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3 Aula de Ortodontia Preventiva

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3º Aula de Ortodontia Preventiva 
Crescimento e Desenvolvimento Crâniofacial 
- Crescimento do neurocrânio ou a abóboda craniana: ele é composto pelo osso frontal, pelos dois parietais, dois temporais e pela porção externa do osso occipital. É de ossificação intramembranosa, separado por regiões de tecido conjuntivo, as chamadas suturas. No recém-nascido, temos o que chamamos de fontanelas, não são ainda as suturas, popularmente conhecido como “moleira”. Por que a criança nasce com essas fontanelas tão grandes? Porque essa estrutura do neurocrânio segue o padrão de crescimento neural, ou seja, são estruturas dos tecidos moles que crescem muito no final do período fetal e até o 5º ano de vida pós-natal. A fontanela tem que existir porque esse neurocrânio tem que se expandir muito rapidamente para comportar o crescimento do próprio encéfalo. 
O objetivo da fontanela é fazer, nesse momento, com que os ossos do neurocrânio sejam mais plásticos, elásticos, e que eles possam crescer secundariamente e na mesma intensidade que o crescimento encefálico. 
Quando a criança nasce, a face é de 8 a 9 vezes menor do que o neurocrânio. Na idade adulta, a face já corresponde a metade do tamanho de todo o crânio (composto por 22 ossos, sendo 14 da face e 8 do neurocrânio). O neurocrânio pouco cresce depois dos 5 anos, quem vai crescer de maneira mais substancial e principalmente durante o surto de crescimento puberal é a face. 
Ossos cranianos: frontal, parietal, temporal, occipitais, etmoide, esfenoide (neurocraniano), lacrimais, nasais, maxila, palatino, vômer, conchas nasais inferiores, mandíbulas, zigomático (víscero-crânio – ossos de ossificação mista (maxila e mandíbula) ou intramembranosa). 
Condrocrânio: formado pelo etmoide, esfenoide e occipital é de ossificação endocondral, esses ossos são separados por estruturas cartilaginosas, as sincondroses. Ele é uma lâmina contínua de cartilagem. O crescimento desses ossos é controlado pela genética, eles não sofrem modificações ambientais.
As sincondroses são 4: interesfenoidal (o esfenoide é um osso par, um pouco antes ou logo ao nascimento essa sincondrose se consolida, quando isso ocorre o esfenoide passa a ser um osso); a sincondrose interoccipital (consolida-se por volta dos 5 anos), esfeno-etmoidal (entre 7 e 8 anos de idade); esfeno-occipital (a única que permanece ativa na vida aulta, só se fecha após os 16 anos de idade, enquanto tiver tecido conjuntivo sutural ou tecido cartilaginoso e sincondrose os ossos têm potencial de crescimento, então ela tem papel importante no deslocamento secundário de maxila e, principalmente, de mandíbula para frente e para baixo, mesmo em pacientes adultos, isso torna-se um problema, inclusive naqueles casos de pacientes cirúrgicos, se ele se submeter a cirurgia ortognática ela vai acontecer após os 20 anos, com 21 anos e meio). 
A maioria das sincondroses da base do crânio se consolidam aos 7 anos de idade. Maxila e mandíbula deslocam para trás, encontram a base do crânio, e deslocam para frente e para baixo. Quando ela se desloca por ação do próprio osso é deslocamento primário, quando a sincondrose esfeno-occipital empurra a mandíbula para frente e para baixo é deslocamento secundário. Então maxila e mandíbula deslocam primariamente para cima e para trás, e primariamente para frente e para baixo, e somente secundariamente para frente e para baixo. 
A partir da revolução industrial, da dieta pasteurizada, ou seja, o ser humano parou de usar o sistema estomatognático como antigamente e houve redução do comprimento da maxila e mandíbula.
- Complexo Nasomaxilar 
Responsável pelo terço médio da face. Cresce com maior intensidade durante a puberdade, durante o SCP. Compreende os ossos nasais, maxilas, zigomáticos, dentes superiores. Inserido na forma de uma pirâmide, ápice nasal e base dentária. Regiões de crescimento da maxila (sítios de crescimento): o principal é a tuberosidade da maxila, faz com que a maxila desloque para cima e para trás, a aposição óssea promove o deslocamento primário para cima e para trás, quando ela encontra o esfenoide consolidado ela desloca primariamente para frente e para baixo, a tuberosidade é responsável pelo aumento da maxila em tamanho. A maxila vai se tornar maior no sentido vertical por aposição dos processos alveolares. 
Por que ocorre aposição dos processos alveolares? Por causa da erupção dos dentes. Quando erupcionam os dentes decíduos, tem aumento da dimensão vertical maxilar, isso aumenta ainda mais com a erupção dos dentes permanentes. Então, um dos principais responsáveis pelo crescimento vertical da maxila é o osso alveolar, e ele só vai crescer para comportar as raízes dos dentes decíduos e posteriormente dos permamentes. 
Região de crescimento: espinha nasal anterior (aposição), sutura frontomaxilar, sutura frontonasal e sutura zigomaticomaxilar. 
Grande região de reabsorção: seios maxilares. Cavidades aeradas, a função dessa remodelação, ou seja, reabsorção, é manter o peso da maxila, porque se a maxila apenas crescesse por aposição, não só a maxila mas também o complexo nasomaxilar, esse complexo ficaria muito pesado, então ocorre essa reabsorção no seio maxila para manter mais ou menos o peso especifico do complexo nasomaxilar. 
Vantagem da maxila do ponto de vista ortopédico: todas essas regiões de oposição são de ossificação intramembranosa, ou seja, consegue segurar, modificar ou diminuir o crescimento dessa estrutura óssea. Por que consigo segurar o crescimento da maxila? Porque a tuberosidade é de ossificação intramembranosa. 
· Remodelação óssea: crescer, manter a forma sem aumentar o peso específico dos ossos, o complexo nasomaxilar não aumenta muito seu peso específico por causa da reabsorção dos seios maxilares, se não houvesse essa reabsorção durante a puberdade a maxila se tornaria um osso muito pesado; 
· Crescimento vertical: processo alveolar, assoalhos nasais e órbitas, e abóboda palatina; 
· Crescimento Horizontal ou transverso: sutura palatina mediana, essa sutura é extremamente importante para prática ortodôntica. Por que conseguimos fazer expansão da maxila? Porque tem uma sutura separando os dois ossos palatinos, essa sutura só se fecha por volta dos 15 anos dos meninos, nas meninas se fecha entre os 13 e 15 anos de idade, enquanto a sutura estiver aberta, posso estimular o crescimento dos ossos palatinos, faz a disjunção palatina (em pacientes com atresia de crescimento maxilar, respiradores bucais com mordida cruzada posterior), essa disjunção pode ser feita desde que haja tecido conjuntivo na sutura palatina mediana. Se chagar um paciente adulto jovem, com 16 anos, com atresia maxilar, não consegue mais disjuntar os ossos palatinas, porque não há mais tecido conjuntivo nessa sutura encaminha o paciente para o cirurgião bucomaxilofacial; 
Quando devo corrigir um problema transversal? A partir dos 6 anos. Problemas transversais e horizontais devem ser corrigidos antes do surto, e problemas ântero-posteriores somente no surto de crescimento puberal. 
· Centro de crescimento: septo nasal; 
· Deslocamento do complexo nasomaxilar para baixo por aposição dos ossos alveolares, os quais irão aumentar por causa da erupção dos dentes. Além disso, observa-se que é um componente que vai favorecer o deslocamento da maxila para baixo, a reabsorção dos assoalhos das fossas nasais e a aposição da abóboda palatina, fazendo com que o palato desloque gradativamente para baixo, isso vai fazer com que haja aumento da dimensão vertical do paciente. 
Osso alveolar e abóboda palatina – aposição; Assoalho nasal – reabsorção. 
 Há um crescimento da tuberosidade da maxila para favorecer a erupção dos primeiros, segundos e terceiros molares permanentes. 
Deslocamento primário da maxila é para cima e para trás, quando ela encontra a base do crânio ela desloca primariamente para frente e para baixo, e secundariamente também para frente e para baixo. 
- Crescimento da Mandíbula 
É o único osso móvel da região craniana, é um osso ímpar, em conjunto com a fossa glenóide do osso temporalforma a articulação craniana, articulação temporomandibular. É de ossificação mista, porém, predominantemente de ossificação intramembranosa, assim como a maxila, a grande diferença entre maxila e mandíbula com relação ao controle do crescimento é que a principal zona de crescimento da mandíbula é o côndilo, é de ossificação endocondral, diferente da tuberosidade da maxila que é de ossificação intramembranosa. Então o controle do crescimento do côndilo é genético, então se o paciente tiver um crescimento excessivo da maxila, ele é indicado para cirurgia ortognática, pois não consegue segurar a mandíbula em detrimento dessa particularidade, onde a principal zona de crescimento é o côndilo. 
Zonas de crescimento no sentido vertical: osso alveolar (aumenta de tamanho para comportar as raízes dos dentes, aposição); 
Reabsorção na região da sínfise, essa reabsorção é contínua. Por isso o ortodontista não garante que os dentes inferiores ficaram alinhados para sempre, a perda de osso alveolar na região da sínfise é contínua, à medida que nós vamos envelhecendo, o arco alveolar vai ficar relativamente menor que o arco dentário, então perde-se osso na sínfise a tendência é que os dentes fiquem apinhados. Os incisivos superiores são mais difíceis de ficarem apinhados porque eles erupcionam vestibularizados, enquanto os inferiores erupcionam verticalizados, segundo, são dentes que tem menor volume de esmalte então sofrem desgastes fisiológicos pela mastigação, esse desgaste é tanto em borda incisal quanto intraproximal. 2 forças mandibulares antagônicas: língua que empurra os dentes para frente e o lábio que empurra para trás, se não tiver os pontos de contato é mais fácil que os dentes fiquem apinhados. 
Crescimento para trás (devido a reabsorção do bordo anterior do ramo e aposição do bordo posterior do ramo), então a mandíbula desloca primariamente para trás, e com o crescimento condilar ela desloca para cima. 
Centros de crescimento: côndilo, espinha de Spix, carúnculas, região do mento, ângulo mandibular.
Principais: ramo mandibular (pela remodelação), côndilo (pela aposição) e processo alveolar (pela aposição). 
A mandíbula pode ser inserida em “V”!
O corpo praticamente só cresce em altura, o recém-nascido já nasce com espaço para os dentes decíduos, não nasce com espaço para 1º, 2º e 3º molar, quem faz isso é a remodelação do ramo. 
Crescimento mandibular primariamente para trás e para cima porque ocorre reabsorção no bordo anterior, e aposição no bordo posterior, o ramo desloca para trás. O corpo aumenta em tamanho. Perímetro do arco: espaço que vai da distal do 2º molar até a distal do 2º molar do lado oposto. A criança já nasce com esse espaço de erupção de pré a pré. 
Para cima – aposição condilar; para trás – remodelação do ramo.

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