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DIREITO ADMINISTRATIVO PROF.ª FRANCIELE KÜHL PROF.ª MARIA VALENTINA DE MORAES PROF. MATHEUS CARVALHO Queridos alunos, Cada material da Revisão Turbo foi preparado com muito carinho para que você possa absorver, de forma rápida, conteúdos de qualidade! Lembre-se: você já evoluiu muito até aqui. Não desista! Derrube as barreiras que separam você do seu sonho. Esperamos você durante as aulas da Revisão Turbo! Com carinho, Equipe Ceisc ♥ Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 3 Agentes públicos 1. Agentes Públicos *Para todos verem: esquema. Agentes políticos Agentes militares Particulares em colaboração Agentes administrativos Empregados públicos (celetistas) CLT Servidores públicos (Estatutários) Lei n.º 8.112/90 Servidores temporários (contrato prazo determinado) art. 37, IX, CF Cargo Público Cargo em Comissão Emprego Público Mandato eletivo + secretários/ ministros + alto escalão Forças Armadas + polícias militares + bombeiros militares Em algum momento exercem função + particulares serviço público Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 4 1.1. Conceito de servidor público: Lei 8.112: Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público. Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Estabilidade servidores públicos: Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. 2. Concurso Público Tratando-se de concurso público de agentes administrativos, que se submetem ao regime jurídico da lei n.º 8.112 (servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais), é vedada a abertura de novo concurso público enquanto ainda existirem candidatos aprovados em concurso com prazo não expirado. Em se tratando de agentes públicos não submetidos a essa lei (os agentes militares, por exemplo), valido é o dispositivo constitucional, cabendo a abertura de novo concurso. São eles: Constituição Federal: Art. 37, III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período; IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; Lei 8.112: Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período. § 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado. Importante o destaque a outros artigos aplicáveis aos concursos públicos: o artigo 5º, §2º, da Lei n.º 8.112, e a Lei n.º 12.990/2014 dispõem sobre as reservas de vagas em concursos públicos, disciplinando as porcentagens de vagas destinadas a pessoas com deficiência, em Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 5 atribuições compatíveis, e a pessoas negras. Vejamos: Súmula importante: Súmula 683, STF: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da CF/88, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. Reservas legais em concursos públicos: Lei n.º 8.112/90: Art. 5º, § 2o: Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso; Lei n.º 12.990: Art. 1º Ficam reservadas aos negros 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União, na forma desta Lei. Duas súmulas importantes do Superior Tribunal de Justiça: Súmula 377/STJ: O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às vagas reservadas aos deficientes. Súmula 552/STJ: O portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com deficiência para o fim de disputar as vagas reservadas em concursos públicos. 3. Formas de provimento Readaptação: Conferir também o artigo 24 da lei 8.112. Art. 37, § 13, da CF: O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem. Reversão: Lei 8.112 Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado: I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou II - no interesse da administração, desde que: a) tenha solicitado a reversão; b) a aposentadoria tenha sido voluntária; c) estável quando na atividade; d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação; Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 6 e) haja cargo vago. § 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação. Reintegração: Ver também artigo 41, §2º da Constituição Federal Lei n.º 8.112/90: Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens. § 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31. § 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade. Recondução: Lei n.º 8.112/90: Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de: I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; II - reintegração do anterior ocupante. Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro, observado o disposto no art. 30. *Para todos verem: esquema. Readaptação Adapta quando sofre limitação. Reintegração Ilegalidade - demissão legal Reversão Volta - aposentado volta ao cargo Recondução Conduz para cargo anterior, é o RE que sobrou Aproveitamento Tá dísponivel? Vou aproveitar disponibilidade Promoção Antiguidade e merecimento, mesma carreira. Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 7 Resolva a questão a seguir: 1) FGV – 2018 – OAB – Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase Maria foi aprovada em concurso para o cargo de analista judiciário do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, mas, apóster adquirido a estabilidade, foi demitida sem a observância das normas relativas ao processo administrativo disciplinar. Em razão disso, Maria ajuizou ação anulatória do ato demissional, na qual obteve êxito por meio de decisão jurisdicional transitada em julgado. Nesse interregno, contudo, Alfredo, também regularmente aprovado em concurso e estável, foi promovido e passou a ocupar o cargo que era de Maria. Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A) A invalidação do ato demissional de Maria não poderá importar na sua reintegração ao cargo anterior, considerando que está ocupado por Alfredo. B) Maria, em razão de ter adquirido a estabilidade, independentemente da existência e necessidade do cargo que ocupava, deverá ser posta em disponibilidade. C) Maria deverá ser readaptada em cargo superior ao que ocupava anteriormente, diante da ilicitude de seu ato demissional. D) Em decorrência da invalidade do ato demissional, Maria deve ser reintegrada ao cargo que ocupava e Alfredo deverá ser reconduzido para o cargo de origem. 4. Poder de Polícia Art. 78, CTN. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Características/atributos: *Para todos verem: esquema Atenção: poder de polícia é delegável? Em regra, não, a exceção é no que se refere a atos materiais: Normatizar e sancionar: não cabe. • Oportunidade/conveniência ao aplicar Discricionariedade • Execução direta de suas decisões Auto-executoriedade • Imposição das medidas Coercibilidade Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 8 Consentir (licença, alvará, autorização) e fiscalizar: cabe. Tese de repercussão geral STF: É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial. Resolva a questão a seguir: 2) FGV – 2019 – OAB – Exame de Ordem Unificado XXX – Primeira Fase Após comprar um terreno, Roberto iniciou a construção de sua casa, sem prévia licença, avançando para além dos limites de sua propriedade e ocupando parcialmente a via pública, inclusive com possibilidade de desabamento de parte da obra e risco à integridade dos pedestres. No regular exercício da fiscalização da ocupação do solo urbano, o poder público municipal, observadas as formalidades legais, valendo-se da prerrogativa de direito público que, calcada na lei, autoriza-o a restringir o uso e o gozo da liberdade e da propriedade privada em favor do interesse da coletividade, determinou que Roberto demolisse a parte irregular da obra. O poder administrativo que fundamentou a determinação do Município é o poder: A) de hierarquia, e, pelo seu atributo da coercibilidade, o particular é obrigado a obedecer às ordens emanadas pelos agentes públicos, que estão em nível de superioridade hierárquica e podem usar meios indiretos de coerção para fazer valer a supremacia do interesse público sobre o privado. B) disciplinar, e o particular está sujeito às sanções impostas pela Administração Pública, em razão do atributo da imperatividade, desde que haja a prévia e imprescindível chancela por parte do Poder Judiciário. C) regulamentar, e os agentes públicos estão autorizados a realizar atos concretos para aplicar a lei, ainda que tenham que se valer do atributo da autoexecutoriedade, a fim de concretizar suas determinações, independentemente de prévia ordem judicial. D) de polícia, e a fiscalização apresenta duplo aspecto: um preventivo, por meio do qual os agentes públicos procuram impedir um dano social, e um repressivo, que, face à transgressão da norma de polícia, redunda na aplicação de uma sanção. 5. Extinção da concessão A Concessão, ainda que possua prazo determinado, possui outras possibilidades de extinção: Termo final do prazo, rescisão, anulação, caducidade, encampação e falência ou extinção da concessionária. Cabe tratar um pouco sobre cada uma delas, elencadas no artigo 35 da lei n.º 8.987. Art. 35. Extingue-se a concessão por: I - advento do termo contratual; II - encampação; III - caducidade; IV - rescisão; Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 9 V - anulação; e VI - falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual. • Advento do termo contratual: É o fim do contrato em razão da chegada do prazo determinado, desvinculando-se o concessionário da prestação do serviço público. Como bem destaca Carvalho Filho (2021, p. 442) “ainda que extinto o contrato, responde o concessionário pelos atos praticados quando ainda vigente o ajuste. Na verdade, o advento do termo final não pode significar um status integral de irresponsabilidade administrativa e civil do concessionário”. • Rescisão: Como traz o artigo 39 da Lei n.º 8.987 “o contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim”, destacando o parágrafo único desse dispositivo a impossibilidade de que a prestação dos serviços públicos seja interrompida até sentença judicial transitada em julgado. • Anulação: Podendo ocorrer pela via administrativa ou judicial, a anulação se dá quando existente vício de legalidade no contrato). Assim, “Presente o vício, há presumida lesão ao patrimônio público, o que permite o ajuizamento de ação popular para postular-se a anulação do ajuste” (CARVALHO FILHO, 2021, p. 443). • Caducidade: De forma inversa à rescisão, a caducidade ocorre quando há a “rescisão” unilateral da Administração por descumprimento das cláusulas contratuais por parte da concessionária, podendo ser ato vinculado (artigo 27, Lei n.º 8.987) ou discricionário (artigo 38, Lei n.º 8.987). Deve-se observar, como procedimento: Caducidade – ato vinculado: Art. 27. A transferência de concessão ou do controle societário da concessionária sem prévia anuência do poder concedente implicará a caducidade da concessão. Caducidade – ato discricionário: Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas as disposições deste artigo, do art. 27, e as normas convencionadas entre as partes. § 1o A caducidade da concessão poderá ser declarada pelo poder concedente quando: Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 10 I - o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da qualidade do serviço; II - a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares concernentes à concessão; III - a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força maior; IV - a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço concedido; V - a concessionária não cumprir as penalidades impostas por infrações, nos devidos prazos; VI - a concessionária não atender a intimação do poder concedente no sentido de regularizar a prestação do serviço; e VII - aconcessionária não atender a intimação do poder concedente para, em 180 (cento e oitenta) dias, apresentar a documentação relativa a regularidade fiscal, no curso da concessão, na forma do art. 29 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. § 2o A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da verificação da inadimplência da concessionária em processo administrativo, assegurado o direito de ampla defesa. § 3o Não será instaurado processo administrativo de inadimplência antes de comunicados à concessionária, detalhadamente, os descumprimentos contratuais referidos no § 1º deste artigo, dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e transgressões apontadas e para o enquadramento, nos termos contratuais. § 4o Instaurado o processo administrativo e comprovada a inadimplência, a caducidade será declarada por decreto do poder concedente, independentemente de indenização prévia, calculada no decurso do processo. • Encampação: Como definido no artigo 37 da Lei n.º 8.987, a encampação refere-se à retomada, por parte da Administração Pública, da prestação do serviço público. Faz-se necessária autorização legislativa e indenização prévia. • Extinção da concessionária: A extinção da concessionária por falência ou extinção da empresa ou, ainda, falecimento ou incapacidade do titular, ocorre, como pontua Carvalho Filho (2021, p. 447) “pela singela razão de que fica inviável a execução do serviço público objeto do ajuste”, retornando a prestação do serviço público o concedente, até nova concessão. ATENÇÃO: Não confundir as formas de extinção com a intervenção. A intervenção não é forma de extinção, mas sim um momento em que o Poder Público intervém para corrigir a prestação do serviço: Art. 32. O poder concedente poderá intervir na concessão, com o fim de assegurar a adequação na prestação do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais pertinentes. Parágrafo único. A intervenção far-se-á por decreto do poder concedente, que conterá a designação do interventor, o prazo da intervenção e os objetivos e limites da medida. Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 11 Art. 33. Declarada a intervenção, o poder concedente deverá, no prazo de trinta dias, instaurar procedimento administrativo para comprovar as causas determinantes da medida e apurar responsabilidades, assegurado o direito de ampla defesa. § 1o Se ficar comprovado que a intervenção não observou os pressupostos legais e regulamentares será declarada sua nulidade, devendo o serviço ser imediatamente devolvido à concessionária, sem prejuízo de seu direito à indenização. § 2o O procedimento administrativo a que se refere o caput deste artigo deverá ser concluído no prazo de até cento e oitenta dias, sob pena de considerar-se inválida a intervenção. Art. 34. Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão, a administração do serviço será devolvida à concessionária, precedida de prestação de contas pelo interventor, que responderá pelos atos praticados durante a sua gestão. Resolva a questão a seguir: 3) FGV – 2020 – OAB – Exame de Ordem Unificado XXXI – Primeira Fase O Município Beta concedeu a execução do serviço público de veículos leves sobre trilhos e, ao verificar que a concessionária não estava cumprindo adequadamente as obrigações determinadas no respectivo contrato, considerou tomar as providências cabíveis para a regularização das atividades em favor dos usuários. Nesse caso, A) impõe-se a encampação, mediante a retomada do serviço pelo Município Beta, sem o pagamento de indenização. B) a hipótese é de caducidade a ser declarada pelo Município Beta, mediante decreto, que independe da verificação prévia da inadimplência da concessionária. C) cabe a revogação do contrato administrativo pelo Município Beta, diante da discricionariedade e precariedade da concessão, formalizada por mero ato administrativo. D) é possível a intervenção do Município Beta na concessão, com o fim de assegurar a adequada prestação dos serviços, por decreto do poder concedente, que conterá designação do interventor, o prazo, os objetivos e os limites da medida. 6. Lei Anticorrupção *Para todos verem: esquema Acordo de Leniência Dele precisa resultar (Art. 16) a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração; Requisitos para celebração (Art. 16, §1º) a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito; a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da data de propositura do acordo; a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as investigações e o processo administrativo, comparecendo, a todos os atos processuais. Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 12 7. Procedimento da Desapropriação A desapropriação deve ser efetivada em respeito a um procedimento administrativo definido em lei, no qual será garantido ao particular expropriado o direito ao contraditório e à ampla defesa. Em não sendo possível solucionar o problema administrativamente, a lei determina que seja realizado o procedimento na via judicial. Este procedimento se desenvolve em duas fases distintas: a da declaração e da execução, sendo que em relação as desapropriações comuns e especial urbana a legislação vigente é o Decreto-lei 3.365/41, enquanto que para a desapropriação especial rural a norma corrente é a Lei Complementar 76/93. Na fase declaratória, o Poder Público, através de Decreto Expropriatório editado pelo chefe do Poder Executivo ou através de lei com efeitos concretos elaborada pelo Poder Legislativo, informa que o bem apontado atende às necessidades públicas, definindo qual a finalidade que será dada à propriedade, após sua aquisição pelo ente estatal e fixando o seu estado atual. Aqui o bem continua da propriedade do particular, mas com algumas restrições e sujeito à força expropriatória do Estado, tal como o ingresso do Poder Público no bem para fazer avaliações, medições, podendo, inclusive, recorrer, em caso de oposição, ao auxílio de força policial. Importante frisar que esta declaração tem natureza de ato discricionário e esta sujeita ao controle judicial e administrativo. Ressalte-se, ainda, que o cidadão não pode ficar, por prazo indeterminado, sujeito à força expropriatória do Estado, razão pela qual a legislação prevê um prazo de caducidade do ato declaratório. Ultrapassado o referido prazo, ocorre a perda dos efeitos do ato declaratório em razão do decurso do tempo sem que seja efetivada a desapropriação, não se admitindo que o poder público promova a execução desse. Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 13 A caducidade é contada a partir da data da expedição do decreto, conforme art. 10 do Decreto Lei 3.365/41 e o seu prazo varia de acordo com a natureza da declaração expropriatória sendo de cinco anos na declaração de utilidade ou necessidade pública e de dois anos na declaração de interesse social. Já a fase executória ocorre quando o Estado paga o valor da indenização, previamente fixado, efetivando a imissão do poder público na posse do bem. Pode ocorrer administrativamente (quando ocorre acordo entre o Poder Público o proprietário) não necessitando de homologação judicial. Ademais, pode ocorrer judicialmente (quando não há acordo em relação ao quantum indenizatório ou se o ente expropriante não souber quem ostenta a qualidade de proprietário do bem) através da Ação de Desapropriação. 8. Desapropriação Indireta A desapropriação indireta ocorre nas situações em que o Estado invade o bem privado sem respeitar os procedimentos administrativos e judiciaisinerentes à desapropriação. Com efeito, configura verdadeiro esbulho ao direito de propriedade do particular perpetrado pelo ente público, de forma irregular e ilícita. Também é conhecida pela doutrina com a designação de apossamento administrativo. Dada a destinação pública ao bem, ao proprietário só resta pleitear o pagamento de justa indenização, através da Ação de Indenização por Desapropriação Indireta visto que trata-se conduta estatal ilícita passível de responsabilização nos moldes do art. 35 do Decreto-lei 3.365/41. A jurisprudência informa que para a configuração da desapropriação indireta deve-se preencher 3 requisitos: a) O apossamento irregular do bem pelo poder público; b) A destinação pública deste bem; e c) A impossibilidade de se reverter a situação sem ensejar prejuízos aos interesses da coletividade. Desta forma, a reintegração de posse e o interdito só não serão cabíveis se o bem já tiver destinação pública, dada pelo Estado. Ademais, com sua incorporação ao patrimônio público o bem, as ações possessórias previstas no CC/02 serão convertidas em ação de indenização por desapropriação indireta ou por apossamento administrativo. No que tange a competência para julgamento do feito é a do local da situação do imóvel conforme art. 95 do CC/02 sendo que a indenização ao final do processo será paga através de Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 14 precatório. Quanto aos juros compensatórios, estes começam a incidir a partir do esbulho perpetrado e incidem sobre todo o valor do bem, pois a indenização é posterior. Por outro lado, os juros moratório serão no percentual de 6% ao ano nos moldes do art. 15-B do Decreto-lei 3.365/41. Por fim, o prazo de prescrição para a propositura da ação de desapropriação indireta enseja algumas discussões doutrinárias e jurisprudenciais. Com efeito, dispõe o art. 10, parágrafo único do Decreto-Lei 3.365/41 define que “Extingue-se em cinco anos o direito de propor ação que vise a indenização por restrições decorrentes de atos do Poder Público”. De maneira diversa, o Código Civil vigente, em seu art. 1238, cumulado com a Súmula 119 do STJ afirmava que o prazo de prescrição da ação de desapropriação indireta seria de 15 anos, uma vez que este é o prazo para usucapião extraordinária do Código Civil atual. No entanto, o STJ no REsp 1.300.442/SC mudou o entendimento e passou a entender que o parâmetro utilizado deve ser o prazo da usucapião ordinária, ou seja, prazo prescricional de 10 anos. Resolva a questão a seguir: 4) FGV – 2021 – OAB – Exame de Ordem Unificado XXXIII – Primeira Fase Luciano, proprietário de um terreno localizado no Município Ômega, viajou para o exterior, pelo período de 8 meses, para realizar curso de especialização profissional. Quando retornou de viagem, verificou que o Município, sem expedir qualquer notificação, de forma irregular e ilícita, invadiu sua propriedade e construiu uma escola, em verdadeiro apossamento administrativo. As aulas na nova escola municipal já se iniciaram há dois meses e verifica-se a evidente impossibilidade de se reverter a situação sem ensejar prejuízos aos interesses da coletividade. Ao buscar assistência jurídica junto a conhecido escritório de advocacia, foi manejada em favor de Luciano ação de: A) indenização por retrocessão, por abuso de poder da municipalidade, que gera direito à justa e imediata indenização, exigível quando do trânsito em julgado da ação. B) indenização por desapropriação indireta, que visa à justa e posterior indenização, a ser paga por meio de precatório. C) reintegração de posse por tredestinação ilícita, por desvio de finalidade, que visa à justa e posterior indenização, a ser paga por meio de precatório. D) interdito proibitório por desvio de finalidade, que gera direito à justa e imediata indenização, exigível quando do trânsito em julgado da ação. Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 15 9. Agentes de Licitação A necessidade de agentes de contrato existe porque a autoridade máxima do órgão não realiza o procedimento licitatório, apesar de ser responsável pela elaboração do edital e exposição de motivos da contratação. Logo, normalmente, quem procede à licitação é um servidor público especialmente designado por essa autoridade, responsável pela realização dos trâmites do procedimento. A legislação anterior previa a necessidade de uma comissão de licitação que, no regramento atual não é necessária, em regra, sendo suficiente a designação do agente de contratação. Ficará a cargo do agente de contratação, portanto, a condução de todo o procedimento licitatório. Ele será auxiliado por equipe de apoio e responderá individualmente pelos atos que praticar, salvo quando induzido a erro pela atuação da equipe. Atenção! Em se tratando de licitação na modalidade pregão, o agente de contratação será designado pregoeiro. 10. Modalidades Licitatórias A lei prevê 5 modalidades licitatórias: pregão, concorrência, concurso, leilão e diálogo competitivo. A lei expressamente veda a criação de novas modalidades licitatórias e a combinação das modalidades existentes. Atente-se para o fato de que a nova legislação suprimiu as modalidades licitatórias do convite e da tomada de preço que eram definidas para contratações de valores baixos e médios respectivamente, não sendo mais o valor um critério de definição da modalidade licitatória. O Regime Diferenciado de Contratações (RDC) também configurava modalidade autônoma regulada pela lei 12.462/11, específica para determinados contratos, com procedimento próprio estabelecido nessa lei. Essa modalidade também deixa de existir com a nova legislação. Por fim, foi criado o diálogo competitivo como nova modalidade de licitação, mais moderna e que permite a discussão de técnicas de prestação e tecnologia entre a Administração Pública e os particulares interessados na contratação. Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 16 A Concorrência é a modalidade de licitação a contratação de bens e serviços especiais e de obras e serviços comuns e especiais de engenharia e é considerada uma modalidade genérica em que podem participar quaisquer interessados. Nessa modalidade, se admite que sejam usados como critério de escolha do vencedor o menor preço, a melhor técnica ou conteúdo artístico, técnica e preço, maior retorno econômico ou maior desconto. Assim, se caracteriza como uma modalidade mais ampla, abarcando quase todos os tipos de licitação. Cabe ressaltar que a legislação anterior exigia a concorrência para obras e compras de valores mais altos, todavia, o novo regramento das licitações não faz distinção entre as modalidades licitatórias em razão do valor. Em razão da natureza do objeto, a concorrência se faz obrigatória na celebração de determinados contratos, em razão da importância conferida a essas avenças. Nesses casos, a lei limita a modalidade licitatória à concorrência ou ao diálogo competitivo. A modalidade licitatória concurso demonstra o interesse da Administração Pública em selecionar trabalhos técnicos, científicos ou artísticos com certas capacidades personalíssimas para incentivar o desenvolvimento cultural. Nesta modalidade, há instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, nos moldes definidos pelo art. 30, da lei 14.133/21. A licitação na modalidade concurso observará as regras e condições previstas em edital, que indicará a qualificação exigida dos participantes, as diretrizes e formas de apresentação do trabalho e as condições de realização e o prêmio ou remuneração a ser concedida ao vencedor. Nos concursos destinados à elaboração de projeto, o vencedor deverá ceder à Administração Pública todos os direitos patrimoniais relativos ao projeto e autorizar sua execução conforme juízo de conveniência e oportunidadedas autoridades competentes. O Leilão, por sua vez, é a modalidade licitatória destinada para alienação de bens pelo poder público àquele que ofertar o maior preço, seja ele igual ou superior ao valor da avaliação. Nesse sentido, o art. 6º, XL da lei 14.133/21 dispõe que o leilão é “modalidade de licitação para alienação de bens imóveis ou de bens móveis inservíveis ou legalmente apreendidos a quem oferecer o maior lance”. O leilão é realizado pelo leiloeiro, que pode ser o leiloeiro oficial ou um servidor designado pela Administração Pública para cumprir a função de leiloeiro. Se optar pela realização de leilão por intermédio de leiloeiro oficial, a Administração deverá selecioná-lo mediante credenciamento ou licitação na modalidade pregão e adotar o critério de julgamento de maior desconto para as comissões a serem cobradas, utilizados como parâmetro máximo os Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 17 percentuais definidos na lei que regula a referida profissão e observados os valores dos bens a serem leiloados. Ademais, conforme disposição legal, o leilão será sempre do tipo MAIOR LANCE, sendo que a administração somente pode alienar o bem para lance vencedor que seja igual ou superior ao valor da avaliação. Pregão é a modalidade licitatória utilizada para a aquisição de bens e serviços comuns, cujos padrões mínimos de qualidade serão previamente estipulados no instrumento convocatório. A licitação, neste modalidade, será sempre do tipo menor preço ou maior desconto. Não há designação de comissão licitante, sendo o pregoeiro o responsável pela realização do pregão, que será um servidor efetivo designado a esta função. Atenção! Serviços e bens comuns são aqueles que podem ser designados no edital com expressão usual de mercado. Não pode ser utilizado para execução de obras públicas, mas tem sido aceito, até mesmo, para contratação de serviços de engenharia. A lei ainda prevê a designação de equipe de apoio, que não se trata de comissão licitante e serve apenas para auxiliar o pregoeiro na realização do certame. O Diálogo Competitivo é a modalidade de licitação que foi criada com a edição da Lei 14.133/21, utilizada para contratação de obras, serviços e compras em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos. Nesses casos, a Administração Pública reconhece a importância de contratação de um determinado objeto, mas não sabe a melhor forma de suprir essa necessidade da forma mais adequada, dada a sua complexidade, e, para tanto, precisa de auxílio dos particulares. Assim, essa modalidade permite que seja implementado um diálogo entre o ente estatal e seus fornecedores para encontrarem a melhor solução para atender às necessidades do poder público. Isso ocorre porque, muitas vezes, os produtos ou serviços disponíveis no mercado não atendem à necessidade da Administração e precisam ser adaptados caso a caso. A Licitação para registro de preços ocorre quando o poder público licita com a finalidade de registrar os preços, para o caso de eventual contratação posterior. Acontece quando a administração entende que um bem ou serviço é adquirido com muita frequência e, por isso, tem interesse em deixar um registro, no órgão, com o eventual fornecedor deste bem ou serviço. Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 18 A ata de registro de preço terá validade de 1 (um) ano, prorrogável por igual período, devendo ser realizado um novo procedimento licitatório, após este período. Atenção! Durante o período de vigência da ata, a proposta selecionada fica à disposição da Administração Pública, que poderá adquirir o bem selecionado quantas vezes ela precisar, desde que não ultrapasse o quantitativo licitado. Nesse sentido, o art. 83, da lei 14.133/21, dispõe que “A existência de preços registrados implicará compromisso de fornecimento nas condições estabelecidas, mas não obrigará a Administração a contratar, facultada a realização de licitação específica para a aquisição pretendida, desde que devidamente motivada”. Resolva a questão a seguir: 5) FGV – 2020 – OAB – Exame de Ordem Unificado XXXI – Primeira Fase Após a contratação, sob o regime de empreitada por preço unitário, da sociedade empresária Faz de Tudo Ltda. para a construção do novo edifício-sede de uma agência reguladora, a Administração verifica que os quantitativos constantes da planilha orçamentária da licitação – e replicados pela contratada – são insuficientes para executar o empreendimento tal como projetado. Por isso, será necessário aumentar as quantidades de alguns serviços. Em termos financeiros, o acréscimo será de 20% – que corresponde a R$ 2.000.000,00 – em relação ao valor inicial atualizado do contrato. Com base na situação narrada, assinale a afirmativa correta. A) O acréscimo de serviços poderá ser combinado apenas verbalmente, não sendo necessária sua redução a termo. B) Por se tratar de cláusula exorbitante, mesmo que a sociedade empresária Faz de Tudo Ltda. não concorde com o acréscimo, a alteração poderá ser determinada unilateralmente pela Administração. C) O contratado só está obrigado a aceitar os acréscimos de até 15% (quinze por cento) em relação ao valor inicial atualizado do contrato; superado esse limite, a alteração só pode ocorrer com o consentimento da sociedade empresária Faz de Tudo Ltda. D) Diante da deficiência do projeto básico, a Administração deve obrigatoriamente anular o contrato após serem oportunizados o contraditório e a ampla defesa à sociedade empresária Faz de Tudo Ltda. 11. Cláusulas Exorbitantes – Ex: Alteração Unilateral do Contrato As cláusulas exorbitantes decorrem da supremacia do interesse público sobre o interesse privado e coloca o Estado em posição de superioridade jurídica na avença. São implícitas em todos os contratos administrativos, não dependendo de previsão expressa no acordo, pois decorrem diretamente da Lei (art. 104, da Lei 14.133/21). Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 19 Alteração unilateral do contrato - É possível quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos e quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto. A administração NÃO pode alterar o OBJETO do contrato, porque seria burla à licitação. Alteração de projeto - Alteração qualitativa (o projeto originalmente apresentado pelo Estado não atende mais aos fins desejados pela Administração). Alteração atinente ao valor da contração - Alteração quantitativa e, por sua vez, tem limites definidos na lei, que prevê que o particular deve aceitar as modificações feitas unilateralmente pela Administração Pública em até 25%, do valor original do contrato, para acréscimos ou supressões. Nesses casos, a alteração não depende de concordância do particular contratado. Atenção! A Regra determina que a alteração unilateral é de até 25% – acréscimos ou supressões. Contudo, se o contrato for celebrado para reforma de equipamentos ou de edifícios, a alteração unilateral, para ACRÉSCIMOS contratuais, pode chegar a 50% do valor original do contrato. As supressões contratuais continuam respeitando o limite de 25%. A margem de lucro inicialmente contratada jamais poderá ser alterada pela Administração Pública de forma unilateral. A alteração deve decorrer de interesse público superveniente devidamente justificado, ou seja, o contratante deverá demonstrar a ocorrência de fato posterior à contratação que dá ensejo à necessidade de modificação das cláusulas contratuais, paraque se evite um prejuízo maior ao interesse da coletividade, que é a finalidade maior dos contratos administrativos. Resolva a questão a seguir: 6) FGV – 2020 – OAB – Exame de Ordem Unificado XXXI – Primeira Fase Diante da necessidade de construção de uma barragem no Município Alfa, a ser efetuada em terreno rural de propriedade de certa sociedade de economia mista federal, o Poder Legislativo local fez editar uma lei para declarar a desapropriação por utilidade pública, após a autorização por decreto do Presidente da República, sendo certo que, diante do sucesso das tratativas entre os chefes do Executivo dos entes federativos em questão, foi realizado acordo na via administrativa para ultimar tal intervenção do Estado na propriedade. Diante dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta. A) A autorização por decreto não pode viabilizar a desapropriação do bem em questão pelo Município Alfa, porque os bens federais não são expropriáveis. B) A iniciativa do Poder Legislativo do Município Alfa para declarar a desapropriação é válida, cumprindo ao respectivo Executivo praticar os atos necessários para sua efetivação. Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 20 C) A intervenção na propriedade em tela não pode ser ultimada na via administrativa, mediante acordo entre os entes federativos envolvidos. D) O Município Alfa não tem competência para declarar a desapropriação por utilidade pública de propriedades rurais. 12. Organização da Administração Pública *Para todos verem: esquema Veja outro esquema na página seguinte... Particulares que prestam serviço público Permissionárias Concessionárias Autorizatários Descentralização Ato unilateral (no caso de autorização) e contrato administrativo (no caso de concessão e permissão) Tem personalidade jurídica Administração direta União Estados DIstrito Federal Municípios Órgãos Desconcentração Criação de órgão Especialização interna Não tem personalidade jurídica Administração indireta Autarquias Fundações públicas Sociedade de economia mista Empresa pública Associação pública Descentralização Novo ente Criada ou autorizada por lei Tem personalidade jurídica Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 21 *Para todos verem: esquema Atenção: Como já foi cobrado diversas vezes pela banca, é muito importante o estudo da lei das Estatais, dos consórcios públicos e das principais características das Agências Reguladoras, então vou indicar alguns artigos para leitura de tema de casa: • Lei 13.303/2016: artigos 3º, 4º e 5º. • Lei 9.986/2000: artigos , 4º, 5º, 6º, 8º, 8º-A, 8º-B, 9º e art. 2º, 3º, 7º, 8º, 9º, 10, 14 e 34 da Lei 13.848/19. • Lei 11.107/2005: artigos 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 8º e 11. Resolva a questão a seguir: 7) FGV – 2022 – OAB – Exame de Ordem Unificado XXXIV – Primeira Fase A Agência Reguladora federal Alfa, criada no ano corrente, tem a intenção de formalizar um acordo de cooperação com a Agência Reguladora estadual Beta. O acordo visa à descentralização das atividades normativas, fiscalizatórias, sancionatórias e arbitrais, com o intuito de conferir maior eficiência à atuação das duas entidades. Nesse contexto, à luz do disposto na CRFB/88 e na Lei nº 13.848/18, assinale a afirmativa correta. A) O acordo de cooperação poderia ter por objeto a delegação de competência normativa da Agência Alfa. B) A execução da fiscalização do objeto da delegação pela Agência Beta, por ser estadual, não precisa observar as normas federais pertinentes. C) A execução de competência delegada pelo acordo de cooperação à Agência Beta independe do acompanhamento e da avaliação pela Agência Alfa. D) A Agência Alfa, havendo delegação de competência, permanecerá como instância superior e recursal das decisões tomadas no exercício da competência delegada à Agência Beta. C ri a ç ã o Autarquia e Fundação Pública de Direito Público Pessoa jurídica de direito público Lei específica A própria lei é o ato constitutivo Fundação Pública de Direito Privado/ S.E.M/ E.P Pessoa jurídica de direito privado Lei específica apenas autoriza Deve o Poder Executivo providenciar a sua criação no registro público. Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 22 13. Responsabilidade Civil do Estado 13.1. Teoria do Risco Administrativo: Responsabilidade objetiva *Para todos verem: esquema 13.2. Teoria do Risco Integral: Dano ambiental, atividade nuclear, queda de aeronave por ato de guerra ou ato terrorista. • Não há excludentes. *Para todos verem: esquema. Estado Ação de regresso: responsabilidade subjetiva Vítima Agente 13.3 Teses de repercussão geral que podem inspirar a banca Algumas teses de repercussão geral do STF e jurisprudêcia importante do STJ que podem ser objeto da prova: * Para todos verem: quadro comparativo Teses de repercussão geral do STF 1055 RE 1209429 É objetiva a Responsabilidade Civil do Estado em relação a profissional da imprensa ferido por agentes policiais durante cobertura jornalística, em manifestações em que haja tumulto ou conflitos entre policiais e manifestantes. Cabe a excludente da responsabilidade da culpa exclusiva 10/06/2021 Excludentes Caso fortuito (imprevisível) Força maior (natureza) Culpa exclusiva da vítima (se a vítima concorre com o dano, o ônus é repartido) Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 23 da vítima, nas hipóteses em que o profissional de imprensa descumprir ostensiva e clara advertência sobre acesso a áreas delimitadas, em que haja grave risco à sua integridade física. 512 RE 662405 O Estado responde subsidiariamente por danos materiais causados a candidatos em concurso público organizado por pessoa jurídica de direito privado (art. 37, § 6º, da CRFB/88), quando os exames são cancelados por indícios de fraude. 29/06/2020 362 RE 608880 Nos termos do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, não se caracteriza a responsabilidade civil objetiva do Estado por danos decorrentes de crime praticado por pessoa foragida do sistema prisional, quando não demonstrado o nexo causal direto entre o momento da fuga e a conduta praticada. 08/09/2020 366 RE 136861 Para que fique caracterizada a responsabilidade civil do Estado por danos decorrentes do comércio de fogos de artifício, é necessário que exista a violação de um dever jurídico específico de agir, que ocorrerá quando for concedida a licença para funcionamento sem as cautelas legais ou quando for de conhecimento do poder público eventuais irregularidades praticadas pelo particular. 11/03/2020 Precedente do STJ O hospital que deixa de fornecer o mínimo serviço de segurança, contribuindo de forma determinante e específica para homicídio praticado em suas dependências, responde objetivamente pela conduta omissiva. (REsp 1.708.325-RS, Rel. Min. Og Fernandes, Segunda Turma, por unanimidade, julgado em 24/05/2022). O prazo prescricional para ações indenizatórias em face da pessoa jurídica de direito público ou de direito privado prestadora de serviço público é de 5 anos, todavia, atente-se para a súmula 647 do STJ: “São imprescritíveis as ações indenizatórias por danos morais e materiais decorrentes de atos de perseguição política com violação de direitos.” Resolva a questão a seguir: 8) FGV – 2023 – OAB – Exame de Ordem Unificado XXXVII – Primeira Fase Mateus e Geraldo foram presos em decorrência de sentença penal com trânsito em julgado, pelo crime de latrocínio. Ambos ficaram, inicialmente, na mesma cela prisional, em condições absolutamente precárias e insalubres, sendo certo que Geraldo evadiu-se da cadeia. Seis meses após a fuga, Geraldo praticounovo latrocínio, que levou Tânia a óbito. Mateus, que ficou muito deprimido pelas condições degradantes do cárcere, cometeu suicídio, cortando seus pulsos com faca adquirida irregularmente de Rodrigo, agente penitenciário, fato que poderia ter sido evitado, portanto, se o Estado tivesse adotado precauções mínimas. Diante das circunstâncias narradas, assinale a afirmativa correta. A) O Estado poderia ser civilmente responsabilizado pela morte de Tânia, pois tinha o dever de evitar a fuga de Geraldo, mas não pelo óbito de Mateus, em razão de fato exclusivo da vítima, tendo em Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 24 conta a adoção da teoria do risco administrativo. B) Ambas as mortes acima descritas seriam passíveis de configurar a responsabilização civil do Estado, nos termos da Constituição, que adota expressamente a teoria do risco integral, nas situações relacionadas à segurança pública. C) Nenhum dos óbitos narrados pode caracterizar a responsabilização civil do Estado, na medida em que nas hipóteses de omissão do Estado deve ficar caracterizado o elemento culpa, imprescindível no âmbito da teoria do risco administrativo. D) O Estado poderia ser civilmente responsabilizado pela morte de Mateus, pois tinha o dever de proteger a incolumidade física de pessoa sob sua custódia, mas não pelo óbito de Tânia, na medida em que não há nexo de causalidade entre a fuga de Geraldo e o evento danoso. 14. Improbidade Administrativa Art. 37 da CF. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: §4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. *Para todos verem: quadro Atos de improbidade Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando em enriquecimento ilícito auferir, mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, de mandato, de função, de emprego ou de atividade nas entidades referidas no art. 1ºdesta Lei [...] Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei [...] Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade [...] Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 25 Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos. Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 12 (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos. Pagamento de multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos. Prescrição: Tema sensível e que sofreu diversas alterações com as Lei nº 14.230/2021. Se antes o prazo de prescrição era (basicamente) de cinco anos, agora o prazo é de 8 anos para prescrição. O objetivo da prescrição é dar estabilidade às relações jurídicas. Nos parágrafos do artigo 23 da LIA há previsões de suspensão e interrupção de prazo prescricional. Uma novidade na nova redação da LIA é que, agora, haverá possibilidade da chamada prescrição intercorrente no prazo de 4 anos, ou seja, prescrição que ocorre no decorrer do processo judicial: “§ 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do dia da interrupção, pela metade do prazo previsto no caput deste artigo”. Atenção: o artigo 16 trata sobre a possibilidade de indisponibilidade de bens, não deixe de estudar esse artigo, pois o assunto está em alta! Resolva a questão a seguir: 9) FGV – 2022 – OAB – Exame de Ordem Unificado XXXVI – Primeira Fase Na semana passada, o Ministério Público ajuizou ação em desfavor de Odorico, prefeito do Município Delta, em decorrência da prática de ato doloso de improbidade que causou enriquecimento ilícito. Após os devidos trâmites processuais, o Juízo de primeiro grau verificou a configuração dos elementos caracterizadores da improbidade, incluindo o dolo específico, razão pela qual aplicou as penalidades cominadas na legislação. Sobre as penalidades aplicadas ao prefeito Odorico, assinale a afirmativa correta. A) É cabível a execução provisória da penalidade de perda da função pública, com seu imediato afastamento do cargo. B) Poderia ser aplicada a penalidade de suspensão de direitos políticos por prazo superior a quinze anos, em razão da presença de dolo específico. C) O Juízo de primeiro grau não poderia cumular as penalidades de suspensão dos direitos políticos e de proibição de contratar com a Administração, sob pena de bis in idem. D) O Juízo de primeiro grau poderia cumular a determinação de ressarcimento integral ao erário com a aplicação da penalidade de multa equivalente ao valor do acréscimo patrimonial Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 26 15. Controle da Administração Pública O controle é o instrumento jurídico de fiscalização sobre a atuação dos agentes, órgãos e entidades da Administração Pública. *Para todos verem: esquema *Para todos verem: quadro Ações de controle Mandado de Segurança, Habeas Corpus, Ação Civil Pública, Ação Popular, Mandado de Injunção, Habeas Data, Ação de Improbidade Administrativa, Ação Direta de Inconstitucionalidade Prazo para anular Regra é de 5 anos, salvo má-fé - prazo DECADENCIAL do art. 54, da L. 9784/99 Órgão de controle Administrativo – decorre do poder de autotutela. Legislativo – controle parlamentar direto ou pelo Tribunal de Contas Judicial – mediante provocação No controle externo realizado pelo Poder Legislativo, com auxílio do Tribunal de Contas, tenha cuidado com o artigo 71 da Constituição Federação, especificamente com inciso III: Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhoriasposteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório. Administração Poder-dever Anular Atos eivados de vício/ilegais Pode Revogar Atos legais, por conveniência ou oportunidade Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 27 Resolva a questão a seguir: 10) FGV – 2022 – OAB – Exame de Ordem Unificado XXXVI – Primeira Fase Túlio era servidor público federal e falsificou documentos para, de má fé, obter a sua aposentadoria por tempo de contribuição junto ao Regime Próprio de Previdência Social – RPPS. Por não ter sido verificado o problema dos documentos, o pedido foi deferido pelo órgão competente de origem e, pouco depois, registrado perante o Tribunal de Contas da União – TCU, que não verificou o embuste e não conferiu oportunidade de manifestação para Túlio. Ocorre que, seis anos após o aludido registro, a Corte de Contas tomou conhecimento do ardil de Túlio e da nulidade dos documentos apresentados, razão pela qual instaurou processo administrativo para fins de anular o registro promovido em dissonância com o ordenamento jurídico. Diante dessa situação hipotética, aponte a assertiva correta. A) A conduta do TCU foi irregular, na medida em que a aposentadoria de Túlio é ato administrativo simples, que não deveria ter sido submetido a registro perante a Corte de Contas. B) O exercício da autotutela, para fins de anular a aposentadoria de Túlio, não está fulminado pela decadência, diante de sua má-fé. C) O registro da aposentadoria de Túlio foi irregular, pois dependia da garantia da ampla defesa e contraditório perante o TCU. D) A anulação da aposentadoria não é mais viável, considerando que transcorrido o prazo prescricional de cinco anos para o exercício da pretensão. 16. Bens Públicos 16.1. Classificação *Para todos verem: quadro Essas classificações estão no artigo 99, do Código Civil, aliás, nos seus estudos vale a leitura do aritgo 98 ao 103 do CC! 16.2. Características Inalienabilidade: Significa que bens públicos não podem ser vendidos livremente, mas essa regra não é absoluta! Os bens de uso especial e os bens de uso comum são inalienáveis (são bens fora do comércio), essa é a regra. Bens de uso comum do povo • São bens que todos podem usar, como as ruas e praças. Bens de uso especial • São destinados às instalações e aos serviços públicos, como os prédios das repartições ou escolas públicas. Bens dominicais • São os que pertencem ao acervo do poder público, sem destinação especial. Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 28 Impenhorabilidade: Os bens públicos não podem ser objeto de uma constrição judicial, de uma execução. Não poder ser objeto de garantia. Imprescritibilidade: Trata-se da prescrição aquisitivas (usucapião). Nesse sentido, os bens públicos não podem ser adquiridos pela posse mansa e pacífica por determinado espaço de tempo continuado, nos moldes da legislação civil. Importante salientar que a imprescritibilidade atinge inclusive os bens não afetados, não sendo estes, também, passíveis de usucapião (art. 183, §3º e 191, parágrafo único, ambos da Constituição Federal). Não onerabilidade: Os bens públicos não podem ser objetos de direito real de garantia, ou seja, não fica sujeito à instituição de penhor, anticrese ou hipoteca para garantir débitos do ente estatal. Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 29 Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 30 Prof.ª Maria Valentina de Moraes 11) FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX - Primeira Fase Flávio, oficial de justiça de determinado Tribunal Regional Federal, no exercício de suas atribuições, ao se dirigir para uma diligência, foi surpreendido por intenso tiroteio. Em razão disso, Flávio adentrou clandestinamente o imóvel de Júlia, sendo que permaneceu no local sem determinação judicial, por longo período e contra a vontade da proprietária. Diante da configuração de crime previsto na Lei de Abuso de Autoridade, Flávio foi denunciado no âmbito criminal, sendo certo que, após o devido processo legal, ele foi absolvido, em decorrência da caracterização de estado de necessidade, operando-se o trânsito em julgado da sentença. Paralelamente, foi instaurado processo administrativo disciplinar, para fins de obter a responsabilização de Flávio pela respectiva falta funcional. Diante dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta. A) O reconhecimento de que Flávio praticou o ato de abuso de autoridade em estado de necessidade na decisão prolatada na esfera penal faz coisa julgada no âmbito administrativo-disciplinar. B) A existência de ação penal por abuso de autoridade em face de Flávio deveria ter impedido a instauração do processo administrativo disciplinar, pois não é admitida duplicidade de responsabilização. C) A sentença penal que absolveu Flávio não pode repercutir na esfera administrativa-disciplinar, uma vez que a sentença absolutória criminal somente pode refletir em outras esferas nas hipóteses de negativa de autoria. D) Não é possível aplicar penalidade administrativa-disciplinar a Flávio, na medida em que toda sentença absolutória penal vincula o controle pela Administração Pública, ainda que o fundamento criminal seja a ausência de prova. 12) FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXXI - Primeira Fase Maria foi contratada, temporariamente, sem a realização de concurso público, para exercer o cargo de professora substituta em entidade autárquica federal, em decorrência do grande número de professores do quadro permanente em gozo de licença. A contratação foi objeto de prorrogação, de modo que Maria permaneceu em exercício por mais três anos, período durante o qual recebeu muitos elogios. Em razão disso, alunos, pais e colegas de trabalho levaram à direção da autarquia o pedido de criação de um cargo em comissão de professora, para que Maria fosse nomeada para ocupá-lo e continuasse a ali lecionar. Avalie a situação hipotética apresentada e, na qualidade de advogado(a), assinale a afirmativa correta. A) Não é possível a criação de um cargo em comissão de professora, visto que tais cargos destinam-se apenas às funções de direção, chefia e assessoramento. B) É adequada a criação de um cargo em comissão para que Maria prolongue suas atividades como professora na entidade administrativa, diante do justificado interesse público. C) Maria tem estabilidade porque exerceu a função de professora por mais de três anos consecutivos, tornando desnecessária a criação de um cargo em comissão para que ela continue como professora na entidade autárquica. D) Não é necessária a criação de um cargo em comissão para que Maria permaneça exercendo a função de professora, porque a contratação temporária pode ser prorrogada por tempo indeterminado. 13) FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXII - Primeira Fase Amadeu, assim que concluiu o ensino médio, inscreveu-se e foi aprovado em concurso público para o cargo de técnico administrativo do quadro permanente de determinado Tribunal Regional Federal, cargo em que alcançou a estabilidade, após o preenchimento dos respectivos requisitos legais. Enquanto estava no exercício das funções desse cargo, Amadeu cursou e concluiu a Faculdade de Direito, razão pela qual decidiu prestar concurso público e foi aprovado para ingressar como advogado de certa sociedade de economia mista federal, que recebe recursos da União para o seu custeio geral. Diante dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta. A) Amadeu poderá acumular o cargo no Tribunal com o emprego na sociedade de economia mista federal, se houver compatibilidade de horários. B) A estabilidade já alcançada por Amadeu estende-se à sociedadede economia mista, considerando-se que aquela se consuma no serviço público, e não no cargo. C) Amadeu, ao ser contratado pela sociedade de economia mista, continua submetido ao teto remuneratório do serviço público federal. Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 31 D) Amadeu poderia ser transferido para integrar os quadros da sociedade de economia mista sem a realização de novo concurso público. 14) FGV - 2021- OAB - Exame de Ordem Unificado XXXII - Primeira Fase O Município Alfa pretende formalizar uma parceria público-privada para a realização de obras, instalação de postes e prestação de serviços de iluminação pública. A contraprestação da concessionária vencedora da licitação seria inteiramente custeada pela Administração Pública local, mediante ordem bancária e por outorga de direitos sobre bens públicos dominicais do município. Sobre essa situação hipotética, assinale a afirmativa correta. A) A contratação almejada não é possível, porque o ordenamento não admite que a Administração arque com o custeio integral de parceria público-privada. B) A outorga de direitos sobre bens públicos dominicais não é contraprestação admissível para a formalização da parceria. C) O Município Alfa deveria utilizar-se de concessão administrativa para a formalização da contratação pretendida. D) A natureza individual (uti singuli) do serviço em questão exige a cobrança de tarifa do usuário para a realização da parceria público-privada almejada. 15) FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIII - Primeira Fase A sociedade empresária Espertinha praticou atos de corrupção contra determinada organização pública internacional, mediante oferecimento de suborno para a obtenção de vantagens indevidas. Em razão disso, a Controladoria Geral da União (CGU) instaurou procedimento administrativo para apurar a responsabilização administrativa de tal sociedade. Considerando o disposto na Lei nº 12.846/13 (Lei Anticorrupção), assinale a afirmativa correta. A) Não é possível a responsabilização administrativa da sociedade empresária Espertinha por atos de corrupção praticados contra organização pública internacional. B) A responsabilização administrativa pela CGU não necessita da caracterização do elemento subjetivo na conduta da sociedade empresária Espertinha, pois tal responsabilidade é objetiva. C) A aplicação de penalidades administrativas pela CGU depende da responsabilização individual de pessoa natural, na figura de sócio ou dirigente da sociedade empresária Espertinha. D) O processo administrativo instaurado pela CGU poderá resultar na aplicação das penalidades de multa e de dissolução compulsória da sociedade empresária Espertinha. Prof.ª Franciele Kühl 16) FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXVII - Primeira Fase A União celebrou convênio com o Município Alfa para a implantação de um sistema de esgotamento sanitário. O Governo Federal repassou recursos ao ente local, ficando o município encarregado da licitação e da contratação da sociedade empresária responsável pelas obras. Após um certame conturbado, cercado de denúncias de favorecimento e conduzido sob a estreita supervisão do prefeito, sagrou-se vencedora a sociedade empresária Vale Tudo Ltda. Em escutas telefônicas, devidamente autorizadas pelo Poder Judiciário, comprovou-se o direcionamento da licitação para favorecer a sociedade empresária Vale Tudo Ltda., que tem, como sócios, os filhos do prefeito do Município Alfa. Tendo sido feita perícia no orçamento, identificou-se superfaturamento no preço contratado. Com base na situação narrada, assinale a afirmativa correta. A) Não compete ao Tribunal de Contas da União fiscalizar o emprego dos recursos em questão, pois, a partir do momento em que ocorre a transferência de titularidade dos valores, encerra-se a jurisdição da Corte de Contas Federal. B) O direcionamento da licitação constitui hipótese de frustração da licitude do certame, configurando ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração Pública e, por isso, sujeita os agentes públicos somente à perda da função pública e ao pagamento de multa civil. C) Apenas os agentes públicos estão sujeitos às ações de improbidade, de forma que terceiros, como é o caso da sociedade empresária Vale Tudo Ltda., não podem ser réus da ação judicial e, por consequência, imunes à eventual condenação ao ressarcimento do erário causado pelo superfaturamento. Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 32 D) Por se tratar de ato de improbidade administrativa que causou prejuízo ao erário, os agentes públicos envolvidos e a sociedade empresária Vale Tudo Ltda. estão sujeitos ao integral ressarcimento do dano, sem prejuízo de outras medidas, como a proibição de contratar com o Poder Público ou receber incentivos fiscais por um prazo determinado. 17) FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXVI - Primeira Fase A administração do Município Alfa está construindo uma ponte para facilitar o acesso dos produtores rurais ao seu centro urbano. Para a realização da construção, o ente necessita utilizar a propriedade privada de Fernando, um terreno não edificado, vizinho à obra, enquanto perdurar a atividade de interesse público, para a qual não há perigo iminente. Considerando as modalidades de intervenção do Estado na propriedade, a administração do Município Alfa deve A) realizar o tombamento do bem de Fernando, mediante prévia e justa indenização em dinheiro, diante da relevância da obra a ser realizada. B) determinar a requisição administrativa do bem de Fernando, mediante indenização ulterior, em caso de dano. C) efetuar a ocupação temporária do bem de Fernando, passível de indenização pela utilização do terreno em ação própria. D) implementar uma servidão administrativa no bem de Fernando, mediante prévia e justa indenização em dinheiro, pelo sacrifício da propriedade. 18) FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXVI - Primeira Fase Em uma movimentada rodovia concedida pela União a uma empresa privada, um veículo particular colidiu com outro, deixando diversos destroços espalhados pela faixa de rolamento. Um dos objetos deixados sobre a pista cortou o pneu de um terceiro automóvel, causando a colisão deste em uma mureta de proteção. Com base no fragmento acima, assinale a afirmativa correta. A) A concessionária deve responder objetivamente pelos danos causados, com fundamento na teoria do risco administrativo. B) Em nenhuma hipótese a concessionária poderá ser responsabilizada pelo evento danoso. C) A concessionária responde pelos danos materiais causados ao terceiro veículo, com fundamento na teoria do risco integral, isto é, ficou comprovado que o dano foi causado por culpa exclusiva de terceiro ou por força maior D) O proprietário do terceiro automóvel só será reparado pelos danos materiais caso demonstre a culpa da concessionária, caracterizada, por exemplo, pela demora excessiva em promover a limpeza da rodovia. 19) FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV - Primeira Fase Em decorrência das queimadas que têm assolado certo bioma, os municípios vizinhos Alfa, Beta e Gama, nacionalmente conhecidos pelo turismo ambiental promovido na localidade e drasticamente afetados pelo fogo, decidiram formalizar um consórcio público com vistas a promover a proteção ao meio ambiente. No respectivo protocolo de intenções, os entes federativos estabeleceram a denominação - Protetivus -, a finalidade, o prazo de duração, a sede do consórcio e a previsão de que o consórcio é associação pública, dentre outras cláusulas necessárias. Diante dessa situação hipotética, em consonância com a legislação de regência, assinale a afirmativa correta. A) A associação pública Protetivus não poderá integrar a Administração Indireta dos municípios Alfa, Beta e Gama. B) Os municípios Alfa, Beta e Gama somente entregarão recursos financeirosao consórcio público mediante contrato de rateio. C) Os municípios Alfa, Beta e Gama não poderiam formalizar o consórcio público em questão sem a participação da União. D) A edição de Decreto por cada um dos municípios envolvidos é suficiente para que a associação pública Protetivus adquira personalidade jurídica. 20) FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV - Primeira Fase O município Gama almeja realizar licitação para a escolha de um projeto urbanístico, de cunho técnico especializado, de natureza preponderantemente cultural, para a revitalização de seu centro histórico. Para tanto, fez publicar o Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 33 respectivo edital com as especificações determinadas por lei. Sobre a hipótese, segundo a nova de Lei de Licitações (Lei nº 14.133/21), assinale a afirmativa correta. A) O vencedor da licitação deverá ceder ao município Gama os direitos patrimoniais relativos ao projeto e autorizar sua execução conforme juízo de conveniência e oportunidade das autoridades competentes. B) A elaboração do projeto técnico mencionado corresponde a serviço comum, de modo que a modalidade de licitação aplicável pelo município Gama é o pregão. C) A modalidade de licitação a ser utilizada pelo município Gama é o diálogo competitivo, porque a Nova Lei de Licitações não prevê o concurso. D) A licitação deverá ser realizada como concurso público de provas e títulos, tal como ocorre com a admissão de pessoal, para fins de remunerar o projeto vencedor. 21) FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase O Parque de Diversões Alegrias ABC obteve legalmente autorização do Município Alfa para uso de bem público, de maneira a montar suas instalações e exercer suas atividades em determinada praça pública, pelo período de três meses. Um mês após a edição do ato de autorização de uso, sobreveio legislação municipal, alterando o plano diretor da cidade, tornando aquela área residencial e proibindo expressamente sua autorização de uso para fins recreativos, como a instalação de parques de diversão. No caso em tela, houve extinção do ato administrativo de autorização de uso inicialmente válido por meio da A) cassação, devendo a autoridade municipal que emitiu o ato revogá-lo expressamente para o fiel cumprimento da lei e o Parque de Diversões Alegrias ABC não tem direito à indenização. B) caducidade, por força de ilegalidade superveniente causada pela alteração legislativa, sem culpa do beneficiário do ato Parque de Diversões Alegrias ABC. C) anulação, que ocorre de forma tácita, em razão de fato do príncipe superveniente, consistente na alteração do plano diretor da cidade, com direito de indenização ao Parque de Diversões Alegrias ABC. D) contraposição, por força de ilegalidade superveniente decorrente da nova lei municipal editada, devendo ser perquirida eventual culpa do Parque de Diversões Alegrias ABC. 22) FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIII - Primeira Fase Para fins de contratar serviço de engenharia necessário ao desenvolvimento de sua atividade, que não abarca reforma de edifício ou equipamento, certa empresa pública federal realizou licitação, na forma da Lei nº 13.303/16. A sociedade empresária Feliz sagrou-se vencedora do certame. Após regular formalização do contrato, a entidade administrativa, diante do advento de nova tecnologia relevante, decidiu alterar as especificações do objeto, mediante aditamento. Acerca dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta. A) Ainda que haja acordo entre as partes, a alteração do contrato pretendida não é possível, em decorrência do princípio de que o pactuado deve ser respeitado. B) A empresa pública tem a prerrogativa de realizar a alteração do contrato, independentemente de acordo com a sociedade empresária Feliz. C) A alteração do contrato depende de acordo com a sociedade empresária Feliz e deve respeitar o limite estabelecido na lei de regência. D) Se houver acordo entre as partes, não há limitação para a alteração do contrato formalizado com a sociedade empresária Feliz. Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Administrativo 34 Gabaritos das questões: 1 - D 2 - D 3 - D 4 - B 5 - B 6 - B 7 - D 8 - D 9 - D 10 - B 11 - A 12 - A 13 - C 14 - C 15 - B 16 - D 17 - C 18 - A 19 - B 20 - A 21 - B 22 - C
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