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Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul Campus Virtual Atividade de Avaliação a Distância Unidade de Aprendizagem: Introdução à Macroeconomia Curso: Bacharelado em Ciências Econômicas Questão 1 (4,0 pontos) Pesquise sobre os meios de pagamentos brasileiros e análise cada montante de moeda em função da liquidez no nosso país entre os meses de janeiro a maio de 2020. MOEDA A moeda representa um bem como outro qualquer que possui a característica de que todos a aceitam como troca de uma mercadoria. Em termos econômicos a moeda pode ser entendida como tudo aquilo que é aceito para liquidar as transações, ou seja, para pagar pelos bens e serviços, bem como para quitar obrigações. Formas Moeda metálica – são emitidas pelo Banco Central e visam facilitar as operações de pequeno valor, bem como servem como unidade fracionada, facilitando o troco. Representam uma pequena parcela da oferta monetária, ou seja, em seu montante não representam muita coisa. Papel moeda – também conhecida como moeda fiduciária, são emitidas pelo Banco Central e representam uma parcela significativa da quantidade de dinheiro em poder do público para o qual não existe qualquer tipo de lastro. A sua aceitação se deve à imposição legal do Governo. Moeda escritural ou bancária – são os depósitos a vista (em conta corrente) nos bancos comerciais que podem ser levantados através da emissão de cheques. Basicamente, é a moeda dos bancos e circulam sob a forma de cheques e ordens de pagamento. Funções Meio ou instrumento de troca – consiste na função primordial da moeda e a mais importante, tendo em vista que ela foi criada para ser um mecanismo de facilitação das trocas entre os diversos agentes da atividade econômica, e é utilizada, principalmente, para comprar bens e serviços. Padrão comum de valores – através da moeda é possível fazer a comparação dos valores de diferentes mercadorias, pois essa função permite expressar em unidades monetárias os valores dos bens e serviços de uma economia, ou seja, a moeda é utilizada como padrão de medida, como um o instrumento pelo qual as mercadorias são cotadas. Reserva de valor – devido a moeda possuir liquidez imediata, ou seja, tem a capacidade de ser aceita e trocada por outro produto, as pessoas decidem manter parte de sua renda na forma de moeda. Deste modo, a posse da moeda representa uma reserva de valor para quem a possui, podendo ser utilizada no futuro para adquirir um serviço no futuro. Características Indestrutibilidade e inalterabilidade – a moeda deve ser suficientemente durável, ou seja, deve resistir às inúmeras relações de troca a que estiver sujeita, logo, ele precisa ser impressa em um material de excelente qualidade. Homogeneidade – diferentes unidades monetárias mas que possuam o mesmo valor de compra devem ser exatamente iguais. Divisibilidade – a moeda deve possuir múltiplos e submúltiplos, de modo que permita a realização de todos os tipos de transações. Facilidade de manuseio e transporte – deve ser impressa de modo que facilite o seu uso e o seu transporte, com a finalidade de que a sua utilização seja dificultada. Transferibilidade – a moeda deve circular na economia sem nenhuma dificuldade, de modo a facilitar o processo de troca. Conceito de Liquidez Consiste na capacidade que um ativo tem de estar totalmente disponível e aceito para as mais diversas transações, deste modo, verifica-se que a moeda é a liquidez por excelência. MEIOS DE PAGAMENTO Os meios de pagamento – representam a soma do papel moeda em poder do público mais os depósitos à vista do público nos bancos comerciais. Deste modo, subtende-se que não estão incluídas as moedas que estão em poder dos bancos comerciais e das autoridades monetárias. Ou seja, é a soma de toda a moeda (metálica, papel moeda, e escritural) e equivalem a moeda que não está rendendo juros. O papel moeda em poder do público – é a soma de toda a moeda emitida menos os encaixes em moeda corrente dos bancos. Representam o volume total de dinheiro que está em circulação na economia, subtraído do volume depositado nos bancos comerciais o percentual referente ao encaixe bancário. Depósitos à vista do público nos bancos comerciais – corresponde ao volume de dinheiro depositado por pessoas físicas e jurídicas nos bancos comerciais, ou seja, não constituem dinheiro dos bancos, mas sim do público. O dinheiro que pertence aos bancos são seus encaixes (caixa dos bancos comerciais) e suas reservas (quantia dos bancos depositada no Banco Central). – Uma observação importante consiste no fato da moeda também ser chamada de meios de pagamento, que representa o total de moeda à disposição do setor privado não bancário e que possui liquidez imediata. Deste modo, a moeda pode ser classificada em função da liquidez. Classificação da moeda em função da liquidez M1 – é a soma do papel moeda em poder do público e dos depósitos à vista. Compreende o conceito restrito de moeda e representa os meios de pagamento de liquidez imediata que não rendem juros e são utilizados para pagamento de bens e serviços. Também são chamados de ativos ou haveres monetários. Meios de pagamento ampliados ou amplos – compreende o M2, M3 e M4. M2 – é a soma do M1 mais os depósitos de poupança e os títulos privados (depósitos a prazo, letras cambiais, hipotecárias e imobiliárias), ou seja, os depósitos para investimento. M3 – é a soma do M2 mais as captações internas por intermédio dos fundos de renda fixa e pelas carteiras de títulos públicos e privados adquiridos em operações compromissadas registradas no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC). M4 – é a soma do M3 mais os títulos públicos (federais, estaduais e municipais) de alta liquidez adquiridos em operações definitivas. MONTANTE DE MOEDA Período de 01/01/2020 a 31/01/2020 Figura 1 – Meios de pagamento - 01/01/2020 a 31/01/2020 Fonte: Banco Central do Brasil, 2020. No mês de janeiro de 2020, verifica-se que os meios de pagamento (M1) atingiram a marca de aproximadamente R$ 404 bilhões, sofrendo uma queda de aproximadamente 9,8% no mês. Essa queda implicou num redução de aproximadamente 12,5% nos depósitos à vista e de aproximadamente 7,3% no saldo do papel moeda em poder do público. O M2 atingiu a marca de aproximadamente R$ 3 trilhões, sofrendo uma queda de aproximadamente 2,2% no mês. Essa queda é uma soma da redução que ocorreu no M1, na redução de aproximadamente 0,8% no saldo dos títulos emitidos por instituições financeiras (R$ 1,8 trilhão) e na redução de aproximadamente 1,2% nos depósitos de poupança (R$ 839 bilhões). Ainda, verificou-se que no mês de janeiro de 2020, foram registrados os resgates de aproximadamente R$ 19,3 bilhões nos depósitos a prazo e de aproximadamente R$ 12,4 bilhões nos depósitos de poupança. O M3 atingiu a marca de aproximadamente R$ 6,7 trilhões, sofrendo uma queda de aproximadamente 0,8% no mês,acompanhando a retração nos agregados mais restritos, que compensou um aumento de aproximadamente 0,8% no saldo das quotas de fundos do mercado monetário (R$ 3,5 trilhões). O M4 atingiu a marca de aproximadamente R$ 7,2 trilhões, sofrendo uma queda de aproximadamente 0,9% no mês. Período de 01/02/2020 a 29/02/2020 Figura 2 – Meios de pagamento - 01/02/2020 a 29/02/2020 Fonte: Banco Central do Brasil, 2020. No mês de fevereiro de 2020, verifica-se que os meios de pagamento (M1) atingiram a marca de aproximadamente R$ 410 bilhões, sofrendo um aumento de aproximadamente 0,9% no mês. Esse aumento é fruto da elevação de aproximadamente 2,8% no saldo de depósitos à vista e na redução de aproximadamente 0,9% no saldo do papel moeda em poder do público. O M2 atingiu a marca de aproximadamente R$ 3 trilhões, sofrendo um pequeno aumento de aproximadamente 0,3% no mês. Esse aumento corresponde a soma do crescimento que ocorreuno M1, mais o aumento de aproximadamente 0,5% no saldo dos títulos emitidos por instituições financeiras e no aumento de aproximadamente 1,9% nos depósitos a prazo. Ainda, no mês de fevereiro, verificou-se o registro de captações líquidas de aproximadamente R$ 18,8 bilhões nos depósitos a prazo e resgates líquidos de aproximadamente R$ 3,6 bilhões nos depósitos de poupança. O M3 atingiu a marca de aproximadamente R$ 6,8 trilhões, sofrendo um pequeno aumento de aproximadamente 0,5% no mês, acompanhando o crescimento de 0,7% no saldo das quotas de fundos do mercado monetário (R$ 3,6 trilhões). O M4 atingiu a marca de aproximadamente R$ 7,2 trilhões, sofrendo um pequeno aumento de aproximadamente 0,2% no mês. Período de 01/03/2020 a 31/03/2020 Figura 3 – Meios de pagamento - 01/03/2020 a 31/03/2020 Fonte: Banco Central do Brasil, 2020. No mês de março de 2020, verifica-se que os meios de pagamento (M1) atingiram a marca de aproximadamente R$ 436 bilhões, sofrendo um aumento de aproximadamente 4,5% no mês. Esse aumento é fruto da expansão de aproximadamente 7,3% no saldo de depósitos à vista e de aproximadamente 1,9% no saldo do papel moeda em poder do público. O M2 atingiu a marca de aproximadamente R$ 3,2 trilhões, sofrendo um aumento de aproximadamente 4,7% no mês. Esse aumento corresponde a soma do crescimento que ocorreu no M1, mais o aumento de aproximadamente 6,1% no saldo dos títulos emitidos por instituições financeiras e no aumento de aproximadamente 11% nos depósitos a prazo. Ainda, no mês de março, verificou-se o registro de captações líquidas de aproximadamente R$ 140 bilhões nos depósitos a prazo e de aproximadamente R$ 12,1 bilhões nos depósitos de poupança. O M3 atingiu a marca de aproximadamente R$ 6,9 trilhões, sofrendo um aumento de aproximadamente 1% no mês, acompanhando o crescimento dos agregados M1 e M2, apesar de ter ocorrido uma redução de aproximadamente 2,8% no saldo das quotas de fundos do mercado monetário que totalizaram aproximadamente R$ 3,5 trilhões. O M4 atingiu a marca de aproximadamente R$ 7,3 trilhões, sofrendo um pequeno aumento de aproximadamente 0,7% no mês. Período de 01/04/2020 a 30/04/2020 Figura 4 – Meios de pagamento - 01/04/2020 a 30/04/2020 Fonte: Banco Central do Brasil, 2020. No mês de abril de 2020, verifica-se que os meios de pagamento (M1) atingiram a marca de aproximadamente R$ 464 bilhões, sofrendo um aumento de aproximadamente 8,1% no mês. Esse aumento é decorrente da expansão de aproximadamente 4,9% no saldo de depósitos à vista e de aproximadamente 11,3% no saldo do papel moeda em poder do público. O M2 atingiu a marca de aproximadamente R$ 3,4 trilhões, sofrendo um aumento de aproximadamente 5,4% no mês. Esse aumento corresponde a soma do crescimento que ocorreu no M1, mais o aumento de aproximadamente 5,7% no saldo dos títulos emitidos por instituições financeiras e no aumento de aproximadamente 3,4% nos depósitos de poupança. Ainda, no mês de abril, verificou-se o registro de captações líquidas de aproximadamente R$ 123,7 bilhões nos depósitos a prazo e de aproximadamente R$ 30,5 bilhões nos depósitos de poupança. O M3 atingiu a marca de aproximadamente R$ 7 trilhões, sofrendo um aumento de aproximadamente 2,3% no mês, acompanhando o crescimento dos agregados M1 e M2, apesar de ter ocorrido uma redução de aproximadamente 0,8% no saldo das quotas de fundos do mercado monetário que totalizaram aproximadamente R$ 3,4 trilhões. O M4 atingiu a marca de aproximadamente R$ 7,4 trilhões, sofrendo um aumento de aproximadamente 1,8% no mês. Período de 01/05/2020 a 31/05/2020 Figura 5 – Meios de pagamento - 01/05/2020 a 31/05/2020 Fonte: Banco Central do Brasil, 2020. No mês de maio de 2020, verifica-se que os meios de pagamento (M1) atingiram a marca de aproximadamente R$ 492 bilhões, sofrendo um aumento de aproximadamente 5,6% no mês. Esse aumento é decorrente da expansão de aproximadamente 3,3% no saldo de depósitos à vista e de aproximadamente 7,9% no saldo do papel moeda em poder do público. O M2 atingiu a marca de aproximadamente R$ 3,5 trilhões, sofrendo um aumento de aproximadamente 4% no mês. Esse aumento corresponde a soma do crescimento que ocorreu no M1, mais o aumento de aproximadamente 6% no saldo dos depósitos a prazo e no aumento de aproximadamente 4% nos depósitos de poupança. Ainda, no mês de maio, verificou-se o registro de captações líquidas de aproximadamente R$ 77 bilhões nos depósitos a prazo e de aproximadamente R$ 37,2 bilhões nos depósitos de poupança. O M3 atingiu a marca de aproximadamente R$ 7,2 trilhões, sofrendo um aumento de aproximadamente 2,3% no mês, acompanhando principalmente o crescimento do agregado M2. Também ocorreu um aumento de 0,6% no saldo das quotas de fundos do mercado monetário que totalizaram aproximadamente R$ 3,5 trilhões. O M4 atingiu a marca de aproximadamente R$ 7,6 trilhões, sofrendo um aumento de aproximadamente 1,3% no mês. Abaixo, encontra-se a figura 6 que realiza um comparativo dos meios de pagamento (M1, M2, M3 e M4), no período de janeiro a maio de 2020, bem como a figura 7 que apresenta um gráfico extraído do site do Banco Central e que mostra o desempenho de cada meio de pagamento no período considerado. Figura 6 – Meios de pagamento (M1/M2/M3/M4) - 01/01/2020 a 31/05/2020 Fonte: Banco Central do Brasil, 2020. Figura 7 – Gráfico dos meios de pagamento (M1/M2/M3/M4) - 01/01/2020 a 31/05/2020 Fonte: Banco Central do Brasil, 2020. Questão 2 (6,0 pontos) Vamos supor que o governo brasileiro hoje, tem como objetivo fazer uma política monetária expansionista, utilizando o depósito compulsório. a) pesquise qual o depósito compulsório praticado no Brasil para depósitos a vista; b) qual seria o novo valor ou a tendência para alcançar a sua hipótese inicial da questão; c) quais os efeitos de uma política monetária expansionista na economia brasileira em relação a consumo e inflação? DEPÓSITO COMPULSÓRIO É um dos instrumentos de Política Monetária utilizado pelo Governo para controlar a oferta de moeda e, consequentemente, as taxas de juros e as condições de crédito, ou seja, controlar a quantidade de dinheiro que circula na economia. Consiste em um depósito obrigatório feito pelos bancos comerciais junto ao Banco Central e serve para evitar a multiplicação do dinheiro pelas instituições bancárias, bem como assegurar que os bancos mantenham certo grau de liquidez. Esse depósito equivale a um percentual dos depósitos à vista e a prazo que são recebidos pelos bancos comerciais. Exemplo: quando um banco recebe dinheiro de um cliente (conta corrente, poupança ou CDB), parte desse dinheiro é depositado junto ao Banco Central. Esse dinheiro do cliente continua vinculado ao banco, mas esses recursos não podem ser utilizados pela instituição para realizar outras operações, como por exemplo empréstimos. Depósitos à vista Esses depósitos representam as reservas de início de dias dos bancos no sistema de pagamento a fim de garantir a fluidez do sistema e a liquidez para a realização de pagamentos durante o dia. Os bancos são obrigados a recolher um percentual dos depósitos realizados em conta corrente pelos seus clientes e depositar o dinheiro em espécie no Banco Central. No Brasil, esse percentual é definido pelo Banco Central. Atualmente, a alíquota de depósitos à vista é de 21%. Figura 8 – Alíquota de depósitos à vista em dezembro de 2019 Fonte: Banco Central do Brasil, 2020. https://maisretorno.com/blog/sair-da-poupanca-investir-renda-fixa https://maisretorno.com/blog/o-que-e-cdb-e-lc POLÍTICA MONETÁRIA EXPANSIONISTA Consiste em um conjunto de práticas que visam aumentar a liquidez de moeda na economia e reduzir as taxas de juros, ou seja, o principal objetivo é facilitar o crédito para a população, estimulando o consumo e a retomada da economia. A políticamonetária expansionista pode ser realizada através da redução da taxa de depósitos compulsórios e afetará diretamente a economia no que tange: a decisão entre consumo e investimento das famílias e empresas; o crédito; as expectativas das famílias e empresas; e na inflação. Quando o Governo precisa aumentar a quantidade de moedas em circulação no país, realiza a redução da alíquota do depósito compulsório à vista, ou seja, a taxa do compulsório diminui e deste modo, os bancos comerciais fazem um depósito menor junto ao Banco Central, ficando com uma quantidade maior de moeda em seu poder, o que permite aos bancos comerciais aumentarem as suas linhas de crédito. Com mais dinheiro em circulação, ocorre a redução da taxa de juros e o crédito torna-se mais barato, e deste modo, se reduz o estímulo à poupança e aumenta o consumo, acelerando assim a inflação. Considerando que o Governo decida realizar um apolítica monetária expansionista, uma das tendências seria diminuir o percentual dos depósitos à vista, por exemplo, abaixar uns 5%, reduzindo de 21% para 16%. Essa redução apesar de não ser tão significativa já pode atender o desejo do Governo de aumentar a liquidez da moeda na economia. Os efeitos dessa Política Monetária Expansionista serão sentidos no que tange a consumo e inflação. Com relação ao consumo, cabe salientar que quando ocorre o aumento da Taxa Selic, por consequência as taxas de juros reais também tendem a subir, ocasionando a diminuição de investimentos por parte das empresas e, principalmente, a diminuição de consumo por parte das famílias, tendo em vista que com as altas taxas de juros o crédito torna-se mais caro, e deste modo, o volume de empréstimos a pessoas e empresas diminuem, desestimulando o consumo. Deste modo, caso ocorra o contrário, ou seja, a diminuição da Taxa Selic, consequentemente ocorrerá a redução das taxas de juros, e assim, os bancos comerciais poderão disponibilizar uma quantidade maior de crédito para as pessoas e empresas, fomentando o consumo. Souza nos dá um exemplo do que ocorre quando ocorre quando ocorre o aumento ou a diminuição dos recolhimentos compulsórios. Neste caso, nos interessa apenas a segunda opção, conforme segue: Quanto aos depósitos compulsórios, estes podem influir no multiplicador monetário, afetando positiva ou negativamente a quantidade de recursos para as instituições converterem em crédito para a economia, de forma a regular a ampliação dos agregados monetários. Logo, quanto maior o recolhimento, menor se torna o multiplicador monetário e, consequentemente, menor a quantidade de depósitos à disposição para a realização de empréstimos; e vice-versa [...] Logo, é importante ressaltar que os recolhimentos compulsórios apresentam uma relação com os canais de transmissão da política monetária, como, por exemplo, com o canal de crédito, em que os primeiros ajudam a regular o volume de recursos presentes na economia. (SOUZA, 2017, p. 53). Ainda, Souza aponta as consequências da redução dos recolhimentos compulsórios, conforme segue: Assim, dada uma redução de recursos disponíveis na economia, o BCB desmotiva as instituições financeiras a concederem empréstimos às taxas estabelecidas anteriormente. Como o crédito se torna mais caro e os agentes ficam sem meios eficazes para financiarem suas operações, o nível de investimento cai, seja em capital fixo, admissão de empregados e/ou planos de crescimento. Tal resultado pode contrair drasticamente a quantidade de moeda em circulação na economia, colaborando para estabilizar a inflação. Caso o contrário ocorresse, ao reduzir ou afrouxar as medidas macroprudenciais em se tratando da quantidade de capital requerido aos bancos, haveria uma maior quantidade de moeda na economia, incentivando taxas de juros menores no mercado, acarretando em maior demanda agregada (maiores níveis de consumo e investimento). (VARTANIAN e ALMEIDA apud SOUZA, 2017, p. 56). Com relação aos efeitos da Política Monetária Expansiva referente à inflação, Souza (2017, p. 66) destaca que “[...] o aumento dos recolhimentos compulsórios e o aumento da taxa de juros tendem a reduzir o nível de inflação da economia [...]”. Deste modo, caso ocorra o contrário, ocorrerá a diminuição dos recolhimentos compulsórios, a diminuição da taxa de juros que acarretará na facilitação do crédito e no aumento do consumo, e deste modo, poderá ocorrer um aumento no nível de inflação da economia. Por fim, Souza (2017, p. 81) aponta alguns resultados de quando ocorre o aumento dos recolhimentos compulsórios. Deste modo, as consequências da redução dos recolhimentos compulsórios será o contrário, conforme já visto anteriormente. Portanto, conclui-se que os recolhimentos compulsórios, de forma direta, conseguem reduzir a inflação, servindo, então, como um complemento ao instrumento da política monetária (taxa SELIC), de modo que este não precise se elevar tanto para que a inflação se estabilize. No entanto, pode-se argumentar também que, como o crédito apresentou uma relação positiva e um alto grau de explicação da inflação, poder-se-ia utilizar os recolhimentos compulsórios indiretamente, por meio do canal de crédito, para o controle inflacionário. Isto porque, quando se aumenta os recolhimentos compulsórios, as reservas bancárias são reduzidas e, potencialmente, os empréstimos dos bancos comerciais têm seu volume reduzido e seu custo aumentado, o que, por sua vez, colabora para a diminuição da inflação. Pagina 81. Abaixo, temos uma figura que ilustra os efeitos da diminuição do percentual dos recolhimentos compulsórios, e por consequência da taxa Selic, sobre o consumo. Figura 9 – Efeitos da Taxa Selic no investimento e consumo Fonte: Banco Central do Brasil, 2020. Abaixo, temos uma figura que ilustra os efeitos da diminuição do percentual dos recolhimentos compulsórios, e por consequência da taxa Selic, sobre o crédito. Figura 10 – Efeitos da Taxa Selic no crédito Fonte: Banco Central do Brasil, 2020. Abaixo, temos uma figura que ilustra os efeitos da diminuição do percentual dos recolhimentos compulsórios, e por consequência da taxa Selic, sobre as expectativas das empresas e famílias. Figura 11 – Efeitos da Taxa Selic nas expectativas de famílias e empresas Fonte: Banco Central do Brasil, 2020. REFERÊNCIAS BANCO CENTRAL DO BRASIL. Estabilidade financeira. Recolhimentos compulsó- rios. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/recolhimentoscompulsorios. Acesso em: 20 ago. 2020. BANCO CENTRAL DO BRASIL. Estatísticas. Séries Temporais (SGC). Disponível em: https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTel aLocalizarSeries. Acesso em: 20 ago. 2020. BANCO CENTRAL DO BRASIL. Política monetária. Mecanismos de transmissão da política monetária. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/transmissaopoliticamonetaria. Acesso em: 20 ago. 2020. NOGAMI, Otto. Economia. 1ª. ed. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2007. Disponível em: http://www2.videolivraria.com.br/pdfs/4841.pdf. Acesso em: 20 ago. 2020. OLIVEIRA, Malena. O que é depósito compulsório? Entenda o que é e como funciona! Mercado Financeiro. Disponível em: https://blog.magnetis.com.br/deposito- compulsorio/. Acesso em: 20 ago. 2020. REIS, Tiago. Política monetária: importante parâmetro que influencia nossa economia. Suno. Disponível em: https://www.sunoresearch.com.br/artigos/politica-monetaria/#3. Acesso em: 20 ago. 2020. REIS, Tiago. Política monetária expansionista: entenda (com exemplos) o que é.Suno. Disponível em: https://www.sunoresearch.com.br/artigos/politica-monetaria- expansionista/. Acesso em: 20 ago. 2020. SEABRA, Rafael. O que é o depósito compulsório? Disponível em: https://queroficarrico.com/blog/o-que-e-o-deposito-compulsorio/. Acesso em: 20 ago. 2020. http://www2.videolivraria.com.br/pdfs/4841.pdfhttps://www.sunoresearch.com.br/artigos/politica-monetaria/#3 https://www.sunoresearch.com.br/artigos/politica-monetaria-expansionista/ https://www.sunoresearch.com.br/artigos/politica-monetaria-expansionista/ https://queroficarrico.com/blog/o-que-e-o-deposito-compulsorio/ SOUZA, Ana Carla Porto de. Medidas macroprudenciais e inflação: uma análise do papel do compulsório no Brasil (2004 - 2016). 2017. 96 f. Monografia (Departamento de Ciências Econômicas) - Universidade Federal Fluminense, Campo dos Goytacazes - RJ, 2017. Disponível em: https://app.uff.br/riuff/bitstream/1/6430/1/Monografia%20Ana%20Carla%20- %20vers%C3%A3o%20corrigida.pdf. Acesso em: 20 ago. 2020. https://app.uff.br/riuff/bitstream/1/6430/1/Monografia%20Ana%20Carla%20-%20vers%C3%A3o%20corrigida.pdf https://app.uff.br/riuff/bitstream/1/6430/1/Monografia%20Ana%20Carla%20-%20vers%C3%A3o%20corrigida.pdf
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