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Daniella Machado TURMA XXVI Morfofuncional IV: Módulo 1 Sensações somáticas (tato, pressão, vibração, dor, temperatura e propriocepção) – Interação Organismo Humano e Drogas Sistema somatossensorial Classificação das sensibilidades Podendo ser consciente ou inconsciente (ao nível de interpretação) e superficial ou profunda (clínica). Sherrington • Exteroceptivas: percepção dos estímulos vindos do exterior ao corpo. • Proprioceptivas: capacidade humana de receber estímulos organizados no interior do próprio corpo. • Interoceptivas: percepção das sensações trazidas ao consciente do interior do organismo. Déjerine • Gerais • Especiais Head • Protopática: lenta, grosseiro e impreciso. • Epicrítica: rápido, preciso e fino. Tipos de Sensibilidade Geral: o Tato leve o Tato profundo (pressão) o Vibração o Dor o Temperatura o Propriocepção o Cócegas o Prurido o Sensações Sexuais Especial o Visão o Audição o Gustação o Olfação o Equilíbrio Componentes Periféricos Especiais Visão: retina. Sensações somáticas (tato, pressão, vibração, dor, temperatura e propriocepção) –Módulo 1 Daniella Machado Morfofuncional – 4º período UniEVANGÉLICA TURMA XXVI 2 Audição: órgão espiral de Corti (coclear). Olfato: terminações olfativas. Gustação: botões gustativos. Equilíbrio: ampola e mácula. Componentes Periféricos Gerais Mecanorreceptores Cutâneos Usados para tato e propriocepção. Medeiam a sensação extereroceptiva. Dor superficial: lenta e rápida Temperatura: frio e calor Tato-pressão e tato Coceira ou prurido: pele e mucosa Nervos Nervos são cordões esbranquiçados constituídos de fibras nervosas reforçadas por tecido conjuntivo. As fibras nervosas variam de calibre e possuem bainha de mielina ou não. Nervo Espinhal ASG: pele, músculos, tendões e articulação AV ES: músculos estriados esqueléticos EVG: músculos lisos, cardíaco e glangulas Unissegmentar: derivados de um segmento medular, como os nervos espinhais torácicos. Plurissegmentar: derivados de vários segmentos medulares. Dermátomo: Território cutâneo de inervação sensorial da pele por uma única raiz dorsal, sendo identificado pelo nome da raiz que o inerva. o C2 – C4: posterior da cabeça e ângulo da mandíbula. o C5: fúrcula esternal. o C6 - C8: mãos de lateral para medial. o T4-T5: mamilos. o T7: borda inferior da escápula. o T10: cicatriz umbilical. o L4: coxa e perna. o L5: joelho e planta de pé. o S2: genitália. Medula substância cinzenta Composta por substância cinzenta, que são corpos celulares de neurônios. Sensorial/Aferência: somática e visceral – coluna posterior. Motora/Eferente: visceral e somática – coluna anterior. Coluna lateral: somente visceral. Medula substância branca Tráfego de fibras nervosas. 1. Encéfalo para medula: vias descendentes 2. Medula para encéfalo: via ascendente 3. Fibras Próprias da medula: tratos proprioespinhais Sensações somáticas (tato, pressão, vibração, dor, temperatura e propriocepção) –Módulo 1 Daniella Machado Morfofuncional – 4º período UniEVANGÉLICA TURMA XXVI 3 Os receptores sensoriais apresentam especificidade, além da via rotulada para cada sub (modalidade) sensorial. Com organização somatotópica da via sensorial. Preciso: tato epicrítico, pressão, vibração, dor rápida. Impreciso: dor e temperatura. Grandes Vias Nervosas Aferentes Receptor: Terminação nervosa sensível ao estímulo que caracteriza a via. Existem receptores especializados para cada uma das modalidades de sensibilidade. A conexão deste receptor (fibras específicas), permite o reconhecimento das diferentes formas de sensibilidade (discriminação sensorial). Trajeto Periférico: Nervo espinhal ou craniano e um gânglio sensitivo anexo a estes nervos. Central: fibras que constituem as vias aferentes se agrupam em feixes (de acordo com suas funções). Áreas de projeção cortical: No córtex cerebral ou córtex cerebelar (tipos de sensibilidade) termina no córtex cerebelar (impulso não determina qualquer manifestação sensorial e é utilizado pelo cerebelo para realização de sua função de integração motora). A via é inconsciente. A integração de informações ocorre de maneira hierárquica, sucessão de regiões subcorticais e depois corticais. As grandes vias aferentes são cadeias neuronais unindo os receptores ao córtex. Nas vias cerebelares (inconscientes) envolvem dois neurônios, enquanto as cerebrais envolvem 3 neurônios. Homúnculo sensitivo. Neurônios Primeiro neurônio Fora do SNC, em um gânglio sensitivo (retina ou mucosa olfatória, nas vias óptica e olfatória). É pseudounipolar, se bifurca em “T” dando prolongamento periférico e outro central ou pode ser bipolar. O prolongamento periférico liga-se ao receptor, enquanto o prolongamento central penetra no SNC e para raiz dorsal espinhais ou por um nervo craniano. Segundo neurônio Coluna posterior da medula ou em núcleos de nervos cranianos do tronco encefálico (vias ópticas e olfatória são exceção). Origina axônios que cruzam o plano mediano após sua origem e entram na formação de um trato ou lemnisco. Fibras beta (mielínicos). Terceiro neurônio Tálamo e origina um axônio que chega ao córtex por uma radiação talâmica (exceção a via olfatória). Via Neoespinotalâmica Chamada de tratoespinotalâmico lateral também, é filogeneticamente mais recente. Via “clássica” de dor e temperatura. Ademais, chegam impulsos dos receptores térmicos e dolorosos no tronco e nos membros do lado oposto, responsável pela dor em pontada. I- Gânglios espinhais nas raízes dorsais. O prolongamento periférico de cada um destes neurônios liga-se aos receptores dos nervos espinhais. O prolongamento central penetra na Sensações somáticas (tato, pressão, vibração, dor, temperatura e propriocepção) –Módulo 1 Daniella Machado Morfofuncional – 4º período UniEVANGÉLICA TURMA XXVI 4 medula e termina na coluna posterior, onde faz sinapse com os neurônios II. II- Os axônios do neurônio II cruzam o plano mediano pela comissura branca, ganham o funículo lateral do lado oposto, inflectem-se cranialmente para constituir o trato espinotalâmico lateral. Ao nível da ponte, as fibras desse trato se unem com as do espinotalâmico anterior para constituir o lemnisco espinhal/lateral que termina no tálamo. III- No tálamo, no núcleo ventral posterolateral. Seus axônios formam radiações talâmicas que pela cápsula interna e coroa radiada chegam à área somestésica do córtex cerebral e situada no giro pós-central (3, 2 e 1 de Broadmann). Lembrando que as vias de dor são terminações nervosas livres. Existem duas vias principais pelos quais eles chegam ao cérebro: a filogeneticamente mais recente (Neoespinotalâmica) e outra mais antiga, paleoespinotalâmica. Teoria do “Portão da dor” A penetração dos impulsos dolorosos no SNC seria regulada por neurônios e circuitos nervosos existentes na substância gelatinosa da coluna posterior da medula (age como portão) impedindo a entrada de impulsos dolorosos. Ele seria controlado por fibras descendentes supraespinhais e pelos próprios impulsos nervosos que entram pelas raízes dorsais. Dessa forma, os impulsos pelas fibras grossas – abrem- mielínicas de tato (fibras A beta) teriam efeitos antagônicos aos das fibras finais - fecham (Fibras A delta e C). Os ramos colaterais das grossas fibras táteis dos fascículos grácil e cuneiforme que penetram na coluna posterior inibem a transmissão dos impulsos dolorosos (fecham o portão). Vias descendentes do controle da dor Hipotálamo Inibição do corno dorsal da medula espinal Formação reticular Substância cinzenta periquedutal Analgesia, via que liga a substância cinzenta periquedutal ao núcleo magno da rafe, onde partem fibras serotoninérgicasque terminam em neurônios internuciais encefalinérgicos situados no núcleo do trato espinhal do trigêmeo e na substância gelatinosa da medula. Essa substância recebe aferência das vias neo e paleoespinotalâmicas e das áreas somestésica do córtex. Isso aumenta a complexidade do sistema de regulação da dor. Pois os estímulos nociceptivos sobre pelas vias espinotalâmico podem inibir a entrada de impulsos dolorosos no SNC (indivíduos com stress na guerra estão sem dor). Estimulação do núcleo da rafe: pertencente à formação reticular. Esses neurônios inibem a sinapse entre os neurônios I e II da via da dor através da encefalina (opioide endógeno). Com receptores para opioides na substância cinzenta periquedutal, com grande quantidade de morfina (analgesia). *Fluoxetina: disponibilizam a serotonina nas sinapses, no sistema serotoninérgico de projeção difusa (ação antidepressiva no cerebro) e nas fibras serotoninérgicas (núcleo magno da rafe – analgesia). Via Paleoespinotalâmico Trato espino-reticular ou espino-retículo-talâmica. Não tem organização somatotópica. Ela é responsável por um tipo de dor pouco localizada, dor em queimação. I- Gânglios espinhais e seus axônios penetram na medula do mesmo modo que as vias de dor e temperatura. II- Situam-se na coluna posterior, os axônios dirigem-se ao funículo lateral o mesmo lado e do lado oposto, inflectem-se cranialmente para constituir o trato espino Sensações somáticas (tato, pressão, vibração, dor, temperatura e propriocepção) –Módulo 1 Daniella Machado Morfofuncional – 4º período UniEVANGÉLICA TURMA XXVI 5 talâmico lateral e terminam fazendo sinapses com os neurônios III. III- Estão na formação reticular e dão origem às fibras reticulotalâmicas que terminam nos núcleos do grupo medial do tálamo (núcleos intralaminares). Os núcleos intralaminares projetam-se para territórios muito amplos do córtex cerebral. Essas projeções estão relacionadas com a ativação cortical do que com a sensação de dor. *Componente afetivo da dor: alguns neurônios III estão na formação reticular que projetam na amígdala. Sistema Coluna Dorsal-Lemnisco Tato epicrítico: lemnisco medial e núcleos ventroposterior do tálamo, S1. Tato Protopático: núcleos VP do tálamo e S1. Funções • Propriocepção consciente (cinestesia): fusos neuromusculares e órgãos neurotendinosos. • Vibração ou balestesia: corpúsculos de Vater Paccini • Direção • Discriminação de dois pontos (simultânea ou não) e tátil • Grafestesia • Estereognosia ou tato epicrítico Neurônios Primeiro Neurônio Gânglios espinhais, prolongamento periférico destes neurônios liga-se ao receptor, o prolongamento central, penetra na medula pela divisão medial da raiz posterior e divide- se em um ramo descendente curto e um ascendente longo, nos fascículos grácil e cuneiforme. Os ramos ascendentes longos, mielinizados e grossos terminam no bulbo, fazendo sinapses com os neurônios II. Segundo Neurônio Estão nos núcleos grácil e cuneiforme do bulbo. Eles mergulham ventralmente, sendo fibras arqueadas internas que cruzam o plano mediano e a seguir inflectem-se (decussam) para formar o lemnisco medial. Terceiro Neurônio Núcleo ventral posterolateral do tálamo, originando axônios que constituem radiações talâmicas que chegam à área somestésica passando pela cápsula interna e coroa radiada. Os axônios dos neurônios talâmicos projetam-se para o giro pós- central do córtex central (área somatossensorial I). É nessa área que ocorre a localização precisa do estímulo (homúnculo sensorial). Córtex Somestésico Primário (S1): área de projeção contralateral da metade do corpo (3ª, 3b, 1 e 2). Córtex Somestésico Secundário (S2): recebe aferências de S1 e tem projeções para o lobo temporal e córtex insular (memória e aprendizagem tátil). Córtex parietal posterior: área de associação somestésica tátil e proprioceptiva. Área 5: integração inter-hemisférica manual. Área 7: combina informações somestésica e visuais, avaliações de relações espaciais entre os objetos e destes com o seu corpo. Sensações somáticas (tato, pressão, vibração, dor, temperatura e propriocepção) –Módulo 1 Daniella Machado Morfofuncional – 4º período UniEVANGÉLICA TURMA XXVI 6 Sistema Anterolateral Amielínico (imprecisos). Pressão e tato protopático com propriocepção inconsciente. É o espino talâmico anterior. Sensibilidade térmica + nocicepção + trato protopático, cócegas, prurido e sensações sexuais. Neurônios 1- Nos gânglios espinais, nos gânglios espinais, o seu prolongamento liga-se aos receptores, penetrando na medula e originando um ramo descendente curto e outro ascendente longo, que terminam fazendo sinapse com os neurônios II da coluna posterior. 2- A) Núcleo torácico (coluna posterior), vão para o funículo lateral do mesmo lado, inflectem-se cranialmente para formar o trato espinocerebelar posterior que termina no cerebelo, penetrando no pedúnculo cerebelar inferior. B) Estão na base da coluna posterior e substância cinzenta intermédia – originam axônios que cruzam para o funículo lateral do lado oposto, inflectem-se cranialmente, constituindo o trato espinocerebelar anterior. Penetrando no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar superior. As fibras cruzam-se novamente antes de penetrar no cerebelo (via homolateral). Vias de sensibilidade visceral Normalmente, o receptor visceral é uma terminação livre (corpúsculos de Paccini). A maioria são impulsos inconscientes com a regulação reflexa da atividade visceral. O trajeto se dá por meio de fibras viscerais aferentes que percorrem nervos simpáticos ou parassimpáticos. Enquanto na dor visceral (impulso consciente), eles seguem os nervos simpáticos (em exceção as vísceras pélvicas que são inervadas pelo parassimpático). Os impulsos que seguem os nervos simpáticos (nervos esplâncnicos) passam pelo tronco simpático, ganham os nervos espinhais pelo ramo comunicante branco, passam pelo gânglio espinhal (neurônio I) e penetram na medula pelo prolongamento central destes neurônios. Apenas uma parte dos axônios de dor visceral segue essa via e a maior parte segue pelo funículo posterior. As fibras nociceptivas originárias das vísceras pélvicas e abdominais fazem sinapse em neurônios II situados na substância cinzenta intermédia medial, próximas ao canal central. Os axônios desses neurônios formam um fascículo que sobre no funículo posterior, medialmente ao fascículo grácil e termina no núcleo grácil do bulbo, fazendo sinapse com o neurônio III, cujos axônios cruzam para o lado oposto como parte do lemnisco medial e terminam no núcleo ventral posterolateral do tálamo, de onde as fibras seguem para a parte posterior da insula. A via nociceptiva (originada nas vísceras torácicas) tem o mesmo trajeto das originados no abdome e na pelve, sobre ao longo do intermédio que separa os fascículos grácil do cuneiforme. Vias trigeminais Exteroceptiva Lembrando que a ASG é feita pelos nervos V, VII, IX e X. Sensibilidade da face, fronte e parte do escalpo, mucosas nasais, seios maxilares e frontais, cavidade oral, dentes, dois terços anteriores da língua, ATM, córnea, conjuntiva, dura-máter das fossas média e anterior do crânio. Primeiro Neurônios Gânglios sensitivos anexos aos nervos V (trigeminal), VII (geniculado), IX (superior do glossofaríngeo) e X (superior do vago). Os prolongamentos periféricos ligam-se aos receptores enquanto os centrais penetram no tronco encefálico, onde fazem sinapse com o neurônio II. Sensações somáticas (tato, pressão, vibração, dor, temperatura e propriocepção) –Módulo 1 Daniella Machado Morfofuncional – 4º período UniEVANGÉLICA TURMA XXVI 7 *Lesão trigeminal ou raiz sensitiva: perda da sensibilidade tátil, térmica e dolorosa na metade ipsilateral (homolateral,do mesmo lado) da face, cavidade oral e dentes. Segundo neurônio Núcleo do trato espinhal ou no núcleo sensitivo principal do trigêmeo. Todos os prolongamentos centrais dos neurônios I dos nervos VII, IX e X terminam no núcleo do trato espinhal do V. Podendo ser no núcleo sensitivo principal ou no núcleo do trato espinhal ou até mesmo bifurcar dando um ramo para cada um destes núcleos. As que terminam apenas no núcleo do sensitivo principal levam impulsos de tato discriminativo. E as que terminam exclusivamente no núcleo espinhal levam impulsos de temperatura e dor, e as que bifurcam terminam em ambos os núcleos relacionando com trato protopático e pressão. *Tracototomia: secciona cirurgicamente o trato espinhal para tratamento de nevralgia, desaparece a sensibilidade térmica e dolorosa, sendo pouco alterada a sensibilidade tátil, cujas fibras continuam a terminar em grande parte do núcleo sensitivo principal. Os axônios dos neurônios II (trato espinhal e sensitivo principal), cruzam para o lado oposto e inflectem-se para constituí o lemnisco trigeminal, fazendo sinapse com os neurônios II. Neurônios III Núcleo ventral posteromedial do tálamo. Originam as radiações talâmicas, ganham o córtex passando pela cápsula interna e coroa radiada. Essas fibras terminam na porção da S1 (áreas 3, 2 e 1). Proprioceptiva Os neurônios I estão no núcleo do trato Mesencefálico. Os neurônios deste núcleo têm o mesmo valor funcional de células ganglionares. São neurônios idênticos aos ganglionares, de corpo muito grande e do tipo pseudounipolar. O prolongamento periférico destes neurônios liga-se a fusos neuromusculares situados na musculatura mastigadora, mímica e da língua. Liga-se a receptores na ATM e nos dentes que veiculam informações sobre a posição da mandíbula e força da mordida. Alguns destes prolongamentos levam impulsos proprioceptivos inconscientes ao cerebelo. Admite-se uma parte destes prolongamentos faz sinapse no núcleo sensitivo principal (neurônios II) de onde os impulsos proprioceptivos conscientes através do lemnisco trigeminal, vão ao tálamo (neurônio III) e de lá ao córtex.
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