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Primeiros socorros Primeiros socorros baseado na lei Lucas. Lei 13.722/18 Lei Lucas - Lei 13.722/18 Você sabe por que foi criada a Lei Lucas? A Lei Lucas (13722/18) foi sancionada no dia 04/10/2018. Essa lei obriga as escolas, públicas e privadas, e espaços de recreação infantil a se prepararem para atendimentos de primeiros socorros. A necessidade dessa lei ficou evidenciada depois de um acidente que ocorreu com Lucas Begalli, uma criança de apenas 10 anos de idade, que perdeu a vida em um simples passeio escolar. O motivo foi uma asfixia mecânica que ocorreu em questão de minutos. Ou seja, ele se engasgou com um pedaço de salsicha do cachorro-quente que serviram no lanche. Infelizmente a vítima não recebeu os primeiros socorros de forma rápida e adequada pois não havia profissionais qualificados neste tema em sua escola. Essa fatalidade certamente poderia ter sido evitada se houvesse preparo e treinamentos periódicos pelas pessoas responsáveis pelo evento. Por causa do seu filho único, Alessandra Begalli – mãe do menino Lucas – se mobilizou para lutar por uma causa até então inexistente na legislação brasileira. Ela não se conformou com a situação de morte do filho. Afinal, se houvesse pessoas treinadas na escola — pelo menos para os primeiros socorros — ele poderia ter sido salvo. Assim surge a Lei Lucas. Os perigos nas escolas! O ambiente escolar é um local sujeito a acidentes tanto para crianças quanto para adolescentes, pois estão vivendo um momento de descobertas, visto que, nessa fase do desenvolvimento, querem interagir com o meio, sem a atenção adequada, o que pode ocasionar acidentes. Com isso, a capacitação realizada, por meio de palestras e treinamentos, possui o intuito de reduzir os casos de acidentes nas escolas. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação os casos que mais recorrentes são: contusões por queda, cortes, desmaios, hemorragia nasal e esmagamento das mãos em portas, engasgo, dentre outros acidentes... O que é primeiros socorros? Os Primeiros Socorros podem ser definidos como o primeiro atendimento prestado a uma vítima que sofreu algum acidente ou apresenta algum risco de vida, os quais podem ser realizados por qualquer indivíduo. Pode-se considerar que é o tratamento aplicado de imediato ao acidentado ou portador de mal súbito, antes da chegada da equipe de saúde ou profissionais qualificados. O objetivo é preservar a vida e evitar piora da vítima, reduzir o estresse e o alarde da situação, promovendo um atendimento calmo e de conforto da pessoa acidentada. IMPORTANTE!!! AVALIAÇÃO DA CENA É fundamental que a pessoa que vai socorrer vítimas de acidentes certifique-se de que o local esteja seguro antes de se aproximar delas e perceber se o espaço não oferece riscos aos socorristas para evitar que os mesmos se transformem em novas vítimas. O socorrista não deve tentar realizar um salvamento para o qual não tenha sido treinado, se este salvamento oferecer riscos à sua integridade física. Se a cena estiver insegura, o socorrista deve manter-se afastado até que equipes apropriadas tenham garantido a segurança do mesmo. Os princípios básicos do atendimento de Primeiros Socorros. Manter a calma, pois isso facilita a avaliação da situação e a realização dos cuidados necessários; Observar atentamente a cena, o local onde a vítima se encontra, certificando-se de que ele é seguro para o socorrista e para a vítima; Não permitir que outras pessoas tornem-se vítimas, ou seja, garantir a segurança das pessoas ao redor; Solicitar ajuda imediatamente, acionando o Atendimento Móvel de Urgência ou Emergência, relatando as condições do local; Avaliar a vítima, analisar suas condições e tomar decisão em relação aos cuidados necessários; Tomar decisões que estejam dentro das suas próprias capacidades, caso contrário será melhor esperar o resgate; Manter o telefone da Central de Urgência/Emergência em local de fácil acesso e de conhecimento de todos Sinais vitais Os sinais vitais são indicadores das funções vitais e podem orientar o estado físico em que o corpo humano se apresenta. Os sinais que podemos avaliar são: pulso, respiração, pressão arterial e temperatura. ACIDENTES QUE PODEM OCORRER EM UM AMBIENTE ESCOLAR ASFIXIA / Engasgo INTOXICAÇÃO/ENVENENAMENTO COM SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS, PRODUTOS DE LIMPEZA OU MEDICAMENTOS DESMAIO CONVULSÃO / EPILEPSIA EPISTAXE / SANGRAMENTO NASAL FRATURAS ENTORSE/ LUXAÇÃO FERIMENTOS / SANGRAMENTO / HEMORRAGIAS RESSUCITAÇÃO CARDIOPULMONAR - RCP ASFIXIA / ENGASGO A asfixia pode ocorrer por bloqueio da passagem de ar (afogamento, estrangulamento, soterramento, espasmos e secreções da laringe, presença de corpo estranho na garganta) ou por insuficiência de oxigênio no ar O engasgo é muito comum e ocorre devido à presença de corpo estranho na garganta, sendo essa a terceira causa de óbito por acidentes no país e motivo da criação da Lei Lucas. Os principais objetos que podem causar asfixia são ossos de galinha, espinhas de peixe, moedas, brinquedos, entre outros. ASFIXIA / ENGASGO COMO AGIR NESSAS SITUAÇÕES? ASFIXIA Favorecer a passagem do ar, através da boca e das narinas (retirada de possíveis objetos da boca e garganta, elevação do queixo do indivíduo); Arejar o ambiente, afastar a causa da asfixia; Afrouxar as roupas em volta do pescoço, peito e cintura; Proceder à ressuscitação cardiopulmonar até que a vítima dê entrada em local onde possa receber assistência especializada. ASFIXIA / ENGASGO COMO AGIR NESSAS SITUAÇÕES? ENGASGO Manobra de Heimlich. ASFIXIA / ENGASGO INTOXICAÇÃO/ENVENENAMENTO COM SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS, PRODUTOS DE LIMPEZA OU MEDICAMENTOS INALAÇÃO - partículas sólidas (poeiras), fumaças, névoas, vapores, gases, entre outros Nestes casos, deve-se isolar a área e identificar o tipo de agente que afetou o local. Cuidados com a segurança do socorrista, para que este não entre em contato com o produto intoxicante; Remover a vítima para local arejado; Afrouxar as vestes e, caso estejam contaminadas, removê-las; Afrouxar as roupas para permitir que a vítima respire melhor; Evitar aglomeração de pessoas ao redor da vítima; Manter a vítima calma, em repouso e em observação; Monitorar os sinais vitais e o nível de consciência; Proceder à ressuscitação cardiopulmonar, se necessário; Encaminhar a vítima, imediatamente, a um serviço hospitalar. INTOXICAÇÃO/ENVENENAMENTO COM SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS, PRODUTOS DE LIMPEZA OU MEDICAMENTOS INGESTÃO Ter cuidado com a segurança do socorrista para que este não entre em contato com o produto intoxicante; ( EPI ) Não provocar vômito; Lavar a boca com água corrente; Não oferecer líquidos e alimentos; (LEITE, COCA-COLA), PODE aumentar a absorção do agente tóxico. Nauseada e prestes a desmaiar, deitá-la de lado para não se engasgar. Com dores no peito, afrouxar suas roupas. (POSIÇÃO DE REPOUSO) Evitar aglomeração de pessoas ao redor da vítima; Manter a vítima calma; Monitorar sinais vitais e o nível de consciência; (CASO FOR PRECISO FAÇA RCP) Encaminhar a vítima ao serviço hospitalar, imediatamente. IMPORTANTE! É MUITO IMPORTANTE QUE ANOTE O QUE CAUSOU O PROBLEMA. NOME DO PRODUTO (TIRAR FOTO) QUANTIDADE APROXIMADA INGERIDA TEMPO ESTIMADO DA INGESTÃO ATÉ CHEGADA NO HOSPITAL. DESMAIO O desmaio é a perda súbita e temporária da consciência, devido à diminuição de sangue e oxigênio no cérebro. As principais causas são A hipoglicemia, cansaço excessivo, fome, nervosismo intenso, emoções súbitas, susto, acidentes com perda sanguínea, dor intensa, prolongada permanência em pé, mudança súbita de posição, ambientes fechados e quentes, arritmias cardíacas. DESMAIO Os sintomas que geralmente são seguidos de um desmaio são: palidez, fraqueza, suor frio, náusea, ânsia de vômito, fraqueza dos batimentos, visão embaçada, baixa pressão arterial e respiração mais lenta, no entanto, caso o paciente apresente esses sintoma, não necessariamente ele virá a sofrer um desmaio. Esses sintomas são apenas indicativos. CASO O DESMAIO VIER A OCORRER NOVAMENTE EM POUCOS MINUTOS,LEVAR A VÍTIMA A UMA UNIDADE DE SAÚDE. OU LIGAR 192 SAMU. DESMAIO DEITAR A VÍTIMA EM LOCAL AREJADO AFROUXAR AS VESTES ELEVAR OS MEMBROS INFERIORES EM CASO DE ÂNSIA DE VÓMITO, LATERALIZAR A CABEÇA DA VÍTIMA. CONVULSÃO / EPILEPSIA A convulsão consiste em uma série de contrações dos músculos voluntários, com ou sem perda de consciência. Os movimentos incontroláveis duram, em média, de 2 a 4 minutos As principais causas são - febre muito alta, hipoglicemia, erro no metabolismo dos aminoácidos, hipocalcemia, traumatismo na cabeça, hemorragia intracraniana, edema cerebral, tumores, intoxicação por gases, álcool, drogas, insulina e outros, epilepsia e outras doenças do sistema nervoso central. CONVULSÃO / EPILEPSIA Manter a calma. ( MUITO IMPORTANTE) Afastar objetos da vítima. Proteger a cabeça da vítima. Durante a crise, nunca coloque nada na boca da vítima. APÓS A CRISE, LATERALIZAR A CABEÇA DA VÍTIMA. Ligar para os serviços de emergência - 192 EPISTAXE / SANGRAMENTO NASAL O quadro de epistaxe consiste na perda de sangue pelo nariz. Apesar de muitos casos não possuírem causa definida, pode ocorrer por rompimento de vasos por traumatismos, diminuição da pressão atmosférica em locais altos, viagem de avião, presença de corpo estranho, fratura de base de crânio, altas temperaturas, crise hipertensiva, vias nasais ressecadas, entre outros EPISTAXE / SANGRAMENTO NASAL Mantenha a calma DA VÍTIMA.⠀ Incline a cabeça Para frente (para evitar que o sangue seja deglutido e irrite o seu estômago). Comprima as narinas usando os dedos por cerca de 5 a 10 minutos de forma contínua. Utilize compressa gelada na face, pois a baixa temperatura ajuda a controlar alguns sangramentos. Caso faça tais medidas e o sangramento continue, busque atendimento em uma URGÊNCIA otorrinolaringológica.⠀ ORIENTAR A VÍTIMA À NÃO SUAR O NARIZ PELAS PRÓXIMAS HORAS. FRATURAS As fraturas podem ser abertas/expostas ou fechadas. A fratura fechada ocorre quando não há rompimento da pele, provocando dor intensa, deformação do local afetado, incapacidade ou limitação de movimento e edema local. Pode, ainda, ocorrer hematoma e crepitação. A fratura aberta/exposta ocorre quando o foco da fratura está em contato com o meio externo, com o osso exteriorizado ou não. Neste caso, a pele será lesada. Essa lesão pode decorrer do trauma sofrido, fragmentos de ossos ou manuseio inadequado da vítima, o que pode levar ao agravamento da lesão. FRATURAS Imobilizar o membro, procurando deixá-lo na posição que for menos dolorosa para o acidentado, o mais naturalmente possível; Usar talas, caso seja necessário, pois estas irão auxiliar na sustentação do membro atingido. As talas têm que ser de tamanho suficiente para ultrapassar as articulações acima e abaixo da fratura; Para improvisar uma tala, pode-se usar qualquer material rígido ou semirrígido como tábua, madeira, papelão, revista enrolada ou jornal grosso dobrado. ATENÇÃO!!! Sob nenhuma justificativa, deve-se tentar realinhar o osso fraturado, pois a manobra de alinhamento pode agravar os danos, comprometendo estruturas adjacentes. Esse procedimento deve ser realizado por profissional capacitado e em lugar adequado. TÉCNICAS DE IMOBILIZAÇÃO ENTORSE/ LUXAÇÃO Geralmente ocorre quando se excede o limite normal de rotação da articulação, devido a movimentos violentos, puxões ou rotações, causando, assim, um estiramento ou rotura dos ligamentos que sustentam a articulação, ENTORSE/ LUXAÇÃO Aplicação de compressas frias ou gelo, para combater o inchaço e a dor, deixar a compressa de 15 a 20 minutos, tendo o cuidado de proteger a pele com um pano; Imobilização do local com talas ou ataduras, na posição que for mais cômoda para a vítima; Encaminhamento da pessoa ao serviço de saúde; FERIMENTOS São lesões que causam rompimento dos tecidos moles (pele, tecido gorduroso, músculos e órgãos internos) que permitem um contato do interior do organismo com o meio externo possibilitando infecção. Geralmente causa dor e sangramento SANGRAMENTO / HEMORRAGIA EM CASO DE FERIMENTOS SUPERFICIAIS Procedimentos recomendados. Lavar abundantemente a ferida com água limpa; Não esfregar os ferimentos para não piorar a lesão e não remover possíveis coágulos existentes; Cobrir o local ferido com gaze estéril ou pano limpo; Não usar algodão, pois ele se desmancha e prejudica a cicatrização; Controlar sangramento, por compressão direta; Fazer uma atadura ou bandagem sobre o ferimento com curativo; Aguardar serviço de emergência ou encaminhar a vítima para um serviço hospitalar. EM CASO DE FERIMENTOS PROFUNDOS OU EXTENSOS Procedimentos recomendados LIGAR PARA SAMU 192 ESTANCAR O SANGRAMENTO COM GAZE OU UM PANO LIMPO FAZENDO PRESSÃO SOB O FERIMENTO Manter a vítima aquecida e em repouso para evitar o estado de choque; Monitorar sinais vitais e nível de consciência. CURATIVOS RESSUCITAÇÃO CARDIOPULMONAR - RCP Qual a definição de parada cardiorrespiratória? A parada cardiorrespiratória consiste na cessação súbita e inesperada da atividade mecânica cardíaca. Dessa forma, ocorre um colapso do sistema cardiovascular. Como consequência deste defeito hemodinâmico, há uma redução da oferta de oxigênio necessária para nutrição dos tecidos do paciente. Assim, ocorre uma situação de alto grau de risco para vida do paciente. Para realizar uma RCP de qualidade, é necessário: Posicionamento correto: mãos entrelaçadas com região hipotênar da mão dominante no centro do tórax do paciente, mantendo os cotovelos estendidos e formando ângulo de 90° com o plano horizontal. Realize uma frequência de compressões de 100 a 120 por minuto. A cada intervalo de tempo verificar pulso. Vale lembrar que é necessário trocar o profissional que realiza as compressões, devido aos esforços o indivíduo pode ter fadiga e por isso redução da eficácia das compressões. As compressões devem ocasionar uma depressão no tórax entre 5 e 6cm Permitir o retorno do tórax à posição inicial ATENÇÃO!!! ANTES DE COMEÇAR A MANOBRA. LIGUE PARA 193 OU 192 E INFORME O OCORRIDO. Quais itens devem conter no Kit de Primeiros Socorros? Pacotes de gaze Compressa de algodão de 10X15 cm Ataduras Micropore ou fita branca Fita tipo Esparadrapo Bolsa Termogel (quente ou frio) Caixa de luvas (vários tamanhos) Kit de talas moldável tipo EVA Palitos tipo de sorvete Frasco de Soro fisiológico Caixa de Band-Aid Tesoura sem ponta Termômetro Digital Frasco de Álcool 70% Tipoia descartável