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PRAGUICIDAS ▪ NOMENCLATURA: pesticida, praguicida, defensivo agrícola, agrotóxico, agroquímico, veneno, etc. ▪ DEFINIÇÃO: substâncias destinadas a destruir, repelir ou reduzir qualquer praga, representada por um animal, vegetal ou microrganismo. ▪ CATEGORIAS: herbicidas, inseticidas, fungicidas, rodenticidas, acaricidas, etc. CLASSIFICAÇÃO DA TOXICIDADE DOS PRAGUICIDAS CLASSIFICAÇÃO DL50 (oral-sólido) I – Extremamente tóxico (vermelho) < 5mg/kg II – Altamente tóxico (amarelo) 5-50mg/kg III – Moderadamente tóxico (azul) 50-500mg/kg IV – Pouco tóxico (verde) > 500mg/kg A TABELA A SEGUIR MOSTRA A EQUIVALÊNCIA ENTRE A “DOSE LETAL 50” (DL50) EM ANIMAIS COM A QUANTIDADE APROXIMADA DO PRODUTO CAPAZ DE MATAR UM ADULTO DE 70KG. EXPOSIÇÃO AOS PRAGUICIDAS Profissionais ou ocupacionais ✓ Indústrias; ✓ formuladores, síntese, embalagem. ✓Transporte e comércio; ✓Firmas desinsetizadoras; ✓Saúde pública; ✓Agricultura; ✓Pilotos agrícolas; ✓Pecuária. Acidentais ✓ Ingestão: crianças; ✓Contaminantes em alimentos. Tentativas de suicídio Poluição ambiental ✓ resíduos industriais; ✓aplicação agrícola; ✓água para consumo; ✓campanhas de saúde pública. Alimentar ✓acima dos limites máximos permitidos; ✓prazo de carência. EXPOSIÇÃO AOS PRAGUICIDAS A GRAVIDADE DE UMA INTOXICAÇÃO POR PRAGUICIDAS DEPENDERÁ: • da via de contaminação; • do tempo de exposição; • da toxicidade da substância; • da concentração da substância; • das condições ambientais; • da oportunidade de acesso ao serviço de saúde, quando o acesso precoce ao serviço oportuniza tratamento adequado, diminuição de morbidade e mortalidade. BASE DE DADOS DO SINITOX REGIÃO CASOS ÓBITOS NORTE Animais Peçonhentos – 26,6% Medicamentos – 15,9% Praguicidas – 14,9% Praguicidas – 55,8% Animais Peçonhentos – 15,4% Medicamentos – 9,6% NORDESTE Animais Peçonhentos – 37,9% Medicamentos – 18,9% Praguicidas – 11,8% Praguicidas – 50,4% Animais Peçonhentos – 15,9% Medicamentos – 14,0% SUDESTE Medicamentos – 33,6% Praguicidas – 16,9% Animais Peçonhentos – 13,1% Praguicidas – 45,4% Medicamentos – 22,6% Prod.Quím.Industriais – 9,6% SUL Animais Peçonhentos – 29,7% Medicamentos – 22,8% Praguicidas – 14,2% Praguicidas – 52,9% Medicamentos – 15,3% Animais Peçonhentos – 9,0% CENTRO- OESTE Animais Peçonhentos – 46,1% Medicamentos – 15,9% Praguicidas – 13,1% Praguicidas – 46,6% Animais Peçonhentos – 20,5% Medicamentos – 10,2% BRASIL Medicamentos – 26,4% Animais Peçonhentos – 24,9% Praguicidas – 14,9% Praguicidas – 47,8% Medicamentos – 16,6% Animais Peçonhentos – 12,7% Fonte:MS/FIOCRUZ/SINITOX ESTATÍSTICAS Organização Mundial de Saúde: ▪ Intoxicações agudas por agrotóxicos → 3 milhões de casos anuais (2,1 milhões de casos nos países em desenvolvimento); ▪ 20.000 mortes em todo o mundo (14 mil nas nações do terceiro mundo); ▪ SINAN: entre 2007 e 2017 → 833.283 casos notificados; ▪ No Brasil → hoje, estima-se que morrem 5.000 trabalhadores/ano, vítimas de intoxicações por agrotóxicos. Segundo a OMS, a subnotificação das intoxicações por agrotóxicos é da ordem de 1:50, para cada caso notificado, existem outros 50 que não foram notificados. FATORES RELACIONADOS COM A INTOXICAÇÃO: ➢ Falta de treinamento; ➢ Não uso de roupas protetoras (EPIs); ➢ Não uso de Receituário Agronômico; ➢ Uso excessivo do produto; ➢ Uso de produtos proibidos; ➢ Falta de fiscalização da aviação agrícola; ➢ Desrespeito do tempo de carência; ➢ Linguagem técnica inadequada nos rótulos; ➢ Nível de escolaridade do trabalhador, etc. USO DE PRAGUICIDAS Trabalhador rural desprotegido Chance 72% maior de intoxicação Chance 73% maior de intoxicação Agricultores orientados por “vendedores” INTOXICAÇÃO Fatores determinantes: ➢ Características físico-químicas e toxicológicas do produto: - forma de apresentação; - estabilidade; - presença de solventes, contaminantes, etc. ➢ Características do indivíduo exposto: - idade, sexo, peso, estado nutricional, medicamentos, bebidas alcoólicas, escolaridade, conhecimento sobre os efeitos e medidas de segurança, etc. ➢ Condições de exposição ➢ Contato/exposição a um tipo ou vários tipos de produtos CLASSIFICAÇÃO • INSETICIDAS • Organosintéticos: • Organofosforados* • Carbamatos* • Organoclorados • Piretróides * Inibidores da Colinesterase • De origem vegetal: • Nicotina • Estricnina • Rotenona • Piretrinas • HERBICIDAS • Bipiridílicos • Fenoxiácidos • Glifosato • Tiocarbamatos • Triazínicos • Acetanilídicos • Imidazolinônicos • Carbanílicos CLASSIFICAÇÃO ⚫FUNGICIDAS ⚫Pentaclorofenol ⚫Ditiocarbamatos ⚫Organomercuriais ⚫Organofosforados ⚫Ftalimídicos ⚫Imidazólicos ⚫Triazóicos ⚫RATICIDAS ou RODENTICIDAS ⚫ Anticoagulantes ⚫ Carbamatos ⚫ Compostos inorgânicos e outros CLASSIFICAÇÃO INSETICIDAS – INIBIDORES DA ACHE Conjunto de substâncias de origem química diferente mas com uma relação estrutura-atividade seletiva para a inibição da enzima acetilcolinesterase. Ésteres de ác. Fosfórico (ORGANOFOSFORADOS) Ésteres de ác. Carbâmico (CARBAMATOS) IA - EXTREMAMENTE PERIGOSO; IB - ALTAMENTE PERIGOSO; II - MODERADAMENTE PERIGOSO; III - POUCO PERIGOSO. Agente Comercial® Tipo Classe DL50 (mg/kg) Aldicarb Temik Carb. IA 0,93 Disulfoton Altomix OF IA 2,6 Carbofuran Furadan Carb. IB 8 Paration Ekatox OF IA 13 Propoxur Baygon Carb. II 95 Malation Malatol OF III 100 Carbaril Dicarban Carb. II 300 CLASSIFICAÇÃO CONFORME TOXICIDADE AGUDA TOXICOCINÉTICA - INIBIDORES DA ACHE ABSORÇÃO ▪ Todas as vias; ▪ Lipossolubilidade; ▪ Diluentes (solventes). BIOTRANSFORMAÇÃO ▪ Hepática: hidrólise, oxidação, redução e conjugação; ▪ OF: tion (P=S) malation, paration ativação a oxon (P=O); ▪ CARB: tio e ditio não inibem a AChE. OXIDAÇÃO microssomal ▪ Dessulfuração P=S P=O Ex: paration paroxon Oxidação do paration Reações de FASE I Principais vias de biotransformação dos inseticidas organofosforados Dessulfuração A transformação da ligação P=S em P=O, com a formação da forma oxon do inseticida, resulta sempre num aumento acentuado de toxicidade do composto. DL50 do paration etílico= 4,0 a 8,0mg/kg DL50 paraoxon etílico= 0,8mg/kg DISTRIBUIÇÃO ▪Todos os tecidos; ▪ OF: atravessam bem BHE; ▪ CARB: atravessam pouco a barreira; ▪ Altas concentrações: rim e fígado. MEIA-VIDA E ELIMINAÇÃO ▪Varia conforme compostos (maioria: curta; lipossolúveis: longa); ▪ OF: depósito adiposo; ▪ Eliminação: principalmente renal (70 - 80% em 48 h). TOXICOCINÉTICA Mecanismo da Neurotransmissão INSETICIDAS INIBIDORES DA COLINESTERASE - TOXICODINÂMICA INSETICIDAS INIBIDORES DA COLINESTERASE - TOXICODINÂMICA TOXICODINÂMICA Centro aniônico Centro esterásico Organofosforado TOXICODINÂMICA Centro aniônico Centro esterásico Carbamato Semelhança com acetilcolina FIBRAS RECEPTORES LOCAIS Parassimpáticas Muscarínicos Glândulas exócrinas, olhos, TGI, SR, SCV Simpáticas e placas motoras Nicotínicos SCV, músculo- esquelético Sinapses no SNC Muscarínicos e Nicotínicos SNC Toxicodinâmica • Sintomas nicotínicos e muscarínicos exacerbados • Insuficiência respiratória → LETAL → broncoconstrição, secreção pulmonar excessiva, falência dos músculos respiratórios e depressão do centro respiratório por hipóxia severa e prolongada. Inicialmente Depois Suor abundante Salivação intensa Fraqueza Dores e cólicas abdominais Visão turva e embaçada Bradicardia Hipotensão Pupilas contraídas - miose Vômitos Dificuldade respiratória Colapso Tremores musculares Convulsões Coma Sequelas: ansiedade, irritabilidade, confusão mental, depressão, transtornos visuais e de memória. Intoxicação AGUDA COMPLICAÇÕES NEUROLÓGICAS Síndrome intermediária: fraqueza muscular, paralisia dos nervos craniais. Neuropatia tardia: manifestação clínica, progressiva e irreversível (debilidade, ataxia, paralisia, parestesia – degeneração de axônios). ▪ Fosforilaçãode esterase neurotóxica. TRATAMENTO DA INTOXICAÇÃO AGUDA • Medidas de descontaminação ▪ Lavagem ocular, dérmica; ▪ Lavagem gástrica; ▪ Carvão ativado e catártico (sulfato de magnésio); ▪ Não usar substâncias oleosas. • Manutenção das funções vitais ▪ Aspirar secreções, oxigenação, controle das convulsões, ventilação mecânica. Tratamento da Intoxicação aguda ANTÍDOTOS ▪ Sulfato de Atropina; ▪ Derivados das oximas → ataque nucleofílico ao P do OF→ oxima-fosfonato Farmacológico ❖ antagonista muscarínico → ATROPINA ❖ regenerador da AChE → PRALIDOXIMA (Contrathion®) = derivados das oximas ❖ anticonvulsivante (diazepam) Efeitos antimuscarínicos ❖ Diminuição das secreções (ex: salivar, brônquica, sudorese); ❖ Rubor facial; ❖ Midríase (dilatação das pupilas) ❖ Broncodilatação; ❖ Relaxamento da musculatura intestinal e urinária; ❖Taquicardia; ❖SNC: sedação. ATROPINA → antagonista do NT acetilcolina. Antídoto para intoxicação por inibidores da colinesterase. Pralidoxima → age na reativação da enzima colinesterase e proteção da enzima não inibida. *Maior eficácia quando administrado nas primeiras 24h da exposição. **Não pode ser utilizada nas intoxicações por carbamatos. INIBEM A COLINESTERASE REVERSIVELMENTE Configuração química dos carbamatos é semelhante à Acetilcolina. INSETICIDAS CARBAMATOS Chumbinho – Temik® (Carbamato) ⚫Produto comercializado ilegalmente e popularizado como RATICIDA pela alta eficácia, potente letalidade e modo de ação rápido; ⚫Temik® (Aldicarb), um carbamato extremamente tóxico, inibidor da enzima acetilcolinesterase, provocando uma importante SÍNDROME COLINÉRGICA; CARMABATOS Temik® - Metilcarbamato “Chumbinho” TOXICOCINÉTICA: ▪ Hidrólise do éster carbamato; ▪ Oxidação do enxofre→ sulfóxido e sulfona ▪ Circulação entero hepática→ após absorção sanguínea é excretado do fígado via canalículo biliar → intestino → reabsorção via sistema porta→ fígado. CARBAMATOS ▪ Inibição da colinesterase de curta duração; ▪ Penetração reduzida no SNC; ▪ Toxicidade leve a moderada (exceto Aldicarb → ALTA TOXICIDADE); ❖TRATAMENTO: ATROPINA + medidas de suporte; **Contrathion® é contra-indicado Exames laboratoriais: • Determinação da atividade da enzima colinesterase. • Pré e pós-exposição. ❖ Instrumento auxiliar: ❖ diagnóstico clínico; ❖ ações de vigilância; ❖ indicador biológico de efeito; ❖ urgência → intoxicações agudas. INSETICIDAS INIBIDORES DA COLINESTERASE HERBICIDAS Últimos 20 anos → demanda crescente • custo e escassez de mão de obra; • monoculturas em grandes extensões territoriais; • ausência do fenômeno de resistência; • plantio direto (glifosato, paraquat, 2,4-D) Agrotóxicos comercializados no Brasil (Fonte: SIndag) • Exemplos: Gramoxone®, Paraquat®, Diquat® • Estão incluídos nesta classe dois compostos quaternários de amônio. • Altamente tóxico para o homem → DL50 humanos: 3-6 mg/kg → equivalente a 10-15mL de solução a 20%. Ingestão de volumes superiores a 50mL é fatal. HERBICIDAS BIPIRIDÍLICOS N N 2 Br CH3N NCH3 2Cl Paraquat Diquat (1,1’-dimetil-4,4’-dicloreto de dipiridilo) (1,1’-etileno-2,2’-dibrometo de dipiridilo) HERBICIDAS BIPIRIDÍLICOS ▪ Distribuição ▪ ampla nos tecidos; ▪ não se liga proteínas plasmáticas; ▪ atravessa barreira placentária; ▪ Acumulação nos pulmões, rins, fígado e tecido muscular. • Pico plasmático: 30min – 2h • Meia-vida: prolongada até 24h • Excreção: renal 90% em 24h ▪Absorção ▪ Vias respiratória e dérmica (ocupacional) ▪ Oral (acidental e suicídio) – 30% da dose Intox. acidentais em crianças: coloração do produto TOXICIDADE - INGESTÃO FASE I (gastrintestinal) ▪ Ação direta do cáustico: sialorréia, náusea, vômito, dor abdominal, diarréia, lesões inflamatórias do trato gastrintestinal; FASE II (renal e hepática) ▪Deterioração dos túbulos contorcidos proximais (24-72h); ▪Proteinúria, hematúria e piúria refletem injúria renal; ▪Alteração hepatocelular (icterícia primeiras 24 h); ▪Alterações renais e hepáticas: auto-limitadas em tratamento imediato (recuperação em 7 a 10 dias). TOXICIDADE - INGESTÃO FASE III (pulmonar) ▪ Lesões pulmonares irreversíveis; ▪ Aparecem em torno do 7 – 10 º dia; ▪ Manifestações: dispnéia; broncoespasmos; queda da curva de saturação da hemoglobina → cianose; fibrose. ▪ Morte: insuficiência respiratória. Colapso alveolar → Fibrose intra-alveolar e intersticial TOXICODINÂMICA Paraquat é reduzido a radicais livres Lesão tecidual por peroxidação lipídica das membrana celulares ❖ Afinidade com processos de oxirredução→ radicais livres ❖ “Ciclo Redox”: Reações de oxidorredução e auto-redução (cit P450)→ PQ é reduzido (NADPH)→ anion superóxido (O-2) e OH; ❖ reação com lipídeos → ativa sistema mononuclear macrofágico→ FIBROSE DO TECIDO PULMONAR HERBICIDAS BIPIRIDÍLICOS • Tratamento: • Medidas gerais • Descontaminação da pele • Lavagem gástrica com suspensão adsorvente • Solução aquosa de Terra de Fuller (ou betonita ou carvão ativado) • Uso imediato de catárticos salinos (sulfato de magnesio) 20 min. após adsorvente • Medidas sintomáticas e de manutenção • Hemodiálise ou hemoperfusão • Não existe antídoto específico! *Uso de oxigênio aumenta a toxicidade pulmonar do paraquat HERBICIDAS FENOXIÁCIDOS • Exemplos: Agroxone®, Tordon® • Uso: desfolhante, usado na Guerra do Vietnã (agente laranja: 2,4-D com 2,4,5-T → contaminante Dioxina TCDD → efeitos carcinogênicos). • Classificados em 3 grupos em função do número de átomos de cloro ligados ao anel aromático: Cl CH3 OCH2COOH Cl Cl OCH2C OH O Cl Cl Cl OCH2C OH O MCPA 2,4-D 2,4,5,T (ácido 2-metil-4-clorofenoxiacético) (ácido 2,4-diclorofenoxiacético) (ácido 2,4,5-triclorofenoxiacético) HERBICIDAS FENOXIÁCIDOS • Absorção • Vias respiratória e digestiva. • Via dérmica – importante para a absorção das dioxinas. • Distribuição, biotransformação e eliminação • Ampla ligação proteica, baixa taxa de biotransformação, eliminação urinária. HERBICIDAS FENOXIÁCIDOS • Mecanismo de ação • Membranas celulares: danos aos mecanismos de transporte; • Influxo de K+ e condução nervosa (Cl-); • Desacoplamento da fosforilação oxidativa; • Interferência em rotas metabólicas dependentes de Acetil- CoA; • Alteração metabolismo dos lipídeos → degeneração do tecido hepático. HERBICIDAS FENOXIÁCIDOS ⚫ INTOXICAÇÃO AGUDA: Irritantes de pele e mucosas Ingestão: ⚫ Espasmos musculares, relaxamento dos esfíncteres, sudorese, diminuição dos reflexos, dificuldade respiratória, distúrbios cardíacos, comprometimento SNC (hiperreflexia, hipertonia, alucinações, convulsões e coma profundo). ⚫ Insuficiência renal, acidose metabólica, falência de múltiplos órgãos. ⚫ INTOXICAÇÃO CRÔNICA: OCUPACIONAL ⚫Irritação dos olhos, nariz e garganta ⚫Erupções cutâneas ⚫Alterações urinárias: oligúria, hematúria, albuminúria Teratogênico Embriotóxico Vítimas do Agente laranja utilizado na guerra do Vietnã HERBICIDAS FENOXIÁCIDOS • Monitorização biológica: • Não existem indicadores de efeito • Tratamento: • Medidas gerais • Descontaminação da pele • Lavagem gástrica • Medidas sintomáticas e de manutenção • Não existe antídoto específico RATICIDAS - ANTICOAGULANTES • Warfarínicos: anticoagulantes de 1ª geração - Warfarina, Cumatetralil, Cumaclor, Bromadiolona; • Superwarfarínicos: anticoagulantes de 2ª geração - Brodifacum e Difenacum; • Derivados da indandiona: Clorfacinona, Difacinona, Pivalin; • Intoxicação por ingestão, inalação e via dérmica. • São anticoagulantes, inibindo a formação da protrombina. Assim, promovem hemorragias em diversos órgãos. ✓ Warfarínicos → baixa toxicidade: grande ingestão ou ingestão prolongada (vários dias)→ efeito anticoagulante. ✓ Superwarfarínicos → toxicidade importante: pequenas ingestões ou única dose → efeitos anticoagulantes muito prolongados. ✓ Uso terapêutico: pode produzir efeitos adversos e, em overdose, síndrome hemorrágica. ✓ Intoxicaçãoocupacional: manupilação durante produção industrial, formulando iscas ou aplicando o rodenticida. Dose letal média ✓Warfarina:186mg/kg. ✓ Brodifacum: 0,27mg/kg. ✓ Absorção: via dérmica (baixa); TGI - rápida e completa (minutos a 2-3h após ingestão); via respiratória (ocupacional); ✓ Volume de distribuição: 0,1 - 0,2 L/kg - 99% ligação a albumina sérica; ✓ Meia-vida: 36h (média de 20 - 80h); ✓ Biotransformação e eliminação: enzimas microssomais hepáticas por oxidação a 6-hidroxiwarfarina e 7-hidroxiwarfarina (inativos). Excreção renal e biliar (conjugados), sofrem reabsorção enteroepática. ✓ Brodifacum: biotransformação muito lenta (meia-vida: superior a 156h); ✓ Atravessam a barreira placentária. TOXICOCINÉTICA RATICIDAS - ANTICOAGULANTES RATICIDAS - ANTICOAGULANTES TOXICODINÂMICA • Inibição da síntese hepática dos fatores de coagulação, vitamina K dependentes. • Warfarina inibe a atividade da 2,3 epoxi-redutase de Vitamina K e da quinona redutase de vitamina K → inibição de vitamina K (co-fator na síntese dos fatores da coagulação II (protrombina), VII, IX e X). • Aumento da permeabilidade dos capilares predispondo a hemorragia interna, inibição da formação de coágulo. RATICIDAS ❖ Maior incidência de intoxicações em crianças (grãos, pellets, iscas, blocos coloridos). Quadro Clínico: -Sintomático com início entre 12h ou 1-2 dias após ingestão → sangramentos, hematomas, hemorragias, choque e morte. Tratamento: • Lavagem gástrica, carvão ativado, catártico salino; • Exames: avaliar coagulação sanguínea; • Antídoto: Administração de Vitamina K (Kanakion®) IM; • Hemorragias severas: transfusão de sangue total e/ou plasma (restaurar rapidamente fatores de coagulação). • RATICIDAS – DERIVADOS DO ÁCIDO FLUORACÉTICO • Uso proibido no Brasil - uso clandestino; • Mil e Oitenta®, 1081®, fluoroacetato de sódio FAS), • Ratos → fluoracetato - DL50 : 0,2 mg/kg; Fluoracetamida DL50: 4-15 mg/kg; • Homem: DL50 composto 1080: 3-7 mg/kg; • Início de ação: 30 min. a 2h; • Absorção: via digestiva e inalatória; • Provavelmente não pela pele íntegra; RATICIDAS – DERIVADOS DO ÁCIDO FLUORACÉTICO • MECANISMO DE AÇÃO: • Inibição da aconitase, ciclo de Krebs e respiração celular • Sintomatologia: • 30-100 min.: náuseas, vômitos, dor abdominal, taquicardia, fibrilação, hipotensão, falência renal, espasmos musculares, dificuldades respiratórias, convulsões, coma, morte. • Sinais cardiovasculares e neurológicos. ÁCIDO FLUORACÉTICO • “Síntese Letal”: envenenamento por ácido fluorocítrico ou fluoricitrato. • Ácido fluoracético entra no lugar do ácido acético → ácido fluorocítrico (ao invés de ác. Cítrico). • Ácido fluorocítrico inibe a aconitase → queda na produção de energia. Fluoracetato perde um átomo de oxigênio e recebe um grupamento S-CoA Fluoracetato→ Fluoracetil CoA + Oxalacetato Fluorocitrato SÍNTESE LETAL Tratamento: lavagem gástrica, carvão ativado + catártico salino; diazepam para controle de convulsões. Citrato sintase FCH2 – COO - => FCH2 – COS – CoA CHUMBINHO – TEMIK® (CARBAMATO) • Anteriormente a 2012 utilizado legalmente como inseticida → proibição pela ANVISA e MAPA; • Hoje comercializado ilegalmente e popularizado como raticida pela alta eficácia, potente letalidade e modo de ação rápido; • Temik® (Aldicarb), um carbamato extremamente tóxico, inibidor da enzima acetilcolinesterase, provocando uma importante SÍNDROME COLINÉRGICA; RATICIDAS REFERÊNCIAS LARINI, L. Toxicologia dos Praguicidas. 1ª ed. Manole Editora Ltda, 1999. CORRÊA, C.L., ALONZO, H.G.A. Praguicidas. In Fundamentos de Toxicologia. 3ª ed. Atheneu Editora Ltda, São Paulo, 2008. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho (NRs) - Ministério do Trabalho e Emprego. OGA, S. Fundamentos de toxicologia. Atheneu Editora Ltda, São Paulo, 4ª edição, 2014.
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