidências das alterações vocais ocorreram entre os estágios 3 e 4 do desenvolvimento genital, ou seja, foram mais marcantes entre as fases central e final da puberdade. Essas alterações acometem o aparelho fonador, podendo causar disfonia temporária, marcada por rugosidade, instabilidade, com quebra de frequência e sonoridade, podendo apresentar também soprosidade. A instabilidade da frequência é mais marcante nos meninos e a instabilidade de loudness nas meninas. Na voz feminina depende das características do trato vocal e da frequência vocal individual, e na masculina não há algo definido. Com o desenvolvimento puberal estabelecido, podem ocorrer alterações da muda vocal, chamada puberfonia, que é caracterizada pela persistência de voz aguda após a idade esperada, quando a puberdade já chegou ao fim. Ela é um distúrbio psicogênico vocal, referente ao insucesso na mudança para uma modulação mais grave de voz, sem a presença de alterações laríngeas, tendo uma voz inadequada referente ao físico e ao sexo. As disfonias relacionadas a muda vocal podem ser classificadas em seis tipos: mutação prolongada, mutação precoce, mutação retardada, mutação excessiva, falsete mutacional e mutação incompleta. A disfonia na adolescência de origem funcional ou psicogênica é marcada pelo desajuste muscular do trato vocal que mantém a laringe alta no pescoço, além de poder haver um comportamento psíquico que, inconscientemente, impeça que ocorra a muda vocal. Na puberfonia a voz apresenta a frequência fundamental aguda, emissão de falsete, discreta soprosidade e outros que podem ocasionar lesão secundária do tipo nódulos vocais e fenda glótica, devido a tensão fonatória. → Desenvolvimento ortogênico da voz possui seis fases de evolução: https://br.guiainfantil.com/materias/bebes/primeiras-palavrasas-primeiras-palavras-do-bebe/ NEONATAL: do nascimento aos 40 dias de idade, emissões com frequências elevadas, ataque vocal brusco e forte intensidade. O choro é a primeira manifestação e sina de voz do ser humano. PRIMEIRA INFÂNCIA: do primeiro mês de vida até os seis anos, redução na presença do ataque vocal brusco e a modulação vocal ❖ Altura C6 ( a partir dos 5 anos) ❖ Crescimento Vertical da faringe e da região cervical e terço pos t. da língua ❖ Maior distância entre a epiglote e o palato mole ❖ Trato vocal aos 9 anos é compatível ao do adulto- menor - Modulação vocal mais evidente - Aos 18 meses – modulação entre 50 0 e 780 Hz ❖ Proporção glótica menor ou até 1:1 ❖ Voz sopros a ❖ Tamanho reduzido ppvv – voz aguda ❖ 250Hz - 266,12Hz - 264,5 Hz SEGUNDA INFÂNCIA: dos seis anos ao início da puberdade, as variações vocais chegam a uma oitava e meia de extensão. PUBERDADE: estabelecem-se as características vocais de diferenciação sexual do menino para a menina onde na segunda infância era similar. ESTABILIZAÇÃO: do jovem ao adulto nesta etapa a voz é estável SENESCÊNCIA: período do envelhecimento. Ocorre perda de potência e diminuição dos hormônios. Disfonia é um termo clínico que se refere a todas as alterações e dificuldades na emissão vocal que impedem a produção normal da voz. Uma definição mais específica de disfonia é a sensação de desconforto ou dor ao falar e/ou uma anormalidade ou dano em um ou mais dos quatro parâmetros da voz: qualidade vocal, timbre, altura tonal e intensidade. A etiologia da disfonia pode ser funcional ou orgânica. As causas funcionais são as causas psicogénicas e/ou as causas relacionadas com o abusovocal e uso inadequado da voz, que provocam reação tecidual secundária. As causas orgânicas podem ser causas inflamatórias, Compreender a classificação das disfonias e as alterações laríngeas comuns na infância e adolescência DISFONIAS FUNCIONAIS São aquelas que não apresentam nenhuma alteração visível nas pregas vocais, elas são decorrentes do mal uso ou do abuso da voz. - Disfonias funcionais primárias por uso incorreto da voz - Disfonias funcionais secundárias por inadaptações vocais - Disfonias funcionais por alterações psicogênicas b1) Disfonia funcional psicogênica: Patologia associada à quadro de ansiedade. O indivíduo não apresenta doença neurológica ou orgânica. É mais comum em mulheres (95%) e pode ser precipitada após gripes ou laringite. A voz é soprosa e com marcante fadiga vocal, no entanto tosse, pigarro e riso são emitidos sem dificuldade. b2) Disfonia funcional associada à muda vocal: Muda vocal ocorre normalmente entre 13 e 15 anos de idade Falsete mutacional: alteração mais comum. Houve mudança na estrutura da laringe porém o indivíduo por algum transtorno psicológico mantém voz infantil de propósito. Homens apresentam voz fina e infantilizada em mulher Mutação prolongada: (demora mais 6 meses): muda orgânica demora para finalizar. Mutação retardada: (qdo não aconteceu até 15 anos) Mutação precoce: (antes 13 anos) Mutação excessiva ou sobrepassada: voz fica muito grave, além normal. b3) Disfonia funcional por uso incorreto da voz: Pode ocorrer por falta de conhecimento vocal ou modelo vocal deficiente. Ex: O indivíduo pode usar a voz inadequadamente, favorecendo-se de um modelo vocal inadequado. O adulto pode eleger e espelhar-se num padrão vocal que considere interessante para ele. Por exemplo, a voz de um artista famoso, de um líder político, de uma cantora, entre outras. Se o modelo vocal escolhido for próximo aos ajustes naturais do indivíduo, esse comportamento não irá prejudicar a fonação do indivíduo. No caso das crianças, pode-se desenvolver uma disfonia nas primeiras etapas do desenvolvimento comunicativos da criança. Ela pode imitar pessoas que estão próximas dela, como as babás, os pais, os professores infantis, entre outros. As vozes dos heróis infantis, de desenhos animados e de ídolos famosos também podem ser vozes a serem copiadas pelas crianças. b4) Disfonias Funcionais Por Inadaptações Vocais: Ocorrem por Inadaptações Anatômicas (Alterações Estruturais Mínimas) e Inadaptações Funcionais Nos sujeitos com disfonias funcionais por inadaptações vocais, costuma-se encontrar diminuição na resistência vocal, causando fadiga à fonação. As inadaptações anatômicas, também conhecidas como alterações estruturais mínimas da laringe (AEM), constituem pequenas alterações na sua configuração estrutural, podendo incluir variações anatômicas ou malformações congênitas, que pelo uso intenso da voz ou comportamento abusivo da voz podem causar alterações na voz. Quando a manifestação é respiratória, na→ respiração curta e comprimida. (caracterizada pelo desconforto ou dificuldade para respirar) Quando a manifestação é de nível glótico,→ ocorre fenda glótica = (é a falha no fechamento das pregas vocais), fenda triangular médio posterior = (É o espaço visível entre as pregas vocais na sua porção posterior, com formato de um triângulo, no momento do seu fechamento), fenda dupla ou em ampulheta= (têm origem em uma fenda triangular médio-posterior ou triangular de grau dois, com presença de lesão de mucosa, geralmente nódulos, o que promove, em função do edema entre o terço anterior e médio, a abertura na região anterior das pregas vocais ). Também aparecem lesões benignas nas pregas vocais, como espessamento, edema ou nódulos vocais bilaterais ou reações nodulares contralaterais na presença de cisto. Quando ocorre manifestações articulares, as caixas de ressonância são usadas de forma incorreta, com desequilíbrio articulatório. A disfonia psicogênica é uma desordem vocal, onde observa-se larige normal combinando a voz alterada, uma vez que sons laríngeos sem relação com o comportamento comunicativo, isto é tosse são normais. Disfonias orgânicas São causadas por lesões ou alterações anatômicas da laringe, e seu estabelecimento independe do uso da voz. Disfonia é definida como uma dificuldade na emissão da voz manifestada por rouquidão ou outras alterações durante o processo de fonação e pode ser causada por afecções orgânicas, funcionais ou psíquicas. A laringoscopia é uma ferramenta diagnóstica imprescindível nos pacientes com disfonia persistente (evolução maior que 15 dias) ou nos pacientes em que há suspeita clínica de lesão orgânica na laringe. Podem ser subdivididas em: Disfonias orgânicas primárias é decorrentes de lesões que independem o uso inadequado da voz para seu estabelecimento. Disfonias orgânicas secundárias são também chamadas de lesões fonotraumáticas da laringe e disfonias orgânico-funcionais. - Disfonias orgânicas primárias Decorrentes de lesões que independem do uso inadequado da voz para seu estabelecimento Composta por doenças inflamatórias, infecciosas, neoplasias, malformações congênitas, lesões traumáticas, doenças sistêmicas e disfunções do sistema nervoso central e periféricas. Laringite aguda Um adulto tem em média 2 a 5 resfriados por ano, e a criança, de 6 a 9 episódios. Uma parcela desses pacientes evolui com inflamação da mucosa das pregas vocais e aumento da produção de muco. Esses pacientes apresentam-se clinicamente com rouquidão, disfonia e tosse. A principal causa de disfonia na população são os casos de laringites virais. Os principais agentes etiológicos são os rinovírus (mais frequentes), adenovírus (geralmente com maior dificuldade respiratória), picomavírus, entre outros. Em cerca de 50% dos casos, o agente não é identificado. O processo inflamatório é autolimitado e há melhora da queixa de disfonia em menos de uma semana. O tratamento inclui hidratação, analgésicos e repouso vocal. Laringites agudas bacterianas devem ser descartadas, e tratamento antimicrobiano específico deve ser instituído Laringites crônicas Infecções crônicas da laringe podem causar disfonia. Na maioria dos casos, a queixa de rouquidão vem associada a outros sintomas, como dispneia, dor, eventual perda de peso, história de tabagismo e alcoolismo. Como o quadro clínico e as características epidemiológicas do paciente são muito semelhantes aos pacientes com câncer laríngeo, é de suma importância descartar esse diagnóstico. Edema laríngeo difuso e eritema podem ser os únicos achados, e deve-se excluir causas não infecciosas, como a doença do refluxo gastresofágico. A biópsia das lesões constitui um elemento essencial para o diagnóstico correto. Também é importante enviar material para pesquisa e cultura de fungos e de bacilos álcool- ácido resistentes (BAAR). A possibilidade de sarcoidose, policondrite e doenças autoimunes também deve ser considerada. Disfonias Organicofuncionais Antes de serem disfonias orgânicos funcionais eram ou disfonias disfuncionais sobrecarga na atividade vocal na ausência das alterações orgânicas que justifiquem a disfonia- ou disfonias funcionais estruturais –decorrem de variações anatômicas não ideias para a fonação-. As disfonias organicofuncionais são decorrentes de lesões causadas por distúrbios funcionais, como nódulos, pólipos e edemas (lesões benignas). São também chamadas de lesões fonotraumáticas da laringe e disfonias orgânico-funcionais. Nódulo vocal Nódulos são áreas de espessamentoepitelial, localizados simetricamente entre o terço anterior e o médio das pregas vocais, bilateralmente, podem ser de tamanho diferente. Acometem, em geral, adultos jovens e crianças. Nos adultos, têm predileção pelo sexo feminino; já nas crianças, acometem mais os meninos. História ocupacional de abuso vocal também é fator de risco para nódulos de pregas vocais. Em geral há rouquidão (lesão de massa), e a voz é grave e soprosa devido ao escape de ar pela fenda glótica, classicamente fenda em ampulheta ou triangular média posterior. O fechamento glótico é incompleto, com a formação de fenda glótica em ampulheta ou triangular posterior à fonação. Podem ser volumosos e de aspecto edematoso (crianças), pontiagudos ou estralados, fibrosados (brancos)-antigos e até com áreas leucoplásicas. Pólipos São lesões benignas das pregas vocais, geralmente unilaterais, podendo ser pediculadas oum sésseis e apresentar os mais diferentes formatos. Pólipos acometem predominantemente indivíduos do sexo masculino, entre 20 e 60 anos, e raramente crianças. Costumam estar associados a abuso vocal intenso, especialmente na vigência de infecção de vias aéreas superiores. O paciente pode inclusive relacionar a disfonia a um episódio de abuso vocal agudo. Pode haver dispneia, dependendo do tamanho do pólipo e em caso de obstrução da via aérea. Cansaço vocal e diplofonia podem ser notados. A voz é rouca (efeito de m assa), a soprosidade é relativa e depende do tamanho do pólipo e do grau de escape de ar pela fenda glótica formada. Edema de Reinke Lesão benigna que se apresenta como edema das pregas vocais, podendo ser simétrico ou assimétrico. O edema de Reinke acomete predominantemente mulheres, embora se subestime a incidência real dessa patologia em homens, devido ao fato de as mulheres procurarem mais os serviços de saúde do que os homens queixando-se de voz masculinizada e grave. A faixa etária m ais acometida é a de mulheres com mais de 50 anos (fase da pós menopausa). O aumento da amplitude de vibração, devido à flacidez da lâmina própria, resulta em redução da frequência fundamental da voz nos pacientes com edema de Reinke (voz grave). Granulomas São chamados de tumores inespecíficos para diferenciá-los dos específicos como, o granuloma da tuberculose, sífilis... Resultam de trauma (estado hiperfuncional da laringe ou entubação endotraqueal) e refluxo gastroesofágico (hiperacidez). É uma lesão mais posterior e resulta de traumas na região. O tratamento clínico engloba o uso de corticoides, botox, mitomicina, fonoterapia e associação de tratamentos. Já o tratamento cirúrgico geralmente utiliza laser que facilita o ate cirúrgico, com a preservação ou não do pericôndrio. As alterações vocais infantis interferem de forma negativa no desenvolvimento social, afetivo e emocional das crianças. O problema vocal sobre a vida de uma criança pode ser subestimado, uma vez que ela não apresenta sintomas mais abrangentes envolvendo outros sistemas. Isso pode implicar um atraso pela procura por intervenção, o que consequentemente resultará em uma alteração vocal crônica com potencialidade de limitar a vida escolar e as oportunidades sociais e profissionais das crianças. Pode apresentar consequências no desenvolvimento da capacidade de comunicação, Bullying, perda de peso, isolamento, baixa convivência social, sentimentos de frustração, raiva, constrangimento e insatisfação. Na adolescência os pacientes com disfonias decorrentes da muda vocal sentem-se angustiados submissos, fracos e imaturos, que compromete a autoestima e a socialização. Para os pais o sentimento de culpa pode aparecer devido ao atraso na consciência do sintoma e diagnóstico tardio mais ressalta-se que isso se deve ao fato do desconhecimento desses sintomas. Na sociedade a qual vivemos onde ainda existem pessoas preconceituosas onde o fato de um menino apresentar um vos aguda (fina pode ser gay) leva ao que já foi dito anteriormente. O gênero enquanto o reconhecimento de como um indivíduo é percebido socialmente os resultantes da interação social; antes mesmo de nascer um indivíduo encontra-se em uma cultura que interpreta o corpo biológico conforme os significados atribuído a macho e fêmea. É através do contato e contraste com o outro e com os padrões sociais normativos que se viabiliza a valorização social com homem ou como mulher por meio de comparações e conforme os significados e as expectativas sócias de o que é masculino ou feminino. Desse modo tem-se que os atributos tidos como femininos ou masculinos não são inatos; eles se constituem em processo contínuo e intrínsecos à cultura, circunstâncias e ao contexto histórico. A linguagem portanto exerce papel fundamental na construção da identidade de gênero e os processos culturais, inevitavelmente, exercem influência coercitiva sobre os corpos e suas funções. Dentre os elementos com potencial para influenciar as ações em saúde para pessoas transexuais, está a voz, de modo que representa um elemento que constitui o corpo de forma material e subjetiva. A voz é considerada como traço de identidade, por ser um fator marcante na percepção de gênero e, a não conformidade da voz com a expressão do mesmo, pode gerar sentimentos de inadequação, tendo um potencial impacto psicossocial. Ao se definir o gênero de um falante, alguns aspectos como cultura e sotaque são levados em conta, pois há associação entre a percepção da voz e a percepção de fala e linguagem do sujeito. Ainda que uma voz não soe familiar, o ouvinte consegue ter impressões quanto ao gênero do falante, altura, peso, dentro outros aspectos. Dentro da categoria trans os transexuais se diferem das travestis e das drag-queens pois, além de assumirem a identidade feminina, recorrem à transgenitalização devido a insatisfação com seus órgãos sexuais, dentre outras modificações. Valorizam as intervenções em seus corpos e em sua voz para revelarem externamente aquilo que julgam ser internamente. A terapia fonoaudiológica no processo de readequação vocal a expressão de gênero, vai modificar o padrão vocal, trabalhando os aspectos de mudança de pitch e à loudness ,a fim de obter a qualidade vocal suficiente para serem Entender o impacto de uma disfonia para as crianças, os adolescentes e para os pais Discutir gênero e atuação multidisciplinar na voz identificadas como sendo do gênero desejado em situações diárias de vida, especialmente aquelas que não são fornecidas pistas visuais ao ouvinte, como, por exemplo, durante um telefonema. No Brasil o SUS já reconhece a importância de profissionais da Fonoaudiologia fazendo parte da equipe multidisciplinar de atenção à saúde das pessoas trans. A intervenção fonoaudiológica com pessoas trans contribui para a identidade de gênero e consequentemente, para qualidade de vida no tratamento da voz. O alinhamento da apresentação visual do gênero e da voz pode ser vital para uma transição bem-sucedida para alguns indivíduos. ------------------------------------------------- Por ser classificada de acordo com um estereótipo binário de gênero, a voz pode constituir, ao mesmo tempo, tanto uma limitação quanto um instrumento de afirmação na busca do reconhecimento social de pessoas trans, principalmente daqueles(as) cujas vozes não se enquadrariam em padrões vocais "femininos" ou "masculinos" de acordo com seu gênero. Nesse sentido, tem se tornado frequente no Brasil a busca por fonoaudiólogosque atuam em consultórios, ambulatórios e hospitais (junto ou não às equipes do Processo Transexualizador, atualmente regulamentado no âmbito do SUS) para uma terapia que, a princípio, corresponderia a uma "readequação" a parâmetros vocais relacionados a uma identidade de gênero feminina ou masculina. Partimos, nesta pesquisa, do pressuposto de que a voz seja um dos principais marcadores de gênero na interação social e de que o processo de "readequação vocal" (categoria construída no campo fonoaudiológico) seja um importante aspecto na (re)elaboração das performances de gênero entre pessoas trans. Referência: MODELO PARA ELABORAÇÃO E FORMATAÇÃO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS (editorarealize.com.br) https://editorarealize.com.br/editora/anais/desfazendo-genero/2018/TRABALHO_EV129_MD4_SA39_ID1599_01112019221227.pdf https://editorarealize.com.br/editora/anais/desfazendo-genero/2018/TRABALHO_EV129_MD4_SA39_ID1599_01112019221227.pdf https://editorarealize.com.br/editora/anais/desfazendo-genero/2018/TRABALHO_EV129_MD4_SA39_ID1599_01112019221227.pdf
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