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Manutenção Planejada para Cabos de Aço Utilizados

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Elaboração de uma Estratégia de Manutenção Planejada para 
Cabos de Aço Utilizados na Indústria Offshore 
 
 
Matheus Gondim de Oliveira 
 
 
Projeto de Graduação apresentado ao 
Curso de Engenharia Mecânica da Escola 
Politécnica, Universidade Federal do Rio 
de Janeiro, como parte dos requisitos 
necessários à obtenção do título de 
Engenheiro. 
 
Orientador: 
Prof. Fábio Luiz Zamberlan, D.Sc 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
Setembro de 2018
 
 
iii 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Oliveira, Matheus Gondim de 
 Elaboração de uma Estratégia de Manutenção 
Planejada para Cabos de Aço Utilizados na Indústria 
Offshore / Matheus Gondim de Oliveira – Rio de 
Janeiro: UFRJ / Escola Politécnica, 2018. 
 XIII, 86 p.: il.; 29,7 cm. 
 Orientador: Fábio Luiz Zamberlan 
 Projeto de graduação – UFRJ / Escola Politécnica / 
Curso de Engenharia Mecânica, 2018. 
 Referências bibliográficas: p. 82-85. 
 1. Cabo de Aço 2. Manutenção Planejada 3. Estratégia 
de Manutenção 4. Indústria Offshore I. Fábio Luiz 
Zamberlan. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 
Escola Politécnica, Curso de Engenharia Mecânica. III. 
Título. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
iv 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “Sei lá, sei lá 
 Eu só sei que ela está com a razão” 
Tom Jobim 
 
 
v 
 
AGRADECIMENTOS 
Não seria possível realizar esse trabalho sem o auxílio de várias pessoas, logo a esses 
homens e mulheres, que tanto contribuíram na minha vida acadêmica, profissional e 
pessoal, minha eterna gratidão. 
Ao Professor Fábio Zamberlan, meu muito obrigado por ter aceitado ser meu orientador 
e, nesses últimos meses, ter me fornecido conceitos, comentários e dicas preciosas não só 
sobre a elaboração deste trabalho, mas dessa área fascinante da engenharia que é a 
manutenção. 
Aos professores do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do 
Rio de Janeiro, agradeço profundamente todo o ensino e educação técnica que pude obter 
através das disciplinas, trabalhos, iniciação cientifica e tantas outras atividades que 
realizei durante a faculdade. 
À minha família e meus amigos, só tenho a agradecer por caminharem comigo e 
continuarem caminhando, sem vocês não conseguiria ter chegado aonde estou. 
Cada um participou de uma maneira ímpar na minha vida e esses agradecimentos são uma 
forma de lembrar e homenagear aqueles que tanto fizeram por mim ao longo da minha 
história. 
 
 
vi 
 
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica / UFRJ como parte 
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico. 
 
Elaboração de uma Estratégia de Manutenção Planejada para 
Cabos de Aço Utilizados na Indústria Offshore 
 
Matheus Gondim de Oliveira 
Setembro/2018 
 
 
Orientador: Fábio Luiz Zamberlan 
Curso: Engenharia Mecânica 
 
Esse trabalho visa construir um plano de manutenção para cabos de aço utilizados na 
indústria offshore, especialmente em navios PLSV. Embora haja vários manuais de 
manutenção para cabos de aço feitos por diferentes fabricantes e fornecedores desta 
categoria de ativo, além de normas e guias feitos por diversas entidades internacionais, 
tais recomendações devem ser empregadas somente após conhecimento do cenário e da 
cultura da indústria alvo dessa aplicação. Logo, é este ponto que o projeto final aborda: 
como adaptar essas referências à indústria offshore; buscando responder à pergunta de 
quais critérios deverão ser utilizados para classificação de cabos e quais parâmetros serão 
utilizados nesta definição. Características construtivas, valores e criticidades do 
equipamento, todos esses pontos são abordados após uma revisão bibliográfica extensa 
não só de assuntos técnicos de cabo de aço, mas também de conceitos de manutenção 
industrial. Para que no fim, se chegue a definição de um plano de manutenção e faça sua 
implementação. 
 
Palavras-chave: Cabo de Aço, Manutenção Planejada, Gestão de Ativos. 
 
 
vii 
 
Abstract of Monograph present to Poli/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements 
for degree of Mechanical Engineer. 
 
Elaboration of a Planned Maintenance Strategy for Wire Ropes 
Used in the Offshore Industry 
 
Matheus Gondim de Oliveira 
September/2018 
 
 
Advisor: Fábio Luiz Zamberlan 
 
Course: Mechanical Engineering 
 
This work aims to build a maintenance plan for steel wire ropes used in the offshore 
industry, especially in PLSV vessels. Although there are several maintenance manuals 
for steel wire ropes published by different manufacturers and suppliers of this category 
of asset, in addition to standards and guides made by several international entities, such 
recommendations should be used only after knowing the scenario and the culture of the 
industry targeted by this application. So, this is the objective of this project: how to adapt 
these references to the offshore industry; seeking to answer the question of what criteria 
should be used for wire rope classification and which parameters will be used in this 
definition. Constructive characteristics, values and equipment criticalities, all these points 
are approached after an extensive bibliographical review not only of steel cable technical 
subjects, but also of concepts of industrial maintenance. So that, in the end, the definition 
of a maintenance plan arrives and makes its implementation. 
 
Keywords: Wire Rope, Planned Maintenance, Assets Management. 
 
 
 
viii 
 
SUMÁRIO 
SUMÁRIO ............................................................................................................ viii 
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................. xi 
LISTA DE TABELAS .......................................................................................... xiii 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1 
1.1 MOTIVAÇÃO ................................................................................................ 1 
1.2 OBJETIVO ..................................................................................................... 1 
1.3 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO ............................................................ 1 
2 CONCEITOS BÁSICOS SOBRE CABOS DE AÇO ............................................ 3 
2.1 PROCESSO DE FABRICAÇÃO .................................................................... 3 
2.2 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS ...................................................... 6 
2.2.1 Arame ............................................................................................................... 6 
2.2.2 Perna ................................................................................................................. 7 
2.2.3 Alma ............................................................................................................... 12 
2.3 TIPOS DE CABO ......................................................................................... 14 
2.3.1 Cabo de Aço Pré-Formado ............................................................................. 14 
2.3.2 Cabo de Aço Não Rotativo ............................................................................. 15 
2.4 DIÂMETRO DE UM CABO DE AÇO ......................................................... 17 
2.5 CLASSIFICAÇÃO E ESPECIFICAÇÃO DE UM CABO DE AÇO ............. 18 
2.5.1 Fator de Segurança ......................................................................................... 19 
3 PRÍNCIPIOS DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL ............................................ 20 
3.1 DEFINIÇÃO DE MANUTENÇÃO .............................................................. 20 
3.2 DEFEITO VERSUS FALHA ........................................................................ 20 
3.3 TIPOS DE MANUTENÇÃO ........................................................................22 
3.3.1 Manutenção à Demanda ................................................................................. 22 
3.3.2 Manutenção Preventiva .................................................................................. 23 
3.3.3 Manutenção Preditiva .................................................................................... 24 
3.4 REQUISITOS LEGAIS, AGÊNCIAS REGULAMENTADORAS E NORMAS 
REGULADORAS .............................................................................................. 24 
3.5 TERCEIRIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO ........................ 26 
3.6 CADASTRAMENTO DE EQUIPAMENTOS .............................................. 27 
3.7 PLANOS DE MANUTENÇÃO PLANEJADA ............................................. 28 
3.8 ORDENS DE SERVIÇO & REGISTROS DE MANUTENÇÃO .................. 29 
 
 
ix 
 
4 MANUTENÇÃO EM CABOS DE AÇO ............................................................. 30 
4.1 LIMPEZA .................................................................................................... 30 
4.2 INSPEÇÃO VISUAL ................................................................................... 32 
4.2.1 Inspeção Visual Diária ................................................................................... 32 
4.2.2 Inspeção Periódica .......................................................................................... 33 
4.2.3 Critérios de Descarte ...................................................................................... 35 
4.3 LUBRIFICAÇÃO ......................................................................................... 40 
4.3.1 Intervalos de Lubrificação .............................................................................. 41 
4.3.2 Escolhendo o Tipo de Lubrificante ................................................................ 42 
4.3.3 Efetuando a Lubrificação ............................................................................... 42 
4.3.4 Registros de Lubrificação ............................................................................... 44 
4.4 ENSAIO NÃO DESTRUTIVO – TESTE ELETROMAGNÉTICO ............... 44 
4.4.1 Técnica Empregada ........................................................................................ 45 
4.5 ENSAIO DESTRUTIVO – TESTE DE RUPTURA ...................................... 46 
4.6 RETERMINAÇÃO ....................................................................................... 48 
4.7 FERRAMENTAS PARA A GARANTIA DE INTEGRIDADE DE CABOS DE 
AÇO ................................................................................................................... 50 
5 ELABORAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE CABOS DE AÇO ...................... 52 
5.1 DESAFIO DA INDÚSTRIA OFFSHORE E DAS EMBARCAÇÕES PLSV 52 
5.1.1 Sistemas e Equipamentos de um PLSV .......................................................... 54 
5.2 PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE CATEGORIAS DE MANUTENÇÃO DE 
CABOS DE AÇO ............................................................................................... 61 
5.2.1 Avaliação da Vida Útil Econômica ................................................................ 63 
5.2.2 Análise Valores Mínimos e Máximos por Categoria ..................................... 68 
5.3 DEFINIÇÃO DE PROCEDIMENTO DE MANUTENÇÃO DE CABOS DE 
AÇO ................................................................................................................... 73 
5.4 APLICAÇÃO DO PROCESSO DE GERENCIAMENTO DE CABOS DE AÇO 
EM NAVIOS PLSV ........................................................................................... 74 
5.4.1 Planejamento da Manutenção ......................................................................... 74 
5.4.2 Manutenções Executadas ................................................................................ 75 
5.5 MOMENTO DO DESCARTE ...................................................................... 78 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 80 
6.1 COMENTÁRIOS ......................................................................................... 80 
6.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .......................................... 80 
 
 
x 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 82 
ANEXO A – RELATÓRIO DE RETERMINAÇÃO .............................................. 86 
 
 
 
xi 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 2.1 – Etapas da fabricação de um cabo de aço ...................................................... 4 
Figura 2.2 – Máquina planetária para fabricação de cabos de aço [1] ............................. 5 
Figura 2.3 – Componentes do cabo de aço [2] ................................................................. 6 
Figura 2.4 – Torcedura de cabos de aço [1] ..................................................................... 8 
Figura 2.5 – Perna Filler [6] ............................................................................................. 9 
Figura 2.6 – Perna Seale [6] ........................................................................................... 10 
Figura 2.7 – Perna Warrington [6].................................................................................. 10 
Figura 2.8 – Perna Warrington Seale [6] ........................................................................ 11 
Figura 2.9 – Perna simples [6] ........................................................................................ 11 
Figura 2.10 – Perna compactada [6] ............................................................................... 12 
Figura 2.11 – Passo de cabo de aço [5] .......................................................................... 12 
Figura 2.12 – Alma de fibra [6] ...................................................................................... 13 
Figura 2.13 – Alma de aço [6] ........................................................................................ 13 
Figura 2.14 – Alma de aço por cabo independente [6] ................................................... 14 
Figura 2.15 – Sentido de construção das camadas de um cabo não-rotativo [7] ............ 15 
Figura 2.16 – Características rotativas entre diferentes cabos de aço [8]....................... 16 
Figura 2.17 –Construção anti-giratória [1] ..................................................................... 16 
Figura 2.18 – Medição de diâmetro de cabo de aço [9] ................................................. 17 
Figura 3.1 - Curva P-F [8] .............................................................................................. 21 
Figura 3.2 – Lista das práticas de gestão no SGSO [12] ................................................ 25 
Figura 3.3 – Formação de um plano de manutenção planejada...................................... 28 
Figura 4.1 – Limpeza de um cabo de aço [17] ............................................................... 31 
Figura 4.2 – Seções críticas para inspeção - 1) Tambor; 2 & 3) Polias [19] .................. 32 
 
 
xii 
 
Figura 4.3 – Cabo de aço com arames rompidos [19] .................................................... 35 
Figura 4.4 – Seção transversal de um cabo de aço mostrando corrosão interna [19] ..... 37 
Figura 4.5 – Cabo de aço com ondulação [19] ............................................................... 38 
Figura 4.6 – Detalhe da deformação por ondulação [19] ............................................... 38 
Figura 4.7 – Cabo de aço com gaiola de passarinho [5] ................................................. 39 
Figura 4.8 – Cabo de aço com alma saltada [19]............................................................ 39 
Figura 4.9 – Cabo de Aço com perna de cachorro [5] .................................................... 40 
Figura 4.10 – Métodos de aplicação manual de graxa em cabos de aço [1] .................. 43 
Figura 4.11 – Sistema delubrificação automático [19] .................................................. 43 
Figura 4.12 – Inspeção Eletromagnética [20] ................................................................. 45 
Figura 4.13 – Fluxo magnético durante MRT [21] ........................................................ 46 
Figura 4.14 – Momento do teste destrutivo [6] .............................................................. 47 
Figura 4.15 – Esquemático de um cabo de aço servido por arames [19] ....................... 48 
Figura 4.16 – Reterminação antes da aplicação da resina [22] ...................................... 49 
Figura 5.1 – Embarcação PLSV Skandi Açu [23] .......................................................... 52 
Figura 5.2 – Guincho de Mesa ....................................................................................... 54 
Figura 5.3 – Seção transversal e construção do cabo do guincho de mesa [24] ............. 55 
Figura 5.4 – Seção transversal e construção do cabo do guindaste de serviço [24] ....... 56 
Figura 5.5 - Seção transversal e construção do cabo do guincho de iniciação [24] ....... 57 
Figura 5.6 – Guincho de tração [25] ............................................................................... 58 
Figura 5.7 – Guincho de armazenamento [26] ............................................................... 59 
Figura 5.8 – Seção transversal e construção do cabo do guincho A&R [24] ................. 59 
 
 
 
xiii 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 2.1 – Categorias de resistência à tração [3] .......................................................... 7 
Tabela 2.2 – Principais abreviaturas para cabo de aço ................................................... 18 
Tabela 4.1 – Método de avaliação versus tipo de deterioração [19] .............................. 33 
Tabela 4.2 – Critérios de descarte para redução de diâmetro [19] ................................. 36 
Tabela 4.3 – Critérios para adoção de intervalos de lubrificação [18] ........................... 42 
Tabela 4.4 – Ferramentas para a integridade de cabo de aço: prós e contras [18] ......... 51 
Tabela 5.1 – OS emitidas no período 2015-2016 ........................................................... 53 
Tabela 5.2 – Lista dos equipamentos: guinchos e guindastes ........................................ 60 
Tabela 5.3 – Principais características de cabos por equipamento ................................. 61 
Tabela 5.4 – Atividades de manutenção para cabos da categoria I ................................ 62 
Tabela 5.5 – Atividades de manutenção para cabos da categoria II ............................... 63 
Tabela 5.6 – Tabela de preços – Inspeção ...................................................................... 66 
Tabela 5.7 – Tabela de preços – Teste de ruptura .......................................................... 66 
Tabela 5.8 – Tabela de preços - Reterminação ............................................................... 67 
Tabela 5.9 – Tabela de Preços – Recertificação ............................................................. 67 
Tabela 5.10 – Definição das características de cada categoria de cabo de aço. ............. 74 
Tabela 5.11 – Categorias por equipamento .................................................................... 75 
Tabela 5.12 – Ordens de serviço previstas no período 06/17-06/18 .............................. 75 
Tabela 5.13 – Ordens de serviço no período 06/17-06/18 por tipos de atividades......... 76 
Tabela 5.14 – Ordens de serviço de lubrificação por categoria...................................... 77 
Tabela 5.15 – OS à demanda por equipamento .............................................................. 78 
 
 
1 
 
1 INTRODUÇÃO 
1.1 Motivação 
Cabos de aço são amplamente utilizados em diversas áreas da indústria, também podem 
ser utilizados como elementos chave para meio de transporte de passageiros: funiculares, 
bondinhos, elevadores. 
Dada a grande importância desde componente para o bom funcionamento do sistema no 
qual ele é empregado, se faz necessário uma grande atenção às atividades de manutenção. 
1.2 Objetivo 
Este trabalho tem o intuito de elaborar uma estratégia de manutenção para cabos de aço 
utilizados na indústria offshore, para isso, previamente, iremos fazer uma revisão na 
literatura sobre cabos de aço e manutenção, passando pelos princípios de cada assunto. 
Depois, o leitor será apresentado as principais tarefas de manutenção em cabos de aço e 
como as mesmas são feitas, para, após, chegarmos ao nosso objetivo do trabalho que é 
construir um planejamento de manutenção aplicado a diferentes tipos de cabos de aço 
utilizados nos principais equipamentos de embarcações da indústria de óleo e gás 
offshore. 
1.3 Estruturação do Trabalho 
Este trabalho é composto de seis capítulos, incluindo este capítulo introdutório. Eles 
foram escritos de forma a passar para o leitor a exata compreensão da importância das 
atividades de manutenção em cabos de aço. 
O primeiro capítulo trata do objetivo deste projeto final, apresentando as motivações que 
levaram o autor a escrever este trabalho e resumindo os principais pontos do texto. 
O segundo capítulo tem como objeto de estudo os principais conceitos de um cabo de 
aço: sua estrutura, processo de fabricação, especificação e principais características. 
 
2 
 
O terceiro capítulo discorre sobre a teoria da manutenção, apresentando ao leitor alguns 
conceitos de manutenção e de gestão de ativos. 
O quarto capítulo apresenta as principais atividades de manutenções aplicáveis a um cabo 
de aço, assim como a importância de cada uma delas para o bom gerenciamento da vida 
deste ativo. 
O quinto capítulo apresenta a construção de um plano de manutenção para cabos de aço 
a partir de um caso da indústria offshore, para isso será realizada uma correlação entre os 
conceitos abordados nos capítulos anteriores com os equipamentos utilizados em 
embarcações que operam na costa brasileira, construindo um plano de manutenção para 
cada caso. 
O sexto e último capítulo expõe as considerações finais do trabalho e ideias para futuros 
projetos. 
Por fim, seguem as referências bibliográficas de onde várias definições e conceitos foram 
retirados e, também, fontes as quais o autor deste trabalho pode se basear para dissertar 
sobre o tema; e os anexos que visam complementar e contextualizar o texto das seções 
anteriores trazendo documentos ou modelos de relatórios. 
 
 
3 
 
2 CONCEITOS BÁSICOS SOBRE CABOS DE AÇO 
Cabos de aço são elementos de máquina fundamentais em várias aplicações mecânicas, 
como transporte de pessoas, içamento de cargas, transmissões mecânicas, entre outras; 
logo, entender como é fabricado e suas características construtivas é fundamental para 
elaboração de um plano de manutenção adequado para esta categoria de ativo. Portanto, 
este capítulo aborda os conceitos introdutórios sobre cabos de aço. 
2.1 Processo de Fabricação 
O processo de fabricação de um cabo de aço acontece da seguinte maneira: a matéria-
prima básica para a construção de um cabo de aço é o fio-máquina, um produto de 
laminação a quente, base de vários outros produtos como molas, rebites, esferas de 
rolamento, é recebido em bobinas pelo fabricante de cabos de aço. Esse fio-máquina passa 
por um processo de decapagem química, sucessivos banhos em solução de ácido sulfúrico 
ou ácido clorídrico, para limpá-lo, no intuito de retirar a capa externa de oxido de ferro, 
e de prepará-lo para a trefilação obtendo um arame com todas as características 
necessárias para a fabricação de um cabo de aço [1]. 
A trefilação é um processo a frio, no qual o fio-máquina passa através da máquina de 
trefilar, que reduz o diâmetro do fio em diversas etapas, trefilação grossa e trefilação fina, 
quando submetido as matrizes. A tolerância de saída dos arames trefilados é bastante 
rígida e controlada através de norma como a ISO 2232:1990.As sucessivas passagens 
nas trefilas, faz com que o arame, além de atingir o diâmetro final especificado, adquira, 
também, a resistência à tração necessária para a sua aplicação, graças à deformação 
plástica que é inerente ao processo de trefilação. 
Entre as etapas da trefilação se realiza o patenteamento que é um tratamento térmico que 
visa obter uma estrutura molecular uniforme, dando ao arame uma maior resistência à 
tração e maior tenacidade. Esse processo é efetuado nos arames de diâmetro 
 
4 
 
intermediário, anterior à trefilação fina. Com uma fase isotérmica, atingida através de 
uma imersão em banho de chumbo fundido, os arames a serem patenteados são 
esquentados acima do ponto crítico e depois são resfriados até aproximadamente 550ºC 
e permanecem nessa temperatura alguns segundos antes do seu resfriamento final. Assim, 
o aço está preparado para a última trefilação, que permite atingir as características 
definitivas. O patenteamento é um processo chave para a qualidade final do cabo de aço. 
Os arames também podem ser galvanizados, que se baseia em uma imersão em zinco 
fundido, podendo ser em linha com o patenteamento ou após a última trefilação. Arames 
não galvanizados são levados a um banho de fosfato prévio à trefilação. 
 
Figura 2.1 – Etapas da fabricação de um cabo de aço 
Uma amostragem de cada bobina fabricada é realizada para que haja um controle da 
qualidade do arame, pois isso é fundamental para garantir a qualidade do cabo. Por 
exemplo, são feitos testes laboratoriais de: 
• Diâmetro e ovalização; 
• Estado superficial; 
• Resistência à tração; 
• Ductilidade; 
Fio Máquina Trefiladora Arame
Máquinas de 
EncordoamentoPerna
Máquina de 
Cabo Fechado
Cabo de Aço
 
5 
 
Nos arames galvanizados também é controlado a espessura e centralização da camada de 
zinco, assim como a aderência dessa camada. 
Após todo processo explicitado anteriormente, o arame, que foi originado a partir do fio 
máquina, é levado a máquina de encordoamento para a primeira etapa da produção do 
cabo de aço que consiste na torção helicoidal dos arames em torno de um arame central 
para a formação das pernas. Essa construção pode ser feita de diversas maneiras, tipos de 
perna, e em uma ou mais etapas, porém quanto maior o número de operações o cabo terá 
um desempenho e uma vida útil menor devido ao posicionamento dos fios, levando a uma 
menor flexibilidade, menor resistência à compressão lateral e menor uniformidade na 
distribuição de carga entre os arames. Durante esse processo de fechamento, o arame é 
lubrificado com um lubrificante especifico para cada tipo de uso. 
 
Figura 2.2 – Máquina planetária para fabricação de cabos de aço [1] 
A última etapa de fabricação do cabo é a torção das pernas ao redor da alma. Após todo 
o processo é realizado testes de ruptura, eletromagnético, envelhecimento artificial por 
fadiga, inspeção visual, entre outros, que fornecem dados para a emissão do tipo de 
certificado exigido e, também, para o desenvolvimento e aprimoramento de produtos. 
 
6 
 
2.2 Características Construtiva 
A estrutura de um cabo de aço é formada por três componentes principais, representados 
na figura 2.3, que são: arames, pernas e a alma. 
 
Figura 2.3 – Componentes do cabo de aço [2] 
O arame é o elemento base para a montagem do cabo [1] e tal montagem é feita da 
seguinte forma: 
• Os arames são torcidos ao redor de um arame central em uma ou mais camadas 
de um modo específico formando a perna. 
• As pernas são torcidas ao redor de outro elemento central, a alma, constituindo o 
cabo de aço. 
2.2.1 Arame 
Os arames são as unidades básicas para a construção do cabo de aço. Os arames utilizados 
em cabos de aço são fios de aço estirados a frio, de alta resistência mecânica. O processo 
de fabricação com técnicas específicas visa obter as propriedades abaixo de acordo com 
a aplicação do cabo: 
• resistência à tração; 
• ductibilidade; 
• resistência ao desgaste; 
• pequena variação dimensional devido à variação de temperatura; 
 
7 
 
• resistência à corrosão. 
Embora seja intuitivo que a carga de ruptura mínima, CRM, de um cabo de aço aumente 
conforme o diâmetro do mesmo, a resistência à tração do arame é um fator que pode 
elevar esta carga. A tabela 2.1 apresenta algumas categorias de resistência na qual o cabo 
pode ser fabricado, segundo norma ISO 10425:2003 [3]. 
Tipo Sigla 
Faixa de Resistência à 
Tração (N/mm²) 
Plow Steel PS 1370 – 1770 
Improved Plow Steel IPS 1570 – 1960 
Extra Improved Steel EIPS 1770 – 2160 
Extra Extra Improved Steel EEIPS 1960 – 2160 
Tabela 2.1 – Categorias de resistência à tração [3] 
O acabamento superficial dos arames é importantíssimo para um bom condicionamento 
do cabo, podemos lubrificar, galvanizar ou apenas polir os fios dependendo do uso. 
Os arames polidos não possuem acabamento superficial, geralmente usados em cabos 
para escavadeiras, pontes rolantes, guinchos onde não há exposição a ambientes 
corrosivos ou outro tipo de deterioração. 
Visando a proteção contra corrosão e desgaste devido ao atrito entre os arames, os cabos 
podem ser lubrificados interna e externamente, salvo especificação em contrário. 
Os cabos de aço sujeitos a ambientes agressivos ou em contato com água, necessitam de 
uma proteção adicional contra a corrosão. Essa proteção pode ser feita através da 
galvanização dos arames, sendo realizada na bitola final ou numa bitola intermediária que 
será novamente trefilada, levando a uma camada de zinco uniforme, nesse último caso 
será um arame galvanizado retrefilado. 
2.2.2 Perna 
Perna de um cabo de aço, segundo a definição adotada pelo INMETRO, é um conjunto 
de arames torcidos no mesmo sentido, podendo ter mais de uma camada, dispostos ao 
 
8 
 
redor de um arame central [4]. Porém, o modo que cada perna é construída e a torcedura 
ao redor da alma do cabo influencia as características do cabo. 
2.2.2.1 Tipos de Torceduras 
As pernas são compostas de arames torcidos em torno de um núcleo, podendo ser: 
• Torcedura à esquerda (S): quando as pernas são torcidas entorno da alma para 
esquerda; 
• Torcedura à direita (Z): quando as pernas são torcidas entorno da alma para 
direita. 
E, dependendo do tipo de utilização do cabo, a orientação entre o arame e a perna pode 
ser diferente, como mostrado na figura 2.4 e descrito abaixo. 
 
Figura 2.4 – Torcedura de cabos de aço [1] 
• Torcedura Regular / Diagonal / Cruzada: os fios de arame e as pernas são torcidos 
em sentidos opostos, logo, o cabo não tendem a torcer, sendo mais fáceis de 
manusear, dando maior estabilidade quando o cabo é solicitado. Porém, são menos 
 
9 
 
resistentes à tração e ao desgaste por abrasão [1]. Essa torção é a mais 
recomendada na maior parte das aplicações da indústria. 
• Torcedura Lang / Parelela / Plana: os arames e as pernas são torcidos no mesmo 
sentido, embora mais difíceis de manusear, esse tipo de torção possui maior 
resistência à fadiga e à abrasão [1]. 
• Torcedura Alternada: Lang e Regular. 
2.2.2.2 Tipos de Perna 
A construção das pernas é um fator importantíssimos para a característica e tipo de 
aplicação do cabo de aço, existindo vários tipos de construção, os próximos tópicos 
apresentarão os tipos mais comuns de construção, assim como suas respectivas 
propriedades. 
2.2.2.2.1 Perna Filler 
O espaço existente entre duas camadas é preenchido com um arame de pequeno diâmetro. 
Esse tipo de construção resulta numa melhor resistência ao esmagamento e, também, 
aumenta a seção metálica do cabo [1, 5, 6]. 
 
Figura 2.5 – Perna Filler [6] 
A composição mais comum é: 12 + 6 / 6 + 1, como mostrado na figura 2.5. 
2.2.2.2.2 Perna Seale 
A camada externa é composta por fios maiores e a interna por fios menores, estes últimos 
posicionados nos vales dos fios maiores. Devido ao maior diâmetro dos arames da camada 
 
10 
 
externa, essa construção possibilita umagrande resistência à abrasão [1, 5, 6]. A composição 
mais comum é a 9+9+1, apresentada na figura 2.6. 
 
Figura 2.6 – Perna Seale [6] 
2.2.2.2.3 Perna Warrington 
A camada externa consiste em arames de grandes e pequenos diâmetros se alternando 
entre si. O cabo é torcido com pernas de fios de vários diâmetros. Cada fio se aloja no 
sulco formado por dois arames internos, logo os fios não se interceptam, reduzindo as 
pressões específicas entre os fios o que aumenta a flexibilidade e a resistência à fadiga, 
característica que favorecem uma maior vida desses cabos [1, 5, 6]. 
 
Figura 2.7 – Perna Warrington [6] 
O tipo de perna mais usado é o 6 / 6 + 6 + 1, conforme mostrado na figura 2.7. 
2.2.2.2.4 Perna Warrington Seale 
Os arames estão distribuídos em três camadas mais o arame central. As camadas internas 
possuem o estilo da construção Warrington e as externas são semelhantes a construção 
Seale, conforme ilustrado na figura 2.8. Essa construção combina as principais 
características de cada composição, proporcionando ao cabo alta resistência à abrasão da 
 
11 
 
construção Seale e a alta resistência à fadiga mais a boa flexibilidade da construção 
Warrington [1, 5, 6]. 
 
Figura 2.8 – Perna Warrington Seale [6] 
2.2.2.2.5 Perna Simples 
Neste tipo de construção, ilustrado na figura, todos arames possuem o mesmo diâmetro. 
É uma construção comumente usada em cordoalhas, cabo de aço para transmissão de 
energia elétrica, cabos para transmissão mecânica, como os usados na indústria 
automobilística, e cabos utilizados para fins estáticos [1, 5, 6]. 
 
Figura 2.9 – Perna simples [6] 
2.2.2.2.6 Perna Compactada 
Formada através do processo de compactação, este tipo de construção aumenta o fator de 
encablamento do cabo sem ter que aumentar o diâmetro do mesmo, contribuindo a uma 
maior área metálica e, consequentemente, uma maior carga de ruptura mínima [1, 5, 6]. 
 
12 
 
 
Figura 2.10 – Perna compactada [6] 
2.2.2.3 Passo 
O passo de um cabo de aço é a distância, medida paralelamente ao eixo do cabo, 
necessária para que uma perna faça uma volta completa em torno do próprio eixo do cabo, 
como mostrado na figura 2.11. 
 
Figura 2.11 – Passo de cabo de aço [5] 
2.2.3 Alma 
A alma é a parte central do cabo, ela serve de suporte para os arames e pernas. Também 
chamada de núcleo, pode ser fabricada a partir de diversos tipos de materiais, porém os 
mais comuns empregados na indústria offshore são de fibra ou de aço. 
2.2.3.1 Alma de Fibra (AF/AFA) 
A alma pode ser composta de fibras naturais (AF) ou artificiais (AFA). Quando produzido 
a partir de fibras vegetais naturais, normalmente de sisal, são embebidos em óleo para 
redução do desgaste produzido pelo atrito entre os fios e, também, para proteção contra 
corrosão e desgaste [1]. 
 
13 
 
Os núcleos compostos de fibras artificiais, normalmente polipropileno, têm a vantagem 
de não se deteriorar em contato com a água ou substâncias corrosivas e agressivas. 
Contudo, seu valor é mais elevado, sendo utilizados apenas em casos especiais. 
Este tipo de núcleo dá uma excelente flexibilidade ao cabo, além de proporcionar uma 
maior retenção de lubrificante. 
 
Figura 2.12 – Alma de fibra [6] 
2.2.3.2 Alma de Aço (AA) 
Este tipo de núcleo é formado por uma perna do próprio cabo de aço, sendo mais simples 
para produzir, leva a uma redução no custo de fabricação [1]. 
 
Figura 2.13 – Alma de aço [6] 
Este tipo de construção, como ilustrado na figura 2.13, é aconselhável para cabos de 
pequenos diâmetros. 
2.2.3.3 Alma de Aço Formada por Cabo Independente (AACI) 
A alma é formada por um cabo de aço independente, combinando características de 
flexibilidade e com uma maior carga de ruptura mínima, é o modelo de núcleo mais 
FC Fibre Core
Wire Strand Core
 
14 
 
utilizado [1]. Essa construção também proporciona uma maior tolerância ao 
esmagamento, à distorção e uma maior resistência à fadiga. 
 
Figura 2.14 – Alma de aço por cabo independente [6] 
2.3 Tipos de Cabo 
2.3.1 Cabo de Aço Pré-Formado 
Durante o processo de fabricação de um cabo pré-formado é aplicado um processo 
adicional, que faz com que as pernas e os arames fiquem torcidos na forma helicoidal, 
permanecendo dentro do cabo na sua posição natural, ou seja, acompanhando a disposição 
do mesmo. Isto resulta em fios descarregados, não sujeitos a tensões internas. Logo, os cabos 
não tendem a se distorcer caso as amarras em suas extremidades forem desfeitas, facilitando 
reterminações e emendas nos cabos. As principais vantagens do cabo pré-formado são [1]: 
• Redução de tensões internas; 
• Distribuição uniforme das cargas entre as pernas, com consequente maior 
equilíbrio do cabo; 
• Em caso de rompimento de um arame, este permanecerá na sua posição normal, 
não se projetando para fora, o que o tornaria perigoso durante manuseio do cabo. 
No cabo não pré-formado os arames e as pernas têm a tendência de endireitar-se, logo a 
força necessária para mantê-los em posição ocasiona tensões internas que se somam as 
cargas provocadas durante serviço quando o cabo passa por polias ou em tambor, 
diminuindo a vida do cabo. 
Independent Wire Rope 
Core (IWRC)
 
15 
 
2.3.2 Cabo de Aço Não Rotativo 
Um cabo de aço, quando submetido à ação de uma carga, tende a girar sobre o seu eixo. 
Tal fato é devido à torcedura helicoidal dos arames e das pernas ao redor da alma do cabo. 
O sentido do giro é inverso ao enrolamento do cabo, fazendo com que o cabo sempre 
procure a se desenrolar. Em algumas utilizações como em guindastes e em guinchos de 
Abandono & Recolhimento (A&R), além da probabilidade de abertura do cabo, 
problemas como o enroscamento dos cabos em operações com sistemas de duas ou mais 
linhas leva a uma condição crítica e perigosa para o cabo e para a segurança em geral. 
 
Figura 2.15 – Sentido de construção das camadas de um cabo não-rotativo [7] 
A solução para evitar o exposto acima consiste no uso de cabos de aço não rotativos, 
devendo ser empregados para o levantamento de cargas não guiadas, que podem 
rotacionar livremente. Pois, um cabo “Não-Rotativo” ou “Resistente à Rotação” tem uma 
menor tendência de giro sobre seu próprio eixo, graças à sua construção em múltiplas 
camadas, onde cada camada de perna externa e interna possui uma inversão de torção 
entre elas, conforme mostrado na figura 2.15, logo, o momento torsor sob tensão tende a 
ser anulado. 
 
16 
 
 
Figura 2.16 – Características rotativas entre diferentes cabos de aço [8] 
A figura 2.17 mostra construções com propriedades não-rotativa, como a 19x7 possui 
uma excelente resistência à tração, porém com níveis médios de flexibilidade e resistência 
ao esmagamento. Contudo outras construções são possíveis, como a 34x7 que é mais 
flexível e mais eficiente como anti-giratório, porém a estabilidade é menor. 
 
Figura 2.17 –Construção anti-giratória [1] 
Os cabos de aço resistentes à rotação devem ser utilizados com cautela, aplicando fatores 
de segurança mais altos do que os utilizados em cabos convencionais. O comportamento 
quanto ao desgaste e a ruptura desses cabos também são diferentes, levando a uma 
necessidade de utilizar critérios específicos de manuseio, uso e inspeção [1]. Alguns 
cuidados especiais são apresentados a seguir: 
• Atenção ao ser desenrolado da bobina, como na sua instalação na máquina, pra 
que o cabo não sofra distorções ou nós que possam inutilizá-lo. 
 
17 
 
• Muito sensível às variações bruscas de cargas, gaiolas de passarinho podem 
ocorrer durante sobrecarga o que poderá inutilizar o cabo, exigindo um manejo 
suave durante operação; 
• Evitar que o cabo resistente à rotação sofra rotação durante a operação; 
• Na ancoragem, é importante que todas as pernas do cabo fiquem bem presas, 
inclusive as internas. Por isso é recomendado o uso de soquetes cônicos. 
• Este cabo deve ser armazenado em tambor com canal e com dimensõessuficientes 
para evitar a superposição de diversas camadas. 
• Geralmente recomendado para equipamentos que trabalham com apenas uma 
linha de cabo ou quando o sistema possui duas linhas muito próximas e a altura 
de elevação muito alta. 
Em virtude de todos os cuidados especiais que são requeridos na instalação, manuseio e 
operação desse tipo de cabo, é recomendado limitar seu emprego apenas aos casos 
indispensáveis. 
2.4 Diâmetro de um Cabo de Aço 
O diâmetro nominal de um cabo de aço é aquele pelo qual o cabo é designado, ou seja, é 
o diâmetro encontrado nas tabelas normalizadas com sua correspondente tolerância. 
De acordo com manuais de cabos como o da CIMAF, referência [5], o diâmetro de um 
cabo de aço deve ser medido pela circunferência que o circunscreve, com o auxílio de um 
instrumento de medição, normalmente o paquímetro. Logo, podemos medir o diâmetro 
do cabo conforme a instrução da figura 2.18. 
 
Figura 2.18 – Medição de diâmetro de cabo de aço [9] 
 
18 
 
Para obtermos o diâmetro real do cabo, devemos realizar diversas medidas, estas 
medições devem ser feitas numa parte reta do cabo, em 2 posições com espaçamento 
mínimo de 1 m. Em cada posição, devem ser efetuadas duas medições, perpendiculares 
uma a outra (girando 90º), a média dessas 4 medições deve ser o diâmetro real. 
2.5 Classificação e Especificação de um Cabo 
As principais abreviaturas utilizadas nos cabos de aço são apresentadas na tabela abaixo: 
Descrição Abreviatura 
Regular O 
Filler F 
Seale S 
Warrington W 
Warrington Seale WS 
Compacta K 
Torcedura Regular à Direita sZ 
Torcedura Regular à Esquerda zS 
Torcedura Lang à Esquerda sS 
Torcedura Lang à Direita zZ 
Tabela 2.2 – Principais abreviaturas para cabo de aço 
Deve ser indicado na especificação de um cabo de aço os seguintes pontos: 
• Diâmetro; 
• Construção (número de pernas, arames e composição: Seale, Filler, Warrington 
ou outra); 
• Tipo de Alma (fibra ou aço); 
• Torção (regular ou lang / direita ou esquerda); 
• Pré-formação (pré-formado, não pré-formado ou semi pré-formado); 
• Lubrificação (com ou sem lubrificação); 
• Categoria de resistência dos arames à tração (IPS, EIPS, EEIPS) 
• Carga de Ruptura Mínima (CRM); 
 
19 
 
• Acabamento (polido ou galvanizado); 
• Indicação da aplicação; 
• Comprimento; 
2.5.1 Fator de Segurança 
O fator de segurança é um item importantíssimo para a boa seleção de um cabo de aço, 
pois determinará qual será a carga máxima de trabalho a partir do conhecimento da carga 
de ruptura mínima, CRM. 
𝐶𝑀𝑇 = 
𝐶𝑅𝑀
𝐹𝑆
 
Segundo a norma DNVGL-ST-0378, referência [10], o fator de segurança (FS) para cabos 
de aço utilizados em aplicações offshore, deve ser calculado através da fórmula abaixo, 
porém este deve ser entre 3 e 5. 
𝐹𝑆 = 
104
0,885 × 𝐶𝑀𝑇 + 1910 
 
Onde, a carga máxima de trabalho, CMT, deve ser expressa em kN. 
 
 
20 
 
3 PRINCÍPIOS DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL 
Compreender os conceitos teóricos de manutenção, como as definições de cada tipo de 
manutenção, de falha e defeito, de classificação de equipamentos, entre outros, se faz 
necessário para realizar, na prática, um bom gerenciamento de ativos. Portanto, neste 
capítulo serão abordados alguns princípios sobre manutenção industrial que irão 
influenciar os capítulos futuros onde serão desenvolvidas ferramentas para manter a 
integridade de cabos de aço. 
3.1 Definição de Manutenção 
O conceito de manutenção é bastante diversificado, porém intuitivo. Por exemplo, a 
norma NBR 5462:1994, referência [11], traz a seguinte definição: 
Combinação de todas as ações técnicas e administrativas, incluindo as de 
supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no qual 
possa desempenhar uma função requerida. Nota: A manutenção pode incluir uma 
modificação do item. 
Palavras-chaves como manter, restabelecer, conservar, restaurar e preservar são utilizadas 
nas definições de manutenção. Essas expressões são sempre acompanhadas da função do 
equipamento, logo, a manutenção, através dessas ações, atua diretamente no atendimento 
da função do equipamento ou do sistema dentro de padrões prescritos. 
3.2 Defeito versus Falha 
Embora muitas vezes tratados como sinônimos, defeitos e falhas não são conceitos iguais. 
Muito importantes para a manutenção, possuem as seguintes definições segundo a norma 
NBR 5462:1994 como: 
• Defeito: Qualquer desvio de uma característica de um item em relação aos seus 
requisitos. Notas: 
 
21 
 
a) Os requisitos podem, ou não, ser expressos na forma de uma 
especificação. 
b) Um defeito pode, ou não, afetar a capacidade de um item em desempenhar 
uma função requerida. 
• Falha: Término da capacidade de um item desempenhar a função requerida. 
Notas: 
a) Depois da falha, o item tem uma pane. 
b) A “falha” é um evento; diferente de “pane” que é um estado. 
Logo, as definições apresentadas acima podem ser sintetizadas na seguinte comparação: 
defeito é uma anormalidade do sistema que não o impossibilita de permanecer em 
funcionamento, já a falha é uma consequência de alguma ocorrência que acarreta na 
indisponibilidade operativa temporária, intermitente ou permanente [12]. 
Logo, classificar uma ocorrência em falha ou defeito depende da definição da função do 
equipamento, não sendo uma tarefa trivial. Pois, a condição de falha está ligada à não 
execução do conceito de funcionamento para o qual o equipamento foi criado. 
 
Figura 3.1 - Curva P-F [8] 
 
22 
 
Acima, a figura mostra uma representação gráfica da sequência de acontecimentos de 
falha e defeito, onde o P (falha potencial ou latente, similar ao conceito apresentado de 
defeito) antecede o F (falha funcional ou concreta, semelhante ao conceito apresentado 
de falha). 
Para título de informação, a norma NBR 5462:1994 também possui a definição de pane, 
que é a seguinte: 
• Pane: Estado de um item caracterizado pela incapacidade de desempenhar uma 
função requerida, excluindo a incapacidade durante a manutenção preventiva ou 
outras ações planejadas, ou pela falta de recursos externos. Nota: Uma pane é 
geralmente o resultado de uma falha de um item, mas pode existir sem uma falha 
anterior. 
3.3 Tipos de Manutenção 
A manutenção é executada nas indústrias em combinações de seus diferentes tipos, porém 
podemos classificá-las em cinco técnicas: à demanda ou imprevista, preventiva, 
sistemática, preditiva e otimização de manutensibilidade [13]. Três dessas técnicas serão 
abordados nesta seção a partir dos conceitos definidos pelo autor citado anteriormente e 
também por norma. 
3.3.1 Manutenção à Demanda 
A manutenção à demanda, imprevista ou de emergência é uma manutenção que trata 
falhas concretas, ou seja, somente após de uma parada imprevista da máquina ou 
equipamento é que são tomadas ações corretivas. Embora não possua muitas vantagens 
econômicas, nem operacionais, esta técnica gera menor custo de atendimento. Porém, são 
poucos equipamentos que justificam o emprego exclusivo desta técnica, como por 
exemplo peças sobressalentes ou fora de serviço (stand-by), de baixo valor, de grande 
simplicidade operacional. 
 
23 
 
No entanto, reduzir a manutenção imprevista à zero não é possível, pois além de ser 
inviável tecnicamente, devido a presença de falhas imprevistas em toda a vida do 
equipamento. Logo, a quantidade de manutenções à demanda depende do nível de 
confiabilidade que se deseja para o sistema. 
3.3.2 Manutenção Preventiva 
Segundo a norma NBR 5462:1994, a manutenção preventiva é efetuada em intervalos 
predeterminados, ou de acordo com critérios prescritos, destinada a reduzir a 
probabilidade de falha ou a degradação do funcionamento de um item. 
Contrária à política de manutenção corretiva, a manutenção preventiva tem como objetivo 
evitar a ocorrência de falhas concretas. E, em determinados setores onde o fator segurança 
se sobrepõe aos demais, adotar a manutençãopreventiva é uma excelente prática. 
A manutenção preventiva será tanto mais conveniente quanto maior for a simplicidade na 
reposição; quantos mais altos forem os custos de falhas; quanto mais falhas prejudicarem 
a produção e quanto maiores forem as implicações das falhas na segurança pessoal e 
operacional. 
Após uma manutenção preventiva o equipamento pode estar tão bom quanto um novo ou 
em péssimas condições, dado que, por exemplo, em caso de falta de capacitação do 
técnico, falha no procedimento de manutenção e/ou falta de peças sobressalentes, defeitos 
não existentes podem ser introduzidos no sistema. 
A manutenção preventiva periódica é baseada em intervalo de tempo pré-definido, tempo 
calendário ou horas operação, e não considera o estado e a condição do equipamento, 
podendo acarretar em realizações de tarefas muitas vezes desnecessárias. A definição de 
periodicidade de manutenção deve ser estipulada para cada instalação, levando-se em 
conta as instruções de manutenção fornecidas pelo fabricante do equipamento, mas 
também as condições ambientes e de operação do equipamento. 
 
24 
 
3.3.3 Manutenção Preditiva 
Mediante o acompanhamento, medição, análise e comparação de índices e parâmetros 
indicativos do estado, condição e comportamento do sistema ou equipamento, 
comparados com seus respectivos padrões de desempenho ótimos, a manutenção 
preditiva visa detectar falhas latentes, prevenindo possíveis panes através de correções no 
ativo [13]. 
Exemplos como medição de temperatura, de vazão e de pressão, exames não-destrutivos 
por partículas magnéticas, por líquido penetrante e por ultrassom, análise de vibração, 
entre outras, compõe atividades que podem ser classificadas como manutenção preditiva. 
Todas essas ações têm como vantagem: 
• Uma maior confiabilidade na detecção de falhas latentes; 
• Um melhor aproveitamento da vida útil de cada elemento do equipamento 
(rolamentos, por exemplo); 
• Um maior conhecimento das condições de operação do sistema. 
Porém, grande parte das tarefas de manutenção preditiva requer pessoal capacitado e 
treinado para realização e análise dos resultados, além de possuir um alto custo com 
necessidade de equipamentos e instrumentação específica. 
3.4 Requisitos Legais, Agências Regulamentadoras e Normas Reguladoras 
Devido à uma série de riscos inerentes às operações da indústria de petróleo e gás 
offshore, a mesma é submetida à uma série de requisitos legais e normativos que regulam 
esta atividade. Portanto, para que a unidade opere com segurança e conforme as leis 
vigentes, os requisitos mínimos devem ser atendidos, contudo há impactos nas atividades 
de manutenção. 
Um exemplo de requisito obrigatório são as Normas Regulamentadoras do Ministério do 
Trabalho, devendo o responsável pela instalação garantir o bom atendimento de todos os 
 
25 
 
seus requisitos. A NR-12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos é um 
bom exemplo, quando diz que: 
12.111 As máquinas e equipamentos devem ser submetidos à manutenção 
preventiva e corretiva, na forma e periodicidade determinada pelo fabricante, 
conforme as normas técnicas oficiais nacionais vigentes e, na falta destas, as 
normas técnicas internacionais. 
Outras Normas Regulamentadoras, como a NR-10 – Segurança em Instalações e Serviços 
em Eletricidade e a NR-13 – Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulação também 
especificam pontos importantes e compulsórios para a manutenção de outros tipos de 
equipamentos. 
 
Figura 3.2 – Lista das práticas de gestão no SGSO [12] 
Os órgãos reguladores como a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e 
Biocombustíveis) também publicam regulamentos técnicos que norteiam as atividades 
deste setor [12], pois é dela o papel de fiscalização das atividades de exploração e 
produção de petróleo e gás natural, de acordo com o previsto na Lei nº 9.478/1997. 
 
26 
 
Exemplos são os Sistemas de Gerenciamento em Segurança, como o SGSO (Sistema de 
Gerenciamento da Segurança Operacional) e o SGSS (Sistema de Gerenciamento da 
Segurança Operacional de Sistemas Submarinos). O SGSO, apresenta como requisito 
necessário para as empresas que atuam no mercado de óleo e gás 17 práticas de gestão. 
A figura 3.2 apresenta as práticas divididas em três grandes categorias. 
Na categoria “Instalações e Tecnologia”, a prática de gestão n° 13, que se refere a 
integridade mecânica das instalações, exige das empresas certos pontos relativos a 
manutenção e a integridade dos componentes, como o mencionado abaixo: 
13.2.2 Estabelecer procedimentos de inspeção, teste e manutenção que 
contenham instruções claras para condução segura das atividades. 
Outro conjunto de requisitos mínimos aplicado à indústria offshore é a SOLAS – 
Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar, que tem por 
propósito estabelecer padrões mínimos para, dentre outros pontos, os procedimentos de 
inspeções e emissão de certificados de navios e embarcações. 
3.5 Terceirização dos Serviços de Manutenção 
No caso da indústria offshore, uma das atividades-meio (aquela intimamente ligada a 
atividade fim da empresa) é a manutenção. Neste sentido, na busca de maior economia, 
melhor qualidade e atendimento se busca construir parcerias pelo meio da terceirização 
de certas atividades de manutenção, não sendo o objetivo fechar o departamento de 
manutenção da empresa, mas sim transferir para terceiros algumas atividades que 
agregam competitividade empresarial, baseada numa relação de parceria. 
Os próximos capítulos vão descrever certas atividades de manutenção em cabos de aço 
que necessitam de um vasto conhecimento e de pessoas capacitadas para execução dessas 
tarefas, ou seja, demanda uma vocação do colaborador que irá executar esta tarefa. E, ao 
invés, de treinar o pessoal da própria empresa gerando custos extras (treinamentos, 
 
27 
 
workshops, compra de materiais, etc.) para realizar serviços pontuais, será escolhida a 
opção de contratar prestadores de serviços especializados para realizar essas tarefas com 
maior eficiência sem termos custos diretos e indiretos associados às atividades. 
Embora haja vantagens na terceirização, o gestor deve escolher quais atividades devem 
ser terceirizadas, evitando possíveis impactos gerados na atividade-fim da empresa. 
Também deve-se dar atenção se existem empresas no mercado capazes de prestar o 
serviço demandado com qualidade e segurança, tomando cautela para não criar uma 
grande dependência na terceirizada [16]. Outro critério importante na hora de contratar 
uma terceirizada é a garantia que a mesma irá se adequar as normas adotadas pela 
contratante, pois, como vimos na seção anterior, a indústria offshore possui vários agentes 
e normas regulamentadoras que devem ser seguidas, seja pela contratante ou pela 
contratada. 
3.6 Cadastramento de Equipamento 
Para um bom gerenciamento dos ativos, a organização deve ter algum meio de 
identificação do equipamento dentre os inúmeros sistemas que uma planta industrial 
possa ter, para isso a criação de uma ficha cadastral de equipamentos é um elemento 
importante para o melhor conhecimento dos ativos de uma planta [13]. Alguns atributos 
que devem constar nessa ficha cadastral são: 
• Classe (por exemplo: motor, compressor, cilindro hidráulico, etc.); 
• Identificação através de código único; 
• Descrição; 
• Fabricante; 
• Modelo; 
• Número de Série; 
 
28 
 
• Dados Específicos (por exemplo: dimensão, peso, potência, resistência, material, 
etc.); 
• Desenhos e certificados. 
3.7 Planos de Manutenção Planejada 
Como mostrado na figura, o plano de manutenção planejada é o resultado da união de 
equipamento, da tarefa e da frequência de realização do serviço. A construção de um 
plano de manutenção deve levar em conta os equipamentos que serão alvos da atividade 
de manutenção, o ideal é que seja listado os ativos de uma mesma localização da plantano intuito de diminuir o tempo gasto com deslocamento. 
 
Figura 3.3 – Formação de um plano de manutenção planejada 
A tarefa é a ação que será executada no ativo, ela deve ter sua especialidade (elétrica, 
mecânica, hidráulica, etc.) e suas instruções técnicas e de segurança (abertura de 
permissão de trabalho, lista de EPIs necessários, etc.) bem definidas, caso haja 
necessidade ela também deve fazer referência a documentos como normas, desenhos, 
manuais do fabricante e procedimento. Por último, caso se opte pela manutenção baseada 
em tempo calendário, como mencionado na subseção 3.3.2, a definição de periodicidade 
deve ser feita de forma que se otimize o custo de manutenção, sem efetuar demasiadas 
Plano de 
Manutenção
Planejada
Equipamento
Tarefa
Frequência
 
29 
 
atividades, além de seguir as instruções do fabricante e adaptar ao tipo de utilização do 
equipamento. 
3.8 Ordens de Serviço & Registros de Manutenção 
A ordem de serviço é um documento gerado a partir de um plano de manutenção no 
momento em que se deseja executar uma tarefa ou conjunto de tarefas em um ou mais 
equipamentos. Documento essencial que fornecerá maiores detalhes sobre a instalação e 
as ações de manutenção efetuadas, será o histórico das instalações. Imperativo que cada 
ordem de serviço tenha um código de identificação único para melhor rastreabilidade. 
É importante que o responsável pela execução da ordem de serviço registre os seguintes 
pontos neste documento: 
• Registro do material consumido e de horas-homens gastas, assim como 
identificação do responsável pela execução da OS; 
• Registro das atividades desenvolvidas; 
• Comentários e descrição das possíveis falhas com avaliação da possível causa 
raiz; 
• Registro do tempo improdutivo; 
O preenchimento de uma ordem de serviço deve ser realizado por quem executou a 
atividade demandada, porém deve ser revisado pelo seu supervisor direto para que seja 
feita uma verificação e aprovação das atividades desenvolvidas. 
Caso, durante a realização da atividade, seja criado outros documentos, tais como 
certificados ou relatórios, estes deverão ser anexados a ordem de serviço e deverão ser 
mencionados em campo apropriado. 
 
 
30 
 
4 MANUTENÇÃO EM CABOS DE AÇO 
Cabo de aço é um equipamento complexo e muito sensível a danos e desgastes, a falta de 
manutenção adequada pode levar a sérios incidentes e acidentes ao equipamento, à 
operação, aos colaboradores e ao meio-ambiente. 
A correta manutenção em intervalos ideais pode aumentar a expectativa de vida do ativo, 
além de gerar maior segurança a atividade a qual este equipamento é utilizado. Porém, 
apesar de uma boa manutenção no cabo deva ser preconizada, seus acessórios e 
equipamentos auxiliares, como: tambor, polia, soquetes, etc., também devem ter uma 
manutenção para a preservação do sistema como um todo. 
As principais tarefas de manutenção em cabos de aço serão abordadas neste capítulo. 
Onde, em cada seção, haverá uma descrição da tarefa e da sua importância para a 
preservação do ativo. 
Qualquer atividade de manutenção deve ser realizada por pessoal qualificado e com a 
utilização dos materiais adequados para a correta execução da tarefa e, principalmente, 
de maneira segura com mínimos riscos de danos ao equipamento, ao ambiente e à saúde 
do colaborador. 
4.1 Limpeza 
Durante o uso do cabo de aço, impurezas e sujeiras do ambiente podem facilmente entrar 
na estrutura do cabo, por isso, segundo manuais de fornecedores de cabo de aço, como o 
da Huisman, referência [17], é recomendado realizar limpezas regulares no cabo de aço. 
Essa tarefa é altamente recomendada antes de uma inspeção visual, pois irá possibilitar a 
execução da inspeção do cabo com maior facilidade. Outros pontos importantes para a 
limpeza são: 
• Remover o excesso de graxa e outras impurezas; 
• Após operação, o cabo deve ser limpado com água limpa; 
 
31 
 
• Equipamentos de limpeza automáticos, como o da figura 4.1, com escovas 
rotativas ou sistema de limpeza por jato de ar também podem ser utilizados. 
 
Figura 4.1 – Limpeza de um cabo de aço [17] 
Para diminuir riscos durante essa atividade de manutenção, atentar aos seguintes pontos: 
• Sempre usar óculos de segurança; 
• Não utilizar detergentes ou outros produtos de limpeza agressivos; 
• Solventes só poderão ser usados em baixa quantidade e, quando utilizados, 
somente para limpeza da superfície do cabo em áreas localizadas; 
• Evitar o danificar o cabo ao utilizar escovas; 
• Certificar que não há geração de calor excessivo devido ao atrito entre a superfície 
do cabo e o sistema de limpeza; 
• Não utilizar escovas de cobre, pois no caso de as cerdas das escovas ficarem no 
cabo, pode aumentar a taxa de corrosão superficial. 
 
32 
 
4.2 Inspeção Visual 
A inspeção em cabos de aço é de vital importância para uma vida útil adequada e segura 
do equipamento. 
A inspeção de recebimento é a primeira inspeção a ser feita em um cabo de aço, ela deve 
assegurar que o material seja entregue conforme requisitado e possua certificado de 
qualidade emitido pelo fabricante, assim como outros certificados de fabricação 
necessários. Além desta inspeção de recebimento, após o início de uso do cabo, as 
inspeções visuais diária e periódica deverão ser realizadas. 
4.2.1 Inspeção Visual Diária 
 
Figura 4.2 – Seções críticas para inspeção - 1) Tambor; 2 & 3) Polias [19] 
Como uma boa prática de preservação do cabo de aço e para garantir a segurança do 
operador e da operação recomendada por guias como o IMCA SEL 022, referência [18], 
preconiza que toda vez que o cabo de aço for utilizado, o operador deve executar uma 
inspeção visual ao longo do comprimento de trabalho no intuito de procurar anomalias 
localizadas, ou seja, algum dano mecânico ou algum ponto de deterioração que possa 
 
33 
 
causar risco durante o uso do cabo. Também deve ser checado o posicionamento do cabo 
no tambor e a passagem do mesmo pelas polias. 
A figura 4.2 mostra alguns pontos chaves para inspeção. Em caso de anomalia, o 
problema deve ser relatado ao supervisor para que se planeje uma inspeção periódica, 
mais completa, no ativo. Embora seja uma análise rotineira do estado do cabo, o operador 
deve ser treinado por uma pessoa capacitada para realizar esta inspeção visual diária. 
4.2.2 Inspeção Periódica 
A inspeção periódica tem o objetivo de avaliar o bom estado do cabo de aço e se o mesmo 
pode continuar em serviço. Esta avaliação é realizada a partir de métodos específicos para 
cada tipo de deterioração, como mostra a tabela 4.1, resultando em critérios de descarte 
pré-estabelecidos, os níveis de severidade: leve, médio, alto, muito alto ou descarte. Esses 
modos de deterioração serão abordados na seção 4.2.3. 
Somente pessoas capacitadas podem realizar esta inspeção, que terá impacto direto em 
várias outras atividades de manutenção em cabos de aço, como lubrificação, ensaio não 
destrutivo, etc. 
Modo de Deterioração Método de Avaliação 
Redução do diâmetro Dimensional 
Corrosão Visual 
Deformação Visual 
Fios rompidos Contagem 
Tabela 4.1 – Método de avaliação versus tipo de deterioração [19] 
4.2.2.1 Frequência da Inspeção Periódica 
A frequência da inspeção periódica pode ser definida por fatores como: 
• Normas regulamentadoras; 
• Tipo do equipamento; 
• Condições ambientais; 
 
34 
 
• Condições de operação; 
• Resultados de inspeções anteriores; 
• Tempo de serviço do cabo de aço. 
Mas, como uma boa prática da indústria, adota-se o período de 1 ano entre inspeções. 
4.2.2.2 Extensão da Inspeção Periódica 
Segundo norma ISO 4309, referência [19], o cabo deve ser inspecionado em todo seu 
comprimento, incluindo as últimas voltas no tambor, porém no caso de cabos de aço de 
grande metragem, o cabo pode ser inspecionado em todo seu comprimento de trabalho 
acrescentando, pelo menos, o comprimento relativo as cinco primeiras voltasno tambor, 
sendo que esta decisão deve ser tomada por uma pessoa capacitada. Porém, em ambos os 
casos, algumas regiões devem ser inspecionadas com maior cautela, como visto na figura 
4.2: 
• Proximidade da extremidade do cabo; 
• Regiões que transitam em polias; 
• Regiões submetidas a processos abrasivos; 
Após algum incidente onde haja danos ao próprio cabo e/ou a sua terminação (e.g. 
sobrecarga), o cabo e/ou a terminação devem ser inspecionados antes do equipamento 
voltar a operar. A mesma medida deve ser adotada quando o cabo não é utilizado por 
períodos longos, superiores a três meses. 
4.2.2.3 Registros da Inspeção Periódica 
Um relatório da inspeção periódica deve ser realizado para se ter o controle do estado do 
cabo de aço. Este relatório deve conter, pelo menos, os seguintes pontos: 
• Descrição do cabo de aço inspecionado e suas terminações; 
• Data da inspeção e nome dos inspetores; 
• Identificação da norma adotada; 
 
35 
 
• Registros fotográficos; 
4.2.3 Critérios de Descarte 
Apesar de executada toda manutenção preventiva, em algum momento o cabo de aço 
deverá ser descartado e substituído. No caso de a substituição ser não programada, 
existem diversas normas que determinam os critérios para a retirada de serviço, a norma 
internacional ISO 4309, referência [19], é uma das mais empregadas para critérios de 
descarte de um cabo, devendo ser empregada em caso de não haver outros critérios de 
descarte recomendados pelo fabricante do cabo. 
Esta norma internacional apresenta as falhas típicas nos cabos de aço que deverão ser 
levadas em conta durante a inspeção visual nos cabos e esta subseção foi adaptada de tal 
norma onde é apresentado alguns tipos de danos comuns nos cabos com seus respectivos 
critérios de avaliação e descarte para conhecimento. 
4.2.3.1 Arames Rompidos 
A existência de arames rompidos é o principal indicador de degradação do cabo, porém, 
este rompimento de fios não é tão evidente em alguns cabos, como por exemplo nos 
resistentes à rotação ou de múltiplas camadas, porque ocorrem internamente, 
evidenciando a necessidade de um acompanhamento com uso de técnicas de inspeção 
interna, como o MRT (ver seção 4.4). 
 
Figura 4.3 – Cabo de aço com arames rompidos [19] 
O rompimento dos arames ocorrem normalmente por abrasão ou por fadiga de flexão. A 
quantidade de fios rompidos aumentará com a intensidade do uso e, também, com a idade 
 
36 
 
do cabo. Arames externos se rompem mais facilmente em regiões como o topo das pernas, 
como mostrado na figura 4.3, ou na região de contato entre as pernas, os vales, sendo esta, 
junto com as rupturas de arames da alma, as mais críticas. 
4.2.3.2 Redução do Diâmetro 
Um outro fator importantíssimo para o descarte do cabo é a redução do diâmetro do 
mesmo. A redução de diâmetro pode ocorrer pontualmente, nesse caso deve-se avaliar se 
houve algum dano na alma do cabo levando ao descarte do mesmo, ou, pode acontecer 
de maneira uniforme. Assim, devemos avaliar a redução segundo critérios de severidade 
apresentados anteriormente, para isso, primeiramente, realizamos um cálculo para 
obtermos o valor de redução de diâmetro, conforme mostrado na equação abaixo: 
𝐷𝑟𝑒𝑓 − 𝐷𝑚
𝐷
× 100 % 
onde: 
• Dref é o diâmetro de referência; 
• Dm é o diâmetro medido; 
• D é o diâmetro nominal. 
O resultado obtido através da equação acima, deve ser correlacionado a uma tabela que 
correlaciona a diminuição do diâmetro ao nível de severidade, porém, deve cada tipo de 
cabo de aço possui níveis diferentes. 
Tipo de Cabo 
Diminuição do 
diâmetro 
Nível de severidade 
Descrição % 
Cabo de aço 
resistente à rotação 
Menor que 1% - 0 
Entre 1 e 2% Leve 20 
Entre 2 e 3% Médio 40 
Entre 3 e 4% Alta 60 
Entre 4 e 5 % Muito Alta 80 
Maior que 5% Descarte 100 
Tabela 4.2 – Critérios de descarte para redução de diâmetro [19] 
 
37 
 
4.2.3.3 Corrosão 
A corrosão diminui a capacidade de carga através da redução da área metálica do cabo de 
aço, além de acelerar a fadiga. 
A corrosão pode ser detectada visualmente (importante limpar o cabo antes de procurar 
por este defeito), quando se apresenta na parte externa do cabo de aço. Porém, a detecção 
da corrosão interna é mais difícil, podendo ser utilizado meios como Ensaios Não 
Destrutivos, como o MRT apresentado na seção 4.4. Alguns outros indícios também 
podem indicar sua existência: 
• Variação no diâmetro do cabo: nos pontos de dobra do cabo de aço, como polias, 
geralmente ocorre a redução do diâmetro. Em cabos de aço ou cordoalhas para 
uso estático é comum o aumento de diâmetro devido ao aumento da oxidação. 
• Aproximação entre pernas: frequentemente combinada com arames rompidos nos 
vales. 
 
Figura 4.4 – Seção transversal de um cabo de aço mostrando corrosão interna [19] 
Cabos de aço cujo uso se dá submerso são mais propícios à corrosão. E, para aqueles 
cabos de construção mais complexa, o risco de corrosão interna aumenta, pois, a graxa 
aplicada durante lubrificação pode não penetrar por dentro das camadas. A norma 
internacional ISO 4309 apresenta os critérios de descarte para a corrosão. 
 
38 
 
4.2.3.4 Deformação 
Mau uso ou irregularidades no equipamento podem resultar em deformações nos cabos 
de aço, métodos inadequados de manuseio e fixação também são possíveis causas de 
deformação. 
Caso haja uma deformação acentuada, a geometria do cabo pode ser alterada devido ao 
desequilíbrio de forças nas pernas, levando, em último caso, a ruptura do cabo. 
As deformações mais comuns serão apresentadas a seguir. 
4.2.3.4.1 Ondulação 
Ondulação é um tipo de deformação que resulta num padrão de formação de ondas ao 
longo do cabo de aço quando em condição de carregamento e descarregamento. Apesar 
de não necessariamente resultar em perda de resistência axial, tal deformação resultará 
em um desbalanceamento em giro que levará a abrasão e rompimento de arames. 
 
Figura 4.5 – Cabo de aço com ondulação [19] 
 
Figura 4.6 – Detalhe da deformação por ondulação [19] 
O cabo deve ser descartado se uma dessas condições aparecer: 
• em uma parte reta do cabo que não passe por polias ou que fique armazenado no 
tambor, o espaço (g) entre o apoio e a base do cabo é de, no mínimo, um terço do 
diâmetro (d); 
 
39 
 
• em uma parte do cabo que passe por uma polia ou pelo tambor, o espaço (g) entre 
o apoio e a base do cabo é de, no mínimo, um décimo do diâmetro (d). 
4.2.3.4.2 Gaiola de Passarinho 
Esta deformação é típica em cabo de aço com alma de aço nas situações onde ocorre um 
alívio repentino de tensão. Esta irregularidade é crítica e impede a continuidade do uso 
do cabo de aço. Outro caso comum de gaiola de passarinho é o uso de cabos rotativos 
onde há torção. 
 
Figura 4.7 – Cabo de aço com gaiola de passarinho [5] 
4.2.3.4.3 Alma Saltada 
O alívio repentino nas tensões do cabo leva a protrusão do núcleo, provocando um 
desequilíbrio de tensão entre as pernas. Cabos com este tipo de deformação devem ser 
imediatamente descartados ou, quando possível, descartar apenas o comprimento 
danificado. 
 
Figura 4.8 – Cabo de aço com alma saltada [19] 
 
40 
 
4.2.3.4.4 Perna de Cachorro 
É caracterizada por uma descontinuidade no sentido longitudinal do cabo de aço que em 
casos extremos diminui a capacidade de carga do mesmo. Normalmente é causada por 
manuseio ou instalação inadequada. 
 
Figura 4.9 – Cabo de Aço com perna de cachorro [5] 
4.3 Lubrificação 
A lubrificação de um cabo de aço é uma atividade extremamente fundamental para a boa 
conservação deste equipamento: 
• Evita que o mesmo não sofra antecipadamente processos como corrosão, desgaste 
devido ao atrito interno, entre os arames, e externo, entre o cabo e equipamentos 
auxiliares, como: polias, tambores, olhais, etc. 
• Permite que movimentos entre as pernas sejam realizados com maior facilidade. 
• Impede que água, impurezas ou outros elementos corrosivose/ou abrasivos 
ingressem na estrutura do cabo. 
A atividade de lubrificação visa engraxar o cabo externamente, assim como as primeiras 
camadas entre as pernas. O interior do cabo, devido à maior dificuldade de penetração, é 
menos atingido. Esta seção apresenta alguns pontos interessantes adaptados do manual 
de utilização de cabos de aço feito pela Huisman, referência [18], sobre lubrificação em 
cabos de aço que devem ser levados em consideração na hora de desenvolver um plano 
de manutenção. 
 
41 
 
4.3.1 Intervalos de Lubrificação 
A atividade de lubrificação pode ser definida a partir da inspeção visual ou ser realizada 
em intervalos regulares. 
Embora o cabo de aço, durante um bom processo de fabricação, seja lubrificado, esta 
lubrificação é feita com o intuito de manter o cabo em bom estado até o início das 
atividades. Por esse motivo, outras lubrificações devem ser executadas. 
4.3.1.1 Lubrificação Baseada na Inspeção Visual 
Como mencionado anteriormente, os cabos de aço são entregues lubrificados, mas essa 
lubrificação tem o intuito de proteger da corrosão até a instalação do mesmo, antes do 
início das atividades. Por isso, o inspetor do cabo, durante a primeira atividade de 
inspeção visual, deve analisar com maior atenção se o cabo possui áreas onde não há 
graxa aplicada. Estas áreas podem aparecer devido ao desgaste do cabo causado pelo 
ambiente, pelo atrito com outros equipamentos e/ou a tensão aplicada no cabo. 
Quando estes casos de áreas sem lubrificação acontecerem, o engraxamento do cabo deve 
ser realizado, pois somente assim o cabo terá uma melhor conservação. As outras 
inspeções visuais após o primeiro engraxamento, também devem analisar a ausência de 
graxa no cabo pelos mesmos motivos citados anteriormente. 
4.3.1.2 Lubrificação em Intervalos Regulares 
A definição dos intervalos para as atividades de lubrificação para cada cabo de aço pode 
ser definida a partir das condições do ambiente e de operação nas quais o cabo é 
submetido. A inspeção visual também tem um importante papel para determinar e ajustar 
esta frequência, pois o inspetor precisa averiguar se o cabo ainda está bem engraxado. 
Uma boa prática é adotada na área de Óleo & Gás é determinar os intervalos de acordo 
com tipo e frequência de utilização do cabo de aço. Alguns exemplos estão determinados 
na tabela 4.3 abaixo. 
 
42 
 
Tipo de Equipamento Frequência de Utilização Intervalos 
Guincho de Mesa Operação Contínua 1x por mês 
Operação Intermitente 1x por trimestre 
Operação Ocasional 1x por semestre 
Guindaste Subsea Operação Normal 1x por semestre 
Guindaste A&R 
Cabos Submersos 
Outros Se o cabo de aço não for utilizado por um longo período, 
ele deve ser inspecionado e engraxado. 
Tabela 4.3 – Critérios para adoção de intervalos de lubrificação [18] 
4.3.2 Escolhendo o Tipo de Lubrificante 
Vários tipos de graxas podem ser utilizados para a lubrificação de cabos, porém as 
características adequadas a um bom lubrificante são: 
• Ser quimicamente neutro; 
• Possuir boa aderência; 
• Possuir uma viscosidade capaz de penetrar entre as pernas e os arames; 
• Ser estável sob condições operacionais; 
• Proteger contra a corrosão; 
• Ser compatível com o lubrificante original. 
O ideal é que o lubrificante utilizado seja um dos recomendados pelo fabricante do cabo. 
Nunca se deve utilizar óleo queimado para tal operação, pois é um material ácido, que em 
vez de proteger acelera o processo de corrosão e normalmente apresenta partículas que 
acabam aumentando o desgaste do cabo por abrasão. 
4.3.3 Efetuando a Lubrificação 
Quando os cabos são usados em operações submersas, o ideal é que a lubrificação seja 
executada quando o cabo é pago para o mar. E em lugares onde há uma maior abertura 
da estrutura do cabo, geralmente onde o cabo passa por curvas (e.g. polias). No primeiro 
caso o cabo estará seco e diminuirá a quantidade de água no mar que entrará no cabo 
 
43 
 
durante o tempo que o mesmo estará submerso; já no segundo caso, em lugares de curva, 
a estrutura do cabo irá se abrir com maior facilidade proporcionando a maior facilidade 
de penetração do lubrificante. 
 
Figura 4.10 – Métodos de aplicação manual de graxa em cabos de aço [1] 
A lubrificação pode ser feita manualmente, como mostrado na figura 4.10 – da esquerda 
para a direita: lubrificação com pincel, com estopa, gotejamento ou pulverização – ou 
utilizando um sistema de lubrificação automático, com inserto, bomba de graxa, etc., 
figura 4.11. Os melhores resultados são obtidos quando é utilizado um sistema de 
lubrificação automático que opera sob alta pressão, pois o lubrificante irá penetrar 
internamente, entre as penas do cabo, com maior facilidade. Porém, é necessário reafirmar 
que a alma do cabo, muito dificilmente, será alcançada por qualquer tipo de lubrificação 
externa, mesmo aqueles de alta pressão. 
 
Figura 4.11 – Sistema de lubrificação automático [19] 
Toda atividade de lubrificação, a quantidade de graxa aplicada deve ser a ideal, excesso 
ou escassez devem ser evitados. 
 
44 
 
4.3.4 Registros de Lubrificação 
Um relatório da lubrificação deve ser realizado após cada atividade do tipo, nele deve 
constar, no mínimo: 
• Data e hora de início e fim da tarefa; 
• Nome do(s) operador(es); 
• Equipamento Lubrificado (descrição, nome, código, etc.); 
• Lubrificante e Quantidade Utilizado; 
• Método de Aplicação; 
• Ponto inicial e final do engraxamento; 
• Anomalias encontradas; 
• Fotos. 
Um bom relatório auxiliará no gerenciamento dos cabos de aço e no planejamento das 
manutenções futuras. 
4.4 Ensaio Não Destrutivo – Teste Eletromagnético 
O teste eletromagnético (MRT, do inglês Magnetic Rope Test) é um teste não destrutivo 
comumente utilizado em cabos de aço de grande comprimento, grande diâmetro e/ou que 
possui várias camadas, pois para estes tipos de cabo é alta a probabilidade de que a 
degradação do cabo ocorra a partir do interior [20]. O MRT serve somente como apoio a 
inspeção visual, não podendo substitui-la. Este teste ajuda a localizar os pontos de 
deterioração no cabo de aço, servindo como uma referência e guia a pontos críticos 
durante a inspeção visual. Os relatórios oriundos deste ensaio não destrutivo devem ser 
mantidos no sistema de manutenção para que haja uma comparação em inspeções futuras, 
porém para garantir esta comparabilidade, os instrumentos devem estar calibrados e o 
procedimento de teste deve ser o mesmo. 
 
45 
 
 
Figura 4.12 – Inspeção Eletromagnética [20] 
A norma brasileira NBR 16073: - Ensaios Não Destrutivos — Inspeção Eletromagnética 
— Cabos de Aço Ferromagnéticos é um documento básico que descreve termos técnicos, 
princípios de operação, aplicação e equipamentos para o emprego deste tipo de ensaio, 
devendo ser considerado durante este tipo de inspeção. 
4.4.1 Técnica Empregada 
Os equipamentos de MRT possuem imãs permanentes que fornecem um fluxo magnético 
constante que satura a parte do cabo que passa pelo aparelho. Por isso, quanto maior o 
cabo a ser inspecionado, mais potente o imã deverá ser. 
O fluxo magnético axial total é medido através de sensores, cujo valor de saída é 
proporcional a quantidade de cabo de aço no espaço de medição, indicando variação a 
seção metálica. Este valor se traduz como um indicador de perda de área metálica (LMA, 
do inglês Loss of Metallic Area) que pode ser usado como referência para apontar 
corrosão e desgaste. 
 
46 
 
 
Figura 4.13 – Fluxo magnético durante MRT [21] 
Qualquer descontinuidade do cabo, como um fio rompido, corrosão por pites ou corrosão 
interna por atrito, criará um vazamento do fluxo magnético que poderá ser medido 
utilizando-se sensores diferenciais, como mostrado na figura 4.13(b). Esta medição é 
comumente conhecida como falhas locais (LF, do inglês Local Faults). 
Os equipamentos para inspeção eletromagnética são construídos para detectar LMA e/ou

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