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1 EDUCAÇÃO, CIBERESPAÇO E CIBERCULTURA 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4 2. EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA .............................................................................. 5 2.1 Abrangência da Tecnologia................................................................................ 7 3. CIBERCULTURA ................................................................................................ 13 3.1 Cultura Contemporânea .............................................................................. 14 3.1. Ciberespaço ................................................................................................ 16 4. PRODUTOS MEDIÁTICOS NOS DIFERENTES ESPAÇOS DIGITAIS ............ 19 4.2 Espaços Digitais e Gêneros Textuais .......................................................... 23 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 25 4 1. INTRODUÇÃO Conforme o homem foi evoluindo, surgiu a necessidade de adaptação do meio. Criou então a linguagem, números, roupas, cobertores, habitações, metalurgia, roda, arado, construíam obras públicas, fundaram cidades e desenvolveram várias formas de obtenção de energia, etapas que contribuíram para universalidade do desenvolvimento social e cultural dos povos. Com todo este progresso, talvez não percebesse o quão dependente nos tornamos das tecnologias e o quanto ela se tornou parte do processo social, configurando-se como ferramentas mediadoras das nossas ações. Ao longo da história, as tecnologias impulsionaram e foram impulsionadas pelas ambições humanas, mudaram a organização social e a maneira de se relacionar. Hoje, estamos vivendo uma nova revolução e em breve mudanças significativas impactarão em toda a sociedade, inclusive, na forma como o trabalho é realizado. 5 2. EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA Na escola, durante décadas, os recursos disponíveis para ministrar uma aula limitavam-se basicamente aos livros e quadro de giz, mas, contemporaneamente, os recursos com computadores, com acesso à internet, têm contribuído para ampliar o ambiente educacional. Tais recursos dizem respeito à tecnologia que se constitui, segundo Leite (2014, p. 25), de “todos os instrumentos que servem para realizar um trabalho pedagógico de construção do conhecimento”, os quais abrangem uma diversidade de artefatos, instrumentos, e máquinas que se incorporam ao processo de ensino-aprendizagem. Trazendo para essa discussão a concepção de Bernstein (2001), segundo o qual compreender a tecnologia é assumi-la como fonte de um novo potencial intelectual. Este capaz de libertar aquele que o adquire de limitações sociais e intelectuais características dos velhos conhecimentos, questiona-se: Como a tecnologia, com sua diversidade de conhecimentos, pode ser aplicada nas instituições educativas atuais? Ao analisar a questão, percebe-se que ela envolve polêmicas e discussões, em nível educacional, quanto ao uso de tecnologia, porquanto os profissionais da área encontram dificuldades em estabelecer parâmetros para reconhecer as possibilidades dos recursos que podem ser adotados no contexto de suas atividades cotidianas. Um indicativo dessa problemática reside no fato de ser comum encontrar professores despreparados, desmotivados e sem interesse em aprender sobre as tecnologias ou técnicas de aprendizagem para melhorar sua didática. 6 No entanto, por outro lado, seus alunos, inseridos em uma sociedade globalizada, são diariamente bombardeados por informações que partem de diversos meios. Isso faz com que, sintam a necessidade de estabelecer relação entre o que é aprendido na escola e o mundo que lhes é apresentado por meio das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Pode-se dizer que na denominada Era do Conhecimento, o processo de ensino-aprendizagem vem, paulatinamente, sendo mediado pelas TIC. Conforme citado por Litto e Formiga (2009, p. 43), os novos modelos de aprendizagem utilizam intensamente as TIC e coincidem com a inovação em todos os níveis da vida humana. Dito de outra forma, o emprego da tecnologia associado a revisões dos métodos pedagógicos, da relação de ensino-aprendizagem, insere-se em um contexto ampliado, no qual, quem sabe mais, tem melhor formação, melhores oportunidades de vida. Por conseguinte, a inserção das tecnologias em sala de aula torna-se uma estratégia que aproxima o discente da realidade, uma vez que elas fazem parte do contexto social, cumprindo um movimento de socialização e compartilhamento da produção de conhecimentos. No entanto, no caso específico do trabalho docente, os estudos vêm apresentando lacunas, talvez por se considerar esta profissão como não sujeita ainda ao processo de utilização de tecnologias. No Brasil, observa-se que a implementação de tecnologias recentes na educação por meio de programas como o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo), cujo objetivo é informatizar as escolas públicas e formar professores, a mera introdução de computadores não tem sido suficiente, uma vez que a prática pedagógica não é ressignificada no processo de formação contínua dos educadores, no tocante à estabelecer uma relação diferente com o conhecimento. Um exemplo dessa realidade está na pouca ênfase que é dada ao ensino híbrido, que se caracteriza como “uma abordagem pedagógica que combina atividades presenciais e atividades realizadas por meio de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC)” (VALENTE, 2015, p. 15). De acordo com essa perspectiva, as TDIC são desenvolvidas a partir de equipamentos, programas e das mídias, que associam, numa rede, diversos ambientes e indivíduos, facilitando a comunicação entre os integrantes, ampliando as ações e as possibilidades já garantidas pelos meios tecnológicos. 7 Há de se destacar que a relação entre tecnologias digitais e cognição humana, em seus processos centrais de percepção, abstração, atenção, memória, construção de significado e raciocínio, incorporada nas práticas pedagógicas, na visão de Bannel et al. (2016) constitui-se um tema que mobiliza os debates atuais na área da educação, em torno dos quais são ressaltadas as novas concepções que servem para orientar os professores e a educação do século XXI. Portanto, no atual cenário da educação nacional, em que governo e sociedade civil procuram alternativas para melhorá-la em todos os seus níveis, as TIC podem atuar para auxiliar o docente em sua tarefa de ensinar, motivo pelo qual se faz necessária a compreensão do binômioeducação e tecnologia no processo de apropriação do conhecimento em sala de aula. Assim sendo, mediante as proposições até aqui apresentadas, o presente estudo tem o objetivo de discorrer sobre as potencialidades inerentes às tecnologias, suas contribuições na aprendizagem e as mudanças que trazem ao ambiente escolar, de modo a permitir uma visão de mundo, de homem, de ciência e de educação. 2.1 Abrangência da Tecnologia Segundo a concepção de Sancho (2006), o estado de impotência em que se encontrava o homem na natureza durante a pré-história, agravado pela necessidade de desenvolver mecanismos de subsistência e proteção, contribuiu para que emergisse sua essência inteligente na transformação, por meio da técnica, de sua realidade natural em uma realidade artificial. 8 Analisando as diversas tecnologias como algo presente no cotidiano da humanidade desde os primórdios da civilização, Litwin (2004, p. 25) menciona que tanto a palavra “técnica” como o termo “tecnologia” têm a mesma raiz: o verbo grego tictein, que significa criar, produzir, conceber, dar à luz. A autora revela que a técnica assumia um significado amplo, para os gregos, inserida num contexto social e ético no qual se indagava como e por que se produzia um valo de uso, avaliando desde a ideia que se originava na mente do produtor até que o produto ficasse pronto. Assim, na Grécia, “a combinação dos termos téchne - arte, destreza - e logos - palavra, fala - significava o fio condutor que abria o discurso sobre o sentido e a finalidade das artes” (SANCHO, 2006, p. 28). Discorrendo ainda sobre o assunto, Sancho (2006) menciona, citando Aristóteles, que a técnica se refere a um estado que se ocupa do fazer, implicando uma verdadeira linha de raciocínio que envolve não apenas as matérias-primas, as ferramentas, as máquinas e os produtos, como também o produtor, identificado como um sujeito altamente sofisticado do qual se origina todo o resto. Para o referido filósofo, a técnica é superior à experiência, mas inferior ao raciocínio no sentido de puro pensamento mesmo quando este requer regras, assinalando que a tecnologia não é um simples fazer, e sim um fazer com logos (raciocínio), correspondente a um conhecimento prático que visa a um fim concreto. Em Heródoto, outro filósofo, Sancho (2006) considera que se encontra a primeira abordagem do conceito de técnica, fazendo alusão à expressão como um saber fazer de forma eficaz, enquanto Platão lhe dá o sentido de realização material e concreta de algo. Todavia, independentemente das concepções filosóficas que envolvem o termo, tem-se, na literatura, que o processo de humanização começa a partir do momento em que o indivíduo se utiliza dos recursos disponíveis na natureza em benefício próprio, confirmando o entendimento da tecnologia como uma produção basicamente humana. Litwuin (2004) afirma que, desde o momento em que o homem inventou os primeiros instrumentos até as produções tecnológicas que antecedem a Revolução Industrial, as tecnologias eram empíricas, pois surgiam da prática cotidiana, caracterizando-se como relativamente simples. 9 Nesse cenário, a maioria das pessoas detinha o conhecimento que estava incorporado à tecnologia com base em experiência, habilidade e matéria-prima local, uma vez que o contato e a comunicação entre diferentes culturas existiam de forma precária. Mas a expansão das atividades de navegação e comércio a partir do século XV, acarretou uma mudança conceitual que tornou indissolúvel a fusão entre ciência e técnica, abrindo um novo espaço de conhecimento, o da “tecnologia como uma técnica que emprega conhecimentos científicos e que, por sua vez, fundamenta a ciência quando lhe dá uma aplicação prática” (SANCHO , 2006, p. 29). Lançando um olhar no tempo, Kenski (2007, p. 21) constata que “a evolução social do homem confunde-se com as tecnologias desenvolvidas e empregadas em cada época”, caracterizada por técnicas que lhe são próprias. Entendida como um elemento de construção social que se realiza e se amplia historicamente, a tecnologia se torna responsável por transformações nas estruturas econômicas, políticas e culturais percebidas no percurso evolutivo do próprio homem. Ainda, a tecnologia configura-se como um corpo de conhecimentos que utiliza o método científico para criar e transformar processos materiais, podendo ser classificada como: Organizadora, Simbólica e Física. Sancho (2006) evidencia que a Tecnologia Organizadora refere-se não somente àquela feita de produtos e equipamentos, mas dizendo respeito, também, às outras ferramentas e outros usos que permitem a adaptação necessária ao ambiente, destacando, neste grupo, como exemplos, a gestão e o controle da aprendizagem, a disciplina, a gestão da atividade produtiva, das relações humanas e das técnicas de mercado. No tocante à Tecnologia Simbólica, a autora explica que está relacionada com as linguagens oral e escrita, enquanto construções internalizadas nos espaços da memória das pessoas, criadas pelos homens para avançar no conhecimento e aprender mais. Relativamente à Tecnologia Física, Sancho (2006) aponta os artefatos e as inovações de instrumentos físicos: a caneta esferográfica, o livro, o telefone, o aparelho celular, os satélites, os computadores. Como se observa, mesmo assumindo diferentes configurações, a tecnologia traduz-se no uso do conhecimento científico para especificar modos de fazer as coisas de maneira reproduzível. Litwin (2004, p. 10 29) menciona que, “na tecnologia produzimos instrumentos, proporcionamos meios para construir objetos segundo nossas especificações. Em resumo, a ciência tem a ver com o que é, a tecnologia com o que há de ser”. Tal conceito imprime à tecnologia um caráter mais geral que o de ser um conjunto de ferramentas empregadas num processo de produção, que separa o pensar do fazer, a explicação da aplicação, o racional do instrumental. Empregada para controlar, transformar, criar coisas ou processos naturais ou sociais, a tecnologia vem se constituindo como um novo tipo de sistema cultural. Nessa direção, Moran (2013) enfatiza que a escola tem um papel social fundamental, pois é um espaço de produção da cultura, concebendo que as tecnologias existem para promover o desenvolvimento das potencialidades físicas, cognitivas e afetivas dos alunos por meio da aprendizagem de saberes e modos de ação, para que eles se transformem em cidadãos participativos na sociedade em que vivem. Para Cuche (2012), o conceito de cultura congrega as possibilidades com que o homem transforma a própria vida, rearticulando sua existência no mundo. Dentro desse enfoque, os termos escola e cultura estão intrinsecamente interligados, sendo ambas mediadas pelo homem. Em se tratando de cultura escolar, no Brasil, esta foi alterada e assumiu novas formas ao final do século XIX, no âmbito do movimento da Escola Nova, movimento que “promoveu, nos anos 20, rupturas nos saberes e fazeres escolares” (VIDAL, 2000, p. 515) Destarte, o aluno, em situações de aprendizagem, tais como excursões, lições, estudo de desenhos ou gravuras, era solicitado a observar os fatos e os objetos com a intenção de conhecerlhes as características, de tal maneira que o conhecimento, em lugar de ser transmitido pelo professor “para memorização, emergia da relação concreta estabelecida entre o aluno e esses objetos ou fatos, devendo a escola responsabilizar-se por incorporar um amplo conjunto de materiais” (VIDAL, 2000, p. 509). Nesse ponto, cabe destacar que a Escola Nova, segundo Vidal (2000), produziu enunciados que modificaram o desenho do modelo escolar vigente à época, no que se refere à sua forma e cultura, ressignificando seus materiais e métodos. Consequentemente, o conhecimento passou a ser apropriado de diferentes formas, 11 as relaçõesentre educadores e alunos se transformaram, os espaços da sala de aula se modificaram. No aprofundamento dessa questão, Leite (2014) ressalta que, na verdade, a história da educação tem um forte componente de planejamento, de intervenção, de saber fazer, onde o conhecimento em ação provém de fontes muito diferentes e se reconstrói no contexto da instituição diante dos diversos problemas enfrentados pelos professores, a cada dia, na tarefa de ensinar determinados conteúdos a um grupo de estudantes. No âmbito desse universo, que difere de outras culturas anteriormente vividas, foram incorporadas e rejeitadas tecnologias que passaram da lousa ao caderno, dos desenhos e fotografias para imagens de televisão, vídeo e DVD, do quadro de giz ao quadro eletrônico, dos primeiros computadores (PC) aos computadores com conexão discada, banda larga, wireless ou conexão sem fios. Assim, “a produção cultural que ocorre na escola, ocorre sempre mediada” (MASETTO, 2009, p. 135), seja pelo professor em sala de aula, seja pelo livro em uma leitura pessoal e silenciosa, seja pelo microcomputador quando se está no laboratório fazendo uma pesquisa na internet. Sobre isso, Sancho (2001) destaca que os meios são associados aos recursos e material didático ou curricular, sendo os primeiros referentes aos instrumentos e aparelhos tecnológicos de qualquer tipo e natureza, enquanto o segundo se constitui pelo impresso, documental ou bibliográfico, e pelo audiovisual e informático. Os meios impressos de ensino, tais como livros-textos, enciclopédias, cadernos de leitura, fichas de atividades, histórias em quadrinhos, dicionários, contos, dentre outros, são os recursos mais usados no sistema escolar e, em muitos casos, predominantes, enquanto em outros, são complementares de meios audiovisuais ou informáticos. Prossegue Sancho (2006) afirmando que se torna possível dizer que a dimensão tecnológica da didática consiste em transformar pela ação, uma realidade concebida de uma forma determinada, mediante o planejamento e a colocação do ensino em prática, baseando suas propostas na utilização de instrumentos. Atualmente, a linguagem produzida entre imagens e sons, cuja comunicação resulta do encontro entre palavras, gestos e movimentos, atrai e arrebata gerações, principalmente as mais jovens, tendo em vista distanciar-se do gênero do livro didático, da linearidade das atividades da sala de aula e da rotina escolar. Não é à 12 toa, portanto, que o ensino híbrido surge para integrar os espaços físicos da escola com os ambientes virtuais, a sala de aula com as tecnologias digitais, como: [...] um programa de formação de educação formal no qual um aluno aprende, pelo menos em parte, por meio do ensino online, com algum elemento de controle do estudante sobre o tempo, o lugar, modo e/ou ritmo do estudo, e pelo menos em parte em uma localidade física supervisionada, fora de sua residência. (CHRISTENSEN; HORN; STAKER, 2013, apud MORAN, 2015b, p. 37). Acrescenta Moran (2015b) que implementar o ensino híbrido ou blended permite às tecnologias em rede trazer, para o espaço físico da escola, não só o bairro e a cidade, mas também o mundo inteiro, em tempo real, com suas múltiplas ideias, pessoas e acontecimentos, numa troca intensa, rica e ininterrupta. Sobre esse ensino, cabe mencionar que pode ser implementado em todas as escolas, tanto as que possuem uma infraestrutura tecnológica sofisticada como as mais carentes, por todos os professores também. 13 3. CIBERCULTURA A Cibercultura é a cultura que surgiu a partir do uso da rede de computadores, e de outros suportes tecnológicos (como, por exemplo, o smartphone) através da comunicação virtual, a indústria do entretenimento e o comércio eletrônico .O prefixo ciber vem da palavra inglesa cybernetics. O termo Cibercultura tem vários sentidos, mas se pode entender como a forma sociocultural que advém de uma relação de trocas entre a sociedade, a cultura e as novas tecnologias de base microeletrônicas surgidas na década de 1970, graças à convergência das telecomunicações com a informática. A cibercultura é um termo utilizado na definição dos agenciamentos sociais das comunidades no espaço eletrônico virtual. Estas comunidades estão ampliando e popularizando a utilização da Internet e outras tecnologias de comunicação, possibilitando assim maior aproximação entre as pessoas de todo o mundo, seja por meio da construção colaborativa, das multimodalidades e/ou da hipertextualidade. https://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura https://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_de_computadores https://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rcio_eletr%C3%B4nico 14 3.1 Cultura Contemporânea Figura 2: Ciclo das culturas Fonte: https://www.google.com.br/ A cultura contemporânea é marcada pelas tecnologias digitais, resultado da evolução da cultura moderna. É também o estudo de vários fenômenos sociais associados à internet e outras novas formas de comunicação em rede, como as comunidades on-line, jogos de multiusuários, jogos sociais, mídias sociais, realidade aumentada, mensagens de texto, e inclui questões relacionadas à identidade, privacidade e formação de rede. As novidades que a tecnologia trouxe para a modernidade a partir das décadas de 60 e 70, tal qual a possibilidade de remixagem de textos, utilização de técnicas literárias como o cut-up (cópia-colagem), o advento da internet entre outros, geraram diversos debates sobre questões sociais. Nesse contexto, durante a década de 80 novos termos como cibercultura, proposto por Pierre Lévy e ciberespaço, surgiram. https://www.google.com.br/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Internet https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Cut-up&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Pierre_L%C3%A9vy https://pt.wikipedia.org/wiki/Ciberespa%C3%A7o 15 Figura 3 : Cibercultura Fonte: https://www.google.com.br/ Para entender melhor as características da cibercultura, usaremos o teórico Lévy (1999), que utiliza termos como ciberespaço e cibercultura, que surgem no cenário digital. De acordo com ele: [...] ciberespaço é o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores. O termo especifica não apenas a infraestrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informações que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo. Quanto ao neologismo "cibercultura", especifica o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço (LÉVY, 1999, p. 14). https://www.google.com.br/ 16 Novas Tecnologias Fonte: https://www.google.com.br/ 3.1. Ciberespaço Ciberespaço e Educação Contemporânea Fonte: https://www.google.com.br/ O ciberespaço ao funcionar como um novo lugar de sociabilidade, acaba por originar novas formas de relações sociais, com códigos, estruturas e especificidades próprias. Entretanto, esses novos códigos não são completamente inéditos e sim uma reformulação das possibilidades já conhecidas de sociabilidade, tanto de espaço/tempo virtuais, quanto de seus agentes sociais, cuja capacidade de metamorfose é levada às últimas consequências. https://www.google.com.br/ https://www.google.com.br/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Ciberespa%C3%A7o 17 Figura4: Ciberespaço Fonte: https://www.google.com.br/ Ciberespaço e cibercultura estão interligados, sendo que cibercultura, nos termos de Lévy (1999), é a expressão usada por ele para se referir à cultura digital. O ciberespaço é um espaço de comunicação aberto, formado por um conjunto de sistemas de comunicação eletrônicos, que transmitem informações provenientes de fontes digitais. É um meioque associa todos os dispositivos de criação de informação, de gravação, de comunicação e de simulação. A informação nesse ambiente tem caráter virtual: fluída, tratável em tempo real, interativa, etc. A cibercultura, que é a cultura que surge desse ambiente, expressa o desejo de construção de um laço social, segundo Lévy (1999). https://www.google.com.br/ 18 O laço social é formado a partir das possibilidades de criação de comunidades virtuais com os mesmos interesses e de processos abertos de colaboração. O ambiente das tecnologias digitais pode ser propício para a criação de laços. Cerveró (2007) menciona a cibercultura a partir da reformulação do conceito de cultura que conhecemos, que ainda está relacionada à escrita, e nos remete à cultura clássica e humanista. A cultura digital, de certa forma “desestabiliza” esta cultura clássica, pois representa um novo marco de uma sociodinâmica cultural. Resumindo, a cibercultura (ou cultura digital) tem sido amplamente associada à aparição de novas formas culturais vinculadas ao uso da internet. Não é só a cultura dos computadores — a cibercultura surge a partir da interação entre ciberespaço e cultura (GEERTZ, 2000). A cibercultura reúne formas de significar e de atuar/interagir no ciberespaço, formas que são diferentes das que existiam antes de sua chegada. (CERVERÓ, 2007) Figura 5: Considerações de Piere Lévy Fonte: https://www.google.com.br/ https://www.google.com.br/ 19 4. PRODUTOS MEDIÁTICOS NOS DIFERENTES ESPAÇOS DIGITAIS 4.1 Espaços Digitais Esses espaços de comunicação surgidos com o advento da internet, cuja tecnologia e suporte permitem a múltiplas conexões e trocas entre usuários nos mais diversos pontos, criam novas formas de contato, eliminando distâncias físicas e geográficas. Da mesma forma, ampliam as fronteiras dos indivíduos, das cidades, das nações, que encontram nos espaços digitais da internet um elemento de ampliação e expansão. Os espaços digitais surgidos com a internet se apresentam e se constituem através de metáforas de lugares – ou “não lugares” como diria Auge (1994) – de pontos “geográficos” promovidos pela tecnologia informática e digital, cujo contato insere os usuários em diferentes e diferenciados fluxos de informação. Nesses espaços, a sensação de deslocamento se apresenta através das diferentes interfaces construídas e se faz presente como uma topografia peculiar, uma 20 “localização espacial” no espaço de interação, num mundo digital, cuja lógica desse deslocamento se constrói através de hipertextos2 e processos interativos informatizados. A máquina, o computador e seus elementos – tela-teclado-mouse-etc. – insere o usuário-cidadão num ambiente de contato e interação, onde o seu eu se projeta numa metamorfose digital interativa. Manifestando e dando roupagem às suas subjetividades, que se projetam e se manifestam em estratégias de uso e manipulação das tecnologias, o espaço digital transforma-se num ponto de encontro e convergência de várias operações e representações simbólicas dos diversos sujeitos envolvidos. Assim, os espaços digitais configuram-se como um espaço plural de deslocamento, contato e acesso, em que a lógica de cada ator integrado ao processo faz-se presente e constante, alterando, redirecionando e gerando novas configurações e novos fenômenos a cada instante. Vemos, agora, que os espaços digitais da internet não se configuram como uma esfera autônoma ou desconectada dos processos sociais em que se insere. Ao contrário, se conecta aos processos dos atores e campos, dando novas características e nova roupagem aos processos comunicacionais e interacionais, tornando-se, desse modo, fator de tensionamento e de aproximação das relações entre atores e campos sociais Em verdade, os espaços digitais se apresentam como um espaço de comunicação e mediação através de redes tecnológicas informatizadas, sendo que as subjetividades e os processos dos diversos atores e campos se projetam para construir processos e elementos comunicacionais. Os espaços digitais não existem como materialidade, mas se fazem presentes como pontos de encontro, “lugares” onde ocorrem processos de interação por via tecnológica, e as funções, as tarefas e os processos de cada ator e campo são construídos conforme as estratégias, os desejos, as necessidades e as expectativas do outro que acessa e interage com o espaço. Exemplificando: um banco na internet simula um banco físico em suas funções e operações, ampliando as possibilidades de relação desse com seus clientes e quebrando algumas marcas temporais presentes nas agências e nos espaços físicos; 21 uma sala de chat emula uma conversa presencial, que se projeta sobre um espaço, uma camada de tecnologia digital que amplia ou cria novas relações. Um exemplo final: uma sala de aula digital insere alunos e professores numa relação de troca e experimentação na busca do conhecimento, sendo que cada um, em seu espaço físico individual, conectado à rede, se projeta e interage com os demais, construindo e operando uma relação de ensino. É semelhante a uma sala de aula física: há leituras a fazer, há trabalhos a realizar, há debates dos quais participar, interferir e mediar, mas essas ações se fazem e se dão sobre uma camada tecnológica de comunicação. Vemos, nesse viés, que os espaços digitais se ajustam, são formados pelas culturas, operações e estratégias daqueles que nele adentram, formando seus caminhos, sua topografia. Torna-se, assim, mais um elemento para a formação de imagem, circulação, negociação e visibilidade dos processos de interação e com os diversos campos em sua relação com os demais atores e campos. Vários autores argumentam, veja-se Lévy, por exemplo, que a conexão aos sistemas da internet, o potencial para a livre emissão e a recepção somados à facilidade de acesso à maior variedade de fontes de informação, poderiam aprofundar o conhecimento dos fatos e fatores, qualificando as opiniões, a formação política dos cidadãos e a relação desses com as estruturas de regulação e poder da sociedade. Cândido (1999) chega a mencionar a possibilidade dd criação de uma Ágora Virtual, semelhante as Ágoras gregas, onde através dos sistemas digitais os cidadãos pudessem se reunir para resolver, debater e decidir as demandas sociais. Conexão – Comunicação e Cultura. Cabe referir, também, como nos diz Maia (2002), que a tecnologia não determina a interação nem garante a crítica ou a reflexão, ou seja, a simples promoção de espaços tecnológicos de interação não garante a necessária negociação entre os atores ou a reflexão por parte dos receptores. A autora Maia (2002, p. 56) cita uma série de estudos empíricos que demonstram que as pessoas conectadas através do espaço digital expressam as próprias opiniões, buscam e disponibilizam informações sem que se vinculem a um debate propriamente dito. Tomando essa posição como eixo argumentativo, podemos considerar que, se não há debate ou negociação, mas difusão e busca de visibilidade, em que cada um 22 insere seus processos e suas visões sobre um tema em pauta sem trocar com os demais há na verdade uma busca de influência sobre o processo que parte de uma individualidade, que se projeta sobre um todo podendo gerar maiores ou menos efeitos. Assim, deve-se levar em conta que, como já foi dito, os espaços digitais se inserem na sociedade, refletindo os seus processos culturais e trazendo reflexos e efeitos aos mesmos. Como já referimos, a internet não é uma mídia isolada, mas que existe, ganha sentido a partir dos usos sociais que dela são feitos. Logo, os processos dos usuários no espaço digital, tensionados e influenciados pelos diversos processos e pelas instâncias sociais, irão se projetar e se fazer presentes nesse espaço, refletindoa cultura e os fazeres desses usuários e campos. Ora, como vimos, a internet evoluiu de um meio para armazenamento, circulação e recuperação de dados e informações para suportar diferenciadas práticas simbólicas e discursivas pelas incidências de diferentes atores e campos. Figura 6 : Espaço Digital de Pesquisa Fonte: https://www.google.com.br/ https://www.google.com.br/ 23 Ciberespaço e Cibercultura Fonte: https://www.google.com.br/ 4.2 Espaços Digitais e Gêneros Textuais Os gêneros textuais passaram por transmutação ou reelaboração devido às novas mídias e hipertextual, novas forma de interação e reconfiguração do papel do leitor, que também passa a ser produtor – o que amplia as possibilidades de participação e interação com os multiletramentos. Observe abaixo a mudança do gênero digital que é originada de um gênero impresso: Vivenciar esses gêneros na escola torna-se fundamental para desenvolver uma compreensão ativa dos textos. A BNCC não contempla ferramenta digital, mas, é possível utilizá-las (inclusive do celular). Compartilho algumas sugestões que permitem gerar empatia, colaboração e interatividade para as aulas. Blogs: é um gênero textual digital veiculado na internet que serve como meio https://www.google.com.br/ 24 de comunicação virtual. O termo é uma abreviação da palavra inglesa “weblog” que surge da união dos vocábulos “web” (teia) e “log” (diário de bordo). Para trabalhar com este gênero é possível criar um especifico que contenham a multimodalidade, ao integrar foto, texto e vídeo. Entre os programas se destacam o Wordpress, Tumblr, Blogger, todos gratuitos. Meme/charge digital: o gênero atrai muitos os jovens, pela forma irreverente. O termo é bastante conhecido e utilizado no "mundo da internet", referindo-se ao fenômeno de "viralização" de uma informação. Ou seja: qualquer vídeo, imagem, frase, ideia, música, que se espalhe entre vários usuários rapidamente, alcançando muita popularidade e pode ser criado a partir de ferramentas gratuitas e intuitivas como o Canvas e o meme mania. Vídeo-minuto: os alunos se identificam muito com este gênero, pela possibilidade de internalizar e oralizar acontecimentos. Além dos programas disponíveis como aplicativo de celular, também é possível trabalhar no computador com o Windows movie maker, que é bem simples e intuitivo e possui ferramenta de edição. Fanfic: é um gênero voltado para leitura e escrita de histórias. Para tornar mais prazeroso o trabalho com fanfics, é possível usar o playfic, que é um site com uma programação simples. Ele possibilita o desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita, em que o usuário pode criar sua narrativa e possibilitar que os leitores escolham o final da história. Mobilizar práticas de cultura digital em diferentes linguagens, gêneros, mídias e ferramentas digitais é importante para expandir e produzir sentidos no processo de compreensão e produção dos alunos. Ao refletir sobre o mundo e realizar diferentes projetos autorais, o aluno participa ativamente da construção do conhecimento. https://br.wordpress.com/create/?sgmt=gb&utm_source=adwords&utm_campaign=Google_WPcom_Search_Brand_Desktop_BR_pt&utm_medium=cpc&keyword=wordpress&creative=271296972156&campaignid=662299893&adgroupid=55904101192&matchtype=e&device=c&network=g&cpn=662299893&device=c&pl=&targetid=kwd-313411415&locationid=1001773&gclid=CjwKCAjwrNjcBRA3EiwAIIOvqy5ZoH32-Nrh39OEg7l1VkpJ1vqwAtbkSuJNwCMY39-sVnKoTGMuSxoCYCYQAvD_BwE https://www.tumblr.com/?language=pt_BR https://www.blogger.com/about/?r=1-null_user https://www.canva.com/pt_br/ http://mememania.com.br/ https://www.baixaki.com.br/download/windows-movie-maker.htm 25 REFERÊNCIAS ATRATOR ESTRANHO Miniaturização das Tecnologias, São Paulo: ECA/USP, n° 10, mar.95 BABIN, Pierre e Kouloumdjian, Marie-France Os Novos Modos de Compreender - a geração do audiovisual e do computador, (título original: Les Nouveaux modes de comprendre, Paris: Éditions du Centurion, 1983) tradução Maria Cecília Oliveira Marques, São Paulo: Paulinas, 1989. 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EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA 2.1 Abrangência da Tecnologia 3. CIBERCULTURA 3.1 Cultura Contemporânea 3.1. Ciberespaço 4. PRODUTOS MEDIÁTICOS NOS DIFERENTES ESPAÇOS DIGITAIS 4.2 Espaços Digitais e Gêneros Textuais REFERÊNCIAS
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