Prévia do material em texto
PROBLEMA 18|SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS IV|@STUDYGABRIEL OBJETIVOS: ESTUDAR AS PRINCIPAIS ENTEROCOLITES PARASITÁRIAS, SEUS CICLOS BIOLÓGICOS, DIAGNÓSTICO, FORMAS DE TRATAMENTO, COMPLICAÇÕES E AS MEDIDAS DE PREVENÇÃO PARA SEU DESENVOLVIMENTO. INTRODUÇÃO - São normalmente decorrentes de aglomerações e péssimas condições sanitárias; - A gravidade de sua evolução depende da situação clínica do paciente e do perfil do parasita; - Pacientes imunosuprimidos e alta carga parasitária podem gerar casos mais graves e até levar o paciente à óbito; - O principais grupos de parasitas são: Protozoários e helmintos; - As principais patologias de cada uma dessas duas classes são: Ascaridíase e Amebíase; - Alguns parasitas necessitam amadurecer a sua larva no pulmão, então acaba realizando um ciclo pulmonar ou ciclo de Loss. Esse processo leva ao paciente um quadro de tosse seca, febre e perda de peso, caracterizado como Síndrome de Loffler; - Alguns pacientes também podem apresentar broncoespasmo, pneumonite e hemoptise relacionada a esse ciclo, além de alteração das transaminases e hiperglobulinemia com lesão hepática; - Pode haver saída do parasita no meio da tosse; - Ao raio-x o paciente apresenta um infiltrado eosinofílico intersticial de caráter transitório e múltiplo. - Os parasitas que causam esse ciclo são o NASA: Necator americanus, Ancylostoma duodenale, Strongyloides stercoralis e Ascaris Lumbricoides. PROFILAXIA Medidas de Saúde Pública; Políticas sanitárias para extinguir as parasitoses; Evitar propagação de doenças como a cólera; Sempre que houver verminose em um membro da família, todos os outros devem ser também examinados, já que muitos desses parasitas são adquiridos por meio de hábitos familiares; HELMINTOSES 1.0 ASCARIDÍASE - Parasitose mais prevalente entre os helmintos; - Popularmente conhecida como lombriga; Grande produção diária de ovos; - Ciclo oral-fecal onde o hospedeiro se infecta por água ou alimentos contaminados e que após ingestão, as larvas caem na corrente sanguínea em direção ao pulmão onde terminam sua maturação. Quando maduras, ascendem à árvore brônquica e PROBLEMA 18|SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS IV|@STUDYGABRIEL são deglutidas até o intestino que lá tornam-se larvas adultas; - Nesse momento de ascensão ao trato respiratório superior pode existir obstrução de vias aéreas pela formação de bolos com parasitas e que podem levar à morte por asfixia; - A parasitose leva à diarreia, porém quando há aglomeração de vermes pode levar à obstipação por obstrução; - Diagnóstico: 1.1 Exames radiológicos quando há suspeita de bolo; 1.2 Métodos de sedimentação de ovos: Método de Faust e Método de Hoffman ou de Lutz; - Tratamento: Medidas de Saneamento e profilaxia; Gestantes devem tratar com piperazina ou pirantel; Administrar óleo mineral para que não haja obstrução do bolo verminal no sistema digestivo; 2.0 ANCILOSTOMÍASE - 2 representantes principais: Ancylostoma duodenale e Necator americanus; - Verminose mais frequente depois da ascaridíase; - Gera uma anemia intensa causada pelos seus parasitas que causam além de sangramentos a espoliação de ferro, resultando em uma anemia ferropriva intensa; - A contaminação é a partir do contato com a larva na pele, o que causa uma coceira e urticária local; PROBLEMA 18|SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS IV|@STUDYGABRIEL - 2 tipos de larva: Rabditoide: Primeiro tipo de larva e emerge do ovo fecundado; Filarioide: É o segundo tipo de larva e é a responsável pela infecção cutânea; - Quando há a infecção cutânea a larva se direciona ao sistema pulmonar para sua maturação e em seguida é direcionada ao jejuno e íleo, realizando o ciclo de Loss; - Quadro de diarreia intensa e perda proteica; - Diagnóstico: Exames de fezes; Método de Hoffman e Faust; Exame quantitativo de Kato-Katz; - Tratamento: Profilaxia; Reposição de ferro para controle de uma anemia microcítica; 3 drogas: 2.1 Larva Migrans - Causada pelo Ancylostoma brasiliensis que é um ancilostomídeo que parasita o cão; - Não gera o clássico de ancilostomíase como o duodenale; - Ao parasitar ele fica preso ao tecido subcutâneo, tentando se locomover, resultando no famoso “bicho geográfico”; - Presente na areia da praia e de alguns parquinhos; - TRATAMENTO LOCAL com uso de Tiabendazol creme + Profilaxia; 3.0 ESTRONGILOIDÍASE - Causada pelo Strongyloide stercoralis; - Penetra também na pele humana a partir das larvas filarióides; - Uma das suas características mais marcantes é a autoinfecção, quando as larvas rabdoides conseguem se transformar em filarioides no intestino e penetrar a mucosa, desencadeado ciclo pulmonar e propiciando que a infecção se perpetue por anos; - Formas sintomáticas iniciais: Lesões cutâneas no local de penetração da larva, caracterizada por lesões urticariformes ou maculopapulares ou por lesões serpiginosa ou linear pruriginosa migratória; - As lesões de pele causadas por essa patologia se chama “larva currens”; - Ciclo do parasita na estrongiloidíase: 1. Direto: larvas rabditoides transformam-se diretamente em larvas filarióides com capacidade de infecção; 2. Indireto: As larvas rabditoides transformam-se em vermes adultos não causadores de infecção e se PROBLEMA 18|SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS IV|@STUDYGABRIEL ocorrer fecundação, forma-se novas larvas rabditoides; - HIV, Pacientes com câncer, etilistas crônicos, uso de glicocorticoides podem favorecer à hiperinfecção pela imunodeficiência; - Na Hiperinfecção ocorre: Perfuração entérica pela quantidade de larvas; Flatulências associadas a dor abdominal do tipo cólica; Rash eritematomacular; Como as larvas carregam fungos e bactérias é comum ter uma infecção secundária associada seguida de febre; No caso de bacteremia significativa pode haver risco de sepse, meningite ou endocardite com alto risco de morte; - As características clínicas da estrongiloidíase não complicada são: Dor epigástrica pela fixação do verme ao duodeno; Eosinofilia; Síndrome disabsortiva pelo bloqueio causado pelo verme na absorção alimentar; Diarreia com presença de muco; - Diagnóstico: O parasitológico de fezes comum pode não resultar no achado do parasita; Método de Baermann-Moraes: identificar as larvas em estágio 1, detectando parasitas vivos e larvas, não os ovos; Investigação pode ser feita em fluidos como o líquido cerebrospinal e pleural; - Tratamento: Dividido em formas disseminadas e formas não graves; 4.0 TOXOCARÍASE - Também pode ser chamada de larva migrans visceral; - O Toxocara canis é o causador mais frequente; - Essa doença pode realizar ciclo pulmonar ou de Loss; - É a parasitose que causa a maior eosinofilia conhecida, sendo o cão o animal reservatório. Ela é PROBLEMA 18|SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS IV|@STUDYGABRIEL transmitida para o humano através da ingestão de ovos nas fezes, o que é comum em crianças pelo ato de geofagia ou nas que estão na fase oral de desenvolvimento; - O toxocara não é um parasita habitualmente humano, sendo esse um hospedeiro acidental. Após a ingestão de ovos e entrada de larvas na corrente sanguínea ela tende a ficar na corrente sanguínea alojada em áreas como fígado e pulmões, não tendo vermes no intestino parasitado; - Quadro Clínico: Febre; Emagrecimento; Baixo desenvolvimento da criança; Eosinofilia característica; Inapetência; Hepatomegalia em muitos casos; Sintomas respiratórios são comuns no caso de instalação do verme no parênquima pulmonar; Pode afetar o SNC e os olhos, evoluindo com perda de visão; Toxocariase ocular - As lesões teciduais podem gerar granulomas que aumentam a febre eo mal-estar e podem até a levar o paciente à óbito; - Diagnóstico: Não é possível a realização de exames de fezes; Atentar-se para infecções e clínica inespecífica associada a eosinofilia importante; Hipergamaglubolinemia; Sorologia com ELISA, porém o exame negativo não exclui a possibilidade de infecção; - Tratamento: Apenas em manifestações clínicas significativas em que há muitos sintomas que necessitam de melhora; Os granulomas podem causar a maioria dos sintomas e mesmo após o tratamento pode ocorrer sintomatologia devido a resposta celular contínua causada pelo granuloma, mesmo com a morte do parasita; 5.0 TENÍASE - Pode ser causada pela taenia solium proveniente de suínos ou taenia saginata proveniente dos bovinos; - Normalmente é um parasita único, por isso esse verme é chamado de “solitária”; - O homem é o hospedeiro definitivo e esses vermes instalam-se no intestino delgado; - Não libera ovos e sim proglótides que são partes do seu corpo na extremidade terminal mais grossa, rica em ovos; - Quando eliminados nas fezes, os animal ingere os ovos que vão para o músculo e o SNC, sendo o homem infectado quando ingere carne contaminada malcozida, pois o cozimento elimina o parasita; - Normalmente assintomático ou oligossintomático; PROBLEMA 18|SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS IV|@STUDYGABRIEL - É possível ver as proglótides no momento da defecação ou espontaneamente na roupa; - Eventualmente pode haver dor abdominal ou diarreia; - Diagnóstico: Transaminação fecal: fezes em busca de proglótides com avaliação microscópica para ovos da Taenia; Método de Graham ou fita gomada; - Tratamento: Realizado principalmente com dois antiparasitários iniciais; 6.0 CISTICERCOSE - Doença causada pela ingestão de ovos da Taenia solium apenas; - Ingestão de alimentos ou água contaminados com ovos liberados das proglótides, como vegetais mal lavados; - Nesse caso o homem faz o papel de hospedeiro intermediário e o cisticerco entra na corrente sanguínea e procura pelos tecidos como: CÉREBRO, OLHOS E ALGUNS SUBCUTÂNEOS. - Quadro Clínico mais comum: Neurocisticercose (Início por crises convulsivas e anteriormente cefaleia refratária à analgésicos e eventualmente diminuição do déficit cognitivo); - Quando o parasita entra no SNC ele morre e forma- se um granuloma calcificado com foco convulsivógeno; - Diagnóstico de neurocisticercose: RM ou TC com centro de calcificação + clínica; - Tratamento: Apenas em cisto viável; Uso por longos períodos de antiparasitário; 7.0 HIMENOLEPÍASE - Causada pelo Hymenolepis nana; - É a infecção de céstodo mais prevalente no mundo; - O ID é o local de desenvolvimento do parasita; - Não elimina proglótides e sim ovos, diretamente nas fezes; - Decorrente da ingestão de ovos via alimentos mal lavados e água contaminada; - Causa poucos sintomas e diferente da teníase podem haver vários parasitas simultaneamente e por isso é possível haver exacerbação de alguns sintomas como: Diarreia Dor abdominal Inapetência em grandes infestações; - Diagnóstico: Ovos dos parasitas nas fezes; - Tratamento: PROBLEMA 18|SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS IV|@STUDYGABRIEL 8.0 ENTEROBÍASE/OXIURÍASE - Causada pelo Enterobius Vermiculares que se aloja principalmente no intestino grosso e as fêmeas fazem sua ovoposição fora do intestino, na região perianal; - Autoinfecção ou transmitida também através de alimentos contaminados caso o indivíduo não lave a mão, o que gera um intenso prurido anal; - Diagnóstico: Fita Gomada ou Método de Graham: Adesivo perianal para coleta; Coleta de material subungueal em crianças; - Tratamento: Antiparasitários e pamoato de pirantel; 9.0 TRICURÍASE - Causada pelo Trichuris trichuria; - Habita no ceco e produz ovos com forma de bastão; - Seu ciclo evolutivo se dá pela ingestão de ovos via alimentos ou água contaminados que após ingestão eles se transformam em adultos e se fixam no ceco; - Apesar de normalmente assintomática, pacientes com muitos vermes no ceco desenvolvem anemia, enterorragia e diarreia crônica; - Como a ação a ação se dá no ceco pode-se desenvolver um quadro de apendicite pelas proximidades; - Sintomas: Prolapso Retal Perda da tonicidade da mucosa retal; - Diagnóstico: Exames de sedimentação; Exames de fezes em procura de ovos; Métodos quantitativos; - Tratamento: Mebendazol; Albendazol Pamoato de pirantel; PROTOZOOZES 1.0 AMEBÍASE - Doença causada pela Entamoeba histolytica que causa uma infecção no intestino grosso; - Fatores de risco: condições sanitárias precárias e pacientes homossexuais do sexo masculino pela penetração anal; - O ciclo da ameba envolve ingestão de cistos maduros de alimentos contaminados ou água que é a grande fonte de infecção. Ocorrem então a formação de trofozoítos que se multiplicam formando novos cistos que serão eliminados nas fezes; - Transmissão por insetos com contato com as fezes; - Quadro clínico inicia a 4-6 semanas da ingestão, mas a maioria dos pacientes são assintomáticos; 1.1 Forma Intestinal Disenteria amebiana- condição aguda; Crônica: com diarreia ocasional e persistente, simulando o quadro de uma doença inflamatória; Ameboma: Depósito de amebas no intestino que leva a uma suboclusão; PROBLEMA 18|SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS IV|@STUDYGABRIEL 1.2 Forma Extraintestinal Alta capacidade de invasão; Afeta fígado gerando um abscesso formado pela invasão do tecido hepático, resultando em febre de origem indeterminada; Dor em hipocôndrio esquerdo, hepatomegalia, sudorese noturna e sinal de Torres-Homem. Pulmão e cérebro podem ser outros locais de abscesso; - Diagnóstico: - Tratamento: 2.0 GIARDÍASE - Causada pelo Giardia lambia; - Formação de trofozoítos que se reproduz assexuadamente; -Transmitida por alimentos, água contaminada e insetos com ciclo oral-fecal; - Hábitat natural o intestino delgado; Sua maioria é assintomático e só encontra-se achados no exame de fezes; - Pode evoluir para 2 tipos: 1. Enterite Aguda: Diarreia com intensa dor abdominal do tipo cólica que ocorre até 4 semanas do contato com os cistos; 2. Enterite crônica: diarreias recidivantes, com aspecto mais de fezes amolecidas do que líquidas, flatos e dor abdominal do tipo cólica. Pode haver úlceras entéricas como nas infecções por estrongiloide; - Resposta imune ligada à gravidade dessa infecção, sendo pior em crianças com deficiência de IgA; - Diagnóstico: Identificar cistos ou trofozoítos nas fezes; Pesquisa de antígenos de giárdia nas fezes; - Tratamento: REFERÊNCIA: MEDCEL