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Bruxismo Doença com etiologia variada e relacionada ao SNC, não tem tratamento, apenas controle. Bruxismo é a atividade muscular repetitiva da mandíbula (ranger, apertar, encostar os dentes), pode acontecer durante o sono ou durante a vigília. Alta prevalência em crianças e adolescentes. Bruxismo do Sono: caracterizado pelo movimento mandibular (ranger os dentes, encostar e apertar) durante o sono. Tem sua origem no SNC, desequilíbrio entre os receptores dopaminérgicos dos lados esquerdo e direito do cérebro. Pode ser influenciado por outros fatores. Não existe tratamento. Alta prevalência: de 3,5 a 45% das crianças. Grande diferença na prevalência pelos diferentes critérios de avaliação. Apenas facetas de desgaste não são suficientes para diagnosticar o bruxismo. A maioria dos estudos são baseados pelos relatos dos pais. Em pacientes com necessidades especiais (TEA, síndrome de Down, microcefalia) a prevalência é bem maior. Bruxismo do sono: 1. Primário: não é identificado nenhum fator sistêmico associado ao bruxismo. Origem idiopática. Não é percebido nenhuma alteração que pode levar a esse aumento dos episódios do bruxismo. Criança completamente saudável, é crônico, se inicia na infância e se prolonga até a fase adulta. 2. Secundário: consegue identificar na anamnese algum fator associado ao bruxismo que pode ser: refluxo gastroesofágico, doença respiratória crônica, uso de medicamentos, asma, TEA... O bruxismo se manifesta após a exposição do indivíduo a fatores ambientais específicos. Modulado pelos neurotransmissores e tem origem no desequilíbrio do sistema dopaminérgico. Excitabilidade anormal na área central que é relacionada a mastigação no bruxismo do sono. Placas e toxinas botulínicas não irão atuar no SNC e não evitam os episódios, podem diminuir a força de contração muscular e intensidade. Alguns minutos antes do episódio existe um aumento da excitabilidade e da atividade simpática e aumento da frequência cardíaca. Durante o episódio acontece um aumento da pressão arterial. Em uma criança que possui refluxo e seu ph bucal ácido durante o sono o ph fica mais ácido ainda. O organismo estimula a produção de saliva para controlar o ph e a produção de saliva é estimulada durante o bruxismo, pois acontece o aumento do fluxo salivar, neutralizando o ph ácido. Síndrome de apeia obstrutiva do sono: queda de saturação de oxigênio durante o sono, no momento do episódio ao ocorrer os movimentos mandibulares e abre as vias aéreas para que a criança volte a respirar novamente. Diagnóstico: Não é feito apenas pela presença de facetas de desgaste. Principal critério de diagnóstico: relato dos pais. Níveis de diagnóstico: · Possível bruxismo: apenas o relato dos pais. · Provável bruxismo: Relato dos pais e facetas de desgaste. · Diagnóstico definitivo: Relato dos pais, facetas de desgaste comprovação do exame de polissonografia. Diagnóstico de bruxismo secundário - devem ser feitas algumas perguntas na anamnese: · Existem outras pessoas na família que também fazem o bruxismo do sono? (relação genética – fator associado) · Seu filho tem algum problema respiratório? (rinite alérgica, sinusite, asma, síndrome de apneia obstrutiva do sono – aumenta com a crise) auxilia · Seu filho tem refluxo gastroesofágico? Auxilia · Como é o sono e quantas horas seu filho dorme por dia? · Como é o antes de dormir? · Como é o uso de aparelhos eletrônicos? · Seu filho tem diagnóstico de hiperatividade? (TDAH) – uso de Ritalina · Dependendo da idade: uso de drogas (heroína, cigarro, café) · Uso de medicamentos antidepressivos: fluoxetina, cetralina... (estímulo ao SNC) · Seu filho tem alguma doença neurológica? (paralisia cerebral, síndrome de Down, síndrome de Hutchinson, Parkinson, microcefalia) Higiene do sono: orientar sobre luzes e barulho no quarto, cama deve ser local para dormir, não usar telas e nem brincadeiras pesadas 2h antes de dormir, evitar tv no quarto. Horário constante para deitar e acordar. Fármacos anticonvulsivantes causam depressão no SNC e a diminuição dos episódios (clonazepam, gabapentina, gardenal). Não existe associação entre verme e bruxismo segundo a literatura. Papel do dentista: não existe cura, fazer o diagnóstico e o controle dos fatores associados. Higiene do sono. Encaminhar para o profissional adequado de acordo com o fator associado. Proteger as estruturas dentárias: placa de silicone (não protege os dentes, mais propensas a colonização de bactérias, são instáveis, efeito chiclete) a placa deve ser rígida de acrílico (se a criança estiver em fase de trocas deve ser acompanhada, crianças podem usar e não interfere no crescimento só desadapta). Contraindicação: pacientes que tem convulsão, falta de colaboração, crianças pequenas, dentição decídua. · Antialérgico Hidroxizina: medicação sedativa (pode ser usada na noite anterior a consulta), nas noites que a criança toma o bruxismo é mais leve, porém não tem como administrar todos os dias. · Erva cidreira: não há evidência científica. · Toxina Botulínica: pode haver reabsorção óssea na região do músculo paralisado. Ação periférica e não no SNC. Diminuição da força, não reduz a frequência nem a duração. Não dispensa o uso da placa. Bruxismo da vigília: Simples encostar de dentes durante o dia, causado por estresse e ansiedade. Difícil de diagnosticar na criança. Sinais clínicos: língua dentada, marca dos dentes na bochecha (hiperqueratose). São mais frequentes em adolescentes e adultos. Causas: ansiedade e estresse. Tratamento: Terapia Cognitiva Comportamental feita com psicólogo ou psiquiatra. Conhecer o problema e mudar o comportamento, lembrar de desencostar os dentes. Bebê: durante a fase de erupção dos incisivos superiores e inferiores e ainda não tem os molares e nem contato ele percebe algo diferente com o toque dental e fica apertando os dentes como forma de chamar atenção. Fase normal e fisiológica.
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