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QUEDA E FRAGILIDADE EM IDOSOS

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JEAN LUQUE | UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 
Queda e Fragilidade em Idosos 
1. FRAGILIDADE NO IDOSO 
• O conceito de fragilidade era de natureza 
basicamente funcional, sendo classificado 
como frágeis aqueles idosos com 
dependências em variados graus; 
• Existem definições que falam de 
fragilidade a situação que idosos se 
encontram quando estão debilitados, que 
não podem sobreviver sem o auxílio do 
outro. 
Com o passar do tempo, o conceito de fragilidade 
evoluiu para proposições de natureza não mais 
exclusivamente funcionais, mas com bases 
fisiopatológicas. 
• Frágil seria a redução da reserva funcional 
e a disfunção de diversos sistemas 
orgânicos, o que reduz, acentuadamente, a 
capacidade de reestabelecimento das 
funções após agressões de várias 
naturezas. 
Em resumo, a fragilidade seria uma síndrome de 
declínio espiral de energia, embasada por um tripé 
de alterações relacionadas ao envelhecimento: 
1. Sarcopenia; 
2. Desregulação neuroendócrina; 
3. Disfunção imunológica. 
 
Epidemiologia da fragilidade no idoso: 
A prevalência varia de 2,5, entre os idosos com 
idade entre 65 e 70 anos; 
• Mais de 30% entre os idosos com 90 anos 
ou mais; 
• Estudos mostram que idosos frágeis 
apresentam maior taxa de hospitalização, 
sofrem mais quedas, apresentam piora nas 
atividades de vida diária e maior 
mortalidade. 
As características clínicas no idoso frágil: 
• Perda de peso não intencional; 
• Fraqueza muscular; 
• Fadiga; 
• Redução da velocidade da marcha; 
• Redução do nível de atividade física. 
 
Ainda que não determinantes da presença da 
fragilidade são frequentes entre os seus 
portadores: 
• Anormalidades da marcha e balanço; 
• Ocorrência de quedas; 
• Sintomas depressivos; 
• Redução da massa óssea; 
• Alterações cognitivas e déficits sensitivos. 
Também a vulnerabilidade a processos infecciosos 
ou traumáticos e a má resposta as terapêuticas 
instituídas. 
Critérios diagnósticos: 
• Diversos exames laboratoriais podem estar 
alterados (marcadores de aumento da 
atividade inflamatória, redução da 
creatinina sérica, redução da albumina 
sérica, anemia e alterações hormonais); 
• Nenhum destes testes, empregados 
isolados ou em conjunto, permite o 
diagnóstico de fragilidade. 
A abordagem terapêutica: 
 
 
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• Atividade física; 
o Para promover o aumento da 
massa muscular. 
• Suplementação alimentar; 
o Para reduzir a perda de massa 
magra e promover a melhoria do 
estado energético. 
• Suplementação hormonal; 
o Buscar quebrar a desregulação 
neuroendócrina. 
• Medicações de diversas naturezas; 
o De acordo com as patologias que o 
idoso apresenta. 
A intervenção mais bem estudada em relação a 
síndrome da fragilidade é a prática de atividade 
física. 
Prevenção: 
• A prevenção da fragilidade inclui 
mudanças no estilo de vida: 
o Suspensão do tabagismo; 
o Suspensão da ingestão excessiva de 
álcool; 
o Tratamento rigoroso de doença 
crônicas; 
o Alimentação balanceada e 
diversificada; 
o Manutenção de atividade física 
adequada; 
o Uso de medicamentos sob 
orientação. 
• Prevenção secundária: 
o Prevenção de quedas; 
o Correção de perdas com órteses; 
o Reposição de vitaminas e minerais 
quando apropriado. 
QUEDA NO IDOSO: 
• Evento não intencional que tem como 
resultado a mudança de posição do 
individuo para um nível mais baixo em 
relação a posição inicial. 
O envelhecimento causa pera do equilíbrio e 
instabilidade postural, por falta de atividades física 
e/ou causas neurológicas. As alterações d massa 
muscular e óssea e chamada de: 
• Sarcopenia; 
• Osteoporose. 
Segundo a OMS, a maioria das fraturas de fêmur é 
causada pela osteoporose, atingindo 20% dos 
homens e 80% das mulheres. 
 
• No Brasil, cerca de 29% dos idosos caem ao 
menos uma vez ao ano, e 13% apresentam 
episódios recorrentes de queda; 
• As quedas ocorrem em um terço dos 
idosos a cada ano; 
• As quedas podem ser classificadas de 
acordo com a recorrência; 
o As primeiras costumam ser eventos 
únicos e que dificilmente se 
repetem; 
o As recorrentes expressam a 
presença de fatores etiológicos 
intrínsecos, como doenças 
crônicas, perturbações de 
equilíbrio corporal. 
Os fatores de risco para queda no idoso: 
• Idade maior de 80 anos; 
• História prévia de queda; 
• Polifarmácia; 
• História de distúrbio da marcha ou do 
estado mental. 
A síndrome pós queda: afeta aproximadamente de 
a 40% dos idosos, mesmo que nunca tenham caído 
e representa importante fator de risco para 
declínio funcional e piora na qualidade de vida. 
 
As causas das quedas podem ser classificadas em: 
• Extrínsecas; 
• Intrínsecas. 
Existem ainda etiologia multifatorial. 
 
 
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1. As causas medicamentosas: 
• Hipotensores: IECA, diuréticos, 
bloqueadores dos canais de Ca; 
• Hipnóticos: clonazepam; 
• Ansiolíticos; 
• Neurolépticos; 
• Hipoglicemiantes; 
• Antidepressivos; 
• Anti-parkinsonianos. 
As consequências dessas quedas são as 
seguintes: 
 
A avaliação clínica: 
Na anamnese, o examinador deve perguntar 
ativamente se houve quedas nos últimos 12 
meses, e tentar caracterizá-las a partir de diversas 
perguntas como: 
• Qual o número de quedas; 
• Qual o mecanismo de queda; 
o Presença de obstáculo; 
o Escorregão; 
• Onde ocorreu a queda; 
• Quais os sintomas associados; 
• Quais as consequências; 
• Houve a necessidade de assistência 
médica; 
• Uso de medicamentos e outras 
substâncias; 
• Os problemas de saúde do idoso. 
O exame físico deve ser cuidadoso e se deter a 
busca de possíveis fatores associados a quedas: 
• Avaliar acuidade visual; 
• Exame neurológico; 
• Exame cardiovascular; 
• Exames do sistema musculoesqueléticos; 
• Avaliação neurocognitiva.

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