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FACULDADE ÚNICA 
DE IPATINGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Denise Matias 
 
Mestre em Psicologia do Trabalho (2019) pela PUCMinas. Possui Pós-Graduação em 
Docência em Ensino Superior, pós-graduanda em Educação Inclusiva e Educação 
Especial (2019) pela UNINTER pós-graduanda em Psicanálise e os desafios na 
Contemporaneidade pelo Pitágoras. Possui graduação em Pedagogia (1998) e Psicologia 
(2013) pela UNILESTE. Atua como coordenadora, tutora e professora conteudista do curso 
de Educação Especial na Faculdade Única Ipatinga. 
PRÁTICA PEDAGÓGICA INTERDISCIPLINAR: 
ATENDIMENTO EDUCACIONAL 
ESPECIALIZADO E A SALA DE RECURSOS 
MULTIFUNCIONAIS 
1ª edição 
Ipatinga – MG 
ANO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL 
 
Diretor Geral: Valdir Henrique Valério 
Diretor Executivo: William José Ferreira 
Ger. do Núcleo de Educação à Distância: Cristiane Lelis dos Santos 
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira 
Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa 
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva 
 Carla Jordânia G. de Souza 
 Rubens Henrique L. de Oliveira 
Design: Brayan Lazarino Santos 
 Élen Cristina Teixeira Oliveira 
 Maria Luiza Filgueiras 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
© 2020, Faculdade Única. 
 
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização 
escrita do Editor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NEaD – Núcleo de Educação as Distancia FACULDADE ÚNICA 
Rua Salermo, 299 
Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG 
Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300 
www.faculdadeunica.com.br
http://www.faculdadeunica.com.br/
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
Menu de Ícones 
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo 
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles 
são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um 
com uma função específica, mostradas a seguir: 
 
 
 
 
São sugestões de links para vídeos, documentos 
científicos (artigos, monografias, dissertações e teses), 
sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e 
Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo 
abordado. 
 
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações 
importantes aos quais você deve ter maior atenção! 
 
São exercícios de fixação do conteúdo abordado em 
cada unidade do livro. 
 
São para o esclarecimento do significado de 
determinados termos/palavras mostradas ao longo do 
livro. 
 
Este espaço é destinado para a reflexão sobre 
questões citadas em cada unidade, associando-o a 
suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu 
cotidiano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
SUMÁRIO 
DEFICIÊNCIA VISUAL ............................................................................... 12 
1.1 CONVERSANDO SOBRE A DEFICIÊNCIA VISUAL ................................................ 12 
1.2 CONCEITOS SOBRE DEFICIÊNCIA ..................................................................... 14 
1.3 A DEFICIÊNCIA E SEU HISTÓRICO ..................................................................... 16 
1.4 A HISTÓRIA DO DEFICIENTE VISUAL ................................................................. 18 
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................... 21 
A DEFICIÊNCIA E SUA HISTÓRIA NO BRASIL .......................................... 28 
2.1 O DEFICIENTE VISUAL NO CONTEXTO BRASILEIRO ......................................... 28 
2.2 DEFICIÊNCIA VISUAL E INSTITUIÇÕES ............................................................... 29 
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................... 35 
DEFICIÊNCIA VISUAL: O QUE É? ............................................................. 40 
3.1 A DEFICIÊNCIA VISUAL E SUAS CARACTERÍSTICAS ......................................... 40 
3.2 CEGUEIRA E VISÃO SUBNORMAL ..................................................................... 41 
3.3 PRINCIPAIS CAUSAS DA DEFICIÊNCIA VISUAL ................................................ 48 
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................... 50 
DEFICIÊNCIA VISUAL E EDUCAÇÃO ....................................................... 56 
4.1 A EDUCAÇÃO PARA O DEFICIENTE VISUAL NO BRASIL ................................. 56 
4.2 O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E A DEFICIÊNCIA VISUAL ........................ 59 
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................... 64 
O SISTEMA BRAILE ................................................................................... 68 
5.1 A HISTÓRIA DO BRAILE ...................................................................................... 68 
5.2 O SISTEMA BRAILE E A EDUCAÇÃO ................................................................. 71 
5.3 BRAILE E A ALFABETIZAÇÃO ............................................................................. 73 
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................... 79 
DEFICIÊNCIA VISUAL E TECNOLOGIA ASSISTIVA ................................... 83 
6.1 DEFICIÊNCIA VISUAL E AS FORMAS DE SIGNIFICAR O MUNDO .................... 83 
6.2 TECNOLOGIA ASSISTIVA ................................................................................... 86 
6.3 TECNOLOGIA PARA CEGOS ............................................................................. 88 
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................... 91 
DEFICIÊNCIA FÍSICA ................................................................................ 96 
7.1 CONCEITOS GERAIS .......................................................................................... 96 
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................. 104 
UNIDADE 
01 
UNIDADE 
02 
UNIDADE 
03 
UNIDADE 
04 
UNIDADE 
05 
UNIDADE 
06 
UNIDADE 
07 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
CULTURA E DEFICIÊNCIA ....................................................................... 110 
8.1 O DEFICIENTE E SUA IMAGEM ........................................................................ 110 
8.2 SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) ............................................................... 113 
8.3 COMO FUNCIONA O NOSSO CÉREBRO ........................................................ 116 
8.4 CONVERSANDO SOBRE A DEFICIÊNCIA FÍSICA ............................................ 119 
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................. 121 
TIPOS DE COMPROMETIMENTO ............................................................ 126 
9.1 PARALISIA CEREBRAL ...................................................................................... 126 
9.2 HIDROCEFALIA ................................................................................................. 129 
9.3 LESÃO MEDULAR (LM) ..................................................................................... 131 
9.4 DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE E DISTROFIA MUSCULAR DE BECKER
 .......................................................................................................................... 132 
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................. 135 
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO ................................. 140 
10.1 BREVE HISTÓRICO DA DEFICIÊNCIA ............................................................... 140da deficiência 
visual (OTTAIANO et al., 2019): 
 
 Tracoma: doença infecciosa, causada por bactéria e muito contagiosa; 
 Oncocercose: infecção parasitária; 
 Xeroftalmina: causada pela falta de vitamina A na alimentação; 
 Catarata: caracterizada pela opacidade do cristalino. 
 
Já sabemos que as causas da deficiência visual podem ser congênitas ou 
adquiridas, por isso, é importante a realização exames médicos e 
acompanhamentos ao primeiro sinal de anormalidade. As causas mais comuns da 
deficiência visual congênita são (OTTAIANO et al., 2019): 
 
 Malformações oculares; 
 Glaucoma congênito; 
 Catarata congênita; 
 Retinopatia da prematuridade. 
 
No que diz respeito às causas das deficiências adquiridas são (OTTAIANO et 
al., 2019): 
 
 Catarata; 
 Erros refrativos não corrigidos; 
 Glaucoma 
 Degeneração macular relacionada à idade; 
 Opacidades corneanas; 
 Retinopatia diabética; 
 Tracoma; 
 Doenças oculares em crianças; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
 
 
 Oncocercose. 
 
Observe agora o gráfico das causas de cegueira e deficiência visual no 
mundo: 
Gráfico 1:Cegueira e deficiência visual no mundo 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2020) 
 
Pelo gráfico, percebemos que as maiores causadoras de cegueira ou 
deficiência visual é a catarata e erros de refração não corrigidos, seguidas de causas 
ainda desconhecidas. De acordo com dados da OMS 80% das deficiências visuais 
poderiam ser evitadas. Com o intuito de minimizar um quadro tão alarmante, em 1999 
junto com a Agência Internacional para a Prevenção a Cegueira (IAPB), lançou um 
programa de prevenção que objetiva diminuir os casos de cegueira evitável até 
2020, possibilitando atenção de saúde ocular às populações carentes (OTTAIANO et 
al., 2019). O Programa foi chamado de Visão 2020. Participam dele instituições de 
atenção oftalmológica, ONGs e entidades internacionais. 
 
 
 
 
39
18
74
4
3
3
0,07
39
Catarata
Erros de refração não corrigidos
DMRI
Opacidades corneanas
Retinopatia diabética
Tracoma
Doenças oculares em crianças
Oncocerese
Outras
https://bit.ly/3hqujxn
 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. Leia as afirmativas a seguir: 
 
I - Consoante a Lei n. 7.853/89, o Ministério Público, as autarquias e as empresas 
públicas são alguns dos legitimados a proporem ação civil pública para garantir 
a adoção e a efetiva execução de normas que garantam a funcionalidade das 
edificações e vias públicas, que evitem ou removam os óbices às pessoas com 
deficiência, permitam o acesso destas a edifícios, a logradouros e a meios de 
transporte. 
II Prevê a Lei n. 7.853/89 que o Ministério Público intervirá obrigatoriamente nas 
ações públicas, coletivas ou individuais, em que se discutam interesses 
relacionados à deficiência das pessoas. 
III – Extrai-se do texto da Lei n. 7.853/89 que somente nos casos de segurança 
nacional poderá ser negada, ao interessado, certidão ou informação necessária 
à instrução de ação civil pública que diga respeito aos interesses coletivos ou 
difusos das pessoas com de deficiência. 
IV A Lei n. 10.098/2000 define acessibilidade como a possibilidade e condição de 
alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e 
equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios 
de comunicação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade 
reduzida. 
V De acordo, ainda, com a Lei n. 10.098/2000, os banheiros de uso público 
existentes ou a construir em parques, praças, jardins e espaços livres públicos 
deverão ser acessíveis e dispor, pelo menos, de um sanitário e um lavatório que 
atendam às especificações das normas técnicas da ABNT. Além disso, os parques 
de diversões, públicos e privados, devem adaptar, no mínimo, 5% (cinco por 
cento) de cada brinquedo e equipamento e identificá-lo para possibilitar sua 
utilização por pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, tanto 
quanto tecnicamente possível. 
 
a) Apenas a assertiva II está correta. 
b) Apenas as assertivas II e III estão corretas. 
c) Apenas as assertivas II e IV estão corretas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
 
 
d) Apenas as assertivas I, II, IV e V estão corretas. 
e) Todas as assertivas estão corretas. 
 
2. Assinale a opção correta acerca das definições dadas pela Convenção sobre os 
Direitos das Pessoas com Deficiência, assinada em Nova Iorque, em 2007. 
a) Adaptação razoável corresponde a modificações e ajustes necessários e 
adequados que não acarretem ônus desproporcional ou indevido, quando 
requeridos em cada caso, a fim de assegurar que as pessoas com deficiência 
possam gozar ou exercer, em igualdade de oportunidade com as demais 
pessoas, todos os direitos humanos e liberdades fundamentais. 
b) Desenho universal diz respeito à concepção de produtos, ambientes, programas 
e serviços a serem usados, na maior medida possível, por pessoas portadoras de 
deficiência, havendo a necessidade de adaptação e projeto específico. 
c) Desenho universal exclui ajuda técnica para grupo específico de pessoas com 
deficiência, quando necessárias adaptações de deficiências múltiplas, sendo, 
portanto, importantes os protocolos de uso combinado como medida auxiliar. 
d) A discriminação por motivo de deficiência restringe-se às formas de discriminação 
baseadas na recusa de adaptação razoável e na não adoção do desenho 
universal. 
e) A palavra língua é utilizada para expressar unicamente as formas de linguagem 
falada pela pessoa humana. 
 
3. Leia o texto para responder à questão. 
Escola inclusiva 
 É alvissareira a constatação de que 86% dos brasileiros concordam que há 
melhora nas escolas quando se incluem alunos com deficiência. 
 Uma década atrás, quando o país aderiu à Convenção sobre os Direitos das Pessoas 
com Deficiência e assumiu o dever de uma educação inclusiva, era comum ouvir 
previsões negativas para tal perspectiva generosa. Apesar das dificuldades óbvias, 
ela se tornou lei em 2015 e criou raízes no tecido social. 
 A rede pública carece de profissionais satisfatoriamente qualificados até para o mais 
básico, como o ensino de ciências; o que dizer então de alunos com gama tão 
variada de dificuldades. 
 Os empecilhos vão desde o acesso físico à escola, como o enfrentado por 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
 
 
cadeirantes, a problemas de aprendizado criados por limitações sensoriais – surdez, 
por exemplo – e intelectuais. Bastaram alguns anos de convívio em sala, entretanto, 
para minorar preconceitos. A maioria dos entrevistados (59%), hoje, discorda de que 
crianças com deficiência devam aprender só na companhia de colegas na mesma 
condição. Tal receptividade decerto não elimina o imperativo de contar com 
pessoal capacitado, em cada estabelecimento, para lidar com necessidades 
específicas de cada aluno. O censo escolar indica 1,2 milhão de alunos assim 
categorizados. Embora tenha triplicado o número de professores com alguma 
formação em educação especial inclusiva, contam-se não muito mais que 100 mil 
deles no país. Não se concebe que possa haver um especialista em cada sala de 
aula. As experiências mais bem-sucedidas criaram na escola uma estrutura para o 
atendimento inclusivo, as salas de recursos. Aí, ao menos um profissional preparado 
se encarrega de receber o aluno e sua família para definir atividades e de auxiliar os 
docentes do período regular nas técnicas pedagógicas. Não faltam casos 
exemplares na rede oficial de ensino. Compete ao Estado disseminar essas iniciativas 
exitosas por seus estabelecimentos. Assim se combate a tendência ainda existente a 
segregar em salas especiais os estudantes com deficiência – que não se confunde 
com incapacidade, como felizmente já vamos aprendendo. 
(Editorial. Folha de S. Paulo, 16.10.2019. Adaptado) 
 
De acordo com o editorial, a inclusão de estudantes com deficiência 
 
a) tornou-selei e estabeleceu-se no contexto social brasileiro, mesmo em vista das 
dificuldades apresentadas. 
b) estagnou nas dificuldades impostas pelas limitações sensoriais e intelectuais 
apresentadas por esses alunos. 
c) fez aumentar a crença de que a segregação dessas crianças torna a 
aprendizagem delas mais eficiente. 
d) encontrou pouca receptividade na rede pública de ensino particularmente em 
vista da falta de profissionais capacitados. 
e) propiciou o surgimento de uma ampla estrutura de atendimento, contudo vista 
ainda hoje com desconfiança pelas famílias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
 
 
4. De acordo com a legislação vigente, as escolas devem desenvolver práticas 
inclusivas. Considere as seguintes afirmativas com relação à perspectiva da 
educação inclusiva no espaço escolar. 
 
I- A escola deve evitar o contato entre estudantes que não apresentam 
deficiências e os que apresentam. 
II- A escola deve promover o contato entre estudantes que não apresentam 
deficiência e os que apresentam, atuando de forma a evitar situações que 
envolvam Intimidação vexatória. 
III- O professor deve acompanhar, sem o auxílio de outros profissionais, a 
aprendizagem dos estudantes com deficiência, e altas habilidades/superdotação 
e transtornos globais do desenvolvimento. 
IV- A escola deve elaborar uma proposta pedagógica que atenda aos grupos e às 
necessidades individuais. 
 
Estão corretas, apenas, as afirmativas: 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) II e III. 
d) II e IV. 
e) III e IV. 
 
5. O Decreto Legislativo nº 186/2008, que aprovou o texto da Convenção sobre os 
Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, aborda a 
mobilidade pessoal das pessoas com deficiência. Sobre o assunto, analise as 
afirmativas abaixo: 
 
I. Facilitar a mobilidade pessoal das pessoas com deficiência, na forma e quando 
elas quiserem, e a custo acessível. 
II. Propiciar às pessoas com deficiência e ao pessoal especializado uma 
capacitação em técnicas de mobilidade. 
III. Incentivar o isolamento das pessoas com deficiência, para que não se 
machuquem diante das barreiras existentes na sociedade. 
IV. Assinale a alternativa correta sobre as medidas efetivas para assegurar às 
pessoas com deficiência sua mobilidade pessoal com a máxima independência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
54 
 
 
 
possível. 
 
a) As afirmativas I, II e III estão corretas. 
b) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
c) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. 
d) Apenas a afirmativa I está correta. 
e) Nenhuma das alternativas. 
 
6. O Art. 142 da Lei Orgânica de Fundão diz que Município assegurará, nos termos 
da lei, condições indispensáveis ao desenvolvimento, segurança e estabilidade 
da família, bem como a assistência aos __________, à __________, aos __________ e 
a proteção à infância, à juventude e às pessoas portadoras de deficiência. As 
lacunas no texto se referem, respectivamente, a: 
a) Crianças, adolescentes e jovens. 
b) Pessoas com deficiência, menores infratores e idosos. 
c) Adolescentes, jovens e idosos. 
d) Idosos, maternidade e excepcionais. 
e) Estudantes, Viúvos (as) e idosos. 
 
7. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde da criança e 
do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o princípio 
da equidade no acesso a ações e serviços para promoção, proteção e 
recuperação da saúde. 
 
I. A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem discriminação 
ou segregação, em suas necessidades gerais de saúde e específicas de 
habilitação e reabilitação. 
II. Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àqueles que necessitarem, 
medicamentos, órteses, próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao 
tratamento, habilitação ou reabilitação para crianças e adolescentes, de 
acordo com as linhas de cuidado voltadas às suas necessidades específicas. 
III. Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente de crianças na 
primeira infância receberão formação específica e permanente para a 
detecção de sinais de risco para o desenvolvimento físico, bem como para o 
acompanhamento que se fizer necessário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
 
 
 
Assinale a alternativa CORRETA. 
a) Apenas o item II está correto. 
b) Apenas os itens II e III estão corretos. 
c) Apenas os itens I e III estão corretos. 
d) Apenas o item I está correto. 
e) Apenas os itens I e II estão corretos. 
 
8. Entre os princípios gerais do Decreto Legislativo nº 186/2008, que aprovou o texto 
da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo 
Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007, assinale a 
alternativa que não contemple um desses princípios. 
a) Acessibilidade. 
b) Discriminação. 
c) Igualdade de oportunidades. 
d) Plena e efetiva participação e inclusão na sociedade. 
e) Nenhuma das alternativas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
56 
 
 
 
DEFICIÊNCIA VISUAL E EDUCAÇÃO 
 
4.1 A educação para o deficiente visual no Brasil 
 
 
Neste capítulo conversaremos sobre a Educação Especial como a 
modalidade de ensino que trata do atendimento e educação de pessoas com 
deficiência nas escolas regulares ou salas de recursos. Como já antecipado 
anteriormente, o Brasil sempre sofreu influências da Europa, principalmente dos 
resultados obtidos por lá em vários contextos. Uma dessas influências refere-se a 
algumas ações, diga-se de passagem, muito isoladas no atendimento das pessoas 
com deficiências físicas, sensoriais e mentais. 
Até aqui já conversamos sobre a deficiência e sua trajetória: extermínio, 
segregação, integração e inclusão. Além de passar por todo esse processo, elas 
ainda foram discriminadas e exploradas no âmbito do trabalho. Sabemos também 
que paralelamente a estas ações a Igreja se posicionou de formas diferentes em 
determinados períodos, bem como membros da sociedade, o que possibilitou o 
surgimento de ações de proteção e auxílio à pessoa com deficiência, principalmente 
no campo educacional, a partir de estudos que indicaram que o foco não deveria 
ser a deficiência, mas, as capacidades e habilidades dessas pessoas que poderia ser 
potencializadas por meio de atendimento individualizado e estímulos e recursos 
adequados. 
Esses movimentos ocorreram a partir do século XIX, período da integração, e 
objetivavam dar visibilidade aos deficientes visuais nas escolas por meio do acesso à 
educação, ao mundo do trabalho e em algumas poucas situações à inserção e 
participação social (MAZZOTTA, 1999). Já no final do século XIX e início do século XX, 
o termo integração é substituído pelo termo inclusão, principalmente nos espaços 
escolares, públicos e privados. Contudo, a nova terminologia ainda não definia 
claramente seu significado e objetivo, e a partir dos anos 70, tornou-se objeto de 
estudo científico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
57 
 
 
 
 
BUSQUE POR MAIS ACIMA 
 
Se o mundo sem a integração permite a sua transformação e não a 
transformação das pessoas como na HQ acima, a inclusão é considerada uma “via” 
de mão-dupla, de um lado a atuação junto às pessoas com necessidades 
educacionais especiais e de outro, as políticas públicas sociais. Se o processo de 
integrar requer a mudança do sujeito para uma normatização, a inclusão prevê 
mudanças assertivas no processo de desenvolvimento do sujeito e do seu processo 
de reajuste social. 
Isso requer pensar que existe no processo de inclusão a necessidade de 
promover na sociedade adequações e legitimações, para que a pessoa com 
deficiência possa ter direitos de igualdade e equidade no ingresso e permanência 
na escola e no convívio social, resguardada pelos legítimos direitos de defesa do ser 
humano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://bit.ly/2WPU9RH
 
 
 
 
 
 
 
 
 
58 
 
 
 
 
Figura 11: Inclusão na escola 
 
Fonte:Souza (2009) 
 
O trecho da Revista em Quadrinhos, visa a diferença e exemplifica claramente 
a diferença entre integração e inclusão. Apesar das deficiências elas convivem na 
escola, são reconhecidas por suas diferenças, sem, no entanto, serem segregadas ou 
integradas, fazem parte do ambiente escolar modificado e adaptado. Têm o direito 
a aprendizagem, aprendem com as diferenças uns dos outros e aprendem a se 
respeitarem dentro de suas limitações. Nessa HQ, o foco não é a deficiência, mas, as 
possibilidades, habilidades e potencialidades de cada crianças, o ambiente é 
modificado e não as pessoas com deficiência são normatizadas. 
Resumindo, a integração assume socialmente o aluno com deficiência, sem, 
entretanto, buscar possibilidades e adaptações necessárias para que ele seja 
incluído. Por outro lado, a inclusão não assume apenas a pessoa com deficiência, 
mas responsabiliza a sociedade, a família e o Estado a criarem condições de inclusão 
por meio de legislações, documentos internacionais, formações continuadas para 
professores de apoio, contratação de intérpretes/professores de Libras, 
acessibilidade estrutural, remoção de barreiras atitudinais e desenvolvimento de 
recursos e tecnologia assistiva. 
Na escola inclusiva o processo educativo deve ser entendido como um 
processo social, onde todas as crianças com de necessidades educacionais 
especiais e distúrbios de aprendizagem têm o direito à escolarização o mais próximo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 
 
 
 
possível, ou seja, uma modalidade de ensino para todos. 
 
 
BUSQUE POR MAIS ACIMA 
 
Inicialmente, os serviços prestados em prol da educação especial 
apresentavam um caráter assistencial, posteriormente, evolui para uma etapa em 
que se priorizava uma visão clínica. Após a conferência Mundial sobre Necessidades 
Educativas Especiais (1994), o objetivo maior era unificar o ensino especial ao ensino 
regular. A proposta era uma escola para todos, que garantisse as mesmas 
oportunidades a todos os alunos, independentemente de suas características 
individuais, a partir de uma reflexão e reformulação profundas nas bases da escola, 
em seu papel e sua relação com a deficiência. 
 
 
4.2 O processo de alfabetização e a deficiência visual 
Ainda, nesta unidade, conversaremos sobre o desenvolvimento da 
alfabetização da criança com deficiência visual. Sabemos que a escrita ocorre de 
forma singular, cada criança apresenta um ritmo de aprendizagem que precisa ser 
reconhecido e acima de tudo respeitado. 
A partir de intervenções pedagógicas assertivas, a grande maioria das 
crianças assimilarão o processo de escrita, mas, vale ressaltar que excesso de 
cobranças, tanto da família quanto da escola pode prejudicar tal processo. Tudo a 
seu tempo! 
Assim, durante o processo de aquisição da escrita e alfabetização, cabe ao 
professor criar um ambiente rico em oportunidades para que a criança com 
deficiência visual seja estimulada considerando seu conhecimento prévio. Essa 
estimulação não é responsabilidade apenas da escola, como da família também, e 
o mais precocemente possível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
60 
 
 
 
A aprendizagem significativa para a criança com deficiência visual 
dependerá dos recursos, tecnologia assistiva e planejamento de atividades 
adequados às necessidades de cada criança com deficiência visual, respeitando 
seus limites. 
 
Figura 12: Lego em Braile 
 
Fonte: D’ Ângelo (2016) 
 
 
Figura 13: Estimulação Tátil 
 
Fonte: Leite (2014) 
 
Figura 14: Tecnologia Assistiva - Software Dos Vox 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
61 
 
 
 
 
Fonte: Câmara Paulista (2020) 
 
 
BUSQUE POR MAIS ACIMA 
 
Alguns estudos realizados nos últimos 10 anos, ressaltam que o 
desenvolvimento no início da vida da criança com deficiência visual, definirá em 
muitos aspectos seu futuro. Teorias histórico-social construtivista evidenciam que o 
respeito ao repertório da criança é algo de muito importante. 
Não importa a forma de pensar e agir da criança, e se isso não corresponde 
ao padrão esperado, o que importa é que a aprendizagem ocorre por meio da 
interação com o outro e com o meio social em que está inserida. Neste contexto ela 
com o passar do tempo vai se apropriando dos conhecimentos (GALVÃO, 2002). 
A criança com deficiência visual aprende por meio de outros sentidos que não 
seja a visão, por isso a necessidade de ser estimulada precocemente pela família e 
que a escola utilize metodologias variadas. 
Para Mosquera (2010, p. 81) 
A família tem um papel importante nessa primeira fase e a 
estimulação da criança cega também passa por atividades que 
tenham alguma semelhança com a forma da escrita braile. Se esse 
cuidado for atendido, a criança sofrerá um atraso menor que o 
previsto quando ingressar nas séries iniciais do ensino fundamental. 
Se pensarmos nas diferenças entre as crianças videntes e as com deficiência 
visual perceberemos que as primeiras constroem seus conceitos acerca da leitura 
muito cedo, por meio de livros de história, placas, TV, vídeos, ou seja, por inúmeras e 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
62 
 
 
 
variadas situações. Por outro lado, a criança com deficiência visual, terá esse contato 
bem mais tarde, consequência de o Sistema Braile ser muito restrito ainda o deficiente 
visual dificultando, ou, às vezes impossibilitando o acesso a essa forma de 
comunicação antes da entrada na escola. 
Como a criança com deficiência visual enxerga o mundo e constrói seu 
conhecimento por meio dos sentidos motores (tato, olfato, audição), o processo de 
alfabetização deve estar voltado para atividades que valorizem a forma como ela 
enxerga o mundo, explorando seus sentidos. 
Jogos de construção, de montar e desmontar, argila, massinha, pinturas, 
desenhos, atividades em relevo, permitem a criança conhecer as texturas, perceber 
a forma dos objetos e utilizar diferentes linguagens representativas (BRUNO; MOTA, 
2001). 
Os recursos táteis oportunizam as crianças em um ambiente alfabetizador a 
compreender o mundo que a cerca. A partir disso, é importante que o professor 
promova e elabore e crie situações de leitura e escrita que as crianças com 
deficiência visual possam participar. Isso é inclusão! 
 
 
 
 
Diante do exposto é perceptível como é importante o papel do professor em 
sala de aula, além de atender os alunos videntes, ele necessita também criar 
possibilidades de experiências físicas e táteis para que o aluno com deficiência visual 
tenha a oportunidade de se alfabetizar. Para isso é necessário empatia por parte do 
professor e compreensão dos processos de aprendizagem de cada aluno, 
principalmente o aluno deficiente. 
O processo de alfabetização exige por parte do professor adaptações, 
propostas pedagógicas diferenciadas do cotidiano comum, e além de tudo 
significativas para a aprendizagem (MOSQUERA, 2010). Infelizmente não 
encontrarmos uma fórmula pronta para ser aplicada em sala de aula! 
Diante do exposto, fica evidente o que já temos discutidos durante o curso e 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
63 
 
 
 
as disciplinas, o foco do professor deve ser o aluno, a deficiência entraria como um 
fator secundário. O foco na deficiência impede o aprendizado porque incapacita o 
aluno de desenvolver suas habilidades e competências. Já o foco no aluno permite 
que ele seja um sujeito de “muitas possibilidades”! 
 
 
 
 
 
 
 
https://bit.ly/37TFonn
https://bit.ly/3hpSQCI
https://bit.ly/3aPgqYe
 
 
 
 
 
 
 
 
 
64 
 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. O século XIX marcou a vida das pessoas com deficiência visual em todo o mundo. 
Nascia, na França, Louis Braille. Acometido pela cegueira por conta de um 
acidente doméstico, ele revolucionou a educação, com a criação do sistema 
braile. Atualmente, de acordo com Montilla (2006) uma série de equipamentos 
específicos favorecem a acessibilidade comunicacional a estudantes com 
deficiência visual.No ambiente escolar, pessoas com baixa visão utilizam-se de 
equipamentos também utilizados por estudantes cegos. 
 
Assinale a única opção de equipamento utilizado apenas pelas pessoas com 
baixa visão. 
a) Máquina braile para leitura e escrita. 
b) Impressora 3D. 
c) Lupa. 
d) Gravadores para registrar aulas. 
e) Livros falados. 
 
2. O sistema Braile é o meio de leitura e escrita mais eficiente e útil para o uso das 
pessoas cegas. O criador desse sistema foi: 
 
Assinale a alternativa CORRETA. 
a) um recurso de tecnologia assistiva que auxilia as pessoas com deficiência visual 
no desempenho de suas tarefas. 
b) o profissional que lê e traduz os códigos de braile para as pessoas cegas. 
c) segundo os dicionários, aquele que lê ou que tem o hábito de ler. Por isso, a 
palavra “ledor” é sinônima de “leitor”. 
d) um importante elemento no ambiente educacional inclusivo, o qual assegura a 
acessibilidade comunicacional a pessoas cegas ou com baixa visão, por meio da 
leitura dos conteúdos escolares, literários etc. 
e) uma ferramenta eletrônica que desempenha a atividade de leitura, gravação e 
impressão de pesquisas para as pessoas com deficiência visual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
65 
 
 
 
3. A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pela ONU 
em 2006, da qual o Brasil é signatário, estabelece que os Estados Parte devem 
assegurar um sistema de educação inclusiva em todos os níveis de ensino, em 
ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social compatível 
com a meta de 
a) inclusão de crianças no Ensino Funda- mental privado. 
b) inclusão plena. 
c) inclusão de crianças na Educação Infantil. 
d) inclusão de jovens no Ensino Profissionalizante. 
e) inclusão de jovens no Ensino Médio. 
 
4. A Educação Inclusiva aposta na escola como comunidade educativa, 
defendendo um ambiente de aprendizagem diferenciado e de qualidade para 
todos os alunos. É uma escola que reconhece as diferenças, desenvolve-se com 
essa diversidade, dando sentido e significado ao ensino. Nesse sentido, analise as 
afirmativas a seguir e marque V (verdadeiro) ou F (falso). 
 
( ) De acordo com a filosofia da escola inclusiva, todas as crianças devem ser 
educadas numa escola isenta de barreiras pedagógicas, de organização 
administrativa e de gestão de recursos. 
( ) Perante um idealismo desejável que associa a inclusão, aos direitos humanos 
e à equidade social é dispensável que os docentes demonstrem atitudes 
inclusivas nas suas práticas. 
( ) O princípio da inclusão apela para uma escola que tenha em atenção a 
criança-todo, não só a criança aluno. 
( ) Deve preconizar o ajustamento de toda a comunidade educativa, adotando 
estratégias capazes de facilitar a aprendizagem a grupos de alunos, em que a 
inevitável diversidade é considerada como um fator de enriquecimento e um 
motor de desenvolvimento de toda a comunidade escolar. 
 
A sequência CORRETA é 
a) V – F – V – V. 
b) F – V – F – V. 
c) V – F – V – F. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
66 
 
 
 
d) F – V – F – F. 
e) V – V – V – V. 
 
5. A Educação Especial é definida, a partir da LDBEN nº 9.394/1996, como uma 
modalidade de educação escolar que permeia 
a) a educação infantil. 
b) o aparelhamento de escolas especiais. 
c) as séries iniciais do ensino fundamental. 
d) todas as etapas e níveis de ensino. 
e) o ensino fundamental. 
 
6. Atualmente, há três correntes educacionais com propostas para a educação de 
pessoas surdas. Analise as assertivas e, ao final, assinale a alternativa correta. 
 
I – Bilinguismo: a língua de sinais é considerada língua materna para o surdo, ao 
passo que a língua portuguesa é a segunda língua. 
II – Oralismo: a finalidade terapêutica é tratar e reduzir os déficits, levando em 
conta que a criança precisa de treinamento auditivo, e desenvolver a leitura 
orofacial. 
III – Comunicação Total: os sinais são utilizados na estrutura gramatical do 
português e, enquanto filosofia, o bilinguismo pode ser incorporado. 
 
a) Apenas os itens II e III estão corretos. 
b) Apenas os itens I e III estão corretos. 
c) Apenas os itens I e II estão corretos. 
d) Todos os itens estão corretos. 
e) Todos os itens estão incorretos. 
 
7. Complete corretamente a lacuna da oração abaixo: 
 
A - ________________ é um recurso utilizado, principalmente pelos surdos, para 
“soletrar" nomes próprios ou palavras da língua portuguesa para as quais não há 
equivalente na língua de sinais: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
67 
 
 
 
a) Alfabeto manual. 
b) Desenho ilustrativo. 
c) Inspiração teórica. 
d) Desenho realista. 
e) Sistema Braille. 
 
8. Sobre os recursos para a aprendizagem de alunos com surdo cegueira e 
deficiências múltiplas, relacione a segunda coluna de acordo com a primeira. 
 
1) Objetos de referência. 
2) objetos de referência das atividades. 
3) caixas de antecipação. 
4) Calendários. 
 
( ) São objetos que têm significados especiais, os quais têm a função de substituir 
a palavra e, assim, podem representar pessoas, objetos, lugares, atividades ou 
conceitos associados a eles. 
( ) Instrumentos úteis no desenvolvimento da comunicação, no ensino de 
conceitos temporais abstratos e na ampliação do vocabulário, 
( ) Devem ser utilizadas com crianças que ainda não têm nenhum sistema formal 
de comunicação. 
( ) Permitem conhecer os primeiros objetos de referência que anteciparão as 
atividades e o conhecimento das primeiras palavras. Representam e antecipam 
as atividades do dia. 
 
a) 1, 4, 3, 2. 
b) 1, 2, 3, 4. 
c) 3, 4, 2, 1. 
d) 1, 2, 4, 3. 
e) 4, 3, 2, 1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
68 
 
 
 
O SISTEMA BRAILE 
 
 
 
5.1 A história do Braile 
Nesta unidade conversaremos sobre o Sistema Braile, muito usado pelas 
pessoas cegas e de baixa visão, como forma e comunicação. O Sistema Braile foi 
elaborado a partir de um código militar de comunicação noturna. Ele foi inventado 
pelo francês Louis Braille, que adaptou e simplificou o código de Barbier em 1825. 
 
Figura 15: Louis Braille 
 
Fonte: Fundação CECIERJ (2005) 
 
Braille nasceu em 4 de janeiro de 1809, na França, próximo de Paris. Aos três 
anos de idade, brincando na oficina de arreios do pai, ele feriu o olho esquerdo com 
uma ferramenta muito pontiaguda. Em seguida a ferida infeccionou tão 
severamente que contaminou o olho direito, o que provocou uma cegueira total em 
Braille. 
Para que ele tivesse uma vida próxima do normal, o pai e o padre da paróquia 
o matricularam em uma escola das redondezas. A cegueira não comprometeu a 
cognição de Braille, pois ele aprendia com muita facilidade tudo que ouvia, 
chegando a ser líder de turma (CONSTANT, 2018). Aos dez anos de idade Louis Braille 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
69 
 
 
 
foi contemplado com uma bolsa de estudos no Institut Royal des Jeunes Aveugles de 
Paris (Instituto Real de Jovens Cegos de Paris). 
Valentin Haüy, foi o fundador do Institut Royal des Jeunes Aveugles de Paris, e 
um dos primeiros da história a inventar um programa para ensinar os cegos a lei. Em 
suas primeiras experiências ele gravava em um papel grosso letras em alto relevo 
bem grandes. Esse experimento serviu de base para o aprimoramento de outros 
programas e desenvolvimentos a posteriori (CONSTANT, 2018). 
Porém, seu método apresentava um grande problema para a aquisição da 
leitura e escrita. As crianças aprendiam a ler, contudo, não podiam escrever porque 
as letras para ser impressas precisavam ser costuradas no papel. 
 
Figura 16:Valentin Haüy 
 
Fonte: Woods (2013) 
 
Entretanto, Louis Braille aprendeu a ler tudo o que havia em alto relevo na 
biblioteca de Haüy, porém, percebia que o método era muito lento e pouco prático. 
Sobre o método escreveu em seu diário: "Se os meus olhos não me deixam obter 
informações sobre homens e eventos, sobre ideias e doutrinas, terei de encontrar uma 
outra forma”. QuandoBraille tinha 12 anos de idade, Charles Barbier, visitou o instituto 
e apresentou um sistema de comunicação conhecido por Serre, ou escrita noturna, 
e que posteriormente foi chamado de sonografia (CONSTANT, 2018). 
Ainda segundo o autor tratava-se de um método de comunicação tátil, que 
dispunha de seis pontos em relevo em um retângulo. Era muito utilizado nos campos 
de batalha, quando era necessário fazer a leitura sem utilizar a luz. Os pontos podiam 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
70 
 
 
 
ser compreendidos no escuro pelos soldados Braille ficou muito empolgado com esse 
método e se dedicou a estudá-lo e aprimorá-lo 
 
Figura 17: Alfabeto Charles Barbier 
 
Fonte: Merayudantia (2014) 
 
A partir de então o objetivo de Braille era simplificar o código. Como o sistema 
de Barbier era baseado em 12 pontos, Braille o simplificou para 6 pontos, além de 
incluir a notação numérica e visual (CONSTANT, 2018). 
Logo depois, Braille começou a ensinar no instituto e em 1829 publicou seu 
método exclusivo de leitura e escrita para comunicação que hoje leva o seu nome. 
O método permanece o mesmo desde então, salvo pequenas melhorias. Mas, nem 
tudo foi tão simples e fácil como parece ser. Muitos não aceitaram a inovação, os 
videntes não compreendiam como o método de Braille era eficaz, e um dos 
docentes do instituto chegou ao ponto de proibir as crianças de utilizá-lo (CONSTANT, 
2018). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
71 
 
 
 
Braille, por sua vez, encorajou em segredo as crianças a utilizá-lo e a aprendê-
lo, e assim muitos videntes passaram a perceber que Braille tinha razão e que seu 
método funcionava. Oficialmente o código de leitura e escrita só foi adotado em 
1854, dois anos após a morte de Braille, acometido por tuberculose. 
 
5.2 O Sistema Braile e a educação 
O braile consiste em um aparelho/ código de escrita e leitura tateável para 
cegos. Para que se torne possível esta leitura, as letras do alfabeto são preconizadas 
por pontos em alto relevo, tornando-se muito popular e eficaz desde a época do seu 
inventor Louis Braille. 
 
Figura 18: Sistema Braile 
 
 
Um dos principais problemas é o acesso a esse código, pois muitos cegos 
dificilmente encontram outras pessoas que conheçam o sistema e façam uso regular 
dele, sem contar que, socialmente, o braile é pouco utilizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
72 
 
 
 
 
 
A Fundação Dorina Nowill foi a grande responsável pela difusão de livros em 
braile no Brasil. Em alguns lugares, ou locais púbicos podemos encontrar o braile, 
porém, isso é raro. A partir da criação do Sistema Braile, as escolas e famílias 
perceberam que a criança cega poderia ser alfabetizada, e isso provocou uma 
reviravolta nos conceitos, já que sendo estimulada precocemente no período que 
antecede a alfabetização a criança poderia ser alfabetizada. 
A alfabetização inicia-se com a ludicidade concreta, ou seja, a criança vai 
aprendendo por meio da manipulação dos objetos, interação social com outras 
crianças, pelas brincadeiras e por fim pela percepção do próprio corpo. Reforçando 
aqui a ideia de que para a alfabetização ocorrer, é necessário que a estimulação 
seja precoce, daí a importância da parceria entre família/escola. A alfabetização, 
portanto, é responsabilidade de todos. 
Para Mosquera (2010, p. 71) alguns aspectos devem prioritariamente ser 
desenvolvidos para a iniciação ao braile: 
Para iniciar o braile, é necessário que o aluno esteja apto a 
movimentar os dedos com certa precisão e coordenação. Além do 
sistema tátil, que encontra consonância com o que se está sentindo, 
há também outro sistema em ação: o sistema háptico, uma 
interpretação que fazemos com nossos músculos e outros sistemas 
para reconhecer o que estamos tocando. É uma sensibilidade mais 
profunda. Por esse motivo, a criança cega deve ser estimulada a 
exercitar a coordenação motora fina. 
Assim, podemos perceber o quanto é importante o processo lúdico na fase da 
alfabetização, favorecendo-a. Já sabemos que a criança com deficiência visual 
percebe o mundo à sua volta por meio dos seus sentidos, portanto cabe ao professor, 
elaborar atividades que envolvam pintura com os dedos, atividades que envolvam 
a manipulação de areia, brita, terra, instrumentos musicais e outras que possibilitem 
aprimorar a sensibilidade das mãos (MOSQUERA, 2010). 
Não é necessário que, a princípio, se utilizem recursos de última geração. 
Recursos de baixo custo podem ser usados nas atividades sensório-motoras: 
Tente se lembrar de quais produtos você compra, ou lugares que frequenta em que você 
encontra o português traduzido para o braile. Isso explica sua mínima disseminação e 
reconhecimento enquanto forma de comunicação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
73 
 
 
 
 Solicitar a criança que toque em objetos suspensos com os pés e as mãos; 
 Fazer colagens utilizando variados materiais; 
 Pintura a dedo; 
 Uso de massa de modelar ou argila; 
 Amassar papel e fazer bolinhas; 
 Uso de barbante, lã, palitos para cobrir traçados; 
 Brincadeiras com bola; 
 Jogos de encaixe; 
 Blocos lógicos; 
 Agrupar objetos por formas etc. 
 
 Algumas outras atividades podem ser desenvolvidas com esses tipos de 
materiais: 
Com palitos de fósforos ou de sorvetes, podemos pedir que organizem 
quadrados, retângulos, linhas paralelas, cruzamentos etc. Isso vai 
ajudar o aluno a compreender o que é uma quadra, um cruzamento 
de ruas, a entender o que queremos dizer sobre ruas paralelas etc. 
Com barbantes, podemos formar círculos de diversos tamanhos, 
montagens que representem a realidade da criança ou aluno. 
Sugerimos que o aluno fique dentro e fora dos círculos, pois é aí que 
se dá o início da representação mental sobre conceitos abstratos 
(MOSQUERA, 2010, p. 74). 
Como já dito anteriormente, os métodos e as práticas escolares são de suma 
importância, mas perdem completamente o valor se o professor não conhecer seu 
aluno, senão compreender suas necessidades e ritmo de aprendizagem. Além disso 
é de suma importância o planejamento visando o manuseio dos materiais do braile 
para o processo eficaz da alfabetização. 
 
5.3 Braile e a alfabetização 
Vamos agora entender como funciona o Sistema Braile, comparando-o com 
sistema alfabético comum. Para constatarmos que a criança está alfabetizada, 
precisamos nos assegurar de que ela conhece e consegue aplicar no cotidiano o uso 
do alfabeto, ou seja, usar as letras para formar combinações de palavras, 
interpretando-as e dando a elas o devido significado, todo esse processo passa por 
meio da visão. 
No caso da criança com deficiência visual, podemos verificar se a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
74 
 
 
 
alfabetização ocorreu ou quando ela consegue dominar e aplicar o alfabeto, 
porém, é nesse momento que identificamos a diferença. O alfabeto ao qual nos 
referimos no caso é o Sistema Braile, e a leitura e a escrita diferem das crianças 
videntes. 
No Sistema Braile o aprendizado se dá por meio da combinação de seis 
pontos, que vão formar as letras, as sílabas e as palavras, o final do processo é o 
mesmo, as crianças vão interpretar e significar as combinações formados, porém 
usando o tato. Os pontos são feitos em relevo, cada um em um espaço chamado de 
cela braile. Ao todo são seis cela, formando duas colunas e três linhas. 
 
 Cela Braile 
1 4 
2 5 
3 6 
 
A leitura do código Braille é feita da esquerda para a direita, ao toque de uma 
ou duas mãos ao mesmo tempo. Ler em Braille é mais simples do que escrever. Para 
se compreender o Sistema Braile é importante a utilização de exercícios e o domínio 
da técnica, para a identificação dos pontos e suas respectivas letras, números, 
pontuações etc. Isso sem contar que o desenvolvimento da coordenação motora 
fina e do sentido tátil são importantíssimos, já que a leitura exige dele um mínimo de 
maturidade psicomotora, pois, a criança necessitará de muita sensibilidadenas mãos 
para a leitura dos relevos. 
Como a escrita requer um pouco mais de técnica para isso, são utilizados dois 
instrumentos: reglete (placa de metal com orifícios em uma de suas faces) e punção 
(um instrumento semelhante a uma agulha). 
 
Figura 19: Reglete de punção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
75 
 
 
 
 
Fonte: Esperança (2000) 
 
Para utilizar a reglete, o cego prende a folha na prancheta e por meio da 
punção, pressiona dentro das áreas das celas para criar os pontos em relevo. Na 
reglete, cada espaço representa uma cela para a perfuração. É se suma 
importância ressaltar que o papel utilizado para essa escrita deve possuir uma 
espessura mais grossa que o papel que estamos acostumados a utilizar, porque ao 
realizar a pressão através da punção no papel mais grosso os furos se tornarão um 
relevo, e no papel comum se tornarão saliências e não relevos, inviabilizando a leitura 
tátil. 
 
 
 
De acordo com Esperança (2000)a reglete é uma das formas mais antigas de 
escrita do braile. Outras formas para se usar o sistema de comunicação braile são as 
máquinas de escrever, as Perkins-Brailler criadas por Frank Hall em 1882. Ela possui 6 
teclas e uma tecla usada como espaçador (MOSQUERA, 2010, p. 82). Sua vantagem 
é uma escrita mais rápida, sem a necessidade de realizar a punção. Contudo, seu 
elevado custo impossibilita que seja usada na escola para a alfabetização das 
crianças. O processo de alfabetização em braile inicia-se com a reglete. 
 
Figura 20: Máquina Perkins-Brailler para escrita em braile 
https://bit.ly/2WQ3xVt
 
 
 
 
 
 
 
 
 
76 
 
 
 
 
Fonte: Esperança (2000) 
 
A tecnologia trouxe ainda mais rapidez e precisão. Hoje é possível escrever um 
texto de excelente qualidade, com as impressoras especiais. Outro ponto que 
merece destaque é a impressão de gráficos, o que não era possível utilizando as 
máquinas de escrever. Já os livros, são produzidos em gráficas especializadas e 
informatizadas. 
 
Figura 21: Impressora Braile 
 
Fonte: Esperança (2000) 
 
Quando pensamos em braile e matemática, a proposta de aprendizagem 
para os números e cálculos matemáticos uso do Soroban ou ábaco. São instrumentos 
antigos, mas que ficaram conhecidos por meio do trabalho de um professor japonês 
que publicou, em 1662, o livro Embrião do Soroban, usando um ábaco adquirido na 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
77 
 
 
 
China (MOSQUERA, 2010, p. 95). 
O soroban é um material simples de confeccionar em formato de 
retângulo, com uma moldura de madeira ou qualquer material 
resistente, dividido por uma régua de numeração, que separa a parte 
superior da inferior. A régua é dividida em seis partes iguais, com 
pontos salientes de três em três hastes, que representam as unidades, 
dezenas e centenas de cada classe. A parte inferior do soroban é 
composta por quatro pontos salientes em cada haste, podendo, 
assim, ser realizadas quatro contas. Na parte superior, temos apenas 
um ponto saliente, responsável por uma conta. 
O Soroban chegou ao Brasil em 1908, trazido pelos japoneses para uso próprio. 
O cálculo utilizando o Soroban chama-se shuzan, a arte de calcular com o soroban, 
foi divulgado no Brasil em 1958 pelo professor Fukutaro Kato, como “Soroban pelo 
método moderno”. Além disso, ele organiza campeonatos anuais de sorobam 
(QUEIROZ, 2011). 
 
Figura 22: Soroban 
 
Fonte: Queiroz (2011) 
 
 
 
Ao observarmos a evolução dos equipamentos para a escrita braile, 
percebemos que quanto mais avançado o equipamento, maior se torna a distância 
de uso entre ele e o cego, pois, quanto mais rápido e avançado o equipamento, 
mais caro e inviável a aquisição pelo cego e pelas escolas. Lembrando que para 
https://bit.ly/38F7bad
 
 
 
 
 
 
 
 
 
78 
 
 
 
utilizar tais equipamentos é necessário que o professor de AEE, seja treinado e 
preparado para operá-lo, bem como para ensinar ao aluno como utilizá-lo. Por fim, 
entendemos que, para o professor, é importante reconhecer os recursos necessários 
para orientar a criança deficiente visual no processo de alfabetização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
79 
 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. O Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei 13.146/2015, reza em seu artigo 27, que 
a educação constitui direito da pessoa com deficiência, devendo ser 
assegurado: 
a) Um sistema educacional inclusivo, em todos os níveis e aprendizado ao longo de 
toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus 
talentos e habilidades. 
b) Um sistema educacional inclusivo, que deve ser ofertado na Educação Infantil e 
no Ensino Fundamental de forma obrigatória. 
c) Um sistema educacional inclusivo, com salas de aulas específicas para cada 
deficiência, favorecendo assim o desenvolvimento de diferentes habilidades. 
d) Um sistema educacional inclusivo, que construa um método de ensino único e 
unificado onde todos possam aprender independente da deficiência 
apresentada. 
e) Um sistema educacional inclusivo, transversal e seletivo. 
 
2. Entre as alternativas apresentadas, assinale a que representa uma diretriz para a 
oferta de Educação Especial. 
a) Garantir um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, sem discriminação 
e com base na igualdade de oportunidades. 
b) Atender preferencialmente em instituições especializadas públicas ou privadas. 
c) Garantir o Ensino Médio gratuito e compulsório, assegurando adaptações 
razoáveis. 
d) Garantir um sistema educacional exclusivo em todos os níveis, sem discriminação 
e com base na igualdade de oportunidades. 
e) Fornecer apoio técnico e financeiro às instituições privadas com fins lucrativos 
especializadas em educação especial. 
 
3. Considere: 
I. Oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade 
escrita da língua portuguesa como segunda língua, em escolas e classes bilíngues 
e em escolas inclusivas. 
II. Pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos métodos e técnicas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
80 
 
 
 
pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamentos e de recursos de 
tecnologia assistiva. 
III. Planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de atendimento 
educacional especializado, de organização de recursos e serviços de 
acessibilidade e de disponibilização e usabilidade pedagógica de recursos de 
tecnologia assistiva. 
IV. Articulação intersetorial na implementação de políticas públicas. 
 
Nos termos da Lei nº 13.146/2015, às instituições privadas, de qualquer nível e 
modalidade de ensino, aplica-se, obrigatoriamente, o descrito em 
a) I, II, III e IV. 
b) III e IV, apenas. 
c) I e II, apenas. 
d) I e III, apenas. 
e) II e IV, apenas. 
 
4. Conforme preceitua a Lei nº 13.146/2015, deve-se assegurar educação de 
qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de 
violência, negligência e discriminação. Trata-se de dever do Estado, 
a) apenas. 
b) da família, da comunidade escolar e da sociedade. 
c) da família e da sociedade, apenas. 
d) da família e da comunidade escolar, apenas. 
e) da sociedade e da comunidade escolar, apenas. 
 
5. Conforme preceitua a Lei nº 13.146/2015, especificamente no que se refere ao 
direito à educação da pessoa com deficiência, incumbe ao poder público 
assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar, 
dentre outros, a oferta de educação 
a) monolíngue, em Libras, em escolas e classes monolíngues e em escolas inclusivas. 
b) bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade escrita da língua 
portuguesa como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas 
inclusivas. 
c) bilíngue, na modalidade escrita da língua portuguesa como primeira língua e em 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
81 
 
 
 
Libras como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas 
inclusivas. 
d) bilíngue, em Libras comoprimeira língua e na modalidade oral da língua 
portuguesa como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas 
inclusivas. 
e) bilíngue, na modalidade oral da língua portuguesa como primeira língua e em 
Libras como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas 
inclusivas. 
 
6. Janine é uma jovem estudante universitária. Ela caiu e quebrou o fêmur, sendo 
obrigada a usar gesso na perna inteira. Ela gostaria de continuar frequentando as 
aulas, mas a sala em que estuda fica no segundo andar de um prédio que não 
possui rampa ou elevador. 
 
Nesse caso, em conformidade com o Estatuto da Pessoa com Deficiência, a 
universidade deve 
a) esclarecer à aluna que uma perna quebrada não caracteriza deficiência ou 
mobilidade reduzida. 
b) fornecer muletas ou equipamento similar, de modo que a aluna possa se 
locomover. 
c) designar um funcionário para ajudar a aluna a subir e descer as escadas. 
d) enviar o conteúdo das aulas e exercícios para o domicílio da aluna, para que ela 
possa acompanhar o curso. 
e) providenciar uma sala de aula no térreo até que a condição de acessibilidade 
da aluna seja resolvida. 
 
7. A sociedade vem passando por muitas mudanças, em grande medida 
provocadas e potencializadas pelo avanço das tecnologias da informação. Na 
escola, tais tecnologias também se fazem presentes. Sobre o uso das tecnologias 
da informação na escola, assinale a alternativa CORRETA. 
a) Armazenamento em nuvem é uma tecnologia que permite o armazenamento de 
dados, tais quais planos de curso, planos de aula, sequências pedagógicas, textos 
de diversos gêneros, fotos, gravuras, dentre outros, num computador em sala de 
aula. Essa tecnologia garante que os dados estejam sempre 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
82 
 
 
 
disponíveis ao professor e aos alunos. 
b) Webquest, correio eletrônico, hipertexto e o uso de tablet garantem a efetiva 
aprendizagem em sala de aula. 
c) Reálias e Phillips 66 são exemplos de tecnologias da informação que podem ser 
utilizadas na escola. 
d) São denominados como “nativos digitais” a população nascida após os anos 
2010. 
e) Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação 
de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais 
(incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, 
produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na 
vida pessoal e coletiva é uma das competências da BNCC. 
 
8. A formação continuada de professores é o processo permanente de 
aperfeiçoamento dos saberes necessários à atividade docente, realizado ao 
longo da vida profissional, com o objetivo de assegurar uma ação docente 
efetiva que promova aprendizagens significativas. Para isso, uma característica 
crucial de um processo de formação continuada efetivo é contemplar as três 
dimensões da formação docente, quais sejam: 
a) A cultural, a pedagógica e a política. 
b) A científica, a física e a administrativa. 
c) A social, a administrativa e a política. 
d) A científica, a pedagógica e a pessoal. 
e) A estrutural, a pedagógica e a filosófica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
83 
 
 
 
DEFICIÊNCIA VISUAL E 
TECNOLOGIA ASSISTIVA 
 
 
 
 
 
6.1 DefICIÊNCIA VISUAL E AS FORMAS DE SIGNIFICAR O MUNDO 
Nesta unidade conversaremos sobre a deficiência visual e a tecnologia 
assistiva. Já sabemos, por meio de nossos estudos, que a criança com deficiência 
visual necessita ser estimulada o quanto antes. Os estímulos precisam ser sensoriais, 
motores e auditivos, pois ela depende desses sentidos para aprender, para interagir 
socialmente e se apropriar do conhecimento que a cerca. 
A criança cega, para aprender de fato, precisa vivenciar, 
experimentar, atuar sobre o objeto de sua aprendizagem. Tudo o que 
a rodeia deve chegar-lhe às mãos. Assim, juízos podem ser aflorados, 
conceitos podem ser construídos (ALMEIDA, 2014, p. 44). 
O avanço da tecnologia associado aos conhecimentos produzidos pela 
ciência possibilitou às pessoas com deficiência visual qualidade de vida, inserção no 
mercado de trabalho e, principalmente, na escola. Diversos recursos foram criados 
para que a pessoa com deficiência visual possa participar de atividades sociais além 
de ser um cidadão produtivo. 
Se pensarmos que o aporte visual é o grande responsável por uma parte da 
aprendizagem e da construção de conceitos acerca do mundo e suas significações 
pelas crianças videntes, perceberemos claramente que as crianças cegas podem, 
da mesma forma, apropriar-se da aprendizagem e das construções do mundo de 
uma forma muito parecida, porém, em um contexto diferente, a partir da valorização 
das suas experiências adquiridas e das relações sociais estabelecidas, na família e na 
escola. 
Para tanto, valorizar suas experiências táteis, auditivas e sinestésicas é 
tão importante quanto proporcionar intervenções que favoreçam a 
formação de conceitos por meio dos processos de significação, 
promovendo assim o desenvolvimento das funções psicológicas 
superiores (NUERNBERG, 2008, p. 314). 
No contexto da inclusão de pessoas com deficiência visual principalmente no 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
84 
 
 
 
processo de alfabetização e construção de conhecimentos, os recursos 
diferenciados e a tecnologia assistiva se apresentam como uma opção de 
acessibilidade à informação e ao conhecimento, independentemente da cultura e 
das limitações de cada sujeito. 
No entanto, para além da Tecnologia Assistiva, é importantíssimo que uma das 
propostas metodológicas seja a reabilitação, não no sentido médico-terapêutico, 
mas, voltada para a estimulação dos sentidos remanescentes. Outro ponto a se 
destacar é a preocupação com o funcionamento psicológico superior: ações que 
potencializem a utilização da memória, da atenção concentrada, imaginação, 
pensamento conceitual entre outras. 
Essas ações pedagógicas necessitam também ser priorizadas no processo de 
alfabetização e ao longo da vida desses sujeitos, tanto no ensino regular quanto no 
ensino especial. Oferecer apenas recursos e tecnologia assistiva nunca será suficiente 
se o pensamento e as funções mentais superiores também não forem estimulados 
(RANGEL; GOMES, 2019). 
 
Figura 23: Estimulação auditiva e sensorial 
 
Fonte: Clínica de cuidados da audição e da fala (2020) 
 
Portanto, não basta trabalhar com tecnologia assistiva, recursos tecnológicos 
e outros, sem, no entanto, abrirmos possibilidades para o desenvolvimento dos 
processos cognitivos. Isso representa dizer que é importante promover a mediação 
da ação dos sistemas funcionais, possibilitar ao sujeito o desenvolvimento de 
habilidades que possibilitem não apenas a escolarização e a alfabetização, mas, 
também a sua autonomia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
85 
 
 
 
Por diversas vezes nos deparamos com situações em que o aluno cego 
necessita se ajustar ao padrão de ensino do professor, muito ao contrário disso, é 
preciso que o caminho se inverta, ao docente cabe a tarefa de tornar o ambiente 
da sala de aula inclusivo e flexível nas formas de aprendizagem, de modo que 
atenda todos os alunos. 
A qualidade do trabalho não está ligada à homogeneidade dos processos 
educacionais, mas ao caso a caso, à singularidade e subjetividade de cada 
indivíduo que faz parte daquele ambiente. Assim, cabe ao docente ressaltar o que o 
aluno cego e os demais apresentam de pontos positivos, e não ressaltar as limitações. 
Essa ação representa considerar a capacidade de cada um, mobilizar a 
comunidade acadêmica quanto à flexibilização do currículo e as adaptações 
necessárias a cada aluno, ou seja, contemplar um currículo e uma proposta 
pedagógica que responda às necessidades individuais (RANGEL; GOMES, 2019). 
Já conversamos na unidade anterior o quanto é importante que o professor 
conheça cada aluno, a fim de que possa selecionar a tecnologia assistiva e os 
recursosmais adequados em cada situação. Vale ressaltar que cada aluno 
apresentará um tipo de deficiência visual e uma forma muito peculiar de lidar com 
essa limitação. 
Como já discutido, a falta de formação e de experiência docente, consiste 
em uma grande barreira no processo educativo. Ainda precisamos avançar muito 
não apenas no conceito de inclusão, como também na remoção de barreiras 
atitudinais. Envolver o aluno cego no mundo que o cerca, representa incluí-lo no 
conhecimento de mundo e nas relações sociais. Essas atitudes na escola promovem 
algo de muito decisivo no desenvolvimento global da criança cega: viver as 
experiências. 
Essas experiências representam tudo aquilo que nos cerca, que nos acontece, 
que nos permeia, que nos atravessa, que nos toca enquanto sujeitos (BONDÍA, 2002). 
Ou seja, aquilo que o sujeito interiorizou numa relação ativa com o 
mundo, compreendendo a si mesmo e dando sentido ao que o 
acontece. Está relacionada à forma como o homem foi tocado e se 
coloca diante do mundo. É diferente de estar informado, de saber o 
que se passa. A informação trata do saber, de uma relação em que 
se recebe um conteúdo ou um conjunto de ideias, enquanto a 
experiência versa sobre a interação e o sentido que cada um produz 
nessa relação de troca (RANGEL; GOMES, 2019, p. 42). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
86 
 
 
 
O que as autoras propõem é a importância de mediação do professor para 
que o aluno cego se aproprie de significados culturais, que podem surgir através do 
contato de situações e objetos que claramente são percebidos por eles. 
Baseando-se nas intervenções educativas citadas por Larrosa, as crianças 
cegas por meio de via alternativas desenvolvem uma forma singular de atuar na 
realidade por meio de formas de percepção funcional que equivalem a dos 
videntes. Não devemos perder de vista que os objetivos de aprendizagem para as 
crianças cegas devem ser os mesmos, porém, o que muda são as formas como a 
criança cega se apropriará dos conhecimentos. 
No próximo item, conversaremos sobre a tecnologia assistiva e a promoção da 
autonomia da pessoa com deficiência auditiva ou cega. 
 
6.2 Tecnologia Assistiva 
Se pensarmos que existem diversos recursos e tecnologia assistiva, bem como 
uma grande necessidade de estimulação precoce, concluímos que desde cedo o 
aluno deficiente visual precisa ser exposto às mais variadas condições de 
estimulação sensorial, motora, cognitiva e auditiva. 
Isso quer dizer que ele precisa ter contato com o braile, recursos tecnológicos, 
fontes ampliadas, ou seja, tudo que puder auxiliá-lo na alfabetização e na vida, pois, 
a deficiência visual não compromete o desenvolvimento cognitivo, muito ao 
contrário, ele é potencializado se as condições e os recursos forem favoráveis à 
aprendizagem. 
Muitos professores acreditam que a sala de recursos se constitui de um espaço 
para que a pessoa com deficiência visual utilize alguns recursos tecnológicos para 
serem treinadas de forma tal que ela consiga executar suas tarefas com mais 
facilidade no cotidiano. 
A utilização desses recursos poderá, sim, auxiliá-la em seu cotidiano, porém, é 
preciso pensar a deficiência visual e os recursos tecnológicos para além de um mero 
treinamento. Se uma das funções dos recursos tecnológicos é auxiliar, então estamos 
nos referindo à tecnologia assistiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
87 
 
 
 
 
 
A tecnologia assistiva refere-se a 
Uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que 
engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e 
serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à 
atividade e participação, de pessoas com deficiência, 
incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, 
independência, qualidade de vida e inclusão social (BERSCH, 2017, p. 
2). 
A expressão tecnologia assistiva ganhou destaque na Convenção sobre os 
Direitos humanos das pessoas com deficiência da ONU em 1996. 
[...] a obra de Romeu Sassaki, tradutor oficial da Convenção sobre os 
Direitos das Pessoas com Deficiência, introduziu a expressão 
“Tecnologia Assistiva” (TA) no Brasil, pela primeira vez, em 1996. A partir 
desse momento, o Comitê de Ajudas Técnicas (CAT, 2007), apesar de 
manter este nome, decidiu padronizar a terminologia adotada por 
Sassaki por considerá-la uma tendência nacional já firmada no meio 
acadêmico, em organizações de pessoas com deficiência, em setores 
governamentais, em institutos de pesquisa e no mercado de produtos 
(LUGLI et al., 2016, p. 45). 
Assim, a tecnologia assistiva se firmou como um modo de expressar o que são 
produtos e serviços que promovem a qualidade de vida e a inclusão das pessoas 
com deficiência. A ideia é que a tecnologia assistiva possa auxiliar as pessoas com 
deficiência, por meio dos recursos a minimizar as limitações e as barreiras atitudinais 
e físicas, possibilitando a elas ter qualidade de vida e independência em qualquer 
ambiente, seja, na escola ou em outros âmbitos sociais. 
A tecnologia assistiva se divide em 11 categorias (BERSCH, 2017): 
 auxílios para a vida diária; 
 CAA (CSA) comunicação aumentativa (suplementar) e alternativa; 
 sistemas de controle de ambiente; 
 projetos arquitetônicos para acessibilidade; 
 órteses e próteses; 
 auxílios para surdos ou com déficit auditivo; 
 adaptações em veículos 
 
https://bit.ly/3mW7AKD
 
 
 
 
 
 
 
 
 
88 
 
 
 
 adequação postural; 
 auxílios de mobilidade; 
 auxílios para cegos ou com visão subnormal; 
 recursos de acessibilidade ao computador. 
Vamos avançando no raciocínio. Grande parte dos recursos ou ajudas 
técnicas ofertados pela tecnologia assistiva, necessitam de um computador, além 
disso, conhecer suas funcionalidades, por outro lado, muitas vezes ela não é acessível 
a uma grande parte da população com deficiência, principalmente a população 
cega, por falta de conhecimento sobre os equipamentos e condições financeiras 
para adquiri-los. Portanto, devemos pensar que a tecnologia assistiva em si, não 
resolve os problemas da acessibilidade e inclusão, mas, para quem as conhece e 
utiliza, ela é uma facilitadora do processo de inclusão. 
 
6.3 Tecnologia para cegos 
Na área da deficiência visual a tecnologia é pensada com o objetivo de que 
os cegos ou deficientes visuais sejam capazes de utilizar a tecnologia e ao mesmo 
tempo serem favorecidos na construção da autonomia pessoal e integração social 
e escolar. 
 
 Adaptações para cegos: 
 Sintetizador de voz ou leitor de tela: são softwares de interação entre cego e 
computador. O cego consegue ouvir todo o conteúdo que está sendo 
apresentado na tela do computador; 
 Linha Braile: é um equipamento que precisa estar conectado ao computador. 
Ele possui uma linha régua de células braile, que se movimentam para cima e 
para baixo, nesse movimento ela transcreve em braile o texto que está na tela 
do computador, linha a linha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
89 
 
 
 
Figura 24: Linha Braille 
 
Fonte: Biblioteca FEA/USP (2019) 
 
 
 
 Braile falado: é um parelho que possui um teclado braile e saída por meio de 
voz sintetizada. Além disso, ele oferece também editor de textos, agenda 
entre outras funções, e pode ser conectado ao computador. 
 
Figura 25:Braille falado 
 
Fonte: Biblioteca FEA/ USP (2019) 
 
 Adaptações para deficientes visuais: 
 Programas de ampliação de telas: softwares que ampliam o conteúdo da 
tela do computador; 
 
https://bit.ly/3hqMClG
 
 
 
 
 
 
 
 
 
90 
 
 
 
Figura 26: Softwares de ampliação 
 
Fonte: Biblioteca FEA/USP (2019) 
 
 Lupa: ampliador de textos. 
Como já dissemos, os recursos são muitos, porém, os preços ainda são pouco 
acessíveis e as informações e conhecimento de como utilizá-los ainda é de domínio 
de uma minoria.91 
 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. Segundo Amorim & Alves (2008), quando a criança cega é bem estimulada e 
recebe o apoio necessário nos primeiros anos de vida, ela chega aos 3 ou 4 anos 
de idade com um desenvolvimento bem próximo da criança que vê. São 
aquisições fortemente relacionadas entre si e, ao surgirem, indicam que a criança 
está preparada para brincar com outras crianças, sair do espaço pessoal e restrito 
de sua casa, explorar outros lugares e ter novas vivências. Nessa fase, existem 
critérios que devem ser observados quanto ao desenvolvimento da criança cega. 
 
Assinale a alternativa que apresenta todos os itens corretos. 
a) Coordenação motora global; coordenação motora fina; linguagem; relação 
com o mundo. 
b) Relação com o mundo; coordenação motora fina; leitura do sistema Braille; 
linguagem. 
c) Leitura do sistema Braille; coordenação motora global; linguagem; coordenação 
motora fina. 
d) Utilização do soroban; relação com o mundo; leitura do sistema Braille; 
coordenação motora fina. 
e) Coordenação motora global; linguagem; leitura do sistema Braille; relação com 
o mundo. 
 
2. Conforme relata Amorim & Alves (2008), o professor deverá atender as 
necessidades educacionais específicas da criança cega, trabalhando os 
requisitos prévios para a alfabetização em Braille. Para que esse objetivo seja 
alcançado, é importante saber quais são esses pré-requisitos e como as 
atividades comuns da escola podem ser usadas e adaptadas para que a criança 
cega consiga desenvolvê-los. Entre eles, o professor deverá ensinar 
 
I. as noções básicas de espaço e tempo: acima/abaixo, à frente/atrás, em 
cima/embaixo, antes/depois, rápido/ devagar etc. 
II. a percepção das relações espaciais: saber utilizar e interpretar os conceitos 
espaciais básicos em si mesma, em outras pessoas, em objetos em relação a si 
mesma, em objetos em relação a outros objetos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
92 
 
 
 
III. as noções básicas de formas e tamanhos: ter conhecimento de formas 
geométricas (do tridimensional ao bidimensional, até chegar às representações 
gráficas), e diversos conceitos relacionados a tamanhos e medidas 
(grande/médio/pequeno; alto/baixo; comprido/ curto). 
 
Está correto o contido em 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III. 
 
3. Para a aprendizagem da escrita Braille é preciso refinar as destrezas de 
manipulação, o uso da força da mão (dosar intensidade) e a flexibilidade de 
punhos e dedos. Dentre as atividades que o professor poderá oferecer ao aluno 
com deficiência visual, pode-se citar: 
 
I. jogos de enfiagem com contas de diversos tamanhos e formas; atividades com 
pintura a dedo, massinha, areia, argila. 
II. brincadeiras infantis com o uso das mãos (passa-anel); fazer e desfazer nós em 
diversos materiais (cordas, barbantes, lãs). 
III. brincadeiras de roda; lenço atrás; dança das cadeiras; danças folclóricas. 
 
Está correto o que consta em 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) III, apenas. 
d) I e II, apenas. 
e) I, II e III. 
 
4. Conforme Brasil, MEC (2003), os professores que trabalham com crianças com 
deficiência visual necessitam conhecer as habilidades básicas de mobilidade, 
como também os conceitos e as técnicas que antecedem a aprendizagem do 
uso da bengala longa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
93 
 
 
 
A primeira técnica a ser ensinada e que se constitui num dos meios mais 
eficientes para familiarizar a criança com os espaços físicos da escola, 
principalmente a sala de aula, é a técnica 
 
a) de proteção superior. 
b) para localização de portas fechadas e trincos. 
c) do guia vidente. 
d) de proteção inferior. 
e) para detecção e exploração de objetos. 
 
5. Segundo Brasil, MEC (2003), nos casos dos alunos com deficiência visual que 
tenham algum tipo de percepção visual, esta deve ser utilizada ao máximo na 
orientação e mobilidade, devendo o professor estar atento para 
 
I. as pistas visuais do ambiente como focos luminosos que podem fornecer ao 
deficiente visual indicações de corredores, portas e janelas abertas, cantina e 
outros locais da escola. 
II. os objetos coloridos existentes na escola, uma vez que poderão servir como ponto 
de referência para a orientação do aluno. 
III. conhecer a capacidade visual existente, como ela se apresenta e como o aluno 
faz uso dela. 
 
Está correto o contido em 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) III, apenas. 
d) I e III, apenas. 
e) I, II e III. 
 
6. Conforme relata Brasil, MEC (2003), as técnicas de autoajuda na orientação e 
mobilidade deverão ser incluídas o mais precocemente possível, pois constituir-se-
ão nas bases da segurança e confiança na locomoção, tornando-se hábitos 
indispensáveis que evitarão que o aluno com deficiência visual caminhe agitando 
os braços de forma incontrolada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
94 
 
 
 
Entre elas, a técnica que tem como objetivo proporcionar ao aluno com 
deficiência visual proteção da parte frontal e inferior do tronco, detectando 
obstáculos na altura da cintura e órgãos genitais, é a técnica 
 
a) de localizar cadeira e sentar-se. 
b) de proteção superior. 
c) de proteção inferior. 
d) de localização de objetos caídos. 
e) diagonal da bengala. 
 
7. Segundo Amorim & Alves (2008), a iniciação das atividades da vida prática deve 
ocorrer no lar, mas as vivências na rotina escolar oferecerão um campo para 
complementar o ensino e a prática dessas habilidades. O professor deve, além 
da orientação verbal, ter a sensibilidade de utilizar todos os momentos na escola 
para implementar esse aprendizado, aproveitando 
 
I. as brincadeiras simbólicas (brincar de casinha; feirinha); as festinhas de 
aniversário, estimulando a criança cega a experimentar a diversidade de texturas, 
segurar alimentos com a mão, usar guardanapo. 
II. a mesa coletiva de trabalho, ajudando a criança a dispor seus pertences, a dividir 
o espaço com os colegas, estimulando para que tenha senso de organização e 
hábito de guardar as próprias coisas. 
III. a hora do lanche para estimular os bons modos à mesa, como mastigar com a 
boca fechada e sem fazer barulho, não encher muito a boca e desenvolver 
hábitos de cordialidade no convívio social. 
 
Está correto o contido em 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) I e II, apenas. 
d) I e III, apenas. 
e) I, II e III. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
95 
 
 
 
8. Existem inúmeras brincadeiras e jogos que podem ser utilizados na fase da 
educação infantil. No caso de crianças cegas e com baixa visão, deve-se 
oferecer uma seleção de brincadeiras que envolvam conceitos matemáticos de 
quantificação e ordenação de objetos e que constituem a base do pré-soroban. 
 
Dentre as brincadeiras corporais propostas no pré-soroban, tem-se: 
a) lenço atrás; brincadeiras de roda; dança das cadeiras. 
b) dança das cadeiras; jogo do nunca dez; ovo choco. 
c) caixa oculta; caixa vazada; brincadeiras de roda. 
d) olho vivo; bloco oculto; caixa oculta. 
e) lenço atrás; jogo do nunca dez; olho vivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
96 
 
 
 
DEFICIÊNCIA FÍSICA 
 
 
 
7.1 Conceitos gerais 
Sabemos que a luta pela inclusão remonta desde a Antiguidade e Idade Mé-
dia, períodos em que as pessoas não tinham direito a vida e nem mesmo à 
dignidade. 
Foram exterminadas, segregadas e integradas. Passaram por períodos 
assistencialistas, foram consideradas pela Igreja como castigos para as famílias, 
foram abandonadas e desamparadas. 
A luta pela inclusão é antiga e ainda se estenderá por muito anos, pois, é 
atravessada pelas barreiras atitudinais, preconceito e discriminação. Por outro lado, 
precisamos reconhecer que o espaço da inclusão vem ganhando força e 
conquistando espaços ao longo dos anos. 
Os movimentos sociais, as Ongs, os conselhos, os Núcleos de Inclusão 
institucionalizados nas escolas,as políticas públicas vêm cada vez mais reforçando 
e implementando as práticas inclusivas como direito assegurado por lei. 
Todos esses movimentos asseveram que reconhecer a diversidade, é 
caminhar para a inclusão, ou seja, legitimar as potencialidades do sujeito e não 
enfatizar as suas diferenças. Seria uma mudança de paradigmas. 
A limitação física e intelectual não pode estar à frente do aprendizado como 
um dificultador do processo de aprendizagem, se considerarmos a 
heterogeneidade da sala de aula bem como as diferenças e ritmos de 
aprendizagens. 
Muito ao contrário, às pessoas com deficiência devem ser dadas 
oportunidades para que elas possam aprender a partir do princípio da igualdade e 
equidade em relação ao aluno sem deficiência. 
Assim, nessa unidade trabalharemos com o tema deficiência física e seus 
atravessamentos no processo de aprendizagem, bem como formas e práticas 
pedagógicos que possam incluir com dignidade essas crianças no ambiente 
escolar, considerando a remoção das barreiras atitudinais e de infraestrutura que 
muitas escolas e comunidade escolar ainda apresentam. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
97 
 
 
 
Ao pensarmos em deficiência física, alguns pontos devem ser sumariamente 
considerados para o processo de inclusão, seja na sala de aula regular, ou na sala 
de recursos. 
 
Figura 27: Fatores que impedem/dificultam a inserção social e escolar 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2020) 
 
Vale ressaltar que não são apenas esses fatores que interferem, dificultam e 
até mesmo impedem que a pessoa com deficiência seja inserida socialmente e seja 
escolarizada. Se você parar para pensar, conseguirá enumerar diversos outros fato-
res. Observe na figura que cada fator se liga ao outro, não ocorrem de forma isolada, 
o que nos leva a crer que o prejuízo é ainda maior. 
Iniciemos a discussão pelo fator parceria. Como é do conhecimento de todos, 
não é possível pensar a inclusão e a Educação Especial se escola, família e 
profissionais de apoio não estiverem todos trabalhando na mesma direção, 
procurando condições cômodas de aprendizagem além do acesso e estabilidade 
da pessoa com deficiência na escola. 
Já a acessibilidade, está relacionada ao espaço por onde essa pessoa circula, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
98 
 
 
 
as condições de utilização de forma segura e autônoma, os equipamentos 
disponíveis, mobiliários, estruturas das edificações, comunicação, transportes, 
tecnologia aplicada, serviços privados ou públicos etc. 
A formação continuada está diretamente relacionada ao docente em sala 
regular, ao professor da sala de recursos e professor de apoio. Conhecer inicialmente 
o aluno, sua história de vida, singularidades e subjetividades, é o primeiro passo. 
Buscar informações com a família e profissionais de apoio, além de estar em 
constante formação garante tanto do docente quanto ao aluno, segurança para as 
práticas pedagógicas a serem desenvolvidas. O professor precisa se atualizar, se 
capacitar, buscar informações e estudos recentes da área em que atua. 
Com relação à metodologia, ela está atrelada à formação do professor e à 
sua capacidade de não homogeneizar as práticas metodológicas, amparando-se 
na singularidade de cada um, no caso a caso, na necessidade de constante 
atualização e nos feedbacks fornecidos pelas famílias e profissionais de apoio. Não 
decidimos o que o aluno consegue/deve aprender, mas, podemos decidir quais 
possibilidades daremos a ele. 
E finalmente, a informação está diretamente ligada à formação, à parceria, à 
metodologia a acessibilidade. Estar informado do que podemos fazer, como fazer e 
para quem fazer, é uma ação imprescindível na inclusão. Não existe inclusão sem 
informação. 
 
Figura 28: A falsa inclusão no mundo real
 
Fonte: Ferraz (2020) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
99 
 
 
 
Avancemos um pouco mais! O que quer dizer deficiência? De acordo com 
o Art. 2º da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, LBI (2015): 
Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento 
de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o 
qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua par-
ticipação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições 
com as demais pessoas. 
Destrinchemos o Art. 2º. Para que a pessoa seja considerada deficiente, é 
necessário que haja impedimentos de ordem física, intelectual, mental ou sensorial 
e que esses impedimentos associados às barreiras atitudinais, estruturais, ou outras 
barreiras quaisquer que as impeçam de participar ou de serem inseridas na 
sociedade nas mesmas condições que as demais pessoas que não apresentam 
nenhum tipo de impedimento físico, sensorial, intelectual ou mental. 
Por outro lado, a deficiência apresentada necessita ser avaliada quando for 
necessário por uma equipe multiprofissional e interdisciplinar: 
 
§ 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, será 
biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar 
e considerará: 
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; 
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; 
III - a limitação no desempenho de atividades; 
IV - a restrição de participação (BRASIL, Lei Nº 13.146, de 6 de Julho 
de 2015, 2015, p. Art. 3º) 
 
Observem que a lei resguarda tudo que que já discutimos até agora, 
contudo a realidade escolar e social nos apresenta um cenário muito diferente do 
que é proposto pela legislação. 
Outro ponto a se destacar, que além da referência em relação à avaliação 
biopsicossocial, a LBI enfatiza que é necessário considerar “os impedimentos nas 
funções e nas estruturas do corpo”, o que nos garante o entendimento que as 
pessoas com deficiências físicas estão resguardadas mediante a legislação, no que 
tange a avaliação e os direitos à participação social e escolar de forma autônoma. 
Se ainda considerarmos a aplicação da LBI, observaremos que ela foi 
pensada em todos os âmbitos da vida da pessoa com deficiência, seja ela qual for 
a deficiência, nessa unidade especificamente, destacaremos a deficiência física. 
 Mediante a aplicação da LBI e a situação em que se encontra a sociedade 
e as escolas, percebemos o quanto ainda falta às pessoas acerca da informação e 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
100 
 
 
 
o quanto ainda é necessário adaptar o “mundo” e as escolas a fim de atender com 
plenitude essas pessoas que se encontram à margem da sociedade, dadas as con-
dições de suas limitações. Observem atentamente quais quesitos o Art. 3º da LBI 
(2015) considera para a aplicação da Lei: 
I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para 
utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, 
equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e 
comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de 
outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou 
privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por 
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida; 
II - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, 
programas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem 
necessidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os 
recursos de tecnologia assistiva; 
III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, 
dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços 
que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade 
e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade 
reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de 
vida e inclusão social; 
IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou 
comportamento que limite ou impeça a participação social da 
pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à 
acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à 
comunicação, ao acesso à informação,10.2 O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO EM CASOS DE 
DEFICIÊNCIA FÍSICA ........................................................................................ 143 
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................. 149 
INGRESSO E PERMANÊNCIA DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA EM 
UNIVERSIDADES BRASILEIRAS ............................................................... 155 
11.1 BREVE HISTÓRICO SOBRE INCLUSÃO NO ENSINO SUPERIOR ....................... 155 
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................. 163 
DESENHO UNIVERSAL E ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM 
DEFICIÊNCIA FÍSICA .............................................................................. 170 
12.1 DESENHO UNIVERSAL E ACESSIBILIDADE ....................................................... 170 
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................. 174 
TECNOLOGIA EM CONTEXTO ............................................................... 179 
13.1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 179 
13.2 CONCEITUANDO A TECNOLOGIA ................................................................. 183 
13.3 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: TICS ....................... 185 
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................. 187 
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7 
 
 
 
TECNOLOGIA, EDUCAÇÃO E INCLUSÃO ............................................. 194 
14.1 TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO .......................................................................... 194 
14.2 TECNOLOGIAS ASSISTIVAS E INCLUSÃO ....................................................... 197 
14.3 CONCEITOS E OBJETIVOS DA TECNOLOGIA ASSISTIVA............................... 198 
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................. 202 
DESENHO UNIVERSAL DA APRENDIZAGEM .......................................... 207 
15.1 DESENHO UNIVERSAL DA APRENDIZAGEM E A TECNOLOGIA ASSISTIVA ... 207 
15.2 PRINCÍPIOS ORIENTADORES DO DESENHO UNIVERSAL DA APRENDIZAGEM
 .......................................................................................................................... 211 
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................. 215 
VESPAÇO ESCOLAR E O USO DAS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS .......... 221 
16.1 PROFESSOR, TECNOLOGIA ASSISTIVA E ESTRATÉGIAS ................................. 221 
16.2 ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO E AS TECNOLOGIAS 
ASSISTIVAS ....................................................................................................... 226 
16.3 COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA ..................................................................... 228 
16.4 COMPREENDENDO O PCS .............................................................................. 230 
16.5 BOARDMAKER E O SPEAKING DYNAMICALLY .............................................. 231 
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................. 235 
INCLUSÃO E ENSINO SUPERIOR ............................................................ 240 
17.1 INCLUSÃO ASSISTIVA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR ......................................... 240 
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................. 247 
EDUCAÇÃO ESPECIAL E TECNOLOGIAS ASSISTIVAS ........................... 252 
18.1 EDUCAÇÃO ESPECIAL E TECNOLOGIA ASSISTIVA ........................................ 252 
18.2 AEE E SEUS OBJETIVOS .................................................................................... 257 
 Deficiência Intelectual ........................................................................ 258 
 Deficiência Visual ................................................................................. 258 
 Surdez ..................................................................................................... 258 
 Altas Habilidades/Superdotação: .................................................... 259 
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................. 260 
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ............................................. 265 
REFERÊNCIAS ......................................................................................... 268 
 
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8 
 
 
 
 
 
 
CONFIRA NO LIVRO 
 
Nesta unidade abordaremos o conceito de deficiência ao longo da 
história, suas características, classificações e causas. 
Nesta unidade conversaremos sobre a história da deficiência visual 
no Brasil. 
 
 
Nesta unidade abordaremos as causas da deficiência visual, 
provocada por fatores congênitos ou hereditários. 
Nesta unidade conversaremos sobre a Educação Especial como o 
ramo da Educação que se ocupa do atendimento e da educação 
de pessoas com deficiência. 
 
 
Nesta unidade conversaremos sobre o sistema Braile, muito usado 
pelas pessoas cegas e com baixa visão. 
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C 
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Nesta unidade conversaremos sobre a deficiência visual e a 
tecnologia assistiva. 
 
 
Nessa unidade trabalharemos com o tema deficiência física e seus 
atravessamentos no processo de aprendizagem, bem como formas 
e práticas pedagógicas que possam incluir com dignidade essas cri-
anças no ambiente escolar, considerando a necessidade de 
remoção das barreiras atitudinais e de infraestrutura. 
Nesta unidade conversaremos sobre o conceito de deficiência, os 
processos culturais e os estigmas como causadores da exclusão 
social. 
 
 
Nesta unidade conversaremos sobre a paralisia cerebral, e os 
comprometimentos provocados por ela, no que diz respeito aos 
aspectos físicos e intelectual. 
Nessa unidade conversaremos sobre a atendimento educacional 
especializado em casos de deficiência física, passando 
rapidamente pela história da deficiência no Brasil e o histórico da 
educação especial. 
 
 
Nesta unidade trataremos da inserção da pessoa com deficiência 
física Ensino Superior, dos desafios enfrentados por alunos e 
instituições de ensino com relação a infraestrutura e mobiliários, 
além das dificuldades pedagógicas. 
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10 
 
 
 
Nesta unidade conversaremos sobre o desenho universal, 
Tecnologia Assistiva e a acessibilidade para a pessoa com 
deficiência física. 
 
 
 
Nessa unidade discutiremos alguns aspectos teóricos e conceituais 
acerca das tecnologias, a fim de pensarmos a tecnologia assistiva 
como recursos que viabilizam a autonomia e promovem a 
acessibilidade à pessoa com deficiência. 
Nessa unidade conversaremos sobre o quanto é necessário se 
desvincular dos padrões tradicionais para nos aliarmos à tecnologia 
como ferramenta, recurso do processo de aprendizagem. 
 
 
Nesta unidade conversaremos sobre o desenho Universal da 
Aprendizagem sua concepção objetivo e aplicação em sala de 
aula. 
 
Nessa unidade conversaremos sobre o espaço escolar e o uso das 
tecnologias assistivas, e as estratégias didática que podem ser 
utilizadas para aumentar o desempenho do aluno com deficiência. 
 
 
Nessa unidade conversaremos sobre a educação inclusiva no 
ensino superior, as adpatações necessárias para as universidades e 
os desafios encontrados pelo aluno com deficiência. 
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11 
 
 
 
Conversaremos nessa unidade sobreà compreensão, à 
circulação com segurança[...] 
VI - adaptações razoáveis: adaptações, modificações e ajustes 
necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional 
e indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que 
a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade de 
condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos 
e liberdades fundamentais[...]; 
IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por 
qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou 
temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da 
flexibilidade, da coordenação motora ou da percepção, incluindo 
idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso [...] ; 
XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exerce atividades de 
alimentação, higiene e locomoção do estudante com deficiência e 
atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer necessária, 
em todos os níveis e modalidades de ensino, em instituições públicas 
e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados 
com profissões legalmente estabelecidas; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
101 
 
 
 
XIV - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com defici-
ência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente 
pessoal. 
O que se percebe pelo Art. 3º que suas definições apontam para uma 
mudança social, no que se refere a acessibilidade, desenho universal, TA, remoção 
de barreiras urbanísticas, atitudinais, arquitetônicas de transporte, e também em 
relação à escola, quando define como exigência a presença do profissional de 
apoio e do acompanhante quando necessário. 
Se avançarmos um pouco mais nas entrelinhas da LBI, perceberemos que as 
mudanças propostas tanto no nível social quanto no escolar, além de promover a 
acessibilidade para as pessoas com deficiência física, promove também melhores 
condições para a população e o alunado que não apresenta deficiência. 
Mesmo não sendo cumprida na íntegra, a LBI reconhece as diferenças e as 
necessidades específicas de cada sujeito, e ainda, propõe uma alternativa para 
minimizar os impactos da deficiência e promover qualidade de vida. 
 
 
 
Um ponto que merece destaque no Art. 3º, refere-se as barreiras, que se 
dividem em atitudinais, urbanísticas, arquitetônicas e de transportes. Você já pensou 
sobre algumas dessas barreiras e nos impactos que elas podem causar no cotidiano 
de uma pessoa com deficiência, um idoso, uma pessoa obesa ou uma gestante? 
Observe como a acessibilidade é importante para todas as pessoas. Esse 
carrinho que deveria ser encontrado em todos os supermercados, é um recurso que 
auxilia cadeirantes, idosos, gestantes, pessoas obesas e pessoas com locomoção 
reduzida. Você já parou para pensar ou observou em quais supermercados 
encontramos esse tipo de recurso que auxilia não apenas na locomoção, como 
também promove a autonomia das pessoas? 
 
https://bit.ly/3thxJaY
 
 
 
 
 
 
 
 
 
102 
 
 
 
Figura 29: Acessibilidade em supermercados
 
Fonte: Leis à Sociedade (2013). 
Disponível em: https://bit.ly/3anAUoX. Acesso em: 13 nov. 2020 
 
Quando pensamos que a acessibilidade reflete na vida de todos, estamos re-
alizando conjecturas que vão afora da deficiência, abordando a qualidade de vida, 
segurança, respeito à diversidade, equidade e igualdade. 
A remoção de barreiras possibilita a todas as pessoas o direito de ir e vir 
estudar, participar de movimentos sociais, direito ao lazer, transporte, locomoção 
evitando que elas sofram ações preconceituosas, discriminatórias e 
constrangimentos. 
 
Figura 30: Assento para obesos 
 
Fonte: Shimosakai (2011, online) 
https://bit.ly/3anAUoX
 
 
 
 
 
 
 
 
 
103 
 
 
 
 
 
Quando pensamos em ações preconceituosas, discriminatórias e 
constrangimentos, tendemos logo de início nos retirarmos desse campo e nos 
colocarmos como pessoas que não praticam essas ações. Mas, será que na vida 
real isso funciona mesmo dessa forma? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://bit.ly/3tiHF3Z
https://bit.ly/3jak0Oz
https://bit.ly/3cqLgXX
 
 
 
 
 
 
 
 
 
104 
 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. (CETREDE, 2016 ) Dados do IBGE revelam que 6,2% da população brasileira tem 
algum tipo de deficiência. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) considerou quatro 
tipos de deficiências: auditiva, visual, física e intelectual. Os dados revelam ainda 
que 6,2% da população brasileira tem algum tipo de deficiência. Quais são os 
fundamentos legais dos que defendem a inclusão escolar das pessoas com defi-
ciências? O direito à educação, o direito de frequentar a escola comum (junto 
com os ditos “normais”), o direito a aprender nos “limites” das próprias 
possibilidades e capacidades são decorrentes do direito primordial à 
convivência, até porque é na convivência com seres humanos – “normais” ou 
diferentes – que o ser humano mais aprende. 
 
a) LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 
b) Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. 
c) Estatuto da Criança e do Adolescente. 
d) Nova Escola para aprender a ler, escrever e contar. 
e) Política Nacional de Educação Especial. 
 
2. (CETRED, 2019) Leia as afirmativas a seguir e classifique-as em VERDADEIRA ou 
FALSA. 
 
( ) A escola comum pode negar matrícula a determinados alunos com 
deficiência, se não se sentir em condições de atendê-los. 
( ) A Educação Especial é uma modalidade de ensino que garante o AEE. 
( ) O professor do AEE define os conteúdos escolares e as práticas pedagógicas 
que os professores comuns adotarão em suas turmas para os alunos com 
deficiência. 
( ) Os professores de escola comum só poderão aceitar, em suas salas de aulas, 
alunos com deficiência intelectual, física, visual, pessoas com surdez, entre 
outros, caso tenham uma formação anterior em que aprendam os 
conhecimentos relativos à educação especial. 
( ) A Sala de Recursos Multifuncionais é um espaço organizado 
preferencialmente em escolas comuns das redes de ensino. Na 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cetrede
 
 
 
 
 
 
 
 
 
105 
 
 
 
impossibilidade de existência de uma sala de recursos em cada escola 
comum, a escola que possuir pode atender às escolas mais próximas. 
 
a) F – V – F – F – V. 
b) V – V – F – V – V. 
c) F – F – V – V – V. 
d) F – V – F – F – V. 
e) V – V – F – F – V. 
 
3. (IBADE, 2020) Observe as falas de três profissionais da educação acerca da im-
plantação de um projeto “inclusão”, com a atuação de monitores educacionais 
para pleno atendimento a alunos especiais. 
 
_ “Grandes são os desafios do projeto de inclusão de monitores educacionais; a 
escola não foi capacitada para receber os alunos com deficiências, não temos 
uma estrutura adequada que proporcione ao aluno um ambiente de 
aprendizado e lazer. Outra dificuldade são as adaptações do currículo que são 
necessárias para se trabalhar. ” (Professora A de uma escola da rede municipal). 
_ “O projeto é desafiador pois, incluir é novo para a escola, e tudo que é novo no 
início gera medo; entre as dificuldades vejo que o que mais precisa de atenção 
é a formação adequada pra toda a comunidade escolar e a estrutura física das 
escolas” (professora B de outra escola municipal). 
_ “Muitas são as dificuldades que encontramos, entretanto, houve um grande 
avanço na educação inclusiva na nossa cidade. A nossa escola, ao construir um 
projeto em que nossos alunos com deficiências trabalham lado a lado com 
monitores educacionais, um grande passo foi dado no processo de 
aprendizagem pois, não somente os alunos aprendem e se desenvolvem mais, 
como também toda a escola, desde os auxiliares de limpeza, os professores, 
gestores, os alunos ditos “normais”, como toda a sociedade”. (Orientadora 
pedagógica de escola da rede privada) 
 
Acerca das falas das três profissionais, pode-se afirmar que 
 
a) a necessidade de as escolasse adequarem às necessidades dos alunos, com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
106 
 
 
 
adaptações na estrutura física de modo que as tornem escolas acessíveis é 
claramente dita pelas profissionais; todavia sabe-se que nem toda deficiência 
necessita de adequações na estrutura física do prédio, sendo então necessária 
uma reflexão mais profunda para que a adaptação física seja o complemento de 
uma escola inclusiva e não se torne ponto excludente. 
b) as profissionais deixam claro que estão de acordo com a implantação do projeto 
e não sinalizam dificuldade alguma para o ingresso de alunos especiais ou de mo-
nitores educacionais que desenvolverão as atividades complementares com os 
alunos. 
c) a indicação de que as escolas ainda não estão preparadas para atender e 
realizar a inclusão é real, visto que não existe projeto que resista às barreiras da 
acessibilidade, mesmo contratando todos os monitores educacionais disponíveis. 
d) as profissionais deixam claro que não estão de acordo com a implantação do 
projeto e rejeitam a ideia, pois a escola não está adaptada para oferecer 
educação inclusiva plenamente. 
e) as dificuldades de implantar um processo inclusivo e eficaz que atenda a todos, 
construído sobre alicerces sólidos que vise o acolhimento e a permanência de 
todos, garantido uma educação de qualidade, com certeza encontra todas as 
condições necessárias, visto que as profissionais não nomeiam nenhum tipo de 
dificuldade. 
 
4. (VUNESP, 2019) Em uma escola da Rede Municipal de Educação de Campinas, 
foi matriculado um aluno com deficiência física, cadeirante. De início, 
educadores e equipe gestora ficaram apreensivos por não se considerarem aptos 
a atender o aluno na sala comum. No entanto, a Unidade Educacional, de 
acordo com Portaria SME no 69/2018 (Regimento Escolar Comum da Rede 
Municipal de Ensino de Campinas) e com o apoio das instâncias competentes da 
SME, deve organizar, de acordo com as necessidades do aluno, dentre outras 
ações: 
 
a) um auxiliar de classe; apoio para higiene e alimentação; atendimento 
educacional especializado; atendimento em escola especial; articulação com a 
rede de apoio local; transporte adaptado para as atividades extras. 
b) recursos de comunicação alternativa; transporte adaptado; alimentação pastosa; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
107 
 
 
 
apoio em orientação e mobilidade; articulação com a rede de proteção do 
território de moradia do aluno; metodologias ativas e ensino híbrido e oferta do 
AEE. 
c) a adaptação curricular; modificação da estrutura da edificação; rampas e corri-
mãos; língua de sinais; apoio para locomoção e higiene; articulação com os 
centros de saúde locais e instituições de educação especial para AEE. 
d) apoio às atividades escolares, de alimentação e locomoção; adaptação 
curricular; comunicação alternativa com uso de calendários; atendimento em 
contraturno escolar em instituição especializada; tecnologia assistiva. 
e) apoio às atividades escolares, de alimentação, higiene e locomoção; oferta do 
AEE; flexibilização e adaptação do currículo, respeitadas as Diretrizes Curriculares 
Nacionais da Educação Básica; articulação das políticas públicas intersetoriais. 
 
5. (IBADE, 2019) O objetivo da Educação Inclusiva é: 
 
I. garantir que todos os alunos com ou sem deficiência participem ativamente 
de todas as atividades na escola e na comunidade. 
II. realizar mudanças na estrutura física, somente se tiver algum educando com 
necessidade especial. 
III. manter os educandos no mesmo espaço da escola, assim evita de oferecer 
muitas informações espaciais. 
IV. que as condições de uso dos espaços e dos equipamentos possam ser 
alcançados por todos na realização de atividades por todas as pessoas. 
 
a) I. 
b) I e IV. 
c) IV. 
d) II e III. 
e) III e IV. 
 
6. (Vunesp, 2016)6- Andrade e Freitas (2016) relatam algumas experiências didáticas 
nas quais professoras de Educação Física promovem a inclusão de alunos com 
deficiência nas aulas. As ações dessas professoras são assim descritas: 
 
“[...] elas convocam os alunos a realizarem as atividades, orientam, explicam, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
108 
 
 
 
demonstram e, assim, pelas relações intersubjetivas, os conteúdos trabalhados vão 
se tornando significativos para os alunos com deficiência e esses realizam as 
tarefas, tendo, como os demais, possibilidades de aprendizagem na escola 
regular.” 
 
A conclusão a que se chega é que: 
 
a) as professoras agem dessa maneira porque o seu olhar para as deficiências é pelo 
viés biológico. 
b) as professoras agem dessa maneira porque o seu olhar para as deficiências não 
contempla a perspectiva da construção social do currículo. 
c) os currículos devem ser tomados como construção social, e é necessário conside-
rar as condições concretas das escolas e as singularidades de seus alunos. 
d) o ensino obtém sucesso quando as atividades são propostas sem a ilusão de 
imaginar o que o aluno com deficiência poderia ser capaz de fazer e aprender. 
e) os procedimentos didáticos seriam bem diferentes caso os docentes analisados 
fossem do sexo masculino e, por isso, menos sensíveis aos problemas dos alunos 
com deficiência. 
 
7. (IBADE, 2020) Antes, nós tínhamos a escola regular e a escola especial, 
separadamente. A educação inclusiva aparece para acabar com essa 
separação. Ela é a educação especial dentro da escola regular com o objetivo 
de permitir a convivência e a integração social dos alunos com deficiência, 
favorecendo a diversidade. A educação inclusiva não é a mesma coisa que a 
educação especial. A educação especial é uma modalidade de ensino que tem 
a função de promover o desenvolvimento das habilidades das pessoas com 
deficiência, e que abrange todos os níveis do sistema de ensino, desde a 
educação infantil até a formação superior. Ela é responsável pelo atendimento 
especializado ao aluno e seu público-alvo são os alunos com algum tipo de 
deficiência (auditiva, visual, intelectual, física ou múltipla), com distúrbios de 
aprendizagem ou com altas habilidades (superdotados). A educação inclusiva é 
uma modalidade de ensino na qual o processo educativo deve ser considerado 
como um processo social, em que: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
109 
 
 
 
a) o ensino a distância não pode ser utilizado como complementação da 
aprendizagem. 
b) as comunidades indígenas e quilombolas não se encontram contempladas. 
c) todas as pessoas, com deficiência ou não, têm o direito à escolarização. 
d) é fundamental o fortalecimento dos vínculos com as famílias e demais redes de 
apoio. 
e) o ensino religioso faz parte integrante da formação básica em prol da cidadania. 
 
8. (FGV, 2016) Uma escola da rede municipal de Paulínia deve receber, no próximo 
ano letivo, crianças com diferentes tipos de deficiência física. A diretora, desde 
que soube de tal situação, começou a se reunir regularmente com os membros 
da equipe de gestão, os educadores, funcionários, alunos e pais com a finalidade 
de adequar e rever o projeto político-pedagógico da escola. 
 
A esse respeito, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa. 
 
( ) O projeto político-pedagógico, referência para definir a prática escolar, deve 
ser construído no âmbito da escola observando as necessidades 
educacionais especiais dos alunos. 
( ) O projeto político-pedagógico deve observar o princípio da flexibilização, 
para que o acesso ao currículo seja adequado às condições dos discentes, 
respeitando seu caminhar próprio. 
( ) O projeto político-pedagógico deve prever adaptações físicas no prédio 
escolar e nas áreas livres, na sala de aula e no mobiliário para receber esses 
alunos de forma satisfatória. 
 
As afirmativas são, respectivamente, 
 
a) V, V e F. 
b) V, V e V. 
c) F, V e V. 
d) V, F e V. 
e) F, V e F. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
110 
 
 
 
CULTURA E DEFICIÊNCIA 
 
 
 
 
8.1 O DEFICIENTEE SUA IMAGEM 
Nesta unidade conversaremos sobre o conceito de deficiência, os processos 
culturais e os estigmas como causadores da exclusão social. Sabemos que 
culturalmente e desde a antiguidade as pessoas que exibiam qualquer tipo de 
deficiência eram nomeadas de “aleijados, retardados, idiotas, mancos” entre 
outras denominações pejorativas. 
Atualmente, ainda carregamos culturalmente um significado estigmatizante 
para a palavra “deficiente”, em que a inclusão ou a exclusão são definidas ou 
determinadas pela normalidade na aparência ou pela invisibilidade social dos 
sujeitos dados as suas características físicas, desviantes do padrão estabelecido 
socialmente. 
 
Figura 31: A cara da deficiência 
 
Fonte: Carbonari (2017, online) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
111 
 
 
 
O que vemos na imagem reflete a ideia da exclusão por meio da aparência 
física da personagem. Ao se sentar no banco preferencial sem apresentar visual-
mente alguma deficiência é definida como uma pessoa “folgada” que ocupa um 
lugar que não lhe pertence. Para explicar que ela não estava ocupando o lugar 
preferencial inadequadamente foi necessário mostrar a outra passageira que era 
deficiente e usava uma prótese, o que lhe garantia o assento. A resposta da 
passageira que estava em pé é que “você não tem cara de deficiente”, ou seja, 
isso nos sugere pensar que práticas de exclusão estão vinculadas diretamente à 
imagem corporal e intelectual construída pela sociedade. Somos influenciados pela 
dimensão cultural. 
 
 
 
Imaginem se as pessoas com deficiência física fossem tratadas socialmente 
não pela dimensão cultural, mas, pela sua totalidade enquanto sujeito biológico, 
psicológico e ser social. Será que teríamos a dimensão da exclusão? Conseguiríamos 
enxergar para além da aparência física e intelectual? 
Vocês já pararam para pensar que todas as mudanças referentes à inclusão 
social vieram de momentos tensos, provenientes de movimentos sociais, regras, 
decretos e leis? Isso não quer dizer naturalmente que exista um determinismo social e 
que não exista espaço diferença. Contudo, o que se desvia do padrão 
“normalidade”, em qualquer lugar do mundo ou cultura, infelizmente não é inserido 
socialmente, por não apresentar os mesmos padrões sociais. Assim, as tensões são 
criadas. 
Se voltarmos na história da deficiência ao logo das décadas, verificaremos 
que apesar da exclusão e do preconceito já existirem desde muito tempo, a 
sociedade não é algo imutável, ao contrário, é dinâmica e viva, porque está sempre 
se ajustando aos problemas históricos, sociais, às desigualdades e até mesmo à 
relações de poder exercidas por uma minoria. 
Quando olhamos para a história da deficiência, percebemos quantos símbolos 
negativos são atribuídos aos deficientes e quantos movimentos sociais estão lutando 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
112 
 
 
 
contra eles até atingirmos a meta. Isso não significa que devemos parar porque o 
fizemos muito empregos. 
Opostamente a essa ideia, é preciso refletir que ainda há muito a se fazer, a 
se construir e a incluir, incluir principalmente uma outra forma de pensar e de enxer-
gar socialmente e culturalmente a deficiência. Isso quer dizer enxergar e pensar no 
sujeito, depois em sua limitação e concomitante, o que fazer para melhorar a 
qualidade de vida e a inserção social e escolar desses sujeitos. 
Se a questão da deficiência e da existência do ser humano inicialmente passa 
pelo corpo em suas diferenças anatômicas, podemos concluir que o nosso corpo é 
a nossa representação de ser humano, e por isso adquire importância na nossa vida 
e na nossa cultura (MERLEAU-PONTY, 1971). 
A partir da reflexão da autora podemos pensar como a pessoa com 
deficiência foi e ainda é “desumanizada” em nossa sociedade e cultura, passando 
pelo extermínio, segregação, integração e atualmente inclusão. Ela precisa ser 
incluída porque seu corpo não a representa como ser humano. Já pararam para 
pensar nisso? 
O modo de vida ou o simples fato de existir é mediado pelo corpo que é uma 
apropriação da nossa cultura. Com o corpo nos podemos viver e nos relacionar por 
meio dele. A percepção social está vinculada à percepção do nosso corpo, e isso 
explica como são vistas as pessoas com deficiência física. 
Se o que vemos, é o corpo, e esse corpo se apresenta anatomicamente de 
forma diferente dos demais, ele deixa de fazer parte de um grupo para fazer parte 
de outro grupo que apresente membros com as mesmas semelhanças. 
Se enquanto docentes ou membros de uma comunidade escolar nos 
apropriarmos dessa ideia de que não somos apenas corpo biológico “adequado ou 
não aos padrões sociais”, mas, somos seres humanos, seremos capazes de 
compreender as limitações e as diferenças, bem como, valorizar as experiências 
acumuladas de cada um, refletir sobre as contribuições que cada pessoa pode dar 
além de elevar a qualidade da vida psíquica das pessoas com deficiência física em 
relação à sua autoimagem social. 
Pensando nisso podemos identificar três modelos ou tipos de história de vida 
entre as pessoas com deficiência física (GOFFMAN, 1982): 
 
 O primeiro modelo refere-se a sujeitos que nascem com alguma deficiência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
113 
 
 
 
física congênita, mas que tiveram a oportunidade de se inserir socialmente 
com a deficiência. Nesse caso, família e escola são parceiras e conseguem 
minimizar os impactos negativos promovidos pela diferença. Essas crianças 
apresentam mais chances de se desenvolverem psicologicamente e pedago-
gicamente, adaptando-se às situações do cotidiano; 
 O segundo, refere-se à socialização em meio a uma situação de completa 
proteção, em que a família e instituições atuam de formas prejudiciais ao 
desenvolvimento, concretizando e materializando a deficiência física, 
promovendo baixo potencial adaptativo, elevando a limitação à única 
condição da criança; 
 O terceiro modelo refere-se aquelas pessoas que já foram socializadas, mas 
que adquiriram uma deficiência. Culturalmente podemos inferir que essas 
pessoas passaram de um “padrão de normalidade” “para uma padrão de 
anormalidade”, o que torna a situação um tanto mais complexa, pois, além 
do esforço emocional para superar o trauma vivido, ainda é necessário que 
ele aprenda a se enxergar de outra forma e em uma outra condição física. 
Esse processo requer ainda mais a ajuda da família, instituições de reabilitação 
e a aceitação e reconhecimento do sujeito em relação a uma condição de 
restrição nunca vivenciada. Em muito casos, desenvolve-se uma recusa em 
relação à própria vida. 
 
 
 
8.2 SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) 
Vamos conversar agora acerca de alguns tipos de comprometimentos que 
levam à deficiência física. Antes um pouco, precisamos rever algumas informações 
para compreender como esses comprometimentos podem influenciar em nossas 
funções motoras e estrutura física. 
https://bit.ly/3efODQD
https://bit.ly/3efODQD
 
 
 
 
 
 
 
 
 
114 
 
 
 
Iniciemos nossos estudos pelo Sistema Nervoso Central (SNC), não 
aprofundaremos no assunto, porque esse não é o objetivo, mas, conhecê-lo não 
perde a importância para a compreensão e uma visão geral do nosso corpo, suas 
funções e limitações. 
Começaremos pelo nosso sistema nervoso que é reponsável por captar, 
receber as informações e processá-las, ou seja gerar respostas aos estímulos do 
ambiente. Ele é o grande responsável pela nossa capacidade de sentir e reagir a 
tudo que acontece ao nosso redor e dentro do nosso corpo. 
O sistema nervoso é dividido em: 
a) Sistema nervoso Central (SNC): formado pela medula espinhal e encéfalo. 
b) Sistema nervoso periférico: formado pelos nervos, gânglios e terminações 
nervosos. 
 
Figura 32: Sistema Nervoso Central 
 
Fonte: Santos (2019, online) 
 
A medula espinhal está situada em nossas vértebras. Ela é a primeira a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
115receber os elementos transmitidos por múltiplas partes do nosso corpo. As 
informações transitam pela medula e após este processo , são difundidas para as 
regiões específicas. 
A medula ao mesmo tempo é responsável pelos reflexos rápidos em situações 
que estamos em perigo ou situações de emergência, como por exemplo quando 
aproximamos nossas mãos do fogo e as retiramos rapidamente, ou quando 
tomamos um choque. Pense como a medula cumpre uma função importante em 
nossa preservação. 
 
 
 
Continuando a identificar as atividades do nosso corpo, o encéfalo localiza-
se no interior da caixa craniana, sendo composto pelo cérebro, cerebelo, 
diencéfalo e tronco encefálico. 
Cada uma dessas estruturas desempenha uma função muito importante. De 
acordo com a autora, o tronco encefálico é formado por três estruturas como mostra 
a imagem. Essas esruturas são responsáveis pela audição, reflexos visuais , 
batimentos cardíacos, respiração, deglutição e a ligação com o cérebro. 
O cerebelo é responsável pelo equilíbrio do nosso corpo e a coordenação 
dos movimentos. 
O diencéfalo é composto pelo tálamo, hipotálamo e epitálamo. Essas 
estruturas são responsáveis por garantir que os impulsos cheguem ao cérebro, pela 
regulação de água, controle da fome, temperatura do corpo, produção de 
hormônios etc. 
E por fim, o cérebro representa a parte mais desenvovida do encéfalo, e se 
divide em dois hemisférios: o esquerdo e o direito. A responsabilidade do cérebro é 
garantir as atividades motoras, razão, emoção, memória e inteligência. Veja a 
seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
116 
 
 
 
Figura 33: Divisão do Encéfalo 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
 
 
8.3 COMO FUNCIONA O NOSSO CÉREBRO 
Nosso cérebro é dividido em 4 lobos: 
 
Figura 34: Funções do cérebro 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
117 
 
 
 
Observem atentamente, quais funções o nosso cérebro é responsável: por 
todos os nossos movimentos, nossa memória, emoções, a fala, audição, raciocínio 
lógico-matemático, leitura e compreensão, visão entre outras. 
Diante dessa informação fica mais fácil saber onde está a lesão quando 
recebemos em sala de aula um aluno surdo, cego, com disgrafia, dislexia, 
discauculia, com limitações motoras, dificuldades na linguagem, funções cognitivas, 
executivas, visuais-perceptivas, visuais-espaciais não preservadas entre outros 
problemas. 
Podemos perceber como ele é importante e que qualquer tipo de lesão, seja 
extensa ou não, o comprometimento é muito grande para o sujeito, tanto 
fiscamente como emocionalmente conforme já conversamos. 
Para finalizarmos a parte anatômica e suas funções, conversaremos sobre a 
divisão do cérebro em hemisférios. Nosso cérebro é formado por duas partes 
denominadas hemisférios cerebrais, hemisfério esquerdo e hemisfério direito. 
 
Figura 35: Hemisférios cerebrais 
 
Fonte: Sobotta (2000) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
118 
 
 
 
Ao contrário do que muitas pessoas pensam , os hemisférios não se controlam, 
na verdade, um controla o outro. O hemisfério esquerdo controla o lado direito do 
corpo, e o hemisfério direito controla o lado esquerdo. Cada hemisfério tem uma 
função diferente, o direito nos capacita a reconhecer objetos e o rosto das pessoas. 
Já o hemisfério esquerdo tem como função controlar capacidade para ler, escrever 
e identificar as regras gramaticais. 
O lado esquerdo do cérebro sabe como se localizar e procurar por situações 
seguras durante um período de tempo, enquanto o lado direito é abstraído do tempo 
de aventura. Para o hemisfério direito, não há expressão de "perda de tempo". Os 
esquerdistas tendem a imitar, representar e fingir. O certo é criatividade e autentici-
dade. É isso aí. Por ser racional e crítico, o cérebro esquerdo não corre o risco de criar, 
inventar e sonhar. Ele prefere a segurança conhecida, lógica e empresarial da 
sociedade em que vive. O lado direito libera a imaginação, viaja nas asas dos sonhos, 
cria, inventa, recria e joga livremente. O lado esquerdo é linear, objetivo e usa o 
conhecimento de forma direcionada, sequencial, analítica e convergente; a lei é 
não linear, subjetiva e usa o conhecimento de maneira livre, diversa, integral e 
descentralizada (CARNEIRO, 2002) 
Outro ponto a se destacar que cada um de nós tem um hemisférido 
dominante, isso quer dizer que, se você é canhoto é porque o seu hemisfério 
dominante é o hemisfério direito. Percebam como nosso cérebro é altamento 
complexo e controla tudo que fazemos, como fazemos, o que pensamos, como 
reagimos a determinadas situações, e como as lesões podem comprometer 
inúmeras funções do corpo, desde o intelectual, emocional até os aspectos físicos. 
 
 
 
https://bit.ly/3rdMoCu
 
 
 
 
 
 
 
 
 
119 
 
 
 
8.4 CONVERSANDO SOBRE A DEFICIÊNCIA FÍSICA 
Após termos dialogado sobre o cérebro e suas inúmeras funções, vamos 
conversar sobre as deficiências físicas, nomenclaturas e tipos de lesões. 
As deficiências físicas podem ser classificadas como congênitas ou adquiri-
das. As congênitas são definidas como a perda ou a anormalidade de uma função 
fisiológica, anatômica ou de uma estrutura ao nascer. Isso decorre de causas 
diversas: desnutrição materna, uso de medicamentos ou de drogas, rubéola, 
contaminação pelo Zika vírus, exposição à radiação, toxoplasmose, prematuridade 
do bebê, sífilis, álcool, e outras causas desconhecidas (MACEDO, 2008). 
No caso da deficiência física congênita, ela pode apresentar alterações 
completas de uma ou mais partes do corpo, comprometendo as funções físicas sob 
as seguintes formas: paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, 
tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação 
ou ausência de membro, má formação dos membros e paralisia cerebral. A seguir, 
definiremos as formas citadas de deficiência física (MACEDO, 2008): 
 
a) Paraplegia: paralisia que compromete as penas parcialmente ou totalmente. 
b) Paraparesia: os membros inferiores perdem parcialmente suas funções; 
c) Monoplegia: nesse caso pode ocorrer a perda total das funções de um dos 
membros superiores ou inferiores; 
d) Monoparesia: nesse caso pode ocorrer a perda parcial das funções de um 
membro, superior ou inferior; 
e) Tetraplegia: perda total ou parcial das funções dos braços e pernas; 
f) Tetraparesia: Braços e pernas tem suas funções motoras parcialmente 
comprometidas 
g) Triplegia: perda total de três membros; 
h) Triparesia: perda parcial três membros; 
i) Hemiplegia: comprometimento total das funções motoras de um dos lados do 
corpo: esquerdo ou direito; 
j) Hemiparesia: comprometimento parcial das funções motoras de um dos lados 
do corpo: esquerdo ou direito. 
k) Paralisia cerebral: Nesse caso a lesão no SNC provoca sérias limitações 
psicomotoras. Essas pessoas podem apresentar em função da lesão espasmos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
120 
 
 
 
musculares e movimentos involuntários. O comprometimento pode leve até 
severo, isso dependerá da área lesionada. Não confunda paralisia cerebral 
com deficiência intelectual; 
l) Má formação congênita: pode ser observada após o nascimento. 
 
Seja a deficiência física congênita ou adquirida as implicações além dos 
comprometimentos físicos ainda existem os psicológicos, em relação a si mesmo e 
aos outros. Isso representa dizer a dificuldade do sujeito de si aceitar e ser aceito pela 
família e pela sociedade. Aspectos sociais, psicológicos e biológicos se entrelaçam 
e formam a experiência de vida de cada pessoa com deficiência física. 
 
 
 
https://bit.ly/2YFgXV3
https://bit.ly/3cyrv0u
 
 
 
 
 
 
 
 
 
121 
 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. Podemos organizar o sistema nervoso humano dividindo-o em duas partes: o 
sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). Com base no 
seu conhecimento sobre o tema, marque a alternativa que indica corretamenteas partes do SNC 
 
a) nervos e encéfalo. 
b) encéfalo e gânglios. 
c) gânglios e nervos. 
d) medula espinhal e nervos. 
e) medula espinhal e encéfalo. 
 
2. A reação da pessoa, ao pisar descalça sobre um espinho, é levantar o pé 
imediatamente, ainda antes de perceber que o pé está ferido. Analise as 
afirmações: 
 
I. Neurônios sensoriais são ativados ao pisar-se no espinho. 
II. Neurônios motores promovem o movimento coordenado para a retirada do 
pé. 
III. O sistema nervoso autônomo coordena o comportamento descrito. 
 
Está correto o que se afirma em 
 
a) I, II e III. 
b) I e II, apenas. 
c) I, apenas. 
d) II, apenas. 
e) III, apenas. 
 
3. Carmen Basil, in Coll (org.), afirma que a paralisia cerebral, apesar de não ser a 
única, é uma das formas de deficiência motora mais frequentes entre a 
população em idade escolar, podendo, ainda, na escola, encontrar também 
alunos com outros transtornos, como por exemplo, a deficiência motora de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
122 
 
 
 
origem espinhal. 
 
De acordo com essa autora, as deficiências motoras de origem espinhal são: 
 
a) poliomielite, espinha bífida, lesões medulares degenerativas e traumatismo 
medular. 
b) paralisia cerebral, traumatismo cranioencefálico e tumores. 
c) malformações congênitas, distróficas, microbianas e reumatismos infantis. 
d) miopatias (distrofia muscular progressiva de Duchenne e distrofia escapular de 
Landouzy-Djerine). 
e) lesões osteoarticulares por desvio do ráquis (cifose, escoliose, lordose). 
 
4. Segundo o Estatuto da Pessoa com Deficiência, é CORRETO afirmar que a 
concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados por 
todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto específico, 
incluindo os recursos de tecnologia assistiva caracteriza o conceito de 
 
a) acessibilidade. 
b) Barreiras. 
c) Adaptações razoáveis. 
d) desenho universal. 
e) tecnologia assistiva ou ajuda técnica. 
 
5. “A acessibilidade é direito que garante à pessoa com deficiência ou com mobili-
dade reduzida viver de forma independente e exercer seus direitos de cidadania 
e de participação social” (BRASIL, 2015, p.13). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
123 
 
 
 
 
a) atitudinal. 
b) urbanística. 
c) tecnológica. 
d) arquitetônica. 
e) de transporte. 
 
6. Leia as afirmativas a seguir: 
 
I. De acordo com o Estatuto da Pessoa com Deficiência, o conceito de 
acessibilidade refere-se à possibilidade e à condição de alcance para a 
utilização, com segurança e autonomia, de espaços, de mobiliários, de 
equipamentos urbanos, de edificações, de transportes, de informação e de 
comunicação, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, 
de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na 
rural, por pessoa com deficiência ou com Mobilidade reduzida. 
II. O conceito de comunicação, de acordo com o disposto no Estatuto da 
Pessoa com Deficiência, refere-se à forma de interação dos cidadãos que 
abrange, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais 
(Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de 
comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos multimídia, assim 
como a linguagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de 
voz digitalizados e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de 
comunicação, incluindo as tecnologias da informação e das comunicações. 
 
Marque a alternativa correta. 
 
a) As duas afirmativas são verdadeiras. 
b) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa. 
c) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa. 
d) As duas afirmativas são falsas. 
e) Somente a alternativa I é verdadeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
124 
 
 
 
7. O Estatuto da pessoa com deficiência, lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, tem 
como objetivo assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício 
dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à 
sua inclusão social e cidadania. 
 
De acordo com o Estatuto da pessoa com deficiência, considera-se pessoa com 
mobilidade reduzida aquela que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de mo-
vimentação, ___________________, gerando redução ___________________ da 
mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou da percepção, incluindo 
_____________________. 
 
A alternativa que preenche, correta e sequencialmente, as lacunas do trecho 
acima é 
 
a) permanente / efetiva / idosos e obesos. 
b) temporária / parcial / gestantes e pessoas com criança de colo. 
c) permanente ou temporária / efetiva / idosos, gestantes e obesos. 
d) permanente / efetiva / idosos, gestantes, lactantes, pessoas com criança de colo 
e obesos. 
e) permanente ou temporária / efetiva / idosos, gestantes, lactantes, pessoas com 
criança de colo e obesos. 
 
8. Gilda, diretora de escola, decidiu utilizar uma determinada verba para reformar o 
prédio e adquirir novos equipamentos e materiais. Pensando na diversidade da 
comunidade escolar, optou por projeto que privilegiasse o desenho universal, que 
seria a 
 
a) concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados por 
todas as pessoas. 
b) confecção de produtos para ambientes inclusivos, materiais e serviços para todos 
os públicos. 
c) elaboração de materiais adaptados para os alunos com deficiência e 
adequação dos espaços com acessibilidade. 
d) tecnologia assistiva e a comunicação alternativa em todos os ambientes para 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
125 
 
 
 
acessibilidade de todos. 
e) estratégias e recursos para o acesso de todos os alunos e profissionais aos ambien-
tes da escola. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
126 
 
 
 
TIPOS DE COMPROMETIMENTO 
 
 
 
 
9.1 PARALISIA CEREBRAL 
Todos vocês já devem ter ouvido falar em paralisia cerebral. Ela não é uma 
doença, mas um conjunto de sintomas que resultam em má formação cerebral ou 
danos em algumas partes do cérebro que controlam a área motora. Em alguns casos 
de paralisia cerebral, além da má formação, as crianças podem apresentar anoma-
lias em outras partes do cérebro, resultando em um comprometimento físico e 
intelectual. 
Os agravos resultantes da paralisia cerebral podem ocorrer durante a 
gestação, durante o nascimento, após o nascimento ou na primeira infância 
(MCBRIDE; VICTORIO, 2018) . 
A paralisia cerebral não é progressiva, porém é permanente, uma vez que 
ocorre a má formação, os danos causados não evoluem para outros, contudo os 
sintomas podem se modificar com o crescimento e amadurecimento da criança. 
 É importante ressaltar que danos intelectuais podem ocorrer, mas, não em 
todos os casos, tudo dependerá como já estudamos da área do cérebro que foi 
comprometida. Muitas pessoas associam a paralisia cerebral ao comprometimento 
intelectual, o que não é correto. Tudo dependerá, como já foi dito, do dano 
causado. 
Os principais sintomas são as dificuldades para se movimentar e a rigidez 
muscular. A criança pode apresentar desde uma monoparesia (perda parcial das 
funções motoras de apenas um membro, superior ou inferior) até uma tetraplegia 
(comprometimento total ou parcial das funções dos braços e pernas). 
Sendo assim, podemos afirmar que existem diferentes níveis de 
comprometimento funcional em casos de paralisia cerebral, desde a necessidade 
de utilização de cadeira de rodas motorizada até uma cadeira de rodas comum, 
sem nenhum tipo de adaptação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
127 
 
 
 
 Causas da paralisia cerebral 
Já sabemos que as causas da paralisia cerebral estão relacionadas as más 
formações e anomalias no cérebro. Os problemas mais comuns nesses casos incluem 
a falta de oxigênio durante o parto, principalmente em bebês prematuros; infecções 
como a rubéola, toxoplasmose, infecção pelo Zika vírus ou pelo citomegalovírus du-
rante a gestação e anomalias genéticas (MCBRIDE;VICTORIO, 2018). 
Outras causas podem ocorrer nos primeiros dois anos de vida como a 
meningite, lesões por acidentes e desidratação grave podem resultar em uma 
paralisia cerebral. Podemos perceber que a paralisia cerebral pode ocorrer antes, 
durante e após o parto. 
 
 Sintomas mais comuns 
Quando uma criança é acometida por paralisia cerebral pode-se observar 
que são desajeitadas no andar e em alguns casos podem apresentar violentas 
contrações de braços e pernas, sendo necessário o uso de próteses, cadeiras de 
rodas e muletas, para auxiliarem no equilíbrio e na locomoção. Dependendo da área 
ou das áreas afetadas no cérebro, é comum encontrarmos transtornos convulsivos e 
até mesmo deficiência intelectual em casos mais severos (MCBRIDE; VICTORIO, 2018). 
Com relação aos tipos de paralisia cerebral podemos encontrar (MCBRIDE; 
VICTORIO, 2018). 
 
a) Espástica: Neste caso os músculos são rígidos e fracos, na maioria dos casos o 
andar da criança é cruzado, uma perna na frente da outra, e em outros, elas 
podem andar se apoiando nos dedos dos pés. Observa-se também estrabismo 
e outros problemas visuais. Nos casos em que a criança apresenta tetraplegia 
(comprometimento total ou parcial das funções dos braços e pernas) os 
afetamentos são ainda mais graves, pois, elas apresentam comprometimento 
intelectual, em muitos casos, graves, convulsões e dificuldades para engolir, 
podendo se engasgar com as secreções da própria boca. 
b) Atetoide: Neste caso a atetose representa os movimentos contorcidos 
involuntários, braços, pernas e corpo se movimentam espontaneamente, às 
vezes lentamente, em outras, podem ser contorcidos e abruptos. Fortes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
128 
 
 
 
emoções agravam esses movimentos e provocam insônia. Em alguns casos as 
crianças perdem a audição, não conseguem olhar para cima e têm dificulda-
des na articulação das palavras. 
c) Atáxica: Neste caso existe uma dificuldade na coordenação dos movimentos 
do corpo, principalmente para caminhar. A coordenação é muito falha e a 
musculatura fraca. As crianças apresentam tremor, o que dificulta o manuseio 
de objetos, dificuldades para se mover de forma rápida e para utilizar a 
coordenação motora fina. Andam cambaleando e com as pernas abertas. 
d) Mista: Neste tipo de paralisia existe uma combinação muito comum do tipo 
espástico e o atetoide. Crianças acometidas por esse tipo de paralisia cerebral 
podem apresentar além dos outros sintomas, deficiência intelectual. 
 
O que podemos perceber é que em todos os tipos ou formas de paralisia 
cerebral, a fala é de difícil compreensão e a criança tem muita dificuldade em 
coordenar os músculos envolvidos na fala. 
A paralisia cerebral apresenta comprometimentos severos, não tem cura e 
seus sintomas se mantêm por toda a vida da criança. O que pode ser feito é tentar 
melhorar a vida da criança por meio da mobilidade e autonomia, tornando-a o mais 
independente possível. 
Isso só poderá ser realizado por uma equipe multiprofissional, após o 
diagnóstico de tipo de paralisia cerebral, pois, como os comprometimentos são 
muitos e não apenas na área motora, a importância de outras áreas do 
conhecimento como a ortopedia, o psicologia, a terapia ocupacional, fisioterapia, 
psicopedagogia, fonoaudiologia entre outras, podem auxiliar não só no diagnóstico, 
como também no tratamento de cada área afetada. 
A escola por sua vez e a família precisam estar conectadas a essa equipe 
multiprofissional para realizarem juntas o trabalho pedagógico, já que nesses casos 
uma se torna a extensão da outra e a parceria entre elas culminará no bem-estar 
físico e emocional da criança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
129 
 
 
 
 
 
9.2 HIDROCEFALIA 
A hidrocefalia pode ser congênita ou adquirida, podendo afetar pessoas em 
qualquer idade. Na forma congênita pode ser identificada ainda no útero, antes 
do nascimento, ou após o nascimento se manifestar nos primeiros meses de vida. 
Contudo, ainda não é possível detectar a causa exata do distúrbio, o que se sabe é 
que suas origens podem ser genéticas e hereditárias e que não há cura. 
Doenças infecciosas como toxoplasmose, sífilis, meningite rubéoloa e o uso de 
drogas no período da gestação são fatores de causas de hidrocefalia em bebês 
prematuros. A hidrocefalia adquirida pode ocorrer em casos de traumatismo 
craniano e hemorragias cerebrais (MACIEL, 2019). 
Segundo o autor, a hidrocefalia ocorre em virtude da obstrução da passagem 
do liquído cefalorraquidiano, ou por problemas na sua absorção. Esse acúmulo de 
líquido dentro do cérebro provoca um aumento na pressão intracraniana. 
 
Figura 36: Pressão intracraniana na hidrocefalia 
 
Fonte: Anatomia Resumida 
Disponível em: https://bit.ly/3qh8TpU. Acesso em: 13 nov. 2020 
 
https://bit.ly/3qh8TpU
https://bit.ly/3jdMt6b
 
 
 
 
 
 
 
 
 
130 
 
 
 
 SINTOMAS: 
 
Os sintomas podem variar de acordo com a idade (MACIEL, 2019). 
Em recém-nascidos e bebês: 
 
 Crescimento da cabeça como mostra a imagem e alteração no formato do 
crânio em função do acúmulo de líquidos; 
 Moleira dilatada e abaulada; 
 Olhos voltados para baixo; 
 Irritabilidade; 
 Sonolência; 
 Atraso no desenvolvimento psicomotor. 
 
Em adolescentes ou adultos; 
 
 Convulsões; 
 Comprometimento da funções executivas; 
 Náuseas e vômitos; 
 Frequentes dores de cabeça; 
 Perda do equilíbrio e coordenaçaão motora já adquiridos; 
 Sonolência; 
 Queda no desempenho escolar. 
 Pubedade precoce nas meninas; 
 Perda da visão; 
 
Em Idosos: 
 
 Demência e perda progressiva da memória; 
 Dificuldade e lentidão para caminhar; 
 Dificuldade para reter a urina; 
 
 
 TRATAMENTO 
 
O tratamento da hidrocefalia ocorre no sentido corretivo,ou seja, o que está 
provocando o acúmulo do líquido cefalorraquidiano, seja por doença infecciosa ou 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
131 
 
 
 
um tumor. Nos casos em que o comprometimento é menor, a medicação é 
suficiente para manter a pressão intracraniana, porém existem efeitos colaterais. 
Infelizmente, a grande maioria dos casos de hidrocefalia o tratamento é 
cirúrgico, consistindo no alívio da pressão intracraniana, drenando o excesso de 
líquido acumulado. 
Práticas de sucesso em intervenção em casos de hidrocefalia está na 
possibilidade de intervir durante a gestação, drenando o excesso de líquido ou 
introduzindo um cateter para desviar o excesso para que ele seja absorvido pelo 
líquido amniótico. Após o nascimento o cateter é substituído por outra técnica, o 
sistema de derivação (MACIEL, 2019). 
No que diz respeito às práticas escolares e atendimento educacional 
especializado, o primeiro passo é a parceria entre família, escola e equipe 
multiprofissional. Além disso é preciso avaliar quais são os comprometimentos 
apresentados para que se possa pensar quais seriam as práticas pedagógicas e o 
tipo de AEE. 
 
 
 
9.3 LESÃO MEDULAR (LM) 
A lesão medular (LM) refere-se a um comprometimento na medula espinhal, 
decorrente de algum trauma, doença ou fator congênito, que pode provocar uma 
paralisia temporária ou permanente nos músculos dos membros ou alterações e per-
das da sensibilidade, do controle esfincteriano, disfunção sexual, alteração da 
sudorese, dor, fraqueza entre outros. 
https://bit.ly/2MHeTJB
 
 
 
 
 
 
 
 
 
132 
 
 
 
Figura 37: Tipos de lesão medular 
 
Fonte: Ribeiro (2020, online) 
 
Como pode ser visto na imagem, a lesão medular é muito grave, e nos casos 
de tetraplegia onde há uma paralisia do corpo inteiro, com exceção da cabeça, o 
sujeito torna-se completamente dependente de um cuidador, para higiene, 
alimentação e cuidados básicos. Este caso ainda é mais grave porque além da 
paralisia do corpo, ainda existe o comprometimento respiratório. 
No caso da paraplegia, o comprometimento maior está nos membros 
inferiores, o que não incapacitatotalmente o sujeito. Vale ressaltar que as lesões 
medulares não interferem na aprendizagem da criança, pois, não há 
comprometimento intelectual. 
 
9.4 DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE E DISTROFIA MUSCULAR DE BECKER 
As distrofias mais conhecidas na literatura é a distrofia muscular de Duchenne 
e a distrofia muscular de Becker. Ambas são distrofias musculares progressivas e 
hereditárias em que há uma mutação no gene. Em cada 1000 pessoas, 5 delas são 
afetadas por essas distrofias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
133 
 
 
 
 Distrofia muscular de Duchenne 
No caso da distrofia de Dechenne, a manifestação ocorre por volta dos 2 a 3 
anos de idade, afetando os músculos dos membros inferiores, principalmente em 
meninos. As crianças andam nas pontas dos pés e apresentam hiperlordose lombar 
(curvatura acentuada da coluna). Brincadeiras de saltar correr, ou mesmo levantar-
se do chão e subir escadas são consideradas atividades de grandes dificuldades 
para as crianças, além de perigosas (RUBIN, 2019). 
Crianças com essa distrofia, caem com facilidade dadas as condições de 
progressão da fraqueza muscular, consequentemente essas quedas podem provo-
car fraturas dos membros superiores e inferiores (RUBIN, 2019). 
Na escola, durante as aulas de educação física as crianças não conseguem 
realizar as atividades propostas porque além da fraqueza muscular sentem-se 
cansadas rapidamente em função do comprometimento cardíaco. 
A partir dos 12 anos aproximadamente é necessário o uso de cadeiras de 
rodas, e o prognóstico é de vida curta, com morte por volta dos 20 anos por 
complicações respiratórias. Não há cura para a distrofia de Duchenne (RUBIN, 2019). 
 
Figura 38: Distrofia Muscular de Duchenne 
 
Fonte: Academia Brasileira de Neurologia (2019) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
134 
 
 
 
 Distrofia muscular de Becker 
Essa distrofia apresenta sintomas mais leves e aparecimento tardio. A cami-
nhada é preservada até aproximadamente os 15 anos, e alguns casos até a vida 
adulta. Pessoas com esse tipo de distrofia sobrevivem até os 30 ou 40 anos 
aproximadamente (RUBIN, 2019). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://bit.ly/3r96EoC
 
 
 
 
 
 
 
 
 
135 
 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. Considere as características dos tipos de paralisia cerebral descritos a seguir: 
 
I. Na paralisia cerebral do tipo atetoide, observam-se movimentos intencionais. 
II. Na paralisia cerebral do tipo atáxica, há déficit na aplicação programada da 
força muscular. 
III. Na paralisia cerebral do tipo atetoide aparecem atos motores com amplitude 
articular inadequada. 
IV. Na paralisia cerebral do tipo atáxica, não se observa distúrbio de percepção. 
V. Na paralisia cerebral do tipo distônica, adotam-se posições anormais 
involuntárias. 
 
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s) 
 
a) I, apenas. 
b) I e II apenas. 
c) I e III apenas. 
d) I e IV apenas. 
e) II, III e V, apenas. 
 
2. A respeito da paralisia cerebral, analise as afirmativas a seguir: 
 
I. Os distúrbios envolvidos na paralisia cerebral são causados por uma lesão 
cerebral que se dá somente na fase intrauterina. 
II. Segundo a localização da lesão cerebral, podem ser classificados três tipos de 
paralisia cerebral: piramidal (espástica), extrapiramidal (coreo-atetóide) e do 
tipo misto. 
III. Dependendo da localização dos problemas de movimento, a paralisia 
cerebral pode ser classificada como: monoplegia, diplegia, hemiplegia, 
tetraplegia ou hemiplegia dupla. 
 
Assinale 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
136 
 
 
 
a) se somente a afirmativa I estiver correta. 
b) se somente a afirmativa II estiver correta. 
c) se somente a afirmativa III estiver correta. 
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
 
3. Em relação à Paralisia Cerebral, analise as sentenças abaixo e coloque V nas al-
ternativas verdadeiras e F nas alternativas falsas: 
 
( ) A paralisia cerebral não é condição suficiente para aumento da incidência de 
cárie, no entanto, quando elas existem, podem ser mais severas, se comparadas 
às pessoas sem paralisia. 
( ) A hipoplasia de esmalte, muito comum nas pessoas com paralisia cerebral, é um 
importante fator de risco para a cárie dentária. 
( ) A sialorreia e o bruxismo são frequentes em pacientes com paralisia cerebral. 
 
Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA. 
 
a) F-V-V. 
b) V-F- F. 
c) F- F- F. 
d) V-V-F. 
e) V-V-V. 
 
4. Doenças neurológicos que ocorrem na infância podem acarretar atraso no 
desempenho funcional, como a espinha bífida e paralisia cerebral. A intervenção 
terapêutica ocupacional precoce é primordial para um melhor prognóstico da 
doença. 
 
Sobre a paralisia cerebral, é CORRETO afirmar que 
 
a) paralisia cerebral espástica é a forma mais comum e atinge regiões mais interiores 
do cérebro provocando espasmos. 
b) paralisa cerebral atáxica é mais rara e acomete a região do cerebelo provocando 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
137 
 
 
 
incoordenação motora, além de tremores. 
c) paralisia cerebral extrapiramidal atinge a região do córtex motor, que é responsá-
vel pelos movimentos, provocando enrijecimento. 
d) paralisia cerebral discinética atinge o cerebelo e é caracterizada pela presenta 
de movimentos involuntários. 
e) nenhuma das alternativas. 
 
5. A qualidade de vida após a lesão medular está fortemente associada à qualidade 
e quantidade da abordagem fisioterapêutica que deve ser instituída desde a fase 
aguda, inclusive na terapia intensiva. 
 
Assinale a alternativa correta a respeito da reabilitação após a lesão medular. 
 
a) As causas mais comuns de lesão medular são os tumores extramedulares, fraturas 
patológicas (metástases vertebrais, tuberculose, osteomielite e osteoporose), 
estenose de canal medular, deformidades graves da coluna, hérnia discal, 
isquemia (em especial associada a aneurismas de aorta), infecciosas (por 
exemplo, mielite transversa, paraparesia espástica tropical) e autoimunes (por 
exemplo, esclerose múltipla). 
b) O nível motor é o último nível em que a força é pelo menos grau 2 e o nível acima 
tem força muscular normal (grau 3). 
c) Na propedêutica, conceituamos paresia como a ausência de movimento 
voluntário e plegia como ausência de sensibilidade. 
d) As lesões da cauda equina evoluem frequentemente com forte espasticidade nos 
membros inferiores. 
e) Em casos traumáticos, durante a fase de choque medular, pode haver ausência 
de reflexos e movimentos voluntários, mesmo quando a lesão é incompleta. 
 
6. A lesão medular é qualquer afecção da medula, que pode levar a danos 
neurológicos, reversíveis ou não, como perda ou diminuição da função motora, 
alterações da sensibilidade e complicações da função das vísceras. 
As principais causas de lesão medular são: 
 
Analise as afirmativas e relacione as colunas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
138 
 
 
 
 
1-Traumáticas 
2 - Não traumáticas 
 
( ) Mergulho em águas rasas. 
( ) Processos degenerativos e/ou compressivos. 
( ) Quedas. 
( ) Processos infecciosos. 
 
Assinale a alternativa correta. 
 
a) 1, 2, 1, 2. 
b) 2, 1, 2, 1. 
c) 1, 1, 2, 2. 
d) Todas são traumáticas. 
e) Nenhuma das alternativas 
 
7. No que diz respeito à fisiopatologia da Distrofia Muscular de Duchenne, assinale o 
tratamento fisioterapêutico mais indicado aos pacientes na fase de aparecimento 
dos sinais desta doença. 
 
a) Alongamento muscular passivo, prescrição de órteses de uso diurno e noturno, sem 
exercícios para não causar fadiga. 
b) Alongamento muscular ativo, sem prescrição de órteses, os exercícios ficam livres 
de acordo com a criança. 
c) Alongamento muscular é proibido, as órteses são contraindicadas e não há indi-
cação de exercícios para as crianças. 
d) Alongamento muscular ativo ou ativo assistido ou passivo, prescrição de órteses deuso noturno, não realização de exercícios para evitar fadiga. 
e) Alongamento muscular ativo ou ativo assistido ou passivo, prescrição de órteses de 
uso noturno, exercícios ativos sem causar fadiga. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
139 
 
 
 
8. Nas crianças com distrofia muscular progressiva (DMP), a fraqueza muscular 
aumenta progressivamente e o corpo encontra mecanismos de adaptação 
compensatórios para manter a função. 
 
Nesses casos o objetivo do tratamento de fisioterapia é 
 
a) corrigir a postura e compensar com órteses. 
b) alongar a musculatura e prevenir deformidades. 
c) corrigir a postura e alongar grupos musculares retraídos. 
d) alongar a musculatura e prescrever cadeira de rodas para poupar energia. 
e) Nenhuma das alternativas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
140 
 
 
 
ATENDIMENTO EDUCACIONAL 
ESPECIALIZADO 
 
 
 
10.1 BREVE HISTÓRICO DA DEFICIÊNCIA 
Nessa unidade conversaremos sobre a atendimento educacional especiali-
zado em casos de deficiência física, passando rapidamente pela história da 
deficiência no Brasil e o histórico da educação especial. 
Em livros anteriores a esse, discutimos que a história da pessoa com deficiência 
no Brasil passou por períodos de extermínio, segregação e integração social. Por 
outro lado, a Educação Especial surge nesse contexto como uma modalidade 
paralela que contribuía para a segregação, baseava-se em um modelo médico 
terapêutico sem dar muita ênfase às práticas escolares pedagógicas. 
Porém a Educação Especial é marcada segundo (MAZZOTA, 2011) no século 
XIX, momento em que parte da sociedade brasileira é inspirada pelos modelos de 
atendimento e serviços desenvolvidos nos Estados Unidos e Europa, para cegos, 
surdos, deficientes físicos e mentais. 
Ainda segundo o autor, mesmo estando em tempos de maior 
desenvolvimento que o Brasil o modelo de atendimento desses países preconizava o 
paradigma da institucionalização, ou seja, as pessoas com deficiência eram retiradas 
de suas casas, contextos sociais e segregadas em instituições especializadas ou 
escolas especiais. Essas ações as mantinham isoladas da sociedade e 
consequentemente do convívio e socialização com outras pessoas que não 
apresentavam deficiência sob a justificativa que estariam mais seguras, protegidas e 
ainda poderiam ser educadas. 
De acordo com Bueno (2011, p. 47), a partir de 1950 ocorreu grande virada 
para a educação Especial, momento de sua ampliação: 
a Educação Especial passou a abranger distúrbios, desajustes e 
inadaptações de diversas ordens, culminando na década de 70 na 
instalação de um verdadeiro subsistema educacional, com a 
proliferação de instituições públicas e privadas de atendimento ao 
excepcional e na criação de órgãos normativos federais e estaduais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
141 
 
 
 
A partir de 1961 o atendimento educacional especializado é reconhecido na 
Lei de diretrizes e bases da Educação Nacional, Lei nº 4.024 (BRASIL, 1961). Para o 
autor isso corroborou para que as instituições privadas de natureza filantrópica se ex-
pandissem, já que as escolas públicas não conseguiram abarcar todo o atendimento 
educacional especializado. 
A década de 70 foi apontada por diversos autores da área como a época em 
que a Educação Especial foi institucionalizada (GLAT, 2007). De acordo com a autora 
o sistema púbico voltou sua atenção para a Educação especial e todos esses 
esforços culminaram na Criação de Centro Nacional de Educação Especial 
(CENESP), criação de escolas com classes especiais na rede pública, inserção da 
Educação Especial nas políticas públicas e projetos de formação docente 
continuada. 
 Na década de 80 ocorreram diversas reivindicações pelas minorias, que 
tentavam garantir um lugar na sociedade. Esse movimento culminou no paradigma 
da integração, que nada mais era retirar os alunos da institucionalização e prepara-
los para a inserção nas classes do ensino regular comum, ou seja, passamos para o 
processo de integração (GLAT, 2007). 
Os anos 90 já buscava uma escola mais inclusiva, e isso provocou um 
movimento internacional para se discutir questões relativas a uma sociedade e 
escola mais inclusiva. Destacou-se nesse período a Conferência Mundial sobre 
Necessidades Educativas Especiais, realizada em 1994 na Espanha, marco histórico 
do processo de inclusão, pois, gerou um dos documentos mais importantes, a 
Declaração de Salamanca, que teve como objetivo a inclusão dos alunos com 
necessidades educacionais especiais no ensino regular (GLAT, 2007). 
Na proposta atual, esses alunos, independentemente do tipo ou grau 
de comprometimento, devem ser absorvidos diretamente nas classes 
comuns do ensino regular, cabendo à escola a responsabilidade de 
se transformar, pincipalmente no que diz respeito à flexibilização 
curricular, para dar a resposta educativa adequada às suas 
necessidades (GLAT, 2007, p. 24). 
A partir de então a inclusão escolar passou a fazer parte da legislação 
brasileira, exigindo adequações aos sistemas de ensino e ações inclusivas na 
modalidade da Educação Especial. A lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 
9.394/96 estabelece em seu Cap. V, Art. 58 e 59 (1996): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
142 
 
 
 
A Educação Especial é uma modalidade de educação escolar ofere-
cida preferencialmente na rede regular de ensino para os educandos 
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades ou superdotação 
Todos os sistemas de ensino devem assegurar aos educandos 
currículos métodos, técnicas, recursos educativos e organização 
específicos para atender as suas necessidades. 
Por outro lado, a Resolução CNE/CEB nº 2/01 que institui as Diretrizes Nacionais 
para a Educação Especial na Educação Básica define em seu Art 2º (2001) 
[...] os sistemas de ensino “devem matricular todos os alunos, cabendo 
às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com 
necessidades educacionais especiais, assegurando às condições 
necessárias para uma educação de qualidade para todos. 
Em 2008 foi publicado o documento Política Nacional de Educação Especial 
na Perspectiva da Educação Inclusiva (Pneepei), é considerado um marco no 
sistema inclusivo e na Educação Especial por retratar concepções diferenciadas em 
relação a Educação Especial na escola comum (GLAT, 2007). 
Por fim, podemos compreender que a Educação Especial foi idealizada como 
uma modalidade de ensino transversal, que de forma alguma substitui a 
escolarização. Ao contrário, sua função é complementar ou suplementar a 
formação dos alunos com deficiência transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades/superdotação. Essa complementação/suplementação se dá por meio 
do atendimento Educacional Especializado, desenvolvido na sala de recursos. 
 
 
 
Até aqui, estudamos um trecho da LBI que trata do direito à Educação, 
conversamos sobre a cultura e a deficiência, comprometimentos que causam 
deficiência física e a resumidamente revemos a história da deficiência, bem como a 
o crescimento da Educação Especial e o avança das mais variadas legislações e 
movimentos internacionais em favor da inclusão. 
https://bit.ly/39At6RI
 
 
 
 
 
 
 
 
 
143 
 
 
 
10.2 O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO EM CASOS DE DEFICIÊN-
CIA FÍSICA 
Normalmente as deficiências físicas são visíveis e apreendidas muitas das vezes 
pela cultura e pela sociedade como algo que é “feio”, “imperfeito” e que causa uma 
certa tensão para ser incluído socialmente. Já sabemos por meio da literatura e de 
experiências vividas e sala de aula que a diversidade e a diferença ainda não são 
totalmente aceitas, e que a aceitação que temos hoje deriva em grande parte da 
legislação (AMARAL, 1988). 
Sabemos também que a deficiência física promove conflitos nas relações 
pessoais e sociais. Esse fenômeno colabora para que as pessoas com deficiência 
física apresente dificuldades para o estabelecimentode vínculos afetivos sociais, 
questões relativa à sua autoestima em relação ao outro, incapacidade de 
aceitação do próprio corpo e de si mesma, dificuldades para estabelecer vínculos 
amorosos por acreditarem possuir um corpo desviante do padrão de normalidade 
(OMOTE, 1990). 
O que encontramos na sociedade são valores, preconceitos construídos 
intencionalmente e historicamente. Esses valores, expressões pejorativas mecanismos 
de validação para o certo e o errado, o adequado e inadequado, o deficiente e o 
normal podem ser identificados desde muito tempo atrás, por meio de um processo 
de naturalização dos valores e pensamentos (AMARAL, 1988). 
Observem que na obra de Machado de Assis, , em um trecho do livro 
“Memórias Póstumas de Brás Cubas” um clássico literário lançado em 1881, como o 
personagem Brás Cubas ao se apaixonar pela bela personagem Eugênia chamada 
por ele como “Flor da moita”, perde completamente o interesse por ela porque ela 
era “coxa”: 
O pior é que era coxa. Uns olhos tão lúcidos, uma boca tão fresca, 
uma postura tão senhoril: e coxa! Esse contraste faria suspeitar que a 
natureza é às vezes um imenso escárnio. Por que bonita, se coxa? Por 
que coxa, se bonita? [...] e eu sem acudir a coisa nenhuma, elevado 
ao pé da minha Vênus Manca (ASSIS, 2014, p. 210). 
O que percebemos no trecho do livro é que o preconceito como já dito 
anteriormente era banalizado e naturalizado na sociedade, a ponto de a beleza da 
personagem ser comparada à sua deficiência física, ou seja, a personagem perde 
seus atributos em função da sua deficiência física. E atualmente isso ainda existe, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
144 
 
 
 
contudo, esse tipo de preconceito não é mais aceito por muitos na sociedade. A 
exemplo disso temos o gerente de loja que foi vítima de racismo e que o vídeo virali-
zou nas redes sociais. 
 
 
 
Podemos explicar o preconceito do livro e do vídeo, que pessoas que 
apresentam algum tipo de deficiência física, seja leve, moderada ou severa, ou é 
negra são identificadas por muitos como aquelas que possuem menor competência 
física, acadêmica, intelectual e social. As características físicas são em muitos casos 
determinantes para o posicionamento da sociedade (OMOTE, 1990). 
 
Figura 39 : Deficiência como incapacidade 
 
Fonte: Ferraz (2020) 
 
Por meio de nossos estudos descobrimos que as deficiências físicas podem ser 
congênitas ou adquiridas e que os graus de comprometimento variam de leve a 
severo, o que nos leva a crer que o atendimento a cada criança deve ser 
https://bit.ly/2MntjPj
 
 
 
 
 
 
 
 
 
145 
 
 
 
individualizado não no sentido da socialização, mas, das ações pedagógicas. Isso 
requer estudo acerca da deficiência e das necessidades específicas de cada cri-
ança. 
Para que a criança acometida por uma deficiência física possa ingressar, 
permanecer na escola, socializar com os demais alunos e participar do processo de 
aprendizagem, faz-se necessário que a instituição escolar crie condições de acesso 
e permanência, adequadas à locomoção, segurança, conforto e comunicação. 
Nesse caso é importante pensarmos que o atendimento Educacional 
Especializado – AEE seja ministrado nas escolas de ensino regular, pois, nesse espaço 
é possível selecionar as técnicas e recursos mais adequados para o desenvolvimento 
das atividades para cada tipo de comprometimento, seja físico, intelectual ou físico 
e intelectual ao mesmo tempo. 
O AEE tem como finalidade maior complementar ou suplementar o 
atendimento do ensino regular, promovendo atividades que melhorem a 
comunicação e a mobilidade do aluno com deficiência física. Mas, como isso pode 
ser feito? Incialmente uma conversa com o aluno, e com a família além da discussão 
acerca do laudo apresentado, já abre portas para pensar como seriam essas 
atividades. 
Outro ponto a se destacar refere-se ao uso da Tecnologia aplicada a 
Educação e da Tecnologia Assistiva, tanto uma como a outra visam e proporcionam 
a inclusão escolar. Segundo Bersch e Machado (2007 “a aplicação da TA na 
educação vai além de simplesmente auxiliar o aluno a ‘fazer’ tarefas pretendidas. 
[...] deve ser entendida como um auxílio que promoverá a ampliação 
de uma habilidade funcional deficitária ou possibilitará a realização 
da função desejada e que se encontra impedida por circunstância 
de deficiência‰. Assim, o Atendimento Educacional Especializado 
pode fazer uso das seguintes modalidades da Tecnologia Assistiva, 
visando à realização de tarefas acadêmicas e a adequação do 
espaço escolar (BERSCH; MACHADO, 2007, p. 27). 
Ainda de acordo com as autoras a TA promove: 
 
a) Uso da Comunicação Aumentativa e Alternativa, para atender as necessidades 
dos educandos com dificuldades de fala e de escrita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
146 
 
 
 
Figura 40: Cartões de Comunicação alternativa 
 
Disponível em: https://bit.ly/3qivmCS. Acesso em: 13 nov. 2020 
 
b) Adequação dos materiais didático pedagógicos às necessidades dos educan-
dos, 
 
Figura 41: Material didático adaptado 
 
Fonte: Rodrigues (2009, online) 
 
 
c) Atendimento Educacional Especializado para Alunos com Deficiência Física: 
lápis, quadro magnético com letras com ímã fixado, tesouras adaptadas, entre 
outros. 
 
https://bit.ly/3qivmCS
 
 
 
 
 
 
 
 
 
147 
 
 
 
Figura 42: Lápis adaptado com bola de espuma 
 
Fonte: Calácia (2017, online) 
 
d) Adequação de recursos da informática: teclado, mouse, ponteira de 
cabeça, programas especiais, acionadores, entre outros. 
 
Figura 43: Teclado adaptado 
 
Fonte: Inclusiva Digtal (2020) 
 
e) Uso de mobiliário adequado: Os professores profissionais devem solicitar ao 
Ministério da Educação a adequação do mobiliário escolar: mesas, cadeiras, mesas, 
etc., bem como recursos para assistência: cadeiras de rodas, andadores, etc., de 
acordo com as necessidades de especialistas na área . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
148 
 
 
 
Figura 44: Mobiliário adaptado 
 
Fonte: Martins (2014) 
 
 
 
Além de tudo que já foi apresentado, não podemos no esquecer da impor-
tância da formação continuada para os professores trabalharem com Atendimento 
Educacional especializado, principalmente em casos de deficiência física, em que 
são necessários diversos tipos de adaptação que vão desde a mobiliários a materiais 
didáticos. 
O AEE além de ter a função de complementar/suplementar o ensino regular, 
ele promove ao aluno independência na realização das atividades, comunicação, 
ampliação no que diz respeito à comunicação alternativa, mobilidade e 
consequentemente o aprendizado. 
Vale lembrar que esses professores não podem estar nessa tarefa sozinhos, eles 
necessitam do apoio da equipe multiprofissional, arquitetos, engenheiros, para o 
desenvolvimento de ações pedagógicas adequadas, bem como o desenvolvimento 
de serviços e recursos que promovam a autonomia da criança. 
 
https://bit.ly/3pF53Xn
 
 
 
 
 
 
 
 
 
149 
 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. De acordo com a legislação em vigor, uma pessoa que tenha mais de 18 anos e 
que tenha deficiência mental 
 
a) deve se submeter à esterilização forçada. 
b) pode ser considerada plenamente capaz na esfera civil e, inclusive, contrair 
validamente casamento. 
c) deve ser interditada mediante processo judicial e, assim, será considerada 
absolutamente incapaz para todos os atos da vida civil. 
d) não pode exercer a guarda, a tutela ou adotar uma criança, salvo se assistida ou 
representada por seu curador. 
e) será considerada absolutamente ou relativamente incapaz, conforme o grau de 
comprometimento do discernimento da pessoa ocasionado pela enfermidade 
mental. 
 
2. De acordo com os conceitos previstos no Estatuto da Pessoa com Deficiência − Lei 
no 13.146/15, é correto afirmar: 
 
a) Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo 
prazo de natureza física, mental ou sensorial,excluídos os impedimentos de ordem 
intelectual. 
b) Acompanhante é aquele que acompanha a pessoa com deficiência, podendo 
ou não desempenhar as funções de atendente pessoal. 
c) Tecnologia assistiva ou ajuda técnica são aquelas que dificultam ou impedem o 
acesso da pessoa com deficiência às tecnologias. 
d) Residências inclusivas são moradias com estruturas adequadas capazes de 
proporcionar serviços de apoio coletivos e individualizados que respeitem e 
ampliem o grau de autonomia de jovens e adultos com deficiência. 
e) Barreiras arquitetônicas são aquelas existentes nas vias e nos espaços públicos e 
privados abertos ao público ou de uso coletivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
150 
 
 
 
3. O direito ao atendimento prioritário da pessoa com deficiência, da forma como 
prevê o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei no 13.146/2015), NÃO se aplica 
plenamente 
a) aos acompanhantes e atendentes pessoais no que diz respeito aos atendimentos 
em instituições e serviços de atendimento ao público. 
b) à proteção e socorro em quaisquer circunstâncias. 
c) ao recebimento de restituição do imposto de renda. 
d) à tramitação processual e de procedimentos judiciais e administrativos em que for 
parte ou interessada. 
e) aos serviços de emergência públicos e privados, pois ficam condicionados aos 
protocolos de atendimento médico. 
 
4. Existe um grande número de pessoas com deficiências físicas, auditivas, visual, 
mental e deficiência múltipla. Por também possuírem suas dificuldades, os obesos 
e os idosos, por exemplo, se encontram em situação de deficiência frente a alguns 
espaços das cidades brasileiras, que não são preparadas para recebê-los ade-
quadamente. Conforme caracterização das áreas de deficiência, podemos 
definir como deficiência física a alteração completa ou parcial de um ou mais 
segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física. 
Deficiência auditiva é a perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, 
variando em graus e níveis. Deficiência múltipla é a associação, no mesmo 
indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias (mental/visual/auditiva/física), 
com comprometimentos que acarretam consequências no seu desenvolvimento 
global e na sua capacidade adaptativa. Pesquisas realizadas no Brasil apontaram 
que 8,3% das deficiências são mentais, 4,1% são deficiências físicas, 48,1% são 
deficiências visuais e 16,7% são deficiências auditivas. As pesquisas também 
demonstram que os homens predominam no caso de deficiência mental, física e 
auditiva. Já a predominância das mulheres é na área motora, apresentando 
dificuldades ou incapacidades de caminhar e subir escadas. Em outros países a 
situação não é muito diferente, apenas os percentuais por áreas de deficiências 
apresentam números divergentes, mas as deficiências estão presentes 
universalmente em todos os países do mundo. Em função disso é necessária uma 
padronização internacional de símbolos; a ABNT apresenta como norma técnica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
151 
 
 
 
alguns desses símbolos internacionais. Conforme a NBR 9050, a figura a seguir trata-
se do Símbolo Internacional de Acesso (SAI). 
 
 
 
 
Em conformidade com a NBR 9050, assinale a alternativa correta sobre o Símbolo 
Internacional de Acesso (SAI). 
 
a) Em função das múltiplas áreas de deficiências, o Símbolo Internacional de Acesso 
(SAI) é universal e representa todas as deficiências. É utilizado nas edificações para 
sinalizar acessos e também indicar locais, zonas e espaços especiais destinados 
aos portadores de deficiências, com uma ou mais deficiências. 
b) O Símbolo Internacional de Acesso (SAI), conforme padrões universais e brasileiros, 
indica a possibilidade de conter três cores: preto, azul e branco. As cores de fundo 
podem ser branco, preto e azul, sempre fazendo contraste com as cores do 
próprio símbolo. Outras cores são permitidas, mas que façam contraste e 
possibilitem a perfeita visualização. Pode estar voltado para o lado direito ou 
esquerdo, pois é opcional. Modificações, estilização ou edições são permitidas, 
desde que o representem com clareza. 
c) O Símbolo Internacional de Acesso (SAI) foi desenvolvido para ser democrático, 
artístico e livre. Foi idealizado como ponto de partida e inspiração para que 
designers desenvolvessem outros símbolos mais personalizados, e que pudessem 
ser incorporados nas normas técnicas de cada país especificamente. Desta forma, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
152 
 
 
 
o símbolo originalmente foi uma indicação internacional, e cada país ao redor do 
mundo desenvolveu e incorporou o seu próprio símbolo, preservando apenas a 
inspiração ou a menção do símbolo original. 
d) A indicação de acessibilidade nas edificações, no mobiliário, nos espaços e nos 
equipamentos urbanos deve ser feita por meio do Símbolo Internacional de Acesso 
(SAI). Sua representação consiste em um pictograma branco sobre fundo azul (re-
ferência Munsell 10B5/10 ou Pantone 2925 C). Pode, opcionalmente, ser 
representado em branco e preto (pictograma branco sobre fundo preto ou 
pictograma preto sobre fundo branco), e deve estar sempre voltado para o lado 
direito. Nenhuma modificação, estilização ou adição deve ser feita. É destinado a 
sinalizar os locais acessíveis. 
e) Nenhuma das alternativas. 
 
5. Conforme Veiga, o Projeto Político-pedagógico (PPP) é entendido, como a própria 
organização do trabalho pedagógico da escola. Como um dos elementos básicos 
na construção do PPP, temos uma estrutura organizacional da escola, que se 
refere, fundamentalmente, às interações políticas, às questões de ensino-
aprendizagem e às de currículo. Essa estrutura é denominada 
 
a) pedagógica. 
b) administrativa. 
c) curricular. 
d) relações de trabalho. 
e) avaliativa. 
 
6. A concepção e a implantação de projetos de uso público ou coletivo, bem como 
de políticas públicas, devem atender aos princípios do desenho universal, a fim de 
garantir o direito à acessibilidade. De acordo com a Lei n.º 13.146/2015 (Lei 
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência), pode-se considerar desenho 
universal a concepção de 
 
a) produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados por todas as pessoas, 
sem necessidade de adaptação ou projeto específico. 
b) produtos, ambientes e programas a serem usados somente por pessoas com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
153 
 
 
 
deficiência ou com mobilidade reduzida, incluindo-se adaptações e projetos 
específicos. 
c) produtos, equipamentos, dispositivos, recursos e serviços que promovam a funcio-
nalidade, relacionada exclusivamente à atividade e à participação da pessoa 
com deficiência ou com mobilidade reduzida, sem adaptações ou projetos 
específicos. 
d) produtos, equipamentos, dispositivos, recursos e serviços que promovam a 
funcionalidade, relacionada à atividade e à participação de todas as pessoas, 
sem adaptações ou projetos específicos. 
e) produtos, equipamentos, dispositivos, recursos e serviços que promovam a inclusão 
de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, incluindo adaptações e 
projetos específicos. 
 
7. De acordo com a ABNT NBR 9050:2015 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, 
espaços e equipamentos urbanos - e considerando a representação da imagem 
abaixo, é correto afirmar que: 
 
 
a) A figura acima apresenta possibilidades que dispensam apenas instalação de 
sinalização tátil. 
b) A figura acima demostra como deve ser feita a instalação de mobiliários fora da 
rota acessível. 
c) O numeral 1(um) na figura acima está sendo usado para indicar como deve ser 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
154 
 
 
 
uma borda ou saliência detectável com bengala longa, instalada na projeção de 
um mobiliário suspenso, desde que não seja necessária a aproximação de pessoas 
em cadeiras de rodas. 
d) figura acima apresenta possibilidades que não dispensam a sinalização visual de 
alerta, desde dea educação especial e a 
tecnologia assistiva em um contexto geral, recapitulando alguns 
pontos já discutidos e estudados. 
 
 
 
UNIDADE 
18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
DEFICIÊNCIA VISUAL 
 
 
 
 
1.1 Conversando sobre a deficiência visual 
Nesta unidade abordaremos o conceito de deficiência ao longo da história, 
suas características, classificações e causas. 
De acordo como Censo de 2010, cerca de 18% da população brasileira 
apresenta deficiência visual com variações entre grande dificuldade a algum tipo 
de dificuldade visual. No total são aproximadamente 12,5 milhões de brasileiros com 
deficiência, o que corresponde a 6,7% da população total (IBGE, 2020). Pelo gráfico 
abaixo, percebemos que a deficiência visual equivale a 3,4% do número total de 
pessoas com deficiência. Esse dado é alarmante quando pensamos na inclusão dos 
deficientes visuais e dos cegos nas escolas. 
 
Figura 1: Deficiência visual e grau de dificuldade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
Esses dados nos levam a refletir que 3,4% da população necessita de 
reabilitação, acessibilidade no trabalho, na escola, nos espaços urbanos, no 
transporte, lazer, enfim, acesso a melhores condições de vida, a ser incluído com 
dignidade. 
Como já estudado anteriormente em outras unidades, sabemos que no 
decorrer da história o olhar sobre a deficiência passou por um processo de exclusão, 
confinamento e morte. Além disso, a pessoa com deficiência não tinha direito ao 
convívio social por ser considerada inapta a socializar com outras pessoas que não 
fossem os familiares. 
Conversaremos agora sobre o que é a deficiência visual. A deficiência visual 
pode ser chamada de cegueira ou de baixa visão. É causada pelos mais variados 
fatores, desde congênitos, adquiridos e/ou causados por algum distúrbio. Quando a 
deficiência ocorre no nervo óptico, ele apresenta uma alteração anormal de uma 
estrutura sensorial, física ou patológica, que pode incorrer em cegueira total e 
limitações severas constituídas pela baixa visão. 
Vale ressaltar que a deficiência visual não implica necessariamente a 
presença de alguma doença ou comorbidade e que associado a isso o sujeito seja 
impossibilitado de se desenvolver. Se investigarmos um pouco a nossa história 
encontraremos diversas personalidades cegas ou com baixa visão que se 
destacaram pelo seu potencial e inteligência (BRUNO; MOTA, 2001). 
 
Figura 2: Tenor Andrea Bocelli 
 
Fonte: Garcia (2009) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
 
 
 
 
Como já conversamos exaustivamente em outras unidades, iniciaremos nossos 
estudos sobre a deficiência visual tendo como foco a valorização da pessoa como 
ser humano, capaz de realizar suas atividades, estudar, trabalhar, cantar como o 
caso de Bocelli, retirando o foco da doença em si, e valorizando o sujeito e suas 
potencialidades. Iniciemos os estudos conceituando a deficiência. 
 
1.2 Conceitos sobre deficiência 
Se a deficiência é caracterizada como uma alteração ou ausência do 
funcionamento das estruturas físicas, sensoriais e intelectuais entendemos que se trata 
de alterações do campo biológico. Se avançarmos na reflexão, perceberemos que 
todas as pessoas de um modo geral apresentam algum tipo de deficiência, porém, 
vale lembrar que o termo deficiência deve ser empregado em situações em que 
existe um grau elevado de alteração ou funcionamento inadequado de algum 
órgão ou estrutura (MOTTA, 2004). 
Quando buscamos a deficiência na antiguidade, nos deparamos com 
expressões: aleijado, defeituoso, incapacitado, inválido, excepcional, retardado, 
deformado, cocho, manco, imperfeito, que indicavam não o sujeito com suas 
https://bit.ly/3rfVC1N
https://bit.ly/3hbePwP
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
capacidades, ao contrário o destaque estava em sua deficiência e na 
incapacidade de produzir ou atender aos padrões sociais (SARLET; BUBLITZ, 2014). 
Sabemos que a pessoa com deficiência sempre foi humilhada ao longo dos 
anos, e, ainda hoje podemos observar situações que não são muito diferentes, 
algumas expressões depreciativas ainda são usadas para se referir às pessoas com 
deficiência. Não bastava/basta enfrentar as dificuldades que a deficiência provoca, 
ainda é preciso enfrentar as dificuldades sociais, a falta da inclusão, a exclusão e as 
barreiras atitudinais. 
 
 
 
 
 
 
Com o passar dos anos essas expressões foram praticamente abolidas, tendo 
em vista que qualquer forma de discriminação é passível de punição judicial. Talvez 
seja esse o motivo pelo qual as expressões não são mais tão comuns no nosso dia a 
dia. Para substituir as expressões de cunho discriminatório surgiu o termo pessoa 
portadora de deficiência, o que já sabemos que hoje está incorreto segundo a LBI, 
Lei Brasileira de Inclusão 113.146/2015, já estudada em unidades anteriores (SARLET; 
BUBLITZ, 2014). O portador é aquele que porta algo ou alguma coisa, e isso não 
ocorre com a doença, porque as pessoas não portam doenças e ele se aplica para 
o termo necessidades especiais. 
Na LBI, conforme tratam seus artigos e incisos, é retirado o foco dado 
anteriormente à doença, possibilitando ao sujeito “aparecer” como dono de si e 
capaz de viver em sociedade. Os conceitos antes considerados como corretos, mas, 
que, no entanto, transmitiam ideias equivocadas foram substituídos para que se 
pudesse nomear a doença/deficiência e não o sujeito. 
Esse novo conceito partiu da ideia de que a deficiência é a consequência da 
interação das pessoas com deficiência e as limitações com as quais ela se depara 
e que dificultam ou impedem a sua participação/inserção social. “Pessoas com 
deficiência são aquelas que têm impedimentos de natureza física, intelectual ou 
sensorial, as quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua 
participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas” (BRASIL, 2015). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
1.3 A deficiência e seu histórico 
Sabemos que a deficiência percorreu um longo caminho até chegar aos dias 
atuais, ela foi concebida e percebida de diversas formas, e sua evolução passou por 
algumas fases: 
 
 Período do extermínio; 
 Segregação e institucionalização; 
 Integração; 
 E, por fim, a inclusão. 
 
Recordando essas fases, no período do extermínio não era dado às pessoas 
com deficiência o direito à vida, logo, uma vez nascidas deficientes eram 
exterminadas, pelo pai ou pelo Estado. A ausência das condições sensoriais e físicas 
as levavam à morte (FERNANDES; SCHLESENER; MOSQUERA, 2011). Em Esparta, os 
bebês que nasciam doentes eram abandonados nas montanhas e morriam por 
serem negligenciados (CORREIA, 1997). 
Em Roma justificava-se a morte de crianças nascidas com más formações a 
partir da ideia de que elas poderiam corromper a sociedade, assim separavam-se os 
bons, sadios, dos ruins e doentes. Para a Igreja as pessoas nasciam com deformidades 
porque estavam sendo castigadas por algo que seus pais ou familiares cometeram. 
As crises epiléticas e demais doenças e deformidades para as quais não se 
encontrava nenhuma explicação científica eram consideradas como uma 
intervenção diabólica ou ações de feitiçaria (MISÈS, 1997). 
Na Idade Média ocorre uma modificação no cenário, a Igreja passa a 
entender que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, portanto, o 
extermínio começa a ser questionado, entramos, a partir de então, no período da 
institucionalização (FERNANDES; SCHLESENER; MOSQUERA, 2011). 
A Igreja se transformou, portanto, em uma instituição de filantropia e 
assistencialismo, pois, essas ações correspondiam a atos de caridade que salvavam 
as almas de quem as praticava. A partir de então foram surgindo algumas instituições 
para dar assistência aos deficientes, consequentemente, segregando e confinando 
a fim de que se apresentasse uma realidade pautada em um padrão deque não seja necessária a aproximação de pessoas em cadeiras 
de rodas. 
e) Na figura acima (2a) indica como deve ser uma proteção lateral instalada desde 
o piso. 
 
8. Sobre os objetivos da Política Nacional de Mobilidade Urbana, disposta na Lei 
12587, considere as afirmativas a seguir: 
 
I. Reduzir as desigualdades e promover a supressão social. 
II. Promover o acesso aos serviços básicos e equipamentos sociais. 
III. Proporcionar melhoria nas condições urbanas da população no que se refere à 
acessibilidade e à mobilidade. 
IV. Consolidar a gestão democrática como instrumento e garantia da construção 
contínua do aprimoramento da mobilidade urbana. 
 
Estão corretos os itens 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) II e III. 
d) II, III e IV. 
e) I, III e IV. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
155 
 
 
 
INGRESSO E PERMANÊNCIA DE 
ALUNOS COM DEFICIÊNCIA EM 
UNIVERSIDADES BRASILEIRAS 
 
 
 
 
11.1 BREVE HISTÓRICO SOBRE INCLUSÃO NO ENSINO SUPERIOR 
Sabemos que a inserção do aluno com deficiência física tanto no âmbito so-
cial quanto escolar não tem sido uma tarefa fácil, para as políticas públicas e para 
as instituições de ensino. Essa inserção depende de muitas mudanças estruturais e 
atitudinais o que requer investimentos financeiros e culturais. 
Muito se fala em inserção da pessoa com deficiência física na Educação 
Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, mas, nos deparamos com uma lacuna 
enorme no que se refere a inserção no Ensino Superior. 
 
 
 
A inclusão no Ensino Superior requer estratégias ainda mais elaboradas para a 
inserção escolar do aluno com deficiência, seja no âmbito federal, estadual ou 
privado. Sabemos que o direito à educação é universal, desde a Declaração 
Universal dos Direitos Humanos de 1948, todavia, as discussões se acaloraram apenas 
na década de 1990, momento em que várias declarações internacionais foram 
organizadas pela Organização das Nações Unidas – ONU, paras fins na Educação, 
Ciência e Cultura. 
Nesse período dissemina-se a ideia da Educação para todos, durante a 
Declaração de Salamanca, 1994. 
As discussões preconizavam a ideia de que independente de condições físicas 
e intelectuais, linguísticas, emocionais e sensoriais, a educação era um direito de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
156 
 
 
 
todos os cidadãos .um discurso tão ancorado na inclusão disseminou-se em outros 
países e a ONU a partir de então passou a adotar práticas inclusivas, princípios norte-
adores da inclusão em instituições educacionais, objetivando e portanto, 
promovendo o acesso, participação, aprendizagem e a permanência dos alunos 
com qualquer tipo ou grau de deficiência em todos os níveis de ensino (UNESCO, 
1994). 
Ainda no plano internacional, a Declaração Mundial sobre Educação 
Superior no Século XXI, de 1998, vai indicar, em seu art. 3.º, a 
necessária atenção que os países signatários devem dar para 
assegurar a igualdade de acesso à Educação Superior das pessoas 
com deficiência (UNESCO, 1998, p. 21). 
De acordo com Nozu, Silva e Anache (2018) notou-se no Brasil algumas formas 
de inserção e inclusão do aluno com deficiência nos anos de 1990, porém: 
[...] o que era constatado, dentre outras evidências, é que nem 
mesmo os dados censitários educacionais faziam alguma referência à 
matrícula do PAEE (Público-Alvo da Educação Especial) nas IES 
brasileiras, denotando a sua invisibilidade institucional e política 
(CABRAL, 2017, p. 381). 
O que se percebe, é que as universidades púbicas e tardiamente as privadas, 
tiveram seus olhares voltados para a inclusão e acessibilidade, serviços 
especializados, disponibilização de recursos a partir do ano 2000, mesmo existindo leis 
e decretos que as incluísse nos programas de inclusão. Somente a partir dessa data 
é que os dados acerca das pessoas com deficiência nas Instituições de Ensino 
Superior – IES, começaram a ser divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e 
Pesquisas Anísio Teixeira (Inep) (NOZU; SILVA; ANACHE, 2018, p. 1421). 
Nessa conjuntura, destaca-se a criação pelo MEC, em 2005, do 
Programa Incluir: Acessibilidade na Educação Superior, com a 
finalidade de promover o desenvolvimento de políticas institucionais e 
ações para garantia de acesso pleno das pessoas com deficiência no 
Ensino Superior. O Incluir foi implementado até 2011, por meio de 
chamadas públicas, nas quais as Instituições Federais de Ensino 
Superior (Ifes) submetiam propostas de instituição e consolidação dos 
Núcleos de Acessibilidade, “visando eliminar barreiras Público-Alvo 
da Educação Especial (PAEE) 
Como o movimento acerca da inclusão tomou grandes proporções tanto no 
exterior quanto no Brasil, em 2012 o Ministério da Educação e Cultura (MEC) passou 
a incentivar, estimular e a apoiar por meio de recursos financeiros, previstos nos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
157 
 
 
 
orçamentos das IES federais ações políticas de acessibilidade (NOZU; SILVA; ANACHE, 
2018). 
Todavia estudos de alguns autores Bruno (2011); Castro e Almeida (2014); Ana-
che, Rovetto e Oliveira (2014) demonstraram que as IES apresentavam dificuldades 
para instituir as políticas de inclusão dentro de suas instalações o que fez com que a 
Política de Educação Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação 
inclusiva queira que as IES modifiquem sua estrutura física para atender os alunos, 
principalmente os deficientes físicos e os cegos (utilizando o piso tátil e indicações em 
Braile). 
Por outro lado, no que diz respeito a acessibilidade pedagógica, seria 
necessário adaptar o currículo, as práticas pedagógicas, e pensar na 
transversalidade dos conteúdos de forma a abranger a inclusão e a remoção de 
barreiras atitudinais de toda a comunidade escolar. 
Recentemente a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) nº 13.146/2015 , prevê e orienta 
às IES em relação a acessibilidade. 
Art. 3.º, I –Acessibilidade: possibilidade e condição de alcance 
para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, 
mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, 
informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, 
bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, 
de uso público, privado ou coletivo, tanto na zona urbana como 
na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida; 
II –Desenho universal: concepção de produtos, ambientes, programas 
e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de 
adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos de 
tecnologia assistiva; 
III –Tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, 
dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços 
que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à 
atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com 
mobilidade reduzida, visando a sua autonomia independência, 
qualidade de vida e a inclusão social (BRASIL , 2015). 
Toda essa orientação da LBI refletiu significativamente no número de 
matrículas de alunos com deficiência no Ensino Superior: se no ano 2000 o registro de 
matrículas estava em torno de 2.155 estudantes com deficiência, após a LBI esse 
número cresceu para 35. 891 alunos com algum tipo de deficiência matriculados em 
todo Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
158 
 
 
 
Figura 45: Evolução de matrículas no ensino superior 
 
Fonte: Ministério da Educação (2018) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
159 
 
 
 
Figura 46: Matrículas na Graduação de alunos com deficiência 
 
Fonte: Ministério da Educação (2018) 
 
 Pelos gráficos e por tudo que estudamos até agora, percebemos que o nú-
mero de alunos matriculados aumentou consideravelmente, principalmente no que 
diz respeito à deficiência física, mas, contudo, as adaptações necessárias nas escolas 
ainda não atendem ao referido público. Muitas conquistas foramrealizadas, todavia, 
estamos muito distantes de uma realidade inclusiva. 
Os atendimentos realizados pelas IES ainda são incipientes e que a melhoria 
da qualidade na acessibilidade, tecnologia assistiva, adaptações arquitetônicas, 
alterações curriculares entre outras práticas inclusivas fariam muita diferença na vida 
das pessoas com deficiência física, possibilitando a elas o direito de ir e vir, autonomia 
para resolver os próprios problemas e a inserção estudantil. Veja a seguir alguns 
exemplos de adaptações deveriam ser realizadas em todas as IES do país, sejam 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
160 
 
 
 
federais ou privadas. 
 
Figura 47: Cadeirante em mesa e cadeira adaptadas 
 
Fonte: Agência Senado (2016) 
 
Figura 48: Material adaptado em Braile 
 
Fonte: Jimenez (2012) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
161 
 
 
 
Figura 49: Mesas adaptadas para cadeirantes 
 
Fonte: Blog RH (2017) 
 
Figura 50: Tecnologia assistiva na biblioteca 
 
Fonte: Mesquita (2019) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
162 
 
 
 
Figura 51: Prateleiras adaptadas para cadeirantes 
 
Fonte: Sallit (2019) 
 
Figura 52: Vagas no estacionamento na escola para cadeirantes
 
Fonte: Lima (2019) 
 
 
https://glo.bo/3cFaKB3
 
 
 
 
 
 
 
 
 
163 
 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. O direito ao transporte e a mobilidade da pessoa com deficiência ou com mobili-
dade reduzida será assegurado em igualdade de oportunidades com as demais 
pessoas, por meio de identificação e de eliminação de todos os obstáculos e 
barreiras ao acesso (1ª parte). Em todas as áreas de estacionamento aberto ao 
público, de uso público ou privado de uso coletivo ou em vias públicas, devem ser 
reservadas vagas próximas aos acessos de circulação de pedestre, devidamente 
sinalizadas, para veículos que transportem pessoa com deficiência com 
comprometimento de mobilidade, não havendo necessidade de identificação (2ª 
parte). 
 
A sentença está 
 
a) totalmente correta. 
b) correta somente em sua 1ª parte. 
c) correta somente em sua 2ª parte. 
d) totalmente incorreta. 
e) a 2ª parte justifica a 1ª. 
 
2. “Desde o período de reabertura democrática, no final dos anos 1980, pesquisas 
em Ciências Sociais e Ciências Humanas dedicam-se a discutir como diferentes 
aspectos de nossa desigualdade social se presentificam no chão da escola e no 
desenho da política pública educacional. Em consonância com discussões 
presentes em tratados internacionais, vem se utilizando a expressão educação 
inclusiva para referir à política educacional que, ao reconhecer processos 
históricos que alijaram inúmeros setores do direito à educação de qualidade, 
produz um conjunto de medidas que colocam em ação distintas estratégias que 
rompam com o quadro de exclusão escolar de diferentes setores da sociedade” 
(Rodrigues, 2019). 
 
Sobre a educação inclusiva, analise as assertivas como Verdadeiras ou Falsas e 
assinale a alternativa correta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
164 
 
 
 
I. A Lei nº 13.146/2015 é a lei brasileira de inclusão da pessoa com deficiência 
(Estatuto da Pessoa com Deficiência). 
II. Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo 
prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação 
com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na 
sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. 
III. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema 
educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a 
vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos 
e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas 
características, interesses e necessidades de aprendizagem. 
IV. É dever exclusivo do Estado, com auxílio da sociedade, assegurar educação de 
qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de 
violência, negligência e discriminação. 
 
a) Todas são verdadeiras. 
b) I e IV são verdadeiras. 
c) I, II, III são falsas. 
d) I e II são falsas. 
e) IV é falsa. 
 
3. De acordo com o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015), assinale a 
alternativa correta. 
a) A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa para casar-se e 
constituir união estável, exercer direitos sexuais e reprodutivos, exercer o direito de 
decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre 
reprodução e planejamento familiar, conservar sua fertilidade, sendo possível a 
esterilização compulsória quando requerida por seu curador e autorizada 
judicialmente. 
b) Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo 
prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com 
uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na 
sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. 
c) A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicológica, realizada por 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
165 
 
 
 
equipe multiprofissional e interdisciplinar. 
d) A curatela afetará os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial, ne-
gocial e conjugal. 
e) Os curadores são obrigados a prestar, semestralmente, contas de sua 
administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo ano. 
 
4. A educação especial é modalidade educativa que perpassa todos os segmentos 
da escolarização, constituindo-se como desafio relevante para a escola. A 
educação inclusiva abrange as seguintes deficiências: 
 
1º) deficiência visual e auditiva. 
2º) deficiência intelectual. 
3º) deficiência física. 
4º) transtorno global. 
5º) altas habilidades. 
 
Cada uma delas caracteriza necessidades educacionais especiais (NEE) que 
garantem ao aluno a requisição de benefícios específicos. De acordo com a 
ordem em que foram apresentadas as cinco deficiências constantes na 
educação inclusiva, constituem, respectivamente, apoios especializados: 
 
a) ensino de libras e braile, adaptações do material e do ambiente físico, estratégias 
diferenciadas para uniformização do comportamento, ampliação dos recursos 
educacionais e/ou aceleração de conteúdos, mediação holística para o 
desenvolvimento de estratégias de pensamento. 
b) ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, 
mediação para o desenvolvimento de estratégias de aceleração do pensamento, 
eliminação de escadas, disposição de equipe especializada e multidisciplinar, 
oferta de aplicativos educativos específicos. 
c) ensino de libras e braile, adaptações do material e do ambiente físico, estratégias 
diferenciadas para normalização do comportamento, ampliação dos recursos 
educacionais e/ou aceleração de conteúdos, mediação para o desenvolvimento 
de processos de memorização. 
d) ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
166 
 
 
 
mediação para o desenvolvimento de estratégias de pensamento, adaptações 
do material e do ambiente físico, estratégias diferenciadas para adaptação e 
regulação do comportamento, ampliação dos recursos educacionais e/ou ace-
leração de conteúdos. 
e) ensino de libras e braile, adaptações do material, mediação para o 
desenvolvimento de estratégias de aceleração do pensamento e mediação para 
o desenvolvimento de processos de memorização. 
 
5. Dados do IBGE revelam que 6,2% da população brasileira tem algum tipo de 
deficiência. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) considerou quatro tipos de 
deficiências: auditiva, visual, física e intelectual. Os dados revelam ainda que 6,2% 
da população brasileira tem algum tipo de deficiência. Quais são os fundamentos 
legais dos que defendem a inclusão escolar das pessoas com deficiências? O 
direito à educação, o direito de frequentar a escola comum (junto com os ditos 
“normais”), o direito a aprendernos “limites” das próprias possibilidades e 
capacidades são decorrentes do direito primordial à convivência, até porque é 
na convivência com seres humanos – “normais” ou diferentes – que o ser humano 
mais aprende. 
 
a) LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 
b) Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. 
c) Estatuto da Criança e do Adolescente. 
d) Nova Escola para aprender a ler, escrever e contar. 
e) Política Nacional de Educação Especial. 
 
6. Analise o seguinte trecho retirado do livro Para ensinar educação física – 
Possibilidades de intervenção na escola, de Darido e Moreira Júnior: “Ao longo da 
história, os indivíduos com necessidades especiais foram vistos como doentes e 
incapazes, e sempre estiveram em situações de desvantagem, ocupando, no 
imaginário coletivo, a posição de alvo da caridade popular e da assistência social, 
e não a de sujeitos de direitos sociais, entre os quais se inclui o direito à educação, 
educação física e aos esportes”. Levando em consideração a presença de 
Pessoas com Deficiência (PCD) em sala de aula, analise as seguintes assertivas 
sobre o que é necessário, assinalando V, se verdadeiras ou F, se falsas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
167 
 
 
 
( ) Na presença de alunos com deficiência física, estar atento para o fato de que o 
tempo de execução de movimentos pode ser mais demorado. 
( ) Na presença de alunos com deficiência visual, encorajar o aluno a seguir as de-
monstrações dos colegas. 
( ) Na presença de alunos com deficiência auditiva, guiar o aluno, se ele precisar. 
 
A ordem correta para preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é 
 
a) F – F – V. 
b) V – V – F. 
c) V – F – F. 
d) F – V – V. 
e) F – V – F. 
 
7. Observe as falas de três profissionais da educação acerca da implantação de um 
projeto “inclusão”, com a atuação de monitores educacionais para pleno 
atendimento a alunos especiais. 
 
_ “Grandes são os desafios do projeto de inclusão de monitores educacionais; a 
escola não foi capacitada para receber os alunos com deficiências, não temos 
uma estrutura adequada que proporcione ao aluno um ambiente de aprendizado 
e lazer. Outra dificuldade são as adaptações do currículo que são necessárias 
para se trabalhar.” (professora A de uma escola da rede municipal). 
 
_ “O projeto é desafiador pois, incluir é novo para a escola, e tudo que é novo no 
início gera medo; entre as dificuldades vejo que o que mais precisa de atenção é 
a formação adequada pra toda a comunidade escolar e a estrutura física das 
escolas” (professora B de outra escola municipal). 
 
_ “Muitas são as dificuldades que encontramos, entretanto, houve um grande 
avanço na educação inclusiva na nossa cidade. A nossa escola, ao construir um 
projeto em que nossos alunos com deficiências trabalham lado a lado com 
monitores educacionais , um grande passo foi dado no processo de aprendizagem 
pois, não somente os alunos aprendem e se desenvolvem mais, como também 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
168 
 
 
 
toda a escola, desde os auxiliares de limpeza, os professores, gestores, os alunos 
ditos “normais”, como toda a sociedade”. (orientadora pedagógica de escola da 
rede privada) 
 
Acerca das falas das três profissionais, pode-se afirmar que: 
 
a) a necessidade de as escolas se adequarem às necessidades dos alunos, com 
adaptações na estrutura física de modo que as tornem escolas acessíveis é clara-
mente dita pelas profissionais; todavia sabe-se que nem toda deficiência necessita 
de adequações na estrutura física do prédio, sendo então necessária uma 
reflexão mais profunda para que a adaptação física seja o complemento de uma 
escola inclusiva e não se torne ponto excludente. 
b) as profissionais deixam claro que estão de acordo com a implantação do projeto 
e não sinalizam dificuldade alguma para o ingresso de alunos especiais ou de 
monitores educacionais que desenvolverão as atividades complementares com 
os alunos. 
c) a indicação de que as escolas ainda não estão preparadas para atender e 
realizar a inclusão é real, visto que não existe projeto que resista às barreiras da 
acessibilidade, mesmo contratando todos os monitores educacionais disponíveis. 
d) as profissionais deixam claro que não estão de acordo com a implantação do 
projeto, que rejeitam a ideia pois a escola não está adaptada para oferecer 
educação inclusiva plenamente. 
e) as dificuldades de implantar um processo inclusivo e eficaz que atenda a todos, 
construído sobre alicerces sólidos que vise o acolhimento e a permanência de 
todos, garantido uma educação de qualidade, com certeza encontra todas as 
condições necessárias, visto que as profissionais não nomeiam nenhum tipo de 
dificuldade. 
 
8. O objetivo da Educação Inclusiva é: 
 
I. garantir que todos os alunos com ou sem deficiência participem ativamente de 
todas as atividades na escola e na comunidade. 
II. realizar mudanças na estrutura física, somente se tiver algum educando com 
necessidade especial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
169 
 
 
 
III. manter os educandos no mesmo espaço da escola, assim evita de oferecer 
muitas informações espaciais. 
IV. que as condições de uso dos espaços e dos equipamentos possam ser alcança-
dos por todos na realização de atividades por todas as pessoas. 
 
Está(ão) correta(as): 
 
a) I. 
b) I e IV. 
c) IV. 
d) II e III. 
e) III e IV. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
170 
 
 
 
DESENHO UNIVERSAL E 
ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS 
COM DEFICIÊNCIA FÍSICA 
 
 
 
 
12.1 DESENHO UNIVERSAL E ACESSIBILIDADE 
Quando falamos sobre deficiência, nos lembramos de alguns conceitos como 
desenho universal, acessibilidade e Tecnologia Assistiva, e sabemos que infelizmente 
muitas pessoas ainda confundem esses termos que fazem a diferença na vida das 
pessoas com deficiência, nesse caso a deficiência física. 
As pessoas com deficiência têm seus direitos assegurados e garantidos na De-
claração dos Direitos Humanos desde 1948, bem como outros tratados internacionais 
que visam garantir os direitos e a dignidade de alguns grupos específicos, tais como, 
as pessoas com deficiência. 
A educação deve primeiramente passar pelo respeito à diferença, contudo 
para além dela, incluir não representa “integrar “ a pessoa com deficiência em 
lugares definidos como acessíveis pela escola e pela sociedade. O correto seria que 
todos os lugares e instituições fossem acessíveis para todos. Isso requer não só a 
inclusão, mas, a articulação de uma proposta de inclusão continuada, dentro e fora 
do ambiente escolar. 
De acordo com a Lei 13.146/2015 o desenho universal define-se como 
Art 3º: 
I - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, programas 
e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de 
adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos de 
tecnologia assistiva; 
Art. 55. A concepção e a implantação de projetos que tratem do meio 
físico, de transporte, de informação e comunicação, inclusive de 
sistemas e tecnologias da informação e comunicação, e de outros 
serviços, equipamentos e instalações abertos ao público, de uso 
público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como na 
rural, devem atender aos princípios do desenho universal, tendo como 
referência as normas de acessibilidade (BRASIL, Lei Nº 13.146, de 6 de 
Julho de 2015, 2015). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
171 
 
 
 
Podemos concluir que o desenho universal é pensado para as pessoas com 
deficiência, contudo, atende também a todas as pessoas sem deficiência, por isso é 
universal, promovendo a autonomia, segurança e conforto, por meio de soluções, 
produtos, serviços, programas, adaptação nos meios de transporte, tecnologia 
assistiva, em qualquer espaço, seja público ou privado, isso vale também para as 
escolas. 
 
 
 
Pensando no desenho universal e suas características, ele está voltado para a 
pessoa, e respeitaas diferenças e as dificuldades que apresentadas por elas ao 
utilizar algum produto, ambiente ou um serviço. Assim, o ambiente precisa ser 
“desenhado” de forma que atenda a todas as pessoas, com pouca ou muita 
dificuldade. 
 
 
 
https://bit.ly/36D2v4m
 
 
 
 
 
 
 
 
 
172 
 
 
 
Vale ressaltar que quando pensamos em desenho universal estamos tratando 
de questões relativas à acessibilidade, porém, a partir do princípio da universalidade, 
o desenho universal não contemplará apenas às pessoas com deficiência física. Ob-
serve as imagens abaixo e compreenda o princípio da universalidade, que 
contempla toda uma sociedade, não somente grupos específicos. 
 
Figura 53: Desenho Universal 
 
Fonte: Galvão (2019) 
 
Figura 54: Pessoas com mobilidade reduzida ou com deficiência 
 
Fonte: Battistella e Krähenbühl (2010) 
 
Ficou claro agora como o desenho universal favorece todas as pessoas, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
173 
 
 
 
independente da deficiência, ou se a mobilidade é ou não reduzida? A ideia central 
é que todos sejam contemplados na elaboração de estratégias para a acessibili-
dade. 
Um exemplo que deixa mais clara a compreensão desse conceito é a 
concepção de rampa. Uma rampa pode ser utilizada tanto por 
pessoas que apresentam uma deficiência física e dificuldade de 
locomoção quanto por pessoas que não apresentam nenhuma 
deficiência, como um idoso, uma pessoa obesa ou uma mãe 
empurrando um carrinho de bebê. Dessa ideia, baseada na 
acessibilidade para todos, independentemente das suas condições 
ou impedimentos, surgiu a ideia de integração de tal conceito aos 
processos de ensino e aprendizagem, baseando-se num ensino 
pensado para atender as necessidades variadas dos alunos, pois além 
das barreiras físicas, também existem hoje as barreiras pedagógicas 
(ZERBATO; MENDES, 2018, p. 149) 
Assim, tanto espaços públicos com espaços privados e os espaços escolares 
precisam ser adaptados e adequados, de acordo com a deficiência ou necessidade 
de cada aluno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://bit.ly/3jeCk9h
 
 
 
 
 
 
 
 
 
174 
 
 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. A concepção e a implantação de projetos de uso público ou coletivo, bem como 
de políticas públicas, devem atender aos princípios do desenho universal, a fim de 
garantir o direito à acessibilidade. De acordo com a Lei n.º 13.146/2015 (Lei Brasi-
leira de Inclusão da Pessoa com Deficiência), pode-se considerar desenho 
universal a concepção de 
 
a) produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados por todas as pessoas, 
sem necessidade de adaptação ou projeto específico. 
b) produtos, ambientes e programas a serem usados somente por pessoas com 
deficiência ou com mobilidade reduzida, incluindo-se adaptações e projetos 
específicos. 
c) produtos, equipamentos, dispositivos, recursos e serviços que promovam a 
funcionalidade, relacionada exclusivamente à atividade e à participação da 
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, sem adaptações ou 
projetos específicos. 
d) produtos, equipamentos, dispositivos, recursos e serviços que promovam a 
funcionalidade, relacionada à atividade e à participação de todas as pessoas, 
sem adaptações ou projetos específicos. 
e) produtos, equipamentos, dispositivos, recursos e serviços que promovam a inclusão 
de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, incluindo adaptações e 
projetos específicos. 
 
2. “No paradigma da inclusão, talvez um dos maiores problemas enfrentados no 
contexto brasileiro seja a escassez de recursos e serviços que assegurem condições 
de acessibilidade às pessoas com necessidades educacionais especiais” (MEC, 
2007). 
 
Nesse contexto, não pode ser considerada uma ação de inclusão: 
 
a) Desenvolver atividades que levem a família e a comunidade a acolher a criança 
com sua diferença, sem protecionismos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
175 
 
 
 
b) Procrastinar a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso 
ou nível de ensino, público ou privado, em razão de suas necessidades 
educacionais especiais. 
c) Remover barreiras arquitetônicas das unidades educacionais. 
d) Garantir a atuação de uma equipe multiprofissional, composta por educadores 
especializados, médicos, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas e outros, com o 
objetivo de auxiliar no processo de reabilitação das crianças com deficiência fí-
sica. 
e) Realizar reservas de vagas a pessoas com deficiência, em conformidade com a 
legislação vigente. 
 
3. A Educação Inclusiva aposta na escola como comunidade educativa, 
defendendo um ambiente de aprendizagem diferenciado e de qualidade para 
todos os alunos. É uma escola que reconhece as diferenças, desenvolve-se com 
essa diversidade, dando sentido e significado ao ensino. Nesse sentido, analise as 
afirmativas a seguir e marque V (verdadeiro) ou F (falso). 
 
( ) De acordo com a filosofia da escola inclusiva, todas as crianças devem ser 
educadas numa escola isenta de barreiras pedagógicas, de organização 
administrativa e de gestão de recursos. 
( ) Perante um idealismo desejável que associa a inclusão, aos direitos humanos 
e à equidade social é dispensável que os docentes demonstrem atitudes 
inclusivas nas suas práticas. 
( ) O princípio da inclusão apela para uma escola que tenha em atenção a 
criança-todo, não só a criança-aluno. 
( ) Deve preconizar o ajustamento de toda a comunidade educativa, adotando 
estratégias capazes de facilitar a aprendizagem a grupos de alunos, em que 
a inevitável diversidade é considerada como um fator de enriquecimento e 
um motor de desenvolvimento de toda a comunidade escolar. 
 
A sequência CORRETA é: 
 
a) V – F – V – V. 
b) F – V – F – V. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
176 
 
 
 
c) V – F – V – F. 
d) F – V – F – F. 
e) F – F – F – F. 
 
4. Leia as afirmativas a seguir: 
 
I. Prover atendimento educacional não especializado para alunos com 
necessidades educacionais especiais é um dos objetivos da Educação Especial 
na perspectiva da Educação Inclusiva. 
II. A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na 
concepção de direitos humanos. 
 
Marque a alternativa CORRETA. 
 
a) As duas afirmativas são verdadeiras. 
b) afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa. 
c) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa. 
d) As duas afirmativas são falsas. 
e) Apenas a alternativa I é verdadeira. 
 
5. Observe: 
 
( ) O atendimento educacional especializado tem como função identificar, 
elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem 
as barreiras para a plena participação dos estudantes, considerando suas 
necessidades específicas. 
( ) A educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os 
níveis, etapas e modalidades. 
( ) As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado 
diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, sendo 
substitutivas à escolarização. 
( ) A educação especial realiza o atendimento educacional especializado, 
disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no 
processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
177 
 
 
 
 
Em consonância com a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva 
da educação inclusiva, indique se as alternativas acima são verdadeiras “V" ou 
falsas “F". 
 
a) V, V, F, F. 
b) F, F, V, F. 
c) F, V, F, V. 
d) V, V, F, V. 
e) V, F, F, V. 
 
6. Com base nas atuais políticas de Educação Especial e na Lei Brasileira de Inclusão 
ou o Estatuto da Pessoa com Deficiência, promulgado em 2015, ‘pessoa com de-
ficiência’ é aquela 
 
a) que tem impedimento de longo, médio ou curto prazo de natureza física, mental, 
intelectual ou sensorial, o qual, em interação com a família, pode obstruir sua 
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade decondições com as 
demais pessoas. 
b) que tem impedimento de longo prazo de natureza física, genética ou psíquica que 
obstrui sua participação plena e efetiva na sociedade. 
c) tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou 
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua 
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as 
demais pessoas. 
d) que possui direitos específicos de proteção e tutela do Estado, devido aos seus 
impedimentos de natureza orgânica. 
e) tem impedimento de longo prazo de natureza física e genética o qual, em 
interação com a família e a escola, pode obstruir seu processo de 
desenvolvimento e aprendizagem. 
 
7. No que se refere ao atual processo de inclusão, pode-se afirmar que, atualmente, 
ele preconiza o reconhecimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
178 
 
 
 
a) da igualdade de direitos e acessos. 
b) do direito à diferença e à restrição. 
c) da deficiência intelectual enquanto deficiência física. 
d) da incapacidade intelectual. 
e) do deficiente intelectual enquanto incapaz. 
 
8. O atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais deve: 
 
I. Ser realizado em classes comuns do ensino regular. 
II. Ocorrer em qualquer etapa ou modalidade da Educação Básica. 
III. Excluir a avaliação diagnóstica do educando. 
IV. Impossibilitar o atendimento em grupo. 
 
Estão corretas apenas: 
 
a) I, II III. 
b) I, II e IV. 
c) I, III e IV. 
d) I e II. 
e) I. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
179 
 
 
 
TECNOLOGIA EM CONTEXTO 
 
 
 
13.1 INTRODUÇÃO 
Nesse capítulo discutiremos alguns aspectos teóricos e conceituais acerca das 
tecnologias a fim de pensarmos a tecnologia assistiva como recurso que viabiliza a 
autonomia e promove acessibilidade da pessoa com deficiência. 
É importante não sermos indiferentes ao assunto, dada a necessidade de 
refletirmos sobre o papel da tecnologia na sala de aula e nas esferas sociais, como 
influenciadora de nossas vivências, experiências, inclusão e como fator fundamental 
de interação. 
Ao avançarmos a reflexão para o contexto inclusivo, a tecnologia toma novos 
contornos por permitir outras possibilidades e acesso irrestrito a todo tipo de 
informação e aprendizagem. 
Por sua vez, a escola no contexto inclusivo se traduz em um espaço de troca 
de diferentes aprendizagens e vivências, espaço esse que deveria desvincular-se do 
ensino tradicional por considerar/acompanhar as mudanças e os avanços sociais 
que as tecnologias propiciam muito rapidamente à comunidade acadêmica. 
Se pensarmos sobre o nosso cotidiano, veremos que a tecnologia está inserida 
basicamente em todas as tarefas que executamos, e nos tornamos cada vez mais 
dependentes pelas facilidades que ela nos proporciona. 
 
 
Inicialmente precisamos pensar que a tecnologia não se constitui de um 
recurso isolado, antes de mais nada, ela reflete algumas mudanças 
comportamentais, sociais, econômicas e culturais, pelas quais todos nós passamos, 
alunos, professores, instituições, família, etc. 
Um dos locais mais privilegiados por essas mudanças é a escola, que, ao ser 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
180 
 
 
 
assistida pelas tecnologias, principalmente a assistiva, abre possibilidades para que o 
estudante com deficiência se torne um sujeito completo, ativo e participante, 
responsável pela própria aprendizagem, tendo na tecnologia uma aliança para o 
seu processo de desenvolvimento, seja ele cognitivo ou motor. Isso chama-se 
acessibilidade. 
Se discutimos em diversas áreas do conhecimento a necessidade de 
fortalecimento da diversidade e de um contexto cada vez mais inclusivo, 
percebemos o quanto a tecnologia é fundamental para o enriquecimento de 
estratégias de aprendizagem, bem como um recurso potencializador da interação 
social, ou seja, o ensino tradicional e sua prática não “cabem” mais dentro da escola. 
Não se trata apenas de modernização ou da aquisição dos mais variados 
recursos tecnológicos, trata-se da busca do desenvolvimento humano. 
 
Figura 55: Interação social por meio da tecnologia 
 
Fonte: Inforchannel (2020) 
 
Ao pensamos na modernização, no avanço tecnológico e em equipamentos 
muito desenvolvidos, devemos refletir acerca do que antecede todo o processo de 
modernidade. Somos seres humanos e pensantes, o que nos difere dos animais. Assim, 
na tecnologia o movimento de busca por melhores condições ocorre desde os 
primórdios da civilização. 
Mas, como assim desde os primórdios da civilização? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
181 
 
 
 
Se somos seres pensantes, fomos, somos e ainda seremos capazes de criar 
recursos ou artefatos que venham solucionar nossos problemas do cotidiano, suprir as 
nossas necessidades físicas, biológicas como também nossa sobrevivência. 
Voltemos no tempo! Você se lembra de uma tecnologia muito antiga e que 
surgiu da necessidade do homem de se desenvolver e que marcou a história? A roda 
é um dos nossos maiores exemplos de criação e tecnologia. 
Essa ideia pode ser ilustrada por Monteiro Lobato, em História das invenções. 
 
 
 
O trecho do livro de Monteiro Lobato nos mostra o quanto a invenção da roda 
como tecnologia foi importante, e que a partir dela outras tecnologias foram se 
desenvolvendo com o objetivo de resolver problemas do cotidiano: transformar a 
natureza, modificar a história do homem, além de construir um processo de 
A natureza deu ao homem a Mão, que é uma perfeita maravilha. O cérebro deu à Mão 
a eficiência mecânica, que é mil vezes mais maravilhosa ainda. 
[...] 
A roda começou permitindo a multiplicação da força do pé. Sem aquele rolete que o 
fogo queimou não teríamos os Fordes e os aviões. 
- Que tem o avião com a roda? 
- Tem tudo. É movido por meio de uma hélice, que não passa de uma roda com pás de 
um certo jeito. Entre as várias filhas da roda está a hélice. Mas a roda não se generalizou 
nos tempos antigos como está generalizada hoje. Houve povos que a ignoravam. As 
populações primitivas da América, por exemplo, desconheceram-na completamente. 
Quando os primeiros colonizadores introduziram aqui os veículos de roda, o espanto dos 
índios foi grande. A roda, ou antes o veículo de rodas, exige uma superfície lisa em que 
possa rodar; isto é, exige boa estrada. Ora, isso de estrada boa é coisa que só existe em 
certos países, de maneira que ainda hoje em muitos pontos do mundo há menos veículos 
de roda do que veículos de quatro pés: o burro que leva carga ao lombo. 
[...] 
- E como veio o pé de ferro que corre: o trem? 
- Ah, isso foi interessante. Depois de descoberta a máquina a vapor, vários ingleses tiveram 
a ideia de fazer essa máquina puxar carros pesados nas estradas comuns. Montavam num 
ponto da estrada uma máquina a vapor fixa, para, por meio de enrolamento de uma 
corda, puxar carros. Era complicadíssimo e de pouco resultado nas distâncias grandes. A 
boa ideia então ocorreu a Stephenson: e se em vez de a máquina puxar os carros ela se 
puxasse a si mesma? Estuda que estuda, Stephenson resolveu o problema. Inventou a 
locomotiva, a máquina que se puxava a si própria. 
[...] 
Isso não era tudo. Para que tal máquina pudesse caminhar com rapidez, tornavam-se 
necessários caminhos ótimos, bem calçados, bem nivelados, sem lama no tempo de 
chuva. E não havia tal coisa. Como resolver o problema? Stephenson imaginou os trilhos, 
isto é, duas estradinhas paralelas feitas de ferro, de largura que bastasse para as rodas da 
sua locomotiva - e hoje o mundo inteiro está cortado de norte a sul e de leste a oeste por 
maravilhosas estradas de ferro, filhas da estradinha do grande inventor inglês (LOBATO, 
2014, p. 55) . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
182 
 
 
 
produção. 
Por meio da história percebemos como a tecnologia foi modificando a 
sociedade: o avião, a roda, a estrada, o trem, a máquina a vapor, a locomotiva, ruas 
calçadas, trilhos...A tecnologia faz parte da vida homem, e com o passar dos anos 
passou também a fazer parte da história da escola, das famílias e das pessoas com 
deficiência. 
As transformações por que passa essa sociedade produzem 
mudanças nos seus sistemas de produção, nas relações sociais e, por 
conseguinte, podem provocar conflitos e o surgimento de novos 
modelos culturais. Essas mudanças culturais muitas vezes representam 
as próprias adaptações dos indivíduos ao seu meio (MEDEIROS; 
VENTURA, 2007 , p. 273). 
A tecnologia segundo Laraia, (2001) desencadeia a adaptação e a 
ramificação de outras mudanças. Ela tornou e torna cada dia mais a vida da pessoa 
com deficiência viável e em condições de equidade, não apenas de igualdade. 
 
Figura 56: Diferença entre igualdade e equidade 
 
Fonte: Cunha (2020) 
 
Embora nossa sociedade tenha passado por mudanças significativas ao longo 
dos anos, como podemos perceber no trecho do texto de Monteiro Lobato, 
mudamos constantemente nossa forma de agir de viver em sociedade. 
Por outro lado, a tecnologia nas últimas décadas aliada aos movimentos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
183 
 
 
 
sociais e à legislação vem eliminando as barreiras físicas, possibilitando e facilitando 
a comunicação e o acesso à informação, ou seja, ela permite o tempo todo que nos 
adaptemos às transformações culturais (MEDEIROS; VENTURA, 2007 ). 
Moran (2000) avança a discussão propondo o conceito “sociedade 
interconectada”, porque segundo ele estamos passando por um novo processo de 
aprendizagem, estamos reaprendendo a nos comunicar, buscando uma relação 
entre ser humano e tecnologia, entre individual e coletivo. 
Podemos concluir que a tecnologia se relaciona com ao comportamento 
sociocultural, em que são concebidas ações e invenções para o desenvolvimento 
coletivo e bem-estar social. 
 
13.2 CONCEITUANDO A TECNOLOGIA 
Vamos agora conversar sobre o conceito de tecnologia. Essa palavra vem do 
grego technê, que significa um ofício, arte ou habilidade, e logos, estudo. Portanto, 
tecnologia representa o estudo acerca de uma habilidade. Como já dito 
anteriormente, a sociedade vem passando por mudanças significativas ao longo dos 
anos, e esse conceito pode ganhar outras definições. 
Se refletirmos sob a ótica do utilitarismo, a tecnologia pode ser pensada em 
uma perspectiva instrumental, contudo, atualmente ela se define para muito além 
da técnica e da visão utilitarista, pois, sabemos que além dos processos de 
desenvolvimento de instrumentos, ela abrange o campo dos estudos vinculados ao 
aspecto sociocultural. Bastos (1998, p. 92) define a tecnologia como: 
[...] a capacidade de perceber, compreender, criar, adaptar, 
organizar e produzir insumos, produtos e serviços. Em outros termos, a 
tecnologia transcende a dimensão puramente técnica, ao 
desenvolvimento experimental ou à pesquisa em laboratório; ela 
envolve dimensões de engenharia de produção, qualidade, 
gerência, marketing, assistência técnica, vendas, dentre outras, que a 
tornam um vetor fundamental de expressão da cultura das 
sociedades. 
Percebemos então que além do caráter técnico e descritivo, a tecnologia tem 
como função utilizar e aplicar os conhecimentos científicos produzidos, tornando-se 
uma ciência aplicada para a resolução de problemas. Poderíamos pensar em dividir 
a tecnologia da seguinte maneira: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
184 
 
 
 
Figura 57: Tecnologia e suas visões 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2020) 
 
Se a tecnologia se serve também dos estudos científicos, podemos considerar 
o fato de que ela está em constante transformação para que possa atender às 
demandas sociais, incluindo as demandas escolares. 
 
Figura 58: Cérebro eletrônico 
 
Fonte: Ribeiro e Nunes (2016) 
 
Podemos pensar que o que nos serve de tecnologia hoje pode não mais servir 
amanhã. Observe as imagens abaixo e tente buscar na memória outros tipos de 
tecnologia que sofreram transformações ao longo dos anos em função das 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
185 
 
 
 
demandas sociais e bem-estar coletivo. 
 
Figura 59: Modernidade: computador de anos atrás e o atual 
 
Fonte: Adaptado de Fiszman; Shoptime (2015; 2020) 
 
 
Sabemos que hoje é impossível viver em um contexto sem a interação 
tecnológica, que seja do computador, do celular, internet, etc. A tecnologia da 
informação e da comunicação nos rodeiam por onde quer que possamos ir, estão 
presentes em nosso cotidiano. 
E na escola essa presença não pode ser diferente. É inaceitável que 
professores e demais profissionais ligados à educação não concebam a tecnologia 
como parte integrante do seu dia-a-dia, bem como das estratégias de 
aprendizagem e espaços de atendimento educacional especializado. 
 
13.3 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: TICS 
Você sabe o que é ou já ouviu falar das Tecnologias da Informação e 
Comunicação, TICs? Para Felipe (2012, p. 20) elas podem ser consideradas: 
Conjunto de recursos tecnológicos, utilizados de forma integrada, com 
um objetivo comum; São utilizadas das mais diversas formas, na 
indústria (no processo de automação), no comércio (no 
gerenciamento, nas diversas formas de publicidade), no setor de 
investimentos (informação simultânea, comunicação imediata) e na 
educação (no processo de ensino aprendizagem). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
186 
 
 
 
A respeito disso, podemos compreender que as TICs estão ligadas à 
acessibilidade e ao acesso à informação para todas as pessoas, ou seja, elas abrem 
um leque de possibilidades. 
 
 
Contudo, as TICs não podem estar associadas à ideia de ensino tradicional, 
pois, esse tipo de ensino não permite pensar em possibilidades e estratégias 
diferenciadas que permitam o acesso à tecnologia, a informação, a 
democratização do ensino, a acessibilidade e principalmente a inclusão. 
Você saberia elencar alguns exemplos de TICs a serem usadas no meio 
educacional? Podemos iniciar a reflexão, pensando nas câmeras de vídeo. Elas são 
recursos acessíveis e podem ser utilizadas em sala de aula para melhorar o processo 
de ensino aprendizagem. Mas, você deve estar se perguntando como? Por meio de 
gravações de vídeos para os alunos ou realizado pelos alunos para produção ou 
explicação de conteúdo, divulgação e exploração de imagens, estudos posteriores 
às aulas, atividades em equipe entre outras. Para Moran (2007, p. 38) 
Televisão e vídeo são sensoriais, visuais, linguagem falada, linguagem 
musical, escrita. Linguagens que interagem superpostas, interligadas, 
somadas, não separadas. Daí sua força. Atingem-nos por todos os 
sentidos e de todas as maneiras. Televisão e vídeo nos seduzem, 
informam, entretém, projetam em outras realidades (no imaginário), 
em outros tempos e espaços. 
Além das tecnologias citadas pelo autor, podemos ainda elencar os tablets e 
celulares. Sabemos que algumas das queixas dos professores referem-se ao uso 
indiscriminado dessas TICs pelos alunos. Mas, porque não as transformar em aliadas 
para uma educação significativa? O celular é um recurso poderoso pedagógico que 
pode contribuir para o desenvolvimento das habilidades comunicativas dos alunos 
(RODRIGUES; RODRIGUES, 2012). 
Por outro lado, temos a internet e o computador, que juntos criam novos 
desafios, criam outras formas de aprendizagem que não são tradicionais, muito ao 
contrário, podem ser colaborativas e interativas. Para MORAN (1998, p. 128) 
https://url.gratis/cng1J
 
 
 
 
 
 
 
 
 
187 
 
 
 
A Internet é uma tecnologia que facilita a motivação dos alunos, pela 
novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece. 
Essa motivação aumenta se o professor a faz em um clima de 
confiança, de abertura, de cordialidade com os alunos. Mais que a 
tecnologia o que facilita o processo de ensino-aprendizagem é a 
capacidade de comunicação autêntica do professor, de estabelecer 
relações de confiança com os seus alunos, pelo equilíbrio,competência e simpatia com que atua. 
Além do que já foi exposto, sabemos que esses recursos podem ser bem 
utilizados podem contribuir para o processo de inclusão além de modificar a forma 
como nos relacionamos com o mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. (Q797162 )A sociedade vem passando por muitas mudanças, em grande medida 
provocadas e potencializadas pelo avanço das tecnologias da informação. Na 
escola, tais tecnologias também se fazem presentes. Sobre o uso das tecnologias 
da informação na escola, assinale a alternativa CORRETA. 
 
a) Armazenamento em nuvem é uma tecnologia que permite o armazenamento de 
 
 
 
Conheça o livro Tecnologia assistiva em educação especial 
e educação inclusiva eobserve como a tecnologia se tornou 
um recurso indispensável a ser utilizado na sala de aula e sala 
de recursos. 
 
 
https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/797162
https://tinyurl.com/y5u66ec7
 
 
 
 
 
 
 
 
 
188 
 
 
 
dados, tais quais planos de curso, planos de aula, sequências pedagógicas, textos 
de diversos gêneros, fotos, gravuras, dentre outros, num computador em sala de 
aula. Essa tecnologia garante que os dados estejam sempre 
disponíveis ao professor e aos alunos. 
b) Webquest, correio eletrônico, hipertexto e o uso de tablet garantem a efetiva 
aprendizagem em sala de aula. 
c) Reálias e Phillips 66 são exemplos de tecnologias da informação que podem ser 
utilizadas na escola. 
d) São denominados como “nativos digitais” a população nascida após os anos 
2010. 
e) Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação 
de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais 
(incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, 
produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na 
vida pessoal e coletiva é uma das competências da BNCC. 
 
2. (Q797094 ) 2- Enquanto 12,6 milhões de pessoas procuram emprego no país, 160 
mil postos de trabalho na área de tecnologia da informação não possuem 
profissionais para ocupá-los em 2019 [...]. O estudo mostra que 75% das empresas 
têm dificuldade para recrutar profissionais de TI. [...] ”temos tecnologias novas 
todos os dias. São poucos os candidatos que conseguem acompanhar esse 
movimento. [...] Mas a faculdade forma 30 pessoas por ano, e a gente tem uma 
única empresa com cem vagas por mês”, diz (a consultora sênior da empresa 
Michael Page). 
O TEMPO. Sobram vagas para desenvolvedores de software. 3 nov. 2019, p. 10. 
De acordo com o texto, há dificuldades por parte de empresas em contratar 
profissionais de Tecnologia da Informação (TI) porque 
a) as empresas exigem formação de nível superior em TI, e as faculdades, apegadas 
ao tradicionalismo pedagógico, não conseguem ampliar vagas para formação 
desses profissionais. 
b) o surgimento de tecnologias novas todos os dias é o fator que leva à rejeição das 
pessoas de ingressarem na área de TI, pois isso tende a demandar delas estudo 
constante. 
c) os profissionais de TI, por serem muito especializados, permanecem por longos 
https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/797094
 
 
 
 
 
 
 
 
 
189 
 
 
 
períodos em seus postos de trabalho, causando estagnação na área. 
d) um número sensível de vagas ofertadas na área de TI não encontra, entre pessoas 
que buscam emprego, profissionais habilitados para ocupá-las. 
e) as empresas não exigem formação de nível superior em TI, e as faculdades, 
apegadas ao tradicionalismo pedagógico, não conseguem ampliar vagas para 
formação desses profissionais. 
 
3. (Q799094 ) O programa do MEC para educação a distância, que visa 
proporcionar formação continuada para o uso pedagógico das diferentes 
tecnologias da informação e da comunicação é denominado: 
a) Mídias na Educação. 
b) Educação Pedagógica a distância. 
c) Internet na sala de aula. 
d) Universidade aberta do Brasil. 
e) O Computador em sala de aula. 
 
4. (Q783444 ) A respeito do acesso à informação e à comunicação da pessoa com 
deficiência, é correto afirmar que, segundo o Estatuto da Pessoa com Deficiência, 
a) telecentros comunitários que receberem recursos públicos federais para seu 
custeio ou sua instalação devem possuir equipamentos e instalações acessíveis, 
não se estendendo tal obrigação legal às lan houses. 
b) os fornecedores devem disponibilizar, mediante solicitação, exemplares de bulas, 
prospectos, textos ou qualquer outro tipo de material de divulgação em formato 
acessível. 
c) considera-se barreira atitudinal formato não acessível de arquivos digitais, ou seja, 
que não podem ser reconhecidos e acessados por softwares leitores de telas ou 
outras tecnologias assistivas. 
d) por expressa disposição legal, cabe à iniciativa privada incentivar a oferta de 
aparelhos de telefonia fixa e móvel com acessibilidade que permita a indicação 
e ampliação sonoras de todas as operações e funções disponíveis. 
e) é obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet mantidos por empresas com 
sede ou representação comercial no País ou no exterior ou por órgãos de 
governo, para uso da pessoa com deficiência. 
 
https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/799094
https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/783444
 
 
 
 
 
 
 
 
 
190 
 
 
 
5. (Q799853) Conforme a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva 
da Educação Inclusiva, a educação especial se organizou tradicionalmente 
como: 
a) Atendimento inconveniente particularizado substitutivo ao ensino aceitável, 
evidenciando diferentes compreensões, terminologias e modalidades que 
levaram à criação de instituições especializadas, escolas especiais e classes 
especiais. 
b) Atendimento grosseiro individualizado substitutivo ao ensino regular, 
evidenciando diferentes compreensões, terminologias e modalidades que 
levaram à criação de instituições especializadas, escolas especiais e classes 
especiais. 
c) Atendimento educacional especializado substitutivo ao ensino comum, 
evidenciando diferentes compreensões, terminologias e modalidades que 
levaram à criação de instituições especializadas, escolas especiais e classes 
especiais. 
d) Atendimento educativo inábil substitutivo ao ensino regular, evidenciando 
diferentes compreensões, terminologias e modalidades que levaram à criação de 
instituições especializadas, escolas especiais e classes especiais. 
e) Atendimento de ensino principiante substitutivo ao ensino superior, evidenciando 
diferentes compreensões, terminologias e modalidades que levaram à criação de 
instituições especializadas, escolas especiais e classes especiais. 
 
6. (Q7978170) A Educação Inclusiva aposta na escola como comunidade 
educativa, defendendo um ambiente de aprendizagem diferenciado e de 
qualidade para todos os alunos. É uma escola que reconhece as diferenças, 
desenvolve-se com essa diversidade, dando sentido e significado ao ensino. 
Nesse sentido, analise as afirmativas a seguir e marque V (verdadeiro) ou F 
(falso). 
 
( ) De acordo com a filosofia da escola inclusiva, todas as crianças devem ser 
educadas numa escola isenta de barreiras pedagógicas, de organização 
administrativa e de gestão de recursos. 
( )Perante um idealismo desejável que associa a inclusão, aos direitos humanos e 
à equidade social é dispensável que os docentes demonstrem atitudes inclusivas 
https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/799853
https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/797817
 
 
 
 
 
 
 
 
 
191 
 
 
 
nas suas práticas. 
( ) O princípio da inclusão apela para uma escola que tenha em atenção a 
criança-todo, não só a criança aluno. 
( )Deve preconizar o ajustamento de toda a comunidade educativa, adotando 
estratégias capazes de facilitar a aprendizagem a gruposde alunos, em que a 
inevitável diversidade é considerada como um fator de enriquecimento e um motor 
de desenvolvimento de toda a comunidade escolar. 
 
A sequência CORRETA é: 
a) V – F – V – V. 
b) F – V – F – V. 
c) V – F – V – F. 
d) F – V – F – F. 
e) V -V – V –V. 
 
7. (Q797158) O Plano Nacional de Educação (PNE) foi aprovado pela Lei nº 13.005, 
de 25 de junho de 2014. Sua vigência é de 10 anos e apresenta 20 metas, 
perspectivando a melhoria da educação no Brasil. 
 
I. Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais para 
93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e, até o final 
da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 70% 
(setenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional é uma das metas do PNE. 
II. Garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência deste PNE, política nacional 
de formação dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do 
caput do art. 61 da Lei nº 9.394/96, assegurado que todos os professores e as 
professoras da educação básica possuam formação específica de nível superior, 
obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam é a 
meta 15 do PNE. 
III. Assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da gestão 
democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e políticos 
de desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das 
escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto é meta 
https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/797158
 
 
 
 
 
 
 
 
 
192 
 
 
 
do PNE. 
IV. Garantir fontes de financiamento permanentes e sustentáveis para todos os níveis, 
etapas e modalidades da educação básica, observando-se as políticas de 
colaboração entre os entes federados, em especial as decorrentes do art. 60 do 
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e do§ 1o do art. 75 da Lei nº 9.394, 
de 20 de dezembro de 1996, que tratam da capacidade de atendimento e do 
esforço fiscal de cada ente federado, com vistas a atender suas demandas 
educacionais à luz do padrão de qualidade nacional é uma das estratégias da 
meta 20 do PNE. 
 
É CORRETO o que se afirma em: 
a) II e III. 
b) I, II e IV. 
c) II, III e IV. 
d) II e IV. 
e) I, II e III. 
 
8. (Q792341) Considere o seguinte período do texto: 
 
Embora tenha triplicado o número de professores com alguma formação em 
educação especial inclusiva, contam-se não muito mais que 100 mil deles no país. 
O sentido expresso pela oração destacada, na relação que estabelece com o 
restante do enunciado, também pode ser corretamente identificado no trecho 
destacado em: 
 
a) ... quando o país aderiu à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com 
Deficiência (...), era comum ouvir previsões negativas... 
b) Apesar das dificuldades óbvias, ela se tornou lei em 2015 e criou raízes no tecido 
social. 
c) Os empecilhos vão desde o acesso físico à escola, como o enfrentado por 
cadeirantes... 
d) Bastaram alguns anos de convívio em sala, entretanto, para minorar 
preconceitos... 
e) ... que não se confunde com incapacidade, como felizmente já vamos 
https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/792341
 
 
 
 
 
 
 
 
 
193 
 
 
 
aprendendo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
194 
 
 
 
TECNOLOGIA, EDUCAÇÃO E 
INCLUSÃO 
 
 
 
14.1 TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO 
Nesta unidade conversaremos sobre o quanto é necessário se desvincular dos 
padrões tradicionais já enraizados há décadas nas escolas para nos aliarmos à 
tecnologia como uma ferramenta, um recurso que faz parte do processo de 
aprendizagem. Iniciaremos nossa conversa com uma indagação: 
 
 
 
 
 
 
Sabemos que o ensino tem suas bases conceituais estruturadas no 
tradicionalismo, em uma educação bancária em que o professor é o protagonista 
do processo de ensino aprendizagem. Embora a educação infelizmente não 
acompanhe na mesma velocidade as transformações sociais, sabemos que as 
transformações educacionais hoje se referenciam como uma exigência. 
A padronização das salas de aula em muitas instituições já foi abolida. Existem 
espaços que já foram pensados para processos e atividades colaborativas. Inúmeras 
são as propostas de salas de aula invertidas. Temos uma nova proposta de escola e 
de aprendizagem ancoradas em um novo sujeito, singular, subjetivo e diverso. 
As novas teorias de sujeito nasceram em meio à crise da racionalidade, fim do 
século XIX e anunciaram novas bases para a compreensão desse sujeito agente no 
mundo, e que se tornou um grande desafio para educadores e atos educativos 
(SPRICIGO; OLIVEIRA; MARTINS, 2016). 
Não se trata mais de apenas ultrapassar as barreiras tradicionais de ensino, 
como também é chegado o momento de compreender quem é o sujeito que está 
na sala de aula, quais são as suas dificuldades, seus interesses e valores culturais além 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
195 
 
 
 
de ampliar os espaços de aprendizagem. Para Moran (2000, p. 58) a ampliação dos 
espaços de aprendizagem pode se dar pelos espaços virtuais 
Hoje entendemos por aula um espaço e um tempo determinados. Esse 
tempo e esse espaço serão cada vez mais flexíveis. O professor 
continua “dando aula” quando está disponível para receber e 
responder a mensagens dos alunos, quando cria uma lista de 
discussão e alimenta continuamente os alunos com textos, páginas da 
internet, fora do horário específico da sua aula. Há possibilidades 
cada vez mais acentuada de estarmos todos presentes em muitos 
tempos e espaços diferentes, quando tanto professores quanto alunos 
estão motivados e entendem a aula como pesquisa de intercâmbio, 
com os alunos sendo supervisionados, animados e incentivados pelo 
professor. 
O autor aponta também que não é suficiente termos o espaço da sala de aula 
e os equipamentos necessários, é preciso organização e gerenciamento das 
práticas, bem como, a reorganização dos ambientes. Avançando na reflexão, é 
importante pensar que se temos um contexto educacional diferenciado, é preciso 
refletir acerca do papel do professor em sala de aula. 
Trata-se de um profissional diferenciado, que não ocupa mais o lugar de 
detentor do saber, isso não quer dizer que ele perdeu importância, ao contrário, seu 
conhecimento atualmente deve ser utilizado para a mediação da aprendizagem, 
buscando conhecer e ampliar as experiências dos alunos, assim com a contribuição 
de cada um no processo. Percebemos que as mudanças aparecem também no 
perfil do aluno. 
Nesse contexto podemos pensar em uma aprendizagem ativa, numa relação 
entre aluno, professor e conhecimento. Estamos falando da superação da recepção 
passiva do aluno e da transferência apática por parte do professor. Não se trata mais 
de um aluno ouvinte e um docente falante, mas de uma prática em que o discente 
ouve, fala, pergunta, contesta e discute. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
196 
 
 
 
Figura 60: O aluno perguntador 
 
Fonte: Souza (2014) 
 
Saímos da passividade para um processo de análise que exige do aluno 
motivação e envolvimento para o desenvolvimento de tarefas mentais que 
envolvem análise, síntese e crítica. 
Educador e educando aprendem juntos, numa relação dinâmica na qual a 
prática orientada pela teoria, reorienta essa teoria num processo de constante 
aperfeiçoamento (GADOTTI, 2001). 
Se estamos falando de uma ação educativa envolvente, podemos pensar 
que as tecnologias são recursos didáticos utilizados pelos professores e que propiciam 
ao aluno não ser apenas um expectador da aula, mas um agente de sua própria 
aprendizagem: quanto mais recursos digitais, maior o envolvimento e aprendizagem 
duradoura, porquenão serão aprendidos conceitos, mas habilidades, atitudes e 
competências que fazem sentido no mundo real do aluno, e não mais no mundo do 
professor e da intrincada sala de aula (SPRICIGO; OLIVEIRA; MARTINS, 2016). 
Percebemos o quanto é importante rever os papéis na escola. As práticas 
pedagógicas precisam urgentemente serem reavaliadas; ao professor, cabe, estar 
em constante formação e buscar conhecimentos acerca das tecnologias, deixar o 
papel de transmissor e assumir uma postura de mediador. A escola precisa mudar, se 
tornar interessante! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
197 
 
 
 
 
Essas reflexões nos permitem compreender que a mudança de posturas de 
professor e aluno associadas ao uso da tecnologia, possibilita uma aprendizagem 
significativa. Por outro lado, não podemos deixar de pensar, que ela necessita ser 
proposta também no âmbito da inclusão, uma vez que a escola deve promover 
práticas inclusivas que privilegiem a acessibilidade e não práticas excludentes. 
 
14.2 TECNOLOGIAS ASSISTIVAS E INCLUSÃO 
A educação especial é considerada uma modalidade de ensino que durante 
um longo período de tempo foi vista sob uma perspectiva patológica e corretiva em 
que os alunos necessitavam se adaptar e se adequar aos padrões estabelecidos 
socialmente. Atualmente esse cenário foi completamente modificado, novas 
concepções foram estabelecidas em torno da educação especial, da inclusão e da 
pessoa com deficiência visando incluir e reconhecer e a cultura e privilegiar práticas 
inclusivas. 
 
 
Sabemos que a visão do sujeito/aluno se modificou ao longo dos anos, e que 
a pessoa com deficiência passou a ocupar um lugar na sociedade, da mesma forma 
que a sociedade passou a disponibilizar recursos que possibilitaram a igualdade de 
oportunidades. É possível então que a escola esteja distanciada da acessibilidade e 
da igualdade? 
Claro que não! A escola precisa se constituir de um espaço em que a 
https://www.youtube.com/watch?v=7a7JaNacWco
 
 
 
 
 
 
 
 
 
198 
 
 
 
aprendizagem e o desenvolvimento do aluno superem os paradigmas de 
padronização e da concepção anterior de sujeito. 
Nesse sentido as tecnologias assistivas ganham espaço e um papel de suma 
importância no contexto educacional, pois, oferecem outra visão sobre a limitação. 
Isso representa dizer que não importa se a deficiência é física ou biológica, o que 
importa é que os artefatos podem possibilitar o desenvolvimento, a aprendizagem e 
consequentemente a inclusão, independentemente da limitação. 
Os artefatos tecnológicos são ferramentas que possibilitam e promovem a 
inclusão, além de valorizar as potencialidades e habilidades das pessoas com 
deficiência. A tecnologia permitiu tornar possível o que antes era impossível para 
essas pessoas. 
Para Santos e Pequeno (2011, p. 79) “Na sociedade da informação, a 
acessibilidade ao conhecimento digital permite ao incluído digital maximizar o tempo 
e suas potencialidades”, além de garantir qualidade de vida e um lugar na 
sociedade. 
 
14.3 CONCEITOS E OBJETIVOS DA TECNOLOGIA ASSISTIVA 
A tecnologia assistiva (TA) além de garantir e promover a qualidade de vida, 
facilita a acessibilidade, promove aprendizagem, a interação social e o acesso da 
pessoa com deficiência à informação e comunicação. A tecnologia assistiva refere-
se a 
[...] toda e qualquer ferramenta, recurso ou estratégia e processo 
desenvolvido e utilizado com a finalidade de proporcionar maior 
independência e autonomia à pessoa com deficiência 
(ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA 
E A CULTURA , 2007, p. 29). 
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) define tecnologia 
assistiva como 
[...] tecnologias que reduzam ou eliminem as deficiências física, 
mental, visual e/ou auditiva ou as limitações decorrentes dessas a fim 
de colaborar para a inclusão social das pessoas portadoras de 
deficiência e dos idosos (BRASIL , 2005, p. 1). 
O Decreto n. 5.296 de 2 de dezembro de 2004 “[...] produtos, instrumentos e 
equipamentos ou tecnologias da pessoa portadora de deficiência ou com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
199 
 
 
 
mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia pessoal, total ou assistida” (BRASIL, 
2004). 
A tecnologia assitiva é “uma área multidisciplinar de conhecimento na qual se 
desenvolvem estudos, produtos e pesquisas, visando promover a qualidade de vida 
e a inclusão social (SANTAROSA, 2010, p. 290). 
 
Figura 61: Exemplos de produtos e serviços de tecnologia assistiva 
 
Fonte: Adaptado de Lopes; Ortoponto (2017; 2019) 
 
 
 
Por meio das imagens e dos vídeos, podemos perceber que a TA compreende 
desde uma bengala a um moderno e complexo sistema de prótese mecânica que 
proporciona às pessoas com deficiência qualidade de vida e inclusão social. 
 
 
https://bit.ly/2J3gmID
 
 
 
 
 
 
 
 
 
200 
 
 
 
 
 
Pensando nos vídeos que você assistiu podemos dizer que a: 
 
Figura 62: Necessidade e acesso 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2020) 
 
Nesse contexto podemos pensar que a tecnologia assistiva em um contexto 
educacional é igual ou diferente da tecnologia? Para responder a essa pergunta, 
entenda a diferença de acordo com Bersch, (2013, p. 12) 
A tecnologia educacional também é facilmente confundida com a 
Tecnologia Assistiva. Um aluno com deficiência física nos membros 
inferiores e que faz uso de cadeira de rodas, utilizará o computador 
com o mesmo objetivo que seus colegas: pesquisar na web, construir 
textos, tabular informações, organizar suas apresentações etc. O 
computador é para este aluno, como para seus colegas, uma 
ferramenta tecnológica aplicada no contexto educacional e, neste 
caso, não se trata de Tecnologia Assistiva. Qualquer aluno, tendo ou 
não deficiência ao utilizar um software educacional está se 
beneficiando da tecnologia para o aprendizado. Na escola o 
professor propõe novas ferramentas tecnológicas com objetivo de 
diversificar e qualificar o acesso ativo dos alunos às informações e 
também proporcionar a eles múltiplas formas de organizarem, 
expressarem e apresentarem os conhecimentos construídos. Quando 
então a tecnologia pode ser considerada Assistiva no contexto 
educacional? Quando ela é utilizada por um aluno com deficiência e 
tem por objetivo romper barreiras sensoriais, motoras ou cognitivas que 
limitam/impedem seu acesso às informações ou limitam/impedem o 
registro e expressão sobre os conhecimentos adquiridos por ele; 
 
https://bit.ly/3fsgk92
 
 
 
 
 
 
 
 
 
201 
 
 
 
quando favorecem seu acesso e participação ativa e autônoma em 
projetos pedagógicos; quando possibilitam a manipulação de objetos 
de estudos; quando percebemos que sem este recurso tecnológico a 
participação ativa do aluno no desafio de aprendizagem seria restrito 
ou inexistente. São exemplos de TA no contexto educacional os 
mouses diferenciados, teclados virtuais com varreduras e 
acionadores, softwares de comunicação alternativa, leitores de texto, 
textos ampliados, textos em Braille, textos com símbolos, mobiliário 
acessível, recursos de mobilidade pessoal etc. 
De acordo com Bersch, (2013) a tecnologia assistiva tem objetivos 
diferenciados da tecnologia fora do contexto educacional e seu objetivo é promover 
o desenvolvimento humano e oportunizar a aprendizagem por vias diferenciadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://bit.ly/3nQz05y
https://bit.ly/3l4X82A
 
 
 
 
 
 
 
 
 
202 
 
 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. (Q799853 ) Conforme a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva 
da Educação Inclusiva, a educação especial se organizou tradicionalmente 
como: 
a) Atendimento inconveniente particularizado substitutivo ao ensino aceitável, 
evidenciando diferentes compreensões, terminologias e modalidades que 
levaram à criação de instituições especializadas, escolas especiais e classes 
especiais. 
b) Atendimento grosseiro individualizadosubstitutivo ao ensino regular, 
evidenciando diferentes compreensões, terminologias e modalidades que 
levaram à criação de instituições especializadas, escolas especiais e classes 
especiais. 
c) Atendimento educacional especializado substitutivo ao ensino comum, 
evidenciando diferentes compreensões, terminologias e modalidades que 
levaram à criação de instituições especializadas, escolas especiais e classes 
especiais. 
d) Atendimento educativo inábil substitutivo ao ensino regular, evidenciando 
diferentes compreensões, terminologias e modalidades que levaram à criação de 
instituições especializadas, escolas especiais e classes especiais. 
e) Atendimento de ensino principiante substitutivo ao ensino superior, evidenciando 
diferentes compreensões, terminologias e modalidades que levaram à criação de 
instituições especializadas, escolas especiais e classes especiais. 
 
2. (Q797817) A Educação Inclusiva aposta na escola como comunidade educativa, 
defendendo um ambiente de aprendizagem diferenciado e de qualidade para 
todos os alunos. É uma escola que reconhece as diferenças, desenvolve-se com 
essa diversidade, dando sentido e significado ao ensino. Nesse sentido, analise as 
afirmativas a seguir e marque V (verdadeiro) ou F (falso). 
 
( )De acordo com a filosofia da escola inclusiva, todas as crianças devem ser 
educadas numa escola isenta de barreiras pedagógicas, de organização 
administrativa e de gestão de recursos. 
https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/799853
https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/797817
 
 
 
 
 
 
 
 
 
203 
 
 
 
( )Perante um idealismo desejável que associa a inclusão, aos direitos humanos e 
à equidade social é dispensável que os docentes demonstrem atitudes inclusivas 
nas suas práticas. 
( )O princípio da inclusão apela para uma escola que tenha em atenção a 
criança-todo, não só a criança aluno. 
( )Deve preconizar o ajustamento de toda a comunidade educativa, adotando 
estratégias capazes de facilitar a aprendizagem a grupos de alunos, em que a 
inevitável diversidade é considerada como um fator de enriquecimento e um motor 
de desenvolvimento de toda a comunidade escolar. 
 
A sequência CORRETA é: 
 
a) V – F – V – V. 
b) F – V – F – V. 
c) V – F – V – F. 
d) F – V – F – F. 
e) F -F – V – V. 
 
3. (Q799133) Antes, nós tínhamos a escola regular e a escola especial, 
separadamente. A educação inclusiva aparece para acabar com essa 
separação. Ela é a educação especial dentro da escola regular com o objetivo 
de permitir a convivência e a integração social dos alunos com deficiência 
favorecendo a diversidade. A educação inclusiva não é a mesma coisa que a 
educação especial. A educação especial é uma modalidade de ensino que tem 
a função de promover o desenvolvimento das habilidades das pessoas com 
deficiência, e que abrange todos os níveis do sistema de ensino, desde a 
educação infantil até a formação superior. Ela é responsável pelo atendimento 
especializado ao aluno e seu público-alvo são os alunos com algum tipo de 
deficiência (auditiva, visual, intelectual, física ou múltipla), com distúrbios de 
aprendizagem ou com altas habilidades (superdotados). 
 
A educação inclusiva é uma modalidade de ensino na qual o processo 
educativo deve ser considerado como um processo social, em que: 
a) o ensino a distância não pode ser utilizado como complementação da 
https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/799133
 
 
 
 
 
 
 
 
 
204 
 
 
 
aprendizagem. 
b) as comunidades indígenas e quilombolas não se encontram contempladas. 
c) todas as pessoas, com deficiência ou não, têm o direito à escolarização. 
d) é fundamental o fortalecimento dos vínculos com as famílias e demais redes de 
apoio. 
e) o ensino religioso faz parte integrante da formação básica em prol da cidadania. 
 
4. (Q712865 ) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, Lei, 9.394/96, 
dispõe de orientações para os sistemas de ensino para o atendimento aos 
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades ou superdotação. Quanto a formação de professores, o inciso III do 
art. 59 assegura: 
a) oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa 
etária de 0 (zero) a 6 (seis) anos, durante a educação infantil. 
b) O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços 
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, 
não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. 
c) Professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para 
atendimento especializado, bem como professores do ensino regular 
capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns. 
d) Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, 
para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. 
e) Nas instituições públicas de educação superior, o professor ficará obrigado ao 
mínimo de 8 (oito) horas semanais de aulas. 
 
5. (Q781082) Sobre o Decreto 5.626/05, Capítulo IV: do uso e da difusão da Libras e 
da Língua Portuguesa para o acesso das pessoas surdas à educação, analise as 
afirmativas a seguir. 
 
I. As instituições federais de ensino devem ofertar, obrigatoriamente, desde a 
educação infantil, o ensino da Libras e também da Língua Portuguesa, como 
segunda língua para alunos surdos. 
II. O processo de inclusão da Libras como disciplina curricular deve iniciar-se nos 
cursos de Educação Especial, Fonoaudiologia, Pedagogia e Letras, 
https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/712865
https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/781082
 
 
 
 
 
 
 
 
 
205 
 
 
 
ampliando-se progressivamente para as demais licenciaturas. 
III. As instituições federais de ensino devem apoiar, na comunidade escolar, o uso 
e a difusão de Libras entre professores, alunos, funcionários, direção da escola 
e familiares, inclusive por meio da oferta de cursos. 
 
Assinale 
a) se somente as alternativas I e II estiverem corretas. 
b) se somente as alternativas II e III estiverem corretas. 
c) se somente as alternativas I e III estiverem corretas. 
d) se somente a alternativa III estiver correta. 
e) se todas as alternativas estiverem corretas. 
 
6. (Q781018) A respeito da perspectiva bilíngue utilizada para melhorar a 
acessibilidade e promover educação inclusiva de qualidade, assinale a 
alternativa incorreta. 
a) A presença do tradutor/intérprete em todas as aulas promove acesso aos 
conteúdos e facilita o contato com o professor ouvinte. 
b) Um dos recursos indispensáveis para a educação bilíngue são as tecnologias 
assistivas, tais como jogos didáticos e/ou softwares em língua de sinais. 
c) O currículo do ensino infantil para crianças surdas deve incluir o ensino 
oral/auditivo para garantir a eficácia do ensino-aprendizagem em língua de 
sinais. 
d) O ensino de língua portuguesa é priorizado a partir do momento que o surdo não 
consegue aprender a língua de sinais. 
e) Outro método a ser pensado no bilinguismo é o SignWriting, escrita de sinais., que 
pode auxiliar o surdo também no aprendizado de palavras e/ou frases de forma 
visual e espacial. 
 
7. (Q648334) Para a garantia do direito à educação básica e, especificamente, à 
educação profissional, preconizado no inciso IV, alínea a, do artigo 3º da Lei nº 
12.764/2012, os sistemas de ensino devem efetuar a matrícula dos estudantes com 
Transtorno do Espectro Autista nas classes comuns de ensino regular, assegurando 
o acesso à escolarização, bem como ofertar os serviços da Educação Especial, 
dentre os quais: o Atendimento Educacional Especializado e o(a): 
https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/781018
https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/64833417 
 
 
 
normalidade. A seguir, observe como o autor retratava a cegueira: pessoas 
sujeitadas à condição da cegueira como algo incapacitante. 
 
 
 
Figura 3: La parabole des aveugles 
 
Fonte: Schilling (2016) 
 
Apesar do passar dos anos essas pessoas passaram a ser reconhecidas por 
meio do assistencialismo e da institucionalização, a sociedade pela primeira vez na 
história passou a “enxergar” as pessoas com deficiência. Por outro lado, a chegada 
da Revolução Francesa retira da Igreja o absolutismo do seu poder e as ciências 
naturais e a medicina ganharam impulso. A medicina por meio de observação e 
pesquisas passa a investigar o ser humano, ressaltando que a deficiência não está 
relacionada com causas espirituais, mas com os aspectos orgânicos. 
Outro fator que merece destaque na história é a industrialização: a ordem era 
produzir em larga escala, por outro lado, a produção não estava associada à 
deficiência, o importante seria que todos produzissem, deficientes ou não. A 
burguesia então, começa a perceber que pessoas com deficiência eram capazes 
de produzir. A exemplo disso, os trabalhadores com deficiência sensorial eram 
rapidamente integrados ao processo produtivo. 
Nesse cenário, os cegos e surdos têm preferência no mercado de trabalho em 
função da adaptação e da força produtiva. Uma vez no mercado de trabalho os 
surdos e cegos precisavam desenvolver as atividades laborais a fim de garantir o 
https://bit.ly/2Kqnrnh
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
 
próprio sustento. Ressalta-se que o mercado produtivo não absorveu os homens 
incapazes, loucos, idiotas e deficientes mentais como eram chamados naquela 
época (BUENO, 1993). 
Na verdade, essas pessoas representavam uma ameaça social por não serem 
capazes de produzir dadas as condições incapacitantes decorrentes da deficiência. 
Para a burguesia dominante esses homens retiravam da sociedade a riqueza, o 
trabalho e o capital por não trabalharem. 
Pensar na força produtiva que poderia fazer o país crescer, a sociedade 
precisou pensar um pouco mais nas pessoas com deficiência. A partir do século XIV 
foram criados centros filantrópicos e assistenciais para treinar as pessoas com 
deficiência para trabalharem em indústrias. Entende-se, portanto, que a deficiência 
começa a ser tratada não do ponto de vista individual, mas, coletivo e talvez até 
inclusivo de certa forma. 
A partir da Convenção de Guatemala que tratou de igualar os direitos das 
pessoas com deficiências e as liberdades fundamentais, o direito da pessoa com 
deficiência foi reconhecido no Brasil. Isso quer dizer que desde a Convenção de 
Guatemala que ficou proibido qualquer tipo de discriminação, exclusão, 
impedimento ou diferenciação das atividades no meio social. 
 
1.4 A história do deficiente visual 
Conforme já foi dito anteriormente a deficiência visual é tão antiga quanto as 
demais deficiências na história. Contudo, se buscarmos na literatura não 
encontraremos registros que nos permitam conhecer como os cegos viviam no 
passado, o que encontraremos podem ser especulações. Os deficientes no período 
da Antiguidade eram considerados incapazes e dependentes, sendo maltratados e 
excluídos do convívio social, ou, em alguns casos, não muito raros eram eliminados 
(MOSQUERA, 2010). 
Na Grécia apregoava-se um padrão de beleza, força e perfeição, pois, esse 
povo dedicava-se desde ao nascer à guerra. O padrão de beleza e a necessidade 
de um exército forte consistia na justificativa para a eliminação das crianças que 
nasciam cegas. Ou seja, sua condenação ou ascensão social estavam 
condicionadas à sua visão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
 
Assim, podemos supor que qualidades como a domesticação de 
animais, o preparo de comidas especiais, a arte rupestre, a colheita, 
a construção de sua própria moradia, a proteção aos mais novos e 
aos mais velhos, a poesia, a música, os poderes sobrenaturais, a cura, 
entre outras, devem ter sido a máxima para os deficientes poderem se 
manter vivos e admirados. Se uma dessa qualidades fosse 
demonstrada [...] seria uma das formas usadas por esses deficientes 
para convencer a família que deveria ser eliminado (MOSQUERA, 
2010, p. 17). 
A sobrevivência das pessoas cegas no passado era rara, pois elas não 
atendiam às necessidades sociais nem aos padrões de beleza e força, além de não 
apresentarem nenhuma condição física para a própria sobrevivência. Os que 
conseguiam sobreviver viviam da ajuda de algumas pessoas em troca de pequenos 
trabalhos enquanto pudessem ser úteis. 
Quando chegamos na história dos deficientes visuais em Roma, percebemos 
que o cenário é basicamente o mesmo. Cabia ao pai eliminar um filho que nascesse 
deficiente visual, com o respaldo das Leis das Doze Tábuas. Sendo assim, poucos 
sobreviviam. Essa prática era muito comum, e aqueles que por algum motivo 
conseguiam sobreviver tornavam-se escravos e prostitutas (FRANCO; DIAS, 2005). 
Por outro lado, raras eram as pessoas com deficiência visual que conseguiam 
sobressair, no entanto, as que conseguiam tal feito, algumas tornavam-se poetas, 
teólogos, filósofos, músicos e eram admiradas pela sociedade (FRANCO; DIAS, 2005). 
O Egito ficou conhecido na história como o país dos cegos. Concebia-se a 
ideia de que devido às condições climáticas e a poeira poderia ser encontrado 
algum tipo de tratamento para essas pessoas, ou seja, os conhecimentos sobre a 
medicina já existiam naquela época (FRANCO; DIAS, 2005). 
Já as sociedades orientais percebiam a deficiência visual de forma diferente: 
Na China, a cegueira era comum entre os moradores do deserto. A 
música era uma alternativa para se ganhar a vida e para isto, os cegos 
precisavam exercitar o ouvido e a memória. Os japoneses, desde os 
tempos mais remotos, desenvolveram uma atitude mais positiva com 
relação às necessidades das pessoas cegas, enfatizando a 
independência e a autoajuda. Além da música, poesia e religião, o 
trabalho com massagem foi encorajado. Muitos cegos se 
transformaram em contadores de história e historiadores, gravando na 
memória os anais do império, os feitos dos grandes homens e das 
famílias tradicionais, sendo encarregados de contar isto para outras 
pessoas, perpetuando, assim, a tradição (MOTTA, 2008, p.25 ). 
Na Idade Média com o advento do Cristianismo e a concepção de que as 
pessoas com deficiência era filhos de Deus e mereciam ser cuidadas, acolhidas e 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
protegidas, disseminou-se socialmente sentimentos de caridade e compaixão. É 
nesse contexto que surgem os asilos tutelados pela Igreja, com o objetivo de proteger 
e acolher os deficientes visuais. Contudo, esse acolhimento e proteção estavam 
diretamente vinculados à exclusão social, pois, essas pessoas ficavam escondidas nas 
instituições (FRANCO; DIAS, 2005). 
Já nos séculos XV e XVI, período do Renascimento Cultural e abandono dos 
dogmas religiosos, a filosofia e anatomia ganham espaço e a ciência começa a 
perceber a deficiência visual como uma patologia. A partir desse período iniciam-se 
as preocupações voltadas para a educação dessas pessoas. 
Toda essa nossa conversava teve como objetivo resgatar alguns pontos 
históricos da história da deficiência para nos recordarmos o quanto 
desrespeitosamente e desumanamente elas foram tratadas, tanto pela família 
quanto pela sociedade. Na próxima unidade conversaremos sobre a história da 
deficiência visual/cegueira no Brasil, e os impactos dessa deficiência na vida social 
dessas pessoas. 
 
 
 
 
https://bit.ly/3ausFZR
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
 
Busque na biblioteca virtual o livro “Deficiência visual 
na educação inclusiva” e descubra como as escolas 
têm procurado trabalhar de forma inclusiva. 
O livro propõe alternativas e estratégias de 
ensino aprendizagem. 
 
https://bit.ly/3paTMxg206 
 
 
 
a) profissional especialista. 
b) material de apoio. 
c) profissional de tecnologia. 
d) sala de reforço. 
e) profissional de apoio. 
 
8. Segundo o documento intitulado Política Nacional de Educação Especial na 
perspectiva da educação inclusiva, o Instituto dos Surdos Mudos foi uma das 
primeiras instituições criadas no Brasil para atender pessoas com deficiências. 
Hoje, esse Instituto é chamado de: 
a) Escola Brasileira de Surdos – EBS. 
b) Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE. 
c) Organização pela Educação Especializada – OEE. 
d) Instituto Nacional da Educação dos Surdos – INES. 
e) Sociedade Pestalozzi. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
207 
 
 
 
DESENHO UNIVERSAL DA 
APRENDIZAGEM 
 
 
 
15.1 DESENHO UNIVERSAL DA APRENDIZAGEM E A TECNOLOGIA ASSISTIVA 
Nesta unidade conversaremos sobre o desenho Universal da Aprendizagem 
sua concepção objetivo e aplicação em sala de aula. 
Nos últimos anos, foram observadas mudanças que modificaram as práticas 
escolares, saímos de ações excludentes, segregativas e integração, para práticas 
de inclusão baseadas na diversidade. Nesse sentido, a tecnologia educacional tem 
andado de mãos dadas com mudanças de percepção e ação diante das 
necessidades especiais e educacionais (NEE). 
A consciência social e os dispositivos legais tem promovido de forma crescente 
a inclusão das pessoas com deficiência, por isso a necessidade de pesquisas e 
soluções tecnológicas que possam auxiliar o processo de inclusão, permitindo a essas 
pessoas o acesso à sociedade e a escola de forma digna. 
Muito se pesquisou e ainda são realizados diversos estudos sobre Tecnologia 
Assistida (TA), sua função e objetivos educacionais e não educacionais. A TA tem 
desempenhado um papel muito importante, pois, por meio dela são criados 
aplicativos, recursos, dispositivos, etc que possibilitam acesso/adaptação aos alunos 
que apresentam dificuldades na aprendizagem, comunicação, locomoção, 
interação entre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
208 
 
 
 
Figura 63: Exemplo TA 
 
Fonte: Sieves (2020) 
 
Muito já foi feito e desenvolvido para que o mundo se torne acessível para as 
pessoas com deficiência. Além disso a lei 13.146/2015 (BRASIL, 2015) instituiu desenho 
universal como a concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem 
usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto 
específico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva. 
De acordo com Galvão (2009)o desenho universal transforma as práticas 
excludentes em inlusivas, em que o sujeito passa a ter direito sobre suas ações e 
constrói sua autonomia e cidadania, por meio da equidade em oportunidades. 
O DUA surge como uma metodologia que visa atender às diferentes 
necessidades dos estudantes com a ajuda da tecnologia, possibilitando resultados 
positivos na aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
209 
 
 
 
 
 
Para Galvão Filho (2009)o DUA propõe metodologias, estratégias alternativas 
e eficazes que respondem às necessidades dos estudantes. Neste cenário é possível 
a construção de uma cultura de aprendizagem com base na diversidade das 
pessoas envolvidas, motivando os alunos a aprender e demonstrar o conhecimento 
apreendido. 
O DUA apresenta os progressos realizados pela tecnologia e mídia 
digital, interligando várias formas de representação, expressão e 
motivação e afetamentos positivos nos alunos, pois oferece 
diversidade na aprendizagem flexibilidade e ajustes necessários. Este 
é um dos aspectos mais relevantes do DUA em relação ao papel da 
TA (GALVÃO FILHO, 2009, p. 46). 
 
Ainda segundo o autor devemos pensar o DUA pelas seguintes perspectivas: 
 
 Diversidade, como sendo algo que é do social. Ensinar na diversidade requer 
que os professores promovam um clima de aprendizado em sala de aula e 
planejem atividades que permitam que todas as crianças se sintam seguras, 
respeitadas e valorizadas pelo que elas têm a contribuir. É nesse contexto 
educacional, que TA e DUA se tornam ferramentas que desempenham um 
papel importante no desenvolvimento integral de diversos alunos. 
 Tecnologia educacional e diversidade, destaca-se o papel positivo 
desempenhado pelas ferramentas tecnológicas para atender às 
necessidades dos alunos. Existem várias razões que justificam o uso de da TA: 
possibilitar ao aluno a superação de déficits e difculdades de aprendizagem 
e a comunicação do sujeito com seu ambiente. 
 Tecnologia assistiva, realiza adaptações para pessoas com deficiências 
https://bit.ly/2UV8s6r
 
 
 
 
 
 
 
 
 
210 
 
 
 
sensoriais, cognitivas e físicas através de software, dispositivos, recursos etc. 
 Desenho Universal para Aprendizagem, como o planejamento de materiais e 
atividades para tornar o currículo igualmente acessível. É um conceito que 
reúne várias perspectivas que têm impacto sobre a realidade educacional. 
 
O autor ainda complementa que a TA terá sempre um papel fundamental na 
educação do aluno com deficiência. Explicando! Crianças com restrição na 
locomoção muitas vezes necessitam de cadeiras de rodas adequadamente 
projetadas, interruptores adaptados, rampas, banheiros adaptados, barras, etc. O 
DUA não eliminará a necessidade de um dispositivo de assistência pessoal, sua 
função está voltada para a aprendizagem. Mas, um complementa o outro! 
 
 
Observe nas charges como a professora poderia ter utilizado a tecnologia 
como estratégia e aprendizagem, nas tarefas de casa e processos de avaliação. 
 
Figura 64: Tecnologia e aprendizagem 
 
 
 
 
https://bit.ly/370oi5w
 
 
 
 
 
 
 
 
 
211 
 
 
 
15.2 PRINCÍPIOS ORIENTADORES DO DESENHO UNIVERSAL DA APRENDIZAGEM 
Tradicionalmente, nas diferentes salas de aula das escolas, encontramos livros, 
materiais difíceis de modificar e ser adaptados às necessidades dos alunos em geral, 
especialmente aqueles com diversidade funcional. 
Por meio da tecnologia, os materiais de aprendizagem podem ser 
instantaneamente transformados em formatos mais apropriados para cada aluno 
individualmente. A tecnologia aplicada à educação e a tecnologia assistiva, 
somadas aos princípios do DUA, permitem uma personalização mais fácil e eficiente 
do currículo dos alunos, reduzindo barreiras. 
Assim, é preciso pensar nas adaptações de forma particular, singular e única, 
ou seja, no sujeito que aprende, e em que ritmo e condições ele aprende. Associado 
a isso, qual será a atividade ou estratégia, como isso pode ser pensado no currículo 
escolar, considerando que ele também precisará de adaptações. 
Avançando! Se o aluno for cego, na disciplina de matemática é preciso 
considerar que o material concreto a ser adaptado, poderá também ser usado pelos 
colegas videntes, essa adaptação beneficiará a todos da classe. Isso é inclusão para 
todos. 
Segundo Zerbato e Mendes (2018) o DUA fundamenta-se em pesquisas 
científicas acerca da aprendizagem e assinalam que: 
 
I. Aspectos emocionais e biológicos interferem na aprendizagem, ou seja, sono, 
alimentação e emoções são fatores que precisam ser considerados e 
respeitados no proceso de aprendizagem, afinal,não se aprende com fome, 
com sono ou estando triste e deprimido; 
II. As experiências de aprendizagem precisam ser significativas, elas precisam 
representar algo para o sujeito, para que se transformem em aprendizagem e 
não em processo de memorização; 
III. As emoções podem motivar e desmotivar a aprender, criar, elaborar analisar 
e conhecer; 
IV. Ambiente e aprendizagem estão relacionados. Aqui destaca-se a relação 
entre os contextos de aprendizagem e a transferência da mesma para outros 
espaços; 
V. Singularidade é tudo. Cada um tem um tempo, estímulo e ritmo de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
212 
 
 
 
aprendizagem; 
VI. Ameaças não contribuem paraa aprendizagem , a contribuição vem do 
desafio, desestabilização e estabilização do conhecimento. 
 
A seguir detalharemos na figura 10, os princípios do DUA, com base em redes 
afetivas, redes de conhecimento e redes de estratégia. 
 
Figura 65: Princípios orientadores do desenho universal para a aprendizagem 
 
Fonte: Zerbato e Mendes (2018, p. 151) 
 
Vamos compreender o quadro por meio de um exemplo! Pense em duas 
crianças na sala de aula ouvindo uma história ao mesmo tempo. Um deles pode estar 
encantado com as palavras, com as imagens criadas na mente, atento a atividade, 
ansioso por mais. O segundo pode estar cansado, a história para ele não tem sentido, 
está completamente desinteressado, pensando em outra coisa para ocupar o 
tempo. 
A forma como eles ouvem a história é diferente, escutam e refletem utilizando 
suas redes afetivas. Então, qual seria o papel do professor diante de uma situação 
dessa? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
213 
 
 
 
Ele deve tentar auxiliar o aluno a se conectar com a história de fora que ela se 
torne para ele significativa e acessível (ROSE & MEYER, 2016). 
Os avanços tecnológicos e as ciências da aprendizagem têm promovido o 
Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) consequentemente a adaptação do 
currículo escolar possibilitando o acesso a aprendizagem. 
 
 
 
Entende-se que para apresentar, ilustrar e reforçar um novo conteúdo podem 
ser utlizados diversos recursos de tecnologia assistiva (vídeos, podcasts, 
apresentações em PowerPoint, ebooks, etc) lembrando que cada aluno aprenderá 
de uma forma e que o DUA poderá auxiliar o professor a personalizar o material a ser 
utilizado bem como o recurso. A tecnologia digital oferece formas para o enfrentar 
os desafios ao personalizar a aprendizagem. 
Para Zerbato e Mendes (2018)o engajamento do aluno na atividade é possível 
a partir de estratégias que: 
 
I. Ofereçam ajuste no desafio; 
II. Oportunizem a interação nos mais variados contextos de aprendizagem; 
III. Proporcionem incentivos e recompensas no processo de aprendizagem. 
 
 
 
A tecnologia assitiva é uma grande aliada do DUA como forma de melhoria e 
aprimoramento das oportunidades educacionais, a partir de um currículo adaptado 
e não homogeinizador para todos os alunos, mas, sobretudo, os que apresentam 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
214 
 
 
 
necessidades educativas especiais possam vencer os desafios se conectando de 
forma personalizada com o conteúdo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://bit.ly/3kVsQiA
https://bit.ly/2J91dFL
 
 
 
 
 
 
 
 
 
215 
 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. Antes, nós tínhamos a escola regular e a escola especial, separadamente. A 
educação inclusiva aparece para acabar com essa separação. Ela é a 
educação especial dentro da escola regular com o objetivo de permitir a 
convivência e a integração social dos alunos com deficiência favorecendo a 
diversidade. A educação inclusiva não é a mesma coisa que a educação 
especial. A educação especial é uma modalidade de ensino que tem a função 
de promover o desenvolvimento das habilidades das pessoas com deficiência, e 
que abrange todos os níveis do sistema de ensino, desde a educação infantil até 
a formação superior. Ela é responsável pelo atendimento especializado ao aluno 
e seu público-alvo são os alunos com algum tipo de deficiência (auditiva, visual, 
intelectual, física ou múltipla), com distúrbios de aprendizagem ou com altas 
habilidades (superdotados). 
 
A educação inclusiva é uma modalidade de ensino na qual o processo educativo 
deve ser considerado como um processo social, em que: 
a) o ensino a distância não pode ser utilizado como complementação da 
aprendizagem. 
b) as comunidades indígenas e quilombolas não se encontram contempladas. 
c) todas as pessoas, com deficiência ou não, têm o direito à escolarização. 
d) é fundamental o fortalecimento dos vínculos com as famílias e demais redes de 
apoio. 
e) o ensino religioso faz parte integrante da formação básica em prol da cidadania. 
 
2. De acordo com a Lei de diretrizes e bases da educação nacional – Lei nº 
9394/1996, os sistemas de ensino devem assegurar para os educandos com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, e altas habilidades ou 
superdotação, as seguintes condições de aprendizagem: 
 
I. Currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, 
para atender às suas necessidades. 
II. Terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível 
exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
216 
 
 
 
deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa 
escolar para os superdotados. 
III. Professores sem especialização adequada em nível médio ou superior, para 
atendimento especializado, bem como professores do ensino regular sem 
qualificação especifica para docência desses educandos nas classes 
comuns. 
IV. Educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida 
em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem 
capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com 
os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma 
habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora. 
 
Qual (is) alternativa (s) que apresenta (m) a (s) afirmativa (s) CORRETA (S)? 
a) I, apenas. 
b) I, II e VI. 
c) I, III e VI. 
d) I e III. 
e) I e II. 
 
3. (Q779393) Analise as assertivas abaixo: 
 
I. De acordo com a Constituição Federal do Brasil de 1988, as atividades de 
pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento à inovação realizadas por 
universidades e/ou por instituições de educação profissional e tecnológica 
poderão receber apoio financeiro do Poder Público. 
II. O plano nacional de educação (PNE), previsto na Lei de Diretrizes e Bases, tem 
duração quinquenal com o objetivo de articular o sistema nacional de 
educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas 
executadas por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes 
esferas federativas que conduzam a erradicação do analfabetismo, 
universalização do atendimento educacional especializado, melhoria da 
qualidade do ensino, formação para o trabalho, promoção humanística, 
científica e tecnológica do País e o estabelecimento de meta de aplicação 
de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto. 
https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/779393
 
 
 
 
 
 
 
 
 
217 
 
 
 
III. Uma das metas do PNE é elevar a taxa de alfabetização da população com 
15 (quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos 
por cento) até 2015 e, até o final da vigência do plano, erradicar o 
analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de 
analfabetismo funcional. 
IV. Outra meta do PNE é oferecer, no mínimo, 10% (dez por cento) das matrículas 
de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, 
preferencialmente na formaIntegrada à educação profissional no turno 
noturno. 
V. De acordo com a Lei nº 12.711/2012, as instituições federais de educação 
superior vinculadas ao Ministério da Educação reservarão, em cada concurso 
seletivo para ingresso nos cursos de graduação, por curso e turno, no mínimo 
25% (vinte e cinco por cento) de suas vagas para estudantes que tenham 
cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Metade dessas 
vagas serão preenchidas, por curso e turno, por autodeclarados pretos, 
pardos e indígenas e por pessoas com deficiência, nos termos da legislação, 
em proporção ao total de vagas no mínimo igual à proporção respectiva de 
pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência na população da 
unidade da Federação onde está instalada a instituição, segundo o último 
censo do IBGE. 
 
Assinale a alternativa que apresentaa opção CORRETA: 
a) Todas as assertivas são verdadeiras. 
b) Apenas as assertivas I e V são verdadeiras. 
c) As assertivas I, IV e V são verdadeiras. 
d) As assertivas II, IV e V são falsas. 
e) Todas as assertivas são falsas. 
 
4. (Q781681) A Matemática inclusiva, de acordo com a Política Nacional de 
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva considera que a 
educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e pedagógica, 
desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos, 
aprendendo e participando. 
 
https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/781681
 
 
 
 
 
 
 
 
 
218 
 
 
 
Nesse sentido, o Atendimento Educativo Especializado (AEE), previsto na referida 
política, tem como uma de suas características 
 
a) a escolarização da pessoa com necessidades educacionais especiais na 
educação básica, com prioridade. 
b) o atendimento preferencial em escolas especiais. 
c) o atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar 
e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras 
para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades 
específicas. 
d) as crianças com necessidades educativas especiais sejam incluídas apenas em 
institutos de atendimentos especiais. 
e) o Atendimento Educativo Especializado seja ofertado somente em escolas 
específicas para crianças com deficiências 
 
5. (Q798751 ) Analise os itens a seguir. 
 
I. Atendimento educacional especializado, realizado no mesmo turno da classe 
comum, em substituição à escolarização que se processa na sala de aula. 
II. Transversalidade da educação especial desde a Educação Infantil até a 
Educação Superior. 
III. Acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos, nos 
transportes, na comunicação e informação. 
IV. Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino quando 
amparada em diagnósticos emitidos após avaliações médicas e aplicação de 
testes psicométricos. 
 
São garantias previstas pela Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva 
da Educação Inclusiva 
a) I e III, apenas. 
b) II e III, apenas. 
c) II e IV, apenas 
d) I, II e IV, apenas. 
e) I, IV, apenas. 
 
https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/798751
 
 
 
 
 
 
 
 
 
219 
 
 
 
6. De acordo com a Lei n° 13.146/2015 no que tange ao direito à educação, analise 
as afirmativas a seguir buscando identificar quais delas representam 
incumbências que o poder público deve assegurar, criar, desenvolver, 
implementar, incentivar, acompanhar e avaliar. 
 
I. Aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de 
acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta de 
serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam 
a inclusão plena. 
II. Oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade 
escrita da Língua Portuguesa como segunda língua, no projeto pedagógico do 
atendimento educacional especializado. 
III. Acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de condições, a jogos e a 
atividades recreativas, esportivas e de lazer, no sistema escolar. IV. Adoção de 
medidas de apoio que favoreçam o desenvolvimento dos aspectos linguísticos, 
culturais, vocacionais e profissionais, levando-se em conta o talento, a 
criatividade, as habilidades e os interesses do estudante com deficiência. 
 
Assinale 
a) se somente as alternativas I e II estiverem corretas. 
b) se somente as alternativas I, II e III estiverem corretas. 
c) se somente as alternativas I e IV estiverem corretas. 
d) se somente as alternativas I, III e IV estiverem corretas. 
e) se somente as alternativas III e IV estiverem corretas. 
 
7. Sobre os recursos para a aprendizagem de alunos com surdocegueira e 
deficiências múltiplas, relacione a segunda coluna de acordo com a primeira 
 
(1) Objetos de referência. 
(2) objetos de referência das atividades. 
(3) caixas de antecipação. 
(4) Calendários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
220 
 
 
 
( ) São objetos que têm significados especiais, os quais têm a função de substituir a 
palavra e, assim, podem representar pessoas, objetos, lugares, atividades ou 
conceitos associados a eles. 
( ) Instrumentos úteis no desenvolvimento da comunicação, no ensino de conceitos 
temporais abstratos e na ampliação do vocabulário, 
( ) Devem ser utilizadas com crianças que ainda não têm nenhum sistema formal 
de comunicação. 
( ) Permitem conhecer os primeiros objetos de referência que anteciparão as 
atividades e o conhecimento das primeiras palavras. Representam e antecipam as 
atividades do dia 
 
a) 1, 4, 3, 2. 
b) 1, 2, 3, 4. 
c) 3, 4, 2, 1. 
d) 1, 2, 4, 3. 
e) 4, 3, 2, 1. 
 
8. Sobre o atendimento educacional especializado de estudantes com deficiência 
intelectual, assinale a alternativa correta: 
a) O atendimento educacional especializado voltado para estudantes com 
deficiência intelectual caracteriza-se pela realização de ações específicas sobre 
seu comportamento. 
b) O professor especialista deve propor atividades que contribuam para a 
aprendizagem de conceitos em um ritmo mais lento do que aquele trabalhado 
em sala de aula regular. 
c) Para desenvolver o atendimento educacional especializado, basta que o 
professor conheça as especifidades cognitivas de seu estudante. 
d) Para potencializar o desenvolvimento e a aprendizagem do aluno com 
deficiência intelectual, o professor deverá usar recursos tecnológicos e didáticos 
adequados ao grau de deficiência intelectual dos estudantes, segundo laudo 
médico. 
e) A gestão dos processos de aprendizagem consiste na organização de situações 
de aprendizagem nos diferentes espaços acadêmicos, como salas de recurso 
multifuncional e sala de aula regular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
221 
 
 
 
ESPAÇO ESCOLAR E O USO DAS 
TECNOLOGIAS ASSISTIVAS 
 
 
 
16.1 PROFESSOR, TECNOLOGIA ASSISTIVA E ESTRATÉGIAS 
Nessa unidade conversaremos sobre o espaço escolar e o uso das tecnologias 
assistivas e as estratégias didáticas que podem ser utilizadas para aumentar o 
desempenho do aluno com deficiência. 
Segundo Galvão (2012) no espaço escolar a tecnologia assistiva promove a 
participação do aluno e a execução das atividades respeitando as diferenças e a 
diversidade, desde que esteja alinhada com os objetivos educacionais e os 
resulatados de aprendizagem. 
Como já discutimos na unidade anterior, cada aluno é único e tem um tempo 
para aprender, ou seja, as formas de aprendizagem são variadas e se apresentam 
para o professor como um grande desafio: estar atento as mais variadas formas de 
aprendizagem, aos objetivos educacionais e aos resultados de aprendizagem. Logo, 
não é possível iniciar um ano letivo sem pensar a longo do prazo em um Plano de 
Desenvolvimento Individudal (PDI), pois, o alinhamento de resultados de 
aprendizagem e objetivos educacionais para o aluno com deficiência passam por 
ele. 
Nesse sentido, é preciso repensar o espaço escolar, as práticas escolares, 
sobretudo a utilização das tecnologias assistivas. Para Santarosa (2010, p. 349) 
Tempo e espaço são categorias que devem ser estruturadas para 
possibilitar uma ruptura com a concepção de que todos os alunos 
devem, ao mesmo tempo e no mesmo espaço, realizar todas as ações 
projetadas para atingir os objetivos elencados na construção de 
estratégia pedagógica. 
Assim podemos ir além das estratégias pedagógicas que estão no âmbito 
macro do contexto escolar e pensarmos nas estratégias didáticas, que compõe o 
âmbito micro, ou seja, a sala de aula em si. 
As estratégias pedagógicas são as ações e processos realizados com o 
objetivo de que o aluno alcance uma aprendizagem significativa, isso nos faz lembrar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
222 
 
 
 
do Desenho Universal para a Aprendizagem(DUA). 
Lembrando que não podemos pensar a aprendizagem associada a 
tecnologia no seu aspecto mais tradicional, mas, na tecnologia aplicada à 
educação. Isso porque a tecnologia “pura” não apresenta recursos didáticos 
pensados para a educação, principalmente no que concerne à aprendizadem de 
pessoas com deficiência. 
À medida que a tecnologia aplicada à educação adentrou as salas de aula, 
as estratégias pedagógicas foram sendo modificadas, construídas e reconstruídas, a 
fim de atender à demanda de cada aluno. Nesse sentido, cabe então considerar 
alguns pontos importantes: 
 
 Conhecer e valorizar as potencialidades de cada aluno; 
 Respeitar os tempos de aprendizagem; 
 O Projeto Político Pedagógico precisa contemplar a tecnologia asssitiva; 
 O aluno é o protagonista e o docente o mediador do processo de 
aprendizagem; 
 As metodologias ativas conferem à aprendizagem a sua personalização. 
 
Pensar a inclusão em uma perspectiva em que a tecnologia seja uma aliada, 
requer uma mudança não apenas do olhar acerca do ensino e sua estrutura, mas 
mudança também nos conceitos, no reconhecimento da diferença, na necessidade 
de um envolvimento real, considerando os aspectos culturais e sociais em que o 
aluno está inserido e em como a tecnologia assistiva o auxiliará. 
 
 
 
Sendo assim o professor deve oferecer desafios e alternativas de trabalho aos 
seus alunos, com o objetivo de ajudá-los a construir e posicionar-se de forma crítica, 
ativa e criativa sobre o conteúdo. O trabalho pode ser melhorado se a tecnologia 
assistiva estiver presente, os vídeos acima demonstram claramente essa ideia. 
https://bit.ly/33dJAM0
https://bit.ly/39dEhQg
 
 
 
 
 
 
 
 
 
223 
 
 
 
Contudo, Galvão (2012) levanta alguns outros pontos merecem destaque 
quando pensamos em aprendizagem, para não incorrermos no erro de acreditar que 
a tecnologia assistiva seria a solução de todos os desafios da escola: 
 
 É essencial que o professor compreenda como o corpo e a mente da criança 
funcionam, como ela progride socialmente e emocionalmente, a fim de 
entender como ela aprende; 
 A família representa a maior parte do ambiente da criança, é onde ela recebe 
ou não o acolhimento, apoio psicológico e é inserida pelos pais socialmente. 
Diante do exposto, é de suma importância que o professor conheça a família 
e que ela de alguma forma faça parte da comunidade escolar, porque ela é 
parte do processo de aprendizagem; 
 O ambiente escolar também afeta o desenvolvimento da criança, seja ela 
com deficiência ou não. É interessante refletirmos sobre que tipo de ambiente 
a escola constrói para receber o aluno. Quais são os estímulos? Quais são os 
reforçadores positivos e negativos? O que a escola espera que esse aluno 
aprenda? Qual é a relação da escola com a família? 
 A escola, ao fornecer experiências de grupo, expande a consciência social e 
contribui para o desenvolvimento de atitudes e valores sociais, bem como 
para a compreensão acerca da diferença e da diversidade; 
 A criança é muito curiosa, é necessário que a escola/professor aproveitem 
essa curiosidade para personalizar a aprendizagem. 
 
Podemos ilustrar o que foi discutido e elucidado por Galvão (2012) por meio 
da tirinha abaixo, observe como as crianças são curiosas e fazem relação do que é 
ensinado com o que elas sabem e como compreendem o mundo, ou seja não existe 
personalização do ensino, apenas uma prática homogeinizadora da aprendizagem, 
com base em um currículo inflexível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
224 
 
 
 
Figura 66: Aprendizagem não significativa 
 
Fonte: Oliveira (2010) 
 
 
 
Em se tratando das atividades lúdicas, elas exigem a participação ativa dos 
estudantes em um movimento permanente de ação e reflexão. As aulas devem ser 
ativas, onde os alunos entendam o mundo tecnológico através de sua própria 
experiência, com uma intervenção de ensino que facilita e orienta o processo de 
aprendizagem que está ocorrendo e com o uso de material didático apropriado às 
circunstâncias. 
 
Figura 67: Aprendizagem e tecnologia assistiva 
 
Fonte: RHEMA (2019) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
225 
 
 
 
 
Os trabalhos individuais ou coletivos, devidamente pensados, organizados e 
orientados pelo professor, associados a tecnologia assitiva necessária favorecem a 
troca de ideias, a discussão, a reelaboração de juízos, a análise de situações, a busca 
de soluções para problemas, a aprendizagem como um todo, desde processo 
mentais mais elaborados até os menos elaborados. 
Se um dos desafios está no interesse em torno do qual a aprendizagem é 
organizada, é aconselhável propor o que está mais próximo da realidade do aluno, 
ou, que seja, aquilo que é mais significativo para ele. 
Em relação aos métodos de ensino, eles não podem ser pensados antes do 
currículo. Como já conversamos anteriormente, o currículo antes de mais nada, 
necessita ser flexível pensado para um aluno com deficiêcia e que contemple a 
diversidade. 
Quando realizamos questionamentos acerca das formas de aprendizagem, a 
respeito das nossas práticas e não nos prendemos às limitações do aluno, podemos 
produzir novos saberes, novas práticas e possibilitar ao aluno que ele aprenda, 
sempre dentro de suas possibilidades. Por isso é tão importante pensar no currículo. 
Como visto na imagem anterior e no vídeo, os recursos e equipamentos de 
tecnologia assistiva podem auxiliar muito o aluno com deficiência, mas, é importante 
que os profissionais do Atendimento Educacional Especializado (AEE) conheçam e 
saibam utilizar esses recursos bem como os materiais que são disponibilizados nas 
salas de recursos, pensando na aprendizagem. 
Quando falamos em Atendimento Educacional especilizado (AEE), você já 
deve ter percebido até aqui a necessidade de parceria entre a escola, o aluno, a 
família e até mesmo na necessidade de formação continuada do professor, para 
atuar com um público tão diverso. 
 
https://bit.ly/3o5T3Nx
https://bit.ly/2UW1U7A
 
 
 
 
 
 
 
 
 
226 
 
 
 
A responsabilidade sobre o aluno com deficiência deve ser de todos, não 
apenas do professor da sala de recursos, afinal a escola é de todos e para todos. 
Assim pensamos essa responsabiidade para além da sala de aula, ou da sala de 
recursos, a organização dos espaços e a efetivação coerente dos serviços oferecidos 
pela instituição de ensino. 
 
16.2 ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO E AS TECNOLOGIAS 
ASSISTIVAS 
Sabemos que a Declaração Mundial de Educação para Todos (Unesco,1990) 
e a Declaração de Salamanca Educação (Unesco,1990) estão entre os principais 
documentos que norteiam a educação inclusiva. Neles podemos encontrar respaldo 
legal e destaque para o uso das tecnologias, como recuros indispensáveis a serem 
utilizados em sala de aula. 
Todos os instrumentos disponíveis e os canais de informação, 
comunicação e ação social podem contribuir na transmissão de 
conhecimentos essenciais, bem como na informação e educação 
dos indivíduos quanto a questões sociais. Além dos instrumentos 5 
tradicionais, as bibliotecas, a televisão, o rádio e outros meios de 
comunicação de massa podem ser mobilizados em todo o seu 
potencial. a fim de satisfazer as necessidades de educação básica 
para todos. Estes componentes devem constituir um sistema integrado 
- complementar, interativo e de padrões comparáveis - e deve 
contribuir para criar e desenvolver possibilidades de aprendizagem 
por toda a vida (UNESCO, 1994). 
Tecnologia apropriada e viável deveria ser usada quando necessário 
para aprimorar a taxa de sucesso no currículo da escola e para ajudar 
na comunicação, mobilidade e aprendizagem (UNESCO, 1994). 
A tecnologia assistiva ganhou um espaço que foi imposto dentro da escola e 
nas salas de aulas, e podemos encontrá-la referenciada em outros documentos: 
 
 LDB n. 9.394, de 1996: 
A educação especialdeverá assegurar “aos educandos com deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação: I - 
currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para 
atender às suas necessidades” (BRASIL, 1996, p. 9). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
227 
 
 
 
 Plano Nacional de Educação - Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014: 
Define como estratégia “desenvolver tecnologias pedagógicas que 
combinem, de maneira articulada, a organização do tempo e das atividades 
didáticas entre a escola e o ambiente comunitário, considerando as especificidades 
da educação especial” (BRASIL, 2014, p. 52). 
 
 Decreto n. 7.611, de 17 de novembro de 2011: 
Trata devidamente do atendimento educacional especializado , com ênfse 
na garantia de serviços “serviços de apoio especializado voltado a eliminar as 
barreiras que possam obstruir o processo de escolarização de estudantes com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou 
superdotação” (BRASIL, 2011, p. 1). 
 
 Base Nacional Comum Curricular: 
Reconhece “o compromisso com os alunos com deficiência, reconhecendo a 
necessidade de práticas pedagógicas inclusivas e de diferenciação curricular.” 
(BRASIL , 2018, p. 16). 
 
 Lei n.13.146 de 06 de julho de 2015: 
Estabelece que “é garantido à pessoa com deficiência acesso a produtos, 
recursos, estratégias, práticas, processos, métodos e serviços de tecnologia assistiva 
que maximizem sua autonomia, mobilidade pessoal e qualidade de vida.” (BRASIL, 
2015, p. 5). 
Percebemos que ao longo da história a legislação apesar se sua bases 
ideológicas, primou pela garantia dos direitos da pessoa com deficiência, o grande 
desafio para as instituições escolares é fazer valer a legislação dentro de seus 
espaços, desde a formação continuada de professores, acessibilidade de materiais 
didátticos e estrutural e demais necessidades educacionais dos alunos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
228 
 
 
 
 
 
16.3 COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA 
Você sabe o que é comunicação alternativa? Esse termo foi traduzido do 
inglês Augmentative and Alternative Communication – AAC. Já no Brasil o temo é 
utilizado resumidamente “Comunicação Alternativa (CA)” ou “Comunicação 
Ampliada Alternativa (CAA)” e ainda “Comunicação Suplementar e Alternativa 
(CAA)” (SARTORETTO; BERSCH, 2020). 
Ela corresponde a uma área da tecnologia assistiva que tem como objetivo 
ampliar as habilidades de comunicação das pessoas com deficiência. A 
comunicação alternativa (CA) está voltda para as pessoas sem fala ou escrita 
funcional, ou aquelas que apresentam defasagem ente a comunicação e a 
habilidade de falar e/ou escrever. 
A CA pode ou não associar-se às ferramentas da tecnologia assistiva, pois ela 
valoriza o sujeito a partir de outros formatos de comunicação que não seja a fala: 
gestos, sons, expressões faciais e corporais que podem também ser usados para 
expressar seus desejos, necessidades opiniões, posicionamentos por pequenas 
expressões: não, sim, ok, tchau, quero, sinto dor, quero, etc, apontando para algo, 
bem como outras situações que fazem parte do dia-a-dia (SARTORETTO; BERSCH, 
2020). 
Sua função é ampliar as formas de comunicação, compreensão e expressão, 
que podem ser organizadas por meio de pranchas e cartões de comunicação, 
https://bit.ly/2HvpKEa
 
 
 
 
 
 
 
 
 
229 
 
 
 
pranchas alfabéticas, vocalizadores e até mesmo o computador, através de 
softwares adequados e específicos tornando-se uma ferramenta de voz e 
comunicação. 
Outro ponto a ser destacado é que os recursos de comunicação, assim como 
a aprendizagem precisam ser construídos e personalizados, considerando as 
especificidades dos usuários a fim de atendê-lo da melhor forma possível. Segue 
imagens da personalização dos recursos de comunicação. 
 
Figura 68: Cartões de comunicação com símbolos gráficos representativos 
 
Fonte: Sartoreto e Bersch (2020) 
 
Os cartões de comunicação são símbolos gráficos que representam 
mensagens. Os cartões são organizados por categorias de símbolos diferenciadas por 
cor nas molduras: 
 
 Rosa, representa expressões sociais e cumprimentos; 
 Amarelo, representa os sujeitos, as pessoas; 
 Verde, representa os verbos; 
 Laranja, representa os substantivos; 
 Azuis, são os adjetivos; 
 Branco, representa os símbolos variados que não se enquadram em nenhuma 
categoria. 
 
 
 
 
 
Figura 69: Prancha de comunicação com símbolos, fotos ou figuras 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
230 
 
 
 
 
Fonte: Sartoreto e Bersch (2020) 
 
Na prancha de comunicação com símbolos, em cada página encontramos 
símbolos diferentes. 
 
Figura 70: Pasta de comunicação 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Sartoreto e Bersch (2020) 
 
 Esta prancha de comunicação contém letras do alfabeto e números. 
Podemos concluir que as pranchas podem ser personalizadas de acordo com 
deficiência, e a necessidade de aprendizagem de cada aluno. 
Existem diferentes sistemas simbólicos, sendo os mais importantes: PCS, 
Blissymbols, Rebus, PIC e Picsyms (SARTORETTO; BERSCH, 2020). 
 
16.4 COMPREENDENDO O PCS 
O PCS é um dos sistemas simbólicos usados em todo o mundo PCS – Picture 
Communication Symbols. Ele foi criado em 1980 pela fonoaudióloga Roxanna Mayer 
Johnson. O sistema dela possui mais de 11.500 símbolos. Já no Brasil o PCS possui 
desenhos de fácil reconhecimento, simples e adequados para qualquer criança e 
idade, muito utilizados para atividades na escola. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
231 
 
 
 
O sistema de símbolos PCS está disponível no Brasil por meio dos 
softwares Boardmaker e Boardmaker com Speaking Dynamically Pro (SARTORETTO; 
BERSCH, 2020). 
 
Figura 71: Prancha com símbolos PCS 
 
Fonte: Sartoreto e Bersch (2020) 
 
Essa prancha de comunicação contém 18 símbolos. Ao ser utilizada, a criança 
pode escolher os alimentos e as bebidas. Observe que os símbolos são organizados 
por cores, como na prancha da figura 17. 
 
16.5 BOARDMAKER E O SPEAKING DYNAMICALLY 
O Boardmaker significa “produtor de pranchas” no contexto da comunicação 
alternativa. É um programa de computador desenvolvido para criar pranchas de 
comunicação alternativa “utilizando os Símbolos PCS e várias ferramentas que 
permitem a construção de recursos de comunicação personalizados”. É de fácil 
utilização e muito intuitivo possibilitando criar pranchas simples e complexas 
rapidamente. 
É um programa muito utilizado para a confecção de materiais educacionais, 
personalizando a aprendizagem de cada aluno. Além disso, ele pode se associar ao 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
232 
 
 
 
programa Speaking Dynamically Pro (SDP) que significa “falar dinamicamente”. A 
função desse programa é dar vida as pranchas criadas no Boardmaker. Este 
programa merece outro ponto de destaque que se refere a acessibilidade, a seleção 
das teclas e mensagens que podem acontecer por acionadores. 
Você sabe o que são acionadores? São recursos que possibilitam/promovem 
a acessibilidade quando o aluno utiliza o computador ou em atividades não 
relacionadas com a informática. Sua função é produzir um clique no computador, 
que interpretará como um comando dado pela criança. Ele é importante na 
comunicação alternativa. Você pode encontrar acionadores de vários modelos, 
cores e formatos, de tração. Funciona como puxar um cadarço, ao puxar ele 
possibilita um clique. 
Observe alguns exemplos de atividades que foram personalizadas pelo 
Boardmaker. 
 
Figura 72: Acionadores 
 
Fonte: Sartoreto e Bersch (2020) 
 
Observe alguns exemplos de atividades que foram personalizadas pelo 
Boardmaker. 
Figura 73: Prancha com símbolos PCS de animais 
 
Fonte: Sartoreto e Bersch (2020) 
 Figura 74: Prancha com símbolos PCS de vegetais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
233 
 
 
 
 
Fonte: Sartoreto e Bersch (2020) 
 
Figura 75: Prancha com símbolos PCS três reinos da natureza 
 
Fonte:Sartoreto e Bersch (2020) 
 
Figura 76: Atividade matemática construída com o Boardmaker 
 
Fonte: Sartoreto e Bersch (2020) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
234 
 
 
 
Figura 77: Poesia digitada utilizando o recurso “Simbolar” do Boardmaker
 
Fonte: Sartoreto e Bersch (2020) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
235 
 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. Conforme a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação 
Inclusiva, a educação especial se organizou tradicionalmente como: 
a) Atendimento inconveniente particularizado substitutivo ao ensino aceitável, 
evidenciando diferentes compreensões, terminologias e modalidades que 
levaram à criação de instituições especializadas, escolas especiais e classes 
especiais. 
b) Atendimento grosseiro individualizado substitutivo ao ensino regular, 
evidenciando diferentes compreensões, terminologias e modalidades que 
levaram à criação de instituições especializadas, escolas especiais e classes 
especiais. 
c) Atendimento educacional especializado substitutivo ao ensino comum, 
evidenciando diferentes compreensões, terminologias e modalidades que 
levaram à criação de instituições especializadas, escolas especiais e classes 
especiais. 
d) Atendimento educativo inábil substitutivo ao ensino regular, evidenciando 
diferentes compreensões, terminologias e modalidades que levaram à criação de 
instituições especializadas, escolas especiais e classes especiais. 
e) Atendimento de ensino principiante substitutivo ao ensino superior, evidenciando 
diferentes compreensões, terminologias e modalidades que levaram à criação de 
instituições especializadas, escolas especiais e classes especiais. 
 
2. O Decreto nº 5.840 de 2006 estabeleceu o Programa Nacional de Integração da 
Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) 
para todo o país. Como decorrência desse Decreto, determinou-se que o PROEJA 
tem por função 
a) formar adolescentes e adultos jovens nos cursos de supletivo de Ensino Médio não 
envolvendo o Ensino Fundamental e nem preparação para o mercado de 
trabalho. 
b) atender somente adolescentes ou adultos jovens repetentes no ensino médio 
regular encaminhando-os para o ensino noturno e profissionalizando-os para o 
mercado. 
c) universalizar a formação profissional para o trabalho envolvendo adultos jovens 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
236 
 
 
 
com trajetórias escolares descontínuas e não outras faixas etárias de alunos. 
d) incluir jovens de classes populares no Ensino Médio empoderando-os para 
alcançar o Ensino Superior e oferecendo para isso um estudo propedêutico. 
e) fortalecer o currículo de jovens e adultos no Ensino Médio oferecendo em caráter 
integrado os cursos técnicos voltados para a formação profissional. 
 
3. Com base nos PCNs, uma professora exibiu para seus estudantes o filme “Pode 
me chamar de Nadí” (2009), de Deo Cardoso. O cine-debate problematizou as 
experiências de crianças e adolescentes que sofrem cotidianamente as 
consequências dos estigmas sociais. 
A partir das orientações da proposta curricular nacional e dos objetivos do 
planejamento, é correto afirmar que: 
a) a direção e equipe pedagógica da escola têm como tarefa mudar o currículo 
oficial e enfrentar os conflitos relacionados com as formas de degenerescência 
da identidade dos estudantes matriculados na instituição. 
b) o currículo em ação é o espaço no qual professores e alunos atuam, o que faz 
com que todos sejam responsáveis pela sua dinamização observando demandas 
que envolvem diferenças de classe, gênero e raciais. 
c) uma educação de qualidade requer eficiência para a manutenção da grade 
curricular já estabelecida, dispensando mudanças na hierarquia curricular, na 
cultura da escola e nos processos educativos definidos pela gestão. 
d) a mediação didática realizada pelos professores reflete habilidade necessária 
com os temas legitimados ao longo da história e que sempre foram referência 
tendo prioridade quando se trata das culturas dos estudantes. 
e) o conhecimento histórico cristalizado tem características próprias e essas o 
distinguem de outras formas de conhecimento curricular, ainda que sejam 
articulados a elementos midiáticos. 
 
4. Sobre os aspectos relacionados ao uso das tecnologias da informação e 
comunicação (TICs) na prática pedagógica e a qualidade para o processo 
ensino-aprendizagem, podemos afirmar que 
a) o docente necessita ter consciência que é a tecnologia o meio e a ferramenta 
do fazer pedagógico, porque as TICs são o mais importante centro da ação. 
b) as atividades educacionais com apoio tecnológico diminuem o tempo de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
237 
 
 
 
planejamento do trabalho do professor e requerem menor capacidade de 
criação, já que muitos programas trazem tudo pronto para ser usado em sala. 
c) a formação docente em nada precisa ser alterada, pois as tecnologias são 
instrumentos coadjuvantes à prática docente (tanto tecnicamente, quanto 
pedagogicamente) e perceba quando integrá-las a sua prática pedagógica. 
d) o emprego das tecnologias da informação e comunicação não impõe 
mudanças nos métodos de trabalho dos professores, gera apenas modificações 
no funcionamento das instituições e no sistema educativo. 
e) um melhor desempenho educacional não acontecesse com o uso de melhores 
instrumentos de ensino, é necessário um professor “bem formado” que os utilize. 
 
5. Existem diferentes abordagens teóricas para a compreensão dos processos de 
seleção e legitimação de propostas curriculares, conforme o quadro abaixo 
indica: 
 
 
a) I - teorias instrucionais; II - teorias sociais; III - teorias diferencialistas. 
b) I - teorias tradicionais; II - teorias críticas; III - teorias pós-críticas. 
c) I - teorias pedagógicas; II - teorias sociológicas; III - teorias culturalistas. 
d) I - teorias críticas; II - teorias pós-críticas; III - teorias sócio-críticas. 
e) I - abordagem didática; II - abordagem global; III - abordagem integral. 
 
6. Para José Carlos Libâneo (2012), “professores e alunos são sujeitos envolvidos 
numa relação social que se materializa na sala de aula, mas também na 
dinâmica das relações internas que ocorrem na escola, em suas práticas 
organizativas e institucionais”. Ao considerarmos tais aportes, o projeto político-
pedagógico se conforma com a participação de 
a) coordenação pedagógica, corpo docente, diretores e funcionários de apoio. 
b) pais de alunos, representantes de turma, professores e equipe técnico-
pedagógica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
238 
 
 
 
c) coordenadoria de ensino, diretores, professores e coordenadores pedagógicos. 
d) equipe pedagógica, direção, corpo docente e discente, conselho escolar e 
funcionários. 
e) representantes do Conselho Municipal de Educação, Chefes das regionais e 
direção local. 
 
7. A tirinha acima da Mafalda, criada por Quino, nos remete à noção de como as 
crianças pensam o tempo. Piaget escreveu sobre a noção de tempo nas crianças 
tentando entender como ela ocorre e afirmando que tal noção é 
 
 
a) inata e independente, já que cada ser humano nasce com uma capacidade 
neuronal e intelectiva determinada. 
b) hereditária e natural, porque a herança genética é algo inerente à carga 
biológica da natureza do indivíduo. 
c) histórica e adquirida, porque desenvolve-se gradualmente à medida que o 
indivíduo entra na escola. 
d) aprendida e construída, pois vai se ampliando pelas vivências sociais e pessoais 
do indivíduo. 
e) inata e humana, pois não concebemos nenhum indivíduo sem ela quer na escola 
ou fora dela. 
 
8. A Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº 9.394/ 96) tem como princípios e fins da Educação 
nacional um dos aspectos apresentados abaixo. Assinale-o. 
a) Apresenta um processo formativo abrangente envolvendo família, convivência 
humana, trabalho, instituições de ensino e pesquisa, além da influência dos 
movimentos sociais,organizações da sociedade civil e manifestações culturais. 
b) Compreende a Educação e seu processo de formação como livre, democrática 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
239 
 
 
 
e para todos em todo o território nacional apresentando uma unicidade de vozes 
de atores sociais e contextos históricos locais e nacionais. 
c) Oferece educação infantil com o objetivo de acompanhamento educacional e 
registro de desenvolvimento cognitivo das crianças para determinar a promoção 
das mesmas para o acesso ao ensino fundamental. 
d) Regula o processo formativo permanente das crianças e adolescentes através 
exclusivamente da família, vinculando-o não só ao mundo familiar como também 
às práticas sociais comunitárias de empoderamento identitário. 
e) Garante o ensino gratuito e obrigatório para crianças e adolescentes em ensino 
regular, não estabelecendo diretrizes para aqueles indivíduos que apresentam 
defasagem entre ano escolar e faixa etária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
240 
 
 
 
INCLUSÃO E ENSINO SUPERIOR 
 
 
 
17.1 INCLUSÃO ASSISTIVA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR 
O Ministério da Educação afirma que o conceito de educação inclusiva gira 
em torno de cinco características, inter-relacionados e articuladas conceitualmente 
sob uma abordagem baseada nos direitos ", que tem como núcleo o respeito e a 
promoção da diversidade e do multiculturalismo com equidade, qualidade e 
participação em sistemas educativos": a diversidade que se refere ao 
reconhecimento da identidade e especificidade de cada aluno; equidade sob o 
entendimento de que o sistema educacional deve ser capaz de se adaptar à 
diversidade, gerando acessibilidade e dando aos estudantes as mesmas 
possibilidades em sua heterogeneidade. 
A participação, destacando a importância da educação na 
construção de uma "cidadania democrática"; interculturalismo 
desenvolveu como a "capacidade transformadora das instituições de 
ensino superior em seus próprios sistemas de ensino, a fim de garantir a 
todas as pessoas o direito à educação de qualidade" e, finalmente, a 
qualidade do ensino superior, que procura responder as necessidades 
das comunidades relacionando-as ao desenvolvimento integral das 
pessoas (SILVA, 2012, p. 67). 
 
Apesar das conquistas legislativas, ainda há uma necessidade de fortalecer as 
políticas educacionais que favoreçam a reivindicação do direito à educação das 
pessoas com deficiência no ensino. 
Os resultados das pesquisas mostram dificuldades de acesso à educação para 
pessoas com deficiência, no ensino superior não é muito diferente. Na tentativa de 
levar a inclusão e a acessibilidade para o ensino superior muito se tem feito, 
principalmente no que diz respeito às barreiras de aprendizagem e em relação ao 
desenho universal. Por conseguinte é importante rever os currículos, a práticas 
universitárias, as formas de aprendizagem, os processos avaliativos etc. 
Como vimos anteriormente a educação é direito de todos e a lei 13.146/2015 
estabelece 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
241 
 
 
 
Art. 1º 
É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência 
(Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a 
promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das 
liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua 
inclusão social e cidadania. 
Art. 4º 
Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de 
oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma 
espécie de discriminação”. 
Art. 27 
XIII - acesso à educação superior e à educação profissional e 
tecnológica em igualdade de oportunidades e condições com as 
demais pessoas; 
XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível superior e 
de educação profissional técnica e tecnológica, de temas 
relacionados à pessoa com deficiência nos respectivos campos de 
conhecimento; 
Art. 30 
I – Art. 30 Atendimento preferencial à pessoa com deficiência nas 
dependências das Instituições de Ensino Superior (IES) e nos serviços; 
(BRASIL, 2015). 
 
Estes artigos entre outros nos levam a crer que a pessoa com deficiência tem 
legalmente reconhecido o direito à igualdade e à não discriminação por razões de 
origem, sexo, idioma, religião, opinião, ou mesmo condições físicas ou de saúde. A 
igualdade de oportunidades é uma premissa básica para alcançar a participação 
de pessoas com deficiência no âmbito social e educacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
242 
 
 
 
A LBI, Lei Brasileira de Inclusão é clara em seus artigos e incisos: todos os alunos 
devem ser aceitos e reconhecidos em sua singularidade, buscando sua inclusão no 
processo educativo, em ambientes adaptados e acessívies, para que todas as 
pessoas tenham as mesmas oportunidades de participação. 
Além disso, o trabalho precisa ser interdisciplinar e transdiciplinar quando se 
trata de educação inclusiva e especial. No ensino superior a acessibilidade deve 
possibilitar a pessoa com deficiência segurança e autonomia nos espaços. Mobiliários 
devem atender a singularidade da deficiência de cada um. A Tenologia assistiva 
deve estar presente e disponível para a utilização do aluno. 
Não existe nenhum programa de incentivo às universidade para que elas de 
adaptem, muito ao contrário disso, ela procuram se adaptar de forma estrutural, a 
fim de superar as barreiras urbanísticas, contudo, estamos ainda muito distantes de 
remover as barreiras atitudinais, que se constituem como a grande fonte das 
dificuldades no que diz respeito ao direito à educação e a inclusão social da pessoa 
com deficiência. 
O currículo das Instituições de Ensino Superior são padronizados e pensados 
em uma realidade muito distante da realidade do aluno com deficiência. Ao 
currículo podemos associar as barreiras atitudinais, a ausência de fomação 
continuada dos professores e a falta de empatia. 
Alguns Projetos Políticos Pedagógicos (PPCs) contemplam a remoção de 
barreiras e ações isoladas de respeito à diversidade e combate a discriminação, no 
entanto, na prática isso não se torna eficaz e eficiente. 
A formação docente bem como a existências de núcleos de apoio a pessoa 
com deficiência e ao professor são primordiais para a efetivação da lei 13.146/2015. 
Porém isso não ocorre em todas as escolas. Isso ainda não é uma realidade no Brasil. 
Os investimentos em pessoal capacitado, tecnologia assitiva, Desenho 
Universal de Aprendizagem, acompanhantes escolares são tidos como um custo 
elevado para a instituição, uma vez que o número de alunos com deficência em 
muitas IES, é muito inferior ao número de alunos sem deficiência. 
Essa discrepância se evidencia como uma desculpa para que as universidades 
não se atentem para essa parcela de estudantes e ainda de forma subversiva 
argumente em não manter esse tipo de investimento. 
A educação inclusiva, em seu objetivo primário, estabelece o respeito pela 
diversidade, características e expectativas de aprendizagem, necessidades e 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
243 
 
 
 
aptidões dos estudantes e das comunidades educacionais, que oferecem 
educação de qualidade para todos, eliminando todas as formas de discriminação. 
Essas concepções, levam-nos a discernir as novas teorias de modelos de 
aprendizagem, compreensão e ensino para planejar, projetar e implementar as 
melhores estratégias para as salas de aula. 
Garantir o acesso à informação fornecer bolsas de estudo, empréstimos 
educacionais estabelecer ações que promovam a permanência dos alunos 
respeitando a diversidade de forma que eles possam se formar tendo garantidos 
todos os direitos previstos em lei, são ações fundamentais na concepção de uma 
universidade inclusiva. 
Embora a eliminação ou redução das barreiras atitudinais e urbanísticas não 
garantam o sucesso acadêmico, é necessário garantir a acessibilidade e permitir que 
todos os discentes, semdiscriminação, participem de atividades acadêmicas, isso a 
partir da garantia de que tanto a infraestrutura, as práticas de aprendizagem, e a 
tecnologia assistiva sejam construídos, pensados e elaborados com vistas ao 
atendimento educacional inclusivo, acessível aos alunos com deficiência e também 
aos alunos sem deficiência. 
A comunidade acadêmcia deve realizar, um diagnóstico detalhado da 
infraestrutura física identificando as dificuldades encontradas para o acesso em 
todas as dependências da escola. 
A partir daí deverá se adaptar incluindo em sua estrutura física acessibilidade, 
ergonomia, sistemas de alarme visuais, elevadores para cadeirantes, lugares 
reservados para cadeirantes nas salas de aula, teatros, auditórios, estacionamento, 
incluir no acervo bibliográfico livros em Braille, placas sinalizadoras nas portas das 
salas, laborátórios, elevadores, corrimões em Braille, banheiros adaptados, piso tátil 
em toda a instituição, disponibilizar cadeira rodas, softwares com leitores de voz entre 
outras ações, adaptações e recursos de tecnologia assistiva, como pode ser visto a 
seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
244 
 
 
 
Figura 78: Acessibilidade em banheiros 
 
Fonte: Covello (2013) 
 
Figura 79: Mobiliário para cadeirantes 
 
Fonte: ImagemNews (2010) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
245 
 
 
 
Figura 80: Elevador em auditórios para cadeirantes 
 
Fonte: Covello (2013) 
 
 
 
Como já dito anteriormente ter uma instituição universitária acessível em 
termos estruturais e tecnológicos requer inúmeros investimentos e conhecimento 
técnico. As adaptações não param por aí. De acordo com a Portaria n.º 1.679 de 2 
de dezembro de 1999, ainda é necessário que as intituições ofereçam 
A utilização de textos ampliados, profissionais preparados, 
adaptações de espaço físico e flexibilidade pedagógica que 
garantam acesso, permanência e sucesso do aluno com deficiência, 
recursos ópticos especiais para as pessoas com visão subnormal/ 
reduzida; utilização de recursos e equipamentos específicos para 
cegos: provas orais e/ou em Braille, soroban, máquina de datilografia 
comum ou Perkins/Braille, DOS VOX adaptado ao computador; 
colocação de intérprete no caso de Língua de Sinais no processo de 
avaliação dos candidatos surdos; utilização de provas orais ou uso de 
computadores e outros equipamentos pelo portador de 
deficiência física com comprometimento dos membros 
superiores; ampliação do tempo determinado para a execução 
das provas de acordo com o grau de comprometimento do 
candidato (BRASIL, 1999). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
246 
 
 
 
Figura 81: Computador com leitor de voz impressora Braille 
 
Fonte: Angeli (2017) 
 
Além disso a organização curricular e a formação docente devem estar 
voltadas para a diversidade, identificando os conhecimentos prévios dos alunos com 
necessidades educativas especiais. Por outro lado, as instituições não podem ignorar 
o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais – Libras, como um meio de 
comunicação entre os alunos surdos e os ouvintes. 
Estamos falando então da necessidade de contratação do intérprete de 
Libras como exigência regulamentada pela lei n. 13.146/2015 “oferta de educação 
bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade escrita da língua 
portuguesa como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas 
inclusivas.” 
No ensino superior, como na educação infantil e educação básica ou ensino 
médio a educação inclusiva permite a todo estudante o direito de receber uma 
educação de qualidade em condições de igualdade e de equidade. 
O grande desafio consite em projetar ambientes e disponibilizar recursos 
tecnológicos que possam atender às necessidades educacionais dos alunos, 
acolhendo às características particulares de cada um. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
247 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pela ONU 
em 2006, da qual o Brasil é signatário, estabelece que os Estados Parte devem 
assegurar um sistema de educação inclusiva em todos os níveis de ensino, em 
https://bit.ly/2Wpx8Vw
https://bit.ly/3rcP8R2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
248 
 
 
 
ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social compatível 
com a meta de: 
a) inclusão de crianças no Ensino Funda- mental privado. 
b) inclusão plena. 
c) inclusão de crianças na Educação Infantil. 
d) inclusão de jovens no Ensino Profissionalizante. 
e) inclusão de jovens no Ensino Médio. 
 
2. Na Declaração de Salamanca, os delegados afirmam que as escolas que 
possuem os meios mais eficazes para combater atitudes discriminatórias e 
construir comunidades acolhedoras que alcance a educação para todos são as: 
a) Escolas especiais quando a especificidade for alunos cegos. 
b) Escolas especiais com uma pedagogia centrada na inclusão. 
c) Escolas regulares com espaços específicos para a Ed. Especial. 
d) Escolas regulares que possuem orientação inclusiva. 
e) Escolas especiais quando a especificidade for altas-habilidades. 
 
3. Em seu artigo 4º, a RESOLUÇÃO ESTADUAL 112/2006/CEE/SC afirma que: “A 
Educação Especial, no âmbito do sistema de ensino, deve ser compreendida 
como uma modalidade transversalizada nos níveis de ensino, etapas e 
modalidades da Educação Básica organizada para (...) 
A alternativa correta que completa o enunciado acima é: 
a) apoiar, complementar e minimizar a aprendizagem dos educandos de que trata 
essa Resolução. 
b) apoiar e padronizar as aprendizagens dos educandos de que trata essa 
Resolução. 
c) apoiar, suplementar e limitar a aprendizagem dos educandos de que trata essa 
Resolução. 
d) apoiar, complementar e socializar na mídia a aprendizagem dos educandos de 
que trata essa Resolução. 
e) apoiar, complementar e suplementar a aprendizagem dos educandos de que 
trata essa Resolução. 
 
4. A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
249 
 
 
 
tem como objetivo assegurar a inclusão escolar de seu público alvo, orientando 
os sistemas de ensino para garantir determinados princípios. Assim, marque 
com V os princípios verdadeiros e com F os falsos. 
 
( ) Transversalidade da educação especial desde a educação infantil até a 
educação superior; atendimento educacional especializado. 
( ) Participação da família e da comunidade; acessibilidade urbanística, 
arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos, nos transportes, na comunicação 
e informação. 
( ) Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino. 
( ) Profissionais da educação para a inclusão escolar e articulação intersetorial 
na implementação das políticas públicas. 
 
a) V - V - V - V - V 
b) V - F - F - V - V 
c) F - V - V - F - F 
d) F - V - F - V - F 
e) V - V - V - F - F 
 
5. Marque com V as verdadeiras e com F as falsas, considerando exemplos de 
adaptações de acesso ao currículo: 
 
( ) Mobiliário adaptado, sistemas alternativos de comunicação. 
( ) Softwares educativos específicos, equipamentos para mobilidade. 
( ) Materiais didáticos pedagógicos adaptados (em BRAILLE, em LIBRAS). 
( ) Recursos adaptados para uso de equipamento de informática; recursos 
ópticos e não- ópticos. Prótese auditiva. 
( ) Posicionamento adequado do aluno em sala de aula, adaptação e 
adequação do espaço físico da escola. 
A sequência correta, de cima para baixo, é: 
 
a) V - V - V - F - V 
b) V - F - F - V - V 
c) F - V - V - F - F 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
250 
 
 
 
d) F - V - F - V - F 
e) V - V - V - V - V 
 
6. A concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados por 
todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou projeto específico, 
incluindo os recursos de tecnologiaassistiva, conforme disciplinado na Lei no 
13.146/2015, considera-se 
a) tecnologia assistiva. 
b) ajuda técnica. 
c) acessibilidade. 
d) desenho universal. 
e) adaptação razoável. 
 
7. A Lei nº 13.146/15, em seu Capítulo IV, dispõe acerca DO DIREITO À EDUCAÇÃO. 
Dentre os itens elencados abaixo quais estão em consonância com esta lei: 
 
I. oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade 
escrita da língua portuguesa como segunda língua, em escolas e classes bilíngues 
e em escolas inclusivas; 
II. formação e disponibilização de professores para o atendimento educacional 
especializado, de tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de 
profissionais de apoio; 
III. oferta de ensino de Libras, do Sistema Braille e de uso de recursos de tecnologia 
assistiva, de forma a ampliar habilidades funcionais dos estudantes, promovendo 
autonomia e emancipação; 
IV. oferta da Libras no ensino regular e em salas de apoio implementada em todos 
os órgãos públicos e privados da educação. O português na modalidade escrita 
torna-se facultativo para os surdos usuários da Libras. 
 
Assinale as afirmações corretas: 
 
a) Apenas I e II. 
b) Apenas I, II e III. 
c) Apenas I e III. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
251 
 
 
 
d) Apenas II, III e IV 
e) Nenhuma das alternativas 
 
8. Como se sabe, as salas multimeios são espaços nas escolas que oferecem 
serviços, estratégias e recursos com base na Tecnologia Assistiva, a fim de 
possibilitar a participação dos alunos nas atividades escolares. Sobre o tema, 
assinale a alternativa correta: 
a) O professor especializado realiza a identificação de habilidades e dificuldades 
funcionais do aluno para elaborar um plano de atendimento. 
b) Na sala multimeios é desenvolvido um trabalho chamado de pedagogia 
terapêutica para os alunos que apresentam consideráveis deficiências. 
c) Na sala multimeios é realizada a alfabetização e o letramento dos alunos que 
apresentam algumas dificuldades de aprendizagem. 
d) Os alunos com deficiência frequentam essa sala no mesmo período de 
funcionamento da sala de aula comum. 
e) Essa sala é utilizada para o professor especializado e o professor da classe regular 
fazerem a avaliação dos alunos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
252 
 
 
 
EDUCAÇÃO ESPECIAL E 
TECNOLOGIAS ASSISTIVAS 
 
 
 
18.1 EDUCAÇÃO ESPECIAL E TECNOLOGIA ASSISTIVA 
Estamos chegando ao final da disciplina, e conversaremos nessa unidade 
sobre a educação especial e a tecnologia assistiva em um contexto geral, 
recapitulando alguns pontos já discutidos e estudados. 
Você já conhece o conceito de de educação especial e quais são os serviços 
ofertados por essa modalidade de ensino. Nesse contexto, sabemos que esse serviços 
referem-se a rede de apoio regular, as práticas pedagógicas desenvolvidas pelo 
professor da sala regular, a sala de recursos como suplementar a sala comum, assim 
como a utilização da tecnologia assistiva. 
Quando nos referimos a sala de recursos, devemos pensar que ela não pode 
estar dissociada do que acontece na sala de aula regular, o trabalho precisa ser em 
rede, em parceria, para que possamos dizer que a escola é de fato inclusiva. Ensino 
regular e educação especial apesar de serem modalidades de ensino diferentes, 
não podem estar dissociados. 
A educação especial presta o serviço de Atendimento Educacional 
Especializado (AEE) que é desenvolvido proritariamente na Sala de Recursos 
Multifuncionais. Você conhece uma sala de reucursos multifuncionais? Veja a seguir 
alguns exemplos. 
 
Figura 82: Sala de recursos multifucionais
 
Fonte: Oliveira (2019) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
253 
 
 
 
Figura 83: Equiamentos eletrônicos para Sala de recursos multifucionais 
 
Fonte: Oliveira (2019) 
 
Figura 84: Equipamentos para Sala de recursos multifucionais 
 
Fonte: Oliveira (2019) 
 
A sala de recursos multifuncionais se difere da sala de aula comum, pois, além 
de brinquedos e jogos educativos, considera-se como um lugar privilegiado dentro 
da escola para o uso da tecnologia assistiva. 
Como pode ser visto nas imagens, a sala de recursos multifuncionais dispõe de 
materiais didáticos, equipamentos, mobiliários, para sua organização e oferta do AEE. 
As salas são divididas em tipo I e II, conforme as tabelas abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
254 
 
 
 
Figura 85: Sala tipo I 
 
Fonte: Brasil (2011) 
 
Figura 86: Equipamentos e Materiais 
 
Fonte: Brasil (2010, p. 12) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
255 
 
 
 
Para se trabalhar em uma sala de recursos multifuncionais o profissional precisa 
ter formação inicial que o habilite para exercício da docência e formação específica 
na educação especial conhecer os recursos e artefatos, uma vez que esse espaço 
não é destinado apenas à aprendizagem como também para a construção da 
autonomia do sujeito. Assim é importante entender qual é o papel do AEE na sala de 
recurso multifuncional no contexto da tecnologia assistiva. 
São atribuições do professor de AEE: 
Elaboração, execução e avaliação do plano de AEE do aluno; 
Definição do cronograma e das atividades do atendimento do aluno; 
Organização de estratégias pedagógicas e identificação e produção 
de recursos acessíveis; 
Ensino e desenvolvimento das atividades próprias do AEE, tais como: 
Libras, Braille, orientação e mobilidade, Língua Portuguesa para alunos 
surdos; informática acessível; Comunicação Alternativa e 
Aumentativa - CAA, atividades de desenvolvimento das habilidades 
mentais superiores e atividades de enriquecimento curricular; 
Acompanhamento da funcionalidade e usabilidade dos recursos de 
tecnologia assistiva na sala de aula comum e ambientes escolares; 
Articulação com os professores das classes comuns, nas diferentes 
etapas e modalidades de ensino; 
Orientação aos professores do ensino regular e às famílias sobre os 
recursos utilizados pelo aluno; 
Interface com as áreas da saúde, assistência, trabalho e outras (BRASIL 
, 2010, p. 8). 
Ao pensarmos em sala de recursos multifuncionais, profissional do AEE, 
educação inclusiva e pessoa com deficiência, logo imaginamos os desafios 
enfrentados. Se existem desafios, é fácil pensar que existem possibilidades e 
dificuldades. Se tomarmos como premissa as possibilidades e não as limitações é 
possível que se promova uma educação de qualidade e acima de tudo inclusiva. 
Para tanto, o trabalho precisa ser realizado em parceria, isso quer dizer que a 
aprendizagem, autonomia e inserção social do aluno com deficiência não é 
responsabilidade de um ou de outro, mas de todos: professores de classes regulares, 
professores de salas de recursos multifuncionais, políticas públicas, comunidade 
escolar e família. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
256 
 
 
 
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da 
Educação Inclusiva tem como objetivos, a oferta do atendimento 
educacional especializado, a formação dos professores, a 
participação da família e da comunidade e a articulação intersetorial 
das políticas públicas, para a garantia do acesso dos alunos com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades ou superdotação, no ensino regular (BRASIL , 2010, p. 6). 
Essa responsabilidade abrange desde a organização do espaço escolar até a 
efetivação do serviço e consequentemente a inclusão. 
A organização de uma sala de aula é atravessada por decisões da 
escola que afetam os processos de ensino e de aprendizagem. Os 
horários e rotinas escolares não dependem apenas de uma única sala 
de aula; o uso dos espaços da escola para atividades a serem 
realizadas fora da classe precisa ser combinado e sistematizado para o 
bom aproveitamento de todos; as horas de estudo dos professores 
devem coincidir para que a formação continuada seja uma 
aprendizagem colaborativa; a organização do Atendimento 
EducacionalEspecializado – AEE não pode ser um mero apêndice na 
vida escolar ou da competência do professor que nele atua (BRASIL , 
2010, p. 10). 
Portanto, o sucesso do trabalho dependerá da parceria e da organização. Por 
outro lado, a tecnologia assistiva terá valor e funcionalidade se estiverem disponíveis 
nas salas de recursos multifuncionais para que todos os alunos, principalmente 
aqueles com deficiência possam utilizá-la. 
Nesse contexto não podemos perder de vista que ter o espaço organizado, a 
tecnologia assistiva disponível, mas não termos os objetivos de aprendizagem 
estruturados e elaborados, não teremos a efetivação do serviço, bem como a 
aprendizagem e a inclusão. Ou seja, tudo precisa ser pensado com um objetivo fim, 
porém, flexível. Sabemos que o AEE é garantido por meio do Decreto n. 7.611/2011, 
no seu art. 2º 
O atendimento educacional especializado deve integrar a proposta 
pedagógica da escola, envolver a participação da família para 
garantir pleno acesso e participação dos estudantes, atender às 
necessidades específicas das pessoas público-alvo da educação 
especial, e ser realizado em articulação com as demais políticas 
públicas (BRASIL, 2011). 
Isso quer dizer que o AEE é também responsável pela eliminação de barreiras 
que possam impedir a escolarização e a aprendizagem dos alunos com deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades e superdotação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
257 
 
 
 
18.2 AEE E SEUS OBJETIVOS 
O AEE ocorre no horário contraturno ao ensino regular, e faz parte do processo 
de escolarização dos alunos. Deve ocorrer prioritariamente nas salas de recursos 
multifuncionais. O AEE refere-se a 
[...] conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos 
organizados institucional e continuamente, prestado das seguintes 
formas: I – complementar à formação dos estudantes com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, como apoio 
permanente e limitado no tempo e na frequência dos estudantes às 
salas de recursos multifuncionais; ou II – suplementar à formação de 
estudantes com altas habilidades ou superdotação (BRASIL, 2011). 
Além disso, não pode ser realizado desvinculada do ensino regular, e precisa 
estar articulado com a família, professores, gestores, pedagogos e comunidade 
escolar a fim de que se efetive a inclusão. Segundo o Decreto n. 7.611/2011, no seu 
art. 3º, são objetivos do AEE, 
I– Prover condições de acesso, participação e aprendizagem no 
ensino regular e garantir serviços de apoio especializados de acordo 
com as necessidades individuais dos estudantes; 
II – Garantir a transversalidade das ações da educação especial no 
ensino regular; 
III – fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos 
que eliminem as barreiras no processo de ensino e aprendizagem; 
IV – Assegurar condições para a continuidade de estudos nos demais 
níveis, etapas e modalidades de ensino (BRASIL, 2011). 
 
 
 
Com relação a tecnologia assistiva, ela deve estar de acordo com os objetivos 
das áreas do conhecimento, bem como a utilização de cada recurso e a 
singularidade de cada aluno. Além disso os atendimentos do AEE precisam ser 
organizados por meio de um cronograma. 
Para tanto, o trabalho realizado em cada área segue algumas orientações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
258 
 
 
 
determinadas pelo Ministério da Educação, como a seguir. 
 
 Deficiência intelectual 
Em relação aos aspectos motores, é importante que o professor 
observe se o aluno é capaz de manipular objetos de diferentes 
texturas, formas e tamanho, se ele é capaz de pegar no lápis para 
pintar, desenhar, bem como para fazer o traçado das letras. [...] O fato 
de apresentar dificuldade motora não impede o aluno de participar 
de atividades de escrita ou de pintura, pois são muitas as 
possibilidades que o aluno pode ter para expressar sua representação 
do mundo. O computador se constitui em um recurso importante para 
expressão do aluno, além de outros recursos que o professor pode 
lançar mão para permitir a manifestação do conhecimento da 
criança. Estes recursos podem ser utilizados por ocasião da avaliação 
do aluno. [...] Para potencializar o desenvolvimento e a aprendizagem 
do aluno com deficiência intelectual, o professor poderá usar recursos 
de baixa e alta tecnologia, selecionar e produzir materiais (GOMES; 
POULIN; FIGUEIREDO, 2010, p. 9-10). 
 Deficiência visual 
O professor pode usar luminária portátil, localizada próxima ao aluno, 
quando a iluminação não for suficiente. Para aqueles que apresentam 
fotofobia, uma cortina pode evitar a incidência ou o excesso de luz. 
Quanto ao uso do computador, este “possui aplicativos e recursos que 
permitem atender às necessidades de cada pessoa no que se refere 
à ampliação, ao contraste, à edição de texto e à leitura via áudio 
(GOMES; POULIN; FIGUEIREDO, 2010, p. 13-15). 
 Também são sugeridos livros em formato acessível, recursos de 
áudiodescrição, TV e teatro. 
 
 Surdez 
Identificação, organização e produção de recursos didáticos 
acessíveis a serem utilizados para ilustrar as aulas na sala de aula 
comum e no AEE, além de estratégias de dramatização, pantomima 
e outras que contribuem com construção de diferentes conceitos. Os 
recursos visuais são essenciais, uma vez que a língua de instrução do 
AEE é Libras. As salas de recursos multifuncionais devem ter muitos 
materiais visuais dispostos em murais, livros, painéis, fotos sobre os 
conteúdos e outros. A produção desses recursos, pelos professores e 
alunos, é primordial para a compreensão dos conteúdos curriculares 
em Libras, enriquecendo a aula e tornando-a mais atraente e 
representativa (GOMES; POULIN; FIGUEIREDO, 2010, p. 20). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
259 
 
 
 
 Altas habilidades/superdotação: 
 Expandir o acesso do aluno a recursos de tecnologia, materiais 
pedagógicos e bibliográficos de sua área de interesse”. Além disso, os 
professores, “em atuação conjunta deverão investir em condições 
acessíveis para favorecimento de habilidades, propiciando um 
espaço plural para sugestões, exercício da criticidade, participação 
com autonomia e criatividade (GOMES; POULIN; FIGUEIREDO, 2010, p. 
22). 
Ao longo da unidade podemos perceber o quanto as salas de recursos 
multifuncionais são importantes, tanto quando a formação do professor, a parceria 
entre escola e família, essa sincronização possibilita a maximização do 
desenvolvimento de cada estudante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://bit.ly/3h85m9E
https://bit.ly/3rhPWV6
 
 
 
 
 
 
 
 
 
260 
 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. Considerando a Resolução do Conselho Superior 55/2017, em seu art. 21, o aluno 
com altas habilidades/superdotação, no campo acadêmico, poderá ter 
oportunidades de vivência de atividades de aceleração de estudos, desde que: 
 
( ) Apresente obrigatoriamente laudo médico (ou declaração) para dar início à 
realização dos encaminhamentos que se fizerem necessários ao melhor 
desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem do estudante. 
( ) Os índices de desempenho acadêmico alcançados pelo aluno nas avaliações 
escolares regulares destaquem-se pelo grau de excelência alcançado. 
( ) O parecer pedagógico, emitido pelo Napne em conjunto com o professor de 
AEE, o setor pedagógico responsável e a coordenadoria do curso, ateste o 
esgotamento e a ineficácia das oportunidades de enriquecimento curricular já 
vivenciadas pelo aluno, devidamente comprovadas por relatório docente coletivo. 
 
Analise as alternativas apresentadas acima, assinalando V (PARA 
VERDADEIRO) e F (PARA FALSO). Marque a alternativa que apresenta a 
sequência CORRETA, de cima para baixo: 
a) V– V– V 
b) F– F– V 
c) V– F– V 
d) F– V– V 
e) F– V– V 
 
2. A Matemática inclusiva, de acordo com a Política Nacional de Educação 
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva considera que a educação 
inclusiva22 
 
 
 
1. Antes, nós tínhamos a escola regular e a escola especial, separadamente. A 
educação inclusiva aparece para acabar com essa separação. Ela é a 
educação especial dentro da escola regular com o objetivo de permitir a 
convivência e a integração social dos alunos com deficiência, favorecendo a 
diversidade. A educação inclusiva não é a mesma coisa que a educação 
especial. 
A educação especial é uma modalidade de ensino que tem a função de 
promover o desenvolvimento das habilidades das pessoas com deficiência, e que 
abrange todos os níveis do sistema de ensino, desde a educação infantil até a 
formação superior. Ela é responsável pelo atendimento especializado ao aluno e 
seu público-alvo são os alunos com algum tipo de deficiência (auditiva, visual, 
intelectual, física ou múltipla), com distúrbios de aprendizagem ou com altas 
habilidades (superdotados). 
 
A educação inclusiva é uma modalidade de ensino na qual o processo 
educativo deve ser considerado como um processo social, em que 
a) o ensino a distância não pode ser utilizado como complementação da 
aprendizagem. 
b) as comunidades indígenas e quilombolas não se encontram contempladas. 
c) todas as pessoas, com deficiência ou não, têm o direito à escolarização. 
d) é fundamental o fortalecimento dos vínculos com as famílias e demais redes de 
apoio. 
e) o ensino religioso faz parte integrante da formação básica em prol da cidadania. 
 
2. De acordo com a Lei de diretrizes e bases da educação nacional – Lei nº 
9394/1996, os sistemas de ensino devem assegurar para os educandos com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, e altas habilidades ou 
superdotação, as seguintes condições de aprendizagem: 
 
I. Currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, 
para atender às suas necessidades. 
II. Terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível 
exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas 
deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
 
escolar para os superdotados. 
III. Professores sem especialização adequada em nível médio ou superior, para 
atendimento especializado, bem como professores do ensino regular sem 
qualificação específica para docência desses educandos nas classes 
comuns. 
IV. Educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida 
em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem 
capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com 
os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma 
habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora. 
Qual (is) alternativa (s) que apresenta (m) a (s) afirmativa (s) CORRETA (S)? 
 
a) I, apenas. 
b) I, II e VI. 
c) I, III e VI. 
d) I e III. 
e) Nenhuma das alternativas. 
 
3. Analisando as relações entre gestão escolar e a educação inclusiva, relacione as 
colunas abaixo: 
 
1) Declaração Universal dos Direitos Humanos 
2) Declaração Mundial sobre Educação para Todos 
3) Declaração de Salamanca 
4) Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
 
( ) Estabelece que a educação especial deve ser oferecida no ensino regular para 
os alunos com necessidades educacionais especiais, sendo necessária a 
reorganização social para atendimento das pessoas com igualdade, quanto às 
mais complexas e diversas diferenças, físicas ou cognitivas. 
( ) A proposta de universalização do ensino com qualidade e redução da 
desigualdade, tornam-se fatores seminais à educação: o combate da 
discriminação, o comprometimento com os excluídos, a satisfação das 
necessidades básicas de aprendizagem das pessoas com deficiência e a garantia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
 
do acesso ao sistema educativo regular. 
( ) A educação é um direito de todos; deve ser gratuita; o ensino fundamental 
(elementar) obrigatório; o ensino técnico e profissional generalizado e o ensino 
superior aberto a todos em plena igualdade. 
( ) Reafirma o compromisso com a educação para todos e reconhece a 
necessidade de alterações nos sistemas de ensino e nas escolas para que a 
educação inclusiva se efetive. 
 
A sequência correta obtida, no sentido de cima para baixo, é 
a) 4, 1, 3, 2. 
b) 3, 1, 4, 2. 
c) 2, 3, 4, 1. 
d) 4, 1, 2, 3. 
e) 4, 2, 1, 3. 
 
4. Com base no texto A educação especial no contexto do Plano Nacional de 
Educação (MORAES, 2017), analise as seguintes afirmativas, assinalando com V as 
verdadeiras e com F as falsas. 
( ) O termo educação inclusiva define o processo educacional que visa a 
desenvolver, em cada cidadão, consciência solidária e atitudes concretas que o 
tornem um agente social compromissado com a qualidade de vida de quem está 
ao seu lado. 
( ) O Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024 busca, predominantemente em 
sua Meta 4, ampliar o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, de 
referência nas escolas especiais. 
( ) O Brasil realiza levantamentos estatísticos acerca da educação especial desde 
1974. Embora haja abundância de dados oficiais que oferecem informações 
completas sobre pessoas com deficiência, ainda há dificuldade no diagnóstico 
educacional do público-alvo dessa modalidade de ensino. 
( ) O monitoramento da inclusão no contexto escolar em termos de aumento ou 
não de matrículas é válido, no entanto, tão importantes quanto o número de 
matrículas são os investimentos na formação de educadores e no aprimoramento 
das práticas pedagógicas para o público-alvo da educação especial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
 
 
a) V, F, F, V. 
b) F, V, F, V. 
c) V, F, V, F. 
d) F, V, V, F. 
e) F, F, F, F. 
 
5. Com base no que prevê a Política Nacional para a Integração da Pessoa com 
Deficiência sobre o direito à educação, considere as assertivas abaixo: 
 
I - As instituições de ensino superior deverão oferecer adaptações de provas e os 
apoios necessários, previamente solicitados pelo aluno portador de deficiência, 
inclusive tempo adicional para realização das provas, conforme as características 
da deficiência. 
II - Os serviços de educação especial serão ofertados nas instituições de ensino 
público ou privado do sistema de educação geral, de forma transitória ou 
permanente, mediante programas de apoio para o aluno que está integrado no 
sistema regular de ensino, ou em escolas especializadas, exclusivamente quando a 
educação das escolas comuns não puder satisfazer as necessidades educativas ou 
sociais do aluno ou quando necessário ao bem-estar do educando. 
III - Entende-se por educação especial a modalidade de educação escolar 
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para educando com 
necessidades educacionais especiais, entre eles o aluno com deficiência. 
IV - A educação do aluno com deficiência deverá iniciar-se na educação básica, 
a partir de quatro anos. 
V - Os órgãos e as entidades da Administração Pública Federal direta e indireta 
viabilizarão o oferecimento facultativo dos serviços de educação especial ao 
educando com deficiência em unidades hospitalares e congêneres nas quais 
esteja internado por prazo igual ou superior a um ano. 
 
Anote a alternativa correta. 
a) Apenas I, III, IV estão corretas. 
b) Apenas I, II e III estão corretas. 
c) Apenas I, II, III e IV estão corretas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 
d) Apenas II, III e V estão corretas. 
e) Todas estão corretas. 
 
6. Analise os itens abaixo e atribuía EE (Educação Especial) e EEI (Educação Especial 
Inclusiva): 
 
( ) Sistema separado, paralelo ao regular. 
( ) Faz parte da proposta pedagógica da escola. Perpassa todos os níveis, etapas 
e modalidades de ensino. Por isso, é tida como transversal. 
( ) Restritiva e condicional. Somente os alunos considerados aptos para o ensino 
regularé uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em 
defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e 
participando. Nesse sentido, o Atendimento Educativo Especializado (AEE), 
previsto na referida política, tem como uma de suas características 
 
a) a escolarização da pessoa com necessidades educacionais especiais na 
educação básica, com prioridade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
261 
 
 
 
b) o atendimento preferencial em escolas especiais. 
c) o atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar 
e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras 
para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades 
específicas. 
d) as crianças com necessidades educativas especiais sejam incluídas apenas em 
institutos de atendimentos especiais. 
e) o Atendimento Educativo Especializado seja ofertado somente em escolas 
específicas para crianças com deficiências 
 
3. A elaboração e a execução do plano de AEE são de competência dos 
professores que atuam na sala de recursos multifuncionais ou centros de AEE, em 
articulação com os demais professores do ensino regular, com a participação das 
famílias e em interface com os demais serviços setoriais da saúde, da assistência 
social, entre outros necessários ao atendimento. Sobre o trecho acima: 
a) Está completamente correto. 
b) Está completamente incorreto. 
c) Torna-se correto se suprimida a palavra “elaboração”. 
d) Torna-se correto se suprimida a palavra “execução”. 
e) Nenhuma das alternativas 
 
4. Cada escola convive com problemas diferenciados e o projeto pedagógico 
deve refletir a realidade de cada uma, bem como a visão de seus principais 
segmentos. Entretanto, existem componentes que, normalmente, devem constar 
da elaboração de um projeto. Sobre o tema, leia as afirmativas. 
 
I. Discutir e rever os objetivos da avaliação e os procedimentos empregados, 
considerando que a avaliação deve ser assistemática e gerar as informações 
necessárias para o aperfeiçoamento do processo de ensino e aprendizagem. 
II. Uma das preocupações centrais do projeto pedagógico é a abordagem dos 
problemas de ensino e aprendizagem. 
III. Os recursos didáticos podem ser divididos entre aqueles utilizados em sala de 
aula (quadro de giz, livro didático, materiais impressos etc.) e aqueles 
essenciais ao funcionamento adequado das instalações pedagógicas como 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
262 
 
 
 
biblioteca, sala de leitura e sala de recursos audiovisuais. 
IV. O cronograma de atividades sintetiza o projeto pedagógico, devendo, 
sempre que possível, ser acompanhado de um cronograma dos desembolsos. 
 
Está correto apenas o que se afirma em: 
a) I, III e IV. 
b) I, II e III. 
c) II, III e IV. 
d) II e IV. 
e) I e II. 
 
5. Sobre formas de atuação docente a serem desenvolvidas que favoreçam o 
processo ensino e aprendizagem, pode-se afirmar que o professor: 
a) produtor de ensino dialógico, uma vez que os seres humanos aprendem de forma 
solitária. 
b) deve incentivar os alunos para que deem apenas respostas certas. 
c) deve organizar o ensino de maneira mais dinâmica e aproveitar as oportunidades 
que surgem durante o processo. 
d) promover o aprendizado em sala de aula, lugar ideal para aprender e 
desenvolver a criança. 
e) oportunizar a aprendizagem passiva abrindo mão de participação ativa. 
 
6. De acordo com LDBEN, consideram-se profissionais da educação escolar básica 
os que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos 
reconhecidos, são: 
a) professores habilitados em nível médio para a Educação Infantil e Ensinos 
Fundamental I e II; professores habilitados em nível superior para o Ensino Médio. 
b) professores de formação técnica com habilitações específicas para atuarem em 
todos os segmentos de ensino. 
c) professores habilitados em nível superior para todos os segmentos de ensino. 
d) profissionais graduados, mesmo sem complementação peagógica, para atuar na 
Educação Infantil e nos Ensinos Fundamental e Médio. 
e) professores habilitados em nível médio ou superior para a docência na Educação 
Infantil e nos Ensinos Fundamental e Médio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
263 
 
 
 
7. O estudo do documento Política Nacional de Educação Especial, na Perspectiva 
da Educação Inclusiva, esclareceu aos professores quais os estudantes que 
necessitam dos serviços de Atendimento Educacional Especializado – AEE., os 
quais devem considerar: 
a) a deficiência, mesmo sem laudo médico 
b) transtornos globais de desenvolvimento; deficiência; altas 
habilidades/superdotação 
c) transtornos globais de desenvolvimento, pois as deficiências tem atendimento na 
sala regular 
d) o registro no Censo Escolar, exclusivamente 
e) a matrícula efetivada no período da chamada escolar 
 
8. A escola, ao desenvolver o Atendimento Educacional Especializado, deve 
oferecer todas as oportunidades possíveis para que, nos espaços educacionais 
em que ele acontece, o aluno com as deficiências mental e intelectual seja 
incentivado a se expressar, pesquisar, inventar hipóteses e reinventar o 
conhecimento livremente. Assim, ele pode trazer para os atendimentos os 
conteúdos advindos da sua própria experiência, segundo seus desejos, 
necessidades e capacidades. A partir desses conteúdos ocorrerá a atividade: 
a) linguística. 
b) neuropsicológica. 
c) cognitiva. 
d) pedagógica. 
e) psicossocial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
264 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
265 
 
 
 
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO 
 
UNIDADE 01 
 
 
 
UNIDADE 02 
 
QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 B 
QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 E 
QUESTÃO 3 E QUESTÃO 3 C 
QUESTÃO 4 A QUESTÃO 4 C 
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 C 
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 E 
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 B 
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 D 
 
 
UNIDADE 03 
 
 
 
 
UNIDADE 04 
 
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 C 
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 D 
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 B 
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 A 
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 D 
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 D 
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 A 
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 A 
 
 
UNIDADE 05 
 
 
 
UNIDADE 06 
 
QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 A 
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 E 
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 D 
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 C 
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 E 
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 C 
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 E 
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
266 
 
 
 
 
UNIDADE 07 
 
 
 
UNIDADE 08 
 
QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 E 
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 D 
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 A 
QUESTÃO 4 A QUESTÃO 4 B 
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 C 
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 B 
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 E 
QUESTÃO 8 QUESTÃO 8 E 
 
 
UNIDADE 09 
 
 
 
 
UNIDADE 10 
 
QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 B 
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 A 
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 C 
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 E 
QUESTÃO 5 D QUESTÃO 5 C 
QUESTÃO 6 AP QUESTÃO 6 D 
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 E 
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 B 
 
 
UNIDADE 11 
 
 
 
UNIDADE 12 
 
QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 D 
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 B 
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 D 
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 C 
QUESTÃO 5 D QUESTÃO 5 A 
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 E 
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 B 
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
267 
 
 
 
 
UNIDADE 13 
 
 
 
UNIDADE 14 
 
QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 C 
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 A 
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 C 
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 C 
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 C 
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 C 
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 E 
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 D 
 
 
UNIDADE 15 
 
 
 
 
UNIDADE 16 
 
QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 C 
QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 E 
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 B 
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 E 
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 B 
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 D 
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 D 
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 A 
 
 
UNIDADE 17 
 
 
 
UNIDADE 18 
 
QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 D 
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 C 
QUESTÃO 3 E QUESTÃO 3 A 
QUESTÃO 4 A QUESTÃO 4 C 
QUESTÃOpodem frequentá-lo. 
( ) Incondicional e irrestrita. Garante o direito de todos à educação, ou seja, à plena 
participação e aprendizagem. 
( ) O referencial é o que se convenciona julgar como “normal” ou estatisticamente 
mais frequente. 
( ) Parte do pressuposto de que a diferença é uma característica humana. 
( ) Baseia-se no modelo médico de deficiência. Foca nos aspectos clínicos, ou seja, 
no diagnóstico. 
( ) Baseia-se no modelo social de deficiência. Foca na articulação entre as 
características da pessoa e as barreiras a sua participação presentes no ambiente. 
 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA. 
a) EE, EEI, EE, EEI, EE, EEI, EE, EEI. 
b) EEI, EEI, EE, EEI, EE, EEI, EE, EE. 
c) EE, EE, EEI, EEI, EE, EEI, EE, EEI. 
d) EEI, EEI, EEI, EEI, EEI, EEI, EE, EE. 
e) EEI, EE, EE, EE, EE, EEI, EE, EE. 
 
7. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de 
educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para 
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades ou superdotação (Art. 58, LDB). 
Neste sentido é fundamental: 
a) oferecer um currículo padronizado para inclusão dos educandos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
 
b) para cada educando a escola deve contratar um(a) tutor. 
c) haver, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, 
para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. 
d) o serviço educacional deverá ser realizado na residência do educando. 
e) a oferta de educação especial deve ser a partir dos 8 anos. 
 
8. Considere as seguintes adaptações: 
 
I. Transcrição completa das informações visuais dos mapas convencionais para 
uma forma perceptível pelo tato. 
II. Uso de maquetes elaboradas a partir de dados de curvas de nível para o 
trabalho com as representações do relevo e suas dinâmicas. 
III. Exercícios sobre escala cartográfica utilizando brinquedos como carrinhos, 
bonecas e bichos de vários tamanhos. 
IV. Utilização de texturas para representar a variação de cores dos mapas 
convencionais, geralmente associadas a informações qualitativas, 
quantitativas ou ordenadas. 
 
Estão adequadas ao público com deficiência visual para o trabalho da 
cartografia e suas aplicações na Educação Básica as adaptações: 
a) I, II e IV, apenas. 
b) I e III, apenas. 
c) II, III e IV, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) Nenhuma das alternativas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
A DEFICIÊNCIA E SUA HISTÓRIA NO 
BRASIL 
 
 
 
2.1 O DEFICIENTE VISUAL NO CONTEXTO BRASILEIRO 
Neste capítulo conversaremos sobre a história da deficiência visual no Brasil. Se 
na Grécia, em Esparta, na Idade Média, práticas de abando, segregação e 
extermínio de crianças nascidas com deficiência visual ou algum tipo de má 
formação eram praticadas como atos justificáveis, no Brasil, o cenário nunca foi muito 
diferente (FERREIRA; GUIMARÃES, 2003). 
Entre as populações indígenas eliminar ou abandonar crianças cegas ou 
deficientes visuais era uma prática muito comum. Para os indígenas, ter uma criança 
deficiente era considerado um castigo dos deuses ou de forças superiores, 
dependendo da tribo. Em algumas tribos do Alto Xingu, no Mato Grosso a prática da 
eliminação ainda existe, pois, ao se tornar adulto o sujeito não será capaz de 
trabalhar caçando e pescando, consequentemente, não produzirá o sustento para 
si e para tribo, além de não ser capaz de se defender (FERREIRA; GUIMARÃES, 2003, 
p. 66). 
No período do Brasil Colonial, a prática de subsistência era a monocultura, e 
seguindo o exemplo da Europa, os cegos ou deficientes visuais eram “utilizados” em 
atividades de pouco valor social, pensando em uma lógica de acumulação 
capitalista. Isso implica dizer que os cegos ou eram escravos de uma sociedade 
capitalista produtora de bens e serviços, ou eram tidos como sujeitos sem direitos. 
Como escravos eram submetidos aos castigos físicos, tal violência resultava em 
outros tipos de deficiência: físicas ou sensoriais. Outro ponto relevante, é que muitos 
desses cegos escravizados eram negros e que como todos sabem, chegavam ao 
Brasil em navios superlotados e em condições precárias de higiene, o que também 
contribuía para se adquirir doenças que muitas vezes quando não os levava a morte, 
deixavam a cegueira como sequela. “[...] seja qual for a causa, a cegueira era muito 
comum entre os escravos (FERREIRA; GUIMARÃES, 2003, p. 69). 
É lamentável encontrar com tanta frequência um ou mais deles, levando 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
 
barris cheios na cabeça, girando os globos oculares inúteis e tateando o caminho 
com seus bordões” (LOBO, 2008). Podemos perceber que o destino das pessoas 
cegas ou deficientes visuais no Brasil não era diferente do contexto na Europa, ou 
seja, o tratamento era basicamente o mesmo, confinamento, exclusão e exposição 
a condições desumanas. Como o Brasil acompanhava os fatos e evolução da 
Europa, à medida que o cenário se modificava no exterior, as coisas também se 
modificavam por aqui. A respeito disso podemos citar as medidas protetivas que 
foram estabelecidas no Brasil. 
Por questões políticas, e com o intuito de acompanhar a tendência mundial, 
D. Pedro II fundou o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, por influência do 
seu médico particular e do ministro do império. O Instituto dos Meninos Cegos foi 
criado com base nos padrões do Instituto Real para Cegos, em Paris. A criação do 
Imperial Instituto dos Meninos Cegos, implicou no favorecimento do clima nacional 
brasileiro, muitas pessoas com deficiência, homens, mulheres, profissionais ou leigos 
começaram a se destacar como líderes sociais e iniciaram a promoção da 
sensibilização da sociedade para o atendimento às pessoas com deficiência 
(MAZZOTTA, 1999). 
Essa mudança de cenário reflete diretamente na forma de pensar das 
pessoas, bem como compreender os avanços da ciência na área da deficiência 
além da representatividade dos interesses dessas pessoas na inserção social e 
melhoria nas condições de vida. 
 
2.2 DEFICIÊNCIA VISUAL E INSTITUIÇÕES 
Como já dito anteriormente, à medida que o cenário se modificava na 
Europa, o Brasil de forma muito lenta acompanhava as modificações. Na Europa e 
América do Norte surgiram mudanças e ações isoladas com o intuito de atender as 
pessoas com as mais variadas deficiências (MAZZOTTA, 1999). 
“A inclusão da ‘educação de deficientes’, da ‘educação dos excepcionais’ 
ou da ‘educação especial’ na política educacional brasileira ocorreu somente no 
final dos anos cinquenta e início da década de sessenta do século XX” (MAZZOTTA, 
1999, p. 27). 
O Imperial Instituto de Meninos Cegos, pode ser considerado na história do 
Brasil como um marco inicial na educação especial e inclusiva dos deficientes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
 
visuais, pois, socialmente já entende-se de que o deficiente visual já não é mais uma 
responsabilidade apenas da família, mas, também da sociedade. 
Em 1926 foi criado o Instituto São Rafael, na cidade de Belo Horizonte, Minas 
Gerais, o que possibilitou a ampliação da educação na área da cegueira, além de 
demonstrar que existe uma grande necessidade de investimentos e ações 
planejadas para o atendimento de deficientes visuais. O instituto São Rafael ampliou 
suas instalações tendo um sede na região Nordeste. 
Descentralizou-se, com isso, o ensino especializado, e novos alunos 
puderam ter acesso às novas técnicas. Como consequência desse 
movimento educacional, os cegos conseguiram, em 1932, a 
emancipação política através do direito de voto. Esta foi uma 
conquista para, efetivamente, a educação especial iniciar seu 
processo de transformação (MOSQUERA, 2010, p. 17). 
Figura 4: Instituto São Rafael - BH 
 
Fonte: Jornal da Alterosa (2018) 
 
Desde então as escolas para cegos e deficientes visuaisse espalharam por 
todo o país: São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul, Ceará, Paraná e outros lugares. 
Foram contempladas escolas públicas e particulares, ampliou-se significativamente 
as oportunidades educacionais para essas pessoas. 
O instituto Padre Chico, fundado em 1928 em São Paulo merece destaque 
também na educação de cegos. Ele foi criado a partir de movimentos sociais, 
liderados não por pessoas videntes, mas, por deficientes visuais e pessoas influentes 
da cidade de São Paulo. Suas atividades consistiam em ofertar a leitura do ensino do 
Sistema Braile, atividades manuais, oficinas de produção de vassouras (MOSQUERA, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
2010). 
Possuía uma política assistencialista em detrimento a educação porque 
recebia apoio do governo do Estado e da Igreja, Irmandade Filhas da Caridade de 
São Vicente de Paulo. Hoje oferta educação básica, cursos variados e assistência ao 
deficiente visual. 
Quando a Lei de Diretrizes e Bases em 1960 foi aprovada regulamentando as 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a LDB n. 4024/61, a educação para 
deficientes em um contexto geral foi incluída na educação regular. Em seguida, 
outras leis e programas foram criados objetivando a melhoria da educação e 
buscando alternativas e políticas de atendimento ao deficiente visual na escola 
regular e integração e inserção no mercado de trabalho. 
No período republicano, 1980, o imperial Instituto de Meninos Cegos passa a 
se chamar Instituto Nacional dos Cegos e em 1981, outra substituição ocorre em seu 
nome: Instituto Benjamim Constant para Cegos (IBC) e permanece até os dias atuais 
(MAZZOTTA, 1999). 
Em 1854, ano que foi fundado no Rio de Janeiro, o Imperial Instituto de 
Meninos Cegos, atualmente denominado Instituto Benjamin Constant 
— marco inicial no atendimento escolar a deficientes visuais no Brasil. 
Tal empreitada foi iniciada por José Alvares de Azevedo, jovem cego 
descendente de família abastada, que devido as suas habilidades de 
leitura e escrita em Braille, arrancou do Imperador Dom Pedro II a 
célebre frase: “A cegueira não é mais uma desgraça (PUGA, 2010, p. 
60). 
Figura 5: Instituto Benjamin Constant - IBC 
 
Fonte: Miranda (2019) 
 
O IBC foi a primeira escola para cegos da América Latina, tornando-se o 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
principal centro de referência. Por um período de mais de 72 anos o IBC, foi a única 
escola para cegos no Brasil. Situa-se no Rio deJaneiro, além de ter voluntários 
atuantes espalhados em outros estados do Brasil. 
Observe algns dados do IBC em 2019: 
 
Quadro 1: Cursos de oficinas no IBC em 2019 
CURSOS/ OFICINAS Nº DE 
CONCLUINTES 
Práticas Educativas para uma Vida Independente (PEVI) 22 
Introdução à Orientação e Mobilidade no contexto escolar 22 
Programas de Informática na Área da Deficiência Visual: Nível Básico 17 
Introdução às Técnicas de Leitura e de Escrita no Sistema Braille 20 
Alfabetização através do Sistema Braille 8 
Introdução ao Soroban – Metodologia: Maior Valor Relativo 24 
Introdução aos Aspectos Educacionais na Surdo cegueira 15 
Oficina de Introdução à Configuração e Suporte à Impressão Braille 6 
Oficina de Audiodescrição 22 
Oficina: Arte de Contar Histórias para Crianças com Deficiência Visual 18 
Oficina de Dosvox e NVDA 9 
Adaptação de Textos e Livros Didáticos para o Sistema Braille 7 
Iniciação às Técnicas de Leitura e de Escrita no Sistema Braille 18 
Oficina de Geografia 13 
Oficina de Matemática 9 
Oficina de Ciências Naturais 5 
Modalidades esportivas para pessoas com deficiência visual 13 
Curso de Transcrição de Textos em Braille 17 
Oficina Elaboração de Gráficos Táteis 10 
Oficina de Gravação Digital de Textos em Áudio 8 
Introdução à Orientação e Mobilidade em contextos não escolares 16 
Programas de Informática na Área da Deficiência Visual 44 
Acessibilidade para Web e Documentos Digitais 10 
Introdução à Baixa Visão 17 
Diálogos entre Arte-Educação e Deficiência Visual 24 
Oficina de Orientação e Mobilidade 16 
Tecnologias Educacionais e Tecnologia Assistiva com Ênfase na 
Deficiência Visual 
52 
Oficina de Adaptação/Consultoria de Textos para o Sistema Braille 5 
Introdução à Audiodescrição e Consultoria 23 
Fonoaudiologia Escolar na Área da Deficiência Visual 8 
Curso de Aperfeiçoamento: A Surdo cegueira Congênita e suas 
consequências no desenvolvimento e na comunicação 
18 
Introdução ao Soroban – Metodologia: Menor Valor Relativo 17 
Educação Precoce 22 
Oficina de Dosvox e NVDA – Turma 2 13 
Oficina Elaboração de Gráficos Táteis - turma 1 (EaD) 12 
Produção de Material Didático na Área da Deficiência Visual 22 
Recursos Didáticos para o Ensino de Geografia na Área da Deficiência 
Visual 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
 
Modelo Ecológico Funcional na Educação de Alunos com Deficiência 
Múltipla 
15 
Total de participantes/concluintes 623 
Fonte: Constant (2010) 
 
Contudo, somente com a promulgação da Constituição de 1988, é que 
mudanças significativas ocorreram em relação à educação e medidas protetivas 
aos deficientes. Em seguida, movimento internacionais mobilizaram o mundo em 
relação à deficiência: Declaração Mundial de Educação para Todos (1990), 
Declaração de Salamanca (1994), Convenção da Guatemala (2001), Convenção 
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006), e atualmente a Lei Brasileira de 
Inclusão – LBI (2015). Documentos internacionais e nacionais que primam pela 
garantia do direito da pessoa com deficiência à inclusão. 
Outra instituição que ganhou destaque na história da deficiência visual é a 
Fundação para o Livro Cego no Brasil, localizada em São Paulo desde 1946, pelos 
esforços de Dorina Nowill, professora de deficientes visuais e cega desde os 17 anos. 
Ela possibilitou que o deficiente visual fosse integrado socialmente como pessoa 
capaz de produzir. 
Contando com a colaboração de Adelaide Reis de Magalhães e com 
apoio de autoridades públicas do Estado de São Paulo e da 
comunidade em geral, a Fundação para o Livros do Cego no Brasil 
iniciou suas atividades com o objetivo de produzir e distribuir livros 
impressos em sistema braile. Posteriormente teve suas atividades 
ampliadas no campo da educação, reabilitação e bem-estar social 
das pessoas cegas e portadoras de visão subnormal (MAZZOTTA, 1999, 
p. 34). 
Em 1990 a Fundação sofreu uma alteração no seu nome para Fundação 
Dorina Nowill para cegos. 
 
 
 
 
https://bit.ly/3rbR2Bw
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
 
 
 
 
Leia o livro da biblioteca virtual 
Direito, Vulnerabilidade e pessoa com deficiência 
https://bit.ly/2Wx4vFY
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. Entre as medidas apropriadas para assegurar que as pessoas com deficiência 
possam exercer seu direito à liberdade de expressão e opinião, analise as 
afirmativas abaixo e dê valores de Verdadeiro (V) ou falso (F). 
 
( ) Fornecer, prontamente e sem custo adicional, às pessoas com deficiência, 
todas as informações destinadas ao público em geral, em formatos acessíveis e 
tecnologias apropriadas aos diferentes tipos de deficiência. 
( ) Aceitar e facilitar, em trâmites oficiais, o uso de línguas de sinais, braile, 
comunicação aumentativa e alternativa, e de todos os demais meios, modos e 
formatos acessíveis de comunicação, à escolha das pessoas com deficiência. 
( ) Urgir as entidades públicas que oferecem serviços ao público em geral, 
inclusive por meio da Internet, a fornecer informações e serviços em formatos 
acessíveis, que possam ser usados por pessoas com deficiência, sendo que tal 
medida não poderá ser feita com as entidades privadas. 
 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo. 
a) V, V, V. 
b) V, V, F. 
c) V, F, V. 
d) F, F, V. 
e) F, F, F. 
 
2. Acerca da deficiência visual, assinale a opção correta. 
a) A visão depende exclusivamente do bom funcionamentodo olho. 
b) A aprendizagem da pessoa com deficiência visual depende do uso de softwares 
e aplicativos de computador. 
c) A baixa visão apresenta uma definição clara e objetiva, ao contrário da cegueira 
que inclui uma variedade de comprometimentos visuais. 
d) Do ponto de vista educacional, considera-se deficiente visual especificamente 
aquele que utiliza os sentidos remanescentes no processo de aprendizagem. 
e) A deficiência visual inclui dois grupos de condições distintas: cegueira e baixa 
visão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 
3. No Brasil, as políticas para a inclusão de pessoas com deficiência são recentes. 
Por muitos anos, as pessoas com necessidades especiais sofreram segregação, 
preconceito e foram muitas vezes consideradas incapazes de aprender. No 
entanto, hoje podemos perceber as muitas mudanças realizadas na sociedade 
brasileira e na percepção que se tem da pessoa com deficiência. Mas ainda há 
muito que avançar para que tenhamos de fato uma nação inclusiva. Em relação 
à Política Nacional da Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, 
analise as afirmativas abaixo: 
 
I. O atendimento educacional especializado identifica, elabora e organiza 
recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena 
participação dos alunos, considerando as suas necessidades específicas. As 
atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado 
diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo 
substitutivas à escolarização. 
II. Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimentos de longo 
prazo, de natureza física, mental ou sensorial que, em interação com diversas 
barreiras, podem ter restringida sua participação plena e efetiva na escola e na 
sociedade. Os estudantes com Transtornos Globais do Desenvolvimento são 
aqueles que apresentam alterações qualitativas das interações sociais recíprocas 
e na comunicação, um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado 
e repetitivo. 
III. No processo de avaliação, o professor deve criar estratégias considerando que 
alguns estudantes podem demandar ampliação do tempo para a realização dos 
trabalhos e o uso da língua de sinais, de textos em Braille, de informática ou de 
tecnologia assistiva como uma prática cotidiana. 
IV. Para a inclusão dos alunos surdos nas escolas comuns, a educação bilíngue - 
Língua Portuguesa/LIBRAS - desenvolve o ensino escolar na Língua Portuguesa e 
na língua de sinais, o ensino da Língua Portuguesa como segunda língua na 
modalidade escrita para alunos surdos, os serviços de tradutor/intérprete de Libras 
e Língua Portuguesa e o ensino da Libras para os demais alunos da escola. 
V. A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação 
Inclusiva tem como objetivo assegurar a inclusão escolar de alunos com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
habilidades/superdotação, orientando os sistemas de ensino para garantir acesso 
ao ensino regular, com participação e aprendizagem, porém não prevê a 
continuidade nos níveis mais elevados do ensino. 
 
Estão CORRETAS apenas as afirmativas: 
a) I, II e III. 
b) I, III e IV. 
c) I, II, III e IV. 
d) II e V. 
e) II, III, IV e V. 
 
4. No Braile Fácil, a impressão dos dois lados do papel é chamada de 
a) múltipla. 
b) transversa. 
c) interposto. 
d) dinâmica. 
e) multiface. 
 
5. O século XIX marcou a vida das pessoas com deficiência visual em todo o mundo. 
Nascia, na França, Louis Braille. Acometido pela cegueira por conta de um 
acidente doméstico, ele revolucionou a educação, com a criação do sistema 
braile. Atualmente, de acordo com Montilla (2006) uma série de equipamentos 
específicos favorecem a acessibilidade comunicacional a estudantes com 
deficiência visual. No ambiente escolar, pessoas com baixa visão utilizam-se de 
equipamentos também utilizados por estudantes cegos. 
 
Assinale a única opção de equipamento utilizado apenas pelas pessoas com 
baixa visão. 
a) Máquina braile para leitura e escrita. 
b) Impressora 3D. 
c) Lupa. 
d) Gravadores para registrar aulas. 
e) Livros falados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
 
6. A avaliação Educacional em larga escala é utilizada no Brasil objetivando a 
melhoria da qualidade da educação, bem como do fluxo escolar. Sobre as 
avaliações em larga escala no Brasil, é CORRETO afirmar: 
 
I. O SAEB, em 2019, utilizou dois tipos de instrumentos: testes cognitivos 
contemplando as áreas de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências da 
Natureza e Ciências Humanas para todos os estudantes dos anos a serem 
avaliados; e questionários, impressos e eletrônicos a serem respondidos pelos 
Alunos, Professores, Diretores, Secretários Estaduais e Municipais de 
Educação. 
II. As provas do SAEB, em 2019, foram censitárias para todos os estudantes do 
9º ano de escolas públicas e privadas. 
III. Ao aluno com deficiência é garantido o direito a provas em formato 
específico, à extensão de tempo para responder e à disponibilização de 
recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva adequados, desde que 
previamente solicitados e escolhidos. 
IV. O Enem tem como principal finalidade a avaliação da instituição escolar e, 
depois, a avaliação individual do desempenho do participante ao final do 
ensino médio. 
V. As médias de desempenho dos estudantes, apuradas no Saeb, juntamente 
com as taxas de aprovação, retenção e evasão, apuradas no Censo 
Escolar, compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). 
 
Está CORRETO o que se afirma apenas em: 
a) II, III e IV. 
b) I, II e IV. 
c) I, II, III e V. 
d) III, IV, e V. 
e) III e V. 
 
7. O Decreto nº 5.296/2004 traz definições relacionadas à acessibilidade. Acerca das 
definições previstas no decreto, assinale a alternativa correta. 
a) Barreiras nas comunicações e informações são as existentes nos serviços de 
transportes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
 
b) Edificações de uso público são aquelas administradas por entidades da 
administração pública, direta e indireta, ou por empresas prestadoras de serviços 
públicos e destinadas ao público em geral. 
c) Edificações de uso coletivo são as existentes nas vias públicas e nos espaços de 
uso público. 
d) Barreiras nas edificações são aquelas destinadas à habitação, que podem ser 
classificadas como unifamiliar ou multifamiliar. 
e) Nenhuma das alternativas. 
8. O estabelecimento de mecanismos que assegurem acessibilidade e acolhimento 
pressupõe uma lógica de organização e funcionamento do serviço de saúde que 
parte do princípio de que as equipes que atuam na Atenção Básica nas UBS 
devem receber e ouvir todas as pessoas que procuram seus serviços, de modo 
universal, de fácil acesso e sem diferenciações excludentes, e a partir daí construir 
respostas para suas demandas e necessidades. O princípio do Sistema Único de 
Saúde (SUS), norteador da atenção básica, e que se encontra descrito acima se 
denomina 
a) equidade. 
b) integralidade. 
c) resolutividade. 
d) universalidade. 
e) igualdade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
 
 
DEFICIÊNCIA VISUAL: O QUE É? 
 
 
 
3.1 A deficiência visual e suas características 
Nesta unidade conversaremos sobre as cusas da deficiência visual: 
provocada por fatores congênitos ou hereditários que se caracterizam pela 
ausência de resposta visual de uma pessoa, resposta essa que pode ser considerada 
uma ausência severa, moderada ou leve. Em outras palavras, o que é a deficiência 
visual? É uma incapacidade, ou uma anomalia de uma estrutura patológica, 
sensorial ou física (BUENO, 1993). 
Se uma pessoa apresentar uma anomalia total no sistema óptico ela poderá 
apresentar um quadro de cegueira total, ou limitações muito severas, ocorrendo a 
baixa visão. Nesse cenário, podemos perceber que a deficiência visual se constitui 
pela ausência ou pelaperda das funções visuais, acuidade visual ou campo 
visual.Vamos Explicando pouco melhor. 
O processamento correto do sistema visual é chamado de visão funcional, e 
quando ela falha ou há uma uma perda funcional parcial ou total, chamamos de 
perda visual. Os níveis de funções visuais se dividem em: 
 
 Visão normal; 
 Deficiência visual moderada; 
 Deficiência visual grave; 
 Cegueira. 
 
Podemos ainda, pensar em um outro grupo: aquele de pessoas que 
apresentam deficiência visual moderada associada ao de pessoas que apresentam 
deficiência visual grave, esse grupo é chamado de pessoas com baixa visão ou 
visão subnormal. Esse grupo de pessoas junto com o grupo de pessoas denominadas 
cegas formam a expressão deficiência visual (PORTAL PEBMED, 2001). 
Pensando nisso, como a deficiência visua é avaliada? A função visual é 
composta de dois elementos importantes: a acuidade visual e o campo visual. 
A acuidade visual se refere à capacidade que a pessoa tem de distinguir dois 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
 
pontos a uma determinada distância. Já o campo visual, refere-se à amplitude do 
espaço que é captado pela visão (OTTAIANO et al., 2019). 
 
3.2 Cegueira e Visão subnormal 
No mundo que vivemos o sentido a visão é valorizado e não se concebe a 
ideia de perdê-la. Por meio dela enxergamos o mundo construímos nossas redes de 
relações, trabalhamos e nos inserimos socialmente. Uma vez perdida, nos 
encontramos em um quadro de cegueira ou deficiência visual. 
A deficiência visual se apresenta como ausência completa da visão. No caso 
da cegueira ou da baixa visão ocorre um problema na captação de informações ou 
imagens que são levadas ao córtex visual, local onde são processadas por meio da 
percepção sensorial que, por sua vez, tem como objetivo codificar os resultados que 
chegam de forma desorganizada, desconexa e ineficiente, nos impossibilitando de 
perceber realmente o que está acontecendo ao nosso redor. 
No caso da cegueira total, temos a perda completa da visão, a pessoa não 
distingue nem mesmo os vultos durante o dia. A cegueira se constitui por uma perda 
total da função óptica que afeta irreversivelmente a capacidade de enxergar cores, 
perceber profundidades e detectar distâncias. A cegueira nada mais é do que uma 
condição caracterizada pela perda da habilidade de enxergar, mesmo com a 
melhor correção (qualquer recurso óptico como óculos ou lente de contato). 
No caso da baixa visão, lupas, óculos são recursos de tecnologia assistiva que 
podem amenizar o problema e melhorar a qualidade da resolução da perda visual, 
lembrando que esses recursos não eliminam a deficiência, mas favorecem a 
qualidade de vida da pessoa. De acordo com a Organização Mundial de Saúde 
(OMS), a deficiência visual é classificada em seis graus, relacionados com a acuidade 
visual (AV) do sujeito. 
 
Figura 6: Classificação do grau de deficiência visual 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Fonte: Franco e Dias (2005) 
 
 
Quando a pessoas apresentam visão subnormal ou baixa visão, elas ainda 
conservam alguns resíduos visuais, contudo, não conseguem distinguir claramente ou 
com nitidez qualquer objeto que esteja a aproximadamente três metros de distância 
durante o dia, isso quer dizer que distingue vultos, objetos há uma pequena distância 
e claridade. Não reconhecem a feição das pessoas. Na escola as crianças não 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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enxergam o que os professores escrevem no quadro, apresentam dificuldades para 
ler palavras, placas de ônibus etc. 
 
Figura 7: Criança com visão subnormal 
 
Fonte: Franco (2017) 
 
Na visão subnormal a pessoa apresenta 30% ou menos de visão do melhor 
olho mesmo utilizando óculos, ou ter sido submetida a procedimentos cirúrgicos ou 
corretivos. Isso quer dizer que existe uma perda da visão grave da visão, entretanto, 
algumas funcionalidades do olho estão preservadas. 
De acordo com o Instituto Brasileiro de Cegueira (ICB) são vários os fatores 
causadores da cegueira e da baixão visão: alguns sujeitos já nascem nesta 
condição, em outros casos elas podem ser adquiridas, ou ainda, podem ser 
causadas por acidentes com objetos, acidentes de trânsito ou algumas doença. 
Na escola não cabe ao professor diagnosticar se a criança apresenta baixa 
visão, pois, entre a escuridão e a nitidez existem possibilidades diferenciadas. O que 
isso quer dizer? Tudo dependerá do comprometimento das funções visuais, de como 
a criança foi estimulada desde a descoberta do problema, de como ela utiliza seu 
resíduo visual etc., ou seja, o grau de dificuldade que ela apresenta para enxergar 
(FRANCO, 2017). Essas dificuldades podem estar relacionadas a: 
 Diminuição da acuidade visual, resultando no comprometimento da nitidez 
das imagens observadas; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Sensibilidade ao contraste, dificultando o reconhecimento de rostos, 
contornos de letras e números, baixa percepção de degraus em escadas ou 
reconhecimento se o copo está cheio ou não de água; 
 Desconforto visual diante de focos de luz; 
 Diminuição do campo visual, restando apenas a visão central, setorial ou 
periférica; 
 Presença de escotomas manchas escuras dispersas que obstruem a imagem; 
 Alterações na percepção de cores (FRANCO, 2017). 
Agora, observe na prática na prática as imagens produzidas em uma visão 
subnormal: 
 
Figura 8: Patologias e recursos na visão subnormal 
 
 
Fonte: Franco (2017) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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No entanto, sabemos que tudo isso não é uma tarefa fácil, ao contrário, 
apresenta-se como um grande desafio. Recursos ópticos, lupas, lentes especiais, 
requerem muito conhecimento especializado e técnico, indicação assertiva para 
cada caso e acompanhamento profissional, o custo é elevado, treinamento e 
observação do professor, ou seja, como já dissemos em disciplinas anteriores, um 
trabalho de uma equipe multidisciplinar. 
Porém, se algumas adapatações forem realizadas, é possível melhorar a 
qualidade de vida e as condições visuais da criança. auxílios ópticos, não-ópticos 
e/ou eletrônicos, que tornassem as adaptações de tamanho, contraste, brilho e 
iluminação viáveis. Observe no quadro como isso faz a diferença. 
 
Figura 9: Auxílios na visão subnormal 
Auxílios Ópticos Auxílios não Ópticos Auxílios eletrônicos 
Usados para: 
 
-Aumentar a imagem; 
-Deslocar a imagem na 
retina; 
-Filtrar o espectro e luz; 
-Condensar a imagem. 
 
 
São modificações em 
materiais e no ambiente 
para: 
 
-Ampliação; 
-Ajuste de posicionamento e 
postura 
-Melhoria das condições de 
escrita e leitura 
-Controle da iluminação 
 
Associação de sistemas 
ópticos e eletrônicos (vide 
ampliação e tecnologia) 
para: 
 
-Ajuste de tamanho; 
-Ajuste de brilho, cor, 
iluminação; 
-Leitura de conteúdo com 
sintetizadores de voz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Fonte: Franco (2017) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 10: Possíveis resultados das adaptações 
 
 
Fonte: Franco (2017) 
 
Percebemos que essa ainda não é a realidade de nossas crianças, 
principalmente das redes púbicas de ensino. Podemos tentar customizar algumas 
dessas adaptações, com recursos mais acessíveis como: uma cortina que controle a 
entrada de luz, um quadro negro e não o branco, pois o brilho compromete a 
visibilidade, ampliação das imagens, textos, fontes, espaçamentos utilizados pelo 
professor nas leituras entre outras adaptações! Esse cuidado permitirá ao aluno com 
visão subnormal melhor qualidade de vida, conforto visual e maiores expectativas de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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aprendizagem para ler e escrever. 
 
 
3.3 Principais causas da deficiência visual 
A formação do CID 11 (Código Internacional de Doenças) , a ser 
disponibilizado em janeiro de 2022 prevê como principais causas

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