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AD2 - Ciência Política (2023.1)

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UFF – UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Disciplina: Ciência Política
Nome:
Polo: Paracambi
Matrícula:
AD2
Dentre as classificações da formação do Estado, a sua organização pode ser
estabelecida por meio das formas de governo, que é uma relação estabelecida entre
governantes e governados, e pelos regimes políticos, conjunto de instituições políticas por
meio das quais um Estado se organiza de modo a exercer poder sobre a sociedade. Nesse
sentido, vale destacar a concepção de duas dimensões fundamentais para a classificação e
verificação dos variados regimes políticos, de modo geral, e daqueles presentes no mundo
atual, como, ao envolver: o nível de participação dos governados no decurso da seleção dos
governantes; e o nível de independência, ou de liberdade, dos governados em relação aos
governantes. 
Para melhor elucidar, conforme Da Silva, existem três regimes políticos
contemporâneos: democracia, caracterizada por respeito aos direitos civis constitucionais,
liberdade de imprensa, eleições livres, garantias para a oposição e liberdade de organização e
expressão do pensamento político; autoritarismo, reconhecido pela suspensão das garantias
individuais e das garantias políticas, normas constitucionais manipuladas conforme os
interesses do grupo ou partido que detêm o poder; e totalitarismo, descrito por uma pessoa
que representa a figura de um líder ou comandante supremo, não havendo nenhuma
instituição política que possa representar qualquer vestígio de democracia. 
A primeira dimensão fundamental se refere a um agrupamento de regras eleitorais
capazes de fornecer um grau satisfatório de previsibilidade para os diversos tipos de conflitos
na sociedade, para isso há necessidade da consolidação de um sistema de repartição de
poderes, determinando a separação das funções do poder uno e indivisível do Estado em três
esferas: executivo, legislativo e judiciário. Nesse contexto, em relação aos regimes políticos,
ressalta-se a participação do povo no processo de escolha de seus governantes, sendo possível
classificá-los em: abertos, com participação direta ou indireta do povo, ou fechados, sem a
participação popular; democráticos ou não democráticos; ou ainda democráticos ou
autocráticos.
De acordo com a teoria da separação dos poderes, concebida por Montesquieu, é
fundamental que exista independência e harmonia entre eles, sendo necessária a
implementação do sistema de freios e contrapesos (derivado do inglês, “checks and
balances”), que consiste no controle e limitação de um sobre o outro em sua esfera de atuação,
para que não haja excessos. Nesse cenário, foram estabelecidas funções típica e atípicas em
cada âmbito de poder: O executivo apresenta a função típica de executar a administração
pública e a atípica em legislar, por meio de decreto, lei delegada ou medida provisória, e
julgar, como ocorre no processo administrativo disciplinar; o legislativo possui a função típica
1
de legislar e fiscalizar, e a função atípica de administrar seus órgãos internos, e julgar
situações específicas, como quando o senado julga o crime de responsabilidade do presidente
da república; e o judiciário realiza a função típica de julgar, aplicando a lei a um caso
concreto, resultante de um conflito de interesse, e a atípica em administração de atividades em
órgãos internos e a legislação de regimentos internos.
Por outro lado, a segunda acepção relaciona o campo de liberdade garantido aos
governados inseridos em variados regimes políticos. Vale destacar que essa liberdade deriva
de demarcações constitucionais e institucionais atreladas ao exercício da influência do poder
dos governantes sobre os governados. Nesse panorama, os regimes políticos podem ser
apontados como regimes livres ou não livres, e regimes liberais ou não liberais. Convém
frisar, sobre a segunda dimensão, a ocorrência de uma atuação do poder executivo mais
participativa, ao atuar na organização do Estado por meio da elaboração e implementação de
políticas públicas, de modo que a população decida periodicamente quais políticas públicas
prevalecerão. 
Ao se tratar da gramática da vida social, a democracia está intrinsecamente ligada às
formas como uma dada sociedade se organiza, assim como ocorre o tipo de associativismo, as
relações de cooperação, os movimentos sociais e as diferentes formas de ação coletiva. Nesse
ambiente, o pensador político francês Alexis de Tocqueville1, defende a tese que o espírito é
capaz de dar vida a democracia. Ou seja, a democracia por si só não pode ser compreendida
simplesmente como o pleno funcionamento das instituições, mas deverá estar relacionada
com as formas de interação e associação entre os indivíduos em consonância com o
funcionamento das instituições. Afinal, a legitimidade e o reconhecimento da essência da
função das instituições, de cada esfera, bem como o correto desempenho de órgãos auxiliares
e independentes são fundamentais para garantir a continuidade do modelo que será adotado no
país. Por isso, para que se tenha êxito na democracia, deve ser levado em consideração a
dimensão institucional e a vida social, pois esses fatores serão determinantes na qualidade da
vida democrática 
Referências bibliográficas
COELHO, Ricardo Corrêa. Ciência política. Florianópolis: Departamento de Ciências da
Administração / UFSC. Brasília: CAPES: UAB, 2010.
DA SILVA, José Afonso. Curso de direito constitucional positivo, 22° Edição, editora
Malheiros, 2002.
1 Nasceu em 29 de julho de 1805, em Paris (França). Foi um pensador político e escritor, famoso por obras
como “A democracia na América”, e “O Antigo Regime e a Revolução”. Dentre suas inúmeras
contribuições, Tocqueville reformula o conceito de democracia, a fim de melhor descrever a sociedade
moderna. Baseando-se na observação das interações sociais e na análise de suas causas e efeitos,
Tocqueville defendeu a liberdade individual e a igualdade na política, sendo os dois conceitos, para ele,
inseparáveis. Ele defendeu a democracia e identificou os riscos inerentes que dela derivam. Disponível em:
<https://www.fflch.usp.br/35060>. Acessado em 17/04/2023.
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