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1 Isadora Silva Clínica Médica Distúrbios Ácido Base Qualquer alteração ou redução do pH sanguíneo devido a alteração na concentração de íons H+ no sangue. Para o funcionamento normal do corpo deve existir um equilíbrio entre ácidos e bases corporais, sendo o pH normal: 7,35- 7,45. Se não houver esse equilíbrio o corpo pode sofrer desnaturação proteica, célular, sofrimento corporal levando até a surtir em falência de órgãos (abaixo de 6,8/ acima de 7,95- morte celular). Acidose (pH baixo, mais H+): <7,35 Alcalose (pH mais alto, menos H+): >7,45 Quem muda esse pH é a concentração de H+ no sangue. [H+] = inversamente proporcional ao pH. MECANISMOS COMPENSATÓRIOS PARA CONTROLE DO PH 1- Soluções tampão: jogam ou tiram H+ no sangue ou célula a depender da necessidade. Atuam onde é necessário respostas imediata a variações de pH. Tipos: Ácido carbônico- H2CO3 (mais importante e maior força e controle): ácido fraco que de dissocia rapidamente Co2 + H2O H2CO3 HCO3- + H+ Hemoglobina Ácido fosfórico Ossos: auxílio do fosfato- em acidose o osso libera fosfato para forma o ácido fosfórico e aumentar o pH. 2- Controle do CO2 pelos pulmões: resposta ocorre de minutos a horas. Paciente que hiperventila causa alcalose. Ou seja, o aumento da FR diminui a [CO2] no sangue, por isso preciso de mais H+ para levar a equação para o lado de formar CO2 + H2O em compensação. Já o paciente que tem FR reduzida, há aumento de concentração de CO2 no sangue, e para diminuí-lo, nosso organismo tende a formar H2CO3 e produzir HCO3- e H+, por isso esse paciente possui acidose. 3- Controle dos íons H+ e HCO3- : através dos rins, secretando ou reabsorvendo hidrogênio e bicarbonato (tendo melhor resposta ao bicarbonato). A resposta é mais tardia (42/72hrs), mas é a mais potente. Paciente com insuficiência renal tem sobra de bicarbonato (aumentado), desse modo a equação vai para a esquerda, formando CO2 e H2O, e na formação o bicarbonato vai precisar do H+, o paciente assim pode evoluir para alcalose. Paciente diarreico na perca de bicarbonato, vai levar a equação para direita, para aumentar a quantidade de bicarbonato e 2 Isadora Silva consequentemente aumenta também H+, levando o paciente a um quadro de acidose. -Alterações que interferem na frequência respiratória (CO2) levam a quadro de alcalose e acidose respiratória. PULMÃO -Alterações que interfiram na reabsorção ou secreção de H+ e HCO3- levam a quadro de acidose e alcalose respiratória. Solução tampão “trabalha sozinha” no controle do pH, enquanto pulmão e rim sempre trabalham juntos (um tentando corrigir o erro do outro- resposta compensatória). EX: se tenho uma acidose respiratória minha resposta compensatória vai ser renal (metabólica). ACIDOSE RESPIRATÓRIA Elevação dos níveis de CO2 no sangue devido a patologias que reduzem a FR (hipoventilação). Há diminuição do pH sanguíneo (pH<7,35). Causas: depressão de centro respiratório, doenças neuromusculares, distúrbios metabólicos, bloqueio neuromuscular por drogas, ventilação mecânica (iatrogenia), patologias obstrutivas aéreas ... ALCALOSE RESPIRATÓRIA Os níveis de CO2 estão reduzidos devido a patologias que aumentam a frequência respiratória. Há aumento do pH sanguíneo (pH>7,45). Causas: pneumonia, edema pulmonar, embolia pulmonar, asma, infecções, traumas, tumor, hemorragia... PaCO2: concentração de CO2 no sangue do paciente. O valor normal varia de 35-45 mmHg. -PaCO2 < 35: alcalose respiratória -PaCO2 > 45: acidose respiratória ACIDOSE METABÓLICA Alterações nos níveis de HCO3- (redução) devido a patologias que aumentam a excreção do ânion ou elevação de H+ no sangue. Causas: cetoacidose diabética, intoxicações exógenas (AAS, álcool), acidose lática (respiração anaeróbia), diarréia. Ânion GAP: a substância que causa a maior carga positiva do sangue é o Na+ (140) e para equilibrar não existe uma substância que dê o equilíbrio. Assim precisamos somar substâncias para que isso aconteça (Cl + HCO3- + todos outros ânions- não mensuráveis ou ânion GAP) dando os 140-. - Acidose por perda de bicarbonato (hiperclorêmica): Em um paciente que tem acidose metabólica por perda de HCO3-, sendo que o cloro vai aumentar porque com o aumento do número de HCO3- para regular o Cl vem junto, enquanto o ânion GAP não se altera. - Já em acidose metabólica por H+: é onde há aumento o número de ácidos fracos e por isso o que estará alterado será o ânion GAP, enquanto o Cl estará normal. 3 Isadora Silva AG (ânion GAP): sódio – (bicarbonato + cloro) Valor de referência: 8-12 mmol/L OBS: eu calculo o ânion GAP para saber se tenho acidose metabólica por perda de H+ ou de bicarbonato. ALCALOSE METABÓLICA Alterações no organismo que cursam em aumento de HCO3- no sangue ou redução nos níveis de H+. É um quadro mais raro Causas: hipovolemia, hipocloremia, hipocalemia, vômitos. Para recuperar a volemia no corpo as células do túbulo renal, tende a recuperar o sódio da urina em formação para puxar também água. Para que o sódio entre, uma bomba de Na e H+ é necessário, sendo que o hidrogênio sai da célula e vai para a urina, lá tendo contato com o HCO3- dividindo em H20 e CO2. Esse formado entra na célula e encontra um meio com H reduzido, e por esse motivo se transforma em H+ e bicarbonato, para elevar o H+ que estava pouco na célula. Assim o bicarbonato produzido intracelular vai para o sangue e causa a alcalose. O valor de bicarbonato no sangue é: 22-26 mEq/L. (Bicarbonato standart- HCO3-std). HCO3- < 22: acidose metabólica HCO3- >26: alcalose metabólica BASE BUFFER E BASE EXCESS Base excess (BE): Variação no Base Buffer devido a variação na concentração das bases do corpo. Nossa base total no corpo é de 48- somatório de todas as bases do corpo. Fizeram uma média e um intervalo de 45-51 (como é de -3/+3 do valor de 48, e é isso que aparece na gasometria). De -3/+3 no gasômetro é caracterizado como normal. Se uma pessoa chegou no atendimento com acidose ou alcalose respiratória e meu base excesso deu -3/+3 quer dizer que o rim não começou a trabalhar ainda como modo compensatório (distúrbio agudo- menos de 48hrs). Se esse intervalo foi quebrado dando -4/-5/+4/+5 quer dizer que eu rim já começou a trabalhar (distúrbio crônico- mais de 48 hrs). 4 Isadora Silva Em distúrbio metabólico não adianta olharmos base excesso porque quem vai compensar é pulmão e está alterado é o CO2 e não bases!!! DISTÚRBIOS MISTOS Distúrbio puro: aquele que apenas um (PaCO2, HCO3-) está alterado. Distúrbio misto: PaCo2 e HCO3- estão ambos alterados. EX: pneumonia causando sepse! Mesma alteração: ou só acidose ou só alcalose Diferente alteração: acidose + alcalose. Mas nem todos assim é distúrbio misto, pode estar tendo apenas uma compensação. Vou olhar o pH para definir se é a acidose ou alcalose que foi a doença de início. EX: pH- 7,2: indica uma acidose PaCO2- 50: indica uma acidose HCO3- 30: indica uma alcalose Nesse caso seguiremos o pH, indicando uma acidose respiratória! Cálculos para saber se a resposta compensatória é fisiológica ou não nos mistos: 1- Metabólicas: PCO2 esperada: HCO3 +15 EX: pH: 7,18 PaCO2: 32 HCO3-: 15 15+15: 30 32 está entre 30-45, então esse distúrbio não é misto e sim uma acidose metabólica com compensação pulmonar. EX2: pH: 7,65: alcalose PaCO2: 55 – acidose HCO3: 38- alcalose 38+15: 53, assim nosso parâmetro vai de 35-53 55 não está dentro desse parâmetro, assim já temos um distúrbio misto. 2- Pulmonares: olhar o BE EX: pH: 7,2: acidosePaCO2: 65- acidose HCO3: 28- alcalose BE: 0- agudo Nesse caso para cada 10 a mais em PaCO2, posso aceitar 1 número alterado em HCO3: 35-45 é a nossa medida- (65 é 20 a mais) então aceito 2 pontos a mais no HCO3 (22-26), como 5 Isadora Silva nesse caso foi 28, posso aceitar de acordo com a fórmula. Dizemos que esse distúrbio é com compensação renal e não misto. EX2: pH: 7,65- alcalose PaCO2: 15- alcalose HCO3: 18- acidose BE: 0 Nesse caso para cada 10 a menos em PaCO2 por ser alcalose, posso aceitar 2 números alterados em HCO3: 35-45 é a nossa medida- (15 é 20 a menos) então aceito 4 pontos a menos no HCO3 (22- 26), como nesse caso foi 18, posso aceitar de acordo com a fórmula. Dizemos que esse distúrbio é com compensação renal e não misto.
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