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Anemia Ferropriva Condição comum em países em desenvolvimento. Não é uma doença/diagnóstico, mas sim uma anormalidade genética ou adquirida. Na dieta habitual, o organismo absorve, no máximo, 1-2 mg de ferro diariamente a partir da atuação das células epiteliais do duodeno e jejuno. O ferro heme é mais facilmente absorvido, pois ele possui um transportador próprio nos enterócitos. Quando há a absorção máxima de ferro no organismo ou processos inflamatórios (excesso de IL-6), há a atuação da hepcidina, que impede a absorção do ferro pelos enterócitos e a sua liberação pelos macrófagos (células que possuem um grande armazenamento desse íon). Em condições como a anemia da doença crônica, há grande produção de hepcidina devido ao estado inflamatório em que o organismo se encontra, o que leva o indivíduo a desenvolver um quadro de anemia. 1.CONCEITOS GERAIS E O METABOLISMO DO FERRO: A principal causa da anemia ferropriva, principalmente em pessoas com útero, são as perdas de sangue. Nesse caso, deve-se avaliar no paciente como anda o ciclo menstrual; número de absorventes utilizados em um mês (>15 - suspeita de aumento de fluxo; >20 - certeza de aumento de fluxo); perda de coágulos; perda de sangue noturna. Referente a outros tipos de perda sanguínea, deve-se avaliar se há perda gastrointestinal, alteração do hábito intestinal; varizes de esôfago. Essa condição também pode ser causada por alterações na absorção intestinal, como ocorre em indivíduos que realizaram gastrectomia ou que possuem doenças do intestino delgado. O uso de AINES também está associado com a anemia ferropriva. Por fim, condições em que há aumento da necessidade de ferro (prematuridade, infância e puberdade) também têm grande relação com o aparecimento da anemia ferropriva. 2. PRINCIPAIS CAUSAS: 3. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: a)Sistema cardiovascular: taquicardia, palpitação, dispneia, sopro sistólico de ejeção, aumento da área cardíaca, hipertrofia ventricular, insuficiência cardíaca. b)SNC: cefaleia, irritabilidade, sonolência, menor capacidade de concentração, vertigem, distúrbios da função cognitiva. c) Sistema vascular: diminuição da temperatura cutânea, palidez cutânea, mucosas e conjuntivas pálidas, edema. d) Pele e fâneros: queda de cabelo, glossite, queilite angular, unhas quebradiças, celoníqua. O exame físico já ajuda a indicar as principais manifestações dessa condição, como as mucosas e conjuntivas hipocoradas, fadiga, dispneia, palidez cutânea. Os principais exames laboratoriais a serem solicitados quando há suspeita de anemia são: hemograma, ferritina, ferro sérico e saturação da transferrina. No hemograma, a análise do Volume corpuscular médio (VCM) e da Hemoglobina corpuscular média (HCM) também ajudam a dar o disgnóstico de anemia ferropriva. O ferro sérico não é um bom indicador da presença ou não de anemia. Um dos principais exames que indicam o diagnóstico de anemia é a ferritina. O achado laboratorial da anemia ferropriva, na maioria dos casos, apresenta-se da seguinte maneira: ferritina < 12; presença de Hipocromia (HCM baixo) e/ou microcitose (VCM baixo); Hb < 13 em homens; Hb < 12 em mulheres; Hb < 11 em crianças e gestantes. Pde haver também anisocitose (RDW elevado). 4. DIAGNÓSTICO: Suspeita de anemia + VCM normal Nas análises laboratoriais, uma hemácia normal tem o tamanho do núcleo de um pequeno linfócito. O tratamento é baseado na prescrição de ferro elementar para o paciente. Preferencialmente, a administração é feita por via oral, 2 a 5 mg/kg/dia, de 2 a 3x ao dia (150 a 200mg); deve-se ingerir antes das refeições e de preferência com sucos que contenham vitamina C. O tratamento é feito em duas fases: Em alguns casos, o ferro pode ser administrado por via intramuscular. Também há a possibilidade de ferro intravenoso, porém há riscos de reação anafilática. a) VCM baixo: pode ser indicativo de deficiência de ferro; talassemia; anemia da doença crônica; envenenamento por chumbo. b) VCM alto: pode ser indicativo de deficiência de folato; deficiência de B12; anemia aplásica; mielodisplasia; anemia hemolítica autoimune; hepatopatia. Realizar contagem de reticulócitos (fala sobre o comportamento da medula óssea). 5. TRATAMENTO: a)Fase 1: correção da anemia (1-3 meses) b) Fase 2: reposição dos estoques de ferro (2-8 meses). REFERÊNCIAS KASPER, Dennis L.. Medicina interna de Harrison. 19 1 v. Porto Alegre: AMGH Editora, 2017, GOLDMAN L, AUSIELLO D. Cecil Medicina Adaptado à Realidade Brasileira. Tradução da 24º edição. Saunders Elsevier; 2014.