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CERVICITES

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Ilária Sales 
 
Cervicites 
Cervicite é a inflamação do canal 
endocervical, que apesar de 
assintomáticas em 70-80% dos casos, se 
não tratadas acarretam DIP, 
infertilidade, dor pélvica crônica e 
gestação ecctópica. 
O fluxo vaginal fisiológico é 
branco/transparente, homogêneo, 
inodoro e possui PH ácido 4 – 4,5. 
 
ETIOLOGIA 
• Germes ascendentes. 
• Bactérias sexualmente 
transmissíveis. 
• Principais agentes: neisseria e 
chlamydia. 
• Existem outros agentes: 
mycoplasma, ureaplasma, 
escherichia coli e usuárias de DIU 
– actinommyces israelii. 
 
FATORES DE RISCO 
• Mulheres sexualmente ativas 
com menos de 25 anos. 
• Novo parceiro sexual. 
• Múltiplos parceiros sexuais. 
• Mulheres com parceiros com 
IST. 
• História prévia ou presença de 
outra IST. 
• Uso irregular de preservativos. 
 
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA 
Secreção mucopurulenta com 
descarga presente pelo orifício externo 
do colo do útero, sangramento devido a 
colo friável, possível prurido, disúria, 
urgência miccional, dispareunia, 
sangramento intermenstrual ou pós-
coito. A presença de dor sugere 
comprometimento do trato genital 
acima do orifício interno do colo 
uterino. À microscopia, observam-se 
leucócitos polimorfonucleares. 
 
CERVICITE POR GONOCOCO 
A Neisseria gonorrhoeae é um 
diplococo gram negativo e é um 
persistente problema de saúde pública 
de transmissão sexual e o período de 
incubação é de 4-7 dias. 
 
→ CLÍNICA 
Assintomáticas em 60-80% dos 
casos, pode haver secreção cervical 
e/ou uretral purulenta. No homem é 
mais comum a secreção uretral 
purulenta enquanto na mulher é a 
secreção cervical. 
Na mulher o gonococo pode 
causar bartolinite (inflamação da 
glândula de Bartholin) e esquenite 
(inflamação da glândula de skene), que 
é mais grave pois pode obstruir o meato 
uretral. Se houver a inflamação dessas 
glândulas é necessário drenar. 
No Recém Nascido, o gonococo 
pode causar conjuntivite gonocócica. 
 
→ DIAGNÓSTICO. 
É clínico e pode ser observado 
durante o exame físico vaginal. 
Mas há métodos laboratoriais 
caso haja necessidade de confirmação: 
• Método de gram. 
• Cultura pela amostra de 
secreção endocervical (cultural 
para gonococo/ neisseria 
gonorrhoeae). 
• PCR do canal cervical – padrão 
ouro. 
 
→ TRATAMENTO 
• Ceftriaxona. 
o Cefalosporina 3º 
geração. 
o 500mg, IM, dose única. 
o Infecção gonocócica 
disseminada ou 
Ilária Sales 
 
conjuntivite gonocócica 
no adulto: 1g, IM ou IV. 
• Azitromicina. 
o O MS recomenda que 
associe a Ceftriaxona à 
azitromicina, portanto, o 
tto é feito com 
associação de 
azitromicina e 
Ceftriaxona. 
o 1g, VO, dose única. 
o Infecção gonocócica 
disseminada: 1g, VO, por 
7 dias. 
 
 
CERVICITE POR CHLAMYDIA 
É uma bactéria de transmissão 
sexual, porém tem comportamento viral 
e é um parasita intracelular obrigatório. 
É gram negativa. 
Assintomáticas em 60 – 75% dos 
casos, pode haver leucorreia (secreção 
purulenta). 
É valido ressaltar, que quase 
sempre, quando se tem chlamydia 
também irá ter gonococo. 
 
→ DIAGNÓSTICO 
Assim como na neisseria, o 
diagnóstico é clínico, dado através da 
visualização pelo especulo da cérvice 
uterina. 
Não há como diferenciar, através 
da visualização pelo especulo, se é 
clamídia ou gonorreia, por isso deve-se 
tratar as duas. 
Pode-se solicitar: 
• IgM e IgG. 
• Cultura. 
• PCR do canal cervical. 
 
→ TRATAMENTO 
• Azitromicina. 
o 1g, VO, dose única. 
OU 
• Doxiciclina. 
o 100 mg, VO, 12/12 horas, 
por 7 dias. 
 
Sempre deve tratar o parceiro 
sexual, tanto no gonococo como na 
chlamydia e solicitar sorologias. 
 
→ SÍNDROME URETRAL. 
Pode ocorrer uretrite por 
chlamydia que irá cursar com sintomas 
de infecção urinária, ao solicitar o EAS 
irá apresentar bastante leucócitos 
(piúria) mas a cultura é negativa, pois a 
chlamydia não cresce já que é 
intracelular, esse quadro é chamado de 
piúria estéril.

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