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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO BACHARELADO EM ODONTOLOGIA RAYANNE DE MESQUITA BARBOSA ERGONOMIA EM ODONTOLOGIA RECIFE, 2021 ERGONOMIA EM ODONTOLOGIA A NR 17 estabelece parâmetros que permitem a adaptação do ambiente de trabalho às necessidades psicofisiológicas dos trabalhadores. Logo, para se avaliar a adequação do local às demandas do trabalhador é preciso haver uma análise ergonômica, a qual procura proporcionar máximo conforto e segurança para o funcionário, além de promover o desempenho mais eficiente de suas atividades. Nesse contexto, segundo Castro e Figlioli (1999) citados por Garbin et al. (2009), o uso da ergonomia na Odontologia tem o objetivo de implementar meios e sistemas para reduzir o estresse físico e cognitivo, ajudar na prevenção de doenças relacionadas à atividade laboral, elevar a produtividade do Cirúrgião-dentista (CD), além de proporcionar maior conforto para paciente e profissional. Inicialmente, os dentistas são expostos à diversos riscos ergonômicos durante seu dia a dia de trabalho, como a adoção de uma má postura, uso de equipamentos não ergonômicos e instrumentos vibratórios, além dos movimentos repetitivos. Porém, tudo isso contribui para que os CDs de tornem mais propensos ao acometimento de distúrbios musculoesqueléticos, os quais podem levar à diminuição da produtividade e qualidade de trabalho (HERNÁNDEZ, 2018). Por isso, a ergonomia torna-se importante para o profissional, uma vez que tais doenças, além de interferir no seu trabalho, também influencia a sua qualidade de vida. Tendo em vista os riscos ergonômicos que cercam a profissão, Hokwerda (apud Garbin et al. 2009) criou um programa com diretrizes que abordavam temas, como a postura adequada, formas de tratamento, manuseio correto de instrumentais e adequação do consultório odontológico no tratamento de pacientes. Outrossim, a montagem do consultório odontológico de maneira ergonômica é algo essencial para a execução de atividades sem prejuízos à saúde dos profissionais. Por isso, é importante atentar-se aos detalhes relacionados a metragem ideal do consultório (32m²), cadeira clínica, mocho, luminária e mobília, por exemplo, pois todos os fatores vão interferir na ergonomia do local (NETO; 2012). Por outro lado, a ergonomia começa a ser inserida na vida do dentista ainda na graduação. O estudante, durante sua vida acadêmica, passa por disciplinas que abordam a execução e importância, dessa ciência, durante a prática clínica. Entretanto, mesmo tendo todo conhecimento teórico, referente ao assunto, alguns alunos possuem dificuldades de assimilá-los com a prática, devido à falta de atenção, esquecimento e até pressa na execução do procedimento (POSSETTI, 2021). Além disso, já foi verificado que o CD graduado reconhece os riscos ergonômicos de seu ambiente de trabalho e as formas de prevenir complicações, ou diminuir a exposição à eles, porém não as coloca em prática (TONELLO; CARVALHO, 2017). Portanto, é perceptível a perduração da atitude, existente durante a graduação, na vida profissional do indivíduo, o qual ignora os riscos a sua saúde, durante a prática laboral, e torna-se vulnerável a males que irão afetar sua produtividade e qualidade do serviço. Por isso, é evidente a importância da prática ergonômica no trabalho dos cirurgiões-dentistas, entretanto, é necessário que o assunto seja melhor trabalhado durante a vida acadêmica do mesmo. Pois, ao adquirir o hábito de implementação da ergonomia em sua prática clínica na graduação, o indivíduo continuará a mantê-lo durante a carreira profissional, diminuindo a incidência de distúrbios musculoesqueléticos, aumento o conforto e a produtividade no ambiente de trabalho, além de diminuir o estresse cognitivo e físico; proporcionando elevação da qualidade dos serviços prestados. REFERÊNCIAS GARBIN, A. J. I.; GARBIN, C. A. S.; DINIZ, D. G. Normas e diretrizes ergonômicas em odontologia: o caminho para a adoção de uma postura de trabalho saudável. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, 2009. Disponível em: https://publicacoes.unicid.edu.br/index.php/revistadaodontologia/article/view/451/346. Acesso em: 1 nov. 2021. HERNÁNDEZ, A. R. G. Correlação entre os índices de riscos ergonômicos, dor e qualidade de vida no trabalho dos profissionais da odontologia. Orientador: Antonio Augusto de Paula Xavier. 2018. Dissertação (Mestrado em Engenharia da Produção) - UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ, [S. l.], 2018. Disponível em: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/3318. Acesso em: 1 nov. 2021. MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA. [Constituição (1978)]. NR 17 - ERGONOMIA. [S. l.: s. n.], 1990. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt- br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no- trabalho/normas-regulamentadoras/nr-17.pdf. Acesso em: 1 nov. 2021. NETO, L. S. A. MONTAGEM ERGONÔMICA DE UM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO (UNIT-SE). Orientador: Domingo Alves dos Anjos Neto. 2012. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Odontologia) - Universidade Tiradentes, [S. l.], 2012. Disponível em: http://openrit.grupotiradentes.com:8080/xmlui/handle/set/2347. Acesso em: 1 nov. 2021. POSSETTI, T. C. N. Destreza manual e postura de trabalho em estudantes de odontologia. Orientador: Patricia Petromilli Nordi Sasso Garcia. 2021. Tese (Doutorado em Ciências Odontológicas, na Área de Dentística Restauradora) - Faculdade de Odontologia, Araraquara, Universidade Estadual Paulista, [S. l.], 2021. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/204373. Acesso em: 1 nov. 2021. TONELLO, L. C. G.; CARVALHO, E. M. Avaliação de riscos ergonômicos durante o trabalho odontológico: um estudo de caso. Revista on-line de Extensão e Cultura, [s. l.], 2017. Disponível em: https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/realizacao/article/view/7256. Acesso em: 1 nov. 2021.
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