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Afecções Motoras do Esôfago ● Distúrbios de motilidade: ○ Primários: ■ Hipercontráteis: ● esôfago em quebra-nozes ● EEI hipertensivo ■ Hipocontráteis: ● motilidade esofágica ineficaz ● motilidade descoordenada ● espasmos esofágico difuso ● acalásia ■ Motilidade descoordenada ■ Acalásia ○ Secundários Acalásia ● Introdução: hipertonia do EEI que fica entre o estômago e esôfago. Que com essa hipertonia, o esôfago não relaxa e não esvazia por completo. ● IMPORTANTE: ○ Acalasia expressa uma das alterações encontradas. ○ Definição da acalasia: Afecção na qual há distúrbio de motilidade esofágica, com incoordenação peristáltica e falha de relaxamento do EEI. Ou seja, não é algo tão localizado e sim mais difuso. ○ Megaesôfago: A alteração anatômica (nem sempre está presente) ● Epidemiologia: ○ Países sem doenças de Chagas: ■ 8 - 14% das causas de disfagia ■ 1:100.000 habitantes/ano ○ Países com Doença de Chagas endêmica: ■ Brasil, Argentina, Bolívia. ○ Acalasia idiopática: ■ vírus neurotrópico ? ■ exposição a toxinas ? ■ chagásico → sabemos que a chagas causa a acalasia e causa o megaesofago. ● Acalásia idiopática e megaesôfago: ○ Relaxamento parcial ou ausente do esfíncter inferior do esôfago. ○ Desnutrição dos plexos submucosos de Auerbach e Meissner. ○ Alteração de peristalse ○ Causa de degeneração inflamatória - autoimune? ○ Acalásia e doença de chagas = alterações motoras semelhantes que não conseguimos distinguir. ● Fisiopatologia: ○ Degeneração das células ganglionares do plexo mioentérico: ■ degeneração inflamatória dos neurônios produtores de óxido nítrico ■ neurônios colinérgicos poupados ■ diminuição dos plexos do esôfago ○ Não relaxamento do EEI - aperistalse ou atonia do corpo esofágico: ■ estase esofágica com hipertonia ■ hipertrofia e espessamento da parede esofágica ○ Megaesôfago: ■ piora da estase alimentar com adelgaçamento e perda de tonicidade muscular ● Quadro clínico: ○ eructação (85%) ○ reflexo esôfago-salivar ○ regurgitação (76 - 95%) ○ pneumonia aspirativa ○ dor torácica e pirose (40 - 60%) ○ perda de peso ○ uso de “manobras” para facilitar deglutição ○ sintoma principal - DISFAGIA ● Diagnóstico: ○ Diagnóstico diferencial das disfagias: ■ esclerodermia ■ estenose cáustica ■ estenose por refluxo ■ divertículos esofágicos ■ neoplasia → disfagia rápida e dramática, com perda de peso bem mais rápida. ● Megaesôfago chagásico - Acalasia do chagas: ○ Triatomíneo → inoculação do Tripanossoma Cruzi. ○ Destruição dos plexos ganglionares mioentéricos: ■ liberação de substâncias neurotóxicas ■ ação autoimune ● Diagnóstico da Doença de Chagas: ○ Fixação de complemento - Machado guerreiro ○ ELISA ○ Hemaglutinação indireta ○ Imunofluorescência indireta OBS: necessário positividade em pelo menos 2 testes. ● Diagnóstico por exames de imagem: ○ Raio x de tórax: para o esôfago em si, é pouco eficaz. Sendo útil para ver fatores associados. ○ EED: ■ Estase de contraste por mau esvaziamento do conteúdo esofágico para o estômago. ■ Dilatação do esôfago ■ Afilamento gradual do esôfago distal (sinal do bico de pássaro ou cauda de rato) devido à falta de relaxamento do EEI. ■ Ondas terciárias ■ Ausência de bolha gástrica ■ Imagem de subtração em meio ao contraste (miolo de pão), corresponde a conteúdo alimentar dentro do esôfago. Espessamento do esôfago em vermelho, ondas terciárias em amarelo. ■ Usamos a EED para classificar: ● Grau 1: até 4 cm (normal) + retenção de contraste ● Grau 2: 4 a 7 cm ● Grau 3: 7 a 10 cm ● Grau 4: maior que 10 cm ■ Classificação de Pinotti: ● Classificação clínico - radiológica manométrica: ○ EDA: ■ Fundamental para detectar lesões associadas: esofagite, câncer e leucoplasia. ■ Permite realização de biópsias. ○ Manometria esôfagica (PADRÃO OURO): consegue ver todas as peristalse e EEI. ● CAI NA PROVA: ○ Manometria Esofágica: ■ ausência de peristaltismo do corpo esofágico (aperistalse em 100% das deglutições úmidas) ■ relaxamento ausente (acalásia propriamente dita) ou incompleto do EEI (pressão residual do EEI > 8 mmHg) ■ tônus pressórico basal do EEI elevado (> 45 mmHg) ou normal ■ pressão intraesofágico maior que a intragástrica ● Afecções associadas ao megaesôfago e acalasia: ○ Complicações: ■ desnutrição (não está associada ao grau de dilatação do órgão) ■ pneumonia aspirativa ■ esofagite, acantose e leucoplasia (agressão pela estase alimentar) ■ carcinoma espinocelular (estase e proliferação bacteriana e consequente produção de substâncias carcinogênicas) ■ afecções associadas: cardiopatia (alterações mais frequentes do ECG como bloqueio de ramo e extrassístole), acalasia do piloro, megaduodeno, litíase biliar e megacólon (observadas alterações motoras colônicas em 70% dos casos com megaesôfago). ● Pegadinha: ○ Tratamento: ■ Destruição dos plexos é permanente ■ Não há cura, sendo os tratamentos paliativos. ● Tratamento clínico: ○ Paliativo - pois não tem cura ○ Ação na musculatura lisa e esfincteriana ○ Diminuição da pressão do EEI ○ Anticolinérgicos ○ Nitratos ○ Bloqueadores dos canais de cálcio ○ Agonistas beta-adrenérgicos ○ Teofilia ○ Efeitos colaterais ○ Visam melhorar a disfagia ○ Terapêutica clínica pré-operatória → apoio nutricional ● Tratamento endoscópico: ○ Dilatação endoscópica: megaesõfago graus 1 e 2, incipiente, cirurgia prévia realizada, gestantes, pacientes sem condições cirúrgicas. Dilatação forçada do EEI pela insuflação de um balão. ○ Complicações endoscópica: ■ perfuração ■ refluxo gastroesofágico ■ aspiração ■ hemorragia ■ erosões da mucosa ○ Uso de toxina botulínica:injeção por endoscopia, causando um relaxamento transitório. Porém o efeito é transitório. ● Tratamento cirúrgico: ○ Forma não avançada: esôfago com um grau de contração ainda. ■ procedimento conservador ● Princípios: ○ eliminação da acalásia ○ controle do refluxo secundário ○ permitir que o peristaltismo residual funcione ○ Forma avançada: ■ esofagectomia: são cirúrgias quando temos megaesofago avançado. ● CAI NA PROVA: ○ Cirurgia de Heller-Pinotti: ■ Ressecção de fita muscular ■ 3 cm abaixo e 6 cm acima da TEG ■ Válvula parcial antirrefluxo ○ Cardiomiotomia (Heller) com fundoplicatura: ○ Complicações: ■ perfuração esofágica ou gástrica (1 a 7%, complicação precoce mais comum) ■ disfagia recorrente (3 a 10%, complicação tardia, com início dos sintomas após 6 meses, sendo a miotomia incompleta a causa mais comum) ■ refluxo gastroesofágico (2 - 26%) ■ possível recidiva da acalásia na cardiomiotomia incompleta ou cicatrização inadequada da miotomia. ■ perfuração da mucosa deve ser identificada e corrigida no intraoperatório, por meio de sutura e patch com fundo gástrico. ● IMPORTANTE: ○ Megaesôfago avançado: ■ Ausência de peristalse ■ Indicada esofagectomia ■ Reconstrução com estômago, utilizando via mediastinal posterior. Outras afecções ● Síndrome de Boerhaave: ○ Definição: ruptura espontânea do esôfago devido ao aumento de pressão intraesofágica combinada com pressão intratorácica negativa ○ Causada por: esforço intenso de vômito, ingestão caústica, esofagite medicamentosa, úlcera de barrett e úlceras infecciosas (HIV). ○ Diagnóstico: pneumomediastino/pneumoperitônio. ○ Tratamento: ■ Clínico inicial: jejum, ATB e drenagens se necessário. ■ Cirúrgico na falha do clínico: reparo da laceração e drenagem; esofagitectomia em casos extremos. ● Espasmo esofagiano difuso: ○ Definição: desordem de motilidade relativamente rara com envolvimento do músculo liso. Causando dor torácica e disfagia. Estudos sugerem alterações na síntese ou degradação do óxido nítrico. ○ Diagnóstico: ■ Manometria: ● contrações aperistálticas em mais de 20% ● ondas de pressão em picos ● contrações espontâneas e relaxamento incompleto do EEI ● Esôfago em “quebra-nozes”: ○ Definição: ■ Dor torácica não explicada - 12% esôfago em quebra nozes ■ Associado a DRGE ■ Contrações peristálticas de alta amplitude nos 10 cm distais do esôfago ■ Pressão média distal > 220 mmHg ○ Tratamento: ■ Espasmos esofagiano difuso e esôfago em quebra-nozes● Acalasia vigorosa: ○ Definição: peristalse presente, EEI sem relaxamento e atividade espástica esofágica ocasional. ● Anomalias secundárias da motilidade esofágica secundária: ● Esclerose sistêmica: ○ Definição: doença autoimune do tecido conjuntivo que causa alterações vasculares e fibróticas da pele e órgãos. Com acometimento da musculatura lisa do esôfago causando alterações cardíacas e renais. ○ Sintomatologia: ■ pirose (70%) ■ disfagia (40%) ○ Diagnóstico: ■ manometria ○ Tratamento: ■ inibidor da bomba de prótons ■ procinéticos ■ cuidado com tratamento cirúrgico devido a aperistalse do esôfago.
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