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Resenha - intersetorialidade - Tamires Duraes

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Intersetorialidade e interprofissionalidade na atenção primária à saúde
Entende-se por intersetorialidade o conjunto de ações e/ou intervenções
sobre os determinantes sociais como forma de corresponsabilidade de instituições
públicas e parceiros, a fim de promover uma rede de relações para o cuidado em
saúde. Surgiu a necessidade de maior atenção a este conceito, após a declaração
de Alma-Ata em 1978, na 1ª Conferência Internacional sobre APS, quando
reconheceu-se a saúde como direito no qual seus determinantes têm caráter
intersetorial. Portanto, a intersetorialidade se dá em níveis de gestão, território e na
atuação de políticas públicas, com o apoio de múltiplos saberes. Há necessidade de
planejamento, execução e monitoramento de ações conjuntas para haja efetividade
dada a complexidade dos casos que carecem desse tipo de abordagem.
Uma vez que, cada situação de saúde é dotada de uma gama de
determinantes biológicos, históricos, sociais, econômicos, culturais e políticos, a
atenção primária à saúde requer uma rede de suporte para a coordenação do
cuidado. Em uma das aulas do módulo teórico comum, foi exposto um caso de alta
complexidade, com a necessidade de buscar auxílio de outros setores como o
CREAS, mas vale ressaltar que não apenas instituições estruturadas para atender à
estas demandas são a única assistência, pois no caso em questão, contou-se até
mesmo com a participação da comunidade de uma favela, onde há uma
organização singular e requer certo manejo. Pensar em saúde, individual ou
coletiva, extrapola a atuação restrita do setor saúde. Também, existem outros
setores como o GEDUC, CRAS, SEAVIDAS, etc, que podem ser acionados.
Outro exemplo importante de intersetorialidade e atendimento
interprofissional são os casos de maior vulnerabilidade como a população em
situação de rua. Diversas vezes, pode-se deparar com barreiras na comunicação
entre os setores, sendo necessário reconhecer e saber articular com os mesmos.
Alguns exemplos que podem ser acionados são as casas de passagens, ONGS e o
consultório na rua, devendo priorizar sempre a resolutividade com vistas à atenção
integral, e coloca tanto a intersetorialidade, quanto a participação popular em
destaque com atuação nos determinantes sociais na rede de atenção à saúde.
Ademais, objetiva-se fomentar um novo fazer de saúde, com base na
promoção de fatores de riscos individuais e coletivos acessíveis a todos os
cidadãos. Para isso, o formato intersetorial é o ideal, focando na avaliação das
políticas públicas e reorientação das práticas com vista à promoção de saúde. Vale
ressaltar que, não há um protocolo específico a ser seguido, pois cada território ou
situação-problema demandará um arranjo organizacional intersetorial diferente.

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