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LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 1 PORQUE ESTUDAR LOGÍSTICA Os valores envolvidos são cada vez maiores, principalmente após o surgimento do global sourcing e do e-commerce: É desafiadora: torna-se cada vez mais complexa, sabe-se pouco e faltam modelos de fácil manejo; É estratégica: cada vez mais a logística decide negócios; Está desequilibrada: faltam profissionais e empresas que façam a diferença. INTRODUÇÃO A LOGÍSTICA O termo Logística é de origem militar. Neste âmbito, está relacionado com a aquisição de todos os bens e materiais necessários para cumprir uma missão. Este termo passou para o domínio civil e está a ser utilizado por organizações com um conjunto de pontos de abastecimento geograficamente dispersos e com um âmbito nacional ou internacional. A Logística preocupa-se com a gestão dos fluxos físicos que começam na fonte de abastecimento e terminam no ponto de consumo. É claramente mais do que uma preocupação com os artigos finais – a visão tradicional da Distribuição Física. LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 2 A Logística preocupa-se tanto com a localização da unidade produtiva e do armazém, como com os níveis de inventário, com os sistemas de informação e com o transporte e armazenamento. O processo logístico é tanto interno como externo a uma Empresa Interno no sentido em que o abastecimento e a distribuição física têm de ser geridos pela própria empresa. Externo porque os fornecedores e os clientes estão no exterior da empresa. Há ênfase ainda maior na responsividade (Qualidade de responder as exigências dos Clientes), refletindo a crescente volatilidade da demanda em muitos mercados. OPERAÇÕES LOGÍSTICAS Obtenção de materiais: – especificação, seleção, negociação e compra; Fluxo ao longo da cadeia de suprimentos: – transporte, inspeção, armazenagem, movimentação interna, abastecimento, coleta e disposição dos rejeitos; Fluxo ao longo da cadeia de distribuição: – embalagem, formação de carga, formação de rota, transporte, armazenagem intermediária, transbordo, entrega; e Fluxo de informações nos dois sentidos. AGREGAÇÃO DE VALOR PELA LOGÍSTICA Valor de localização: colocação de itens no ponto em que agreguem valor à operação; Valor de temporização: armazenagem de itens até o momento em que passem a agregar valor à operação; e Valor de sequenciamento: entrega de itens na sequência em que agregam valor à operação. DIMENSÕES DE AGREGAÇÃO DE VALOR PELA LOGÍSTICA Qualidade: Conformidade às exigências de clientes; Custo: Operações devem prover ganho de escala; Entrega: Devem ter velocidade e confiabilidade; e Flexibilidade: A cadeia deve poder variar seus atributos de entrega. LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 3 SUBSISTEMAS LOGÍSTICOS Planejamento: Estipula uma previsão de materiais e serviços a serem requeridos pela cadeia logística; Suprimentos: Compreende o agrupamento de materiais de várias origens e a coordenação dessa atividade com a previsão da demanda de produtos ou serviços; Distribuição: É a movimentação e o transporte de produtos acabados entre a operação, armazenagem intermediária, CD´s, comércio e o consumo; e Logística reversa: ocupa-se do retorno e do reprocessamento de embalagens e resíduos resultantes do uso do produto. ENFOQUES ESTRATÉGICOS DA LOGÍSTICA Avanços na tecnologia: a otimização no projeto do sistema de informações permite a gestão integrada dos componentes logísticos; Mudanças econômicas: a globalização, o aumento das incertezas, os menores ciclos de vida dos produtos e as maiores exigências de serviços tornam a logística uma fonte potencial criadora de vantagem competitiva. Planejamento da Produção Previsão de Vendas Fornecedor Suprimentos Operações Distribuição Comércio Consumo materiais informação MISSÃO DA LOGÍSTICA A logística de qualquer empresa é um esforço integrado com o objetivo de ajudar a criar valor para o cliente pelo menor custo total possível. LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 4 A logística existe para satisfazer às necessidades do cliente, facilitando as operações relevantes de produção e marketing. Do ponto de vista estratégico, os executivos de logística procuram atingir uma qualidade predefinida de serviço ao cliente por meio de uma competência operacional que represente o estado-da-arte. O maior desafio é equilibrar as expectativas de serviços e os gastos de modo a alcançar os objetivos do negócio. HISTÓRICO DA LOGÍSTICA A Logística é um termo bélico que designava a agilidade necessária ao posicionamento de tropas, provisões e munições. Tal agilidade sempre significou a diferença entre vencer ou perder uma guerra, independentemente do grau tecnológico envolvido. Toda vez em que houver uma movimentação de um material, ou de uma informação, de um lugar a outro, estaremos no campo da Logística e certamente estaremos envolvidos com atividades de Transporte, Movimentação e Armazenagem, Planejamento e Controle de Estoques, Processamento de Pedidos e Documentos e Planejamento e Controle Logístico. IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Administrar recursos escassos nos dias atuais constitui-se num dos grandes desafios dos administradores e praticamente de todas as pessoas direta ou indiretamente ligadas às atividades produtivas, seja na produção de bens tangíveis ou na prestação de serviços. Esta atividade requer que se concentre grande parte da estratégia e esforço para garantir ao negócio a eficiência e a eficácia desejada. Requer atingir metas e obter resultados positivos. Atingir as metas significa cumprir a produção e atender a demanda com plena satisfação do cliente no atendimento de suas necessidades, ao menor custo possível. GESTÃO DE MATERIAIS A Gestão de Materiais é o ramo da Ciência da Administração que trata especificamente dos materiais necessários ao funcionamento da organização. Compreende o agrupamento de materiais de várias origens e a coordenação dessa atividade com a demanda de produtos ou serviços da empresa. LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 5 É a técnica da utilização de princípios e meios, através dos quais fazemos render em plenitude, os equipamentos, as matérias-primas, as ferramentas e os materiais, e conseguimos sua devida conservação e controle. A Gestão de Materiais engloba a sequência de operações que tem seu início na identificação do fornecedor, na compra do bem, transporte do bem do fornecedor à empresa, em seu recebimento, sua movimentação interna e armazenagem, em seu transporte durante o processo produtivo, em sua armazenagem como produto acabado e, finalmente, em sua distribuição ao consumidor final. ENFOQUE DA GESTÃO DE MATERIAIS Os principais enfoques dos administradores de materiais como sendo dirigidos à administração de recursos, sistemas de controle e de informações e processos. A administração de recursos é baseada em técnicas que integram os elementos de tecnologia de manufatura otimizando a utilização das pessoas, materiais e instalações ou equipamentos. Técnicas: Just-in-time; fornecedor preferencial; programação de fornecedores; Kanban; qualidade em tempo real; simulação; configuração do fluxo; justificativa de investimentos; tecnologia de agrupamento de processos; grupo de trabalho. A Gestão da Aquisição assume papel estratégico nos negócios, assumindo além do relacionamento puramente comercial com os fornecedores baseados em preço, prazo e qualidade a função de procurement, envolvendo a pesquisa eo desenvolvimento dos mesmos, sua qualificação e o suporte técnico. Com o fenômeno da globalização, hoje se, fala em mercado global (produtos mundiais), em compras globalizadas (global sourcing) onde peças e componentes são comprados no mundo inteiro. Com a tecnologia para transmissão de dados eletronicamente (EDI – eletronic data interchange) dando rapidez, segurança ao processo, redução de custos e LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 6 facilidade para colocação de pedidos, o tempo médio de atendimento e armazenagem reduziu-se consideravelmente. DESAFIOS E OPORTUNIDADES A melhor técnica da administração de materiais não existe, cada empresa deve desenvolver a que seja mais adequada ao momento que ela está vivendo. Levando em conta: • o meio-ambiente (cliente, situação econômica e política) • a concorrência • a disponibilidade de recursos e de tecnologia de informação • o conhecimento dos recursos humanos da empresa • a rede de suprimentos • a rede interna de transformação e a rede de distribuição • o uso correto do benchmarking sabendo aproveitar os modelos de excelência de seu ramo. São considerados vetores para a competitividade das empresas, no século XXI: • A disponibilidade e distribuição da informação • O rápido desenvolvimento de novas tecnologias • A globalização de mercados e da competição por negócios • Mudanças nos salários e competências disponíveis globalmente • Responsabilidade ambiental • O aumento ainda maior das expectativas dos consumidores. Uma análise detalhada dos estoques é uma exigência não somente em decorrência dos volumes de capital envolvidos, mas, principalmente pela vantagem competitiva que uma empresa pode obter, dispondo de mais rapidez e precisão no atendimento aos clientes. Na busca de tais objetivos pode-se dispor de vários indicadores, tais como: Giro do estoque, cobertura, acurácia, frequência de entrega, análise ABC tradicional e critícidade de itens de baixo custo e pequena rotatividade (job stopper) A globalização é uma palavra “turbinada” que serve para mostrar o nível de atualização e modernidade que algumas vezes regem as regras das empresas, levando a conseqüências fatais. LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 7 No tocante à aquisição de materiais globalmente – global sourcing – imagina-se que independentemente das distâncias geográficas de onde são providos os materiais (insumos) para o processo produtivo, o importante é adquiri-los a um preço mais baixo e que nada impacta na administração de materiais. Muitas vezes, apesar da aquisição do material sair por um preço mais baixo ela implica numa administração com altos custos (capital investido no estoque de segurança, armazenagem e manuseio do material, seguro) que não são levados em consideração no cálculo da negociação por um fornecedor não local. DESEMPENHO, ENFOQUE E TENDÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS Uma medida de desempenho é uma maneira de medir o desempenho de uma determinada área, e de agir sobre os desvios em relação aos objetivos traçados. Assim, derivada do próprio conceito de medida de desempenho, a mensuração deve possibilitar uma tomada de ação. Além disso, ela deve ainda ser compreendida por todos os membros da organização, aceita pelas pessoas envolvidas e reprodutíveis e orientada para resultados. Algumas medidas úteis ao gerenciamento da empresa • Clientes: desempenho em relação a suas exigências e satisfação; • Processo produtivo: tempo de ciclo, qualidade do produto ou serviço, desempenhos de custos (mão de obra direta, matéria-prima, gastos indiretos) e confiabilidade de entregas; • Fornecedores: nível de qualidade das entregas e cumprimento de prazos, quantidades e mix de entrega; • Recursos financeiros: nível de alavancagem do capital, rentabilidade da empresa ou de uma linha de produtos; • Recursos humanos: nível de absenteísmo e número de sugestões homem/ano. Avaliando a medida de desempenho • É coletada a partir de dados precisos e completos; • Realmente interessa à empresa ou é só “mais número?” • Não irá confundir as pessoas (já temos tantas medidas)? • Será entendida por todos? • É direta e específica? Indicadores da Área de Compras • Erros em ordens de compras/ordens de compras auditadas LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 8 • Valor total/comprado • Gastos totais em compras/número de ordens colocadas • Itens entregues no prazo/total de itens entregues Enfoques da Administração de Materiais Os principais enfoques dos administradores de materiais serão dirigidos à administração de recursos, sistemas de controle e de informações e processos. ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS A administração de recursos é em grande parte baseada em técnicas que integram elementos de tecnologia de manufatura e otimizam a utilização de pessoas, materiais e instalações ou equipamentos. JUST-IN-TIME (JIT) = Sistema em que os fornecedores devem mandar os suprimentos à medida que eles vão sendo necessários na produção. O JIT busca a eliminação de tudo o que não agrega valor ao produto ou serviço, utilizando-se de baixos inventários desde o fornecedor até o produto acabado posto no cliente. Contempla a redução do inventário, melhora contínua da qualidade, redução de custo do produto e agilização do prazo de entrega. Fornecedor preferencial = Técnica que consiste em selecionar fornecedores e garantir qualidade, eliminando testes de recebimento e garantindo feedback e correção de defeitos na fábrica do fornecedor. O conceito de fornecedor preferencial com qualidade assegurada visa assegurar que o produto final atenda às expectativas dos clientes e pode evoluir para parcerias e consórcio de fornecedores LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 9 Programação de fornecedores = Manter um esquema de alimentação contínua da Programação e Controle da Produção (PCP) do fornecedor com as necessidades de entrega, via EDI (Eletronic Data Interchange), evitando o trânsito de papéis. ECR (Efficent Consumer Response) ou Resposta Eficiente ao Consumidor = É uma estratégia bastante utilizada no setor de supermercados na qual distribuidores e fornecedores trabalham em conjunto para proporcionar maior valor ao consumidor e minimização de custos. Os produtos são identificados com códigos de barras, há intenso uso de EDI, padronização de transportes e, o mais importante, uma forte aliança entre fornecedor e distribuidor. Entre as vantagens do ECR estão o aumento das opções de produtos, a redução de itens em falta, a diminuição dos custos de estoque e o maior conhecimento do cliente da empresa. Kanban (cartão) = Tecnologia de controle de fábrica pela qual as necessidades de entregas determinam os níveis de estoque no decorrer do processo. O Kanban não empurra a produção. Ele a puxa. O Kanban repousa em medidas do trabalho adequadas, melhorias na flutuação dos volumes, sequências corretas, engenharia de métodos e layout, gerenciamento de capacidades, monitoramento (produtos com defeito não devem ser passados para frente) e controle de programas. Sistemas de Controle e Informações (SCI) = Os sistemas de controle e informações envolvem as operações de manufatura, definições de produtos e processos e integração de sistemas tecnológicos. Nas operações de manufatura as pessoas responsáveis pela administração de materiais lidam com previsões de demanda, ordens, compras, controle de produtividade, controle de inventários e sistemas de feedback. Manufaturabilidade do produto = São técnicas que permitem, já na fase de projeto, otimizar os fatores de produção, tais como qualidade,entrega, custo e flexibilidade. Deverá ser criada uma transição projeto/produção que permita conciliar altos investimentos em fábrica com ciclos cada vez mais curtos de vida do produto A DIMENSÃO DO SERVIÇO AO CLIENTE Serviços são produzidos e consumidos simultaneamente,ou seja, não podem ser estocados para serem consumidos, e isto significa que qualquer defeito na produção do serviço já afetou o consumidor,o que não ocorre necessariamente na produção de bens. O serviço prestado ao cliente é o elemento essencial no desenvolvimento de uma estratégia logística. Definições Típicas de Serviço ao Cliente LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 10 Todas as atividades necessárias para receber, processar, entregar e faturar os pedidos dos clientes e fazer o acompanhamento de qualquer atividade em que houve falha. Todas as atividades necessárias para receber, processar, entregar e faturar os pedidos dos clientes e fazer o acompanhamento de qualquer atividade em que houve falha. Entrega pontual e exata dos produtos pedidos pelos clientes, com um acompanhamento cuidadoso e resposta às perguntas, incluindo o envio pontual da fatura. O Serviço ao Cliente pode ser examinado sob três aspectos : 1 . Elementos da pré - transação . Política formal de serviço ao cliente . Acessibilidade . Estrutura organizacional . Flexibilidade do sistema 2 . Elementos da transação . Ciclo do pedido . Disponibilidade de estoque . Taxa de cumprimento do pedido . Informações sobre a posição do pedido 3 . Elementos da pós - transação . Disponibilidade de peças de reposição . Tempo de atendimento de chamada . Rastreabilidade do produto . Queixas e reclamações do cliente "As pessoas não compram produtos, elas compram benefícios“ Theodore Levitt ( Pensador em Marketing ) Os possíveis elementos do Serviço ao Cliente : o Ciclo do pedido o Disponibilidade de estoque o Restrições de tamanho do pedido o Facilidade de colocação do pedido o Frequência de entregas o Confiabilidade de entrega o Qualidade da documentação o Procedimentos para reclamações o Pedidos entregues completos o Suporte técnico LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 11 o Informação sobre a posição do pedido O resultado liquido da execução de todas as atividades do composto logístico é o serviço ao cliente. As empresas investem em pessoas, equipamentos, tecnologia, redes de informação e sistemas de transporte inteligentes. Buscando criar um projeto logístico de valor percebido pelo cliente, capaz de diferenciá-las e posicioná-las em vantagem competitiva. A logística contribui para o sucesso das organizações fornecendo aos clientes entregas de produtos precisas e dentro de prazos. Do ponto de vista da logística, o cliente é: a entidade, a porta de destino de qualquer entrega. Destinos típicos vão desde a residência do consumidor a empresas varejistas e atacadistas até os locais de recebimento das fábricas. Independentemente do motivo e da finalidade da entrega, o cliente que está sendo atendido é a força motriz para o estabelecimento dos requisitos de desempenho logístico. Marketing focado no cliente A lógica deste principia está no entendimento da maneira pela qual a competência logística contribui para o cumprimento da estratégia de Marketing. O objetivo da atividade de Marketing é penetrar em mercados específicos e gerar transações lucrativas. Esta postura frequentemente chamada de conceito de marketing emergiu como parte das mudanças ocorridas no período pós Segunda Guerra Mundial: de mercados dominados por vendedores para mercados dominados compradores. “as necessidades do cliente vêm antes de produtos e serviços, os produtos e serviços têm valor apenas quando disponíveis e posicionados considerando a perspectiva do cliente, e a rentabilidade é mais importante que o volume”. LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 12 Logística como Competência Estratégica Central A competência logística é um meio concreto para atrair clientes que valorizam o desempenho em termos de tempo e lugar. É importante entender que o desempenho da logística num ambiente competitivo depende de sua compatibilidade com a estratégia de marketing. “O serviço ao cliente é um processo cujo objetivo é fornecer benefícios significativos de valor agregado à cadeia de suprimento de maneira eficiente em termos de custo” Fleury,Paulo Fernando-Coleção Coppead de Admnistração-Logística Empresarial Perpectiva Brasil,Editora Atlas,2000 1ª edição. DESEMPENHO OPERACIONAL No projeto de sistema logístico, a unidade de análise é o ciclo de atividades Velocidade: a velocidade do ciclo de atividade é medida pelo tempo decorrido desde o momento que um pedido é colocado até a chegada de remessa ao cliente. Consistência: Embora a velocidade do serviço seja essencial, a maioria dos executivos da mais importância a consistência. Consistência é a capacidade da empresa executar seus serviços dentro do prazo de entrega esperado de maneira constante. Flexibilidade: é a capacidade da empresa de lidar com solicitações extraordinárias dentro de serviço do cliente. A competência da empresa esta diretamente relacionada a maneira como são tratadas as situações inesperadas, de ser “maleável”. ESTRATÉGIA DE DISTRIBUIÇÃO Escolha dos Canais de Distribuição Existem muitos meios para fazer com que o produto acabado trilhe seu caminho desde a saída do ponto de fabricação até chegar ao consumidor final. Alias, é disso que se encarrega à distribuição física dentro de um sistema logístico. As diferentes alternativas para o produto final ser colocado à disposição do consumidor são chamadas de canais de distribuição. A escolha da rede de distribuição depende basicamente do tamanho do mercado e das características do produto CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 13 O Canal é o meio através do qual um sistema de livre mercado realiza a transferência de propriedade de produtos e serviços. É o campo de batalha onde é determinado o sucesso ou o fracasso final da empresa Define-se um canal de distribuição como a estrutura de unidades organizacionais dentro da empresa, e agentes e firmas comerciais fora dela, atacadistas e varejistas, por meio dos quais uma mercadoria, um produto ou um serviço são comercializados. Tecnicamente, um canal é um grupo de entidades interessadas que assume a propriedade de produtos ou viabiliza sua troca durante o processo de comercialização, do fornecedor inicial até o comprador final. Aspectos Econômicos da Distribuição Especialização – Quando uma empresa se especializa na execução de uma função ela alcança a escala e o escopo adequados para atingir economias operacionais. Estas vantagens econômicas, somadas à experiência adquirida, representam a competência central da empresa especializada. Dentro do processo de distribuição existem vários especialistas em algumas funções de distribuição, por exemplo, armazenagem, transportes, movimentação de materiais, despachantes aduaneiros, fornecedores de paletes, projetistas e embalagens, etc. Mais recentemente um novo serviço foi incorporado às funções de distribuição, que são os serviços de empacotamento personalizado, encarte de promoções de marketing, resgate de cupons de mercadorias e outros serviços de valor agregado. Sortimento – é o processo de definição e separação de uma combinação de produtos desejada pelo cliente. Em locais estrategicamente determinados no canal de distribuição, os produtos devem ser agrupados, separados e enviadospara o local seguinte na cadeia de suprimentos. O processo de sortimento tem três fases básicas: Concentração – é o agrupamento de uma grande quantidade de um único produto ou de vários produtos diferentes, com a finalidade de expedição em conjunto. Uma alternativa é utilizar os serviços de um atacadista ou distribuidor industrial. O princípio básico da concentração é conhecido como mínimo total de transações Ex.: Depósito de Consolidação de Cargas. Quando é recebido um pedido de um cliente, cada item ou produto pedido é reunido num sortimento específico. LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 14 Customização – é o processo de separar e agrupar produtos em combinações específicas para cada cliente é chamado customização. É a separação dos pedidos dos clientes. Estes lotes combinados permitem que os clientes mantenham um estoque mínimo de produtos, obtendo assim as vantagens de um custo de transporte mais baixo resultante da consolidação. A capacitação de uma empresa para gerar uma customização eficaz é o ponto central para o êxito na cadeia de suprimentos. Para que a empresa venda e entregue todos os produtos em uma única fatura, é um desafio a ser vencido. Dispersão- A dispersão consiste na expedição dos sortimentos para os clientes, no momento e para todos os locais determinados. É a fase final do sortimento. As empresas que consideram a logística como uma competência central ganham vantagem competitiva por meio de sua capacitação para executar o todo, ou a parte fundamental do processo de sortimento. A atividade primária dos atacadistas é executar o sortimento de maneira a reduzir o custo e o risco para outros membros do canal. OS ARMAZÉNS E SEU PAPEL NA DISTRIBUIÇÃO Os armazéns de estoques, ou os Centros de Distribuição(CD), se bem gerenciados, e estrategicamente localizados (perto dos clientes, ou próximos aos insumos) podem dar agilidade no atendimento e produzir depois de implantados, custos menores de distribuição. Formas de se trabalhar com os armazéns. Entrega Descentralizada - o material é separado na fábrica e em quantidade pedidas pelo cliente, é retirado pelo veículo escolhido e enviado diretamente ao cliente final, não passando por operações intermediárias de armazenagem. Entrega Centralizada - Com estocagem no Centro de Distribuição(CD) o material é separado na fábrica no mix e em quantidades necessárias para o centro de distribuição. Lá é feita uma estocagem até a liberação dos pedidos dos clientes regionais, o material é separado, consolidado por cliente e enviado. LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 15 Entrega Centralizada com Cross Docking - O material já é separado e consolidado por cliente na fábrica. No centro de distribuição, a carga é apenas redistribuída por veículo e roteiro regional. GESTÃO ESTRATÉGICA DA ARMAZENAGEM Armazém, depósito e/ou almoxarifado são palavras usuais na logística e ao mesmo tempo sinônimas. O maior desafio do “gerenciamento de armazéns” encontra se na organização dos processos internos destes galpões. Basicamente, um armazém tem como função principal a guarda de materiais, contra perdas, avarias, prejuízos e do tempo. Porém, as empresas insistem em gerenciar seus estoques de qualquer maneira. Há algum tempo, o conceito de ocupação física se concentrava mais na área do que na altura. Em geral, o espaço destinado à armazenagem era sempre relegado ao local menos adequado. Com o passar do tempo, o mau aproveitamento do espaço tornou-se um comportamento antieconômico. Não era mais suficiente apenas guardar a mercadoria com o maior cuidado possível. Racionalizar a altura ocupada foi à solução encontrada para reduzir o espaço e guardar maior quantidade de material. A armazenagem dos materiais assumiu, então, uma grande importância na obtenção de maiores lucros. Os termos "armazenagem" e "estocagem" são frequentemente usados para identificar coisas semelhantes. Mas, alguns preferem distinguir os dois, referindo-se à guarda de produtos acabados como "armazenagem" e à guarda de matérias-primas como "estocagem“. A armazenagem aparece como uma das funções que se agrega ao sistema logístico, pois na área de suprimento é necessário adotar um sistema de armazenagem racional de matérias-primas e insumos. No processo de produção, são gerados estoques de produtos em processo, e, na distribuição, a necessidade de armazenagem de produto acabado é, talvez, a mais complexa em termos logísticos, por exigir grande velocidade na operação e flexibilidade para atender às exigências e flutuações do mercado. LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 16 A importância da “Armazenagem" na Logística é que ela leva soluções para os problemas de estocagem de materiais que possibilitam uma melhor integração entre: O planejamento desta integração deve ser efetuado segundo os seguintes fatores: Estratégico – através de estudos de localização. Técnico – através de estudos de gerenciamento. Operacional – através de estudos de equipamentos de movimentação, armazenagem e layout. As atividades logísticas absorvem uma parcela significativa dos custos envolvidos nos processos organizacionais, sendo em média 25% das vendas e 20% do produto nacional bruto (PNB). No entanto, para que se possa obter sucesso no processo logístico é de suma importância ter um sistema de informações que possa atender a todos os requisitos que compõem sua estrutura, atendendo assim a rapidez das respostas ao desejo do consumidor. A armazenagem possui quatro atividades básicas LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 17 Na definição do local adequado para o armazenamento devemos considerar: Volume das mercadorias / espaço disponível; Resistência / tipo das mercadorias (itens de fino acabamento); Número de itens; Temperatura, umidade, incidência de sol, chuva; Manutenção das embalagens originais / tipos de embalagens; Velocidade necessária no atendimento. MANUSEIO DE MATERIAIS É uma atividade intimamente relacionada com a armazenagem e também apóia a manutenção de estoques. Para que os produtos possam entrar, ser movimentados e sair de um armazém precisam ser manuseados Carregamento e Descarregamento Armazenamento Alimentação Deslocamento/transporte contínuo Entende-se por manuseio de materiais as tecnologias de movimentação do processo com um mínimo de distúrbios na capacidade e fluxo. As empresas de transporte rodoviário de cargas têm uma relação estreita com esta tarefa, pois a interface entre os veículos (caminhão) e os armazéns é atingida mediante o manuseio (processo de cargas de caminhões). MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS Para que a matéria-prima possa transformar-se ou ser beneficiada, um dos elementos principais deve movimentar-se: LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 18 Na maioria dos processos produtivos, o material é o elemento móvel. Porém em casos especiais, como na construção pesada, homem e máquina convergem ao material, movimentando-se. A movimentação e o transporte de material são atualmente classificados de acordo com a atividade funcional a que se destina: Granel = Abrange os métodos e equipamentos de transporte usados desde a extração até a armazenagem de toda a espécie de material a granel, incluindo gases, líquidos e sólidos. Cargas Unitárias = Basicamente são cargas contidas em um recipiente único. Embalagem = Conjunto de técnicas usadas no projeto, seleção e utilização de recipientes para o transporte de produtos em processo eprodutos acabados. Armazenamento = Compreende o recebimento, empilhamento ou colocação em prateleiras ou em suportes especiais. Também a expedição de cargas em qualquer fase do processamento ou distribuição. Vias de Transporte = Abrangem o estudo do carregamento, fixação do transporte, desembarque e transferência de qualquer tipo de materiais nos terminais das vias de transporte, ou seja, portos, ferrovias e rodovias. Análise de Dados = Aspectos analíticos da movimentação de materiais: levantamento de mapas de transportes, disposição física do equipamento, organização, treinamento, segurança, manutenção, padronização, análise de custos. Os custos de movimentação de materiais influenciam diretamente no custo final do produto. Superficialmente, podemos dizer que reduzir os trajetos a serem percorridos podia reduzir os custos Um sistema de movimentação de materiais em uma indústria deve atender a uma série de finalidades básica de redução de custos: Através da redução dos custos de inventário, utilização mais vantajosa do espaço disponível e aumento da produtividade. Aplicando um sistema de movimentação de materiais, pode-se alcançar: LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 19 Redução de Custos de Mão-de-obra – Utilização de equipamentos visando a substituição do serviço braçal humano pelo mecânico. Esta mão-de-obra pode ser utilizada para serviços mais nobres, com menor esforço físico. Redução dos Custos de Materiais – Melhor acondicionamento dos materiais e transporte mais racional, significam perdas reduzidas ao mínimo Redução de Custos em Despesas Gerais – Com a redução dos custos de materiais também caem os custos de despesas gerais, pois ficará mais fácil manter os locais limpos, além de evitar riscos de acidentes de pessoal e sinistro AUMENTO DA CAPACIDADE PRODUTIVA Efeitos da avaliação dos sistemas de movimentação de materiais: Aumento de Produção – possível com a intensificação no fornecimento da matéria-prima às linhas de produção, através de transporte e armazenagem mais eficiente Aumento da Capacidade de Armazenagem – Utilização de equipamentos que possam explorar toda a altura e comprimento do local, proporcionando um melhor acondicionamento dos materiais Melhor Distribuição de Armazenagem – Utilização de dispositivos para formação de cargas unitárias, organizando melhor o sistema de armazenagem. Aplicação de pallets, corredores, estantes e endereçamentos MELHORES CONDIÇÕES DE TRABALHO A melhoria no processo de produção pelos sistemas de movimentação de cargas reflete-se em melhores condições de trabalho para as pessoas envolvidas. Maior Segurança – Uso de dispositivos destinados às cargas unitárias, com a aplicação de equipamentos de manuseio, com redução dos riscos de acidentes, desde que o sistema seja utilizado corretamente. Redução da Fadiga / Maior Conforto para o Pessoal – Utilização de equipamentos de manuseio de cargas reduz a fadiga dos trabalhadores. MELHOR DISTRIBUIÇÃO A distribuição, como uma atividade global, que se inicia na preparação do produto e termina no usuário, é grandemente melhorada com a racionalização dos sistemas de manuseio: LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 20 Melhoria na Circulação – Criação de corredores bem definidos, endereçamento fácil e utilização de equipamentos eficientes (fábrica). Integração da unidade produtora com as unidades regionais de armazenamento de produtos acabados, para distribuição aos pontos de venda. Utilização de métodos eficientes de armazenagem, carga e descarga (externa) Localização Estratégica de Almoxarifado – Integração possibilita a instalação de unidades de armazenamento em diversos pontos, próximo aos mercados consumidores. Possível com a utilização de equipamentos de movimentação e armazenagem. O uso de cargas unitárias minimiza os custos do processo. Melhoria nos Serviços ao Usuário / Maior Disponibilidade – Mercadorias mais próximas aos consumidores proporcionam produtos de maior disponibilidade, com menores riscos de deterioração/quebra, com menores custos e, por sua vez, com melhores preços ao consumidor final. Estudo dos Sistemas de Movimentação Homens com cargas superiores a 30kg e mulheres 10kg. Materiais desviados do destino direto e natural para inspeção ou conferência. Produção realizando trabalho de transporte. Interseções ou cruzamentos frequentes nas trajetórias de materiais em movimento. Produção parada por falta de matéria-prima. Materiais vão e voltam por mais de uma vez no processo de transformação. Cargas >50kg levantadas mais de 1 metro sem ajuda mecânica AS LEIS DE MOVIMENTAÇÃO Para se manter eficiente um sistema de movimentação de materiais existe certo “leis” que devem, sempre que possível, ser observadas: Obediência ao Fluxo das Operações – Trajetória dos materiais também como sequência das operações, sempre que possível manter uma trajetória linear Mínima Distância – Redução das distâncias e transporte pela eliminação de ziguezagues no fluxo de materiais. Mínima Manipulação – Redução da frequência de transporte durante o ciclo de processamento. Segurança e Satisfação – Levar em conta na escolha do equipamento de transporte de materiais a segurança dos operadores e pessoal circulante LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 21 Padronização – Utilização de equipamento padronizado sempre que possível. Custos de aquisição e manutenção mais baixos. Evite equipamentos especializados. Flexibilidade – O valor do equipamento é proporcional a sua flexibilidade. Capacidade de satisfazer ao transporte de diversos tipos de materiais em condições variadas de trabalho Máxima Utilização do Equipamento – Manter o equipamento ocupado o maior tempo possível. Evitar o acúmulo de materiais nos terminais do ciclo de transporte. Máxima Utilização da Gravidade – Utilização da gravidade sempre que possível. Utilize trechos motorizados para levar as mercadorias até certa altura para que possam completar o trajeto com a força da gravidade. Máxima Utilização do Espaço Disponível – Utilização do espaço “sobre cabeças” sempre que possível, através de empilhamento ou suporte especial. Método Alternativo – Inserção de método alternativo de movimentação caso o principal falhe. Pode ser bem menos eficiente, porém será a resposta mais rápida ao problema. Ex.: Uso de empilhadeira substituindo a ponte rolante. Menor Custo Total – Selecione o equipamento na base de custos totais, e não somente do custo inicial, custo operacional ou de manutenção. O equipamento escolhido deve ter o menor custo total para uma vida útil razoável, e um taxa de retorno de investimento adequado. TRANSPORTE E DISTRIBUIÇÃO Transporte em sentido geral é a ação ou o efeito de levar pessoas ou bens de um lugar a outro. O sistema de transportes é vital para o comércio interno e externo, a fixação dos custos de bens e serviços, a composição dos preços e a regularização dos mercados. Os marcos mais importantes da operação econômica das diversas modalidades de transporte são: Invenção da Máquina a Vapor Início do Transporte Ferroviário Início da utilização comercial do Automóvel Início da Aviação Comercial. LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 22 Até a década de 1950, a economia brasileira se fundava na exportação de produtos primários, e com isso o sistema de transportes limitou-se aos transportes fluviais e ferroviários. Com a aceleração do processo industrial na segunda metade do século XX, a política concentrou os recursos no setor rodoviário, com prejuízo paraas ferrovias, especialmente na área da indústria pesada e extração mineral. Como resultado, o setor rodoviário, o mais caro depois do aéreo, movimentava no final do século mais de sessenta por cento das cargas. O intuito de criar uma rede de transportes ligando todo o país nasceu com as democracias desenvolvimentistas, em especial de Getulio Vargas e Juscelino Kubitscheck . Naquela época, o símbolo da modernidade e do avanço em termos de transporte era o automóvel. Isso provocou uma especial atenção dos governantes na construção de estradas. Desde então, o Brasil tem sua malha viária baseada no transporte rodoviário. Transporte Rodoviário As primeiras rodovias brasileiras datam do século XIX, mas a ampliação da malha rodoviária ocorreu no governo Vargas, com a criação do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) em 1937. Em 1973 passou a vigorar o Plano Nacional de Viação, que modificou e definiu o sistema rodoviário federal. As dificuldades econômicas do país a partir do final da década de 1970 causaram uma progressiva degradação da rede rodoviária. A construção de novas estradas foi praticamente paralisada ou se manteve apenas setorialmente e em ritmo muito lento e a manutenção deixou de obedecer a requisitos elementares. Este é o principal meio de transporte no Brasil tanto em relação ao transporte de cargas quanto o de pessoas, embora não seja o mais indicado para todos os fins devido a seu custo e poluição ambiental. Transporte Ferroviário Primeiras iniciativas nacionais, relativas à construção de ferrovias remontam ao ano de 1828, quando o Governo Imperial autorizou por Carta de Lei a construção e exploração de estradas em geral. O propósito era a interligação das diversas regiões do País. É importante destacar que, até a chegada das ferrovias no Brasil, o transporte terrestre de mercadorias se processava no lombo dos burros em estradas carroçáveis. As ferrovias têm sofrido um processo de desestatização devido a dificuldade do governo em mantê-las e explorá-las devidamente. Dentre as ferrovias, salienta-se a implantação da Paranaguá – Curitiba, que se constituiu um marco de excelência da LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 23 engenharia ferroviária brasileira, considerado, à época, por muitos técnicos europeus, como irrealizável. Transporte Hidroviário As hidrovias, uma alternativa sempre lembrada dadas as condições privilegiadas da rede fluvial nacional, pouco se desenvolveram. A navegação fluvial nunca foi bem aproveitada para o transporte de cargas. Entre os fatos de maior repercussão no transporte marítimo no século XX destacam-se: a substituição do carvão pelo petróleo como combustível. O litoral é de 9.198 km e possui uma rede hidroviária enorme e ainda não explorada adequadamente para o transporte marítimo. São oito bacias com 48 mil km de rios navegáveis, reunindo, pelo menos, 16 hidrovias e 20 portos fluviais. O transporte marítimo tem grande importância na exportação de alimentos, minérios e madeira por seu alto volume de transporte. Transporte Aéreo A aviação iniciou-se no Brasil com um vôo de Edmond Plauchut, a 22 de Outubro de 1911. O aviador que fora mecânico de Santos Dumont em Paris. A extensão do país e a precariedade de outros meios de transporte fizeram com que a aviação comercial tivesse uma expansão excepcional no Brasil. Em 1960, o país tinha a maior rede comercial do mundo em volume de tráfego depois dos Estados Unidos. O resultado da falta de investimentos e da deficiência da gestão da estrutura dos transportes gerou a preocupante situação: desvantagem competitiva do País em relação a seus concorrentes no mercado internacional. Alguns sintomas presentes: Frota rodoviária com idade média de cerca de 17,5 anos Locomotivas com idade média de 25 anos Estradas com condições péssima, ruim ou deficiente em 59,1% dos casos Baixa disponibilidade de infra-estrutura ferroviária Baixíssima disponibilidade de terminais multimodais Hidrovias sendo ainda pouco utilizadas para o escoamento de safra agrícola. A disponibilidade de infra-estrutura de transporte no país é incompatível com sua grandeza e riqueza, constituindo-se em grave problema para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. MODAL OU MODALIDADE LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 24 O termo Modal ou Modalidade refere-se ao tipo de transporte que é utilizado Critérios para escolha do Modal de Transporte Custo Velocidade Distância Capacidade Confiabilidade Critérios para escolha do Modal de Transporte • Qual o produto a ser transportado? • Qual a quantidade? • Onde será coletado e onde será entregue? • Quais os cuidados com o produto? • Qual o tipo de embalagem? • Por conta de quem é o transporte? • Seguro por conta de quem? MULTIMODAL E INTERMODAL Combinação de várias modalidades de transporte visando agilizar a entrega e diminuir custos. OS MODAIS DE TRANSPORTES LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 25 A importância relativa de cada modal pode ser medida em termos da quilometragem do sistema, volume de tráfego, receita e natureza da composição do tráfego. Matriz Brasileira Atualmente o Brasil conta com uma rede de infra-estrutura que não opera eficientemente os modais em todas as regiões, causando, assim, um grave desequilíbrio na matriz de transporte. O transporte aéreo vem enfrentando sucessivas crises relacionadas ao controle e à infra-estrutura operacional, o que acaba gerando atrasos de viagens, queda no nível de serviço prestado pelos transportadores aéreos e descrença do usuário no sistema No transporte rodoviário verifica-se um alto índice de rodovias em precárias condições de conservação e funcionalidade, o que aumenta a quebra mecânica dos veículos dos usuários e ocasiona graves acidentes com perdas de vidas. A idade média da frota no transporte rodoviário é muito elevada, fato que contribui para uma grande emissão de poluentes. LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 26 No transporte ferroviário ocorre uma estagnação de investimentos do Governo Federal na ampliação da malha para localidades que apresentam grande oferta de cargas a granel. Nas grandes áreas urbanas, a qualidade do serviço ferroviário sofre o impacto do avanço da urbanização irregular sobre a área de jurisdição da ferrovia. No transporte aquaviário, referente aos portos marítimos, ocorrem problemas relativos ao impacto e pressão da urbanização sobre a infra-estrutura. Há dificuldades na acessibilidade de veículos terrestres à área portuária. Grande parte dos portos marítimos brasileiros de maior volume de movimentação de carga tem restrições na expansão de cais e área portuária devido à urbanização, ou seja, as cidades cresceram no entorno do porto, causando, assim, um maior custo para a expansão. Comparativo de Fretes por Modal Importância estratégica dos Transportes Maior concorrência = Transporte barato e de alta qualidade incentiva de forma indireta a concorrência, ao disponibilizar produtos onde normalmente não teria condições de arcar com os custos de transportes e concorrendo com preços competitivos. Economias em escalas = Mercados ampliados significam custo de produção mais baixos, e um sistema de transporte eficaz possibilita a descentralização de mercados e de locais de produção. Preços reduzidos = O transporte barato contribui igualmente para a redução dos preços dos produtos em outros mercados. Uma tonelada de ouro no subsolo não vale nada, a menos que ela possa ser entregue a quem compra. O que dá o valor dos produtos éa logística LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 27 IMPORTÂNCIA DE UM SISTEMA DE TRANSPORTE EFICAZ Fazer o material certo chegar: Na quantidade certa No lugar certo No tempo certo Nas condições adequadas No custo mais baixo possível Modal Aéreo Vantagens Logísticas Transporte mais rápido Transportes emergenciais Redução de níveis de inventário e consequente redução de custo de estoque Prioridade para produtos perecíveis Desvantagens Logísticas Restrição de capacidade Impossibilidade de transporte à granel Inviabilidade de produtos de baixo custo unitário Restrição a artigos perigosos Custo de transporte elevado É prejudicado pelo tempo e pelo tráfego Modal Rodoviário Vantagens Logísticas Flexibilidade do serviço em áreas geográficas dispersas Manipulação de lotes relativamente pequenos Serviço é extensivo e adaptável Serviço rápido Entrega à domicílio ou “porta a porta” Transportam todo tipo de cargas e embalagens Altas frequências Desvantagens Logísticas Custos elevados para distâncias superiores à 700Km Volume transportado menor em comparação ao transporte ferroviário e marítimo (até 45 Tons) Custo mais elevado em comparação ao transporte ferroviário e marítimo É prejudicado pelo tempo e pelo tráfego LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 28 Maior intensidade de risco Modal Ferroviário Vantagens Logísticas Transportam grande quantidade de carga por viagem Percorre longas distâncias Flexível quanto às mercadorias Custo menor em relação ao rodoviário para grandes volumes de mercadoria A velocidade é boa para longas distâncias Não são prejudicadas pelo tempo ou tráfego competitivo Pode utilizar o vagão ou o próprio container para o transporte Desvantagens Logísticas Tem custos altos e baixa segurança (Brasil) para produtos de alto valor agregado e pequenos volumes Tem frequências de saídas menores em relação ao rodoviário Seu tempo de trânsito é maior Anti-econômica e ineficiente para curtas distâncias Os custos de manuseio são altos Não serve para serviço à domicílio É ineficiente para alguns produtos Modal Aquaviário Vantagens Logísticas Transporta grande quantidade de carga por viagem Percorre longas distâncias Flexível quanto às mercadorias Transportam produtos perigosos, carga à granel, líquido, gasoso e veículos ou containers Custo operacionais menores Característica de produtos com menor valor agregado Desvantagens Logísticas Não serve para cargas pequenas ou emergenciais Perda de tempo nas descargas e transferência de transporte Altos níveis de danos sobre a mercadoria Tempo de trânsito longo Baixa frequência / periódica LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 29 MARÍTIMO = O transporte marítimo é aquele realizado por navios em oceanos e mares, podendo ser de cabotagem ou longo curso. FLUVIAL = Navegação fluvial é aquela realizada em rios, portanto, interna, ou seja, ocorrendo dentro do país e/ou continente. É a típica navegação de interligação do interior. LACUSTRE = Navegação lacustre é aquela realizada em lagos, e tem como característica a ligação de cidades e países circunvizinhos, sendo, também, uma navegação interior, a exemplo da fluvial. É um tipo de transporte bastante restrito, em face de serem poucos os lagos navegáveis. Modal Dutoviário Refere-se à modalidade de transporte em que o veículo utilizado compõe a própria infra-estrutura construída (dutos), o qual foram desenvolvidos devido ao avanço tecnológico, permitindo a remessa de produtos a longas distâncias, como petróleo bruto, gás, minérios. Oleodutos: cujos produtos transportados são petróleo, óleo combustível, diesel, querosene, entre outros. Gasodutos: cujo produto transportado é o gás natural. Minerodutos: cujos produtos transportados são o sal-gema, minério de ferro e concentrado fosfático. Modal Virtual É todo sistema de entrega de um produto não físico, entregue ao cliente ou consumidor via Internet ou por transmissão eletrônica de dados. A designação de Modal Virtual é bastante complexa e discutida, principalmente por se tratar de uma modalidade, que embora na prática não seja nova, ainda é muito pouco citada. A tecnologia da informação criou um novo modal de transporte, o infoviário. Na infovia, trafegam quantidades enormes de dados para facilitar e agilizar os processos no transporte de cargas. • download de música • e-book ou livro eletrônico • Pay-Per-View • e-learning ou educação à distância • software feito sob demanda encomenda pode ser entregue ao cliente através de link LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 30 LOGÍSTICA NO E-COMMERCE Com a Internet e os avanços nas telecomunicações, profundas mudanças se deram no comércio. Essa mudança, aliada às técnicas de redução de estoques, torna ainda mais complexas as formas de entrega até o consumidor (ponta da cadeia). Comércio Eletrônico: É uma forma de fazer negócios através do computador que envolve a entrega de mercadorias ou serviços. Logística do Comércio Eletrônico: – Processo de atendimento dos pedidos e entrega dos produtos (a logística de distribuição). Tipos de comércio eletrônico B2B: Business to Business = comercialização somente entre pessoas jurídicas. - Cadeia de Suprimentos da Toyota. B2C: Business to Consumer = comercialização entre pessoas físicas e jurídicas. - Submarino, Amazon C2C: Consumer to Consumer = comercialização entre pessoas físicas. - Mercado-Livre VANTAGENS DO COMÉRCIO ELETRÔNICO LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 31 • Inserção instantânea no mercado; • Analise mercadologica facilitada; • Funciona 24h, 7 dias por semana; • Baixo custo operacional. Riscos do comércio eletrônico • Fraude • Propriedade intelectual • Confidencialidade DESAFIOS DA LOGÍSTICA • Entregar na hora marcada: – Ao cliente interessa, em maior medida, receber os produtos ao menor custo, no horário estipulado, nem muito antes nem muito depois • Delivery-on-time - DOT: - para um cliente receber um produto mais rapidamente, um custo maior haverá de lhe ser cobrado em contrapartida • Operação com produtos unitários • Entrega de pequenos volumes em um espaço geográfico maior, da empresa para o consumidor final. • O B2C tem aumentado muito as entregas em casa, gerando, muitas vezes, um pacote para cada viagem; • Se o cliente não está em casa, gera-se a necessidade de uma segunda entrega, dobrando os custos com as entregas. Custo Econômico • À baixa densidade = alta dispersão geográfica, em que o valor unitário do pedido, quando baixo, não justifica os gastos de transportes; • Porta fechada = o destinatário pode não se encontrar; • Logística reversa = devolução do produto; • Múltiplas tentativas de entrega = aumentando os custos da operação logística. e-Logística é um termo usado no comércio eletrônico. Ele pode ser definido como um componente essencial do e-commerce, compreendendo a totalidade da cadeia logística que pode ser composta de: LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 32 Recepção e condicionamento de produtos; Estocagem; Picking (deslocamento de produtos para a preparação do pedido); Intervenção das transportadoras assumindo a entrega. Essas etapas devem ser inseridas em ferramentas de rastreamento dos pedidos, permitindo um melhor controle das diferentesoperações, e dando aos clientes informações em tempo real da fase em que se encontra o produto adquirido. Alternativas de gerenciamento da logística Gerenciar sua própria logística x Delegar a atividade logística, utilizando plataformas logísticas externas. No início de atividade de uma loja virtual o volume de pedidos é normalmente baixo e é possível se gerenciar internamente a logística. À medida que se torna mais popular, a loja virtual passa a entregar um volume cada vez maior de pedidos. Nesses casos, a delegação da atividade logística passa a ser uma opção interessante. Terceirização da atividade logística implica em: Dispor de uma interface de gestão da plataforma logística, o que significa que cada pedido feito no site será levado em conta. Apos o envio do pedido a loja virtual e o cliente poderão fazer o tracking do pedido, e a loja pode gerenciar o estoque de seus produtos. A logística poderá fazer a recepção, o controle e o estoque dos produtos, além de fazer o picking, empacotar e enviar os pedidos aos clientes. Fazer uma melhor gestão do retorno dos pedidos. Cada produto devolvido pode ser reintegrado ao estoque ou então descartado caso esteja em más condições. Propor aos clientes vários tipos de entrega (Expressa, econômica...). Empresas de logística possuem frequentemente parcerias com transportadoras, conseguindo melhores preços para as lojas virtuais. OPERADOR LOGÍSTICO Operador Logístico é a empresa prestadora de serviços, especializada em gerenciar e executar todas ou parte das atividades logísticas, nas várias fases da cadeia de abastecimento de seus clientes, agregando valor aos produtos dos mesmos. LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 33 Caracterização do Operador Logístico Para que uma empresa prestadora de serviços logísticos possa ser classificada como Operador Logístico, a mesma deve, no mínimo, prestar simultaneamente serviços nas três atividades básicas seguintes: • Controle de estoque • Armazenagem • Gestão de transportes AS ATIVIDADES BÁSICAS DO OPERADOR LOGÍSTICO Controle de estoque Para efetuar um eficiente controle de estoque, o prestador de serviços logísticos deve: Obter de cada cliente (ou ajudá-lo a estabelecer) a política a ser seguida na gestão dos estoques do mesmo; Controlar e responsabilizar-se por quantidades, localização e valores do estoque físico do cliente, enquanto o mesmo estiver sob sua guarda; Utilizar técnicas e meios modernos para acompanhar a evolução dos estoques no tempo, em termos de quantidades e localização para informar o cliente a respeito, com a prioridade adequada; Emitir relatórios periódicos sobre os estoques; Garantir a rastreabilidade dos produtos; Armazenagem Para prestar serviços eficientes de armazenagem, o prestador se serviços logísticos deve: Dispor de instalações adequadas para o exercício da atividade de armazenagem: De acordo com a legislação e com as regras das entidades legais (Corpo de Bombeiros, Vigilância sanitária, etc); Em condições de atender às necessidades dos clientes, em termos de docas de recebimento e expedição, de equipamento de movimentação, de sistemas de estantes ou áreas convenientes quando não forem necessárias estantes, climatização quando necessário, entre outras; Dispor de sistema de administração de armazéns adequado a cada caso, incluindo, quando necessário, sistemas de impressão e leitura de códigos de barra e de rádio freqüência; LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 34 Ser capaz de controlar e responsabilizar-se pelas avarias; Realizar o controle de qualidade adequado, na entrada dos bens e materiais armazenados, quando necessário; Possuir apólices de seguro para as instalações e para os bens materiais; Emitir a documentação de despacho, de acordo com a legislação; Executar unitização (paletização e conteinerização), quando necessário; Gestão de Transportes Para prestar serviços eficientes de gestão de transportes, o prestador de serviços logísticos deve: Qualificar e homologar transportadoras Contratar ou realizar transportes Negociar o nível de serviço desejado das transportadoras Pesquisar periodicamente os valores de fretes nas praças desejadas Coordenar de forma eficaz a chamada de transportadoras Conferir e realizar o pagamento de fretes Medir e controlar o desempenho das transportadoras frente aos padrões estabelecidos Emitir relatórios de acompanhamento do nível de serviço VANTAGENS E DESVANTAGENS DO OPERADOR LOGÍSTICO Vantagens Enfoque na atividade da empresa: Desenvolvimento, marketing e vendas. “despreocupação” com assuntos relacionados com a regulamentação; Utilização dos melhores métodos e experiências: Aproveitamento dos sistemas e métodos, que os Operadores desenvolvem em busca de novas oportunidades para se manterem competitivos; Aumento da competitividade: Melhor reação às necessidades dos clientes, aumento de flexibilidade, redução de tempos de entrega; Redução de custos: Aproveitamento de economias de escala e sinergias, libertação de capital (equipamentos, infra-estruturas, segurança), redução de recursos, redução do risco de quebras. Desvantagens Necessidades de Reengenharia: Reestruturação das equipes, redução de pessoas, formação, mudança de funções; Comportamento das Pessoas: Resistência à mudança; Dependência: A integração de processos e sistemas tende a criar dependência. Receio de perda de “capital intelectual” (conhecimento e experiência). LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 35 Dúvidas sobre a qualidade, capacidade de execução e confiabilidade. Dificuldade de seleção de um Operador qualificado. Receio de transferência de conhecimento. A GESTÃO DE ESTOQUE A gestão de estoque é, basicamente, o ato de gerir recursos ociosos possuidores de valor econômico e destinado ao suprimento das necessidades futuras de material, numa organização. Os investimentos não são dirigidos por uma organização somente para aplicações diretas que produzam lucros, tais como os investimentos em máquinas e em equipamentos destinados ao aumento da produção e, conseqüentemente, das vendas. Outros tipos de investimentos, aparentemente, não produzem lucros. Entre estes estão às inversões de capital destinadas a cobrir fatores de risco em circunstâncias imprevisíveis e de solução imediata. É o caso dos investimentos em estoque, que evitam que se perca dinheiro em situação potencial de risco presente. Por exemplo, na falta de materiais ou de produtos que levam a não realização de vendas, a paralisação de fabricação, a descontinuidade das operações ou serviços etc., além dos custos adicionais e excessivos que, a partir destes fatores, igualam, em importância estratégica e econômica, os investimentos em estoque aos investimentos ditos diretos. Porém, toda a aplicação de capital em inventário priva de investimentos mais rentáveis uma organização industrial ou comercial. Numa organização pública, a privação é em relação a investimentos sociais ou em serviços de utilidade pública. A gestão dos estoques visa, portanto, numa primeira abordagem, manter os recursos ociosos expressos pelo inventário, em constante equilíbrio em relação ao nível econômico ótimo dos investimentos. E isto é obtido mantendo estoques mínimos, sem correr o risco de não tê-los em quantidades suficientes e necessárias para manter o fluxo da produção da encomenda em equilíbrio com o fluxo de consumo. Em resumo: Os estoques são uma forma de a organização proteger-se da imprevisibilidade dos processos com os quais lida ou está envolvida, a falta de qualidade de seus processos internosbem como dos externos dos quais depende pressionam no sentido de elevar o volume de estoques. Conclui-se que níveis elevados de estoques tendem a gerar conformidade com o erro e as causas dos problemas não são atacadas. LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 36 NATUREZA DOS ESTOQUES Estoque é a composição de materiais - materiais em processamento, materiais semi- acabados, materiais acabados - que não é utilizada em determinado momento na empresa, mas que precisa existir em função de futuras necessidades. Assim, o estoque constitui todo o sortimento de materiais que a empresa possui e utiliza no processo de produção de seus produtos/serviços. Os estoques podem ser entendidos ainda, de forma generalizada, como certa quantidade de itens mantidos em disponibilidade constante e renovados, permanentemente, para produzir lucros e serviços. São lucros provenientes das vendas e serviços, por permitirem a continuidade do processo produtivo das organizações. Os estoques representam uma necessidade real em qualquer tipo de organização e, ao mesmo tempo, fonte permanente de problemas, cuja magnitude é função do porte, da complexidade e da natureza das operações da produção, das vendas ou dos serviços. A manutenção dos estoques requer investimentos e gastos muitas vezes elevados. Evitar sua formação ou, quando muito, tê-los em número reduzido de itens e em quantidades mínimas, sem que, em contrapartida, aumente o risco de não ser satisfeita a demanda dos usuários ou dos consumidores em geral, representa um ideal conflitante com a realidade do dia-a-dia e que aumenta a importância da sua gestão. A acumulação de estoques em níveis adequados é uma necessidade para o normal funcionamento do sistema produtivo. Em contrapartida, os estoques representam um enorme investimento financeiro. Deste ponto de vista, os estoques constituem um ativo circulante necessário para que a empresa possa produzir e vender com um mínimo risco de paralisação ou de preocupação. Os estoques representam um meio de investimento de recursos e podem alcançar uma respeitável parcela dos ativos totais da empresa. A administração dos estoques apresenta alguns aspectos financeiros que exigem um estreito relacionamento com a área de finanças, pois enquanto a Administração de Materiais está voltada para a facilitação do fluxo físico dos materiais e o abastecimento adequado à produção e a vendas, a área financeira está preocupada com o lucro, a liquidez da empresa e a boa aplicação dos recursos empresariais. A incerteza de demanda futura ou de sua variação ao longo do período de planejamento; da disponibilidade imediata de material nos fornecedores e do cumprimento dos prazos de entrega; da necessidade de continuidade operacional e da remuneração do capital investido, são as principais causas que exigem estoques permanentemente à mão para o pronto atendimento do consumo interno e/ou das LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 37 vendas. Isto mantém a paridade entre esta necessidade e as exigências de capital de giro. É essencial, entretanto, para a compreensão mais nítida dos estoques, o conhecimento das principais funções que os mesmos desempenham nos mais variados tipos de organização, e que conheçamos as suas diferentes espécies. Ter noção clara das diversas naturezas de inventário, dentro do estudo da Administração de Material, evita distorções no planejamento e indica à gestão a forma de tratamento que deve ser dispensado a cada um deles, além de evitar que medidas corretas, aplicadas ao estoque errado, levem a resultados desastrosos, sobretudo, se considerarmos que, à vezes, consideráveis montantes de recursos estão vinculados a determinadas modalidades de estoque. Cada espécie de inventário segue comportamentos próprios e sofre influências distintas, embora se sujeitando, em regra, aos mesmos princípios e às mesmas estruturas de controle. Assim, por exemplo, os estoques destinados à venda são sensíveis às solicitações impostas pelo mercado e decorrentes das alterações da oferta e procura e da capacidade de produção, enquanto os destinados ao consumo interno da empresa são influenciados pelas necessidades contínuas da produção, manutenção, das oficinas e dos demais serviços existentes. Já outras naturezas de estoque podem apresentar características bem próprias que, não estão sujeitas a influência alguma. É o caso dos estoques de sucata, não destinada ao reprocessamento ou beneficiamento e formados de refugos de fabricação ou de materiais obsoletos e inservíveis destinados à alienação e outros fins. Em uma indústria, estes estoques podem vir a formar-se aleatoriamente, ao longo do tempo, caracterizando-se como contingências de armazenagem. Acabam representando, mesmo, para algumas organizações, verdadeiras fontes de receitas ( extra-operacional ), enquanto os estoques destinados ao consumo interno constituem-se, tão somente, em despesas. Entretanto, esta divisão por si só, pode trazer dúvidas a partir da definição da natureza de cada um destes estoques. Se entendermos por produto acabado todo material resultante de um processo qualquer de fabricação, e por matérias-primas todo elemento bruto necessário ao fabrico de alguma coisa, perdendo as suas características físicas originais, mediante o processo de transformação a que foi submetido, podemos dizer, por exemplo, que a terra adubada, o cimento, a areia de fundição preparada com a bentonita, o melaço e outros produtos que são misturados a ela para dar maior consistência aos moldes que receberão o aço derretido para a confecção de peças constitui-se em produtos acabados para seus fabricantes, e em matérias-primas para seus consumidores que os utilizarão na fabricação de outros produtos. Do mesmo modo, a terra, a argila, o melaço e a areia, em seu estado natural, podem constituir-se em insumos básicos de produção ou em produtos acabados, LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 38 dependendo da finalidade ou do uso destes itens para a empresa. As porcas, as arruelas, os parafusos etc., empregados na montagem de um equipamento, por exemplo, são produtos semi-acabados para o montador, mas, para o fabricante que os vendeu, trata-se de produtos-finais. Diante dos exemplos apresentados, surge, naturalmente, outra classificação: estoques de venda e de consumo interno. Para uma indústria, os produtos de sua fabricação integrarão os estoques de venda e, para outra, que os utilizará na produção de outro bem, integrarão os estoques de material de consumo. Por sua vez, o estoque de venda pode desdobrar-se em estoque de varejo e de atacado. O estoque de consumo pode subdividir-se em estoque de material específico e geral. Este último pode desdobrar se, ainda, em estoque de artigos de escritório, de limpeza e conservação etc. Temos assim, diferentes maneiras de se distinguir os estoques, considerando a natureza, finalidade, uso ou aplicação etc. dos materiais que os compõem. O importante, todavia, nestas classificações, que procuram mostrar os diferentes tipos de estoque e o que eles representam para cada empresa, é que elas servem de subsídios valiosos para a (o): configuração de um sistema de material; estruturação dos almoxarifados; estabelecimento do fluxo de informação do sistema; estabelecimento de uma classificação de material; política de centralização e descentralização dos almoxarifados; dimensionamento das áreas de armazenagem; planejamento na forma de controle físico e contábil. Em resumo: Os estoques são compostos de: matéria-prima, material auxiliar, material de manutenção, material de escritório, material e peças em processos e produtos acabados. FUNÇÕES DO ESTOQUE a) Garantir o abastecimento de materiaisà empresa, neutralizando os efeitos de: - demora ou atraso no fornecimento de materiais; - sazonalidade no suprimento; - riscos de dificuldade no fornecimento. b) Proporcionar economias de escala: - através da compra ou produção em lotes econômicos; - pela flexibilidade do processo produtivo; - pela rapidez e eficiência no atendimento às necessidades. LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 39 Os estoques constituem um vínculo entre as etapas do processo de compra e venda - no processo de comercialização em empresas comerciais - e entre as etapas de compra, transformação e venda - no processo de produção em empresas indústrias. Em qualquer ponto do processo formado por essas etapas, os estoques desempenham um papel importante na flexibilidade operacional da empresa. Funcionam como amortecedores das entradas e saídas entre as duas etapas dos processos de comercialização e de produção, pois minimizam os efeitos de erros de planejamento e as oscilações inesperadas de oferta e procura ao mesmo tempo em que isolam ou diminuem as interdependências das diversas partes da organização empresarial. CLASSIFICAÇÃO DE ESTOQUES Estoques de Matérias-Primas (MPs) = Os estoques de MPs constituem os insumos e materiais básicos que ingressam no processo produtivo da empresa. São os itens iniciais para a produção dos produtos/serviços da empresa. Estoques de Materiais em Processamento ou em Vias = Os estoques de materiais em processamento - também denominados materiais em vias - são constituídos de materiais que estão sendo processados ao longo das diversas seções que compõem o processo produtivo da empresa. Não estão nem no almoxarifado - por não serem mais MPs iniciais - nem no depósito - por ainda não serem Produtos Acabados. Mais adiante serão transformadas em Acabados. Estoques de Materiais Semi-acabados = Os estoques de materiais semi-acabados referem-se aos materiais parcialmente acabados, cujo processamento está em algum estágio intermediário de acabamento e que se encontram também ao longo das diversas seções que compõem o processo produtivo. Diferem dos materiais em processamento pelo seu estágio mais avançado, pois se encontram quase acabados, faltando apenas mais algumas etapas do processo produtivo para se transformarem em materiais acabados. Estoques de Materiais Acabados ou Componentes = Os estoques de materiais acabados - também denominados componentes - referem-se a peças isoladas ou componentes já acabados e prontos para serem anexados ao produto. São, na realidade, partes prontas ou montadas que, quando juntadas, constituirão o Produto Acabado ou Final. Estoques de Produtos Acabados (PA) = Os Estoques de PAs se referem aos produtos já prontos e acabados, cujo processamento foi completado inteiramente. Constituem o estágio final do processo produtivo e já passaram por todas as fases, como MP, materiais em processamento, materiais semi-acabados e materiais acabados. CONTROLE DE ESTOQUES LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 40 O objetivo básico do controle de estoques é evitar a falta de material sem que esta diligência resulte em estoque excessivo às reais necessidades da empresa. O controle procura manter os níveis estabelecidos em equilíbrio com as necessidades de consumo ou das vendas e os custos daí decorrentes. Para mantermos este nível de água, no tanque, é preciso que a abertura ou o diâmetro do ralo permita vazão proporcional ao volume de água que sai pela torneira. Se fecharmos com o ralo destampado, interrompendo, assim, o fornecimento de água, o nível, em unidades volumétricas, chegará, após algum tempo, a zero. Por outro lado, se a mantivermos aberta e fecharmos o ralo, impedindo a vazão, o nível subirá até o ponto de transbordar. Ou, se o diâmetro do raio permite a saída da água, em volume maior que a entrada no tanque, precisará abrir mais a torneira, permitindo o fluxo maior para compensar o excesso de escapamento e evitar o esvaziamento do tanque. De forma semelhante, os níveis dos estoques estão sujeitos à velocidade da demanda. Se a constância da procura sobre o material for maior que o tempo de ressuprimento, ou estas providências não forem tomadas em tempo oportuno, a fim de evitar a interrupção do fluxo de reabastecimento, teremos a situação de ruptura ou de esvaziamento do seu estoque, com prejuízos visíveis para a produção, manutenção, vendas etc. Se, em outro caso, não dimensionarmos bem as necessidades do estoque, poderemos chegar ao ponto de excesso de material ou ao transbordamento dos seus níveis em relação à demanda real, com prejuízos para a circulação de capital. O equilíbrio entre a demanda e a obtenção de material, onde atua, sobretudo, o controle de estoque, é um dos objetivos da gestão. FUNÇÕES DO CONTROLE DE ESTOQUE Para organizar um setor de controle de estoques, inicialmente devemos descrever suas funções principais que são: 1) Determinar "o que" deve permanecer em estoque. Número de itens; 2) Determinar "quando" se devem reabastecer os estoques. Periodicidade; 3) Determinar "quanto" de estoque será necessário para um período predeterminado; quantidade de compra; 4) Acionar o Depto de Compras para executar aquisição de estoque; 5) Receber, armazenar e atender os materiais estocados de acordo com as necessidades; 6) Controlar os estoques em termos de quantidade e valor, e fornecer informações sobre a posição do estoque; 7) Manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e estados dos materiais estocados; LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 41 8) Identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados. CLASSIFICAÇÃO ABC A curva ABC é um importante instrumento para o administrador; ela permite identificar aqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua administração. Obtém-se a curva ABC através da ordenação dos itens conforme a sua importância relativa. Verifica-se, portanto, que, uma vez obtida à seqüência dos itens e sua classificação ABC, disso resulta imediatamente a aplicação preferencial das técnicas de gestão administrativas, conforme a importância dos itens. A curva ABC tem sido usada para a administração de estoques, para definição de políticas de vendas, estabelecimento de prioridades para a programação da produção e uma série de outros problemas usuais na empresa. Após os itens terem sido ordenados pela importância relativa, as classes da curva ABC podem ser definidas das seguintes maneiras: Classe A: Grupo de itens mais importante que devem ser trabalhados com uma atenção especial pela administração. Classe B: Grupo intermediário. Classe C: Grupo de itens menos importantes em termos de movimentação, no entanto, requerem atenção pelo fato de gerarem custo de manter estoque. LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 42 A classe "A" são os itens que nesse caso dão a sustentação de vendas, podemos perceber que apenas 20% dos itens correspondem a 80% do faturamento. (alta rotatividade). A classe “B” responde por 30% dos itens em estoque e 15% do faturamento. (rotatividade média). A classe "C" compreende a sozinha 50% dos itens em estoque, respondendo por apenas 5% do faturamento. Inventário O inventário é um processo de avaliação criado dentro da organização para examinar e avaliar a gestão em determinados períodos. O objetivo é assessorar os membros da organização para que se tenha um controle maior sobre seus produtos. O inventário físico é a contagem de todos os estoques da empresa, para verificação se as quantidades correspondem aos controles do estoque. O inventário rotativo éum método de inventário físico em que o estoque é contado em intervalos regulares, dentro de um exercício. O inventário rotativo permite que os artigos de alta rotatividade sejam contados com maior frequência do que os de baixa rotatividade. MÉTODOS DE PREVISÃO DE ESTOQUES A previsão de consumo ou demanda estabelece estimativas futuras dos produtos acabados comercializados pela empresa. Define, portanto, quais produtos, quanto desses produtos e quando serão comprados pelos clientes. LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 43 As informações básicas que permitem decidir quais serão as dimensões e a distribuição no tempo da demanda dos produtos acabados podem ser classificadas em duas categorias: Quantitativas a) evolução das vendas no passado; b) variáveis que dependem diretamente das vendas; c) variáveis de fácil previsão (população, renda, PIB,etc.); d) influência da propaganda. Qualitativas a) opinião gerencial, b) opinião dos vendedores; c) opinião dos compradores; d) pesquisa de mercado. As técnicas de previsão do consumo podem ser classificadas em três grupos: Projeção: são aquelas que admitem que o futuro será a repetição do passado ou as vendas evoluirão no tempo; segundo a mesma lei observada no passado, este grupo de técnicas é de natureza essencialmente quantitativa. Explicação: procuram-se explicar as vendas do passado mediante leis que relacionem as mesmas com outras variáveis cuja evolução é conhecida ou previsível. São basicamente aplicações de técnicas de regressão e correlação. Predileção: funcionários experientes e conhecedores de fatores influentes nas vendas e no mercado estabelecem a evolução das vendas futuras. NÍVEIS DE ESTOQUES CURVA DENTE DE SERRA = A apresentação da movimentação (entrada e saída) de uma peça dentro de um sistema de estoque pode ser feita por um gráfico. O ciclo acima representado será sempre repetitivo e constante se: a) Não existir alteração de consumo durante o tempo T; LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 44 b) Não existirem falhas que provoquem um esquecimento ao solicitar compra; c) O fornecedor nunca atrasar; d) Nenhuma entrega do fornecedor for rejeitada pelo controle de qualidade. Como sabemos essa condição realmente não ocorre para isso devemos prever essas possíveis falhas na operação como representado abaixo: No gráfico acima podemos notar, que durante os meses de junho, julho e agosto e setembro, o estoque esteve a zero e deixou de atender a uma quantidade de 80 peças. A partir dessa análise concluímos que deveríamos então estabelecer um estoque de segurança. TEMPO DE REPOSIÇÃO; PONTO DE PEDIDO Emissão do pedido - Tempo que se leva desde a emissão do pedido de compras até ele chegar ao fornecedor; Preparação do pedido - Tempo que leva o fornecedor para fabricar os produtos, separar, emitir faturamento e deixá-los em condições de serem transportados. LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 45 Transportes - Tempo que leva da saída do fornecedor até o recebimento pela empresa dos materiais encomendados. Em virtude de sua grande importância, este tempo deve ser determinado de modo mais realista possível, pois as variações ocorridas durante esse tempo podem alterar toda a estrutura do sistema de estoques. ADMINISTRAÇÃO DOS SERVIÇOS DE COMPRAS "Em muitos casos não é o custo que determina o preço de venda, mas o inverso. O preço de venda necessário determina qual deve ser o custo. Qualquer economia, resultando em redução de custo de compra, que é uma parte de despesa de operação de uma indústria, é 100% lucro. Os lucros das compras são líquidos". (HENRY FORD) Embora todos saibam comprar, em função do cotidiano de nossas vidas, é imprescindível a conceituação da atividade, que significa procurar e providenciar a entrega de materiais, na qualidade especificada e no prazo necessário, a um preço justo, para o funcionamento, a manutenção ou a ampliação da empresa. É a função responsável pela obtenção do material no mercado fornecedor, interno ou externo, através da mais correta tradução das necessidades em termos de fornecedor / requisitante. A função compras é um segmento essencial do Departamento de Materiais ou Suprimentos, que tem por finalidade suprir as necessidades de materiais ou serviços, planejá-las quantitativamente e satisfazê-la no momento certo com as quantidades corretas, verificar se recebeu efetivamente o que foi comprado e providenciar armazenamento. Compras são, portanto uma operação da área de materiais mais essencial entre as que compõem o processo de suprimento. Em todo sistema empresarial, para se manter um volume de vendas e um perfil competitivo no mercado e, LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 46 consequentemente, gerar lucros satisfatórios, a minimização de custos deve ser perseguida e alcançada, principalmente os que se referem aos materiais utilizados, já que representam uma parcela por demais considerável na estrutura de custo total. Pode-se concluir então, que os objetivos básicos de uma seção de compras são: Obter um fluxo contínuo de suprimentos a fim de atender aos programas de produção. Coordenar esse fluxo de maneira que seja aplicado um mínimo de investimento que afete a operacionalidade da empresa. Compra materiais e insumos aos menores preços, obedecendo padrões de quantidade e qualidade definidos. Procurar sempre dentro de uma negociação justa e honrada as melhores condições para empresa, principalmente em condições de pagamento. É ainda, a unidade organizacional que, agindo em nome das atividades requisitantes, compra o material certo, ao preço certo, na hora certa, na quantidade certa e da fonte certa. Material Certo É importante que o comprador esteja em situação de certificar-se se o material comprado, de um fornecedor está de acordo com o solicitado. O comprador deve, portanto, desenvolver um “sentido técnico a fim de descobrir eventuais discrepâncias entre a cotação de um fornecedor e as especificações da Requisição de Compras”. O comprador deve ter condições de reconhecer, em uma eventual alternativa de cotação, uma economia do custo potencial ou a idéia de melhoria do produto. Preço Certo Nas grandes empresas, subordinado a Compras, existe o Setor de Pesquisa e Análise de Compras. Sua função é, entre outras, a de calcular o "preço objetivo" do item (com base em desenhos e especificações). O cálculo desses “preço objetivo" é feito baseando-se no tempo de execução do item, na mão de obra direta, no custo da matéria prima com mão de obra média no mercado; a este valor deve-se acrescentar um valor, pré-calculado, de mão de obra indireta. Ao valor encontrado deve-se somar o lucro. Todos estes valores podem ser obtidos através de valores médios do mercado, e do balanço e demonstrações de lucros e perdas dos diversos fornecedores. O "preço objetivo" é que vai servir de orientação ao comprador quando de uma concorrência. No julgamento da concorrência duas são as possíveis situações: Preço muito mais alto do que o "preço objetivo": nessas circunstâncias, eventualmente, o comprador poderá chamar o fornecedor e solicitar LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 47 esclarecimentos ou uma justificativa do preço. O fornecedor ou está querendo ter um lucro excessivo, ou possui sistemas onerosos de fabricação ou um mau sistema de apropriação de custos; Preço muito mais baixo que o "preço objetivo": o menor preço não significa hoje em dia, o melhor negócio. Se o preço do fornecedor for muitomais baixo, dois podem ser os motivos: 1) O fornecedor desenvolveu uma técnica de fabricação tal que conseguiu diminuir seus custos. 2) O fornecedor não soube calcular os seus custos e nessas circunstâncias dois problemas podem ocorrer: ou ele não descobre os seus erros e fatalmente entrará em dificuldades financeiras com possibilidades de interromper seu fornecimento, ou descobre o erro e então solicita um reajuste de preço que, na maioria das vezes, poderá ser maior que o segundo preço na concorrência original. Portanto, se o preço for muito mais baixo que o preço objetivo, o fornecedor deve ser chamado, a fim de prestar esclarecimentos. Hora Certa O desenvolvimento industrial atual e o aumento cada vez maior do numero de empresas de produção em série, torna o tempo de entrega, ou os prazos de entrega, um dos fatores mais importantes no julgamento de uma concorrência. As diversas flutuações de preços do mercado e o perigo de estoques excessivos fazem com que o comprador necessite coordenar esses dois fatores da melhor maneira possível, a fim de adquirir na hora certa o material para a empresa. Quantidade Certa A quantidade a ser adquirida é cada vez mais importante por ocasião da compra. Até pouco tempo atrás se aumentava a quantidade a ser adquirida objetivando melhorar e preço; entretanto outros fatores como custo de armazenagem, capital investido em estoques etc., fizeram com que maiores cuidados fossem tornados na determinação da quantidade certa ou na quantidade mais econômica a ser adquirida. Para isso foram deduzidas fórmulas matemáticas objetivando facilitar a determinação da quantidade a ser adquirida. Entretanto, qualquer que seja a fórmula ou método a ser adotado não elimina a decisão final da Gerência de Compras com eventuais alterações destas quantidades devido às situações peculiares do mercado. Fonte Certa LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 48 De nada adiantará ao comprador saber exatamente o material a adquirir, o preço certo, o prazo certo e a quantidade certa, se não puder encontrar uma fonte de fornecimento que possa agrupar todas as necessidades. A avaliação dos fornecedores e o desenvolvimento de novas fontes de fornecimento são fatores fundamentais para o funcionamento de compras. Devido a essas necessidades o comprador, exceto o setor de vendas da empresa, é o elemento que mantém e deve manter o maior número de contatos externos na busca cada vez mais intensa de ampliar o mercado de fornecimento. FUNÇÃO DE COMPRA A Função Compras é uma das engrenagens do grande conjunto denominado Sistema Empresa ou Organização e deve ser devidamente considerada no contexto, para que deficiências não venham a ocorrer, provocando demoras onerosas, produção ineficiente, produtos inferiores, o não cumprimento de promessas de entregas e clientes insatisfeitos. A competitividade no mercado, quanto a vendas, e em grande parte, assim como a obtenção de lucros satisfatórios, devida à realização de boas compras, e para que isto ocorra é necessário que se adquiram materiais ao mais baixo custo, desde que satisfaçam as exigências de qualidade. LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 49 O custo de aquisição e o custo de manutenção dos estoques de material devem, também, ser mantidos em um nível econômico. Essas considerações elementares são a base de toda a função e ciência de Compras. A função Compras compreende: Cadastramento de Fornecedores; Coleta de Preços; Definição quanto ao transporte do material; Julgamento de Propostas; Diligenciamento do preço, do prazo e da qualidade do material; Recebimento e Colocação da Compra. ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO DE COMPRAS As compras podem ser centralizadas ou não. O tipo de empreendimento é que vai definir a necessidade de centralizar. Uma prática muito usada é ter um comitê de compras, em que pessoas de todas as áreas da empresa participem das decisões. As vantagens da centralização dos serviços de compras são sempre postas em dúvida pelos departamentos que necessitam de materiais. De modo geral, a centralização apresenta aspectos realmente positivos, pela redução dos preços médios de aquisição, apesar de, em certos tipos de compras, serem mais aconselhável à aquisição descentralizada. Vantagens de Centralizar: a) visão do todo quanto à organização do serviço; b) poder de negociação para melhoria dos níveis de preços obtidos dos fornecedores; c) influência no mercado devido ao nível de relacionamento com os fornecedores; d) análise do mercado, com eficácia, em virtude da especialização do pessoal no serviço de compras; e) controle financeiro dos compromissos assumidos pelas compras associado a um controle de estoques; f) economia de escala na aquisição centralizada, gerando custos mais baixos; g) melhor qualidade, por causa da maior facilidade de implantação do sistema de qualidade; h) sortimento de produtos com mais consistência, para suportar as promoções nacionais; i) especialização das atividades para o pessoal da produção não perder muito tempo com contatos com os vendedores. Pontos importantes para descentralização: LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Prof. José Salvador de Abreu – jose.salvador@professor.italo.br Página 50 a) adequação da compra devido ao conhecimento dos problemas específicos da área onde o comprador exerce sua atividade. b) menor estoque e com uma variedade mais adequada, por causa de peculiaridades regionais da qualidade, quantidade, variedade. c) coordenação, em virtude do relacionamento direto com o fornecedor, levando a unidade operacional a atuar de acordo com as necessidades regionais. d) flexibilidade proporcionada pelo menor tempo de tramitação das ordens, provocando menores faltas.