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EEMERGÊNCIAS EM ENDODONTIA E TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA Emergência x urgência Emergência: “o meu dente não dói só quando eu faço isso” Necessita de diagnóstico e tratamento imediatos. Urgência: interfere no sono, impede mastigação, dificulta a concentração, impede de trabalhar, dói a quanto tempo?, alivia com analgésico? Não necessita de resolução imediatas Emergências endodônticas Dor de origem pulpar: pode resultar da estimulação das fibras nervosas, oriundas do gânglio trigeminal: • Fibras A – mielínicas • Fibras tipo C – amielinicas Princípios do tratamento: • Mielínicas • Rápida velocidade de condução • Diâmetro (1-5 um) (+grossa) • Menor limiar de excitabilidade Responsáveis pela dor de: • Origem dentinária (hipersensibilidade dentinária) • Pulpite reversível (estágio inicial da inflamação – mais sensíveis ao frio) (não requer tratamento endodôntico) • Amielinicas • Menor velocidade de condunção • Diâmetro (0,4-1um) (+fina) • Maior limiar de excitabilidade Responsáveis pela dor: • Grave • Contínua • Excruciante • Espontânea • Fastidiosa • Às vezes, difusa (requer tratamento endodôntico) Diagnóstico em emergências 1. História: médica, odontológica (Informações para diagnóstico) 2. Queixa principal, agente etiológico 3. Exame clínico e radiográfico: exame visual, testes de vitalidade pulpar, percussão sondagem, etc. Diagnóstico Tratamento Antes do tratamento: • Hipersensibilidade dentinária • Alterações pulpares: pulpite reversível, pulpite irreversível. • Alterações periapicais agudas: periodontite apical aguda, abscesso periapical agudo, abscesso fênix. Hipersensibilidade dentinária: dor transitória, na dentina exposta, proveniente de estímulos químicos, térmicos, tácteis ou osmóticos. Esses estímulos provocam deslocamento dos fluidos no interior dos túbulos dentinários levando à estimulação mecânica das fibras dentinárias da dor (fibras-A da parede pulpar). Não requer tratamento endodôntico. Sintomas: • Dor aguda • Dor rápida • Dor localizada • Dor provocada Sinais: • Lesões não cariosas: erosão, abrasão, abfração. LESÕES CERVICAIS NÃO CARIOSAS Etiologia: Fatores mecânicos: hábitos parafuncionais, trauma de oclusão, má oclusão, escovas duras e/ou abrasivas. Fatores químicos não bacterianos: fruas e bebidas ácidas, xerostomia, diminuição do pH bucal decorrente de vômitos, regurgitação. Tratamento: depende do fator etiológico; usar substancias que vedem os túbulos dentinários. • Reeducação alimentar; • Psicológico; • Dessensibilizantes; • Aplicação tópica de flúor, bochechos; • Laserterapia; • Restaurações com resinas, CIV; • Orientar escovação; • Ajuste oclusal; • Placas miorrelaxantes; • Tratamento ortodôntico. ALTERAÇÕES PULPARES Pulpite Reversível: Alteração inflamatória da polpa, em fase inicial, que desaparece com a remoção da causa. Não requer tratamento endodôntico. Sinais (exame clínico e Rx): cárie extensa, recidiva de cárie, restaurações fraturadas. Sintomas: dor aguda, dor provocada (frio), dor localizada, dor de curta duração, desaparece com a remoção do estímulo. Tratamento de emergência: remoção da causa • Contato prematuro • Cárie extensa • Restauração fraturada • Recidiva de cárie • Não necessita medicação Prognóstico: • Causa removida – favorável • Não tratada – pulpite irreversível, necrose pulpar. Pulpite irreversível: Alteração inflamatória da polpa, irreversível, que continua mesmo com a remoção da causa. Requer tratamento endodôntico. Sinais: carie extensa, recidiva de carie, restaurações. Sintomas: dor aguda, dor pulsátil, dor espontânea, dor continua, persiste após a remoção do estimulo, exacerbada pelo calor, alivia pelo frio. Tratamento: Mediato – se não há temo de fazer o PBM • Pulpotomia provisória ou • Biopulpectomia (remoção da polpa radicular). Imediato – se há tempo de fazer o PBM • Biopulpectomia + preparo do canal + obturação (1 ou 2 sessões) Prognóstico: • Tratamento endodôntico – favorável • Não tratada – necrose pulpar, alteração periapical. PERIODONTITE APICAL AGUDA Reação inflamatória no ligamento periodontal e, por extensão, no osso adjacente. Agente etiológico: • Fatores físicos – acidentes, trauma oclusal. • Fatores químicos – produtos tóxicos da necrose pulpar. • Fatores biológicos – após gangrena pulpar (mo) Sinais e sintomas: dor espontânea, dor intensa, dor localizada, dente crescido, sensibilidade ao toque. Tratamento: determinar e eliminar a causa – dente polpado e dente despolpado. • Fatores físicos – alivio oclusal, imobilização do dente, analgésico/anti- inflamatório. • Fatores químicos e biológicos – neutralização por terços, curativo de demora, selamento coronário verificação da oclusão, antibiótico e analgésico. ABSCESSO PERIAPICAL AGUDO Sinais e sintomas: • Fase inicial – dor espontânea, discreta, localizada; ausência de edema; • Em evolução – dor espontânea, pulsátil, intensa, difusa; edema consistente. • Evoluído – dor espontânea, pulsátil, moderada; edema flutuante. • Geral – dor a percussão, dente crescido, sem vitalidade pulpar, discreta mobilidade, sem sinais radiográficos. Tratamento: Local – drenagem (intra/extra oral), neutralização por terços, desbridamento/trefilação, curativo de demora, selamento coronário, fisioterapia Oral. Medidas suplementares do tratamento local: • Medicação analgésica e antibiótica • Bochecho com água morna e sal • Alimentação pastosa e líquida • Retorno do paciente após 24-48 horas (após a regressão do edema). Sistêmico – antibiótico, analgésico. Não alérgicos: • Amoxicilina 500 mg 1 cáps. 8/8 horas 7 dias Alérgicos: • Clindamicina – 300 mg – 8/8 h • Cefalexina – 500 mg – drágea – 6/6 h • Azitromicina – 500 mg – 1 cáps. – 3 dias Considerações grais Não deixar o dente aberto para drenagem - permite aumento da população microbiana do canal e obstrução de alimentos. Prescrever antibióticos: • Em caso de abscesso dento-alveolar agudo; • Quando houver envolvimento sistêmico – febre e linfadenopatia regional; • Pacientes especiais (profilaxia) Prognóstico: • Tratamento endodôntico – favorável; • Não tratado – angina de Ludwig e/ou empiema. FLARE UP É uma emergência verdadeira que se desenvolve entre sessões de tratamento endodôntico, caracterizado por dor e/ou tumefação. Etiologia: microrganismos e seus produtos, latrogenias (causadas pelo profissional). Latrogenias Decorrentes do preparo do canal: 1. Subinstrumentação 2. Sobreinstrumentação 3. Extravasamento de solução irrigadora 4. Excesso de curativo de demora 1 Subinstrumentação Polpa vital: polpa compactada no forame Polpa necrótica: limpeza do canal insuficiente Conduta clínica para ambas: • Corrigir a odontometria • Reinstrumentar o canal • Irrigar • Curativo de demora • Selamento coronário 2 Sobreinstrumentação Polpa vital: trauma na região apical Polpa necrótica: empurrar mo além do forame Conduta clínica para ambas: • Corrigir a odontometria • Reinstrumentar o canal • Irrigar • Curativo de demora • Selamento coronário 3 Excesso de solução irrigadora ou de medicação intracanal Conduta clínica para ambas: • Anestesia, isolamento absoluto • Irrigação com soro fisiológico • Secagem com pontas de papel • Curativo de demora • Selamento coronário Latrogenias Decorrentes da obturação: 1. Subobturação 2. Sobreobturação 3. Obturação deficiente Dor após obturação – Obturação adequada: • Polpa vital: anestésico e antinflamatório • Polpa morta: antibióticos, bochechos • Proservação em ambas. Dor após obturação – obturação deficiente: • Polpa vitale Polpa morta: medicação sistêmica; retratamento após remissão de dor. Dor após obturação – sobreobturação: • Polpa vital e Polpa morta: medicação sistêmica; retratamento após remissão de dor; cirurgia parendodôntica.
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