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Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e saúde reprodutiva na adolescência

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CUIDADO INTEGRAL 
À SAÚDE DO 
ADOLESCENTE
Aline do Amaral Zils Costa
Infecções Sexualmente 
Transmissíveis (IST) e saúde 
reprodutiva na adolescência
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer os conceitos de ISTs.
  Identificar as ISTs mais comuns na adolescência.
  Descrever medidas preventivas de ISTs na adolescência.
Introdução
A adolescência, na essência, corresponde às reestruturações de caráter 
social, sexual, ideológico e vocacional, deflagradas pela transformação 
fisiológica e corporal, para introduzir o indivíduo na fase da vida adulta. 
Nessa fase, também ocorre o desenvolvimento sexual dos adolescentes, 
influenciado por ele próprio, pela sociedade e pela família (BRASIL, 2008; 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 1989). 
Os adolescentes se encontram na fase de identificação de sua femini-
lidade/masculinidade, o que pode causar efeitos indesejáveis à prática de 
sua sexualidade, resultando em gravidez indesejada, desconhecimento 
ou uso indevido de métodos contraceptivos, bem como em ISTs e aids.
Os adolescentes constituem o grupo bastante vulnerável para as ISTs 
e isso ocorre porque muitos jovens iniciam a vida sexual muito cedo e 
com pouco conhecimento sobre a importância da prevenção a essas 
doenças. Além disso, é uma faixa etária que pouco acessa os serviços 
de saúde e, muitas vezes por vergonha ou por desconhecimento, não 
procuram ajuda em caso de sinais e sintomas de ISTs.
Nesse cenário, é essencial um programa de atenção à saúde reprodu-
tiva do adolescente, que conte com profissionais de saúde qualificados 
para executarem ações de educação e de aconselhamentos sexuais, além 
da detecção, do encaminhamento e/ou do tratamento dos problemas 
relacionados com a sexualidade.
Neste capítulo, você vai reconhecer as ISTs, as principais doenças, suas 
manifestações clínicas e as complicações para a saúde dos adolescentes, 
assim como as medidas preventivas para essas patologias.. 
As infecções sexualmente transmissíveis 
As ISTs são causadas por vírus, por bactérias ou por outros microrganismos e 
são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual desprotegido (oral, 
vaginal, anal), sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com indivíduo 
que esteja infectado. Além da transmissão durante a relação sexual, pode 
ocorrer também a transmissão vertical, que ocorre de mãe para fi lho durante 
a gestação, parto ou na amamentação (BRASIL, 2015).
As ISTs são consideradas um sério problema de saúde pública, pois atingem todas as 
faixas etárias e elevam os custos do sistema de saúde com diagnóstico, tratamento 
e medidas preventivas. 
Em 2001, a Organização Mundial da Saúde (OMS) orientou a substituição 
do termo “doença sexualmente transmissível (DST)” por IST, com o objetivo 
de enfatizar as infecções assintomáticas, ou seja, a possibilidade de uma pessoa 
ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas (BRASIL, 2015). 
O Ministério da Saúde optou pela atualização da terminologia para IST 
para desmistificar a ideia de que é necessário ter sintomas para se ter uma 
doença. Diversas ISTs são assintomáticas por longos períodos, porém isso 
não impede a transmissão do microrganismo para a parceria sexual durante 
a relação sexual desprotegida. Então, com essa alteração, foi tirado o foco da 
doença e ressaltada a infecção. 
As ISTs são agrupadas de acordo com as manifestações clínicas que apre-
sentam e que são denominadas síndromes. Por meio do exame físico e dos 
testes sorológicos é realizado o diagnóstico da IST e iniciado o tratamento 
com abordagem sindrômica. As ISTs são classificadas em quatro síndromes: 
  ú lceras genitais;
  corrimento vaginal e uretral;
Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e saúde reprodutiva na adolescência2
  desconforto ou dor pélvica;
  lesões verrucosas. 
Vejamos, a seguir, os agentes causadores e as manifestações clínicas das ISTs. 
Úlceras genitais
A síndrome das úlceras genitais engloba cinco patologias que apresentam lesões 
ulcerativas na região genital. Veja, no Quadro 1, quais são essas doenças, seus 
agentes causadores e os sinais e os sintomas.
Patologia e 
agente causador
Manifestações clínicas
Sífilis 
(Treponema 
pallidum)
Sífilis primária — ocorre entre 10 e 90 dias após a relação 
sexual desprotegida. O primeiro sinal é o aparecimento 
de uma úlcera única não dolorosa com a base endurecida 
na vagina, na vulva, no colo uterino, no pênis, na boca ou 
no ânus. Essa úlcera cicatriza entre 2 e 6 semanas. Muitas 
mulheres nem percebem a presença da úlcera se ela se 
apresentar na região interna da vagina e no colo do útero.
Sífilis secundária — ocorre entre 6 semanas e 6 meses após 
a infecção. Há o aparecimento de exantema macular na 
região do tronco, lesões avermelhadas e escamosas nas pal-
mas das mãos e na planta dos pés, placas esbranquiçadas 
nas mucosas, alopecia (queda de cabelo), queda dos pelos 
dos cílios e das sobrancelhas, hepatite, meningite e uveíte 
(inflamação da íris do olho).
Sífilis terciária — ocorre de 3 a 12 anos após a infecção. Há 
um grande prejuízo neurológico com degeneração dos 
neurônios e demência, aneurisma na aorta, inflamação do 
periosteo (camada externa do osso), artrite e sinovites.
Sífilis latente — a pessoa é portadora do Treponema palli-
dum e o transmite durante as relações sexuais desprotegi-
das. Contudo, o indivíduo não apresenta nenhum sintoma 
da doença. A sífilis latente é classificada em:
  precoce — quando a contaminação aconteceu a menos 
de 1 ano;
  tardia — quando a contaminação aconteceu depois de 
1 ano.
Quadro 1. Patologias, agentes causadores e manifestações clínicas das úlceras genitais
(Continua)
3Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e saúde reprodutiva na adolescência
A sífilis primária também é chamada de “cancro duro”. Ela recebe esse nome devido 
ao aspecto da úlcera que tem uma base firme, ou seja, dura.
Corrimento vaginal e uretral
A síndrome do corrimento vaginal e uretral envolve duas patologias causadas 
por diversos agentes etiológicos e que causam a produção e a drenagem de 
Fonte: Adaptado de Brasil (2015).
Patologia e 
agente causador
Manifestações clínicas
Herpes simples
vírus herpes hu-
mano 1 (HSV-1) e 2 
(HSV-2)
Na primeira infecção, a pessoa apresenta febre, mal-estar, dor 
muscular, disúria e linfadenomegalia inguinal. As lesões se 
apresentam em forma de pequenas pápulas que se tornam 
vesículas com líquido amarelado e transparente. São muito 
dolorosas e, após se romperem, formam úlceras.
Cancroide ou 
cancro mole
(Haemophilus 
ducreyi)
Surgem muitas lesões com bordas irregulares e avermelhadas, 
muito dolorosas, com base necrótica e coberta de exsudato 
amarelado e com odor fétido. Há sangramento quando a base 
é removida. Pode ocorrer linfadenomegalia inguinal. 
Linfogranuloma 
venéreo 
(Clamydia 
trachomatis)
1ª fase: inoculação — aparecimento de pápula, pústula ou 
úlcera não dolorosas.
2ª fase: disseminação — dispersão no sistema linfático com 
linfadenopatia inguinal.
3ª fase: sequelas — infecção e fistulização nos gânglios. 
Pode ocorrer obstrução crônica do sistema linfático (elefan-
tíase genital) e fístulas retais, vaginais e vesicais. 
Donovanose ou 
granuloma inguinal 
(Klebsiella 
granulomatis)
Múltiplas úlceras com bordas regulares e base avermelhada 
de fácil sangramento. Podem se apresentar d forma bilateral 
como “lesões espelhadas”. Geralmente não ocorre lifadeno-
megalia inguinal. 
Quadro 1. Patologias, agentes causadores e manifestações clínicas das úlceras genitais
(Continuação)
Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e saúde reprodutiva na adolescência4
secreção (corrimento) pela vagina e pela uretra masculina. Veja, no Quadro 2, 
quais são esses agentes causadores e os sinais e os sintomas apresentados.
Fonte: Adaptado de Brasil (2015).
Patologia e agente causador Manifestações clínicas
Vanigite ou vaginoses
(Neisseria gonorrhea, Clamydia tra-
chomatis, Trichomonas vaginalis,Candida spp., Prevotella spp., Gard-
nerella vaginalis, Ureaplasma spp., 
Mycoplasma spp.)
Corrimento vaginal em quantidade variável, 
com diferentes colorações e odores, pru-
rido, dor durante a relação sexual e disúria 
(ardência para urinar). A mucosa vaginal fica 
avermelhada e, no caso da infecção por 
Trichomonas vaginalis, podem surgir lesões 
na mucosa com o aspecto de “framboesa”.
Uretrites 
(Neisseria gonorrhoeae, Clamydia 
trachomatis, Trichomonas vaginalis,
Ureaplasma urealyticum, Mycoplasma 
genitalium) e enterobactérias
Corrimento uretral em quantidade variá-
vel, com diferentes colorações e odores, 
dor na uretra, disúria, prurido e hiperemia 
no meato uretral. 
Quadro 2. Patologias, agentes causadores e manifestações clínicas do corrimento vaginal 
e uretral
Desconforto ou dor pélvica
A síndrome do desconforto ou dor pélvica ocorre por causa da migração dos 
microrganismos infecciosos da região genital para o endométrio, para as tubas 
uterinas e para a cavidade pélvica, afetando o peritônio. Veja, no Quadro 3, 
quais são esses agentes causadores e os sinais e os sintomas manifestados.
Fonte: Adaptado de Brasil (2015).
Patologia e agente causador Manifestações clínicas
Desconforto ou dor pélvica
(Neisseria gonorrhoeae, Clamydia tra-
chomatis, Ureaplasma spp., Mycoplasma 
spp., Streptococcus B hemoliticus).
Dor intensa e desconforto no baixo 
ventre, febre, mal-estar geral e libera-
ção de secreção pelo orifício cervical 
em quantidades e colorações variadas. 
Quadro 3. Patologia, agente causador e manifestações clínicas do desconforto ou 
dor pélvica
5Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e saúde reprodutiva na adolescência
Lesões verrucosas
A síndrome das lesões verrucosas e causada por diversos tipos do papilomavírus 
humano (HPV). As verrugas também são chamadas de condilomas acuminados 
ou de “cristas de galo”. Veja, no Quadro 4, quais são esses agentes causadores 
e os sinais e os sintomas apresentados.
Fonte: Adaptado de Brasil (2015).
Patologia e agente causador Manifestações clínicas
Verrugas anogenitais
HPV
A maior parte das infecções pelo HPV é 
assintomática, mas existem alguns tipos de 
vírus que estão ligados ao desenvolvimento 
do carcinoma do colo uterino (câncer de 
colo do útero).
Os condilomas acuminados são verrugas 
que se desenvolvem no interior da vagina, 
na vulva e na região anal.
Quadro 4. Patologia, agente causadores e manifestações clínicas das lesões verrucosas
Infecções sexualmente transmissíveis 
na adolescência
As ISTs são muito incidentes na adolescência em razão de alguns fatores 
e características dessa faixa etária. Reis, Junqueira e Rosa-e-Silva (2012) 
destacam que os aspectos relevantes para a incidê ncia das ISTs na adoles-
cência incluem:
  iniciação sexual precoce;
  relacionamentos de duração limitada que causam grande variação das 
parcerias sexuais;
  suscetibilidade dos adolescentes a infecções, devido à sua biologia;
  dificuldade de acesso ao sistema de saúde e a outros obstáculos sociais.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) (2018), os adoles-
centes apresentam sentimentos de “invulnerabilidade”, “pensamentos 
Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e saúde reprodutiva na adolescência6
mágicos” e atitudes contestadoras que são próprias da faixa etária. Esses 
aspectos somados ao abuso de álcool e outras drogas podem nos ajudar 
a entender porque a prática sexual desprotegida entre os adolescentes é 
tão frequente. A falta de uso do preservativo nas relações sexuais expõe 
o adolescente ao risco de contrair ISTs, aids, hepatites e de gerar uma 
gravidez não planejada.
Muitas meninas adolescentes são identificadas com ISTs justamente porque 
engravidaram e realizaram a testagem no pré-natal. Segundo o Sistema de 
Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no ano de 2018, mais de 
20% das gestantes notificadas com sífilis eram adolescentes. Essa proporção 
é expressiva e demonstra a magnitude do problema das ISTs. Acompanhe no 
Quadro 5 o número de notificações de sífilis em gestantes, por faixa etária 
da adolescência, e o total de notificações, no ano de 2018, em cinco capitais 
brasileiras (BRASIL, 2008).
Fonte: Adaptado de SINAN (2019).
Município
10 a 14 anos 
de idade
15 a 19 anos 
de idade
Total de 
notificações
% de sífilis 
em gestantes 
adolescentes
Porto Alegre 4 112 560 20,7%
Cuiabá 2 27 129 22,5%
Manaus 15 357 1.381 26,9%
Rio de 
Janeiro
65 1.242 4.825 27,1%
Fortaleza 12 241 892 28,4%
Quadro 5. Notificação compulsória de sífilis em gestantes por faixa etária e proporção no 
total de notificações, em cinco capitais brasileiras, no ano de 2018
Na adolescência, as infecções mais frequentes são com Neisseria gonorrho-
eae e Clamydia trachomatis. Esses microrganismos são agentes causadores de 
diferentes síndromes (úlceras genitais, corrimento vaginal e uretral, desconforto 
ou dor pélvica). É durante a adolescência, que se verifica maior incidência de 
ISTs, que atinge até 25% dos jovens com menos de 25 anos de idade. Além 
disso, 65% dos casos de aids são manifestados entre 20 e 39 anos de idade 
7Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e saúde reprodutiva na adolescência
como resultados de situações de aquisição de infecção por vírus HIV, durante 
a adolescência, pois a infecção apresenta um período assintomático em torno 
de 10 a 15 anos (RODRIGUES, 2010).
Os principais fatores de risco são:
  idade do adolescente;
  número de parceiros sexuais;
  uso ou não de preservativo;
  participação em grupos de risco,
  antecedentes de ISTs.
As principais manifestações clínicas incluem:
  leucorreia;
  prurido (coceira);
  lesões genitais ou anogenitais (úlceras, verrugas);
  sintomas urinários (ardência). 
Como complicações, podemos citar:
  esterilidade;
  gravidez ectópica;
  abortamentos de repetição;
  complicações;
  mortalidade perinatal.
Ressaltamos que tais condições resultam em custos financeiros, sociais, 
sexuais e psicológicos e constituem um problema prioritário de saúde pública, 
já que todas as ISTs são evitáveis quando são tomadas medidas de prevenção 
(RODRIGUES, 2010).
Prevenção das infecções sexualmente 
transmissíveis na adolescência
A prevenção das ISTs na adolescência se faz com educação sexual para que os 
meninos e meninas compreendam a necessidade de praticarem o sexo seguro. 
Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e saúde reprodutiva na adolescência8
Somente o preservativo masculino ou feminino garante a dupla proteção, ou 
seja, protege da transmissão das ISTs e também da gravidez. 
Além das ações educativas, o sistema de saúde deve distribuir os preser-
vativos a todos os usuários dos serviços, sem criar barreiras para o acesso. 
É essencial também ter disponível os testes rápidos para a detecção de ISTs 
e o serviço laboratorial de apoio. É responsabilidade dos profissionais se 
manterem atualizados a respeito das ISTs para a identificação das síndromes 
e implementação do tratamento adequado.
É fundamental que os profissionais da saúde, incluindo o enfermeiro, 
sejam multiplicadores de informações sobre a prevenção das ISTs para os 
adolescentes. Faz parte da educação em sexualidade:
  ensinar como utilizar o preservativo masculino e feminino para a prática 
do sexo protegido;
  informar sobre a forma de a transmissão das ISTs;
  abordar quais são as principais consequências das ISTs para a saúde.
Em todos os contatos com adolescentes, independentemente do local (unidade básica 
de saúde, hospital, maternidade, escola, etc.) o enfermeiro deve lembrar de destacar a 
importância do uso do preservativo, pois somente a camisinha fornece a dupla proteção. 
No Brasil, desde o ano de 2014, foi incluída a vacinação contra o HPV no 
calendário básico de vacinação. Inicialmente, a vacina estava disponível para 
as meninas entre 9 e 13 anos de idade, mas, a partir de 2017, foi ampliada a 
vacinação de meninas com 9 a 14 anos e para os meninos entre 11 e 14 anos 
de idade. Essa é uma medida importantepara a saúde pública, pois além do 
HPV ser uma IST, também existem diversos tipos de vírus que causam o 
desenvolvimento do câncer de colo do útero. 
A maioria das infecções por HPV é assintomática, especialmente nos 
meninos, o que demonstra ser uma “ameaça invisível” à saúde das adolescen-
tes. Para a imunização contra o HPV, são necessárias duas doses da vacina 
administradas com o intervalo de 6 meses.
9Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e saúde reprodutiva na adolescência
As ISTs são frequentes, têm múltiplas etiologias e apresentações clínicas, e causam 
impacto na qualidade de vida das pessoas, nas relações pessoais, familiares e sociais. O 
diagnóstico e o tratamento das pessoas com IST e de suas parcerias sexuais interrompe 
a cadeia de transmissão e previne outras infecções e possíveis complicações.
Acesse o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para a Atenção Integral 
às Pessoas com ISTs, publicado pelo Ministério da Saúde, e conheça as estratégias 
de prevenção e assistência, de triagem e de tratamento das ISTs assintomáticas e o 
manejo das ISTs sintomáticas. Disponível no link a seguir. 
https://qrgo.page.link/xHsP 
BRASIL. Ministério da Saúde. DATASUS. Epidemiológicas e morbidade: sífilis em ges-
tantes. Portal da Saúde, 2008. Disponível em: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/
index.php?area=0203&id=29892275&VObj=http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.
exe?sinannet/cnv/sifilisgestante. Acesso em: 20 abr. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, 
Aids e Hepatites Virais. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas (PCDT): para atenção 
integral às pessoas com infecções sexualmente transmissíveis. Brasília. Ministério da 
Saúde, 2015. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_cli-
nico_diretrizes_terapeutica_atencao_integral_pessoas_infeccoes_sexualmente_trans-
missiveis.pdf. Acesso em: 20 abr. 2019.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Saúde reprodutiva de adolescentes: uma estratégia 
para ação. Uma declaração conjunta da OMS/FNUAP/UNICEF. Genebra: OMS, 1989. 
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd03_11.pdf. Acesso em: 
20 abr. 2019.
REIS, R. M.; JUNQUEIRA, F. R. R.; ROSA-E-SILVA, A. C. J. S. (Org.). Ginecologia da infância e 
adolescência. Porto Alegre: Artmed, 2012.
RODRIGUES, M. J. Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) na adolescência. Nascer 
e Crescer, Porto, v. 19, n. 3, p. 200, set. 2010. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-07542010000300020&lng=pt&nrm=iso. 
Acesso em: 20 abr. 2019.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Infecções sexualmente transmissíveis na adoles-
cência. Guia prático de atualização, n. 6, p. 1–16, ago. 2018. Disponível em: https://www.
sbp.com.br/fileadmin/user_upload/21188b-GPA_-_Infec_Sexual_Transmiss_Adolesc.
pdf. Acesso em: 20 abr. 2019.
Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e saúde reprodutiva na adolescência10

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