Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Clínica Médica de Pequenos Animais Doença Inflamatória Intestinal Resumo → A DII (doença inflamatória intestinal se caracteriza por distúrbios gastrointestinais persistentes, idiopáticos e com confirmação histopatológica de inflamação de sua mucosa. → Pode ser classificada por sua distribuição anatómica, modificações físicas do tecido e por predominância de células inflamatórias. → Podendo ser uma enterite, local ou difusa ou gastroenterite , chamada de linfocítica, plasmocítica, eosinofílica, neutrofílica ou granulomatosa . → A forma mais comum em cães e gatos é a enterite linfocítica-plasmocítica ● ETIOLOGIA A doença possui origem desconhecida, porém, acredita-se que a causa seja a diminuição da tolerância imunológica a antígenos microbianos ou dietéticos. Relacionado a ruptura da barreira da mucosa, desequilíbrio microbiano, desregulação do sistema imunológico Atualmente, a doença está sendo super diagnosticada, ou seja, outras doenças secundárias que causam enterites estão sendo passadas como DII. Podemos exemplificar a pancreatite crônica, que em tríade felina, causa enterite. ● MANIFESTAÇÕES/QUEIXAS CLÍNICAS A suspeita começa com o relato de distúrbios gastrointestinais como vômito e diarreia . Pode-se encaminhar um diagnóstico ao realizar exclusão de possíveis causas dessas manifestações . Pode haver dor ou desconforto abdominal , barulhos estomacais (borborigmos) , perda de peso , polifagia ou hiporexia . Pode haver alterações como hipoproteinemia , sinal de síndrome de má absorção, tendo manifestações de a scite,efusão e edema subcutâne o. ● DIAGNÓSTICO Exame de ultrassonografia para avaliar motilidade gástrica, espessamento ou não de parede intestinal, conformação anatomica da parede intestinal. É importante basear o diagnóstico na exclusão de outras causas de distúrbios gastrointestinais, solicitar exame de cultura de fezes , a fim de descartar parasitemia/bacteremia. Tem-se o consenso de que a DII só pode ser confirmada de fato se for realizada biópsia de intestino e enviada para histopatologia. O fragmento de tecido pode ser obtido por endoscopia ou laparotomia. Tem-se o consenso pois ao excluir todas afecções, apenas podemos diferenciar a DII de linfoma alimentar pelo histopatológico. ● TRATAMENTO O tratamento depende da gravidade. Geralmente solicita-se que o tutor relate o dia-a-dia do pet, como quantas vezes come, defeca, vomita, consistência fecal, se há perda de peso ou não. Comumente o tratamento se constitui em→ 1. DIETA → a dieta deve possuir alta digestibilidade(proteínas de baixo peso molecular) , baixo teor lipídico( evitar exacerbação da diarreia ), suplementação com ômega-3(diminuir resposta inflamatória) , glutamina( preserva e protege a barreira mucosa intestinal). Comumente pode ser receita a dieta hipoalergênica. Em gatos, pode-se fazer o teste com AN ou alimento seco grain-free( livre de grãos- milho, arroz). 2. FLORA INTESTINAL → recomenda-se o uso de probióticos e prebióticos para auxiliar o equilíbrio intestinal, evitando assim um agravamento do quadro diarreico . 3. ANTIBIOTICOTERAPIA → Em caso de infecções secundárias, devido a parede intestinal machucada, deve-se estabelecer a antibioticoterapia. Alguns antígenos microbianos podem estar relacionados à resposta inflamatória. O f ármaco de eleição é o metronidazol , por ter ação adequada às bactérias do intestino. 4. IMUNOSSUPRESSORES → Não é o recurso de eleição devido a seus efeitos colaterais, do uso de corticosteróides em tempo prolongado, como a suscetibilidade de infecções secundárias. O s fármacos de eleição para gatos são a prednisolona para curtos períodos e a budesonida para períodos mais prolongados .Para cães é comum utilizar a pr ednisona ou prednisolona. Elaborado por Daniela Figueiró, utilizando como referência o GUIA DE CLINICA DE PEQUENOS ANIMAIS VOLUME 1 DA SANAR SAÚDE
Compartilhar