Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Avaliação da Rede de Suporte e Violência Contra o Idoso Aspectos da avaliação global Histórico Clínico e busca por serviços de saúde Suporte social /redes de apoio; Situações de vulnerabilidade e de dependência de cuidados/ajuda Diante da população idosa é importante lembrar que: → A longevidade, quando associada a doenças crônicas não transmissíveis, pode afetar a capacidade funcional e cognitiva dos idosos, impedindo-os de desempenhar suas atividades de forma independente. → À medida que ocorre o comprometimento da CF e CC, o idoso necessita de auxílio de outra pessoa no desempenho de suas atividades → cuidador → Os cuidadores podem ser formais e informais. Cuidador Informal → O cuidado informal é importante para a manutenção da autonomia, integração e participação do indivíduo acometido nas relações familiares e na sociedade → Uma condição incapacitante constitui um evento estressor → desequilíbrio no funcionamento familiar normal, provocando alterações que levam a um processo de reorganização → Redefinir papéis entre os membros da família → normalmente apenas um membro assume a responsabilidade dos cuidados → cuidador principal ou informal → Assumir a responsabilidade de cuidar de uma pessoa dependente é uma tarefa exaustiva e estressante → Cuidador pode passar a ter restrições em relação à própria vida → pode levar a depressão e diminuição da qualidade de vida → O cuidador pode apresentar sentimentos diversos e contraditórios, como raiva, culpa, medo, angústia, cansaço, tristeza, nervosismo, irritação, etc, por conta da sobrecarga, disfuncionalidade familiar → leva ao cuidado inadequado → Mas o ato de cuidar também pode ter aspectos positivos, como o sentimento de dever cumprido, autossatisfação e reciprocidade Perfil dos cuidadores de idosos no Brasil Mulheres Entre 50-70 anos Escolaridade baixa Sem companheiro Do lar ou com empregos de período parcial Sem renda pessoal Cônjuges ou filhos da pessoa acamada Portador de doenças crônicas Principais atribuições do cuidador Atuar como elo entre a pessoa cuidada, a família e equipe de saúde Escutar, estar atento e ser solidário com a pessoa cuidada Ajudar na locomoção e atividades físicas Estimular atividades de lazer e ocupacionais Realizar mudanças de posição na cama, cadeira e massagens de conforto Administrar as medicações conforme prescrição e orientação da equipe de saúde Funcionalidade familiar → A adaptação à realidade de um idoso dependente pode ser favorável quando há uma boa relação entre ele e seu cuidador e família → maior intimidade, confiança e respeito → Dificuldades podem ser geradas quando o histórico familiar possui crises e conflitos → normalmente acontece quando há pouca informação e conhecimento sobre os cuidados, além de acesso a recursos e pouca adaptação Instrumento de avaliação destinado a refletir a satisfação de cada membro da família As famílias são classificadas em funcionais, moderadamente ou gravemente disfuncionais Sobrecarga do cuidador Define-se como uma “perturbação resultante do lidar com a dependência física e a incapacidade mental do indivíduo alvo da atenção e dos cuidados” É a incapacidade dos elementos de uma família em oferecer uma resposta adequada as necessidades e pedidos da pessoa cuidada Escala de ZARIT Mensura a sobrecarga subjetiva do cuidador Problemas físicos, emocionais, financeiros, psicológicos A sobrecarga pode levar à violência Violência → Ação única ou repetida, ou ainda, ausência de uma ação devida, que cause sofrimento ou angústia em uma relação em que se deveria ter confiança Violência Domiciliar Abuso físico ou psicológico de um membro familiar em relação a outro, com o objetivo de manter poder ou controle Acontece por meio de ações ou omissões Ou o idoso te chama para conversar as sós, ou ele não responde às perguntas em frente ao seu agressor Violência Intrafamiliar É a ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física, psicológica ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de outro membro da família Pode ser cometida dentro ou fora de casa por um membro da família ou por pessoas que passaram a assumir a função parental Violência Física Manifestações interpessoais que se utilizam de uso da força física para ferir, provocar dores, incapacidade ou morte Ex: empurrões, mordidas, perfurações, tapas, queimaduras Violência Psicológica Ação ou omissão que causa danos à autoestima, à identidade ou ao desenvolvimento da pessoa idosa Ex: insultos, terror psicológico, humilhação, desvalorização, chantagem, ameaças, privação Violência Econômica/Financeira Exploração indevida ou ilegal dos idosos ao uso não consentido dos seus recursos financeiros ou patrimoniais Também pode acontecer em instituições de longa permanência Ex: roubo, destruição de bens pessoais, impedir que a pessoa manipule seu próprio dinheiro Abuso Sexual É toda situação violência sexual, praticada contra os idosos podendo ser de caráter hétero ou homosexual, e incluem a relação sexual ou práticas eróticas por meio de aliciamento, violência física ou ameaças sem o consentimento do idoso Abandono Ausência ou deserção dos responsáveis governamentais, institucionais ou familiares de prestarem socorro a uma pessoa idosa que necessite de proteção Negligência Recusa ou omissão de cuidados devidos e necessários aos idosos, por parte de responsáveis familiares ou institucionais Ela se manifesta associada a outros abusos que geram lesões e traumas quando a situação é de extrema dependência e incapacidade Autonegligência Diz respeito à conduta da pessoa idosa que ameaça sua própria saúde ou segurança, pela recusa de prover cuidados necessários a si mesma, embora tenha condições físicas e cognitivas para fazê-lo Violência Institucional Exercida nos/pelos próprios serviços públicos, por ação ou omissão Peregrinação por diversos serviços até receber atendimento, falta de escuta, frieza, rispidez, falta de atenção ou negligência, maus-tratos por discriminação, violência física, detrimento das necessidades e direitos Sinais de Alerta de Violência: → Quedas frequentes → Recusa do cuidador em deixar o idoso sozinho com outras pessoas → Procura de serviços de emergência com frequência → Óculos quebrados com frequência → Desidratação e desnutrição → Roupas sujas, rasgadas e aparência de descuido → Sinais de sonolência excessiva por uso de medicamentos sedativos → Alterações de comportamento repentinas pelo idoso → Doenças facilmente controláveis, mas que não melhoram → Úlceras e escaras pelo corpo → Mostrar sinais depressão ou de ansiedade → Demonstrarem medo diante certas pessoas → Tornarem-se passivos e muito submissos Quem são os agressores? → Geralmente são as pessoas mais próximas à vítima e na qual o idoso deposita confiança → Pais, filhos, cuidadores → Normalmente o agressor é do sexo masculino, membro da própria família, que vive ou não com a pessoa idosa → As principais motivações são álcool, proximidade física, dependência financeira do agressor em relação ao idoso e a vivência num contexto de violência → A média de idade dos agressores é 44 anos, com ensino médio completo → O grau de parentesco predominante dos agressores foi o de filhos seguido de genros, casados, com renda de dois salários-mínimos → Quanto às violências impetradas prevaleceram as agressões verbais, seguidas das físicas e financeiras Quem é o idoso que sofre violência? → Predominantemente mulheres, com pelo menos 75 anos de idade, mulheresviúvas, dependentes física e emocionalmente, residindo junto a familiares → Portadores de doenças crônicas, com destaque para as demências e a depressão → O isolamento social mostra-se como um predisponente importante, tanto causa como consequência do fenômeno → O idoso agredido raramente denuncia a violência à qual está sujeito → Medo de represálias e do fator emocional, dependência física ou de afetivo, ou até por sofrer ameaças → Muitas vezes o idoso tem medo de perder o pouco apoio que ainda tem, sente vergonha e humilhação Notificação no serviço de saúde → A identificação de sinais de violência é frequentemente negligenciada no atendimento à saúde → pela dificuldade em identificá-los → De acordo com a Lei no 10.741/2003, art. 19, está previsto que os casos de suspeita ou confirmação de maus tratos contra idoso são de notificação obrigatória ao Conselho Municipal ou Estadual dos Direitos do Idoso, Delegacias de Polícia e Ministério Público Papel do medico → Profissionais aptos a identificar situações de violência no espaço domiciliar → Capacidade de promover ações preventivas contra a violência intradomiciliar do idoso → Planejar uma assistência interventiva e até interprofissional Papel da equipe de saúde → Cabe aos profissionais o suporte, a orientação, o atendimento, a notificação e o encaminhamento adequado → cada situação que deverá ser avaliada de forma particular. → Cabe a elas a identificação dos casos suspeitos ou confirmados de violência, notificando-os; → Desenvolver a promoção de ações de prevenção dessas violências, por meio de educação em saúde com os familiares e estimulando uma rede de proteção à pessoa idosa. → É necessário que o profissional de saúde realize: Identificação Acolhimento (escuta e estabelecimento de vínculos) Registro em prontuário e notificação Orientação e acompanhamento Favorecer e incentivar a denúncia
Compartilhar