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Quais os tipos e especificidades? Aquisição Atípica Introdução A aquisição atípica da linguagem refere- se a um desenvolvimento incomum ou desviante da linguagem em relação ao que é considerado típico ou esperado para a idade, contexto e cultura da criança. Essa condição pode ocorrer por diversos fatores, como por exemplo, deficiências cognitivas, transtornos do neurodesenvolvimento, deficiências sensoriais, problemas emocionais ou ambientais desfavoráveis. As crianças que apresentam aquisição atípica da linguagem podem ter dificuldades em expressar seus pensamentos e sentimentos, compreender o discurso dos outros, formar frases corretamente e utilizar a gramática adequada. Essas dificuldades podem afetar negativamente o desempenho acadêmico, social e emocional da criança. Síndrome de Down1 Síndrome de Willians3 Transtorno do Espectro Autista (TEA) Aquisição da linguagem 2 Crianças com Síndrome de Down 1 A Síndrome de Down é causada por uma anomalia genética que também se manisfesta na aquisição da linguagem. Ela apresenta características linguísticas específicas que envolvem não somente aspectos relacionados aos domínios linguísticos, mas também referentes à fluência da fala (RANGEL e Ribas, 2011, p. 18). “Schwartzman (1999) explica que as crianças com essa síndrome demonstram dificuldades fonéticas, possivelmente por influência do quadro de hipotonia global, que é fator característico dessa síndrome e que afeta as habilidades motoras orofaciais. Além disso, aspectos de representação mental dos fonemas também apresentam alterações, determinando os distúrbios fonológicos verificados em crianças com síndrome de down. Pode-se agregar a isso a dificuldade de interpretar o estímulo sonoro, o que efetivaria a dificuldade de discriminar são semelhantes. A possibilidade da influência de decodificação apresentada determina implicações na discriminação de unidades mínimas de fala.” Dificuldades do indivíduo Domínios linguísticos Quebra no ritmo de fala, o que constitui o transtorno da influência No início do processo de fala: O bebê com Síndrome de Down parece responder menos prontamente a qualquer estímulo verbal, assim como para estimulações não verbais, tais como sorrisos caretas e gestos. Dificuldade para os pais “O discurso formulado através de frases, com utilização de determinadas regras, aparece com dificuldade na construção frasal para as crianças com Down, interferindo na ordenação e detalhamento do discurso.” – Rangel e Ribas Schwartzman Pesquisa com as crianças O atraso no desenvolvimento da linguaguem resulta em um vocabulário mais reduzido. O que faz com que a criança não consiga se expressar na mesma medida que compreende o que é falado. FONOLOGIA Na criança com Síndrome de Down, verifica-se um déficit mais marcante das competências linguísticas em relação a outros aspectos do desenvolvimento, como nos domínios da: MORFOSSSINTAXE O déficit de morfossintaxe: Incapacidade de análise gramatical e Problemas de disfasia. MorfossintáticoFonológico Pronúncia desfluente e pronúncias de sons que para eles são iguais (déficit auditivo) . Em seu período de aquisição da linguagem, podem apresentar o que chamamos de desfluência fisiológica, podendo fazer parte de uma característica de uma fase do desenvolvimento.” Aquisição da Linguagem Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) 2 Aquisição da linguagem de criança com TEA O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades. Amy (2001) fala que as crianças portadoras dessa doença permanecem, até hoje e apesar de muitos esforços e pesquisas, como crianças "enigmáticas", "enclausuradas", "fechadas em uma concha". A compreensão e uso da linguagem por pessoas com autismo são bastantes variáveis. Mesmo em indivíduos com alta capacidade, a linguagem permanece literal, com perda de habilidades na conversação, evidenciadas pela dificuldade de retomada da palavra durante um diálogo, bem como pela pouca compreensão da ironia e da metáfora. “Os problemas de comunicação ocorrem devido a ‘falhas’ nas conexões nervosas na área do chamado cérebro social. Há menos sinapses nessas regiões, provocando dificuldades na comunicação”. Segundo neuropediatra, cerca de 60% das crianças diagnosticadas com TEA vão apresentar em algum momento um transtorno de fala. "Nenhum indivíduo com autismo é igual ao outro. Vamos ver crianças que não falam nada, algumas que falam só algumas frases e outras que só emitem sons. Mas existe uma falsa ideia de que pessoas com TEA não falam. Mas a realidade não é essa, pelo contrário, existem crianças autistas que falam muito bem. Mas precisamos ver se essa fala é contextualizada e funcional.” Formas de se expressar Quando estão sendo amamentados, não olham muito nos olhos da mãe; Não respondem quando são chamados (é comum os pais pensarem que é problema auditivo); Há atraso na fala e na formação de frases. Distúrbios de linguagem comuns Ecolalia Dislalia Apraxia da fala Afasia Jargão Repetição passiva de palavras e frases que ouviu, mas o que ela diz não tem relação com a situação vivida, ela não olha o interlocutor: não é uma verdadeira comunicação verbal. Dificuldade em articular corretamente as palavras. Isso acontece porque há troca de alguns fonemas, a criança fala erroneamente as palavras, troca ou omite letras. O cérebro não consegue "transmitir o comando" para movimentos que envolvam o uso correto do uso da língua, lábios, boca e mandíbula. Pausa longas entre os sons, dificuldade ao falar palavras mais longas etc. Geralmente é consequência de uma lesão cerebral e a criança perde total ou parcialmente sua capacidade de expressão; Emissão de palavras soltas, que nem sempre são totalmente compreensíveis. Crianças com Síndrome de Willians3 Síndrome de Williams, também conhecida como Síndrome de Williams-Beuren, é uma condição genética rara que afeta muitas partes do corpo. É causada por uma deleção (perda) de material genético em uma região específica do cromossomo 7. As pessoas com Síndrome de Williams geralmente têm características faciais distintas, incluindo um rosto pequeno e plano, nariz pequeno, lábios carnudos e uma boca larga. Elas podem ter dificuldades com o desenvolvimento cognitivo, incluindo atrasos no desenvolvimento da fala, problemas de aprendizado, dificuldades com habilidades visuo-espaciais e dificuldade em se concentrar em tarefas por um período prolongado. Síndrome de Williams • Diagnóstico é estabelecido pela co-ocorrência de três especificidades: dismorfia facial, distúrbios neurocomportamentais e distúrbios cardiovasculares. • Retardo mental com forte variabilidade. • Funções cognitivas relativamente preservadas: competência linguística, reconhecimento de rostos e interações sociais. • Funções cognitivas deficitárias: cognição espacial, processamento de número, planejamento e resolução de problemas. • As pesquisas são feitas inicialmente com sujeitos adultos por causa da dificuldade de acesso aos dados referentes às idades precoces. • Segundo Pinker, os sujeitos teriam capacidades linguísticas intactas, contudo, pesquisas recentes parecem indicar o contrário. • Eles têm déficits específicos que não se confundem com retardos de desenvolvimento lexical, morfossintático e pragmático. • Tentaram explicar a aquisição atípica através de déficits conceituais e semânticos. Fizeram uma pesquisa com bebês para ver se a hipótese dos adultos se aplicava a eles. Capacidade de crianças inglesas entre 15 e 48 meses (idade média 19 meses) de operar segmentações corretas de input. Verificou-se que elas eram capazes de segmentar palavras que seguiam o padrãoacentual predominante (forte-fraco) do inglês, em contrapartida, elas falhavam na segmentação de palavras com o padrão inverso (forte-fraco), enquanto crianças com o desenvolvimento típico conseguiam fazê-lo aos 10 meses. Consequentemente, a existência de déficits no processamento fonológico poderia contribuir para um desenvolvimento atípico, fenômeno explicado em termos de déficits conceituais e semânticos. Nazzi e Karmiloff-Smith, demonstraram que, a despeito de um vocabulário extenso, crianças SW não são sensíveis ao papel desempenhado pelos índices verbais na formação de novas categorias de objeto. Portanto, parece existir uma dissociação entre a aquisição lexical e a categorização verbal. Trajetória de desenvolvimento atípico da aquisição lexical. Há uma hipótese da morfossintaxe intacta defendida por alguns estudos em língua inglesa e italiana. Em contrapartida, Karmiloff- Smith demonstrava que sujeitos SW franceses de 9 a 22 anos cometem numerosos erros de atribuição de gênero gramatical de palavras e de pseudopalavras, quando, no desenvolvimento típico, essa aquisição é efetuada precocemente e sem esforço. Reilly indica que os desempenhos morfológicos de crianças SW de 4 a 12 anos são compatíveis com os desempenhos de crianças disfásicas (sem retardo mental) e marcados por um número muito elevado de erros. Conclusão Em conclusão, a aquisição atípica da linguagem é um tópico complexo e importante que merece ser estudado e compreendido. As crianças com aquisição atípica da linguagem podem ter dificuldades em adquirir habilidades linguísticas fundamentais, como a compreensão e produção da linguagem, o que pode impactar negativamente sua comunicação e interação social. Existem várias causas possíveis para a aquisição atípica da linguagem, incluindo fatores biológicos, genéticos e ambientais. É importante que os pais e profissionais de saúde estejam cientes dos sinais de alerta de aquisição atípica da linguagem, como atrasos significativos no desenvolvimento da linguagem, falta de interesse em se comunicar, dificuldades em compreender ou seguir instruções, e outros. ● RANGEL, D. I.; RIBAS, L. P. Características da Linguagem na Síndrome de Down: Implicações para a comunicação. In: Universidade Feevale, 2011. ● KAIL, M. Aquisição de linguagem: Aquisição atípica da linguagem. São Paulo: Parábola Editorial, 2013. 118p. Tradução de Márcio Marcionilo. ● DELFRATE, C. B.; MASSI, G. A. ; SANTANA, A. P. O. . A aquisição de linguagem na criança com Autismo: um estudo de caso. Psicologia em Estudo, v. 14, p. 13-20, 2009 Referências Confira nossa seleção de vídeo com crianças (Síndrome de Down e TEA) passando pelo processo de aquisição atípica da linguagem! CREDITS: This presentation template was created by Slidesgo, including icons by Flaticon, and infographics & images by Freepik. Obrigado! UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS LETRAS | AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM Camila Bezerra Igor Barbosa Jéssica Cardoso Rafael Andrade http://bit.ly/2Tynxth http://bit.ly/2TyoMsr http://bit.ly/2TtBDfr
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