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PIGMENTOS E PIGMENTAÇÕES Pigmentos: substâncias de cor própria, origem, composição e significado biológico variado, presentes na natureza. Pigmentações: acumulo normal ou patológico de pigmentos em determinados locais do organismo. Pigmentos exógenos Via cutânea Tatuagem de identificação utilizando azul de metileno: é possível ver grânulos fagocitados por histiócitos retidos no tecido conjuntivo fibroso. Via digestiva Adipoxantose (pseudoicterícia) através de beta carroteno: se acumula no tecido adiposo ou fígado (importante diferenciar de icterícia, porém beta carroteno não tem afinidade por fibras elásticas, não cora cápsula articular, vasos e mucosas, já a icterícia cora de amarelo todos os tecidos. Além disso, é possível realizar a prova de Lerche utilizando hidróxido de sódio 5% e éter. Se houver um conteúdo sobrenadante amarelo é adipoxantose, se houver precipitação verde no fundo é icterícia). Via respiratória Pneumoconioses: inalação de poeiras minerais ou orgânicas que se acumulam nos pulmões e linfonodos. São classificadas como: o Antracose - Carvão o Silicose - Sílica o Asbestose - Amianto o Calcinose - Mármore o Cuprose - Sais de Cobre Na antracose é possível notar pequenos pontos enegrecidos dispersos pela superfície e parênquima pulmonar e nos linfonodos, além de grânulos enegrecidos nos alvéolos, septos interalveolares e macrófagos. Pigmentos endógenos Melanina Lipofucsina e similares Pigmentos hemoglobínicos o Hemossiderina o Bilirrubina o Sulfametahemoglobina Pigmentos que causam fotossensibilização Melanina: pigmento de alto peso molecular sintetizado nos melanócitos e encontrado na pele, pelos, íris e mucosas que protege contra luz UV e absorção de calor, sendo sintetizada pelos melanócitos a partir da enzima tirosina (di- hidroxifenilalanina). As patologias relacionadas a melanina são: o Nevos: pintas causadas por seu acúmulo. o Melanose maculosa: presença de melanina em locais incomuns como pleura, endocárdio, capsula de Glisson e meninges. São comuns manchas em forma de “Tabuleiro de Xadrez” mais frequentes em animais jovens (diagnóstico diferencial de melanoma). o Melanomas e melanoma amelanótico: melanoma melanocitico - alta quantidade de melanina no citoplasma - melanoma amelanótico - baixa quantidade de melanina nos melanócitos (são malignos) - melanocitoma (proliferação benigna). O melanoma amelanótico é o mais perigoso pois sua diferenciação celular é baixa, portanto é mais agressivo. Apresenta melanoblastos e melanócitos neoplásicos encontrados com maior frequência na pele, boca, e olhos. Utiliza-se fontana masson pra que core apenas melanina para diferenciar de antracose. o Albinismo: deficiência de tirosinase com melanocitos presentes. o Vitiligo: ausência de melanocitos de forma localizada ou sistêmica. o Leucotíquia: deficiência de cobre e ácido pantotênico em animais senis. o Dermatopatias: incontinência pigmentar. o Lipofucsina (pigmento do desgaste): pigmento lipídico encontrado em animais idosos, desnutridos, com caquexia, com restrição alimentar e doentes crônicos. Acomete coração, músculo, fígado, SNC e intestinos provocando grânulos pardos amarelados ou marrons (diferenciar da melanina e antracose). Pigmentos derivados da hemoglobina (conferem coloração vermelha as hemácias e são responsáveis pelo transporte de oxigênio e gás carbônico sendo constituídas por globina e radical heme): o Intoxicação por cobre: provoca hemolise liberando hemoglobina de forma excessiva que supera a capacidade de execução dos rins provocando nefrose hemoglobinurica. o Hemossiderina: formação de pigmento amarelo ouro ou castanho escuro devido ao armazenamento de ferro (ferritina) nos macrófagos podendo ser causada por processos hemolíticos (forma sistêmica) devido a anemia infecciosa equina, leptospirose, babesiose e transfusão de sangue incompatível se apresentando nos macrófagos do baço, medula óssea, fígado e linfonodos, ou causada por hemorragias (forma localizada) devido a congestão. Bilirrubina: é uma substância produzida pelo fígado a partir da decomposição das hemácias sendo responsável pela cor da bile. Porém, quando o seu processo de produção é alterado, há um acúmulo da bilirrubina na corrente sanguínea deixando as mucosas do corpo como dos olhos e da gengiva amareladas (icterícia). O fígado decompõe as hemácias e separa as duas frações da hemoglobina (heme e globina). A heme é composta por ferro e biliverdina que sofre redutase gerando a bilirrubina indireta (ligada a albumina e não conjugada) que ao ser conjugada por hepatócitos se transforma em bilirrubina direta. o Icterícia pré-hepática: devido a hemólise excessiva que provoca um aumento da bilirrubina indireta, o fígado não consegue conjugar e eliminar na mesma velocidade. o Icterícia hepática: causada por incapacidade do fígado devido a lesões provocadas por doenças que alteram os hepatócitos diminuindo a metabolização e excreção e assim provocando hiperbilirrubinemia não conjugada, ou através de tumefação dos hepatócitos e bloqueio dos ductos biliares provocando hiperbilirrubinemia conjugada. o Icterícia pós-hepática: causada por obstrução dos ductos biliares em que há um acúmulo de bilirrubina e reabsorção no fígado, diminuindo o urobilinogênio e gerando fezes sem cor (provocada por cirrose). Pigmentos que causam fotossensibilização: são pigmentos fotodinâmicos, ou seja, transformam energia luminosa em energia química ou térmica. o Porfirina: formada a partir da porção heme da hemoglobina e clorofila provocada por deficiência de uroporfirinogênio-III co-sintetase causando ossos e dentes marrom-arroxeados. o Filoeritrina: formada através da ação bacterina na clorofila no TGI de herbívoros que deveria ser metabolizada pelo fígado e excretada na bile, porém através de lesões hepáticas se acumula nos tecidos. Atenção a plantas como cestrum, enterolobium xanthium, senecio e brachiaria, e a micotoxina pithomyces chartarum. Os fármacos utilizados são fenotiazina, tetraciclinas e sulfonamidas. o Dermatite fotodinâmica/esporidesminotoxicose: provocada pela micotoxina esporidesmina capaz de acometer o capim brachiaria e que provoca lesões hepáticas prejudicando a metabolização de filoeritrina pelo fígado.
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