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SABERES E PRÁTICAS DE INCLUSÃO



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- ESCON - 
ESCOLA DE CURSOS ONLINE 
CNPJ: 11.362.429/0001-45 
Av. Antônio Junqueira de Souza, 260 - Centro 
São Lourenço - MG - CEP: 37470-000 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MATERIAL DO CURSO 
 
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS 
 
 
APOSTILA 
 
SABERES E PRÁTICAS DE INCLUSÃO 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
O que iremos aprender nesse estudo? 
 
 A inclusão do aluno com deficiência na escola comum; 
 Síndrome de Down; 
 Deficiência mental; 
 Paralisia cerebral; 
 Epilepsia; 
 Déficit de atenção e hiperatividade. 
 
Boa leitura! 
 
 
A INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA NA ESCOLA 
COMUM 
 
O trabalho feito acerca da Educação Especial tem se desenvolvido muito nas 
últimas décadas. 
Várias teorias têm se modificado a partir de estudos e pesquisas, acerca do 
pensamento e das atitudes da sociedade. Como também sofreu-se grandes 
modificações na forma como olhamos as pessoas com “deficiências”. 
Na antiguidade essas pessoas, muitas vezes, eram excluídas, renegadas, 
escondidas da sociedade. 
Na atualidade, intensificaram-se os estudo com a preocupação de diagnosticar 
e classificar as deficiências, conduzindo-se assim, uma Educação Especial de 
qualidade inclusiva, onde viesse a prover as necessidades de uma parte da 
sociedade considerada deficiente. 
Então, essa crescente preocupação faria com que estes ditos deficientes 
passassem a serem vistos como seres humanos, que independentes de suas 
provações e limitações, deveriam ter os mesmos direitos de realizarem 
atividades e estarem inseridos na sociedade. Sem dúvida alguma, a escola 
ocupa um lugar de destaque e o papel dos educadores é de fundamental 
importância na discussão e articulação desse novo modelo social e político, 
que tem como objetivo a inclusão. 
Surgiu-se a necessidade de responsabilizar cada vez mais, a Educação e a 
Comunidade, pela inclusão dessas crianças. A escola precisou-se adaptar-se, 
abandonando o seu caráter seletivo, discriminatório e preconceituoso, 
passando a ser inclusiva. 
Sabemos também que ainda temos muitas mudanças e lutas pela frente. Ainda 
temos que modificar algumas ideias enraizadas tanto na sociedade quanto nas 
Leis, mas devemos lutar sempre por escolas inclusivas, onde todos os alunos 
devem aprender juntos, independente de dificuldades e diferenças que 
apresentam. 
Para tanto, faz-se necessário: 
 Escolas apropriadas; 
 Professores com qualificação específica, capazes de lidar com essas 
diferenças; 
 
 
 Espaço propício para uma escola inclusiva, que consiga responder aos 
desafios e suprir às necessidades de uma população cada vez mais 
heterogênea; 
 Construção de espaços onde eles possam serem aceitos e tratados de 
forma diferenciada, desde as práticas pedagógicas, organização do 
currículo e estratégias de ensino; 
 Apoio ao aluno, ao professor, à família e a esta escola também, para que 
seja realmente inclusiva e para todos. 
A educação inclusiva tem sido discutida em termos de justiça social, 
pedagogia, reforma escolar e melhoria nos programas. No que tange a justiça 
social, ela se relaciona aos valores de igualdade e de aceitação. (Pacheco, 
p.15,2007) 
Considerando que é a segregação e a desinformação são fatores que geram o 
preconceito, é preciso que a sociedade seja conscientizada acerca da boa 
convivência com todos, que esta veja as diferenças naturalmente, e que 
promovam um movimento dialético, visando a informação e formação de 
cidadãos integralmente. 
Este conceito de inclusão envolve um jeito de pensar fundamentalmente 
diferente sobre as origens da aprendizagem e as dificuldades de 
comportamento. Em termos formais estamos falando sobre uma mudança de 
ideia de “defeito” para um “modelo social”. [...] (Mittler, p.25,2003) 
 
SÍNDROME DE DOWN 
 
É caracterizada pela alteração genética do par 21, que trás como consequência 
características físicas marcantes e implicações tanto para o desenvolvimento 
fisiológico quanto para o cognitivo. É uma anormalidade cromossômica. 
Vamos entender: 
 
Há normalmente 46 cromossomos em cada célula: 22 pares 
“regulares” e dois cromossomos do sexo masculino e dois femininos, 
somando 46 cromossomos na célula normal. Quando há um 
cromossomo adicional (24 cromossomos) e a outra célula germinativa 
tiver 23, isto levará, no momento da concepção uma nova célula 
contendo 47 cromossomos. Se o cromossomo extra for o 
cromossomo 21, este é o indivíduo que nascerá com Síndrome de 
Down. 
 
 
 
As características físicas da criança com essa Síndrome, são bem peculiares, 
como qualquer síndrome. 
São formadas por influência de seu material genético ativo, podendo parecer 
até certo ponto com seus pais (pois herdaram seus genes, como a cor do 
cabelo, dos olhos, estrutura corporal, altura, etc.), mas devido ao cromossomo 
21 adicionado ao seu material genético terão características diferentes de seus 
familiares ou outras pessoas sem essa deficiência. Poderá haver também 
desenvolvimento alterado de certas partes do corpo (rosto, olhos, cabeça, 
orelhas, boca aberta, língua um pouco mais grossa e um pouco projetada, 
dentes de leite nascem um pouco mais tarde, mas com problemas de gengiva, 
anomalias congênitas cardíacas, pulmonares, gastrintestinais, etc.). 
Podemos ressaltar ainda que, nem toda a criança Down apresenta todas as 
características, mas cada uma terá suas características e que poderão 
modificar no decorrer do tempo. Mas, fisicamente, devido ao cromossomo 21, 
ao olharmos uma criança com essa síndrome, logo a identificamos, pois, 
algumas características físicas, principalmente em seu rosto, são padrões. 
Esses fatores físicos poderão não interferir na saúde dessa criança, a não ser 
que sejam defeitos cardíacos congênitos severos ou outros que necessitem de 
pronto atendimento médico, é fundamental que o Down seja apresentado como 
um ser humano que necessita de cuidados e carinho. 
 
DEFICIÊNCIA MENTAL 
 
Caracteriza-se por limitações significativas tanto no funcionamento intelectual 
como na conduta adaptativa, nas habilidades práticas, sociais e conceituais. 
A Psicologia considera a ausência da consciência metacognitiva. Que nada 
mais é que o conhecimento pela própria pessoa do funcionamento do seu 
pensamento e a utilização desse conhecimento para controlar seus processos 
mentais. Essa incapacidade ocorre em pessoas com deficiência mental, veem 
limitada sua adaptação e autonomia, bem como sua pouca habilidade com a 
aprendizagem e capacidade cognitiva. 
 
 
Existem possibilidades de melhorar as habilidades intelectuais: 
 Aumentando sua autoestima e sua adaptação sócio-afetiva; 
 Estimulando a motivação com intervenções de métodos e técnicas 
cognitivas; 
 Estimulando a pessoa a desenvolver e utilizar espontaneamente suas 
próprias estratégias; 
 Criando-se possibilidade de se fazer chegar conscientemente a um nível 
avançado de habilidade mental, assim como o controle de sua 
impulsividade. 
 
PARALISIA CEREBRAL 
 
Caracteriza-se pela alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do 
corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, entre outras 
condições. 
Esse termo vem sendo usado desde a segunda metade do séc. XX para se 
referir a um grupo de pessoas que apresentam prejuízo motor, numa condição 
não progressiva, adquirida antes dos primeiros anos de vida, podendo ser 
associada a prejuízos intelectuais, sensitivos, visuais, auditivos e outros. 
É considerado um dano permanente dos movimentos ou da postura, que leva a 
uma desordem encefálica não progressiva, podendo ser causada por 
hereditariedade ou fatores que decorrem na gestação, do parto anormal, difícil, 
nascimento prematuro, asfixia, etc., ou durante os dois primeiros anos de vida. 
Uma equipe médica deverá informar aos pais as condições de vida dessa 
criança, tratamento proposto e programas de reabilitação física, assim que 
forem observadas algumas das situações acima citadas. 
Quandochegar a idade escolar, os objetivos do tratamento serão diferenciados 
com intenção de adapta-los a escola, seja ela especial ou normal, dependendo 
do grau de comprometimento motor e intelectual da criança. 
 
 
 
 
 
 
 
EPILEPSIA 
 
Caracterizada por diferentes tipos de desordem temporários de 
função, tanto sensoriais, quanto motoras, mentais e físicas. São 
descargas elétricas nas células nervosas do cérebro, é uma condição 
em que essas descargas elétricas provocam distúrbios no 
funcionamento normal do sistema nervoso, sendo denominados de 
“convulsões”, que podem ocasionar perda temporária de consciência 
e mudanças do comportamento, que dependem da área do cérebro 
que está sendo estimulado por essas descargas. 
 
A Ciência segue investigando as causas físicas e o tratamento a ser 
desenvolvido. Sabe-se que o cérebro recebe esses impulsos elétricos por meio 
de substâncias químicas, os neurotransmissores, que ativa uma célula como se 
fossem ondas cerebrais, quando um número excessivo de células nervosas 
dispara de forma anormal ao mesmo tempo, uma convulsão epiléptica pode ser 
ocasionada. 
Sabe-se que existem vários motivos que proporcionam essas instabilidade das 
células do cérebro (convulsões), causadas por: 
 
 Traumas; 
 Cicatrizes; 
 Causas químicas; 
 Inflamação; 
 Tumores; 
 Intoxicação ou más formações; 
 Desequilíbrio dos neurotransmissores. 
 
Devemos ressaltar que não é uma doença, e sim um sintoma que pode se 
manifestar como uma dor de cabeça. 
Na escola o professor deverá ter conhecimento desse sintoma e saber como e 
o que fazer quando se deparar com crianças com esse sintoma. 
 
 
 
 
DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE 
 
Os déficits de atenção ocorrem com ou sem hiperatividade. Existem crianças 
que são primariamente hiperativas e impulsivas e tem menos problemas de 
atenção. Outras têm sintomas de desatenção (são distraídas) e hiperatividade 
(pessoa muito ativa, às vezes muito agitadas, além do comum), em número 
maior com o sexo masculino. É mais notado quando a criança inicia atividades 
de aprendizado na escola, quando o ajustamento à escola encontra-se 
comprometido. 
Esse transtorno, até o momento, não tem causa específica. Alguns genes têm 
sido descobertos e descritos como causadores, lesões neurológicas mínimas, 
impossíveis de serem vistas em exames, ocorridos durante a gestação ou nas 
primeiras semanas de vida, assim como alterações de substâncias químicas 
cerebrais (neurotransmissores) também estão sendo apontadas como 
possíveis causas. 
Algumas crianças apresentam apenas desatenção, outros apenas 
hiperatividade ou apresentam os dois sintomas juntos. Para se dizer que 
alguém apresenta um ou mais desses sintomas tem que ocorrer de tal forma 
que venha a interferir no relacionamento social, na vida escolar, no trabalho ou 
em casa. É preciso que haja uma investigação por profissionais da área da 
saúde para diagnosticar e consequentemente fazer um tratamento para que 
possam se relacionar socialmente e tenham condições de desempenhar a 
aprendizagem para que não fracassem e depois venha a abandonar a escola. 
A inclusão de pessoas com deficiências, nas escolas comuns de rede de 
ensino, coloca grandes e novos desafios para o sistema educacional, tanto 
para professores das escolas comuns como de ensino especial, para a 
sociedade, pais e a própria instituição escola que deverá se reformular para 
acolher esses indivíduos, buscando compreender suas diferenças, não como 
algo que seja estanque e incapacitante, mas reconhecê-lo como ser capaz na 
sua condição humana. 
É um desafio complexo e está distante da prática pedagógica diária, que o 
professor está acostumado, vendo a sala de aula com turmas homogêneas e 
 
 
alunos iguais, pelo menos pensa que são assim, também estão cientes que 
será, realmente um grande desafio e que a escola assim como os docentes 
não estão preparados. 
Por longos séculos ficaram em casa em espaços segregados, não podendo 
serem visualizados ou que pudessem interagir socialmente, seja por falta de 
conhecimento ou por puro preconceito e rótulos que eram conhecidos, o cego, 
o surdo, o mudo, o mongoloide, o aleijado. Não tiveram acesso a escola 
comum ou não foram à escola, muitas vezes nem à especial, quando algum 
tinha chance de frequentar alguma instituição para especiais, deviam se moldar 
ao formato da escola, se adequar a esta. 
Hoje a Constituição Federal, estabelece o direito a pessoas com necessidades 
especiais receberem educação regular, preferencialmente na rede regular de 
ensino (art.208,III). 
Atualmente um grande número de pessoas com deficiências frequentam 
escolas comuns. Mas há a necessidade de refletir sobre o papel da escola para 
que haja compreensão e consolidação das diferenças na sala de aula, para 
que o professor não encontre dificuldades, ao se deparar com essa situação e 
este precisa se qualificar para enriquecer o ensino de forma benéfica para 
atender a estes diferentes. 
Tanto o aluno deficiente como o sem deficiências sairão ganhando em 
conviverem juntos, tendo aí um ambiente desafiador, provocador, rico em 
experiências e relações que os estimulem e os incentivem a pensar, a conviver 
com a diversidade, vivenciar situações de aprendizagens diferentes, 
construindo conhecimentos e convivendo com novas formas de interação e 
comunicação, tais como libras e Braile. 
A construção de uma Escola Inclusiva veio colocar na educação geral grandes 
responsabilidades que até hoje era da educação especial. Precisa-se acreditar 
que não seja um sonho, mas é necessário que toda a sociedade como um 
todo, pais, profissionais, governantes, enfim toda a sociedade acredite que a 
Escola Inclusiva é algo que vale a pena lutar, que ninguém admita qualquer 
forma de segregação. “Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a 
qualquer forma de discriminação.” (Freire,p.35,1994) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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