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3 Crimes de tortura

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Crime de tortura 
Convenções internacionais: 
1984 – aprovada Convenção contra Tortura pela Assembleia Geral das Nações Unidas; 
Decreto n. 40, DE 15 DE FEVEREIRO DE 1991 - Promulga a Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes.
Art. 1º - conceito de tortura - 1. Para os fins da presente Convenção, o termo "tortura" designa qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de castigá-la por ato que ela ou uma terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado em discriminação de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimentos são infligidos por um funcionário público ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consentimento ou aquiescência. Não se considerará como tortura as dores ou sofrimentos que sejam consequência unicamente de sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram.
Previsão normativa: 
CF: 
Art. 5º:
· III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
· XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;   
CP: 
Homicídio qualificado:
· Art. 121. Matar alguém:
· § 2° Se o homicídio é cometido:
· III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
Circunstância agravante: 
· Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
· II - ter o agente cometido o crime: 
· d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
Competência da justiça: 
Justiça Comum Estadual; 
Pode ser federal – condicionado: 
CF - Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
· V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
Atribuições investigatórias: 
Competência da JF – Polícia Federal; 
CF – art. 144 - § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a
· I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
· IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
Competência da JE – Polícia Civil; 
Também pode ser de atuação da PF; 
· Atua sobre apuração de infrações penais de repercussão interestadual ou internacional; 
Crime de tortura militar – inquérito policial militar; 
Bem jurídico tutelado: 
Integridade física; 
Dignidade da pessoa humana; 
Imprescritibilidade dos crimes de tortura: 
Considerado imprescritível por conta do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional – Brasil é um Estado parte; 
Decreto n. 4.388/02 – art. 29; 
Maioria da doutrina, no entanto, considera prescritível; 
Exceção – doutrina aceita como imprescritível ação de indenizações por danos morais; 
Crime equiparado a hediondo: 
Tortura – hediondo, junto com tráfico de drogas e terrorismo; 
Crime de tortura: 
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
· Tipo objetivo: 
· Constranger – retirar de alguém liberdade de autodeterminação; 
· Violência – violência física empregada pela força contra o corpo de alguém; 
· Grave ameaça – violência moral que causa temor na vítima, de forma a viciar sua vontade e incapacitar sua resistência; 
· Sofrimento físico – ligado a dor corporal; 
· Sofrimento mental – relacionado à angústia, ao temor, à violação moral ou psicológica; 
· Ambos os sofrimentos são muito genéricos – ferem a taxatividade; 
· Tipo subjetivo: 
· Dolo – ação típica com a consciência e vontade de realizar a tortura; 
· Não de admite culpa; 
· Finalidades:
· Tortura-confissão - a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
· Pode ser uma confissão dos mais diversos fatos (penais, comerciais, etc.);
· Caso seja obtido prova para processo – prova obtida de maneira ilícita; 
· Tortura-crime - b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
· Uso da tortura para fazer pessoa cometer crime; 
· Ex: obrigar gerente de banco a auxiliar em crime; 
· Tortura-preconceito - c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
· Não é um fim de agir, mas sim um motivo especial do agir; 
· Age em decorrência do preconceito racial/religioso; 
· Discriminação – promover qualquer forma de distinção, exclusão, restrição ou preferência; 
· Racial – identificação de indivíduos segundo caracteres físicos ou biológicos constantes e hereditários; 
· Religiosa – indivíduos discriminados por sua noção religiosa; 
· Ausência desse fins – crime não se completa (Ex: trote de faculdade); 
· Crime comum – SA e SP pode ser qualquer pessoa; 
· Se for funcionário público – irá responder da mesma forma; 
· Consumação: 
· Exato momento em que houve a imposição de sofrimento físico ou mental por meio do constrangimento de alguém com o emprego de violência ou grave ameaça; 
· Crime formal/consumação antecipada – desnecessário conseguir uma das finalidades, basta quere-las; 
· Possível tentativa – é crime plurissubsistente;
· É um crime instantâneo, mas pode ser permanente; 
· Crime comissivo – depende de uma ação do agente; 
· Princípio da consunção: 
· Delitos de lesão corporal, constrangimento ilegal, ameaça, etc. – são absorvidos pela tortura; 
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
· Crime próprio – SA tem uma vinculação especial com o SP; 
· Guarda – assistência a pessoas que não prescindem dela; 
· Implica em proteção, defesa e amparo a pessoas que dela não podem prescindir; 
· Deve de vigilância – Ex: pais, professores, tutores e curatelados; 
· Poder – relação de sujeição do SP em face do torturador; 
· Vínculo de submissão; 
· Autoridade – Lei de Abuso de Autoridade – art. 2º - Parágrafo único.  Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput deste artigo.
· Guarda, poder ou autoridade – pode ser momentâneo, não precisa ser constante; 
· Tipo objetivo: 
· Submeter – dominar, sujeitar, dobrar a resistência; 
· Intenso sofrimento físico ou mental (elemento normativo do tipo); 
· (...) como forma de aplicar castigo pessoal; 
· Tortura ocorre depois da conduta da vítima reputada como merecedora do castigo; 
· (...) ou medida de caráter preventivo.
· SA almeja que a vítima omita determinada conduta considerada como merecedora de repressão; 
· Tipo subjetivo: 
· Dolo; 
· Finalidade - forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
· Consumação e tentativa: 
· Consumação com a sujeição da vítima a intenso sofrimento físico ou mental em virtude do emprego de violência ou grave ameaça; 
· Tentativa – admissível; 
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Figura equiparada ou tortura imprópria:
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presaou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
Ex: prisão ou manicômio; 
Finalidade – resguardar a integridade física e moral do preso; 
Preso é submetido a exame de corpo de delito, no momento da captura e soltura; 
· Objetivo – documentar seu estado de saúde durante o período que ficou sob a custódia do Estado; 
Elemento objetivo não demanda o emprego de violência ou grave ameaça; 
Crime próprio: 
· SA é o sujeito que tem o preso ou alguém submetido a medida de segurança detentiva sob sua custódia; 
· SP – qualquer pessoa desde que presa ou sujeita à medida de segurança; 
Dor deve ser além daquela gerada e inerente às sanções ou penas cominadas; 
Elemento subjetivo – dolo (não admite culpa); 
Consumação – momento em que é submetida à tortura;
Crime material – depende da produção de resultado, qual seja a imposição de sofrimento físico ou mental;
Crime de dano – gera lesão; 
Tortura omissão: 
Omissão resulta de um dever de agir e um poder agir; 
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
Condutas: 
· Não evitar – omite em face de qualquer das ações anteriores, quando devia evitar; 
· Não apurar – agente se omite em face da tortura deixando de apurar sua ocorrência; 
· Caso haja ambas as condutas em um mesmo contesto fático será considerado crime único;
Crime próprio – SA específico (são agentes estatais ou com poder sobre a vítima – mãe e pai, por exemplo); 
Qualificadoras do crime de tortura: 
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
Crime preterdoloso – dolo no antecedente e culpa no consequente; 
Qualificadora em face do resultado: 
· Lesão corporal grave ou gravíssima; 
· Morte; 
Causas de aumento de pena: 
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
I - se o crime é cometido por agente público;
· Deve ser cometido por agente público em razão da sua função; 
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;    
· Decorre da vulnerabilidade, fragilidade e debilidade da vítima;          
III - se o crime é cometido mediante sequestro.
· Sequestro – privação de liberdade sem o consentimento; 
· Delito do art. 148 será absorvido pela figura majorada da tortura; 
· Exceção – SA mante a vítima sequestrada – concurso material entre sequestro e tortura; 
· No caso de extorsão mediante sequestro (art. 159), caso a vítima seja torturada, o agente deverá responder pelo art. 159 e tortura; 
Efeitos da condenação: 
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
Efeito automático da condenação transitada em julgado; 
Não precisa de motivação; 
Não poderá concorrer a nenhum cargo pelo prazo do dobro da pena aplicada; 
Tortura como crime militar – precisa de procedimento específico para ser retirado o cargo (tramita perante a Justiça Militar); 
Vedação à liberdade provisória com fiança: 
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
Vedada fiança – não admite liberdade provisória com fiança; 
Regime inicial de cumprimento da pena:
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
Exceto omissão – pena baixa; 
Extraterritorialidade incondicionada da lei penal brasileira: 
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
Toda e qualquer pessoa, independentemente da nacionalidade, que praticar atos de tortura contra vítima brasileira fora do Brasil poderá ser processada e condenada, ainda que nunca tenha entrado em território brasileiro; 
Pouco importa se o agente foi condenado ou absolvido no país em que o crime foi executado; 
Criou-se uma hipótese de extraterritorialidade incondicionada regulada pelo princípio de defesa; 
Vítima brasileira: 
· Nata, naturalizada ou até mesmo com dupla cidadania;

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