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MIOLOGIA

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1.- Considerações Gerais: 
 
1.1- Conceitos Básicos: 
 
Miologia: Em latim, o termo “mio” significa músculo enquanto “logia” 
significa estudo. Dessa forma miologia é o estudo dos músculos. 
Músculos são órgãos constituídos por tecido muscular, especializado em contrair 
e realizar movimentos em resposta a um estímulo nervoso. As células 
musculares são denominadas de fibras e tem como características; elasticidade, 
excitabilidade, contratilidade e capacidade de conduzir estímulos. 
 
1.2- Variedades do Tecido Muscular: 
 
1.2.1- Tecido Muscular Liso ou Não Estriado: 
 
Apresenta miócitos fusiformes, mononucleados e sem estriações 
transversais. É encontrado na parede de vasos sanguíneos e órgãos ocos 
(estômago, bexiga, intestino, útero, ureteres, baço). É responsável por 
contrações involuntárias, lentas e rítmicas como, por exemplo, e movimentos 
peristálticos (Figura 1). 
 
Figura 1 – Tecido Muscular Liso ou Não Estriado. 
 
 
1.2.2- Tecido Muscular Estriado Cardíaco (Miocárdio): 
 
Apresenta miócitos alongados, estriados transversalmente e com 
ramificações. Podem apresentar um ou dois núcleos centrais e é o tecido 
presente no coração. Responsável por contrações involuntárias, vigorosas e 
rítmicas e sua ação é comandada por impulsos elétricos gerados no próprio 
coração (Figura 2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.2.3- 
 
Figura 2 - Tecido Muscular Estriado Cardíaco (Miocárdio). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.2.3- Tecido Muscular Estriado Esquelético: 
 
Apresenta miócitos estriados transversalmente, cilíndricos, longos, com 
nucleação múltipla periférica. Ao menos uma de suas extremidades é fixada ao 
esqueleto, tendo a isso a associação com o nome. A contração é vigorosa, rápida 
e voluntária. Esse tipo de tecido corresponde a aproximadamente 40% do peso 
corporal dos animais (Figura 3). 
 
Figura 3 - Tecido Muscular Estriado Esquelético 
 
A contração do músculo esquelético provoca movimentação do seguimento 
ósseo ao qual determinado músculo está envolvido. Alguns músculos 
esqueléticos se encontram relacionados a vísceras, nas quais guardam seus 
orifícios naturais (esfíncteres). 
 
A musculatura esquelética possui parte ativa, que contém fibras 
musculares e realiza contração, e parte passiva, relacionada aos tendões 
responsáveis pelo tracionamento. O músculo esquelético é inervado pelo sistema 
nervoso somático. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.2.4- Funções do Músculo Esquelético: 
 
Como principais funções do músculo esquelético, têm-se: 
 
• Produção de movimentos corporais como andar e correr (Figura 4); 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4 
 
• Estática corporal: A contração dos músculos esqueléticos 
proporciona estabilidade articular, participando da manutenção das 
posições corporais como ficar sentado ou em pé (Figura 5); 
 
 
Figura 5 
• Produção de calor: Com a contração do tecido muscular, ocorre a 
produção de calor, sendo a maior parte deste calor liberado, utilizado 
para manutenção da temperatura corporal (Figura 6). 
 
 
Figura 6 
 
 
2. Organização Muscular: 
 
2.1- Componentes Anatômicos: 
 
2.1.1 – Ventre Muscular: Porção média e carnosa, com predominância de 
miócitos. É a parte ativa/contrátil dos músculos (Figura 7). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porção Carnosa 
 
 
 
 
Figura 7 
 
2.1.2 – Tendões e aponeuroses: Extremidades esbranquiçadas e brilhantes, 
resistentes e inextensíveis, que fixam o músculo ao esqueleto. São constituídos 
por tecido conjuntivo denso, rico em colágeno. Os tendões podem apresentar 
formato cilíndrico ou de fita (Figura 9) e as aponeuroses (Figura 8) apresentam 
formato laminar. 
 
 
Aponeurose Tendão 
 
 
Figura 8 Figura 9 
 
 
2.2 – Origem e inserção muscular: Os músculos tem origem sempre proximal 
(Figuras 10 e 11), enquanto a inserção é sempre distal (Figuras 12 e 13). 
 
2.2.1 – Origem: 
 
• Bíceps 
• Tríceps 
• Quadríceps 
 
 
 
 
Bíceps 
 
Tríceps 
 
Quadríceps 
 
 
Figura 10 Figura 11 
2.2.2 – Inserção: 
 
• Monocaudal 
• Bicaudal 
• Pluricaudal 
 
 
Figura 12 Figura 13 
 
 
2.2.3 - Quanto à arquitetura das fibras musculares: 
 
A nomenclatura é dada baseada na quantidade de sentidos que as fibras 
musculares apresentam em um músculo. Podem ser (Figura 14): 
 
 
Figura 14 
2.2.4 – Quanto ao número de ventres: 
 
Os músculos podem ser: 
 
• Monogástrico: ventre único (músculo flexor radial do carpo e músculo 
ulnar do carpo) (Figura 15); 
 
 
Figura 15 
 
• Digástrico: apresenta dois ventres (músculo bíceps braquial) (Figura 16); 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 16 
 
• Poligástrico: apresenta três ou mais ventres (músculo reto do abdome) 
(Figura 17). 
Figura 17 
 
 
2.2.5- Quanto à função (Figura 18): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 18 
 
• Extensor: aproxima dois ossos; 
 
• Flexor: afasta dois ossos; 
 
• Adutor: aproxima os membros do corpo; 
 
• Abdutor: Afasta os membros do corpo; 
 
• Pronador: realiza rotação medial; 
 
• Supinador: realiza rotação lateral; 
2.2.6 – Classificação de acordo com sua participação na ação: 
 
 
• Agonistas: corresponde ao músculo que realiza a maior contração 
muscular. É o principal músculo na ação dos movimentos; 
 
• Antagonistas: Corresponde ao músculo que realiza ação contrária. Dessa 
forma ele precisa relaxar para permitir a ação do agonista. 
 
• Sinergistas: são aqueles que participam auxiliando a movimentação 
principal ou estabilizando as articulações para que não ocorram 
movimentos indesejáveis durante a ação principal. Exemplo: no mesmo 
exemplo, os flexores e extensores do punho contraem-se mantendo 
estáveis as articulações do punho e cotovelo. 
 
• Fixadores: estabilizam a origem do agonista de modo que ele possa agir 
mais eficientemente. Estabilizam a parte proximal do membro quando se 
move a parte distal. 
 
 
3. Estrutura muscular (Figura19): 
 
• Os músculos esqueléticos são revestidos por uma camada externa de 
tecido conjuntivo, que reverte todo o músculo. Essa camada é denominada 
epimísio. 
 
• Do epimísio partem finos septos de tecido conjuntivo que se dirigem para 
o interior do músculo, separando-os em feixes denominados fascículos. 
Cada fascículo possui um grupo de fibras musculares circundadas pelo 
perimísio. 
 
• Dentro de cada fascículo, existe uma fina camada de tecido conjuntivo que 
separa as fibras musculares individuais de seus vizinhos. Essa camada é 
denominada de endomísio. 
 
Figura 19 
3.1- As fibras musculares são compostas por largos filamentos denominados 
miofibrilas. A miofibrila é o elemento contrátil do músculo. É composta por 
filamentos de actina e miosina e dividem-se em sarcômeros. 
 
O sarcômero é a unidade funcional de uma miofibrila e é composto por (Figura 
20): 
 
• Linha Z: São os extremos do sarcômero; 
 
• Banda I: Conhecida como zona clara. Apresenta miofilamentos finos de 
actina; 
 
• Banda A: Conhecida como zona escura. Apresenta miofilamentos grossos 
de miosina; 
 
• Zona H: fica localizada no centro da Banda A. 
 
• Zona M: É o ponto chave da contração. Fica no centro da Zona H. 
 
 
Figura20 
 
 
3.2- Contração Muscular: 
 
• Ocorre pelo deslizamento da actina com a miosina, levando ao 
encurtamento do sarcômero. 
 
 
4. Anexos Musculares: 
4.1 – Fáscia muscular: Lâmina de tecido conjuntivo que envolve cada músculo. 
Forma uma bainha elástica de contenção e permite o deslizamento entre 
músculos (Figura 21). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fáscia Muscular 
 
 
Figura 21 
 
 
4.1 – Bainha Fibrosa: Tem a função de “conter o tendão para delimitar seu 
movimento, porém permite seu deslizamento (Figura 22). 
4.2 - Bainha sinovial: tipo de bolsa sinovial que circunda todo o tendão, em 
locais em que grande parte deste se apresenta vulnerável (Figura 22). 
 
Figura 22 
4.3 - Bolsa sinovial: Formada por tecido conjuntivo, é uma bolsa que se forma 
entre o tendão de um músculo e o osso. Ocorreem locais com maior risco de 
lesão por pressão ou fricção (Figura 23). 
 
 
Figura 23 
4.4 - Ossos Sesamóides são pequenos nódulos ossificados inseridos nos 
tendões, que lhes fornecem apoio extra e reduzem a pressão sobre os restantes 
tecidos. Existem vários ossos sesamóides em vários locais do corpo, como a 
“palma” da mão ou as bases dos dedos. 
 
Figura 24 
5. Referências Bibliográficas: 
 
DYCE, K.M.; SACK, W.O.; WENSING, C.J.G. Tratado de Anatomia 
Veterinária. 4ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 663p. 
 
KÖNIG, H.E.; LIEBICH, H.-G.; Anatomia dos Animais Domésticos: Texto e 
Atlas Colorido 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. 824p. 
 
SISSON, S.; GROSSMAN, J.D. Anatomia dos Animais Domésticos. 5ª ed. 
Rio de Janeiro: Guanabara. v.1, 1986. 1134p. 
SISSON, S.; GROSSMAN, J.D. Anatomia dos Animais Domésticos. 5ª ed. 
Rio de Janeiro: Guanabara. v.2, 1986. 863p.

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