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Obrigações e Responsabilidade Civil

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Atividade Prática Supervisionada - APS
DIR137 - Obrigações e Responsabilidade Civil
Analise o caso abaixo :
Ana comprou um caminhão para exercício de atividade profissional mediante alienação
fiduciária em garantia. Meses depois, ajuizou ação revisional do contrato, alegando que os juros
remuneratórios aplicados são abusivos. Uma vez proposta a ação, parou de pagar as parcelas
aguardando decisão definitiva do Poder Judiciário. Cinco meses depois do ajuizamento da ação
revisional, a empresa ajuizou ação de busca e apreensão devido ao inadimplemento. Em sua
defesa, requerendo a revogação da decisão liminar deferida na ação de busca e apreensão, Ana
alega que a existência da revisional fragiliza a mora e que o caminhão é bem essencial para o
exercício de sua profissão.
Na qualidade de julgador(a), analise a (im)procedência do pedido de Ana quanto à busca e
apreensão. Caso adaptado do AI nº 70078925948 TJRS (DJ. 13 set. 2018).
No caso acima a devedora (Ana) comprou um caminhão mediante alienação fiduciária, ou
seja, o caminhão é a garantia de pagamento. E a posse do mesmo só é transferida após a quitação
integral do seu débito. Conforme está previsto nos artigos 1.361 ao 1368 do Código Civil.
O contrato, que serve de título à propriedade fiduciária, deve conter - dentre outros aspectos -
a taxa de juros e a estipulação de correção monetária, com indicação dos índices aplicáveis.
Então, os credores têm pleno direito de exigir a busca e apreensão do caminhão devido ao
inadimplemento. Mesmo que o caminhão seja um bem essencial para o exercício de sua
profissão, Ana, como devedora fiduciante, não pode parar de pagar as parcelas aguardando
decisão definitiva do Poder Judiciário.
Art. 1.363 CC. Antes de vencida a dívida, o devedor, a suas expensas e risco, pode usar a coisa
segundo sua destinação, sendo obrigado, como depositário:
I - a empregar na guarda da coisa a diligência exigida por sua natureza;
II - a entregá-la ao credor, se a dívida não for paga no vencimento.
Art. 1.364 CC. Vencida a dívida, e não paga, fica o credor obrigado a vender, judicial ou
extrajudicialmente, a coisa a terceiros, a aplicar o preço no pagamento de seu crédito e das despesas de
cobrança, e a entregar o saldo, se houver, ao devedor.
Art. 1.365 CC. É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em
garantia, se a dívida não for paga no vencimento.
Parágrafo único. O devedor pode, com a anuência do credor, dar seu direito eventual à coisa em
pagamento da dívida, após o vencimento desta.
Art. 491 CPC. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a
decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o
termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando:
I - não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;
II - a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou
excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença.
Ela deveria, após ajuizar a ação revisional (revisão do contrato, na busca pela redução do
débito que lhe está sendo cobrado), continuar com o pagamento da parcela, como foi acordado.
Numa liminar, o magistrado julga o mérito de um pedido apenas na sentença - decisão que
põe fim ao processo. Como houve atraso no pagamento, de muitas parcelas, é permitido que a
empresa crie uma liminar para busca e apreensão do bem - direito resguardado por lei ao credor.
O proprietário fiduciário ou credor poderá, desde que comprovada a mora, ou o inadimplemento, requerer
contra o devedor a busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, a qual será concedida liminarmente,
podendo ser apreciada em plantão judiciário. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014)
REFERÊNCIAS:
BRASIL, Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da
União, Brasília, Poder Executivo, 11 jan. 2002.
BRASIL, Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Diário
Oficial da União, Brasília, Poder Executivo, 16 mar. 2015.

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