AD2 2022 1 - - HIST2

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB
Curso de Licenciatura em Pedagogia – modalidade EAD
AVALIAÇÃO À DISTÂNCIA 2 – 2022.1
Disciplina: História na Educação 2
Coordenadora: Helena Araújo
Aluno(a): Rose Mariana Paes Gomes 
Matrícula: 20212080229 Polo: Paracambi
 
1ª Questão: Faça uma carta contando a um amigo como era a vida no Brasil do 2º Reinado, priorize uma abordagem sobre as lavouras cafeeiras no Vale do Paraíba e no Oeste Paulista. Aborde as diferenças entre as duas. Caracterize a sociedade brasileira nesse período de um modo geral. Analise aspectos econômicos, políticos, sociais e culturais da época. Dê um formato de carta à sua escrita. (5,0 p.)
	Querida amiga Bia,
Estou aqui, mais uma vez, para te contar coisas incríveis que descobri durante as minhas insaciáveis pesquisas desbravadoras sobre o 2º Reinado aqui no Brasil.
Antes de tudo, O Segundo Reinado é o momento em que o Brasil se consolida como nação. Vou te contar tudo o que descobri e espero ser clara para que entenda a emoção de agregar conhecimento
Vou te contar o que descobri sobre a política da época: Os dois partidos que atuaram na política brasileira nesse período formaram-se durante o Período Regencial e eram conhecidos como Partido Conservador e Partido Liberal. 
A disputa entre conservadores e liberais pelo poder foi bem energética e denotavam muita instabilidade manchando negativamente a imagem política brasileira. Mas o imperador conseguiu pensar em uma saída promovendo uma política, digamos que, de revezamento onde os dois poderes se alternavam no gabinete reduzindo um pouco as contendas geradas por ambos. Esses dois partidos minha amiga, tinham, claro, ideologias e classes apoiadoras diversas: Conservadores apoiando a centralização do poder e Liberais uma autonomia para as províncias. 
Nós tínhamos como hoje, os poderes executivo, legislativo e judiciário. Nessa época, o imperador Dom Pedro II, detinha amplos poderes na política e representava pessoalmente o Poder Moderador e estava à frente do Executivo. No Executivo constava o Conselho de Estado e no Legislativo, se destacavam os cargos: senador e deputado. Muito parecido com o que temos atualmente, amiga!
Tem mais uma coisa que gostaria de pontuar na parte política: O Parlamentarismo. O Brasil tinha uma monarquia parlamentarista onde o Imperador podia na política sempre que fosse necessário para garantir seus interesses. Então, caso fosse eleito um primeiro-ministro que não lhe agradasse, ele o tirava de jogada, e se a Câmara tomasse medidas que não lhe agradassem, ela era dissolvida quase que imediatamente.
São tantas coisas a relatar que o papel parece pouco! Além da política ainda vou te contar sobre a economia, vida social e a cultura amiga! A cultura dessa época!!!
Bem, na economia eu descobri o sistema agrário-produtor. Vou fazer pra você um recorte da economia cafeeira que foi o destaque da época, se consolidando como o principal meio de produção da economia no nosso país! Tínhamos três zonas produtoras começando no Vale do Paraíba que utilizava, principalmente, mão de obra escravizada, bem parecido com o modelo colonial. À medida que as terras ficam fracas, desgastadas, a produção passa para o Oeste Paulista, onde se encontram novas terras férteis. Ao longo da década de 80, os imigrantes que passaram a chegar à grande volume no país, foram substituindo essa mão de obra escravizada no Oeste Paulista.
Outros momentos aconteceram na economia brasileira como o desenvolvimento industrial com a Era Mauá que aumentou a receita no Brasil e fim do tráfico negreiro no país por meio da Lei Eusébio de Queirós, de 1850. Com o tráfico negreiro proibido, as exportações aumentaram, e o investimento em estradas de ferro, aumentou bastante expandindo os negócios. Esse princípio da força aos movimentos abolicionistas.
Bia, durante o Segundo Reinado, o movimento abolicionista foi um tema muito debatido nos meios políticos e sociais com a Lei Eusébio de Queirós decretada em 1850 a abolição era questão de tempo, uma vez que era o tráfico que elevava número de escravos no Brasil. Esse foi o início de transição lenta onde o o objetivo da elite era adiar a abolição tanto quanto fosse possível. Durante esse intervalo, algumas leis foram decretadas como a Lei dos Sexagenários, Lei de Terras, Lei do Ventre Livre. A abolição da escravatura aconteceu em 13 de maio de 1888, quando a princesa Isabel assinou Lei Áurea, tudo bem intenso, amiga! O Brasil foi o ultimo país a abolir a escravidão. Um absurdo. E se pararmos para pensar Pode até ter sido abolida a escravidão na época, mas ainda hoje o povo sofre com o preconceito e o racismo que também é fruto de ações anteriores que aconteceram desde 1500. 
Ah! Não posso deixar de citar a Guerra do Paraguai: foi um conflito resultante do choque de interesses territoriais, econômicos e políticos entre as nações da Bacia Platina (Paraguai, Uruguai, Argentina e Brasil). O combate teve início quando os paraguaios aprisionaram uma embarcação brasileira, no final de 1864, deixando claros os problemas de escravidão no Brasil e encerrou-se em 1870, quando o ditador paraguaio foi morto na Batalha de Cerro Corá.
Bia, além de todo esse relato, posso te contar sobre a cultura do Segundo Reinado. Foi uma época em que o Brasil era um estado religioso, o catolicismo era a religião oficial e a maioria, se não todos os espaços de sociabilidade eram também espaços de conduta, ligados à igreja com encontros de crença como quermesses e festas de santos como Santo Antônio, por exemplo. Foi um período marcado pela construção da identidade Nacional, a construção do Colégio Pedro II que serviu de modelo para as escolas que iriam a seguir; um período de construção de toda uma história etnocêntrica e autoritária. Nesse período o Brasil ainda tentava seguir o modelo europeu, ainda tínhamos escravidão e pegando esse gancho posso te falar um pouquinho sobre a classe pular e seus elementos de resistência: formação de quilombos, fugas ou suicídios, magia, assassinatos e sequestros de senhores, paralisações, sabotagens e roubos. Também havia a capoeira, que era considerada uma forma de resistência, diferente do fenômeno urbano do século. Tivemos também o jongo, a capoeira e o caxambu que até hoje são praticados como forma de cultura de resistência e folclore. Temos grandes nomes dessa época como Aleijadinho que foi importante escultor, entalhador e arquiteto negro do Brasil. Tivemos também marcas como o chorinho e Chiquinha Gonzaga, uma mulher também exemplo de resistência com sua marcha carnavalesca em uma época em que imperavam as valsas, polcas e tangos no cenário musical de elite no Brasil feito por homens. 
Foram tantas marcas culturais... Tivemos Machado de Assis funda a Academia Brasileira de Letras, em 1876, da qual é o primeiro presidente e eu poderia ficar horas escrevendo sobre que amo: cultura seja em qual for o tempo em que acontece. Os Saraus eram muito comuns nessa época!!! Grande parte dos artistas brasileiros seguiu os princípios e modelos literários e estéticos do movimento romântico em suas áreas de atuação. Porém preciso findar esta carta tão interessante falando sobre o fim do segundo reinado.
Dom Pedro II “genuinamente” brasileiro, com o passar do tempo e todas as evoluções que este trazem consigo, se contrapões à igreja os militares e com a elite rural, onde tudo isso foi retirando o apoio das figuras importantes do país ao trono. Ele apresentou à Câmara dos Deputados, reformas constando liberdade de fé religiosa, liberdade de ensino e seu aperfeiçoamento, autonomia das Províncias e mandato temporário dos senadores.  Em 15 de novembro de 1889 é proclamada a República. Forma-se um governo provisório, sendo o chefe do governo Marechal Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente do Brasil, acabando assim com o segundo reinado e com o Período Imperial do Brasil. 
Espero ter colocado você por dentro de tudo o que eu descobri,e espero ter sido clara minha querida Bia. Aguardo com ansiedade o próximo momento em que poderei escrever-te outra carta com muito mais novidades sobre minhas pesquisas.
Um forte abraço da sua amiga-irmã,
Rose Mariana.
2ª Questão: Faça um plano de atividade sobre o escravismo brasileiro para o 5o ano do Ensino Fundamental numa perspectiva de uma educação antirracista. Trabalhe os elementos da herança da escravidão nos dias de hoje. Identifique os conceitos, a duração de tempo e as atividades que você faria sobre esse tema abordando os aspectos requisitados neste processo. Use metodologias dinâmicas, lúdicas e significativas em sua proposta teórico-metodológica. Você não precisa mostrar os textos a serem trabalhados, apenas a proposta da aula. (5,0 p.)
	Plano de Atividade
(Rose Mariana Paes Gomes)
Tema: Sarau Cultural
Objetivo de aprendizagem: Refletir, discutir, apresentar e aprender mais sobre o Segundo Reinado.
Duração: 100 min. (dois tempos de aula)
Contextualização da atividade: Saraus são compostos por grupos de pessoas que desejam trocar experiências culturais. Eles se reúnem para contar poesias, ler poesia uns para os outros, ouvirem música, tocar algum instrumento musical. Era um evento muito comum no século XIX. Aconteciam geralmente no final da tarde, ao anoitecer na casa de uma das pessoas e passavam longas horas conversando e comento alguma coisa enquanto trocavam idéias sobre literatura, artes e música. A idéia é reavivar esta prática e ao mesmo tempo imergir o aluno ao século XIX, remetendo e apresentando algumas marcas culturais da época. A proposta é que os alunos façam apresentações de cunho cultural, ressaltando os aspectos da época como o romantismo literário, e elementos de resistência. Dependendo do número de alunos o educador poderá sortear os temas ou deixar livre para que os alunos escolham qual tipo de apresentação irão fazer :Cantar, dançar, interpretar, tocar algum instrumento. A organização do ambiente também é de responsabilidade da turma podendo ter exposições de desenhos, fotografias, até mesmo poesias autorais dispostas em cartazes e quaisquer forma de cultura que possa ser exposta. Figurino livre podendo o aluno se vestir a caráter ou não. A atividade deve acontecer com a contextualização do Segundo Reinado em uma aula anterior e precisa ser combinada ou pré-determinada também na aula anterior, dando uma sequêcia de mais ou menos quatro aulas de 50 minutos a depender do desempenho da turma.
DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE: 
1 – Contextualização da atividade já pré-determinada na aula anterior; (5 min)
2 – Organização do ambiente da sala de forma que o espaço fique livre para que os alunos se dispuserem de forma que possam assistir as apresentações dos colegas e em seguida apresentarem sua proposta. Dividir as tarefas para que todos possam interagir e otimizar o tempo de organização do espaço.(15 min)
3 – O professor apresenta a primeira atração
4 – Ao término da primeira atração os próprios alunos se revezam se apresentando.
5 – Promoção de cultura e conhecimento no tempo de aula restante.
Materiais utilizados: Caixa de som, microfone, itens levados por aulnos como poesia escrita em papel A4 ou colorido ou cartolina, cartazes, fotografias, cola, fitas coloridas, livros que remetam ao Segundo reinado.
Alguns nomes utilizados como referência na literatura, música, teatro e resistência:
Literatura: Machado de Assis, Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Castro Alves.
Teatro: Joaquim José da França Júnior e Martins Penas.
Música: Carlos Gomes, Chiquinha Gonzaga. Ernesto Júlio de Nazareth.
Elementos de resistência: Jongo, Capoeira, caxambu, 
*OBS: Os alunos podem levar proposta de culturas atuais desde que possam comparar com a cultura do Segundo Reinado, Séc XIX. Ao terminar o Sarau, combinar de cada aluno levar um texto reflexivo e autoral para a produção da próxima aula que será a continuação do sarau de forma menos prática; mais teórica, pois no sarau quando está proposto como atividade escolar, o produto final é, sempre, a escrita.