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TRANSTORNOS-GLOBAIS-INVASIVOS-DO-DESENVOLVIMENTO-CID-10

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1 
 
TRANSTORNOS GLOBAIS (INVASIVOS) DO DESENVOLVIMENTO - CID 10 
 
 
 
 
2 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos 
culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e 
comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de 
comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de 
forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir 
uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma 
das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela 
inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
SUMÁRIO 
 
TRANSTORNOS GLOBAIS (INVASIVOS) DO DESENVOLVIMENTO - 
CID 10 ................................................................................................................ 1 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 
Introdução ................................................................................................ 4 
Autismo .............................................................................................. 10 
Síndrome de rett ................................................................................ 12 
Condição clínica ............................................................................. 13 
Genética ......................................................................................... 16 
Patologia ......................................................................................... 17 
Síndrome de Asperger ....................................................................... 18 
Transtorno desintegrativo da infância (psicose infantil)...................... 21 
Transtorno invasivo do desenvolvimento - sem outra especificação . 23 
Definição de TID-SOE .................................................................... 24 
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
file:///F:/APOSTILA/TRANSTORNO%20GLOBAL%20DO%20DESENVOLVIMENTO%20E%20ALTAS%20HABILIDADES/TRANSTORNOS%20GLOBAIS%20(INVASIVOS)%20DO%20DESENVOLVIMENTO%20-%20CID%2010.docx%23_Toc57664217
file:///F:/APOSTILA/TRANSTORNO%20GLOBAL%20DO%20DESENVOLVIMENTO%20E%20ALTAS%20HABILIDADES/TRANSTORNOS%20GLOBAIS%20(INVASIVOS)%20DO%20DESENVOLVIMENTO%20-%20CID%2010.docx%23_Toc57664217
 
 
 
4 
Introdução 
 
 
 
Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) representam uma 
categoria na qual estão agrupados transtornos que têm em comum as funções 
do desenvolvimento afetadas. Nessa categoria, estão incluídos os alunos com 
diagnóstico de autismo, Síndrome do Espectro Autista (Asperger), Transtorno 
Desintegrativo da Infância (psicose) e Transtorno Invasivo de Desenvolvimento 
- sem outra especificação. 
Na área dos Transtornos Globais do Desenvolvimento é habitual 
deparar-se com os termos síndrome e/ou transtorno. Assim, é importante 
esclarecer que a nomenclatura síndrome se refere a um conjunto de sintomas, 
não restrito a uma só doença, que ocorre no indivíduo; e transtorno é aplicado 
para indicar a existência de um conjunto de sintomas ou comportamentos que 
ocorrem no transcorrer da infância, com um comprometimento ou atraso no 
desenvolvimento e maturação do sistema nervoso central. O transtorno não se 
desenrola de traumatismo ou doença cerebral adquirida; ele denuncia uma 
 
 
 
5 
desordem neurológica e origina-se de anormalidades no processo cognitivo 
derivados de disfunção biológica (FRANZIN, 2014). 
Existem ainda dois termos que têm sido para essas nomenclaturas, 
sendo eles, os transtornos invasivos do desenvolvimento e transtornos 
abrangentes do desenvolvimento. Assim sendo, os termos aplicados 
 
 
Os Transtornos Globais do Desenvolvimento também causam variações 
na atenção, na concentração e, eventualmente, na coordenação motora. 
Mudanças de humor sem causa aparente e acessos de agressividade são 
comuns em alguns casos. As crianças apresentam seus interesses de maneira 
diferenciada e podem fixar sua atenção em uma só atividade, como observar 
determinados objetos, por exemplo. 
Segundo o CID 10 Os Transtornos globais do desenvolvimento são um 
Grupo de transtornos caracterizados por alterações qualitativas das interações 
sociais recíprocas e modalidades de comunicação e por um repertório de 
interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Estas anomalias 
qualitativas constituem uma característica global do funcionamento do sujeito, 
em todas as ocasiões. 
Os Transtornos globais do desenvolvimento de acordo com o CID-10 
são separados em Autismo infantil, Autismo atípico, Síndrome de Rett, Outro 
transtorno desintegrativo da infância, Transtorno com hipercinesia associada a 
retardo mental e a movimentos estereotipados, 
Síndrome de Asperger, Outros transtornos 
globais do desenvolvimento e, Transtornos 
globais não especificados do desenvolvimento. 
 
 
 
 
6 
 
 
F84.0 AUTISMO INFANTIL 
 
Transtorno global do desenvolvimento caracterizado por a) um 
desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado antes da idade de três 
anos, e b) apresentando uma perturbação característica do funcionamento em 
cada um dos três domínios seguintes: interações sociais, comunicação, 
comportamento focalizado e repetitivo. Além disso, o transtorno se acompanha 
comumente de numerosas outras manifestações inespecíficas, por exemplo 
fobias, perturbações de sono ou da alimentação, crises de birra ou 
agressividade (auto-agressividade). 
 Autismo infantil 
 Psicose 
 Síndrome de Kanner 
 Transtorno autístico 
 Exclui: 
 psicopatia autista (F84.5) 
 
F84.1 AUTISMO ATÍPICO 
 
Transtorno global do desenvolvimento, ocorrendo após a idade de três 
anos ou que não responde a todos os três grupos de critérios diagnósticos do 
 
 
 
7 
autismo infantil. Esta categoria deve ser utilizada para classificar um 
desenvolvimento anormal ou alterado, aparecendo após a idade de três anos, 
e não apresentando manifestações patológicas suficientes em um ou dois dos 
três domínios psicopatológicos (interações sociais recíprocas, comunicação, 
comportamentos limitados, estereotipados ou repetitivos) implicados no 
autismo infantil; existem sempre anomalias características em um ou em vários 
destes domínios. O autismo atípico ocorre habitualmente em crianças que 
apresentam um retardo mental profundo ou um transtorno específico grave do 
desenvolvimento de linguagem do tipo receptivo. 
 Psicose infantil atípica 
 Retardo mental com características autísticas 
Usar código adicional (F70-F79), se necessário, para identificar o retardo 
mental. 
 
 F84.2 SÍNDROME DE RETT 
 
Transtorno descrito até o momento unicamente em meninas, 
caracterizado por um desenvolvimento inicial aparentemente normal, seguido 
de uma perda parcial ou completa de linguagem, da marcha e do uso das 
mãos, associado a um retardo do desenvolvimento craniano e ocorrendo 
habitualmente entre 7 e 24 meses. A perda dos movimentos propositais das 
mãos, a torsão estereotipada das mãos e a hiperventilação são características 
deste transtorno. O desenvolvimento social e o desenvolvimento lúdico estão 
detidos enquanto o interesse social continua em geral conservado. A partir da 
idade de quatroanos manifesta-se uma ataxia do tronco e uma apraxia, 
seguidas frequentemente por movimentos coreoatetósicos. O transtorno leva 
quase sempre a um retardo mental grave. 
 
 
 
 
 
8 
F84.3 OUTRO TRANSTORNO DESINTEGRATIVO DA INFÂNCIA 
 
Transtorno global do desenvolvimento caracterizado pela presença de 
um período de desenvolvimento completamente normal antes da ocorrência do 
transtorno, sendo que este período é seguido de uma perda manifesta dos 
habilidades anteriormente adquiridas em vários domínios do desenvolvimento 
no período de alguns meses. Estas manifestações se acompanham 
tipicamente de uma perda global do interesse com relação ao ambiente, 
condutas motoras estereotipadas, repetitivas e maneirismos e de uma 
alteração do tipo autístico da interação social e da comunicação. Em alguns 
casos, a ocorrência do transtorno pode ser relacionada com uma encefalopatia; 
o diagnóstico, contudo, deve tomar por base as evidências de anomalias do 
comportamento. 
 Demência infantil 
 Psicose: 
 Desintegrativa 
 Simbiótica 
 Síndrome de Heller 
 Usar código adicional, se necessário, para identificar a afecção 
neurológica associada. 
 Exclui: 
 Síndrome de Rett (F84.2) 
 
F84.4 TRANSTORNO COM HIPERCINESIA ASSOCIADA A RETARDO 
MENTAL E A MOVIMENTOS ESTEREOTIPADOS 
 
Transtorno mal definido cuja validade nosológica permanece incerta. 
Esta categoria se relaciona a crianças com retardo mental grave (QI abaixo de 
34) associado à hiperatividade importante, grande perturbação da atenção e 
 
 
 
9 
comportamentos estereotipados. Os medicamentos estimulantes são 
habitualmente ineficazes (diferentemente daquelas com QI dentro dos limites 
normais) e podem provocar uma reação disfórica grave (acompanhada por 
vezes de um retardo psicomotor). Na adolescência, a hiperatividade dá lugar 
em geral a uma hipoatividade (o que não é habitualmente o caso de crianças 
hipercinéticas de inteligência normal). Esta síndrome se acompanha, além 
disto, com frequência, de diversos retardos do desenvolvimento, específicos ou 
globais. Não se sabe em que medida a síndrome comportamental é a 
consequência do retardo mental ou de uma lesão cerebral orgânica. 
 
F84.5 SÍNDROME DE ASPERGER 
 
Transtorno de validade nosológica incerta, caracterizado por uma 
alteração qualitativa das interações sociais recíprocas, semelhante à 
observada no autismo, com um repertório de interesses e atividades restrito, 
estereotipado e repetitivo. Ele se diferencia do autismo essencialmente pelo 
fato de que não se acompanha de um retardo ou de uma deficiência de 
linguagem ou do desenvolvimento cognitivo. Os sujeitos que apresentam este 
transtorno são em geral muito desajeitados. As anomalias persistem 
frequentemente na adolescência e idade adulta. O transtorno se acompanha 
por vezes de episódios psicóticos no início da idade adulta. 
 Psicopatia autística 
 Transtorno esquizoide da infância 
 
F84.8 OUTROS TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO 
 F84.9 TRANSTORNOS GLOBAIS NÃO ESPECIFICADOS DO 
DESENVOLVIMENTO 
Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD), por se tratarem de 
um conjunto de sintomas e comportamentos que transcorrem na infância, com 
comprometimento ou atraso no desenvolvimento, apresentam, entre a 
 
 
 
10 
síndrome e os transtornos que os compõem, uma sucessão de características 
que serão apresentados no decorrer desta apostila. 
 
 
Autismo 
 
O autismo refere-se a um grupo de transtornos caracterizados por uma 
tríade de prejuízos qualitativos, quanto à interação social, à comunicação e a 
comportamentos, que poderão variar em menor ou maior agravo para a criança 
que apresente comportamentos restritivos, repetitivos e estereotipados. É um 
transtorno com perturbações significativas no desenvolvimento do sujeito e 
começa a manifestar-se antes dos três anos de idade. 
Kanner (1943) definiu o autismo como um distúrbio infantil caracterizado 
por uma inabilidade inata de relacionar-se afetivamente com outras pessoas, 
apresentando uma minuciosa descrição desse transtorno. O desejo obsessivo 
de isolamento e de manutenção da uniformidade explicava uma série de 
comportamentos do autista. Em um estudo Kanner percebeu através dos 
relatos dos pais das crianças observadas nessa pesquisa, que os filhos 
ficavam mais satisfeitos quando deixados sozinhos do que quando em 
companhia de outras pessoas, não interagiam e permaneciam completamente 
absortos em si mesmos, não tinham desenvolvido uma consciência social e 
agiam como se estivessem hipnotizados. Eles ignoravam contato físico direto, 
movimento ou barulho que ameaçasse interromper seu isolamento, ou 
demonstravam aflição ao sofrerem interferência externa (KANNER, 1943). 
É importante saber que o campo científico demonstrou um interesse 
crescente pelo autismo nos anos de 1970 e 1980, já que esse interesse 
viabilizou o desenvolvimento de pesquisas tanto nos campos neurobiológico e 
cognitivo quanto psicanalítico. O empenho de encontrar um quadro nosográfico 
(descritivo) adequado ao autismo e aos espectros correlatos mostrava-se tanto 
na França quanto em outros países, ensejando grandes debates acerca da 
natureza e da definição indiscutível de cada um deles. 
As pesquisas realizadas sobre o autismo até a década de 1970 não 
conseguiram explicar os sintomas do transtorno, principalmente as dificuldades 
 
 
 
11 
de relacionamento social. Quanto maior for o aprofundamento de uma 
pesquisa, mais próximos estamos de constatar uma forma de tratamento 
específico. 
O diagnóstico realizado por especialistas é alicerçado em critérios 
comportamentais, ou seja, distúrbios na interação social, comunicação e 
padrões restritos de comportamento e interesse. Ainda, para um completo 
diagnóstico, é necessário que haja desenvolvimento anormal nos três primeiros 
anos de vida, em pelo menos um dos seguintes aspectos: social, linguagem, 
comunicação ou brincadeiras simbólicas. 
 
Gustavo Teixeira (2016) define o autismo como uma síndrome de início 
precoce caracterizada por alterações marcantes no desenvolvimento da 
linguagem e da interação social. Esse autor aponta para o fato de haver a 
presença de comportamentos estereotipados e repetitivos, rituais, alterações 
sensoriais e interesses restritos. Ainda que todos os diagnosticados 
apresentem esses sintomas, o quadro clínico apresenta níveis de severidade 
muito distintos. 
 
Teixeira (2006) salienta que, com relação aos bebês com autismo, esses 
apresentam grande déficit no comportamento social, tendem a evitar contato 
visual, mostram-se pouco interessados na voz humana e não assumem a 
postura antecipatória – como colocar seus braços à frente para serem 
levantados pelos pais. Quando crianças, não brincam com outras, tampouco 
demonstram interesse por jogos e atividades em grupo; podem ter tendências 
 
 
 
12 
como cheirar e lamber objetos ou ainda bater palmas e mover a cabeça e 
tronco para frente e para trás. 
Os autistas adolescentes podem adquirir sintomas obsessivos (como 
ideias de contaminação) e apresentar, também, comportamentos ritualísticos 
como repetição de perguntas, entre outros. O professor precisa saber que, em 
relação ao aspecto comportamental, em geral, estudantes com esse 
diagnóstico apresentam intolerância frente às mudanças de rotina, 
expressando-se com reações de oposição. A dificuldade em lidar com 
sentimentos e expressá-los é observada nas mudanças de humor sem causa 
aparente e acessos de agressividade. 
Diferentemente da maioria das crianças, que diante de novidades 
demonstram interesse e necessidade de novos conhecimentos e em explorar o 
meio, com essas crianças são comuns os comportamentos estereotipados, 
com interesse limitado diante do novo, repetitivos em ações, gestos e falas 
(MERCADANTE, 2006). 
 
 
Síndrome de Rett 
 
A Síndrome de Rett foi identificada em 1966 por Andréas Rett, tendo 
ficadomais conhecida após o trabalho de Hagberg. É uma desordem do 
desenvolvimento neurológico, acometendo em sua maioria crianças do sexo 
feminino, aproximadamente 1 em cada 10.000 a 20.000, mas também atinge 
criança do sexo masculino meninas nascidas vivas (os meninos normalmente 
não resistem e morrem precocemente). Aparece em todos os grupos étnicos. 
 
 
 
 
 
13 
 
 
Condição clínica 
 
Ainda que os critérios diagnósticos aceitos hoje em dia sugiram que as 
crianças com síndrome de Rett apresentam um desenvolvimento normal 
durante os primeiros anos de vida, evidências atuais sugerem que existem 
sinais sutis de alguma anormalidade já em uma idade bem precoce, incluindo 
retardo motor discreto, presença de hipotonia muscular e outras alterações 
motoras. 
 
 
 
14 
Prejuízos graves da fala são a regra. De fato, a maioria dessas crianças 
não falam; ainda que algumas delas adquiram alguma fala, perdem essa 
habilidade na fase de regressão. Poucas meninas são capazes de falar, de 
forma que essa forma de síndrome de Rett foi denominada síndrome de Rett 
com fala preservada. 
Do ponto de vista clínico, a Síndrome de Rett pode ser organizada em 
quatro etapas, de acordo com Mercadante (2007), conforme segue: 
 Estagnação precoce: Dos 6 aos 18 meses, caracterizando-se 
pela estagnação do desenvolvimento, desaceleração do crescimento do 
perímetro cefálico e tendência ao isolamento social. Esse estágio dura alguns 
meses. 
 Rapidamente destrutiva: Entre o primeiro e o terceiro ano de vida, 
com regressão psicomotora, choro imotivado, irritabilidade, perda da fala 
adquirida, comportamento autista e movimentos estereotipados das mãos. 
Podem ocorrer irregularidades respiratórias e epilepsia. 
 Pseudoestacionária: Entre os dois e dez anos de idade, podendo 
haver certa melhora de alguns dos sintomas como, por exemplo, o contato 
social. Presença de ataxia, apraxia, espasticidade, escoliose e bruxismo. 
Episódios de perda de fôlego, aerofagia, expulsão forçada de ar e saliva. 
 Deterioração motora tardia: Inicia-se em torno dos dez anos de 
idade, com desvio cognitivo grave e lenta progressão de prejuízos motores, 
podendo necessitar de cadeira de rodas. 
A sobrevida na síndrome de Rett pode ser reduzida e a morte ocorre, 
em geral, como resultado de causas infecciosas e complicações respiratórias, 
possivelmente relacionadas à escoliose grave ou durante o sono (morte 
súbita). 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
 
 
16 
 
Genética 
 
A maioria dos casos de síndrome de Rett é isolada e esporádica, com 
rara ocorrência na família. No passado, o transtorno era considerado como 
uma doença dominante ligada ao cromossomo X, letal para os homens, sendo 
exclusivamente observada entre mulheres. Mais recentemente, poucos casos 
entre homens foram relatados, ainda que com sinais atípicos e parciais da 
síndrome. 
Em 1998, foi descrito um caso de um menino com dois anos e nove 
meses que tinha um fenótipo típico de síndrome de Rett e um cariótipo XXY. 
Essa associação de síndrome de Rett com a síndrome de Klinefelter tem uma 
ocorrência de provavelmente um a cada 10/15 milhões de nascimentos. Esse 
menino, como se confirmou afinal,9 apresentou uma das possíveis mutações 
encontradas no gene da síndrome de Rett. 
Em 1999, as mutações do gene MECP2 foram descritas em pacientes 
com síndrome de Rett. Estudos mais recentes indicam que cerca de 75% a 
80% dos pacientes com a forma clássica de síndrome de Rett contêm 
mutações nesse gene. O gene codifica a proteína MECP2, que opera como um 
repressor global da transcrição. Essa proteína atua em diferentes sites e as 
diferentes mutações já identificadas poderiam ser responsáveis pelos vários 
padrões fenotípicos que têm sido observados. 
Sabemos, hoje, que os homens podem ser afetados por essa condição 
em algumas circunstâncias: meninos que possuem comorbidade com a 
síndrome de Klinefelter, meninos que apresentam uma grave encefalopatia e 
em irmãos de meninas afetadas que nasceram com prejuízos neurológicos 
graves, tendo geralmente morte precoce. 
 
 
 
17 
 
 
Patologia 
 
Mesmo com a identificação do o gene, os mecanismos envolvidos na 
síndrome de Rett ainda são desconhecidos. Reduções significativas no lobo 
frontal, no núcleo caudato e no mesencéfalo têm sido descritas e há algumas 
evidências de que poderia haver uma deficiência pós-natal no desenvolvimento 
sináptico. 
 
 
 
 
18 
A Síndrome de Rett compromete progressivamente as funções motora e 
intelectual, e provoca distúrbios de comportamento e dependência. No caso 
típico, a menina se desenvolve de forma aparentemente normal entre 8 a 18 
meses de idade, depois começa a mudar seu padrão de desenvolvimento. 
Ocorre uma regressão dos ganhos psicomotores, a criança torna-se isolada e 
deixa de responder e brincar. Isso porque o crescimento craniano, até então 
normal, passa a desenvolver-se de modo mais lento, gerando uma microcefalia 
adquirida. O crescimento craniano, até então normal, demonstra clara 
tendência para o desenvolvimento mais lento, ocorrendo microcefalia 
adquirida. Aos poucos, deixa de manipular objetos, surgem movimentos 
estereotipados das mãos (contorções, aperto, bater de palmas, levar as mãos à 
boca, lavar as mãos e esfregá-las), culminando na perda das habilidades 
manuais e estagnação do desenvolvimento 
neuropsicomotor. 
Sobre possibilidades de intervenção, sabe-
se que, na maior parte dos casos a recuperação é 
limitada, embora alguns progressos no 
desenvolvimento possam ser feitos e um interesse pela interação social possa 
ser observado quando os indivíduos ingressam em uma fase mais tardia da 
infância ou na adolescência. As dificuldades de comunicação e comportamento 
em geral permanecem relativamente constantes ao longo da vida. 
 
Síndrome de Asperger 
 
A Síndrome de Asperger é classificada como um transtorno invasivo de 
desenvolvimento. Crianças com esta síndrome podem ter inteligência normal e 
tipicamente apresentarem inteligência verbal maior que a não verbal. Embora 
as habilidades verbais dessas crianças não apresentem os prejuízos 
encontrados nas crianças autistas, elas frequentemente apresentam profundas 
dificuldades sociais e de semântica. 
Teixeira (2006) afirma que o desenvolvimento inicial da criança parece 
normal, contudo, no decorrer dos anos, seu discurso se torna diferente, 
 
 
 
19 
monótono, peculiar e há, com frequência, a presença de preocupações 
obsessivas. É um transtorno de múltiplas funções do psiquismo, com afetação 
principal nas áreas do relacionamento interpessoal e da comunicação, embora 
a fala seja relativamente normal. 
 
 
A interação da criança com Síndrome de Asperger com outras crianças 
se torna difícil, pois demonstra pouca empatia e apresenta comportamento 
excêntrico; sua vestimenta pode se apresentar estranhamente alinhada e a 
dificuldade de socialização pode torná-la solitária. É inflexível, ou seja, tem 
dificuldades de lidar com mudanças. É emocionalmente vulnerável e instável, 
ingênua e eminentemente carente de senso comum. Há prejuízo na 
coordenação motora e na percepção visoespacial. Frequentemente apresenta 
interesses peculiares, em determinadas áreas do conhecimento, podendo 
passar horas assistindo ao canal da previsão do tempo na televisão ou 
estudando exaustivamente sobre temas ou assuntos preferidos, como 
dinossauros, Egito, carros, aviões, mapas de ruas, planetas, missões 
espaciais, entre outros. 
Conforme Ferrari (2012), a expressão transtornos invasivos do 
desenvolvimento agrega um conjunto de problemas do desenvolvimento das 
funções psicológicas, geralmente aquelas envolvidas na apropriação de 
aptidões para as relações sociais e para a utilização da linguagem. 
De acordo com Klin (2006, p. 1), o autismo e a Síndrome de Asperger 
são entidades diagnósticas em uma família de transtornos de 
 
 
 
20 
neurodesenvolvimento,nas quais ocorre uma ruptura nos processos 
fundamentais de socialização, comunicação e aprendizado. 
A linguagem das pessoas com SA é característica dessa condição, 
destacando-se 3 aspectos: 
1. A linguagem pode ter prosódia pobre, ainda que a inflexão e a 
entonação possam não ser tão rígidas e monotônicas como no autismo. Essa 
prosódia, que normalmente usamos para enfatizar aspectos importantes do 
que estamos narrando, não ocorre do mesmo modo em pessoas com 
Asperger, o que causa no ouvinte a impressão de que os fatos não são 
carregados de emoção (por exemplo, notícia o falecimento de um familiar 
próximo sem expressão de tristeza em sua fala). 
2. A velocidade da fala também pode ser incomum (por exemplo, fala 
muito rápida) ou ainda pode haver dificuldades de fluência (fala entrecortada, 
parando para respirar no meio do discurso). Pode haver dificuldades em 
controlar o volume (por exemplo, a voz é muito alta, apesar da proximidade 
física do parceiro da conversação). 
3. A última característica pode ser particularmente observável no 
contexto de falta de ajustamento ao ambiente social em questão (por exemplo, 
falar muito alto em uma biblioteca, ou sussurrar em uma multidão barulhenta). 
Essa dificuldade em ajustar seu comportamento, em geral, aos diferentes 
ambientes ou contextos é frequentemente observada em pessoas com 
Síndrome de Asperger. 
Pessoas com SA podem ter um atraso nas habilidades motoras, tais 
como andar de bicicleta, agarrar uma bola, abrir garrafas e subir em brinquedos 
de parquinho ao ar livre, parecendo visivelmente desajeitados por causa de 
sua coordenação pobre. O andar pode ser diferenciado (arqueado ou aos 
saltos). 
Os pontos fortes mais frequentes em pessoas com SA são as 
habilidades auditivas e verbais e aprendizado repetitivo, bem como os fracos 
relacionam-se às habilidades visuomotoras e visuoperceptuais e no 
aprendizado conceitual. Em relação ao futuro, muitas crianças com SA são 
capazes de assistir a aulas em escola regular, acompanhadas ou não de 
 
 
 
21 
serviços educacionais especializados. Porém, nesses locais são 
frequentemente vistas como excêntricas (por seu jeito “diferente” de ser) e 
servem de alvo para chacotas e piadas. 
Outras pessoas com SA podem precisar de serviços de educação 
especial de modo mais intenso, por causa de suas dificuldades sociais e 
comportamentais e não somente devido às dificuldades de aprendizagem. 
Muitas vezes, podem-se utilizar os talentos especiais dessas pessoas para 
obter emprego e ter vidas autossustentadas, como, por exemplo, trabalhar para 
uma empresa de telefonia por ter decorado toda a lista telefônica da cidade ou 
com mapas por sua habilidade visuoespacial. 
Por causa das características na Síndrome de Asperger se 
apresentarem de forma mais leve que no autismo, essas pessoas geralmente 
recebem o diagnóstico apenas na fase pré-escolar ou escolar. Isso porque é 
nessa idade que as exigências acadêmicas e, principalmente sociais são mais 
exigidas. 
 
 
Transtorno desintegrativo da infância (psicose infantil) 
 
O Transtorno Desintegrativo da Infância (TDI) foi inicialmente retratado 
por Theodore Heller, educador austríaco, em 1908. Heller explicitou o caso de 
seis crianças que, após um desenvolvimento aparentemente normal nos quatro 
primeiros anos de vida, apresentaram uma grave perda das habilidades de 
interação social e comunicação. Segundo o Manual de Diagnóstico e 
Estatístico de Distúrbios Mentais (DSM-IV), da Associação Americana de 
Psiquiatria (1994), o Transtorno Desintegrativo da Infância é também 
conhecido como Síndrome de Heller, demência infantil ou psicose 
desintegrativa. 
A Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação 
Inclusiva PNEEPEI (2008) usa a nomenclatura Transtorno Desintegrativo da 
Infância (psicoses) ao se referir ao público-alvo do Atendimento Educacional 
Especializado (AEE). 
 
 
 
22 
A definição sobre psicose, apresentada pelo DSM-IV, é entendida como 
uma perda dos limites do ego ou um amplo prejuízo no teste da realidade. O 
termo psicose refere-se a delírios, quaisquer alucinações proeminentes, 
discurso desorganizado ou catatônico. Assim, a psicose pode ser definida 
como uma desordem mental na qual ocorre um comprometimento do 
pensamento, da capacidade de perceber a realidade sem distorções e do 
relacionamento interpessoal (SADOCK, 2000). 
Existem muitos conceitos diferentes para o termo psicose, tais como 
perda do contato com a realidade de forma temporária ou definitiva; 
perturbação psíquica grave (podendo gerar uma desintegração das estruturas 
da personalidade); e personalidade que se fragmenta (ASSUMPÇÃO, 1993; 
TENGAN; MAIA, 2004). 
 
 
Os sintomas e as características classificatórias da patologia necessitam 
de observação e análise da interação social e do conteúdo dos pensamentos, o 
que deixa o diagnóstico incomum na infância, sendo extremamente inusitados 
os relatos de incidência em idade inferior a cinco anos (MCKENNA; GORDON; 
RAPAPORT, 1994; HOLLIS, 2000). 
Os sujeitos com psicose apresentam como sintoma a dificuldade para se 
afastar da mãe e de compreensão de gestos e linguagens, alterações 
significativas na forma do conteúdo do discurso, repetição de palavras e/ou 
 
 
 
23 
frases ouvidas, ou utilização estereotipada de formas verbais, sendo usual a 
inversão pronominal, referindo-se a si mesma na terceira pessoa do singular ou 
usando seu próprio nome, e ainda conduta social embaraçosa 
(AJURIAGUERRA; MARCELLI, 1991). 
 
 
Transtorno invasivo do desenvolvimento - sem outra especificação 
 
O Transtorno Global do desenvolvimento Sem Outra Especificação é 
utilizado como diagnóstico para crianças que apresentam aquelas 
características típicas do autismo – interação social recíproca, comunicação e 
comportamento, interesses e atividades estereotipados, mas não em 
intensidade ou frequência suficientes para caracterizar autismo. 
Os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento são um grupo de 
transtornos caracterizados por importante atraso no desenvolvimento, em 
diferentes áreas de funcionamento, incluindo a socialização, comunicação e 
relacionamento interpessoal. 
 
O Transtorno Invasivo do Desenvolvimento - sem outra especificação é 
composto por um grupo heterogêneo de crianças com tendências a apresentar 
comportamento inflexível, intolerância à mudança e explosão de raiva e birra 
quando submetidas às exigências do ambiente ou até mesmo às mudanças de 
rotina. 
Por exemplo, a criança pode apresentar alguns dos sintomas descritos 
no autismo, mas não todos. Aí o diagnóstico correto é TGD-SOE. 
 
 
 
24 
Essa categoria diagnóstica é utilizada (DSM-IV) quando há prejuízo 
severo e invasivo no desenvolvimento da interação social e são excluídas as 
hipóteses de autismo, Síndrome de Asperger e Psicose Infantil. 
 
 Definição de TID-SOE 
 
O TID-SOE é uma categoria diagnóstica de exclusão e não possui 
regras especificadas para sua aplicação. Alguém pode ser classificado como 
portador de TID-SOE se preencher critérios no domínio social e mais um dos 
dois outros domínios (comunicação ou comportamento). Além disso, é possível 
considerar a condição mesmo se a pessoa possuir menos do que seis 
sintomas no total (o mínimo requerido para o diagnóstico do autismo), ou idade 
de início maior do que 36 meses. 
Se o acordo entre os clínicos é alto para os diagnósticos de autismo, o 
mesmo não é verdadeiro no caso do TID-SOE. Ainda que os estudos 
epidemiológicos tenham sugerido que o TID-SOE seja duas vezes mais comum 
do que o TA, essa categoria continua a estar subinvestigada. Hoje em dia, 
diferentes categorizações têm sido propostas, algumas baseadas no enfoque 
fenomenológico descritivo, outras baseadas em outras perspectivas teóricas, 
tais como a neuropsicologia. 
Com relação às habilidades preservadas, Rourke enfatiza as seguintes 
do ponto devista neuropsicológico: 
- Habilidades primarias: atividade motor (as habilidades motoras 
repetitivas simples parecem estar intactas); percepção auditiva (parece haver 
um déficit nessa habilidade no começo, mas com a evolução ela se desenvolve 
muito bem); material memorizado (as tarefas repetitivas, principalmente as que 
dependem da avaliação auditiva, estão muito bem desenvolvidas. As 
atividades motoras repetitivas, incluindo certos aspectos da linguagem, e 
outras atividades, tais como a escrita, podem estar presentes em um grau 
acima da média); 
 
 
 
25 
- Habilidades secundárias: atenção (o uso da atenção nas atividades 
que envolvem material verbal simples e repetitivo - especialmente quando 
fornecidos pela modalidade auditiva - parecem bem desenvolvidas); 
- Habilidades terciárias: memória (o material verbal é facilmente 
memorizado, de forma que essa habilidade se desenvolve bem); 
- Habilidades verbais: fala e linguagem (as habilidades linguísticas 
parecem estar atrasadas em etapas precoces, mas desenvolvem-se rápido, a 
ponto de que a memória mnemônica, a segmentação de palavras, a repetição 
e as habilidades de memória levam a um vocabulário bem vasto e à 
possibilidade de fazer associações verbais com bastante sentido. Todas essas 
características tendem a se tornar mais evidentes com o passar do tempo); 
habilidades acadêmicas (podem estar presentes dificuldades nas etapas 
precoces do aprendizado devido aos déficits visuomotores, mas a prática leva 
a um desempenho de leitura e de escrita adequados). 
 
Os prejuízos neuropsicológicos apresentados por esses pacientes são: 
 
- Déficits primários: percepção tátil (déficits na percepção bilateral, com 
alguma prevalência no lado esquerdo, são usualmente evidentes, mas tendem 
a diminuir com o tempo); percepção visual (prejuízos na discriminação e 
reconhecimento dos detalhes e na orientação espacial estão geralmente 
presentes; tendem a se tornar mais evidentes com o passar dos anos); 
atividade motora complexa (observa-se, em geral, deficiência na coordenação 
motora, geralmente prevalecendo no lado esquerdo. Com exceção da escrita, 
este comprometimento tende a piorar com a idade); material novo (dificuldades 
com as modificações na configuração dos estímulos são a regra). 
-Déficits secundários: atenção (a atenção aos estímulos táteis e visuais 
é deficiente; a atenção persistente é mais eficiente quando se trata de 
estímulos simples e repetitivos e menos eficiente em termos de estímulos não-
verbais, novos e complexos); comportamento exploratório (há uma inclinação a 
não explorar fisicamente o ambiente; o comportamento sedentário e as 
restrições ao funcionamento físico agravam-se com o decorrer dos anos). 
 
 
 
26 
- Déficits terciários: memória (pobre para eventos táteis e visuais; a 
memória de material não-verbal não é boa); construção de conceitos, solução 
de problemas, desenvolvimento de estratégias, teste de hipóteses (importantes 
déficits estão geralmente presentes nesses domínios); déficits verbais (déficits 
discretos podem ser observados na praxia oro-motora, na prosódia e em outros 
aspectos da linguagem). 
Devido aos prejuízos listados acima, é comum encontrar fracassos nas 
habilidades de aprendizado acadêmico e nas funções sociais e adaptativas. 
Especulou-se que o quadro de comprometimento não-verbal poderia derivar do 
comprometimento do hemisfério cerebral direito, como consequência de uma 
possível destruição/disfunção da substância branca envolvida nos processos 
de integração de modalidades diversas de estímulos. 
Os prejuízos na comunicação também são marcantes e podem afetar 
habilidades verbais e não verbais. Pode haver atraso ou falta total de 
desenvolvimento da linguagem falada. Naqueles que chegam a falar, pode 
existir prejuízo na capacidade de iniciar ou manter uma conversação, uso 
estereotipado e repetitivo da linguagem ou uma linguagem idiossincrática (uso 
peculiar de palavras ou frases não possibilitando entender o significado do que 
está sendo dito) 
 
 
 
 
27 
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