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@laismazzini Just in Time (JIT) e Just in Sequence (JIS) No fluxo de materiais temos: ➢ sistema puxado (pull): tem como princípio o início da execução da produção/ operação a partir dos pedidos dos clientes. Um restaurante à la carte (pedido pelo cardápio) é um bom exemplo deste sistema, pois a produção da comida só ocorre a partir da efetivação do pedido pelo cliente ➢ sistema empurrado (push): em que há a execução da operação antecipada aos pedidos dos clientes, operando-se com uma previsão da demanda. Exemplo de um sistema assim pode ser um buffet ou restaurante selfservice que se programa (e produz) de acordo com a necessidade de comida para um determinado período e/ou estimativa. Just in Time (JIT) é uma filosofia que visa a redução do estoque, produzindo somente a quantidade necessária no tempo necessário. As montadoras automobilísticas trabalham com esta técnica, recebendo de seus fornecedores pequenos lotes para atender uma demanda “fracionada” (entrega pneus apenas para uma hora de produção). No entanto, reduzir os estoques não é tão simples assim e exige outras ações no decorrer das operações da organização e de sua cadeia de suprimentos. Os estoques, na maioria das vezes, acabam escondendo outros problemas, tais como: atrasos, quebras de máquinas e equipamentos, ineficiência operacional, entre outros. Desta forma, reduzir o estoque significa gerar ações de melhorias nos processos, gerando maior qualidade. Inclusive a abordagem JIT é comumente relacionada à abordagem Lean Manufacturing (manufatura enxuta) e até mesmo considerada seu sinônimo. Ambas são consequências de melhorias e práticas aplicadas pela empresa automobilística Toyota nos anos de 1970. Para que possamos diferenciar as abordagens, podemos definir que o JIT é uma das técnicas utilizadas pelo Lean Manufacturing, responsável pela gestão do fluxo de materiais e respectivos estoques. Já o pensamento enxuto reúne outras técnicas e ferramentas que possibilitam eliminar os desperdícios existentes dentro da organização. O JIT fundamenta-se no conceito do “puxar”, ou seja, produzir conforme a demanda, tendendo ao estoque zero. Outros dois pontos relevantes para a implementação do JIT são referentes à estratégia de negócio e custos. ➢ No que diz respeito à estratégia, uma empresa de bem de consumo, a exemplo de um fabricante de chocolate, deverá ter seu produto distribuído e disponibilizado no maior número de pontos de vendas (varejos) se quiser atender ao consumidor, isto o levará a ter estoques no decorrer da cadeia, principalmente no ponto próximo ao cliente. ➢ Em relação aos custos, a empresa automobilística não terá a mesma tratativa para todos os componentes do veículo, imagine receber uma quantidade pequena de parafusos a cada hora. O JIT não é sinônimo de zero estoque, mas sim de gerenciamento de estoque. @laismazzini Just In Time (JIT) é uma filosofia que visa a redução do estoque, produzindo somente a quantidade necessária no tempo necessário. Dentro desta sistemática, sua principal ferramenta é utilização do kanban, responsável pela sincronização do fluxo de materiais com o objetivo de fazer com que a produção ajuste-se às necessidades da demanda, produzindo na quantidade certa e no momento certo. Kanban, em japonês, significa cartão e tem como função operacionalizar o JIT. ➢ Trata-se de uma ferramenta de controle por cartões utilizada para facilitar a visualização e precisão do que está sendo fabricado e estocado. ➢ Fundamentado na gestão visual, tradicionalmente utilizam-se cartões (kanban) e painéis (porta-kanban), em que os cartões funcionam como “ordens de produção” ou como “ordens de compra”. Cada cartão equivale a um lote mínimo do produto, um contentor (caixa ou embalagem) ou mesmo uma só unidade, que circula entre o setor consumidor e o fornecedor (pode ocorrer internamente ou no decorrer da cadeia de suprimentos). O cartão é disponibilizado ao setor fornecedor como uma requisição, após o consumo da quantidade que estava vinculado, gerando o reabastecimento para o consumidor. O kanban permite ao fornecedor (interno ou externo) priorizar as suas atividades em função das necessidades do cliente, garantindo a sincronização e o alinhamento. A gestão visual por meio de cartões geralmente respeita as cores universais de um semáforo de trânsito, na qual: • Faixa verde: define o nivelamento da produção e/ ou demanda. • Faixa amarela: é o tempo de resposta. • Faixa vermelha: é a segurança necessária para que os clientes sejam atendidos. A Figura demonstra um modelo simplificado de kanban, com apenas um cartão para cada cor (status), e no qual os cartões deverão ser colocados do verde para o vermelho, respeitando o tempo de reposição (lead time). No entanto, deve-se dimensionar as quantidades de movimentação e cálculos devem ser realizados para garantir o atendimento das necessidades. Para Tubino (2010), dois aspectos devem ser considerados no dimensionamento: 1) Tamanho do lote do item para cada contenedor e/ou cartão, o qual geralmente é definido em função de dois fatores: a) quantidade e tempo de setup (troca de produtos) decorrente no dia, sendo que quanto maior for o tempo de setup, maior será o tamanho do lote para diluir seus custos e menor a sua frequência de produção diária; @laismazzini b) tamanho do contenedor onde serão colocados os itens, recomendando-se a redução dos tipos de contenedores. 2) Número total de contenedores e/ou cartões por item, definindo o nível total de estoques do item no sistema (durante o processo). Esta determinação é em função do tempo gasto para a produção e movimentação dos lotes no sistema produtivo, bem como da segurança projetada. O kanban, na sua forma tradicional, tem por objetivo o gerenciamento do fluxo de materiais e/ou produtos, minimizando o estoque. Mas é comum encontrarmos algumas variações e adaptações do modelo com outros objetivos, tal como o de priorizar tarefas. O sistema kanban tradicional emprega painéis ou quadros de sinalização junto aos pontos de armazenagem (também recebem o nome de supermercados), com o intuito de sinalizar o fluxo de movimentação e consumo dos itens a partir da fixação dos cartões kanban nesses quadros. Um modelo de quadro é apresentado na Figura. O cartão kanban deve informar o número da peça, a capacidade da caixa e alguns outros dados relevantes a cada organização ou processo. As figuras 3.3 e 3.4 demonstram modelos de cartões kanban. @laismazzini Just In Sequence (JIS), ou condomínio industrial, que visa buscar novas soluções para redução dos custos com o aumento da produtividade, que visa atender não só os itens necessários, na quantidade necessária e no momento necessário, mas também na sequência certa. Just In Sequence é definido como um sistema de fornecimento no qual os fornecedores estão instalados nas mediações, ou site da empresa, e abastecem diretamente na linha de produção e em sequência estipulada e tempo determinado. Esta abordagem caracteriza-se com um aprimoramento da filosofia Just in Time. ➢ Em síntese, o fornecedor deve estar o mais próximo possível do ponto de consumo. Algumas empresas incentivam o fornecedor a instalá-lo em sua planta de produção. Este aspecto é muito comum entre as organizações do segmento automobilístico, criando o conceito de Just in Sequence ou condomínios. Empresas de outros segmentos utilizam conceitos similares, a Unilever, em sua unidade de Vinhedo, estado de São Paulo, alojou o fornecedor de frascos de xampus na sua planta. Outro ponto importante nestas sistemáticas (JIT e JIS) é referente ao giro dos materiais e/ou produtos. @laismazzini ➢ Podemos ter como exemplo a garantia de que o produto que foi produzido primeiro, e com data de validade mais antiga, seja o primeiro a chegar ao cliente, como na situação de priorização doatendimento ao cliente em função da data de entrada do pedido. ➢ Estes exemplos enaltecem principalmente a metodologia denominada de FIFO (First In, First Out) – o primeiro que entra é o primeiro que sai. Mas também temos a política de giro de estoque denominada de LIFO (Last In, First Out) – o último que entra é o primeiro que sai. Um exemplo é o do ponto de venda que recebe do distribuidor o produto mais fresco que ele tem no estoque, formando assim outra estratégia. Referência: Processos logísticos - Leonardo Ferreira Rodrigo Furlan de Assis Luis Fernando Chiacherine Valdir Esposito Cristiano de Almeida Bredda Romeu Marcelo Kurth
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