Buscar

1 Introdução - princípios

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Introdução
Conceito de direito processual penal: 
Com a infração, nasce para o Estado o poder-dever de punir (pretensão punitiva), consubstanciado na legislação material, com alicerce no princípio da legalidade; 
Não há crime sem lei prévia, nem pena prévia sem lei que a comine; 
O direito penal apresenta instrumentos jurídicos com o objetivo de resguardar o EDD e punir com equilíbrio, visando o bem-estar da sociedade e daquele que sofreu a sanção; 
Conceito: 
O direito processual penal é o corpo de normas jurídicas com a finalidade de regular o modo, os meios e os órgãos encarregados de punir do Estado, realizando-se por intermédio do Poder Judiciário, constitucionalmente incumbido de aplicar a lei ao caso concreto. 
É o ramo das ciências criminais cuja meta é permitir a aplicação de vários dos princípios constitucionais, consagradores de garantias humanas fundamentais, servindo de anteparo entre a pretensão punitiva estatal, advinda do direito penal, e a liberdade do acusado, direito individual.
Nucci entende que o DPP tem autonomia científica e é filiada ao direito público; 
Princípios do processo penal
Princípio da dignidade da pessoa humana: 
Art. 1º, III, da CF; 
Princípio regente – princípio de hierarquia supraconstitucional; 
Preservação integral do ser humano; 
Garantia de um mínimo existencial – condições básicas de vivência; 
Respeito aos direitos e garantias fundamentais – base do EDD; 
O processo penal é constituído para servir de base ao justo procedimento de apuração da existência da infração penal e de quem seja seu autor, legitimando, ao final, garantida a ampla defesa, o contraditório e outros relevantes princípios, a devida punição. 
Porém, alguns aspectos sobressaem, no cenário processual penal, de modo a dar relevo especial à dignidade da pessoa humana, durante o desenvolvimento do devido processo legal.
A sociedade não pode insultar seus próprios membros, autores de erros inequívocos, mas que merecem castigo adequado e proporcional aplicado em relação à infração penal cometida; 
Prazer vingativo – não deve ser o objetivo do Estado;
Deve buscar cultuar e aplicar o Direito e a Justiça; 
CF proíbe penas cruéis; 
Princípio da presunção de inocência – desdobramento lógico da dignidade da pessoa humana; 
Segurança pública – punição na exata proporção da necessidade; 
Ex: prisão cautelar para preservação da instrução criminal idônea; 
Respeito aos direitos de defesa; 
Estado-juiz imparcial; 
MP como acusador – apresenta denúncia; 
Indiciado/réu – apresenta advogado com prerrogativas profissionais; 
Devido processo legal: 
Espectro de garantias fundamentais para que o Estado apure e constate a culpa de alguém, em relação à prática de crime, passível de aplicação de sanção; 
Coroa os demais princípios: 
Ampla defesa; 
Contraditório; 
Juiz natural; 
Imparcialidade; 
Publicidade; 
A ação e o processo penal somente respeitam o devido processo legal, caso todos os princípios norteadores do direito penal e do processo penal sejam, fielmente, respeitados durante a persecução penal, garantidos e afirmados os direitos do acusado para produzir sua defesa, bem como fazendo atuar um Judiciário imparcial e independente. 
A comunhão entre os princípios penais (legalidade, anterioridade, retroatividade benéfica, proporcionalidade etc.) e os processuais penais (contraditório, ampla defesa, juiz natural e imparcial, publicidade etc.) torna efetivo e concreto o devido processo legal.
Legalidade – anterioridade e taxatividade; 
Penas devem ser proporcionais – do contrário ferem a igualdade/proporcionalidade e tiram a efetividade do devido processo legal; 
Celeridade processual – deve-se ter cautela, já que o processo não pode atropelar as garantias essenciais; 
· Processo penal é formal, no entanto, as nulidades são utilitaristas e não meramente formalistas, em alguns casos; 
Devida investigação penal: 
Investigar um crime é dever do Estado; 
· Delegado – instaura o inquérito policial e providenciar a apuração do fato, até encontrar elementos suficientes, que apontem à tipicidade e, na sequência, ao seu autor; 
Baseado nos princípios da: 
· Legalidade – absoluto (tipicidade, taxatividade – detalhada definição do tipo penal –, anterioridade); 
· Retroatividade benéfica; 
· Culpabilidade – observado pelo policial se o agente atuou com dolo ou culpa; 
· Imunidade à autoacusação; 
· Vedação de provas ilícitas; 
· Humanidade – vedação à penas cruéis; 
· Intranscedencia – DP e DPP atua apenas contra o autor do crime; 
· Proporcionalidade – tipos penais devem ser adequados aos fatos criminosos a punir; 
· Presunção de inocência – caso de dúvida, será julgado em face do réu (ônus da prova é da acusação); 
· Contraditório - mitigado na fase investigatória – possibilidade do advogado acompanhar, mas não intervir, exceto em caso de abuso – interpõe MS ou HC; 
· Juiz natural e imparcial; 
· Vedação à produção de provas ilícitas; 
· Duplo grau de jurisdição; 
· Promotor natural e imparcial; 
· Vedação ao duplo processo; 
 Princípio da ampla defesa: 
Art. 5º, LV - LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Contraditório e ampla defesa são institutos correlatos, mas distintos, autônomos e complementares; 
Defesa garante o contraditório e por ela se manifesta; 
Se houver, durante o curso do processo criminal, a lesão, inobservância ou não se assegurar esses direitos o acusado, surgirá o fenômeno da atipia constitucional. 
· Atipia constitucional - violência explícita ao texto constitucional, fazendo com que a marcha do Processo Penal esteja totalmente contaminada, assim, nada pode ser feito a não ser a declaração da nulidade do processo, sentença, condenação ou qualquer ato que se desdobre de uma relação processual que, infelizmente, infringiu o texto constitucional em sua parte principiológica. 
É garantido ao réu o direito de se defender da acusação; 
Réu é hipossuficiente em face do Estado (apresenta órgãos bem estruturados);
Divisão da ampla defesa: 
Defesa técnica:
· É aquela exercida por profissional da advocacia, dotado de capacidade postulatória, seja ele advogado constituído, nomeado ou defensor público; 
· Defesa indisponível, necessária, plena e irrenunciável: 
· Mesmo que o réu não queria defesa, e ainda que seja revel, deve o juiz providenciar a nomeação de defensor; 
· Art. 261.  Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor.
· Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo, será sempre exercida através de manifestação fundamentada.    
· Não se admite processo penal sem que a defesa técnica seja exercida por profissional da advocacia; 
· Não se admite advogado com OAB suspensa;
· Não se admite advogado para inglês ver; 
· Acusado não tem direito de renunciar à defesa – indisponível e irrenunciável – visto que isso garante à efetividade da justiça; 
· Ausência – nulidade do processo
· Art. 564.  A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
· III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
· c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos;
· STF - SÚMULA 708 - É NULO O JULGAMENTO DA APELAÇÃO SE, APÓS A MANIFESTAÇÃO NOS AUTOS DA RENÚNCIA DO ÚNICO DEFENSOR, O RÉU NÃO FOI PREVIAMENTE INTIMADO PARA CONSTITUIR OUTRO.
· Direito de escolher o defensor: 
· Acusado tem direito a escolher seu defensor, não sendo possível o juiz substituí-lo e constituir outro; 
· Nomeação – só pode acontecer quando o advogado abandonar e o acusado não nomear outro; 
· Art. 263.  Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação.
· Caso não tenha como pagar – pode recorrer à Defensoria Pública da cidade – caso não tenha – nomeado dativo; 
· Defesa técnica plena e efetiva: 
· Necessário que se perceba efetiva atividade defensivado advogado no sentido de assistir o cliente; 
· Recai sobre o MP e o juiz o dever de fiscalizar a atuação defensiva do advogado, evitando a possível caracterização de nulidade absoluta do feito, por violação à ampla defesa; 
· Súmula 523 - No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
· Anulação por falta de defesa – apenas em caso de prejuízo ao réu;
· Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo imperioso, comunicado previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. 
· Adiamento da audiência - § 1º A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor não puder comparecer. 
· § 2º Incumbe ao defensor provar o impedimento até a abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz não determinará o adiamento de ato algum do processo, devendo nomear defensor substituto, ainda que provisoriamente ou só para o efeito do ato.
· Em um processo criminal, já na fase final, o advogado foi intimado para apresentar alegações finais, mas não apresentou. O juiz, analisando o caso, vê que não foi apresentado. O juiz vai: 
· O juiz nunca poderá ignorar a inércia do advogado e sentenciar sem a movimentação processual. 
· O advogado não pode abandonar o processo e não se justificar, visto que foi dado a ele uma função no processo. Sendo assim, o juiz vai intimar o advogado e mandar ele se manifestar, sob pena de multa. 
· Se mesmo assim o advogado não se manifestar, o juiz vai ver se o advogado foi constituído pelo réu ou dativo. Se for constituído, vai abrir prazo pro réu constituir outro advogado. Se for dativo, o juiz já nomeia outro direto, não precisa consultar o réu. 
· E se o advogado fizer alegações finais genéricas que só pedem a absolvição do réu por ausência de provas (nada específico em relação ao caso)?
· Se a defesa não ataca os pontos colocados pela acusação, ela é considerada ineficiente. Será analisada sua nulidade. 
· A falta de defesa no processo penal constitui nulidade absoluta, mas sua deficiência só gerará nulidade quando houver falha no trabalho do defensor que gere prejuízos para o réu. A defesa não pode ser meramente formal. (Súmula 523 STF)
Autodefesa (disponível): 
· Aquela exercida pelo próprio acusado em momentos cruciais do processo;
· Disponível; 
· Eventual direito do acusado de exercer sua própria defesa é causa de nulidade por absoluta violação à ampla defesa; 
· Art. 186, parágrafo único: O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa. 
· Observação: o juiz, se fundamentar sua sentença condenatória no fato de o acusado ter ficado calado, a decisão será nula. Entretanto, no Tribunal do Júri, os jurados são proibidos de fundamentar suas decisões, então o silêncio pode acabar prejudicando o cliente.
· Formas de manifestação: 
· Direito de audiência – direito do acusado de apresentar sua defesa pessoalmente ao juiz, demonstrando sua versão a respeito da imputação constante da peça acusatória – interrogatório é um meio de defesa;
· Direito de presença – oportunidade do acusado, com seu defensor, acompanhar os atos de instrução, auxiliando-o na realização da defesa técnica; 
· Podem existir falsidades que apenas o acusado irá detectar; 
· Direito disponível; 
· Capacidade postulatória autônoma – direito do réu de postular independente de advogado: 
· Interpor recursos; 
· Impetrar habeas corpus; 
· Ajuizar revisão criminal; 
· Formular pedidos relativos à execução da pena;
Inexistência de revelia: 
O réu, citado, que não comparece para ser interrogado, desinteressando-se por sua defesa, uma vez que os direitos são sempre indisponíveis nesse caso, terá defensor nomeado pelo juiz; 
· Esse defensor deve ter atuação eficiente, sob pena de ser afastado e substituído por outro pelo juiz; 
· Não há possibilidade de um réu “contestar” pelo outro, como na ação cível, pois a penal é voltada individualmente a cada um dos autores da conduta criminosa; 
Estando presente seu defensor, o que é absolutamente indispensável, ainda que ad hoc, não pode ser considerado revel; 
O acusado estará sempre representado por defensor, uma vez que a Constituição e a legislação processual penal brasileiras, a exemplo de todas as legislações de países democráticos, distinguem a autodefesa da defesa técnica, estabelecendo ser esta última indeclinável, posto ser o contraditório, na persecução penal e, também, na execução penal, real e indisponível;
Nulidade absoluta do processo por falta de advogado constituído: 
Art. 263.  Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação.
· Não sendo nomeado defensor, caso esse não tenha advogado constituído, gera-se nulidade absoluta, mesmo porque é presumido o prejuízo; 
Parágrafo único.  O acusado, que não for pobre, será obrigado a pagar os honorários do defensor dativo, arbitrados pelo juiz.
STF - Súmula 523 No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
· Há deficiências tão grosseiras que podem corresponder à ausência de defesa; 
Princípio da plenitude de defesa: 
Não se busca apenas a ampla defesa, mas a mais plena, completa e perfeita, dentro do possível; 
Art. 5º - XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
Processos criminais comuns – assegurado a ampla defesa; 
Vasta possibilidade de se defender, propor provas, questionar dados, contestar alegações, oferecer dados técnicos de forma que o magistrado considere equilibrada a demanda, estando de um lado o órgão acusador e de outro a defesa eficiente;
Juiz admite no seu julgamento, tese não apresentada pela defesa em favor do acusado – júri não faz isso; 
Processos julgado pelo Tribunal do Júri – plenitude de defesa; 
No Tribunal do Júri, as decisões são tomadas pela íntima convicção dos jurados, sem fundamentação; 
Prevalece a oralidade; 
Necessário que a defesa atue de modo completo e perfeito; 
A distinção entre o vocábulo amplo e pleno é que o segundo é mais forte; 
Princípio do contraditório: 
Art. 5º - LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Toda alegação fática ou apresentação de prova por uma das partes garante que a outra tenha o direito de se manifestar; 
Ciência bilateral de todos os atos ou termos do processo e a possibilidade de contrariá-los; 
Se a parte invoca uma questão de fato – abre-se ao contraditório, do contrário, se for de direito, não há necessidade, bastando a aplicação da lei; 
Exceção – alegar um abolitio criminis – necessário contraditório; 
Contraditório deve ser pleno e efetivo; 
Pleno – observância do contraditório durante todo o desenrolar da causa, até o seu encerramento; 
Efetivo – não é suficiente apenas dar à parte a possibilidade de se pronunciar, sendo necessário proporcionar os meios para que tenha condições reais de contrariar; 
O contraditório, dessa forma, está ligado aos princípios da: 
Paridade de armas – possibilidade de participação dos sujeitos em igualdade de condições;
· Obrigatoriedade de assistência técnica de um defensor; 
Informação – importância da citação, intimação e notificação; 
· STF - SÚMULA 707 - CONSTITUI NULIDADE A FALTA DE INTIMAÇÃO DO DENUNCIADO PARA OFERECER CONTRARRAZÕES AO RECURSO INTERPOSTO DA REJEIÇÃO DA DENÚNCIA, NÃO A SUPRINDO A NOMEAÇÃO DE DEFENSOR DATIVO.
Participação – possível oferecer reação, manifestação ou contrariedade à pretensão da parte contrária; 
Contraditório não é observado na fase preliminar de investigações; 
Contraditório para a prova: 
Parte devem atuar na formação do elemento prova; 
Produção deve ser na presença do órgão julgado e das partes; 
Ex:prova testemunhal;
Contraditório sobre a prova/diferido/postergado: 
Atuação do contraditório após a formação da prova; 
Ex: acontece com uma interceptação telefônica judicialmente autorizada no curso das investigações; 
· Finda a diligencia e juntado aos autos o laudo de degravação e o resumo das operações realizadas, deles se dará vista à Defesa, a fim de que tenha ciência das informações obtidas através do referido procedimento investigatório, preservando-se, assim, o contraditório e a ampla defesa; 
Princípio do juiz natural e imparcial e princípio consequencial da iniciativa das partes:
Art. 5º, LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
· Tribunal de exceção tem grande chance de ser parcial, já que foi criado para analisar o caso em concreto; 
· Quando são criadas varas para assuntos específicos, não se fere esse princípio, pois os processos são distribuídos de maneira imparcial; 
Assegurado o juiz natural – garante o juiz imparcial; 
Direito do réu ser julgado por juiz previamente determinado em lei;
Julgamento imparcial; 
Possibilidade do réu alegar exceção de suspeição e de impedimento do magistrado não isento; 
O juiz não atua de ofício para inaugurar a ação penal e a conduz sob impulso oficial, mesmo diante do desdém de qualquer das partes; 
Titular da ação penal – Ministério Público; 
· Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 
· I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
Caso o MP não proponha a ação no prazo – pode o particular ofendido tomar a iniciativa; 
· Art. 5º - LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
Exceção ao princípio – execução penal pode ter início por atuação de ofício do magistrado, já que houve sentença condenatória, com transito em julgado, devendo-se aplicar a pena; 
Presunção de inocência: 
Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto não se prova sua culpabilidade, de acordo com a lei e em processo público no qual se assegurem todas as garantias necessárias para sua defesa; 
CF - Art. 5º, LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
CPP - Art. 386.  O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência;  
Conceito: 
Direito de não ser declarado culpado senão após o término do devido processo legal, durante o qual o acusado tenha se utilizado de todos os meios de prova pertinentes para a sua defesa (ampla defesa) e para a destruição da credibilidade das provas apresentadas pela acusação (contraditório); 
Da regra probatória (in dubio pro reo): 
Parte acusadora tem o ônus de demonstrar a culpabilidade do acusado; 
Acusado não tem que demonstrar sua inocência; 
Para a imposição de uma sentença condenatória, é necessário provar, eliminando qualquer dúvida razoável, o contrário do que é garantido pela presunção de inocência, impondo a necessidade de certeza; 
Ausência de certeza – preferível absolvição de um culpado do que condenação de um inocente; 
· Juízo de ponderação – o primeiro erro acaba sendo menos grave que o segundo; 
No momento de valoração da prova – em caso de dúvida será julgado favorável ao réu; 
Após o trânsito em julgado, em caso de revisão criminal (art. 621 do CPP), o princípio que se aplica é in dubio contra reum – acusado deve provar as causas que possibilitem a revisão criminal, sendo que, em caso de dúvida, o tribunal deve julgar improcedente o pedido revisional; 
Obs. Prisão cautelar deve ser usada em situações excepcionais, desde que comprovada a necessidade de medida extrema para resguardar a eficácia do processo; 
Princípio do nemo tenetur se detegere: 
Art. 5º - LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
Direito de silêncio – direito de permanecer calado; 
Ninguém é obrigado a produzir prova contra si; 
Modalidade de autodefesa exercida pelo acusado, por meio de sua inatividade; 
Proibição de uso de qualquer meio para que o acusado colabore em atos que possam ocasionar sua condenação; 
Evita excessos por parte do Estado – Ex: evita uso de violência para que o indivíduo coopere com a operação/investigação; 
Informação do direito – acusado deve ser previamente e formalmente informado do seu direito de silêncio, sob pena de se macular de ilicitude a prova; 
· Deve ser informado que o silêncio é garantia constitucional e que isso não poderá gerar prejuízos; 
Legitimado do direito – qualquer pessoa a quem é imputada a prática de um ilícito criminal (preso ou solto); 
Obs. A testemunha tem o dever de falar a verdade, sob pena de responder pelo crime de falso testemunho (art. 342);
Mas não precisa responder sobre fato que possa, em tese, incriminá-la; 
Não é falso testemunho se a pessoa deixa de revelar fato que possa incriminá-la; 
Direito de silêncio funciona apenas como uma das decorrências do princípio do nemo tenetur se detegere, o qual se desdobra em: 
1) direito ao silencio ou direito de ficar calado – não responder às perguntas formuladas pela autoridade, funcionando como espécie de manifestação passiva da defesa; 
2) direito de não ser constrangido a confessar a prática de ilícito penal; 
3) inexigibilidade de dizer a verdade – comportamento de dizer a verdade não é exigível do acusado, sendo a mentira tolerada, porque dela não pode resultar nenhum prejuízo ao acusado; 
4) direito de não praticar qualquer comportamento ativo que possa incriminá-lo – não se pode exigir comportamento ativo do acusado, visto que ele pode se recusar a se auto incriminar;
· Acusado não está obrigado a fornecer padrões vocais necessários a subsidiar prova pericial de verificação de interlocutor; 
· Acusado não está obrigado a fornecer material para exame grafotécnico; 	
· Pode ser requerido apreensão de papeis e documentos que possam suprir o fornecimento do material para o exame da letra; 
· Recusa em se submeter ao bafômetro – não configura crime de desobediência; 
· Direito de não produzir nenhuma prova incriminadora invasiva – intervenções corporais;
· Consentimento do sujeito – pode ser feita intervenção corporal invasiva ou não; 
· Não pode ferir a dignidade da pessoa humana; 
· Ônus da prova recai sobre o acusador – a parte pode se recusar a fazer medidas ativas que podem incriminá-lo ou provas invasivas;
· Não é possível a produção forçada;
Lei do abuso de autoridade - Art. 15.  Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo:
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interrogatório: 
· I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou 
Esse artigo criminaliza a conduta do agente público que prossegue com o interrogatório de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; 
O exercício desse direito não pode ser utilizado como argumento a favor do acusado, nem pode ser valorado na fundamentação de decisões judicias, nem tampouco ser utilizado como elemento para formação da convicção do órgão julgador; 
Não pode ser extraídas presunções contra o acusado; 
Não gera crime de desobediência (art. 330, CP), pois é u exercício regular de um direito; 
Não pode ser usado como fundamento para majoração da pena do condenado; 
Embora essencial, esse direito não é absolto: 
Deve-se, por meio da ponderação, resguardar a ordem pública e liberdades alheias; 
Ex: crime de homicídio praticado contra a testemunha; 
Ex: alteração da cena do crime como objetivo de levar peritos e o juiz ao erro não consiste no direito à vedação da autoincriminação; 
Princípio da fundamentação: 
· Quando o juiz determina a retiradado réu/acusado da sala de audiência em situações excepcionais, visto que o réu pode causar temor a testemunha - juiz deve fundamentar a necessidade de retirar o acusado da sala de audiência; 
· Art. 217.  Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor. 
· Constrangimento; 
· Humilhação; 
· Temor;
· Obs. Desconforto não é uma das hipóteses; 
· Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas previstas no caput deste artigo deverá constar do termo, assim como os motivos que a determinaram.   
· Art. 93 - IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;  
· Exceção - há casos em que apenas as partes e os advogados podem participar do processo; 
· Sentença judicial sem a devida fundamentação é sentença nula;
· Caso o juiz na sentença condenatória adote o regime mais gravoso, é preciso que seja fundamentada, expondo os motivos que pelos quais não será concedido o regime mais brando, do contrário recai sobre as seguintes súmulas: 
· SÚMULA 718 - STF - A OPINIÃO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO CONSTITUI MOTIVAÇÃO IDÔNEA PARA A IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS SEVERO DO QUE O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA
· SÚMULA 719 - STF - A IMPOSIÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO MAIS SEVERO DO QUE A PENA APLICADA PERMITIR EXIGE MOTIVAÇÃO IDÔNEA.
· Conclusão - fundamentação - todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas, quando praticadas pelo juiz togado (tem a função jurisdicional);
· Uma exceção em que não é necessário motivação - juiz no júri não fundamenta sua decisão; 
· É um juiz colegiado de 7 pessoas cuja decisão independe fundamentação; 
· Todos os demais casos devem ser fundamentados; 
Prisão de qualquer cidadão precisa de fundamentação: 
· Art. 5 - LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
· Se não tiver fundamentação, esta prisão será remetida ao artigo 93, IX, da CF: a falta de fundamentação gera nulidade da prisão:
· IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
· Inclusive, as decisões mal fundamentadas foram a principal causa de habeas corpus concedidos pelo STF entre os anos de 2000 até 2019.
· Até mesmo para as prisões preventivas, quando nem há processo ainda, é necessário fundamentar a decisão.
Princípios regentes do Tribunal do Júri: 
Art. 5º - XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
Princípio da plenitude de defesa;
CPP, Art. 456.  Se a falta, sem escusa legítima, for do advogado do acusado, e se outro não for por este constituído, o fato será imediatamente comunicado ao presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, com a data designada para a nova sessão.
· § 1º Não havendo escusa legítima, o julgamento será adiado somente uma vez, devendo o acusado ser julgado quando chamado novamente.  
· § 2º Na hipótese do § 1o deste artigo, o juiz intimará a Defensoria Pública para o novo julgamento, que será adiado para o primeiro dia desimpedido, observado o prazo mínimo de 10 (dez) dias.
Em que pese o texto da lei dizer que será comunicado à OAB, a jurisprudência entende que a regra deve ser sempre essa: se o réu tiver advogado desconstituído, o juiz pode desconstituir o advogado e intimar o acusado para, querendo, contratar novo advogado. Após isso, envia para a Defensoria Pública. 
O art. 456 se refere à 2ª fase do procedimento do Tribunal do Júri. 
No início do procedimento do júri há uma chamada, onde são chamados os 25 jurados, promotor, assistente de acusação, todas as testemunhas arroladas, e precisa constatar a presença do defensor. 
· Caso constate a ausência do defensor, o juiz, normalmente, verifica se há alguma justificativa, etc. 
· Caso não haja nada, verifica-se o réu está presente e se indicou outro advogado. 
· Caso esteja presente outro advogado, confirma-se com o acusado. 
Advogado não está presente, qual a consequência? 
· O juiz irá aplicar a regra do art. 456, § 1º - Não havendo escusa legítima, o julgamento será adiado somente uma vez, devendo o acusado ser julgado quando chamado novamente.  
· “Não havendo escusa legítima” - advogado que não dá a menor satisfação ao Juiz e ao Poder Judiciário. 
· Se o acusado estiver preso, volta para o presídio e fica aguardando o julgamento até a nova data designada; se estiver solto, o juiz ordena que volte à residência. O Oficial de justiça, por sua vez, já colhe a assinatura de todos os presentes para que não seja necessário efetuar, novamente, a intimação. 
§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo, o juiz intimará a Defensoria Pública para o novo julgamento, que será adiado para o primeiro dia desimpedido, observado o prazo mínimo de 10 (dez) dias.
· Como o advogado não compareceu e não justificou, o juiz, em respeito à plenitude de defesa, já prorroga o Júri. 
· O réu não terá prejuízo;
· O juiz tem o poder de destituir o advogado, por meio de despacho fundamentado, tendo em vista que não compareceu, não justificou a ausência, comunica a OAB para, se for o caso, após o inquérito e PA, aplicar alguma sanção e, na sequência, concede prazo para que o acusado exerça o direito de constituição de novo advogado. 
· Vencidos os 5 dias, o processo não fica parado. No sexto, o juiz manda para o DP ou nomeia advogado dativo.
· Se ocorrer um fato marcante, mas justificável, o ato do juiz pode ser revisto. Ex: o advogado pegou COVID, ficou doente e não conseguiu avisar, o juiz pode aguardar a recuperação.
· Quando há o rito processual ordinário, quando o juiz vai decidir o caso, sempre parte de uma análise dos fatos e os adequa ao direito, aplicando o que está no CP e no CPP.
· No Júri é diferenciado, podem ser aplicados argumentos não jurídicos, como o perdão social.
· Caso da mãe que matou o estuprador do filho na delegacia, levada à Júri por homicídio doloso, com motivo torpe, por vingança, e sem chance de defesa (o acusado estava com pés e mãos algemados na cadeira da delegacia, imobilizado). Nesse caso, por exemplo, o advogado não poderia invocar legítima defesa, mas a absolvição por clemência, o perdão que o júri pode conceder a outrem dependendo dos motivos que ele demonstra.
· Art. 483, § 2º CPP: § 2o Respondidos afirmativamente por mais de 3 (três) jurados os quesitos relativos aos incisos I e II do caput deste artigo será formulado quesito com a seguinte redação: O jurado absolve o acusado?
· Isso porque o jurado decide de acordo com a íntima convicção, não por fundamentação. Então, ao contrário do juiz, ele pode pensar que se estivesse na mesma situação faria o mesmo, então pode absolver o acusado por essa razão.
Se o Juiz, no decorrer do procedimento, percebe que o acusado está sendo mal defendido (advogado não consegue apresentar uma defesa consistente, não tem linha de raciocínio, etc.), pode suspender a sessão, dissolver o conselho de sentença e destituir, no ato, o advogado.
Princípio das votaçõessigilosas: 
Jurados devem proferir veredito em votação situada em sala especial; 
· Sigilo superior à privacidade nesse caso – busca resguardar a serenidade dos jurados leigos que não são, no momento de proferir o veredicto, em sala especial, longe de vistas do público; 
Deve ser assegurada tranquilidade e possibilidade de reflexão, com eventual consulta ao processo e perguntas ao magistrado, contando apenas com a presença das partes; 
· Não é um ato secreto – publicidade restrita; 
Pergunta do magistrado deve ser respondida com sim ou não; 
São sete jurados e a maioria de 4 votos é suficiente para decidir a questão; 
Basta que se atinja o quarto voto sim ou não e já se deve encerrar a contagem; 
· Não precisa se saber do conteúdo dos demais votos; 
· Se foi decidido de 4x3 ou de 7x0 é totalmente irrelevante; 
A contagem será em voz alta do resultado; 
Possui algumas ramificações, entre as quais a da incomunicabilidade. 
· A incomunicabilidade é entre os 7 cidadãos que compõem o Júri, que assumem o poder do juiz (não para o procedimento, que continua comandado por ele) no julgamento do fato. Ou seja, eles não podem conversar entre eles, perguntar o que o outro acha, opiniões, etc.
· Os jurados, quando decidem, são motivados pelo princípio da íntima convicção, do que ele entendeu dos fatos.
Princípio da soberania dos veredictos: 
Proferida a decisão final pelo Tribunal do Júri, não há possibilidade de ser alterada pelo tribunal togado, quanto ao mérito; 
· Possibilidade de apelação, quanto ao mérito da decisão do Conselho de Sentença, desde que manifestamente contrária à prova dos autos (art. 593, III, d, CPP). 
· Porém, ao Tribunal togado cabe, dando provimento ao apelo, determinar novo julgamento pela mesma instituição popular, não se substituindo à vontade do povo na prolação do veredicto (art. 593, § 3.º, CPP).
· Não será anulada a decisão do Júri, mas será rescindida e devolvido o caso novamente para que haja novo julgamento – será convocado novo júri; 
O parâmetro correto para a reavaliação do Tribunal togado em relação à decisão do júri é o conjunto probatório: se há duas versões válidas, dependentes apenas de interpretação, para levar à condenação ou à absolvição, escolhida uma das linhas pelo Conselho de Sentença, há de se respeitar sua soberania. 
Nenhuma modificação pode existir. 
Entretanto, analisando-se a prova existente nos autos, somente um caminho poderia ser tomado, legitimamente, pelo júri (condenar ou absolver); optando pela decisão oposta ao conjunto probatório, dá-se provimento ao apelo para que se reveja o caso. Ainda assim, deve-se acatar, com serenidade, o segundo veredicto proferido, caso insista em manter o primeiro.
A decisão política de inserir o Tribunal do Júri como instituição da Justiça brasileira, conferindo-lhe soberania para seus veredictos, é inquestionável por qualquer Tribunal togado. Resta o acatamento à decisão popular, quanto ao mérito dos julgamentos de crimes dolosos contra a vida.
Possibilidade de revisão da sentença condenatória: 
· Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida:[...] III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena.
· Caso sejam descobertas novas provas que teriam condenado o acusado, mas o processo transitou em julgado – está acobertado pelo trânsito em julgado; 
Princípio da competência para julgamento dos crimes dolosos contra a vida: 
A reserva de competência adquire o contorno de enaltecimento da instituição popular, conferindo-lhe importância no cenário do Judiciário, visto tratar de julgamentos de delitos, cuja tutela concentra-se na vida humana, o mais relevante dos bens jurídicos.
A competência eleita é mínima e não taxativa ou exclusiva.
os únicos delitos, cuja meta do agente é, com nitidez, a ofensa à vida humana, concentram-se nos arts. 121, 122, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal. 
· 121 – homicídio; 
· 122 - Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação;
· 123 – infanticídio;
· 124 - aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento;
· 125 e 126 - aborto provocado por terceiro (com ou sem consentimento da gestante);
· 127 – aborto gerar lesão corporal ou morte; 
Outros delitos podem envolver lesão à vida, como ocorre, dentre outros, com o latrocínio (art. 157, § 3.º, II, CP), mas o objetivo primordial do autor focaliza delito patrimonial – não está submetido ao tribunal do júri, pois é preterdoloso (dolo no delito patrimonial e culpa no delito contra à vida);
Não são de competência do Júri:
· Lesão corporal seguida de morte: se o juiz entender que o agente pretendia a lesão e sobreveio a morte, sem dolo, não é resolvido pelo Júri, mas sim pelo próprio juiz.
· Latrocínio: também não vai para Júri, pois o primeiro ato do agente foi o roubo, a morte foi a consequência;
· Estupro seguido de morte: não é da competência do Júri pelas mesmas razões.
· A primeira fase é sempre decidida pelo Juiz, que analisa o caso e observa se é de competência do Júri ou não. Se perceber que não é, ele mesmo procederá com o julgamento.

Outros materiais