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RESUMO POR JÚLIA FRATI 1 Propedêutica do exame físico EXAME FÍSICO - é importante saber qual o cenário que o exame está inserido • Atendimento Domiciliar • Atendimento Ambulatorial • Atendimento no Pronto Socorro / Unidade de Emergência • Atendimento ao Paciente Hospitalizado / UTI • É importante se apresentar ao paciente e explicar o seu papel no processo de atendimento Componentes do exame clínico - anamnese - exame físico - exame complementar → quando se analisa a hipótese diagnóstica • Anamnese • Identificação • Queixa e duração • História da Moléstia Atual (HMA) • Interrogatório sobre os diferentes aparelho (ISDA) • Historia Patológica Pregressa (HPP) • História Familiar • História Pessoal e Social - pode ao final da anamnese, retomar os pontos abordados pelos pacientes • Exame físico • Precauções para prevenção de infecção • Precauções universais para contato com sangue ou líquidos corporais • Jaleco/ Avental • Máscara → Cirúrgica / N95 • Óculos / Máscara Facial ATENÇÃO! Lavagem das mãos - higienizar as mãos antes e depois do exame físico SEQUÊNCIA DO EXAME FÍSICO GERAL ■ Estado geral ■ Nível de consciência ■ Fala e linguagem -> Durante a entrevista, desde o primeiro momento do encontro com o paciente, o examinador deve prestar atenção à linguagem do RESUMO POR JÚLIA FRATI 2 paciente, particularmente na linguagem falada (fala) ■ Fácies ■ Biotipo ou tipo morfológico ■ Postura ou atitude na posição de pé ■ Atitude e decúbito preferido no leito ■ Medidas antropométricas (peso, altura, envergadura, índice de massa corporal, circunferências da cintura e abdominal, circunferência da panturrilha) ■ Desenvolvimento físico ■ Estado de nutrição ■ Estado de hidratação ■ Pele, mucosa, fâneros ■ Veias superficiais ■ Enfisema subcutâneo ■ Musculatura ■ Exame dos linfonodos ■ Temperatura corporal ■ Movimentos involuntários ■ Marcha. Exame físico está dividio em - geral - específico OBS: antes da ausculta é feito a avaliação do abdómen, devido a uma possível interferência do exame nos sons I. Inspeção – processo de observação do paciente - desde o momento em que se vê o paciente - Avaliação da comunicação não verbal → olhar o paciente - Ferramentas → Olhos e Nariz do médico II. Palpação - Utiliza as mãos e dedos para obtenção de informações através do tato - Superfície palpar dos dedos e polpas digitais são mais sensíveis do que a ponta dos dedos → percepção mais sutil - Face ulnar da mão → estímulo vibratório (frêmito tóracovocal) - Superfície dorsal da mão → Estimar a temperatura local. - Palpação: iniciar com palpação superficial (1cm) e após profunda (4 a 6 cm) → atenção! Cada sistema tem suas características específicas III. Percussão - A percussão envolve bater um objeto contra outro e gera vibrações e consequentemente ondas sonoras - No exame físico o uso dos dedos sobre os tecidos provocam ondas sonoras que são ouvidas como tons de percussão (ressonância) - Densidade do meio determina o grau do tom de percussão - AR – LÍQUIDO – SÓLIDO (mais barulho) • Técnica de Percussão • Direta • Indireta • Punho percussão → provocar dor RESUMO POR JÚLIA FRATI 3 • Sinal de Giordano IV. Ausculta • Ouvir os sons produzidos pelo corpo • Ambiente adequado para realizar ausculta • Fala do paciente → som audível ao ouvido nu • Estetoscópio → aumento do som produzido por algumas regiões do nosso corpo • Características: intensidade, tom, duração e qualidade • Colocar o estetoscópio direto sobre a pele • Última parte do exame físico. • Exceção → exame abdominal no qual a ausculta ocorre a inspeção ROTEIRO DO EXAME FÍSICO • Desenvolvimento de uma sequencia sistemática para um exame físico completo • Exame → “Da cabeça aos pés” • Posições do Paciente - Sentado - Supino em decúbito dorsal - Supino em decúbito ventral - Recumbente dorsal - Recumbente lateral – ex: exame de próstata - Litotomia - Posição de Sims • Exposição apenas da região a ser examinada • Aproveitar o exame para complementar algum dado anamnese EXAME FÍSICO GERAL - deve -se analisar ✔ Higiene ✔ Vestuário ✔ Cuidados e aparência ✔ Hálito ✔ Estado de hidratação RESUMO POR JÚLIA FRATI 4 • Avaliação do estado geral do paciente infere analisar o conjunto de dados exibidos pelo paciente e interpretados de acordo com a experiência de cada um - observar o biotipo ou tipo morfológico do paciente → importante para acesso venoso central, intubação orotraqueal, etc a) brevelíneo - Pescoço curto, baixo, tórax largo, membros curtos b) normolíneo - Membros superiores e inferiores proporcionados. Estatura intermediária. c) longilíneo - Pescoço longo, alto, tórax alongado, membros longos. - observar postura e atitude → Deve se observar a atitude ou posição do paciente não apenas no leito, mas também quando ele se põe de pé - boa postura, postura sofrível, má postura • Postura e Sinais de Desconforto • Estratégia para aliviar algum sintoma Atitude Involuntária • Ortopneia → Insuficiência Cardíaca Direita • Decúbito Lateral → Derrame Pleural EXPRESSÃO OU ASPECTO DA FACE - podem determinar uma situação clínica ou quadro sindrômico - Fácies são o conjunto de dados exibidos na face do paciente • Fácies → expressão ou aspecto da face e das características da cabeça e do pescoço que em conjunto caracterizam uma situação clinica ou uma síndrome. • Fácies → inespecíficas ou atípica → principais tipos de fácies: Fácies normal ou atípica, Fácies hipocrática, Fácies renal, Fácies leonina, mixedematosa, Fácies adenoidiana, Fácies parkinsoniana, Fácies basedowiana, Fácies acromegálica, etc AVALIAR ESTADO DE HIDRATAÇÃO ✓ Umidade das Mucosas ✓ Turgor da Pele ✓ Fontanela ✓ Turgor da Região Frontal AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA ✔ Alerta = acordado e responde adequadamente ✔ Sonolento = acorda e responde adequadamente RESUMO POR JÚLIA FRATI 5 ✔ Obnubilado = responde quando chamado em voz alta, respostas não adequadas ✔ Torpor = sonolência profunda, acorda a estímulos vigorosos e dor ✔ Coma = Não abre os olhos, não emite sons, nem a estímulos vigorosos → estado de inconsciência - O coma é a expressão de falência das funções encefálicas, podendo ser determinado por lesões estruturais do parênquima encefálico, disfunções metabólicas e intoxicações exógenas com repercussão no sistema nervoso central. - A escala de coma de Glasgow, instrumento mais utilizado para determinar alterações de nível de consciência, consiste na análise de três parâmetros: abertura ocular, resposta verbal e resposta motora ANTROPOMETRIA - peso -> é a soma de todos os componentes da composição corporal: água e tecidos adiposo, muscular e ósseo - altura ou estatura – paciente deve estar em pé, postura ereta, descalço ou de meia, pés aproximados, queixo perpendicular ao tórax - índice de massa corporal - circunferência abdominal - Primeiro é necessário encontrar o ponto médio entre a último arco costal e a crista ilíaca → Em seguida marque esse ponto e use- o como referência para passar a fita SINAIS VITAIS - são importantes para refletir o equilíbrio das funções orgânicas, e ver se existem alterações - Quais são: 1- Pressão arterial – pressão hidrostática a partir do bombeamento do sangue pelo coração Unidade de medida = mmHg Métodos: Direto – cateter intra-arterial Indireto – medida aproximada (esfigmomanômetro ou aparelhos eletrônicos semi-automáticos) - Recomendações– o comprimento deve envolver pelo menos 80% da circunferência do braço - Orientações ao paciente: • Não estar de bexiga cheia • Sem exercício por 60 min • Sem bebida alcoólica / café Posição • Sentado, ortostase ou decúbito • Confortável • Pernas descruzadas • Braço desnudo • Sem relógio / pulseira RESUMO POR JÚLIA FRATI 6 • Sons de Korotkoff Fase I – aparece o som Fase II – batimento com murmúrio Fase III – murmúrio desaparece Fase IV – abafamento dos sons Fase V – desaparece os sons PULSO - batimentos de uma artéria superficial que podem ser sentidos na palpação - importante obter frequência, ritmo, amplitude e simetria • Frequência (normocardio, bradicardio, taquicardio) • Rítmico ou arrítmico • Cheio ou filiforme? 2- Frequência cardíaca 3- Frequência respiratória - Utilizar a inspiração - Não deixar o paciente perceber - Unidade = incursões por minuto (IPM) ✔ Eupneico (16-20) ✔ Bradpneico (20) ✔ Apneia 4- Temperatura • Unidade de medida: • Celsius (°C) • Fahrenheit (F) - Regiões: • Axilar (35,5 - 37°C) • Oral (36 – 37,4°C ) • Retal (36 – 37,5°C ) • Timpânica (36 – 37,4°C ) ESCALA DE DOR AVALIAÇÃO DE PELE. FÂNEROS E MUCOSAS Pele • Cor (palidez, corada) • Turgor (estado de hidratação) • Icterícia ( por aumento de bilirrubina indireta e bilirrubina direta) • Cianose (central, periférica) RESUMO POR JÚLIA FRATI 7 • Edema (mole ou duro/ elástico não elástico) - Mucosa • Cor • Lesões - Fâneros • Ausência de cabelos ou pelos • Lesões • Etc.. SINTOMAS PRODRÔMICOS - São sinais e sintomas inespecíficos que antecedem uma doença específica SINAL PATOGNOMÔNICO - Caracteriza e dá especificidade a uma doença RESUMO POR JÚLIA FRATI 8 Propedêutica cardiológica 1 PRÉ SÍNCOPE - pode ser acompanhada de palidez, escurecimento da vista, e transpiração profusa - suas causas são as mesmas da síncope, como: crises vasovagais, hipotensão ortostática ou arritmias - não apresenta perda de consciência, sem perda de força motora e queda ao solo Paciente apresenta como queixa – perda de sentidos → a partir disso é construída a história da moléstia atual (HMA) → a história irá fornecer o pródromo (antes da crise), o durante a crise e o pós crise → baseado nesses fatores irá se definir o que ocorreu com o paciente de acordo com o que foi descrito Síncope – episódio de perda de consciência que tem uma curta duração, e o indivíduo cai ao solo e recupera a consciência rapidamente O que diferencia a crise convulsiva da síncope → o indivíduo acaba recobrando a consciência de forma lenta e pode apresentar movimentos tônico clônicos durante a crise convulsiva, na síncope o indivíduo retorna a consciência de forma rápida e mantém a memória dos momentos anteriores Perda de consciência pode ser causada por diminuição do fluxo sanguíneo para o cérebro, trauma, hipoglicemia, epilepsia (crises convulsivas) SÍNCOPE - perda transitória da consciência devido a hipoperfusão cerebral transitória - Os episódios podem ser iniciados com sensação de fraqueza, tonturas, sudorese e palidez ou, então, ter início súbito e sem sintomas prodrômicos Caracteriza-se por: – perda do tônus corporal – início súbito – curta duração – com recuperação completa e espontânea -> muitas vezes o paciente não apresenta um pródromo relevante -> Os sintomas associados são úteis por sugerir diagnósticos específicos para a causa da síncope. - A presença de gatilhos como estresse físico ou emocional, tosse, deglutição, micção e defecação sugere causa neurocardiogênica. - A ausência de gatilhos ou sinais associados pode sugerir arritmia Tosse, evacuação, micção etc. → síndrome situacional – reflexo vasogênico que acaba levando à síncope RESUMO POR JÚLIA FRATI 9 - Estimulação do seio carotídeo pode desencadear um reflexo que leva a síncope Falência do sistema nervoso autônomo → a diabete pode levar a uma disfunção do sistema nervoso autônomo - leva a uma neuropatia periférica - Drogas também podem ser uma causa ortostática da síncope – exemplo: diuréticos (alteração de volume) - Baixo débito cardíaco advindo de arritmias também pode levar a alterações que geram síncope OBS: supraventricular = (átrio) Taquicardia pode causar uma diminuição do débito cardíaco devido ao enchimento prejudicado Em qual situação uma síncope pode levar a uma morte? Normalmente quando o paciente apresenta alterações prévias consideráveis - A posição em que o paciente estava quando o evento ocorreu pode auxiliar no diagnóstico > posição ortostática por tempo prolongado em local quente sugere causa neurocardiogênica > em pé logo após se levantar, está mais relacionada à hipotensão ortostática > posição supina ou sentada são mais sugestivas de síncope por arritmias OBS: Fibrilação ventricular é uma alteração elétrica ARRITMIAS - é a alteração do ritmo cardíaco normal - pode gerar repercussões no débito cardíaco e fluxo sanguíneo na circulação sistêmica pois altera a forma e frequência com que ocorre a contração do músculo cardíaco - Frequentemente, está associada a outras doenças do coração, como doenças congênitas ou estruturais, insuficiência cardíaca e infarto agudo do miocárdio (IAM). - percebida como alteração do ritmo cardíaco, lipotimia, síncope e palpitações - causas de arritmia: • Anemia • Diabetes • Tabagismo • Alcoolismo • Obesidade • Sedentarismo RESUMO POR JÚLIA FRATI 10 • Drogas ilícitas - qualquer taquiarritmia com alta frequência cardíaca pode levar o indivíduo à morte - causas de arritmia maligna • Hipertensão arterial • Apneia do sono • Chagas • Choques elétricos • Histórico familiar - principais sintomas: Bradiarritmias – está associada a uma diminuição da frequência de contração do coração Taquiarritmias – relacionadas ao aumento da frequência ou alteração da contração atrial - arritmias são classificadas de acordo com o local de origem Ritmos sinusais (nódulo SA) Ritmos atriais Ritmos ventriculares Ritmos atriais – arritmias cardíacas originárias de outras partes dos átrios são sempre patológicas - Fibrilação atrial → ECG com ausência de ondas P e presença de complexos QRS estreitos e irregulares RITMOS VENTRICULARES - são mais perigosos, sendo ameaças a vida TAQUICARDIA VENTRICULAR - FC varia de 100 a 250 bpm regular e rápido - pode ocorrer em episódios curtos e não causar nenhum ou poucos sintomas - a taquicardia ventricular sustentada dura mais de 30 segundos e precisa de tratamento IMEDIATO FIBRILAÇÃO VENTRICULAR - FV causada por múltiplos e fracos focos ectópicos nos ventrículos - esses sinais elétricos não sincronizados fazem com que os ventrículos sofram fibrilação em vez de se contraírem - FV pode levar a uma parada cardíaca RESUMO POR JÚLIA FRATI 11 PALPITAÇÕES - arritmias podem ser sentidas pelo paciente como palpitações - é uma percepção incômoda dos batimentos cardíacos - “batedeira” - alteração do ritmo, força ou frequência cardíaca - podem ocorrer em cardiopatas ou pessoas saudáveis - podem ser causadas por exercícios, emoções, esforço ou estresse emocional Queixa do paciente – batedeira no coração (palpitação) → importante saber se é rítmico ou arrítmico → existiu algum sintoma pré evento, o que estava fazendo? → qual a duração da palpitação? → existe algum sintoma associado? → como foi o término do evento? (foi súbito ou gradativo)Exemplo – taquicardia sinusal tem término gradativo normalmente Término súbito é mais preocupante - O local predominante da sensação do batimento cardíaco é importante - Palpitação podem ter característica: bradicárdica, normocárdica ou taquicárdica -> irá depender da frequência - as palpitações podem se regulares ou irregulares - podem ter forma de início e término – súbito ou progressivo - Causa • Cardíacas Arritmias, IC, miocardites, miocardiopatias • Não cardíacas HAS, hipertireoidismo, anemia, esforço físico, emoções, síndrome do pânico, substâncias tóxicas PULSO a) Frequência – obtida através do número de pulsação por minuto - variação normal de 60 e 100 pulsações / minuto - maior que 100 → taquisfigmia – no hipertireoidismo, IC, ansiedade - Taquicardia é um achado de exame físico! - pulso pode ser igual ou não a frequência cardíaca - menor que 60 → bradsfigmia – hipotireoidismo, bradirritmias, atletas b) Ritmo - podem ser rítmicos (representa a quantidade de vezes que há uma ou arrítmicos (quando não apresentam o mesmo intervalo) c) Amplitude do pulso é caracterizada pela sensação palpatória do examinador - mais cheio que o normal = pulso amplo RESUMO POR JÚLIA FRATI 12 - mediano ou pouco amplo – ocorre na hipotensão arterial e na IC - filiforme – acontece na estenose aórtica e no estado de choque d) Tensão - pressão realizada pelo dedo do examinador para deter a onda pulsátil - depende da pressão arterial diastólica e das condições de parede arterial → na aterosclerose a um endurecimento da parede arterial e ocorre um aumento da resistência na onda pulsátil Simetria do pulso – se o lado direito é igual ao esquerdo Pulso assimétrico – pode ocorrer em uma situação de aterosclerose, dissecção de aorta, doença de takayasu - Pulso paradoxal é uma alteração de pressão! PULSO ALTERNANTE - alternância de pulsações fracas e fortes características da insuficiência cardíaca - indica falência ventricular esquerda com o ritmo de galope alternante → Pulso alternante pode ocorrer na extrassístole Parvus et tardus → pode ser observado na estenose aórtica por exemplo Martelo d´agua → observado na insuficiência aórtica PULSO PARADOXAL - não está relacionada a onda de pulso, mas sim a pressão - Normalmente quando se inspira o retorno venoso é ótimo e assim leva a uma variação da pressão de pulso - Porém existe uma determinada situação em que essa variação é acima do normal → ocorre em quadros que prejudicam o enchimento (tamponamento cardíaco, pericardite constritiva) RESUMO POR JÚLIA FRATI 13 PULSO KUSSMAUL - Está relacionado realmente ao pulso - exacerbação do fisiológico - aumento da intensidade com a expiração e diminuição com a inspiração - ocorre em casos de pericardite constritiva, derrame pericárdico, mediastinite hiperplásica e tumores de mediastino HIPOTENSÃO ARTERIAL - é uma variação fisiológica da pressão arterial - fisiologicamente há essa variação durante e o sono e em pé HIPOTENSÃO ARTERIAL ORTOSTÁTICA - tem que medir a pressão arterial nas posições: deitado e após 3 minutos em pé - sintomas: tonturas, síncopes e quedas - costuma acometer muito aos idosos – devido a arteriopatias ou alterações autonômicas advindas da idade SINAL DE KUSMAULL - aumento da coluna venosa pulsátil das veias jugulares durante a inspiração (enchimento paradoxal respiratório) - esse enchimento é paradoxal, já que em condições normais a inspiração reduz a altura da coluna venosa pulsátil por aumento do retorno venoso - é sugestivo de restrição diastólica, sendo encontrado na pericardite constritiva e miocardiopatia restritiva - veia ingurgitada – tornando-se bem proeminente REFLUXO HEPATOJUGULAR - aumento de 3 cm do nível da coluna venosa pulsátil das jugulares quando ocorre compressão com a mão espalmada no quadrante superior do abdome → isso ocorre devido ao aumento do retorno venoso RESUMO POR JÚLIA FRATI 14 - exemplo – insuficiência cardíaca congestiva - Se o teste der positivo → indica a pressão venosa elevada RESUMO POR JÚLIA FRATI 15 Anamnese - o objetivo da anamnese é coletar informações sobre o paciente - Antes do início de uma anamnese devemos observar: ► Preparo do ambiente ► Apresentação e aparência do examinador ► Postura do examinador ► Contato com o paciente ► solicitação de permissão para anamnese - Na maioria das vezes as informações da anamese são obtidas pelo próprio paciente → porém existem situações como cenários pediátricos, psiquiátricos ou demenciais em que as informações são obtidas por um terceiro que normalmente é o responsável pelo paciente ou acompanhante Anamnese subjetiva → quando as informações são obtidas por outro indivíduo que não o paciente OBS: delirium – ideia fixa e persistente, com distorção da realidade Cenário ambulatorial – paciente vem para a consulta e consegue expressar sem dificuldades o que o alfige → assim é possível obter a história da doença e dar seguimento ao tratamento Cenário de enfermaria (paciente em uma internação hospitalar) → a anamnese será mais focalizada baseada no motivo da internação do paciente → nesse cenário é importante avaliar constantemente a saúde mental do paciente → A anamnese deve-se adequar ao cenário vivenciado no momento → No cenário da medicina de família e comunidade existe uma preocupação maior no acompanhamento constante do paciente, assim a anamnese tem outro enfoque - Relação médico – paciente -> o médico deve sempre ser empático quanto ao paciente - Fazer uma apresentação e perguntar ao paciente o que você pode fazer por ele/ o que traz o senhor/a até aqui? COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS - após receber a notícia o paciente passa pelos seguintes estágios: > negação > revolta > aceitação > barganha > luto (quando se tem um cuidado em diminuir o impacto do luto → RESUMO POR JÚLIA FRATI 16 principalmente na saúde mental do paciente e dos familiares) SOAP S- subjetivo - identificação → com qual gênero você se identifica (cis/trans) - queixa principal - história familiar - história pregressa - SIFE (sentimentos/ ideias/ funcionalidade do indivíduo/ expectativa → diante da doença em questão) > acolhimento (é ouvir) O – objetivo - exame físico A – avaliação - todas as suspeitas clínicas e sinais e sintomas P – planejamento P1. Tratamento farmacológico P2. Solicitação de exames P3. Educação em saúde/ psicoeducação P4. Orientações gerais P5. Segmento (retorno após a consulta) APRESENTAÇÃO MODELO - Olá, boa tarde, senhor(a) (nome do paciente). Eu sou (nome do entrevistador), aluno(a) da faculdade de medicina e faço parte da equipe médica que cuida do(a) senhor(a). Estou aqui hoje para conversar sobre a sua história. O(A) senhor(a) se importa de conversarmos agora? O(A) senhor(a) se importa que eu tome notas durante a entrevista? COMPONENTES DA ANAMNESE ► Identificação ► Queixa e duração ( QD ) ► História Pregressa da Moléstia Atual ( HPMA ) ► Interrogatório sobre os diversos aparelhos ( ISDA ) ► Antecentes pessoais ( AP ) ► Antecedentes familiares ( AF ) 1- IDENTIFICAÇÃO • Nome • Data de nascimento: dia/mês/ano • Idade: em anos • Sexo • Etnia ► amarela; ► branca; ► parda; ► negra; ► vermelha. RESUMO POR JÚLIA FRATI 17 • Naturalidade • Procedência: local de onde o paciente veio • Escolaridade • Estado civil • Profissão• Religião 2- QUEIXA E DURAÇÃO - O que trouxe o(a) senhor(a) à consulta? Há quanto tempo isso está acontecendo? 3- HISTÓRIA PREGRESSA DA MOLÉSTIA ATUAL (HPMA) - Relato dos sinais e sintomas, desde o início da queixa principal até a data atual - Deixar o paciente falar espontaneamente, sem sugestioná-lo - No fim poderá ser feita uma exploração do observador para esclarecimento e detalhamento de alguns relatos 4- CARACTERÍSTICAS DA DOR ► Inicio ► Localização ► Intensidade ► Caráter ► Irradiação ► Duração ► Periodicidade ► Fatores que melhoram ► Fatores que pioram ► Fatores que acompanham 5- INTERROGATÓRIO SOBRE OS DIVERSOS APARELHOS (ISDA) - O ISDA etapa da anamnese médica onde o entrevistador deverá elaborar diversas perguntas sobre os sintomas e sinais relacionados a todos os aparelhos e sistemas do organismo - Perguntas detalhadas e organizadas ► Pele e anexos ► Cabeça, Olhos, Nariz, Orelhas, Orofaringe ► Aparelho digestivo ► Aparelho respiratório ► Aparelho cardiovascular ► Aparelho urinário ► Aparelho sexual feminino ► Aparelho sexual masculino ► Aparelho locomotor ► Sistema nervoso e psiquismo ANTECEDENTES PESSOAIS - Esse item da anamnese consiste em obter dados significativos que já aconteceram na vida do paciente, desde o nascimento até o momento atual ► Imunização ► Traumas ► Transfusões ► Moléstias anteriores ► Cirurgias anteriores RESUMO POR JÚLIA FRATI 18 ► Uso de medicamentos ► Alergias ► Hábitos, Uso de drogas, Tabagismo ► Sexualidade ► Situações de stress ENCERRANDO A ENTREVISTA Perguntar, por fim, ao paciente ► tem algo a mais para me falar? ► sente que não perguntei alguma coisa? ► tem alguma dúvida ou algo que queira conversar comigo? tem algo a mais para me fala RESUMO POR JÚLIA FRATI 19 Obesidade - Obesidade e sobrepeso são o acúmulo excessivo de gordura, e que apresenta risco à saúde - desequilíbrio nutricional - tecido adiposo é um tecido conjuntivo especial – composto por células que são os adipócitos → depósito de energia - Existem três tipo de tecido adiposo: • Tecido Adiposo Branco (TAB) • Tecido Adiposo Marrom (TAM) – tem função de produção de calor → a criança é quem possui uma alta quantidade desse tipo de tecido Células ricas em mitocôndrias • Tecido Adiposo Bege (Brite) - adipócitos presentes na gordura visceral são mais inflamados, do que aqueles encontrados nas extremidades - Quais medidas são usadas para diagnosticar a obesidade? Peso, altura, circunferência da cintura ou abdominal e índice de massa corporal (IMC) ETIOLOGIA DA OBESIDADE/SOBREPESO - Fatores genéticos e cromossômicos - Fatores emocionais - Alimentação - Falta de atividade física → Ganho de peso excessivo está relacionado a balanço energético positivo, advindo de um desbalanço entre gasto e ingestão de calorias • Aumento da ingesta calórica • Redução das calorias gastas • Aumento da lipogênese • Diminuição da lipólise e beta oxidação ABORDAGEM DO PACIENTE OBESO I. Anamnese - identificação - queixa principal geralmente é o ganho de peso - HMA: a) Ganho de peso total → Em quanto tempo houve o ganho de peso → Esse ganho foi repentino ou gradual → O ganho de peso foi desejado ou não? → Possibilidade de gravidez → Qual o peso máximo atingido na vida → Qual era o comportamento de peso do pacientes antes b) Avaliação do estilo de vida do paciente → Mudança no padrão alimentar → Mudança do aspecto social do comer RESUMO POR JÚLIA FRATI 20 → Desencadeadores do ganho de peso → Mudança padrão de atividade física → Nível de Estresse → Consumo de álcool c) Medicamentos → Corticoesteroides → Contraceptivos orais → Antidepressivos → Insulina → Tratamentos anteriores para obesidade/sobrepeso Tipos de padrão alimentar A) Hiperfágico Prandial – grande volume de comida com alta densidade calórica B) Beliscador C) Síndrome do Comer Noturno D) Compulsão Alimentar (binge) E) Transtorno de Compulsão Alimentar Periódico (TCAP) – binge disorder Existe mais de um episódio de compulsão seguida por mais de 3 meses F) Bulimia G) Padrão alimentar caótico H) Comportamento alimentar sofisticado - ISDA – revisão dos sistemas - Antecedentes Pessoais: • Doenças que causam distúrbios metabólicos: diabetes mellitus, dislipidemias, hipotireoidismo • Distúrbios genéticos e outras endocrinopatias (Síndrome de Cushing) • Macrossomia Fetal (peso ao nascimento ≥ 4.000 g) - História Familiar: • Obesidade • Distúrbios genéticos ou metabólicos. • Mãe DMG Aumento da prevalência da obesidade Resistência à insulina Síndrome metabólica Diabetes Mellitus tipo 2 Doenças cardiovasculares OBESIDADE ASSOCIADA A SÍNDROMES - Síndrome de Prader-Willi . Deleção do cromossomo 15 . Atraso do desenvolvimento neuropsicomotor . Criptorquidia e micropênis . Apetite insaciável que leva ao ganho de peso a partir de 2 anos RESUMO POR JÚLIA FRATI 21 Síndrome de Prader-Willi II. Exame físico - equipamentos como: fita métrica, balança, antropômetro e calculadora são utilizados para a realização do exame - Altura ou Estatura - índice de massa corporal (IMC) - não reflete a distribuição da gordura corporal. - Circunferência abdominal e cintura - ATP e IDF – coleta de dados, são critérios diagnósticos presente na síndrome metabólica ATP → ponto de corte deve ser de 102 cm para homens e 88 cm para mulheres. - IDF considera a diversidade étnica - a circunferência da cintura reflete a magnitude de gordura visceral - Dois tipos de obesidade andróide ou genoide - A obesidade androide (mais comum em homens) é a mais preocupante, já que está associada à gordura viscera - Já na obesidade ginecoide (mais comum em mulheres), a gordura se acumula mais nas coxas, nádegas e regiões próximas à pelve com deposição somente subcutânea, relacionando-se com celulite, e não com as comorbidades da obesidade androide RESUMO POR JÚLIA FRATI 22 - A medida da circunferência abdominal reflete melhor o conteúdo de gordura visceral que a RCQ e também se associa muito à gordura corporal total. - a gordura visceral é mais facilmente perdida que a periférica • Circunferência cervical (cm) → medida na altura da cartilagem crico- tireoideia • Circunferência Cervical Ajustada → estimar o risco de SAOS (síndrome da apneia obstrutiva do sono) em caso de dificuldade de realizar o exame de polissonografia • Circunferência cervical (em cm) + +4 pontos (em caso de HAS) +3 pontos (no caso da presença de roncos) +3 pontos (no caso da presença de engasgos noturnos) Aferição de pressão é igual – só é necessário encontrar um manguito adequado ao paciente Acantose - alteração na pele caracterizada por manchas de textura aveludada e tom escuro RESUMO POR JÚLIA FRATI 23 Lipodistrofia cervical – “corcova” de gordura na região cervical COMPLICAÇÕES DA OBESIDADE - doenças cardiovasculares - diabetes tipo 2 - distúrbios endócrinos - aumento da incidência de câncer A ausculta cardíaca e respiratória pode ser prejudicada devido ao panículo adiposo do tórax - Oximetria de pulso no repouso • Avaliar sinais de hipoventilação da obesidade • Hipertensão pulmonar associada à obesidade - Exame do abdome . Avaliar se há hepatomegalia ou esplenomegalia, ou ainda alguma outra visceromegalia - Avaliação de membros inferiores . verificar se existem alterações de perfusão periférica, simetria na palpação dos pulsos e sinaisde dermatite ocre, má circulação ou varizes - Índice tornozelo-braço (ITB) . é útil para o diagnóstico de doença arterial periférica (DAP) – se existe obstrução do fluxo sanguíneo • Normal: > 0,90 • Obstrução Leve: 0,71 a 0,90 • Obstrução moderada: 0,41 a 0,70 • Obstrução grave: < 0,40 RESUMO POR JÚLIA FRATI 24 Propedêutica cardio 2 - Sinais e sintomas cardiológicos, na anamnese • Dor precordial (“dor no peito”) ou dor • Palpitações • Dispneia • Edema • Cianose • Lipotimia – sensação de perda de sentidos e de força muscular • Síncope - Dor precordial X dor cardíaca propriamente dita Dor precordial - dor em qualquer estrutura precordial Dor cardíaca - apenas os acometimentos do coração e da aorta - Dor cardíaca = angina pectoris → desconforto torácico associado a isquemia - na dor existem aspectos que durante a anmnese irão nos orientar (avaliação semiológica da dor) • Localização • Irradiação – a dor precordial pode irradiar para diferentes locais • Caráter – agulhada, pontada, aperto no peito • Intensidade – leve, moderada ou intensa • Duração • Frequência – hora em hora, a cada dia, etc • Fatores desencadeantes, agravantes (se a temperatura agrava por exemplo) e atenuantes (ex: se determinada posição melhora a dor) • Sintomas concomitantes – que acontecem ao mesmo tempo e acompanham a dor A) PALPITAÇÃO - Percepção consciente e desconfortável das contrações cardíacas - pode parecer com um batimento fora do ritmo → quando existem palpitações com ritmo irregular deve-se fazer um ECG para definir como está a condução elétrica do coração (bloqueios, problemas de distribuição elétrica) - tipos de palpitação: de esforço, as que mostram alterações do ritmo cardíaco e as que acompanham os distúrbios emocionais Mecanismos: Pulsos irregulares Aumento ou redução rápida da FC Percepção de contração mais vigorosa DISTÚRBIOS DE RITMO - distúrbio em qualquer momento da condução elétrica do coração RESUMO POR JÚLIA FRATI 25 Nodo SA → feixe que leva a despolarização do átrio direito para o esquerdo (feixe de Beckman interatrial) → Nodo AV → feixe AV → Ramos direiro e esquerdo → fibras de purkinje - no eletrocardiograma se tem a manifestação gráfica desses eventos elétricos B) DISPNEIA - Falta de ar → é um sinal que pode ser de causa cardiovascular ou não cardiovascular - tipos de dispneia crônica: dispneia de esforço, dispneia de decúbito, dispneia paroxística noturna, dispneia periódica ou de Cheyne-Stockes - falha no funcionamento do coração pode levar a congestão pulmonar - Causas cardiovasculares : Congestão pulmonar, Compressão mecânica, Tromboembolismo pulmonar - Causas não cardiovasculares – pulmonares (pneumonia, asma) I. Congestão pulmonar - IC esquerda que leva ao extravasamento de líquido nos alvéolos → acúmulo de líquido nos alvéolos - som auscultado – estertores (ruídos observados em pacientes com acúmulos de líquido nos alvéolos) - líquido dentro do espaço pleural – derrame pleural – diminuição dos murmúrios pulmonares devido a diminuição da expansão dos pulmões pelo excesso de líquido - Piora com decúbito: dispneia paroxística noturna e ortopneia II. Asma Cardíaca ✔Edema intersticial: obstrução ao fluxo – sibilos Congestão pulmonar também causa sibilos Quando eles estão relacionados a um indivíduo com cardiopatia é chamado de asma cardíaca III. Compressão mecânica - Grandes cardiomegalias podem comprimir os brônquios, gerando obstrução ao fluxo aéreo IV. Tromboembolismo pulmonar - Obstrução da art. pulmonar ou seus ramos por trombo - Origem: TVP de MMII Pulmão cheio de líquido intralveolar RESUMO POR JÚLIA FRATI 26 - Dor torácica, dispneia de graus variados, morte súbita C) EDEMA - existe um retenção de líquidos, que acontece principalmente nas extremidades - Aspectos do edema: Pele lisa e com brilho Sinal do cacifo – sinal de Godet (depressão após digitopressão que se defaz lentamente) Simetria – quando o problema é cardiovascular costuma-se ter um edema em simetria (ex: dois pés) Sinais de flogose (calor, rubor, dor) - Categorização: Maleolar – em maléolo interno Terço médio da perna Nível do joelho Raiz da coxa Generalizado (anasarca) OBS: região sacral pode ser grande foco de edema, principalmente em pacientes acamados Doentes tem edema devido ao excesso de volume circulante que extravasa para fora dos vasos sanguíneos → SOBRECARGA CARDÍACA - Coração trabalhando com excesso de líquido acaba sofrendo dilatação • Aumento na pré-carga leva à dilatação de câmaras cardíacas ✔Insuficiência aórtica ✔CIV • Aumento na pós-carga leva à hipertrofia miocárdica ✔Estenose aórtica ✔ HAS Pré carga – enchimento máximo, quando no fim da diástole o coração está cheio Pós carga – o que o coração tem que vencer – resistência periférica (pode ser variável, maior ou menor) - Paciente com HAS → desenvolve hipertrofia do músculo do coração RESUMO POR JÚLIA FRATI 27 D) SÍNCOPE - Perda abrupta, mas temporária da consciência e do tônus postural em decorrência de hipoperfusão global temporária do cérebro - paciente diz que teve uma perda de consciência – “desmaio” Causas cardiovasculares: • Hipotensão postural • Arritmias • Estenose Aórtica • Obstrução da atéria carótida ANATOMIA CARDÍACA CICLO CARDÍACO - Sequência de eventos cardíacos que ocorre do início de cada batimento até o início do próximo batimento - começa com um estímulo elétrico que se inicial no nodo sinoatrial - ciclos são compostos por períodos de relaxamento (diástole) e contração (sístole) SÍSTOLE - Sístole é composta pela contração isovolumétrica e período de ejeção 1- Contração isovolumétrica – começa na contração ventricular - aumento da pressão dentro do ventrículo e fechamento das valvas atrioventriculares - No final é gerada pressão suficiente para abrir as valvas semilunares 2- Período de ejeção - Pressão ventricular força a abertura das valvas semilunares - ejeção rápida e ejeção lenta DIÁSTOLE 1- Relaxamento isovolumétrico - Queda rápida da pressão intraventricular - Fechamento abrupto das valvas semilunares - Quando a pressão intraventricular ficar menor que a dos átrios ocorre a abertura das valvas atrioventriculares 2- Enchimento rápido - Após a abertura das valvas atrioventriculares - Enchimento do primeiro 1/3 da diástole 3- Enchimento lento RESUMO POR JÚLIA FRATI 28 - Ocorre no 1/3 médio da diástole - Pequena quantidade de sangue que flui diretamente das veias para o ventrículo 4- Contração atrial Último 1/3 da diástole Impulso adicional de sangue para os ventrículos PROJEÇÃO DO CORAÇÃO NO TÓRAX Ângulo de louis muito importante!! EXAME CARDIOLÓGICO - Ambiente do exame – examinar o paciente em um local silencioso e confortável, sem que haja interferência de ruídos externos - exame físico – inspeção, palpação e ausculta a) Inspeção - Sinais de boa perfusão periférica - Região cervical – dilatação jugular - Formato normal da caixa torácica - Ventilação - Batimentos ● Pulsação epigástrica (transmissão da aorta abdominal ou hipertrofia de VD) → ventrículo direito, artéria aorta passam pela região epigástrica ● Pulsação na fúrcula e pecoço - ICTUS CORDIS VISÍVEL → é a vizualização ou a palpação da ponta do ventrículo impulsionando a caixa torácica (batimento da ponta) → é localizado normalmente no 5º espeço intercostal esquerdo - O ictus cordis pode ser palpável em decúbito dorsal ou lateralesquerdo (sendo esse mais utilizado quando há dificuldade na palpação do ictus) - Ele tem um diâmetro de duas polpas digitais - se o ictus estiver no sexto espaço intercostal ou seja, deslocada mais para a esquerda e para baixo → indicativo de IC esquerda por sobrecarga de volume com dilação ventricular (regurgitação aórtica ou mitral) - A inspeção pode ser realizada com o paciente deitado ou sentado RESUMO POR JÚLIA FRATI 29 - engurjitamento da jugular só é percebida quando o paciente está a 45 graus - Na inspeção, devem ser avaliados deformidades na região torácica como um todo, abaulamentos, depressões e pulsações. - Ângulo de Louis = 2º espaço intercostal esquerdo - Situs inversus completo: coração e pulmão estomago e baço a direita e fígado a esquerda – dextrocardia b) Palpação - analise da temperatura da pele - analise do tempo de enchimento capilar – tempo para que a ciculação ocorra (paciente com deficiencia na contratilidade do coração pode levar a alterações nesse tempo) → avaliação da perfusão - Normal abaixo de 3 segundos - Palpação dos pulsos ◦ Amplitude ◦ Intensidade ◦ Frequência ◦ Sincronia • Pulsos devem ser semelhantes em lados contralaterais Durante a palpação é importante ◦ Utilizar os dedos indicador, médio e anular ◦ Não exercer pressão excessiva ◦ Contar as pulsações por um período de tempo PULSAÇÃO - temporal superficial - artéria carótida - axilar - braquial - radial - ulnar - femoral - poplíteo - tibial posterior - pediosa → seguir o espaço entre o hálux e o segundo dedo • Teste de Allen - é uma pesquisa da irrigação da mão para verificar se a radial e a ulnar estão pérvias - como fazer? Ocluir as artérias radial e ulnar, pedir que o paciente abra e feche a mão até palidez palmar. Libere o fluxo de uma das artérias e verifique a perfusão da mão → Repetir com a outra artéria Problemas cardíacos podem levar a abaulamento na região torácica RESUMO POR JÚLIA FRATI 30 • Palpação de frêmitos - Frêmito é a sensação tátil na palpação de um sopro cardíaco → - Mão espalmada nos pontos de ausculta - Se houver uma doença inflamatória na valva – abertura da valva de forma inadequada levando a uma vibração causada por fluxo turbulento adjacente c) Ausculta - Aucultar Carótidas – em busca de sopros Placas de ateroma podem levar a obstruções → lúmen menor → tubulência do sangue → presença de sopo - BULHAS CARDÍACAS B1: o fechamento da válvula mitral produz a primeira bulha cardíaca • Coincide com o ictus cordis e o pulso carotídeo • Timbre mais grave e pouco maior que a 2a bulha • “TUM” B2: o fechamento da válvula aórtica produz a segunda bulha cardíaca • Timbre mais agudo e seco • “TÁ” - Quando se tem a respiração (inspiração/expiração) causa uma direfença de pressão intratorácica - Se houver aumento do retorno venoso - maior quantidade de sangue passa do lado direito do coração e assim a segunda bulha que é predominante da valva aórtica, sem tanto a presença de som da valva pulmonar → retardo no fechamento da valva pulmonar leva eventualmente a segunda bulha que será composta por dois “TÁ” * B3: -- mais comum de estar presente em alterações patológicas (insuficiência cardíaca) - corresponde a desaceleração abrupta do fluxo através da valva mitral alteração de complacência ventricular • Pode ser patológico ou fisiológico (comum em crianças e jovens) • Evidente na inspiração - ocorre logo depois da segunda bulha • Queda da pressão intratorácica aumento do retorno venoso aumento do tempo de ejeção do VD atraso de P2 • “TUM – TRÁ” B4: representa a contração atrial, pode ser patológica e apontar alteração da compacência ventricular RESUMO POR JÚLIA FRATI 31 - corresponde à maior rigidez do ventrículo esquerdo no fim da diástole, que diminui a complacência. • Pode ser patológico ou fisiológico (mais comum em adultos e transitório) • “TRUM - TÁ) DESDOBRAMENTO DAS BULHAS CARDÍACAS - A segunda bulha cardíaca, B2, e seus dois componentes, A2 e P2, são causados basicamente pelo fechamento das valvas aórtica e pulmonar, respectivamente - Durante a inspiração, o tempo de enchimento das câmaras cardíacas direitas é maior → AUMENTA volume sistólico no VD e assim a duração da ejeção ventricular direita também demora mais → retarda o fechamento da valva pulmonar → desdobrando B2 em seus dois componentes audíveis. * - B1 também tem dois componentes, um som mitral anterior e um tricúspide posterior (o componente mitral é mais alto no ápice cardíaco) OBS> No idoso o ictus fica mais proeminente - Auscultar todos os focos - Paciente sentado, decúbitos dorsal e decúbito lateral esquerdo (Pachon) - Observar bulhas cardíacas, ritmo e frequência, cliques ou estalidos, ruídos ou atrito As bulhas podem ser caracterizadas de acordo com: - Fonética ● Normofonéticas (em dois tempo) ou hiperfonéticas - Ritmo ● Rítmicas ou arrítmicas RESUMO POR JÚLIA FRATI 32 - Tempo ● Dois tempos ou tríplice SOPROS CARDÍACOS - Turbulências que ocorre no sangue - bem característicos de doenças valvares (insuficiência ou estenose) → indicam valvopatia cardíaca - Podem ser divididos em sistólicos, diastólicos, sistodiastólicos e pericárdicos – mais importante de se analisar – de acordo com o posicionamento do sopro no ciclo cardíaco - podem ser proto, meso ou tele (terço inicial, médio ou final) - Podem ser classificados quanto a intensidade por meio de dois sistemas: de 6 cruzes e de 4 cruzes . Gradação de levine determina cruzes para os sopros Classificação de Levine (6+) Grau I Muito suave e pouco audível Grau II Audível sem dificuldade Grau III Audível no foco e com irradiação Grau IV Frêmito palpável Grau V Audível com o estetoscópio em contato parcial Grau VI Audível mesmo sem estetoscópio - Sopros podem se irradiar → sopros sistólicos se irradiam mais que os sopros diastólicos - Possíveis irradiações •Estenose Aórtica: Pescoço •Insuficiência Mitral: Axila e dorso •Estenose Mitral: Linha axilar •Insuficiência Aórtica: Linha paraesternal E → Manobras que auxiliam a auscuta cardíaca • Ligeira flexão do tronco – permite melhor ausculta dos focos da base • Müller – inspiração forçada com a glote fechada, diminuição da pressão intra-torácica e aum. retorno venoso • Valsalva – expiração forçada com a glote fechada, aumento da pressão intra-torácica e diminuição do retorno venoso - Prolapso da valva mitral x Cardiomiopatia hipertrófica A manobra de Valsalva também consegue identificar insuficiência cardíaca e hipertensão pulmonar • Rivero-Carvalho – (apnéia inspiratória) inspiração forçada não bloqueada - Diferenciar sopro tricúspide do mitral - Se for tricúspide, o sopro se intensifica com o aumento do retorno venoso • Manobra de Pachón - Decúbito lateral esquerdo e elevação do braço -Intensifica os sopros da valva mitral • Inclinação do tórax para a frente - Intensifica os sons da base do coração RESUMO POR JÚLIA FRATI 33 • Esforço isométrico (“Aperto de mão”) Handgrip - (Gallavardin) - Apertar objeto na mão - Aumento da resistência vascular periférica - Aumento dos sopros • Agachamento - Aumenta pré-carga e pós-carga -Aumenta quase todos os sopros AUSCUTA CARDÍACA - Focos apicais ◦ Foco mitral 5o EIE, linha hemiclavicular ◦ Foco tricúspide base do apêndice xifóide, ligeiramente à esquerda - Focos da base ◦ Foco aórtico 2o EID, junto ao esterno ◦ Foco aórtico acessório 3o EIE, junto ao esterno ◦ Foco pulmonar 2o EIE, junto ao esterno - sopro aórticodiastólico – melhor auscultado no foco aórtico acessório ÁREAS DE AUSCUTA - área aórtica - área pulmonar - área tricúspide - área mitral OUTROS SONS ENCONTRADOS 1. SOM EXTRA NA DIÁSTOLE – Estalido de abertura - Tom alto, de curta duração melhor audível no foco mitral com o diafragma RESUMO POR JÚLIA FRATI 34 - Som extra na diástole: Estalido de abertura → patogneumônico de valva mitral estenosada 2. SOM EXTRA NA SÍSTOLE: Cliques sistólicos → prolapso da valva mitral SOPRO SISTÓLICO X DIASTÓLICO • Sopro diastólico estão geralmente relacionados a valvopatias cardíacas - Sopros diastólicos têm início com ou depois da B2 e finalizam na ou antes de B1 TODOS PATOLÓGICOS • Sopros sistólicos podem ser sopros de fluxo fisiológicos, provenientes de valvas cardíacas normais - Ocorrem durante a ejeção inicial do ventrículo direito ou esquerdo e são mais bem auscultados na área pulmonar, na borda esternal esquerda e, por vezes, no ápice e na área aórtica - encontrados em crianças, adultos jovens, atletas, grávidas e indivíduos com um estado circulatório hipercinético - Sopros inocentes – Mesossistólicos SOPRO CONTÍNUO - começa na sístole e estende-se por toda ou parte da diástole (mas não é necessariamente uniforme em todo o tempo) - possíveis causas desse sopro: comunicação entre a aorta e a artéria pulmonar, fístulas arteriovenosas (conexões anormais entre artérias e veias), fluxo venoso anormal, fluxo anormal em artérias (por estenose da luz) CARACTERÍSTICAS DO SOM NOS SOPROS SOPRO INOCENTE - Existem algum sopros “inocentes” - muitos sopros não tem correlação com doença nenhuma • São sistólicos • Localização: do 2º ao 3º EIC esquerdo • Irradiação: mínima • Intensidade: Grau I a II • Timbre e tom: baixo a médio • Manobras: diminui ou desaparece na posição sentada • Mecanismo: fluxo sanguíneo turbulento na ejeção de sangue do VE para a aorta. • Comum em crianças e adultos jovens RESUMO POR JÚLIA FRATI 35 A consulta em 7 passos → o tempo de consulta deve variar de 15- 40 minutos – a consulta deve ter equidade (maior tempo para aquele que precisa mais) - consultas que duram aproximadamente 15 minutos (ex: de retorno) - consultas que duram aproximadamente 40 minutos (ex: consulta psiquiátrica, puericultura, primeira consulta) - Existem 3 fases na consulta 1. FASE INICIAL a) Preparação para a consulta: ver o prontuário, qual horário (sempre chegar 30 minutos antes), verificar os materiais - Autoavaliar as condições do médico (físico e emocional) • Estou em condições físicas/emocionais para a próxima consulta? • Preciso comer ou ingerir alguma bebida antes? • Tenho alguma necessidade fisiológica nesse momento? • Estou estressado? - Sobre o paciente: • Quem é o paciente que me vem consultar? (sexo, idade, país de origem, etc.) • Por que nome e, eventualmente, título gosta de ser tratado? • Alguma particularidade em relação a crenças? Cultura étnica? Ou outro aspecto sociocultural? • Qual o seu contexto familiar (vive só? com familiares?; que características tem a sua família? etc.) • Qual o seu contexto sócio- ocupacional? Condições e riscos laborais para a saúde • Quais os principais problemas de saúde altivos já identificados? • Existe algum alerta especial a ter em conta? (está a tomar contraceptivos orais? Tem prótese valvular? Está em hipocoagulação? Alergias a medicamento?) • Necessidade de prevenção de endocardite bacteriana? - Checar condições físicas (limpeza, organização da sala, conforto e materiais necessários para o atendimento) b) Primeiros minutos - Abertura da consulta é vital para o seu sucesso, criar relação médico paciente, capturar demandas ocultas Minuto de ouro RESUMO POR JÚLIA FRATI 36 - por que é que este doente veio se consultar hoje? - importante chamar o doente de maneira mais personalizada possível 2. FASE INTERMEDIÁRIA a) exploração – anamnese, SIFE, exame físico, hipótese diagnósticas, resumo da informação recolhida - Identificação de fatores de risco - Recolha, análise e contextualização de dados e de informação subjetiva e objetiva, quer biomédica quer psicosocio- cultural b) avaliação – interpretação dos dados, mapa de problemas, prognóstico, começa a formular diagnósticos c) plano de cuidados – formular propostas, exames auxiliares, Encaminhamentos, Compartilhar decisões - Plano terapêutico - Medidas farmacológicas e não farmacológicas 3. FASE FINAL - reflexão - Autoquestionamento: - está tudo OK, podemos encerrar?, perguntar se há dúvidas, Refletir sobre os fatos ocorridos, Analisar e completar registros, Identificar Lacunas no conhecimento médico para preencher - encerramento - Encerrar formalmente a consulta (contato visual, cumprimento e despedida) - A consulta é aberta e complexa pois o atendimento deve ser personalizado de acordo com as necessidades de cada paciente - Determinantes e antecedentes → consulta propriamente dita → consequências FATORES QUE PODEM INTERFERIR NO ATENDIMENTO - Questões pessoais do médico - Questões pessoais do paciente - Questões Estruturais - Habilidades de Comunicação - Sentimentos - Tempo/agenda - Habilidades Clínicas – palpação, ausculta, etc - Envolvimento da Equipe de Saúde - Equipamentos - Tecnologia Envolvida RESUMO POR JÚLIA FRATI 37 Linfonodos e tireoide PESCOÇO - Exame do pescoço a) Inspeção – capacidade de movimentação, nódulos, cicatrizes, abaulamentos,etc b) Palpação - osso hioide, cartilagem tireoide, cartilagem cricoide, anéis traqueais, glândula tireoide, músculos cervicais, artérias carótidas, veias jugulares e linfonodos c) Ausculta – avaliação dos vasos, principalmente das artérias carótidas SISTEMA LINFÁTICO - vasos linfáticos começam no espaço intersticial e drenam parte do produto advindo das atividades celulares em direção aos capilares linfáticos que dão origem aos vasos linfáticos aferentes - composto por ductos linfáticos, linfa, tecidos linfoides (linfonodos, baço, timo, tonsilas, adenóides e placas de Peyer) OBS: lesão de ducto torácico – pode levar a um quilotórax - linfonodos se dividem em superficiais e profundos (abaixo da fáscia dos músculos e dentro das cavidades do corpo) - Praticamente todos os tecidos são irrigados pelos vasos linfáticos – menos o cérebro e a placenta Principal função do sistema linfático à resposta imunológica - remoção de células danificadas - proteção contra invasão de substâncias antigênicas - pessoas que possuem uma resposta imunológica adequada – imunocompetentes - pessoas que possuem uma resposta imunológica inadequada - imunodeficientes (primários ou secundários – congênitos ou adquiridos) → Quando ocorre diminuição da remoção de proteínas e de líquido pelo sistema linfático é ocasionado o edema de origem linfática OBS: linfedema = fibrose e alteração nas características do edema, que se torna duro e pouco depressivo RESUMO POR JÚLIA FRATI 38 ADENOMEGALIA - É o aumento do tamanho dos linfonodos – aumento do número de linfonodos, alteração da consistência do linfonodo à causas podem ser: infecciosas (bacterianas, virais, fúngicas,etc) neoplásicas (linfomas, carcinomas,etc), imunológicas (lúpus, distúrbios benignos do sistema imune) ou outras - IMPORTANTE avaliar: • Sintomas agudos • Sintomas crônicos • Sinais e sintomas que possam indicar um processo infeccioso ou neoplásico • Sintomas constitucionais - grupo de sinais e sintomas inespecíficos, que atingem vários sistemas dos organismos e são comuns a várias doenças •Se houve viagens, ocupacionais, se teve comportamento de riscos • Quais medicamentos utiliza – Ex: analgésicos podem “mascarar os sintomas” - Geralmente a incidência de adenomegalia advinda de causas neoplásicas é maior em pacientes acima dos 40 anos ABORDAGEM CLÍNICA a) Anamnese - Queixa principal → Surgimento de caroços, nódulos, gânglios ou ínguas - História da moléstia atual o Quais as características da adenomegalia? - Início, localização, duração, número, dor a palpação, edema local o Existem sintomas associados? – dor, febre, vermelhidão, calor, prurido, edema de extremidades o Fatores que podem ser predisponentes – houve infecção RESUMO POR JÚLIA FRATI 39 recente ou prévia?, cirurgias, trauma, medicações, houve melhora ou piora?, qual a história epidemiológica - História patológica pregressa (HPP) o É necessário fazer a pesquisa para doenças crônicas que podem estar asssociadas com a adenomegalia (ex: tuberculose), causas cardíacas, renais, neoplásicas, autoimunes, infecciosas (HIV, CMB, EBV) o Fazer pesquisa de cirurgicas prévias, traumatismos o Transplante de órgãos - Histórico familiar – importante por exemplo para avaliar se existem doenças autoimunes (que estão na maioria das vezes associadas a hereditariedade) - ISDA -> revisar as queixas e fazer a análise dos diversos aparelhos b) Exame físico - As etapas mais importantes são a inspeção (verificar abaulamentos ou sinais flogísticos) e a palpação - Pode-se realizar dois tipos de exame físico I. Exame de um determinado sistema/aparelho - Exame dos membros superiores: avaliação linfonodos axilares e epitrocleares - Avaliação do baço durante exame do abdome II. Ou até mesmo realizar o exame de todo o sistema linfático de uma vez ANÁLISES IMPORTANTES DOS LINFONODOS - Número e forma que ele se apresenta - Tamanho < -0,5-1,0 cm = normal > 1,0-1,5 cm = anormal → processo inflamatório > 2,0 cm anormal → processo neoplásico > 1,0-2,0 cm região inguinal pode ser considerada normal - Qual a consistência e mobilidade do linfonodo? Endurecido → neoplásico Firme e elástico → linfoma Móvel e fribroelástico → inflamatório - Outros achados que podem ser observados – fístulas, coalescência e estado da pele - É importante fazer a avaliação a região de drenagem dos linfonodos para complementar investigação - A localização dos linfonodos aumentados é essencial para fornecer uma pista do diagnóstico OBS: Em geral, os linfonodos malignos são indolores, enquanto aqueles que RESUMO POR JÚLIA FRATI 40 representam uma infecção podem ser hipersensíveis Adenomegalias de metástases são de consistência dura Adenomegalias de neoplasias malignas hematológicas é normalmente de consistência mole CADEIAS DE LINFONODOS • Cabeça Occipitais Retroauriculares Pré-auriculares Tonsilares Submandibulares Submentonianos • Pescoço Cervicais Superficiais Cervicais Profundos Áreas Supraclaviculares • Outras Cadeias • Axilares • Epitrocleares • Inguinal • Poplíteo OBS: ATENÇÃO – OSCE e provas é mais importante os linfonodos de cabeça e pescoço SEQUÊNCIA DE AVALIAÇÃO DOS LINFONODOS DE CABEÇA E PESCOÇO 1) Pré-auricular: á frente orelha 2) Retroauricular: superficial sobre o processo mastoide 3) Occipital: na base do crânio; posterior 4) Tonsilares: ângulo da mandíbula 5) Submandibulares 6) Submentoniano: linha média extremidade mandíbula 7) Cervicais Superficiais: superficiais ao m. esternocleidomastóideo 8) Cervicais Posteriores: borda anterior do trapézio 9) Cervicais Profundo: profundo em relação ao m. esternocleidomastóideo RESUMO POR JÚLIA FRATI 41 10) Área Supraclavicular: profundo entre o ângulo da clavícula e m. esternocleidomastóideo - A decisão quanto à realização de uma biopsia de linfonodo depende da história e apresentação clínicas e da facilidade com que pode ser obtida. TÉCNICA DE PALPAÇÃO DOS LINFONODOS - Com a polpa digital do 2º, 3º e 4º dedos → realizar uma pressão sobre a pele e avaliar a mobilidade e consistência dos linfonodos - é importante palpar os dois lados ao mesmo tempo para que se avalia a simetria - Palpação de linfonodos axilares • Localizados na região axilar • Drenam região torácica posterior, da mão, antebraço, porção superior do abdome e parte da mama • Adenomegalias unilaterais estão associadas a tumores de mama, linfoma e infecções de extremidades superiores Técnica Com o paciente sentado, apoie o antebraço do paciente no seu braço contralateral (mão esquerda do avaliador – axila direita do paciente) Após isso gire as pontas dos dedos a fim de sentir os gânglios linfáticos Estruturas anatômicas que delimitam região axilar: - Músculo peitoral (anterior) - Músculo grande dorsal e subescapular (posterior) - Gradil costal medialmente - Extremidade proximal membro superior lateralmente Palpação dos linfondos epitrocleares • Localizados na parte medial do membro superior abaixo do cotovelo • Drenam dedo mínimo, anular e a metade cubital do médio, palma da mão, na metade cubital, e antebraço Técnica Apoie o cotovelo esquerdo do paciente no antebraço esquerdo do examinador e realiza a palpação com a mão direita Estruturas anatômicas que delimitam região epitroclear: - Músculo bíceps braquial - Músculo tríceps braquial - Epicôndilo medial do úmero Palpação dos linfonodos inguinais • Localizados na região inguinal e podem ser divididos em 2 grupos: superficiais e profundo • Drenam - Superficiais: pele da parede abdominal inferior, pele do pênis, escroto, vulva, mucosa da RESUMO POR JÚLIA FRATI 42 vagina, pele da região perineal e glútea e porção inferior do canal anal - Profundos: da glande, pênis, clitóris e recebem a drenagem dos linfonodos superficiais Técnica Com o paciente deitado em posição supina e com os joelhos levemente flexionados Linfonodos inguinais superficiais superiores ficam próximo canal inguinal Linfonodos inguinais superficiais inferiores se localizam mais profundamente na região da virilha Palpação dos linfonodos poplíteos • Localizados na aponeurose profunda do cavo poplíteo • Drenam articulação do joelho, da pele da perna, do pé, do tendão de Aquiles e de estruturas profundas da pele Técnica Com o paciente deitado em posição supina e com os joelhos levemente flexionados, faça a palpação dos linfonodos locais TIREOIDE - Veia jugular, artéria carótida, nervo laríngeo recorrente, paratireoides a) Anamnese - Durante a anamnese é importante reconhecer sinais e sintomas associados a patologias da tireoide → Hipotireoidismo, tireotoxicose, nódulos OBS: bócios multinodulares tem predominância na 4ª década de vida • Alterações locais na tireoide que são importantes: dor, dispneia, disfonia, rouquidão, disfagia b) Exame físico - Etapas: inspeção, palpação e ausculta - pode ser realizado na frente ou atrás do paciente - é importante evitar a hiperextensão do pescoço Veia jugular A. carótida RESUMO POR JÚLIA FRATI 43 - Avaliar forma, tamanho, local, consistência, dor e a presença de nódulos/ massas palpáveis anormais I. aumento – verificar se é global ou localizado II. massas – única/ múltiplas III. consistência - fibroelástica (normal), endurecida, pétrea ou amolecida - ausculta – sopro tereoidiano na tireotoxicose com hipertireoidismo Inspeção - identifique a cartilagem tireoide e a cricoidea - Inspeção estática - Inspeção dinâmica → pedir para que o paciente realize uma deglutição para avaliar a movimentação da glândula para cima Palpação - A palpação deve ser suave - Os lobos tireoidianos medem aproximadamente 4 cm em seumaior diâmetro e consistência é firme porém maleável. Aspecto áspero implica em processo inflamatório - Analisar os nódulos - tamanho, consistência, tamanho e se móvel a deglutição - Se existir dor a palpação → Tireoidite Aguda ou Subaguda (processo inflamatório) → Existem duas abordagens de palpação: A) ANTERIOR - paciente sentado, examinador à sua frente - Coloque o polegar na traqueia 3cm abaixo da cartilagem tireoide - Com o polegar, o examinador firma a traqueia na linha média enquanto palpa o lobo contralateral, realizando movimentos circulares com os dedos indicador e médio RESUMO POR JÚLIA FRATI 44 B) POSTERIOR - o paciente deve permanecer sentado enquanto o examinador, de pé atrás dele, posiciona suas mãos na região anterolateral de seu pescoço - polegares do examinador devem ficar fixos na nuca do paciente - movimentos circulares com os dedos indicador, médio e anular para sentir a glândula ➔ Além dessas duas abordagens pode-se realizar a seguinte manobra: - A flexão do pescoço, ou a rotação discreta do pescoço para um lado ou para o outro, provoca relaxamento do músculo esternocleidomastóideo, facilitando a palpação da tireoide Asculta - ausculta dos lobos direito e esquerdo - verifica se há presença de sopro sistólico extra cardíaco – gera aumento de fluxo sanguíneo tireoidiano levando à presença do sopro SINAL DE PEMBERTON - Técnica: elevação dos membros superiores por 1 minuto - o que se observa quando o sinal é positivo é uma pletora (grande abundância de sangue) fácil decorrente da compressão das veias jugulares → presente em tumores RESUMO POR JÚLIA FRATI 45 Propedêutica cardio 3 EXAME FÍSICO CARDIOLÓGICO 3 etapas do exame físico cardiológico - inspeção, palpação e ausculta - Um dos itens avaliados durante a palpação é o → ictus cordis Relembrando – a) Estenose = problema na entrada do sangue – valva não abre b) Insuficiência = problema na saída do sangue – valva não fecha Sopro sistólico em foco tricúspide – significa que durante o processo de contração houve um sopro, logo a valva tricúspide não conseguiu fechar direito durante esse processo → chegando a conclusão de uma possível insuficiência da valva tricúspide Sopro diastólico em foco mitral – significa que durante o período de relaxamento do coração, significa que houve dificuldade na abertura da valva mitral → logo a valva não conseguiu abrir direito gerando um turbilhonamento do sangue que levou o som auscultado, assim concluindo uma possível estenose da valva mitral Sentado, decúbito dorsal – a posição do médico deve ser à direita do paciente ORDEM DE AUSCULTA Focos: Aórtico → pulmonar →aórtico acessório → tricúspide → mitral CICLO CARDÍACO Diástole - válvulas atrioventriculares abertas – tricúspide e mitral abertas Sístole atrial – força uma pequena quantidade de sangue para os ventrículos Contração ventricular fecha as valvas atrioventriculares → 1ª bulha Ejeção ventricular – a pressão ventricular aumenta e excede a pressão nas artérias levando à abertura das valvas semilunares e o sangue é ejetado Relaxamento ventricular isovolumétrico – o ventrículo relaxa, a pressão cai e o fluxo retrógrado fecha as valvas semilunares → 2ª bulha 3ª bulha no adulto → sobrecarga volumétrica, pode ser uma insuficiência cardíaca – ruído que ocorre durante a diástole, depois da 2ª bulha Ritmo de galope = 3ª bulha – característica de insuficiência cardíaca 4ª bulha ocorre no início da sístole, antes da 1ª bulha → pré sistólica ESTENOSE MITRAL - É causada por um estreitamento do orifício atrioventricular esquerdo devido a um espessamento e fibrose das cúspides valvares → principal causa é doença reumática OBS: lúpus também podem ocasionar RESUMO POR JÚLIA FRATI 46 - Na estenose mitral leve o paciente costuma ser assintomático - Na estenose mitral moderada começam a aparecer sintomas como -> dispneia, palpitações após esforço - Na estenose mitral grave -> dispneia a mínimos esforços e na posição deitada, dispneia paroxística noturna, tosse seca, hemoptise Ortopnéia – não tolerar deitar Dispnéia paroxística noturna – quando o paciente acorda frequentemente durante a noite devido a dificuldade para respirar OBS: Estenose mitral – poupa o ventrículo esquerdo e assim não se tem alteração do ictus cordis → Manobra utilizada para aumentar o sopro da estenose de valva mitral – Manobra de Pachón INSUFICIÊNCIA DA VALVA MITRAL - fechamento incompleto da valva mitral, que leva a um refluxo de sangue para o átrio esquerdo durante a sístole ventricular → causas: doença reumática, prolapso valvar mitral, IAM, endocardite infecciosa - Achados do exame físico: Ventrículo esquerdo hipercinético, sem sinais de dilatação Ictus cordis – não deslocado, mas mais intenso Sopro sistólico com foco mitral e irradiação para a axila Presença de 4ª bulha - Quando existe uma insuficiência mitral significativa pode-se gerar uma hipertensão pulmonar → Manobra – Manobra de Handgrip INSUFICIÊNCIA TRICÚSPIDE - Decorre do fechamento incompleto da valva tricúspide com consequente regurgitação para o átrio direito durante a sístole ventricular → Causas: pode ser secundária a um infarto do ventrículo direito - ausculta no foco tricúspide - Achados do exame físico: Ventrículo direito hipertrofiado RESUMO POR JÚLIA FRATI 47 Sopro holossistólico de alta frequência, audível na área tricúspide, que aumenta com a inspiração profunda (manobra de Rivero Carvalho) Evidência de hipertensão pulmonar Alguns sintomas de insuficiência ventricular direita podem aparecer mais tardiamente → Manobra – Manobra de Rivero Carvalho ESTENOSE AÓRTICA - Estreitamento da válvula aórtica que dificulta a passagem do sangue → Causa: Calcificação idiopática de uma valva bicúspide ou tricúspide, congênita ou reumática → Achados do exame físico Parvus et tardus é quase patogneumônico de estenose aórtica Estenose aórtica – “ampulheta” – cresce e decresce Estenose da valva aórtica – sopro em rugido Sintomatologia da estenose aórtica → dispneia devido da hipertrofia ventricular esquerda levando a uma congestão – redução de complacência – presença de 4ª bulha (disfunção diastólica- insuficiência), síncope (devido a hipotensão ou uma grave arritmia), angina Dança das artérias – é patogneumônico de estenose aórtica Movimentação frontal da cabeça → Musset Pulso em martelo d’água → Corrigan RESUMO POR JÚLIA FRATI 48 Hipotireoidismo e tireotoxicose REVISÃO - A unidade funcional é o folículo tireoidiano - Células epiteliais produzem T3 e T4 - Doença na tireoide → alteração primária → que desregula o eixo hipotálamo- hipófise-tireoide - Patologias que levam a diminuição da produção de hormônio -> levam a diminuição do metabolismo - Enzima deiodinase converte T4 em T3 → Hormônio tireoidiano atua como um fator de transcrição (efeito genômico) para a estimulação de diversos fatores fisiológicos T4L (hormônio livre – mais ativo) e T4T (total – está ligado a proteínas como albumina, transtirretina e TBG) → essas duas formas diferem na biodisponibilidade Funções da tireoide - regulada pelo eixo hipotálamo-hipófise- tireoide e por outros fatores como o nível de iodo - Hormônios tireoidianos regulam metabolismo promovem aumento da utilização celular de glicose nos tecidos extra-hepáticos; estimulam a neoglicogênese hepática, bem como a síntese, mobilização e a degradação lipídica - Participam da síntese de proteínas estruturais, enzimas e hormônios. RESUMO POR JÚLIA FRATI 49 IMPLICAÇÕES NA PROPEDÊUTICA I. Anamnese - Queixas como → letargia, sonolência, ganho de peso, unha fraca, falta de energia, bradicardia,anasarca – sinais de HIPOTIREOIDISMO OBS: derrame pleural, derrame pericárdico, ascite → relacionados com a anasarca II. Exame físico - presença de nódulos na tireoide HIPOTIREOIDISMO - é uma síndrome clínica que resulta na produção insuficiente de hormônio tireoidiano • Primário → alteração na tireoide • Secundário ou Central → alteração no Hipotálamo/Hipófise • Periférico → Resistência ao hormônio tireoidiano - pode ser congênito, adquirido ou transitório - No adulto a forma mais importante de hipotireoidismo adquirido é a tireoidite de Hashimoto a) Anamnese Manifestações clínicas - baixa estatura em crianças - Mixedema - Ganho de peso - Aumento da reabsorção de cálcio nos ossos, levando à osteoporose e à hipercalcemia - No caso do hipotireoidismo central as manifestações clínicas são mais brandas, do que aquelas encontradas na primária OBS: mixedema/coma mixedematoso → hipotireoidismo grave associado a hipotermia - Metabolismo e termogênese: fadiga, falta de energia, intolerância ao frio, sonolência e diminuição do apetite - Pele e anexos: pele fria e pálida, coloração amarelada, queda de cabelos e unhas quebradiças. mixedema. - Sistema cardiovascular: bradicardia, diminuição do tempo de contração/relaxamento cardíaco, derrame pericárdico, dispneia. - Sistema pulmonar: dispneia e fraqueza musculatura torácica. - Sistema gastrointestinal: constipação, dispepsia - Sistema neurológico: depressão, alteração cognitiva, encefalopatia de hashimoto (vasculite autoimune). - Sistema reprodutor: amenorreia, hiperprolactinemia (TRH), libido Edema orbital Afinamento das sombrancelhas RESUMO POR JÚLIA FRATI 50 Hipotireoidismo neonatal → congênito (rastreado pelo teste do pezinho) ➔ Manifestações clínicas: choro rouco, lanugem fetal, icterícia prolongada, língua protrusa, macroglossia, apatia ➔ Achado radiográfico de disgenesia epifisária TIREOTOXICOSE - Síndrome clínica associada ao excesso de produção do hormônio tireoidiano circulante, pode ou não estar acompanhada de hipertireoidismo → quantidades excessivas de T3 e T4 - A hiperfunção da tireoide é definida como → hipertireoidismo Sinais e sintomas associadas a hiperfunção da tireoide: • Hipersensibilidade ao calor • Aumento da sudorese • Perda de peso → Sistema cardio: taquicardia, palpitações, fibrilação atrial → Sistema digestório: aumento da motilidade intestinal → Sistema genital: alterações menstruais → Sistema locomotor: fraqueza muscular → Sintomas oculares: exofitalmia, exofitalmopatia → Sistema nervoso: hipercinético, irrequieto Doença de Graves - É uma doença autoimune caracterizada pela presença de autoanticorpos (TRAb) que se ligam ao receptor de TSH levando a produção excessiva de T4 e T3 → essas alterações determinam hiperplasia e hiperfunção da glândula - A presença de bócio se deve ao fato de que como o autoanticorpo TRAB se liga ao receptor de TSH → aumentando os efeitos desse receptor como a estimulação para o crescimento celular, e consequentemente levando ao crescimento da glândula e se caracterizando pelo bócio Tireoidite X Doença de Graves → na tireoidite não há bócio! Enquanto em RESUMO POR JÚLIA FRATI 51 Graves ele pode ser observado. Além de sinais e sintomas como oftalmopatia e dermopatia (mixedema pré-tibial) Dermopatia – pele em casca de laranja Baqueteamento digital – menos comum EXAME FÍSICO Nódulos tireoidianos - menores que 1 cm → maioria não são preocupantes - É importante avaliar se eles são funcionantes ou não funcionantes ➔ Adenoma Tóxico → funcionante ➔ Bócio Multinodular Tóxico → funcionante ➔ Bócio Multinodular Atóxico → não funcionante Bócio - aumento do volume tireoidiano a) Bócio difuso atóxico – aumento global da tireoide sem sintomatologias de disfunção b) Bócio difuso tóxico – aumento global da glândula com sintomatologia de hipertireoidismo c) Bócio uninodular atóxico - presença de nódulo único, sem sinais e sintomas de disfunção d) Bócio uninodular tóxico – doença de Plummer e) Bócio multinodular tóxico f) Bócio multinodular atóxico RESUMO POR JÚLIA FRATI 52 - Utilização da técnica que avalia a presença do sinal de Pemberton – está presente em tumores TIREOIDITE DE HASHIMOTO - Distúrbio inflamatório crônico de etiologia autoimune - Consequência da agressão do tecido tireoidiano por anticorpos. - Na tireotoxicose que surge na tireoidite subaguda e na tireoidite de Hashimoto, o processo inflamatório lesiona os folículos tireoidianos → leva liberação dos hormônios ali estocados RESUMO POR JÚLIA FRATI 53 Insuficiência cardíaca - É uma síndrome secundária à uma agressão do músculo miocárdico (que pode ser aguda ou crônica) → resultando em uma incapacidade do órgão em realizar suas funções e manter a demanda de oxigênio e nutrientes do organismo - O principal mecanismo fisiopatológico na progressão da insuficiência cardíaca é a remodelação com crescimento cavitário ao longo do tempo e redução da Fração de ejeção ➔ Pode ser classificada em insuficiência crônica, aguda, cardíaca esquerda, cardíaca direita, cardíaca sistólica e cardíaca diastólica ETIOLOGIAS - Hipertensão arterial - Infarto agudo do miocárdio - Doenças valvares - Cardiomiopatias - Congênita - Cardiotoxicidade – ocasionada por diversas drogas, tais como aquelas utilizadas durante a quimioterapia - Ingesta excessiva de álcool - Doenças autoimunes – lúpus - Doenças renais - Taquicardiomiopatia - Miocardites (virais por exemplo) - Periparto – alterações após o parto ALGUMAS DEFINIÇÕES: Insuficiência crônica: relacionada a doenças crônicas (p. ex.: hipertensão arterial sistêmica (HAS), doenças valvares crônicas, doença arterial coronariana, doenças congênitas, etc.) Insuficiência aguda: situações que geram alteração súbita e importante do DC (ex: traumas, IAM) Insuficiência cardíaca esquerda: quando as alterações da função cardíaca estão relacionadas especificamente às câmaras esquerdas Insuficiência cardíaca direita: comprometimento da função cardíaca está relacionada à alteração das câmaras direitas e congestão sistêmica, gerando, assim, quadro de cianose, edema de membros inferiores, turgência jugular, hepatomegalia e ascite Insuficiência cardíaca sistólica: relacionada à diminuição da função contrátil do coração e à capacidade de ejetar o sangue para os grandes vasos Insuficiência cardíaca diastólica: associada a uma hipertrofia ventricular, decorrente de doenças como doença arterial coronariana, diabetes mellitus, cardiomiopatia restritiva etc. RESUMO POR JÚLIA FRATI 54 FISIOPATOLOGIA - Deficiência pode ser sistólica ou diastólica → Quando há uma agressão que altera a contração (sistólica) e quando o comprometimento é no relaxamento (diástole, resultando em um volume inadequado) - Alteração na contratilidade do coração – leva a uma deficiência sistólica - Ventrículo tem dificuldade na contração quando ele se apresenta dilatado - Alteração na pressão arterial – leva a uma deficiência diastólica, pelo fato de que a HAS pode gerar uma hipertrofia no VE e assim uma dificuldade no período de diástole OBS: Contratilidade é a força do coração para contrair (Frank-Starling) Fração de Ejeção: Quanto saiu de volume e quanto sobrou na cavidade ventricular ao final da sístole Débito cardíaco: volume de sangue bombeado por minuto → depende do volume sistólico e da frequênciacardíaca - Frequência cardíaca é diretamente influenciada pelo sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático Pós carga é a resistência vascular periférica contra o volume a ser ejetado OBS: insuficiência mitral (leva a hipertrofia cardíaca), insuficiência aórtica também pode levar a uma certa hipertrofia cardíaca Na estenose aórtica existe uma barreira para a função do ventrículo → levando a hipertrofia (diminuição da cavidade) – menor volume OBS: Na estenose mitral – não existem alterações significativas no VE, enquanto no pulmão irá ocorrer uma congestão pulmonar e consequentemente edema pulmonar agudo ALTERAÇÕES ANATÔMICAS I. Normal II. Dilatado = sobrecarga de volume → IC sistólica III. Hipertrófico = sobrecarga de pressão → IC diastólica → O volume que entra na cavidade é muito menor do que aquele que ocorreria em situações normais RESUMO POR JÚLIA FRATI 55 SÍNDROME DE BAIXO DÉBITO - É caracterizada pelo baixo débito cardíaco, levando a alteração da perfusão de órgãos importantes, levando o organismo a promover mecanismos compensatórios - Pode ser ocasionada pela insuficiência cardíaca sistólica → alteração na contração – diretamente relacionada ao baixo débito cardíaco - Quando existe um baixo débito cardíaco a pressão é afetada → levando a uma vasoconstrição periférica, em uma tentativa de melhorar a PA → MECANISMOS COMPENSATÓRIOS: • Sobrecarga de volume • Vasoconstrição elevada • Aumento da pré carga – devido ao aumento da retenção de água e sódio • Ativação do sistema renina, angiotensina, aldosterona a) Ativação da vasopressina: aumento da retenção de água, para que haja aumento da pré carga b) Aldosterona: aumento da pré carga com a retenção de sódio e água (porém ocorre congestão pulmonar e sistêmica) c) Angiotensina II: vasoconstrição e aumento da pós carga d) Noraepinefrina e epinefrina: aumento da vasoconstrição periférica (aumento da FC) SINAIS E SINTOMAS CLÍNICOS DA IC: - Congestão pulmonar - Edema pulmonar - Oligúria e noctúria - Falta de ar - Bendopneia - falta de ar sentida ao inclinar-se para a frente - Ortopneia – dificuldade para deitar-se, dispneia que piora quando o doente deita - Dispneia paroxística noturna – paciente costuma acordar frequentemente durante a noite - Ganho de peso – devido a retenção de sódio e líquido - Tosse seca - Dor abdominal – pois geralmente há hepatomegalia e/ou edema em alças intestinais - Refluxo hepatojugular – quando se aperta o fígado do doente o retorno venoso imediato leva à turgecência da veia jugular - Ritmo de galope → terceira bulha - Ascite - Edema periférico DILATADO HIPERTROFIADO RESUMO POR JÚLIA FRATI 56 - Taquicardia - Estertores crepitantes – sinal de líquido retido nos alvéolos - Extremidades frias - Pré síncope - Anorexia ➔ Efeitos gerados pela ativação desse mecanismo compensatório 1- retenção água(HAD)>pré carga 2- pós carga aumenta para aumentar PA 3- FC aumenta 4- contratilidade alterada por apoptose (perca de células miocárdicas) INSUFICIÊNCIA CARDÍACA ESQUERDA - É aquele paciente que precisa estar sempre sentado - Com os seguintes sintomas e sinais mais expressivos ➔ Dispneia ➔ Pressão venosa normal ➔ Ortopneia - Ventrículo esquerdo não funcionante (falência do ventrículo esquerdo)→ leva a uma pressão aumentada nas porções que antecedem ele, e assim ocorre um represamento do sangue (estase), principalmente na região pulmonar – gerando um extravasamento de líquido dos capilares para o interstício e em seguida para os alvéolos gerando a falta de ar - Raio x do paciente – irá apresentar congestão pulmonar – imagem esbranquiçada advinda do excesso de líquido nos pulmões A classificação funcional da IC é baseada nos sintomas do paciente → anamnese é fundamental – Classificação do New York Heart Association Exame físico - Na insuficiência do VE há dificuldade no esvaziamento do átrio esquerdo → o sangue é represado para os locais anteriores a ele que são as veias pulmonares e pulmões (cheios de líquido) RESUMO POR JÚLIA FRATI 57 • Estertores crepitantes (Congestão pulmonar) • Sibilos (asma cardíaca) • Sopros valvares • 3ª bulha (ritmo de galope) e 4o bulha • • Derrames pleural (entre a pleura visceral e parietal) e pericárdico • Má perfusão periférica – cianose, membro inferior frio, cor pálida • Pode apresentar uma síndrome de baixo débito cardíaco • Ictus cordis desviado INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DIREITA - Ventrículo direito envia sangue para a artéria pulmonar – obstruções na vascularização pulmonar levam a falência do ventrículo direito DPOC → gera falência no ventrículo direito (cor pulmonale crônico) - Sinais e sintomas mais expressivos • Cianose • Veia Jugular engurgitada • Hepatomegalia • Ascite • Edema • Pressão venosa elevada • Refluxo hepato-jugular - O raio X do paciente apresenta dilatação do átrio direito e ventrículo direito CAUSA DE DESCOMPENSAÇÃO • C - coronária • H - hipertensão • A - arritmia • M - medicação • P - embolia pulmonar • S - sepse RESUMO POR JÚLIA FRATI 58 → Outras informações importantes: Tireoide, adrenal, rim, medicamentos (corticoides - retenção de sódio e água) EXAMES PARA O DIAGNÓSTICO DA IC - Confirmar o exame físico - Estadiar comprometimento cardíaco - Estadiar acometimento sistêmico (Rins) - Definir terapia individualizada - Avaliar prognóstico Quais são os exames? • BNP • NT-pró BNP (fragmentos de degradação do BNP) • Função Renal • Eletrólitos • Função Hepática • Função da Tireoide • Provas inflamatórias RADIOGRAFIA • Edema Pulmonar • Derrame Pleural • Indice cardio-torácico >0,5 • Linhas B de Kerley Linhas B de Kerley – são linhas retas, horizontais que denotam septos interlobulares espessados → Geralmente associados a edema pulmonar ELETROCARDIOGRAMA O eletrocardiograma pode ser de grande auxílio – demonstra sobrecarga do ventrículo esquerdo e sobrecarga do ventrículo direito - É importante procurar sinais de IAM prévio, aumento e hipertrofia de cavidades, bloqueio cardíaco, arritmias, derrame pericárdico → Em V1 e V2 conseguimos enxergar o ventrículo direito e o esquerdo → onda positiva (ventrículo direito) e onda negativa (ventrículo esquerdo) RESUMO POR JÚLIA FRATI 59 ECOCARDIOGRAMA: - É útil na avaliação da estrutura e função cardíacas e para a identificação de possíveis causas estruturais da insuficiência cardíaca. - Outro exame importante é o ecocardiograma, consegue avaliar: 1) Tamanho das câmaras 2) Contratilidade das câmaras 3) Refluxos valvares 4) Fração de ejeção CONSEQUÊNCIAS DA IC - internações - Insuficiência renal - Insuficiência hepática - Arritmias - Comprometimento da qualidade de vida - Óbito TRATAMENTOS MEDICAMENTOSOS: - DIURETICO –Furosemida porque elimina mais Na - Bloquear a Angiotensina II- BRA ou IECA - Bloquear o receptor Beta1- Betabloqueador - Diminuir a FC- Ivabradina ( canais rápidos de sódio do nó sinusal) - Bloquear a produçao da Aldosterona :Espirolactona - Melhorar a contrallidade : Digital e Dobutamina • Neprilisina é a enzima que degrada o BNP(peptídeo natriurético) Precisa ser inibida !! Porém ao aumentar a ação do BNP há diminuição da volemia estimulando o sistema renina- angiotensina necessita inibidor da ECA • Pesquisa feita para encontrar uma droga inibitória da Neprilisina ➔ Sacubitril +Valsartana TRATAMENTO NA FASE AGUDA DA DOENÇA: • Morfina - diminui a congestão • Dopamina • Dobutamina • Vasodilatadores• Diuréticos • Digitálicos RESSINCRONIZADOR CARDÍACO - ressincroniza os batimentos do VE e VD, além da sístole atrial RESUMO POR JÚLIA FRATI 60 • Terapia de ressincronização cardíaca nos pacientes com FE<35% e BRE • QRS largo >120mm • Terapia com CDI se FE<35% e Isquemia RESUMO POR JÚLIA FRATI 61 Síndrome Consumptiva Síndrome clínica que consome do organismo humano → Causas: neoplasias, diabetes, alzheimer (outras demências), depressão (associada a anorexia e perda da fome), síndromes dessabsortivas, tuberculose, AIDS, desnutrição (ambiental – sem a presença de comida) - INVESTIGAÇÃO DA SÍNDROME CONSUMPTIVA: • Caso clínico exemplo: Homem, 52 anos, casado, com 6 filhos e 3 netos, trabalhador em logística Chega ao pronto socorro PA= 70 x 50 mmHg FC= 55 bpm O2 = 97% Ritmo cardíaco irregulares com sopros Peso = 55Kg Altura = 1,70 - Exames a serem pedidos: ➔ Glicemia capilar ➔ Raio X de tórax (para busca de TB e neoplasias) ➔ Bioquímico: ureia, creatinina, K+, Na+, Cl- ➔ Avaliar a glicemia novamente ➔ TGO, TGP, gama GT, FA ➔ Imagens: TC de abdômen ➔ Testes de HIV, TB, Hepatites (A, B, C) - Segundo momento: Dosagem Na+ Dosagem de K Glicemia PA tem melhora - Paciente foi considerado caquético PERDA DE PESO SIGNIFICATIVA - Incluem muitas causas distintas → Perda de peso significativa pode ser definida como perda maior que 5,0% do peso habitual no período de 6 a 12 meses → Perda de peso maior que 10,0% é considerada estado de desnutrição associado à deficiência humoral e celular mediada - É comumente um dos primeiros sinais de doenças graves - Associada a mortalidade elevada – pensando-se em alterações de proteínas como albumina, alfa 1, beta 1, IgM e IgG, estando todas comprometidas → assim tornando o paciente mais susceptível a agravamentos de diversos quadros RESUMO POR JÚLIA FRATI 62 → A perda de peso significativa é caracterizada pela redução involuntária maior que 5% do peso habitual no período de seis a doze meses - Essa alteração leva a piores prognósticos em idosos, deficientes físicos, doença sistêmica crônica associada - Redução da micção e lacrimação - Apresentação: redução da massa muscular, atrodia do TCSC, alterações de pele e fâneros, olhos encovados CAQUEXIA - perda de massa muscular muito expressiva → leva a dor no paciente - perda muito significativa de tecido gorduroso - grande risco de fratura - Perda global – perdas em massa muscular, tecido gorduroso e ósseo - Utilização de drogas que podem levar a caquexia > diuréticos, cocaína - Doenças cardiopulmonares – perda de peso relacionada a insuficiência cardíaca (caquexia cardíaca) SARCOPENIA - Ocorre uma perda de massa muscular com déficit funcional DESNUTRIÇÃO: - deficiência global ou especifica de nutrientes → deficiências de vitaminas do complexo B, vitaminas lipossolúveis (ADEK) CAUSAS MAIS FREQUENTES G gastrointestinais → Chron, doença de chagas (megaesôfago), esôfago de Barret E endócrinas → hipertireoidismo, diabetes tipo 1 M malignidades → câncer I infecciosas → tuberculose, AIDS, hepatite C, pneumonias graves adquiridas na comunidade RESUMO POR JÚLIA FRATI 63 D doenças neurológicas → demências, escleroses O psiquiátricas → depressão, transtornos alimentares (anorexia, bulemia) S sistêmicos/sociais → pobreza, miséria, vulnerabilidade FISIOPATOLOGIA - A fisiopatologia é dividida em 3 categorias a) Diminuição da ingestão de alimentos b) Metabolismo acelerado c) Aumento da perda de energia OBS: A perda súbita de peso no paciente com HIV geralmente está relacionada à infecção secundária, já a perda gradual é advinda da baixa ingesta calórica → A perda de peso é um sintoma de desordem multifatorial, que inclui: - Alteração da ingesta calórica - Alteração da absorção intestinal - Alteração da motilidade intestinal - Uso de medicamentos e abuso de drogas - Produção aumentada de substâncias en-dógenas como fator de necrose tumoral - A medida que há consumo de ATP é necessário que haja substratos (glicoses, aminoácidos, ácidos graxos) → Anorexia fisiológica está relacionada a senescência e à idade • Diminuição do metabolismo basal • Aumento da circulação de colecistocinina CLASSIFICAÇÃO DA PERDA DE PESO 1 - Involuntária com aumento do apetite ➔ Aumento do gasto energético ➔ Ou à perda de nutrientes pelas fezes ou urina Exemplos: hipertireoidismo, diabetes mellitus, feocromocitoma, síndromes má absortivas, grande aumento da atividade física → Exames a serem solicitados: I. TSH e T4L II. Glicemia, hemoglobina glicada III. Dosagem de ACTH e metabólitos das catecolaminas - Na Diabetes melliitus (principalmente a 1), a causa da perda de peso está associada à deficiência de insulina, com depleção de líquido extra e intracelular - No feocromocitoma a atividade adrenérgica exacerbada aumenta a taxa de metabolismo basal 2 - Involuntária com diminuição do apetite • Alta taxa de atividade inflamatória (TNF, IL-1,IL-6 são substâncias anorexígenas) • Distúrbios psiquiátricos (depressão, fase maníaca do distúrbio bipolar, distúrbio de RESUMO POR JÚLIA FRATI 64 personalidade e paranóia, uso crônico de drogas) Exemplos: neoplasias, doenças crônicas, doenças infecciosas, doenças gastrintestinais benignas (dispepsia, colecistopatias, diarreias funcionais) Outras causas: Depressão, distúrbio bipolar, endocrinopatias (DM, insuficiência adrenal), drogas ilícitas, etilismo, nicotina, medicamentos (opióides, neurolépticos) → Exames a serem solicitados: I. Avaliar se há presença de leucemia mieloide, câncer de intestino, próstata (dosagem de PSA) Outros tumores: estômago, colorretal, pulmão, via biliar, intestinal, linfoma, melanoma, rim, ginecológico, fígado, sistema nervoso central, linfoma 3 - Voluntária PROPEDÊUTICA NA SÍNDROME CONSUMPTIVA a) Anamnese - Como está seu apetite? - Atividade física? - Padrão de perda (flutuante ou estável) - Há quanto tempo? (roupas) - Voluntária ou involuntária? - Alterações do humor - Atenção para populações especiais quanto ao risco nutricional – como: infância, adolescência, gravidez, lactação, idosos → 9 Ds Dentição Disfagia Disgeusia (alteração do paladar) Diarreia Depressão Doença crônica Demência Disfunção (física, cognitiva e psicosocial) / Dependência Drogas - Outra regra mneumônica para lembrar- se dos diagnósticos diferenciais para perda de peso é MEALS ON WHEELS Medication: medicamentos Emotional problems: problemas emocionais, principalmente depressão Anorexia: nervosa, alcoolismo Late Life paranóia Swallowing: deglutição Oral factors: fatores orais No Money: problemas financeiros Wandering ou comportamentos alterados H: hiper/hipotireoidismo, hiperparatireoidismo, hipoadrenalismo RESUMO POR JÚLIA FRATI 65 MEDIDA DE INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL - É a medida que avalia o grau de dependência para atividades cotidianas → utilizado para idosos ou adultos com sinais sugestivos de limitações - Quanto menor a pontuação maior o grau de dependência do paciente b) Exame físico - Deve incluir: Exame de pele, cabelo, unhas Cavidade oral Avaliação da tireoide Propedêutica cardiovascular, pulmonar e abdominal Palpação de linfonodos Exame neurológico - Sinais vitais: PA, pulso, FR, temperatura axilar - Medidas antropométricas: IMC, circuferência do brago, prega cutânea, peso, alturaFacies e humor característicos de síndrome consumptiva → depressivo, triste, pouco diálogo Facies e humor característicos da síndrome consumptiva → depressivo e com pouco diálogo CARACTERÍSTICAS ENCONTRADAS NO EXAME FÍSICO 1- Pele - xerótica, descamativa 2- Mucosas - descoradas, desidratadas, podem estar ictéricas, gengivorragia, gengivas com aspecto esponjoso RESUMO POR JÚLIA FRATI 66 3- Atrofia temporal, perda da bola gordurosa de Bichat (advinda da redução prolongada de reserva calórica) 4- Cavidade oral - língua com aspecto magenta, glossite, queilite, monilíase Queilite Glossite 5- Anexos: - Alterações em unhas, pelos e cabelos Coiloníquia 6- Edema 7- Massa muscular - Perda significativa da massa muscular RESUMO POR JÚLIA FRATI 67 PROPEDÊUTICA CARDIOVASCULAR, PULMONAR E ABDOMINAL • Pulmonar - Diminuição da capacidade de expansão pulmonar - Hipoventilação nas bases • Cardiovascular - taquicardia - Sopro - Insuficiência cardíaca - Beribéri (déficit de tiamina) PROPEDÊUTICA NEUROLÓGICA - Alterações sensitivas - Alterações motoras EXAMES COMPLEMENTARES INICIAIS 1) hemograma 2) eletrólitos 3) glicemia 4) Função renal e hepática 5) TSH 6) Sorologia para HIV 7) Proteína C Reativa 8) Parasitológico de fezes EXAMES ADICIONAIS - Albumina sérica, pré albumina, transferrina, colesterol e contagem de leucócitos - Marcadores tumorais RESUMO POR JÚLIA FRATI 68 Propedêutica pneumlógica 1 MARCOS ANATÔMICOS MAIS IMPORTANTES: - fissura supraesternal - 2ª costela - 2º espaço intercostal – sua localização é importante para a inserção da agulha na drenagem de pneumotórax - 4º espaço intercostal – é importante para a inserção de dreno torácico à ex: em alguns casos de derrame pleural - 4ª vértebra torácica à quando o paciente é entubado, ela serve para referência para se verficar no raio x se o tubo foi colocado corretamente (pois ela é o local aproximado onde está a traqueia) - Ângulo de Louis - Processos espinhosos das vértebras – a vértebra mais proeminente é a C VII - 7º e 8º espaços intercostais à importante para toracocentese - Apêndice xifoide RESUMO POR JÚLIA FRATI 69 I. Anamnese - sintomas comuns ou preocupantes: • Dor torácica • Falta de ar (dispnéia) • Sibilos • Tosse • Expectoração • Hemoptise RESUMO POR JÚLIA FRATI 70 - Sexo, idade, cor da pele, domicílio, profissão → Queixa principal: geralmente tosse, falta de ar, dor no peito → Duração dos sintomas: agudo ou crônico → Fatores agravantes ou desencadeantes: atividades físicas, alérgenos → Existem sintomas associados? - febre, perda de peso → História pregressa: asma, bronquite, pneumonia, tuberculose → História familiar - presença de problemas respiratórios em familiares próximos OBS: algumas doenças autoimunes têm repercussões pulmonares → História ocupacional - locais com exposição a poeira, gases ou produtos químicos. → Hábitos de vida - tabagismo e consumo de álcool → Medicamentos em uso → Exposição a animais ou ambientes contaminados → Vacinação → É importante o interrogatório sintomatológico para avaliar se o pulmão está funcionando como espelho de uma doença sistêmica SINAIS E SINTOMAS A) DOR TORÁCICA - Ansiedade - Quando o paciente apresenta o punho cerrado sobre o esterno → sugere angina de peito - Paciente aponta o dedo para uma região de hipersensibilidade na parede torácica → dor musculoesquelética - mão na direção do pescoço para o epigástrio sugere pirose. B) TOSSE - É resultante de estimulação dos receptores da mucosa das vias respiratórias - Esses estímulos têm origem inflamatória, mecânica, química ou térmica - importante analisar as características da tosse! - frequência, intensidade, tonalidade, existência ou não de expectoração, relações com o decúbito, período do dia em que é maior sua intensidade C) DISPNEIA: - É a conscientização desconfortável da respiração, a qual é inadequada em relação ao nível de esforço I. Ortopneia é a dispneia que impede o paciente de ficar deitado e o obriga a sentar-se ou a ficar de pé para obter algum alívio II. Trepopneia é a dispneia que aparece em determinado decúbito lateral III. Platipneia (contrário da ortopneia) é a dispneia que aparece quando o paciente RESUMO POR JÚLIA FRATI 71 passa da posição deitada para sentado ou em pé - Escala mMRC CAI EM PROVA D) HEMOPTISE - eliminação de sangue pela boca - podem ser devidas a hemorragias brônquicas ou alveolares II. Exame físico - Para realizar o exame é NECESSÁRIO que o tórax esteja desnudo! a) Inspeção - O tórax é observado tanto com o paciente sentado como deitado - Inspeção estática → examinam-se a forma do tórax e suas anomalias estruturais, congênitas ou adquiridas, localizadas ou difusas, simétricas ou não - Inspeção dinâmica → movimentos respiratórios → É importante dividir o tórax em linhas e regiões no momento de descrever os achados no tórax – a fim de se realizar um acompanhamento da evolução de doenças - Na pele observam-se a coloração e o grau de hidratação, bem como se há lesões elementares sólidas, correlacionando-as com as doenças pulmonares AUSCULTA – Região 9 esquerda e depois direta → 11 direita e depois esquerda → 12 esquerda e depois direita → 10 - Na inspeção é possível observar ainda: → Cianose → Baqueteamento digital → Pescoço: avaliar musculatura acessória e posição da traqueia → Ritmo respiratório (eupneico, bradipneico, taquipneico, dispneico) Para se fazer a inspeção deve se seguir a ordem – anterior → posterior → lateral (peça para o paciente colocar a mão na cabeça e verificar as laterais direita e esquerda) Ritmo respiratório Eupneia: respiração normal Dispneia: é a respiração difícil, trabalhosa ou curta. Pode ser súbita ou lenta e gradativa. Ortopneia: é a incapacidade de respirar facilmente, exceto na posição ereta Taquipneia: respiração rápida, acima dos valores da normalidade, frequentemente pouco profunda RESUMO POR JÚLIA FRATI 72 Bradipneia: respiração lenta, abaixo da normalidade Apneia: ausência da respiração Respiração de Cheyne-Stokes: respiração em ciclos, que aumenta e diminui a profundidade, com períodos de apneia Respiração de Kussmaul: inspiração profunda seguida de apneia e expiração suspirante Respiração de Biot: respirações superficiais durante 2 ou 3 ciclos, seguidos por período irregular de apneia Respiração sibilante: sons que se assemelham a assovios. Formatos do tórax Pectus escavatum Pectus carinatum Tórax em tonel ou em barril • tórax normolíneo – quando o ângulo de Charpy é de 90º; • tórax longilíneo – quando apresenta ângulo de Charpy menor do que 90º • tórax brevilíneo – quando apresenta ângulo de Charpy maior do que 90º. Atenção para outros achados da inspeção – circulação colateral, gânglios supra e subclaviculares b) Palpação - Sensibilidade e dor provocada ou espontânea podem ser avaliadas durante a palpação → A palpação do tórax tem por finalidade avaliar: as paredes torácicas; a sensibilidade; a elasticidade; a RESUMO POR JÚLIA FRATI 73 expansibilidade; e as vibrações ou frêmitos - Manobra de Lasègue – para avaliar a elasticidade (médico deve apoiar uma mão naparede anterior e a outra na parede posterior do tórax do paciente e realizar leve compressão em diversos pontos) - A expansibilidade do ápice é verificada por meio da manobra de Ruault (examinador coloca uma mão em cada hemitórax e com as extremidades dos polegares reunidas na linha mediana ou vertebral sobre C7, então pede-se para o paciente inspirar profundamente e verifica-se, comparando a elevação das mãos, se existe assimetria) - Contraturas musculares - Edema - Sudorese - Enfisema subcutâneo – presença de ar na região subcutânea - Gânglios - Supra e infra claviculares - Axilares - Temperatura → Palpação de frêmitos “Palpar” o som Vogal ou “33” Aumentado - consolidações Normal Diminuído - derrames pleurais c) Percussão - Falange distal nos espaços intercostais (indicado ou dedo médio) / movimento de martelo - Movimenta o punho e não o braço durante a realização da técnica! - Sons: • Normal: Claro pulmonar • Hiper sonoro: “tambor”: Enfisema • Macicez ou Sub macicez: “som abafado”: característico de derrame pleural LINHAS E REGIÕES DO TÓRAX RESUMO POR JÚLIA FRATI 74 d) Ausculta - Respirar profundamente, pausadamente, sem fazer ruídos e em ambiente silencioso d) Ausculta I. Sons normais • Som traqueal • Som brônquico • Murmúrio vesicular • Som broncovesicular II. Sons anormais • Descontínuos: estertores finos e grossos • Contínuos: roncos, sibilos e estridor • Sopros • Atrito pleural III. Sons vocais • Broncofonia, egofonia, pectorilóquia fônica e afônica. HOMENS MULHERES – devido a presença da mama, o exame difere RESUMO POR JÚLIA FRATI 75 É SEMPRE PRECISO PEDIR RAIO X ANTERIOR E LATERAL!! RESUMO POR JÚLIA FRATI 76 RESUMO POR JÚLIA FRATI 77 RESUMO POR JÚLIA FRATI 78 Dor torácica - dor torácica é uma sensação álgica e de origem não traumática - Tem várias intensidades desde um leve desconforto até uma forma lancinante → dado subjetivo - Nem toda dor torácica é denominada angina - Diferentes faixas etárias podem ser acometidas pela dor torácica - O principal elemento propedêutico da dor torácica é a ANAMNESE Diferenças entre: Dor torácica X dor pré cordial • Dor pré cordial é localizada sempre na região do pré cordio • Dor torácica – tem uma definição mais ampla quanto ao local da dor CAUSAS DA DOR TORÁCICA - Causas cardíacas -> podem ser isquêmicas e não isquêmicas - Causas não cardíacas → Causas potencialmente fatais de dor torácica: Síndromes Coronarianas Dissecção de Aorta Embolia Pulmonar Pneumotórax Rotura de Esôfago I. Anamnese - Dados importantes: idade, características da dor, fatores de risco para doença aterosclerótica, antecedentes mórbidos → Origem da dor por ordem de maior para menor frequência Musculoesquelética Dispéptica Cardíaca Psiquiátrica Pulmonar CARACTERÍSTICAS DA DOR - Localização - Irradiação - Duração - Qualidade - Intensidade - Evolução - Sintomas associados - Fenômenos que acompanham - Fatores de piora - Fatores de melhora RESUMO POR JÚLIA FRATI 79 NÃO CARDÍACAS Musculoesquelética - Mialgia, fibromialgia - Osteocondrites (Dor nas articulações condroesternais), Síndrome de Tietze - Herpes Zoster - Cervicalgia - Lesões ósseas Dispépticas → gastrointestinais Doença péptica – úlcera, gastrite Pancreatite Colecistite, colelitíase Coledocolitíase, colangite → Esofágicas • Hérnia de Hiato (DRGE) • Espasmo esofágico • Esofagite • Ruptura esofágica - Síndrome de Boerhaave Pulmonares • Pleurite • Pneumotórax • “Tromboembolismo Pulmonar - TEP” Psicoemocional • Transtorno de pânico • Depressão • Ansiedade CARDÍACAS - Não isquêmica • Dissecção de Aorta • Pericardite • Valvopatias • Cardiomiopatia Hipertrófica • Cardiomiopatia por estresse (Takotsubo) - Isquêmica – Insuficiência Coronariana (I.Co.) • Angina Estável • Angina Instável • Infarto do Miocárdio - Sem Supra do Segmento ST (IAMSSST) - Com Supra do Segmento ST (IAMSST) RESUMO POR JÚLIA FRATI 80 ABORDAGEM INICIAL A DOR TORÁCICA - A causa fatal mais frequente é a insuficiência coronariana - síndromes coronarianas agudas (SCA) SÍNDROMES CORONARIANAS - Aumenta a probabilidade de ser uma SCA a presença dos seguintes sintomas: • Irradiação para um ou ambos os ombros: mesmo que seja só o direito. • História de náuseas e vômitos • Sudorese • Associação da dor com esforço 1 - ANGINA PECTORIS É uma dor que se caracteriza por ter início súbito Em região torácica, epigástrio, mandíbula, ombro, dorso ou membros superiores desencadeada ou agravada com a atividade física ou estresse emocional Atenuada com repouso e uso de nitratos - Formas clínicas de apresentação a) Angina Estável Propedêutica: → Analisar as características da dor na anamnese, identificar se existem fatores de risco (dislipidemias, HAS, sedentarismo), quais ao hábitos de vida do paciente (tabagismo, álcool) → Exame físico é inespecífico CENÁRIO CLÍNICO DE EMERGÊNCIA b) Angina Instável - características: dor torácica típica, ECG normal ou inespecífico - Marcadores de necrose miocárdica estão negativos RESUMO POR JÚLIA FRATI 81 ➔ Punho fechado em direção a região pré cordial ou retroesternal → posição de Levine ➔ Apontando a região da dor ➔ Mão espalmada ➔ Mão no braço OBS: Marcadores de necrose miocárdica → CK-MB, Troponina - A necrose do músculo cardíaco promove a liberação de enzimas e proteínas estruturais dos miócitos que podem ser quantificadas por técnicas específicas no sangue dos pacientes com IAM c) Infarto Agudo do Miocárdio Sem Supra do Segmento ST – IAMSSSST - Características : dor torácica típica, ECG normal ou inespecífico, marcadores de necrose miocárdica positivos (ou seja está apresentando lesão de células) d) Infarto Agudo do Miocárdio Com Supra do Segmento ST - IAMSSST (IAMCSST) - Características: dor torácica típica, ECG com supra desnivelamento do segmento ST, marcadores de necrose miocárdica positivos Dor precordial Duração prolongada (em minutos) Náuseas e vômitos Sensação de morte iminente → Quando for observada supra de ST precisa de intervenção imediata!! - Exame físico geral: Ansioso / palidez cutânea /sudorese fria, Taquicardia, taquipnéia leve, PA normal ou elevada - Exame físico especial: Normal, 4ª. bulha / 3ª. bulha / estertoração crepitante Pouca complascência Classificação de Killip faz a estratificação do risco de morte ELETROCARDIOGRAMA - Segmento S-T → Esse segmento em uma situação de fase aguda depois de 30 minutos com lesão transmural (supra ST) Deve ser feito o mais brevemente possível: “tempo porta ECG < 10 minutos” RESUMO POR JÚLIA FRATI 82 ABORDAGEM INICIAL DA SCA I. Anamnese - Fatores de risco • HAS • Tabagismo • Dislipidemia • Diabetes mellitus • Sedentarismo • Obesidade • Antecedente pessoal de doença aterosclerótica • História familiar de doença aterosclerótica precoce PERFIS DE RISCO: Idade > 60 anos Característica da dor Fatores de risco, ECG 1- baixo risco Sintomas pouco característicos Desconforto torácico reprodutível pela palpação Alterações inespecíficas darepolarização ventricular Marcadores negativos < 60 anos / ausência fatores de risco par DAC c) intermediário risco Sintomas sugestivos Idade > 70 anos Diabetes Mellitus Doença Vascular (cerebral, periférica) ECG com onda Q; alteração segmento ST / T Marcadores normais d) alto risco Dor prolongada (>20’) / dor similar a quadro anginoso prévio Insuficiência Mitral transitória, hipotensão, sudorese, estertoração pulmonar Infra de ST, T invertida> 2mm Marcadores elevados Exame físico: alterado - Hipotensão - Dispneia - Estase jugular - Estertoração pulmonar - 3ª. ou 4ª. Bulha - Atrito pericárdico - Sopros - Bradi ou taquiarritmia SÍNDROMES AÓRTICAS AGUDAS 1- Dissecção 2- Hematoma Mural 3- Úlcera de Aorta RESUMO POR JÚLIA FRATI 83 OBS: Ecocardiograma é um exame com boa indicação nos pacientes com suspeita de derrame pericárdico, valvopatias, cardiomiopatia hipertrófica, dissecção aguda da aorta, embolia pulmonar e hipertensão pulmonar • pouca utilidade na emergência para os pacientes com SCA 1- DISSECÇÃO DA AORTA - Descontinuidade da parede vascular que leva ao estabelecimento de fluxo entre as camadas intima e média - Impõe risco iminente de vida - A descontinuidade é chamada de flapping - Classificação de Stanford – tipo A mais letal e mais comum que a tipo B - Mais comum em homens - Ascendentes tem maior incidência na 5ª década de vida - Descendentes tem maior incidência na 6ª década de vida - Fatores de risco → HAS, síndrome de Marfan → STANFORD A SINAIS - Insuficiência Cardíaca/Insuficiência Aórtica - Insuficiência coronariana - Síncope - Acidente Vascular Encefálico DISSECÇÃO DA AORTA TIPO A/B – CLÍNICA - Sintomas: dor torácica com irradiação - Pressão arterial elevada - Isquemia de membros - Má perfusão visceral (isquemia mesentérica, renal ou medular) - choque Pesquisar: - Diferença da PA entre os MMSS - Diferença de pulsos – palpar pulsos em MMSS e MMII → Sopro diastólico - Dor é lancinante e irradiada para região cervical, dorso 2- EMBOLIA PULMONAR - Obstrução da circulação arterial pulmonar pela instalação de êmbolos (originados de trombos presentes na circulação venosa), com redução ou cessação do fluxo sanguíneo para a área afetada - angiotomografia de artéria pulmonar é usualmente o exame de escolha RESUMO POR JÚLIA FRATI 84 As setas apontam falhas de enchimento Sintomas Dor retroesternal em peso ou pleurítica Dispneia, tosse, hemoptise, palpitações Sinais Taquipneia, taquicardia, dessaturação periférica Propedêutica pulmonar variável: diminuição do murmúrio vesicular, estertoração crepitante, sibilos Propedêutica cardio: estase jugular, B2 hiperfonética, hipotensão, choque, arritmia ventricular, óbito - Contexto clínico → paciente com TVP, pacientes em pós operatório, pacientes que tratam neoplasias, traumas, síndrome do imobilismo, viagens longas (especialmente em > 65 anos), contraceptivos orais, tabagismo, obesidade, HAS 3- PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO - Acúmulo de ar no espaço pleural sob pressão - Sinais, sintomas quadro clínico: Dor súbita e intensa, piora com inspiração Dispneia grave Taquicardia/hipotensão Choque obstrutivo → mecanismo que leva a morte – pressão no mediastino leva a compressão da veia cava No lado acometido é observado: • Expansibilidade diminuída • Timpanismo à percussão • MV ausente - Contexto clínico: Espontâneo • Primário: rotura de bolhas subpleurais • Secundário: DPOC, Fibrose Cística, Neoplasias, Infecções Pulmonares (cavitações, pneumatoceles) Adquirido • Toracocentese • Punção venosa central RESUMO POR JÚLIA FRATI 85 4- ROTURA DE ESÔFAGO – SÍNDROME DE BOERHAAVE - Perfuração espontânea do esôfago resultante do aumento súbito da pressão intraesofágica combinado com uma pressão intratorácica negativa Situação de hiperemese que procede com quadro de dor torácica intensa - Local mais frequente → Terço distal do esôfago intratorácico, parede lateral esquerda RESUMO POR JÚLIA FRATI 86 RESUMO POR JÚLIA FRATI 87 Asma brônquica - Doença inflamatória do aparelho respiratório → Inflamação crônica das vias respiratórias, com limitação variável do fluxo expiratório, que pode ser parcial ou totalmente reversível FISIOPATOLOGIA - broncoconstrição, espessamento da parede das vias respiratórias e aumento da produção de muco → Presença de anticorpos – predominantemente IgE → asma alérgica → Linfócitos Th2 iniciam e propagam a cascata inflamatória associada à alergia ao produzir várias citocinas. → Células inflamatórias, eosinófilos, interleucinas 1-3, citocinas, prostaglandinas, mastócitos, eosinófilos, linfócitos, basófilos PGE2 leva a vasodilatação Leucotrienos fazem broncoconstrição → Essas alterações levam a mudança da pressão hidrostática e consequentemente extravasamento de líquido Receptor muscarínico M3 é ativado por acetilcolina – broncoconstrição Receptor de noradrenalina Beta 2 – quando ativado realiza – broncodilatação Gasometria de crise asmática → paciente em acidose respiratória Tratamento → O2, broncodilatadores e anti-inflamatórios - Obstrução decorrente da constrição do músculo liso → leva a aumento da resistência ao fluxo de ar SINTOMAS RECORRENTES: • Sibilância ou chiado na ausculta • Dispneia • Opressão torácica • Tosse - piora dos sintomas no período noturno e pela manhã, ao acordar, ou aos exercícios - Esses sintomas podem ser agravados por infecções virais (gripes e resfriados), exposição a alergênicos ambientais, fumaça de cigarro, alterações climáticas, estresse ou emoções → Tosse – causada pela inflamação → Dispneia e chiado – causados pela broncoconstrição – ESSES SINTOMAS SÃO MAIS GRAVES Ataque de asma – cenário de pronto atendimento Asma de difícil controle – internação hospitalar Cenário de UBS – controle da asma → quadros não emergenciais RESUMO POR JÚLIA FRATI 88 O objetivo do manejo no controle da asma é evitar novas exacerbações – ataques frequentes Asma é classificada em controlada, parcialmente controlada e não controlada Asmas deflagradas por medicamentos → AINES (devido ao bloqueio da COX, aumento da via da 5 lipoxigensae e consequentemente aumento da produção de leucotrienos) e beta bloqueadores (fármacos não seletivos pelo bloqueio de receptores beta, levando ao impedimento da broncodilatação, aumento da acetilcolina e causando broncoconstrição) I. Anamnese - Perguntar sobre exacerbações - Perguntas sobre os sintomas - Se a atividade altera os sintomas - Avaliar possíveis exposições ocupacionais II. Exame físico a) Inspeção – analisar alterações no formato do tórax - Nessa etapa é possível verificar se pacientes que apresentam crises agudas de asma brônquica estão usando seus músculos acessórios da respiração; nesse caso, a pele sobre o tórax pode estar retraída para os espaços intercostais durante a inspiração b) Percussão: apresenta-se hiper- ressonância, com perda da variação normal na macicez em razão do movimento diafragmático; o frêmito tátil está diminuído c) Ausculta: sibilos (geralmente mais alto na expiração) polifônico Roncos - sugestivos de secreções livres no lúmen das viasrespiratórias Estertores – pode estar presente em uma insuficiência cardíaca IMPORTANTE! VAI CAIR NA PROVA – CLASSIFICAÇÃO GINA RESUMO POR JÚLIA FRATI 89 → ATENÇÃO A perda de intensidade ou a ausência de sons respiratórios em um paciente com asma brônquica é uma indicação de obstrução grave ao fluxo de ar IV. Diagnóstico - Investigação laboratorial: hemograma, Raio X de tórax (PA e perfil), prova de função pulmonar, prick teste ESPIROMETRIA → Geralmente este teste é realizado após o paciente se apresentar relativamente estável - Na asma brônquica é observada presença de diminuição nas taxas de fluxo de ar ao longo da capacidade vital - O pico de fluxo expiratório (PFE), o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e o fluxo expiratório médio forçado (FEMF) → DIMINUÍDOS RAÇÃO DE NO EXPIRADO - A fração de óxido nítrico é elevada em paciente com asma brônquica RAIO X - Radiografia em um indivíduo com asma brônquica geralmente está inalterada ESCARRO - O escarro do paciente asmático pode ser transparente ou opaco, com coloração verde ou amarela OUTROS ACHADOS - Pacientes asmáticos atópicos terão eosinofilia sanguínea, níveis séricos elevados de imunoglobulina E (IgE) TRATAMENTO - A base do tratamento da asma é o corticóide inalatório - CI (corticoide inalatório) ou CI associado ao LABA • SABA - beta agonistas de curta duração • LABA - beta agonistas de longa duração • LAMA - anti muscarínicos de longa duração • Corticóide inalatório • Corticóide oral • Xantinas – EX: teofilina • Montelucaste - antagonista de receptores de leucotrienos • Azitromicina - antibiótico • Imunobiológicos ASMA GRAVE - Asmas não controladas tem grande risco de evoluírem para a forma grave da doença RESUMO POR JÚLIA FRATI 90 Tuberculose aplicavél na atenção primária É uma doença alterada pelos determinantes sociais em saúde TUBERCULOSE - doença granulomatosa crônica causada pelo bacilo álcool-acidorresistente (BAAR) Mycobacterium tuberculosis Transmissão: inalação de gotículas infecciosas - Tem uma estreita relação com a infecção pelo HIV, pelo fato de essa doença promover e acelerar a prograçãi da infeccção para a TB ativa e ações sobre a reativação ou reinfecção da TB → ATENÇÃO para a TB causada por microrganismos resistentes a fármacos (como rifampicina) - Características: formação de granuloma, com necrose caseosa e células de Langerhans gigantes multinucleadas - A TB extrapulmonar pode acontecer em qualquer órgão Paciente hipocorado, estertores e chiados → alguns achados do exame físico DIAGNÓSTICO: - Baciloscopia – teste do escarro - Teste cutâneo tuberculínico - Ensaios de liberação de interferona gama (IGRA) - O raio X de tórax evidencia opacidades alveolares heterogêneas TUBERCULOSE PRIMÁRIA - Sintomas:febre, falta de ar, tosse não produtiva e, raramente, eritema nodoso - presença de crepitações e sibilos localizados RESUMO POR JÚLIA FRATI 91 Teste rápido molecular – identifica cepas de tuberculose que são multirresistentes FORMAS DE APRESENTAÇÃO CLÍNICA DA TB TUBERCULOSE DE REATIVAÇÃO - A TB pulmonar constitui a forma mais comum de TB de reativação - Sinas e sintomas: início insidioso de tosse produtiva, sudorese noturna, anorexia e perda de peso - Escarro pode ser purulento - Exame físico: macicez, sopro anfórico TUBERCULOSE POR REINFECÇÃO - É clinicamente indistinguível de outras formas - constitui um importante mecanismo patogênico em ambientes de alta transmissão TUBERCULOSE EXTRAPULMONAR - Frequentemente ocorre junto com a TB pulmonar - Mais comum em crianças e jovens adultos - Está muito associada a infecção com HIV Tratamento da TB ➔ O tratamento da TB é uma questão tanto clínica quanto de saúde pública - Em TB causadas por microrganismos que são sensíveis a fármacos: Fase intensiva de terapia nos primeiros 2 meses, dirigida contra os microrganismos de multiplicação e metabolismo rápidos, resultando habitualmente em esterilização do escarro nos pacientes com TB pulmonar - As consultas devem ser agendadas mensalmente e devem incluir uma avaliação clínica e exame de escarro. ATENÇÃO PARA A COINFECÇÃO PELO HIV - Os esquemas intermitentes têm tendência a resultar em resistência à rifampicina; por conseguinte, recomenda- se a administração diária dos medicamentos. TB RESISTENTE A FÁRMACOS - Representa um desafio mais significativo de tratamento - Se for reconhecida uma resistência a quaisquer fármacos além da isoniazida no esquema, o ciclo curto não é recomendado - O esquema tradicional, que inclui pelo menos cinco fármacos aos quais o isolado é sensível - O esquema deverá incluir fármacos de primeira linha com atividade mantida, uma fluoroquinolona (FQ), um fármaco injetável (amicacina, canamicina ou capreomicina) e fármacos de segunda linha (etionamida, ciclosserina, PAS) com a meta de cinco fármacos efetivos no esquema. PREVENÇÃO DA INFECÇÃO - Tratamento dos doentes RESUMO POR JÚLIA FRATI 92 - Vacina BCG MICOSES PULMONARES Principais micoses pulmonares são: paracoccidioidomicose (blastomicose sul- americana ou doença de Lutz), histoplasmose, candidíase, aspergilose e criptococose