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Aula 05 Civil VI Ordem de vocação hereditária, concorrência entre descentes e cônjuge Sucessão do companheiro e a declaração de inconstitucionalidade do art 1970 do cc

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Aula 05 Ordem de vocação hereditária, concorrência entre descendentes e cônjuge. Sucessão do companheiro e a declaração de inconstitucionalidade do art. 1970 do CC
1. As regras específicas para a sucessão dos companheiros (art. 1790) – existia discriminação de regras entre quem era companheiro e cônjuge – foram consideradas inconstitucionais. Agora onde se lê cônjuge nas regras de sucessão, lê-se também companheiro.
2. A sucessão defere-se primeiramente aos descendentes (1º, 2º, 3º e assim sucessivamente até o 12º grau); depois, na ausência dos descendentes, para os ascendentes (também até o 12º grau). Não havendo ascendentes será deferida ao cônjuge (ou companheiro); não havendo nenhum desses, o patrimônio será deferido em favor dos colaterais. Conforme se verifica no art. 1829, CC.
Nota: a herança é deferida aos filhos e só depois aos netos, caso não haja filhos. Os mais próximos excluem os mais remotos. 
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordinário nº 646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694)
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
3. O CC/2002 estabeleceu uma concorrência entre o cônjuge e os descendentes sobre os bens particulares do falecido. Dessa forma o cônjuge poderá receber patrimônio por duas modalidades distintas: meação e causa mortis sucessória. 
4. Para compreender o Inciso I, é preciso saber o que é um regime matrimonial. Regime matrimonial se refere a forma escolhida pelos cônjuges de comunicação de seu patrimônio:
· Separação total ou separação obrigatória: totalmente incomunicáveis (não existe patrimônio comum).
· Comunhão universal de bens: totalmente comunicáveis (todo o patrimônio é comum).
· Comunhão parcial de bens: parcialmente comunicáveis (parte do patrimônio é comum).
5. O inciso I diz que que os descendentes herdam em concorrência com o cônjuge, excetuando 3 hipóteses.
Nota: Toda vez que o herdeiro mear (meação) não irá concorrer com os descendentes em relação ao restante do patrimônio. 
Primeira hipótese de não concorrência: Regime de comunhão universal de bens
Existirá meação, cada qual fica com metade do patrimônio; porém, a título de sucessão, o cônjuge não receberá patrimônio. 
Ex.: A e B, casados sob regime de comunhão total de bens, possuem um patrimônio de 450 mil. Com a morte de A, 225 mil ficarão pra B (por meação), e a outra metade será para os descendentes. 
Segunda hipótese de não concorrência: Regime de separação obrigatória de bens
Não confundir com a separação total. Nos casos de separação obrigatória, é o regime imposto pelo legislador para permitir o casamento em determinados casos. Não haverá nem meação e nem sucessão para o cônjuge. 
Terceira hipótese de não concorrência: regime de comunhão parcial em que o autor não deixou bens particulares
Bens comuns: são os bens que se comunicam entre os cônjuges. Ex.: bens constituídos onerosamente na constância do casamento. 
Bens particulares: são os bens que não se comunicam entre os cônjuges. Ex.: herança, doação exclusiva.
· Se houver apenas bens comuns: haverá meação e o cônjuge sobrevivente não concorrerá no patrimônio remanescente. 
· Se houver apenas bens particulares: não haverá meação, e os bens particulares deixados pelo falecido será objeto de concorrência entre o cônjuge os descendentes. 
· Se houver bens comuns e bens particulares: do patrimônio comum ocorrerá meação, mas não sucessão. E do patrimônio particular (que não se comunica e, portanto, não sofre meação) haverá sucessão. Ex.: A tem patrimônio particular de 50 mil mais um patrimônio comum de 60 mil com B, seu cônjuge. O patrimônio comum (60 mil) sofrerá meação, então 30 mil ficará pra B e 30 mil será pros descendentes (que não concorrerão com o cônjuge em relação a esses 30 mil). Já em relação ao 50 mil (patrimônio particular de A), será destinado a sucessão e B, em relação a esse valor (50 mil), concorrerá com os descendentes.

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