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Patologia VI - Tegumentar, Linfomas, Osteomuscular

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Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
1 
 
Sumário 
Sistema Tegumentar --------------------------------------------------------------- 2 
Neoplasias Não-Melanocíticas da Pele ------------------------------------------------------------------------------------ 2 
Neoplasias Melanocísticas da Pele ----------------------------------------------------------------------------------------- 7 
Lesões Elementares ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 14 
 
Sistema Imunológico ------------------------------------------------------------ 19 
Patologia dos Linfomas ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 19 
 
Sistema Osteomuscular --------------------------------------------------------- 34 
Osteoporose --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 37 
Raquitismo e Osteomalácea ------------------------------------------------------------------------------------------------ 40 
Hiperparatireoidismo ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 40 
Osteomielites -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 41 
Tumores Ósseos --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 43 
Tumores de Partes Moles --------------------------------------------------------------------------------------------------- 50 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
2 
 
Sistema Tegumentar 
Neoplasias da Pele 
Neoplasias Não-Melanocít icas da Pele: 
Ceratose Seborreica: 
❖ É uma lesão benigna e frequente. Ocorre preferencialmente em adultos e idosos, podendo aparecer 
em qualquer localização, com exceção da palma das mãos e da sola dos pés. Ocorre 
preferencialmente no dorso, tronco e face. 
❖ Está associada à proliferação de células basais da pele, as chamadas células basaloides. Podem 
haver graus de diferenciação escamosa. 
❖ Muitas vezes, está associada a mutações no receptor-3 do fator de crescimento de fibroblastos → 
sua ativação leva à proliferação das células que dão origem ao tumor. 
❖ Em alguns casos, quando temos múltiplas e simultâneas lesões, pode ser classificado como uma 
Síndrome Paraneoplásica = Sinal de Leser-Trélat → ocorre em razão da estimulação dos 
queratinócitos por um fator transformante produzido por células tumorais (nessa patologia, muitas 
vezes está associada a tumores gastrointestinais). 
 
Macroscopia: 
❖ Placas ceratóticas (ásperas), com coloração castanha clara ou escura. 
❖ Superfície com aspecto granuloso. 
 
Microscopia: 
❖ Circundado pela linha preta, temos a lesão. É composta por células basaloides proliferadas, sem 
atipias. As setas pontilhadas apontam para papilas dérmicas. 
❖ Cistos córneos (apontados pela seta cheia): cistos com queratina encontrados no meio das células. 
❖ Pseudocistocórneo: cisto córneo aberto na superfície. Não está presente na figura. 
 
Ceratose Actínica: 
❖ Também chamada de ceratose senil ou solar. 
❖ Acomete mais homens adultos e idosos, de pele clara, com exposição solar frequente. É mais comum 
acometer portadores de vitiligo ou pacientes que receberam transplante de órgãos. 
❖ A exposição excessiva aos raios ultravioletas pode provocar alterações celulares. Além disso, existe 
a possibilidade da predisposição genética. 
❖ É importante identificá-la, uma vez que é considerada uma lesão de risco para o aparecimento de 
neoplasias malignas de pele, especialmente aquelas lesões hiperceratóticas. 
Macroscopia: 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
3 
 
❖ Pápulas ceratóricas (aspecto áspero), com aspecto seco. 
 
Microscopia: 
❖ Hiperceratose = aumento da espessura da camada córnea. 
❖ Atrofia da epiderme e perda da estratificação. 
❖ As setas apontam células atípicas, com pleomorfismo, hipercromasia nuclear, localizadas na camada 
basal da epiderme. 
❖ Já na derme, não é possível ver invasão. Porém a coloração está alterada (o normal seria eosinofílica). 
A coloração basófila indica que houve um processo chamado Helastose do Colágeno ou Helastose 
Solar → indica que a pele foi exposta ao sol de forma crônica e intensa. 
 
Doença de Bowen: 
❖ É uma neoplasia intraepitelial de células escamosas, sem invasão = carcinoma in situ. 
❖ É mais comum em pacientes de pele clara e idosos. Acomete, sobretudo, a cabeça, tronco, 
extremidades e a região genital. 
❖ Etiologia: multifatorial. 
• Exposição a raios UV. 
• Agentes químicos, como arsênico. 
Macroscopia: 
❖ Placas eritematosas foscas, de contorno irregular. 
❖ Pode ser coberta por escamas ou crostas. 
❖ Caso acometa mucosas, recebe outro nome = ERITROPLASIA DE 
QUEYRAT. 
• É caracterizada por uma placa brilhante, avermelhada e bem delimitada. 
 
Microscopia: 
❖ Perda da estratificação da epiderme e presença de células escamosas atípicas, com figuras de 
mitose. 
❖ Não há invasão da derme. 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
4 
 
❖ Hiperceratose e paraceratose (represamento de núcleos na camada córnea). As células proliferam e 
chegam tão rápido à superfície da pele, que não dá tempo das células perderem seus núcleos, logo 
eles continuam represados na camada córnea. 
 
 
Ceratoacantoma: 
❖ Natureza controversa, pois alguns autores a consideram como lesão benigna, outros como 
pseudomaligna e outros como uma variante do carcinoma escamoso. 
❖ É mais frequente em mulheres, na sexta ou sétima década de vida. Acomete as áreas mais expostas 
ao sol. 
❖ Possui crescimento rápido (1-3 meses) e é seguida por uma regressão 
espontânea. Caso a lesão seja eliminada, espera-se que, em seu lugar, surja 
uma cicatriz com aspecto deprimido. 
Macroscopia: 
❖ Nódulo em forma de cúpula, com um buraco no centro (“semelhante a um 
vulcão”). 
❖ Possui aspecto firme e sua depressão central é preenchida por queratina. 
Microscopia: 
❖ Proliferação de células escamosas, bem diferenciadas e com atipias 
discretas. 
❖ Citoplasma eosinofílico. 
❖ A seta indica ceratina. 
 
 
Carcinoma de Células Escamosas: 
❖ Também chamado de CARCINOMA ESPINOCELULAR ou EPIDERMOIDE. 
❖ 15% das neoplasias epiteliais malignas da pele. 
❖ É uma neoplasia maligna que surge a partir do epitélio escamoso, preferencialmente em áreas 
expostas ao sol. 
❖ Pode se iniciar em uma pele normal. Porém, o mais comum é que se desenvolva a partir de outras 
lesões pré-cancerosas, como ceratose actínica ou úlceras crônicas (recebe o nome de ÚLCERA DE 
MARJOLIN). 
Fatores de Risco: 
• Exposição à radiação UV → pode causar mutação do DNA das células que compõe a pele e contribui 
para redução da resposta imune do indivíduo. 
• Mutações genéticas (disfunção do p53 ou mutação que aumenta a sinalização de RAS, contribuindo 
para a proliferação celular). 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
5 
 
• Outros – infecção pelo HPV, exposição a agentes químicos, presença de infecções e de doenças 
congênitas. 
❖ Pode produzir metástases para linfonodos regionais ou por via hematogênica. 
Prognóstico: está relacionado a alguns fatores. 
• Pior prognóstico: caso o tumor seja > 2cm de diâmetro ou tenha mais de 4mm de profundidade. A 
presença de neurotropismo (células neoplásicas em volta de nervos), imunossupressão, lesões 
recorrentes, lesões em áreas de queimadura e lesões localizadas em lábios e ouvidos são indicativos 
de pior prognóstico. 
Macroscopia: 
❖ Apresenta diferentes manifestações. 
❖ Lesões sólidas, ulceradas, elevadas e noduladas/endurecidas. 
 
Microscopia: 
❖ Os ninhos, constituídos por células escamosas atípicas, infiltram a derme. 
❖ Pérolas córneas: ceratina distribuída no formato de estruturas circulares. É um indicativodo grau de 
diferenciação do tumor. Quanto mais pérolas córneas, mais ceratina presente, ou seja, mais bem 
diferenciado é o tumor (melhor prognóstico). 
 
 
 
 
Carcinoma Basocelular: 
 
❖ Neoplasia maligna da pele mais comum (75%). 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
6 
 
❖ Acomete mais adultos e idosos, acima da sexta década de vida. É comum em áreas expostas ao sol, 
sobretudo na face. 
❖ Possui malignidade local. Ou seja, não é esperado que apresente muitas metástases, por exemplo. 
Etiopatogênese: 
• Exposição crônica ao sol. 
• Imunossupressão. 
• Mutações genéticas → no reparo do DNA ou no gene PTC (gene supressor de tumor – essa mutação 
afeta a via de sinalização Hedghog. Isso induz uma proliferação celular anormal). 
Clínica: existem vários tipos, sendo o Nodular Ulcerativo o mais comum (45-60% dos casos). 
Macroscopia: 
❖ Lesão sólida e elevada – nódulo ou pápula. 
❖ Sua superfície externa possui aspecto brilhante/peroláceo. 
❖ São observados pequenos vasos aparentes = telangiectasias. 
Microscopia: 
❖ Proliferação de ninhos constituídos por células basaloides, com atipias discretas. Em sua periferia, é 
observado a chamada PALIÇADA PERIFÉRICA → presença de um colar de células neoplásicas ao 
redor no ninho, dispostas de forma paralela. 
❖ Na figura da direita, observamos a presença de um halo claro entre a lesão e a derme, característico 
de um carcinoma basocelular. 
 
 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
7 
 
 
Resposta: C. Crescimento lento, idade, formações peroláceas, finas telangiectasias etc. 
Neoplasias Melanocít icas da Pele: 
Melanócitos: 
❖ Células produtoras de melanina, encontradas na junção da derme com a epiderme. 
❖ Se originam das cristas neurais do embrião, durante a vida uterina. 
❖ Seu citoplasma é globoso, de onde partem prolongamentos responsáveis pela transferência de 
melanina para os queratinócitos. Os grânulos de melanina transferidos para os queratinócitos se 
situam na posição supranuclear, pois é nessa posição que os grânulos de melanina oferecem 
proteção máxima contra a radiação solar. 
Tumores dos Melanócitos e de Células Névicas: 
❖ São neoplasias benignas, com etiologia congênita ou adquirida. 
❖ São derivados da proliferação dos melanócitos. 
❖ BRAF/RAS: a ativação desses genes promove proliferação celular normalmente. Porém, nessa 
patologia, essa proliferação é contínua e ilimitada, o que leva à formação de lesões precursoras do 
melanoma ou do próprio melanoma. 
Classificação: 
• Nevos juncionais: a proliferação de células névicas 
forma ninhos entre a epiderme e a derme. 
• Nevos compostos: os ninhos são formados na junção 
dermo-epidermica e na derme subjacente. 
• Nevos intradérmicos: os ninhos são formados somente 
na derme. 
• Essas lesões podem evoluir, se tornando cada vez mais 
profundas. À medida que a lesão se aprofunda na pele, 
ela se torna mais elevada externamente/clinicamente. 
 
Macroscopia: 
❖ São lesões pigmentadas, podendo ser planas (juncionais) ou não. 
❖ Só é possível classificá-los após o exame histológico. Porém, na figura superior esquerda, 
observamos lesões planas e pigmentadas, logo provavelmente é um nevo juncional. As outras figuras 
são lesões elevadas, logo imaginamos que devem haver ninhos na derme. 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
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Microscopia: 
❖ Juncional: ninhos na junção dermo-epidérmica = na transição. 
❖ Composto: ninhos na junção e na derme. 
❖ Intradérmico: 
• A seta indica os ninhos localizados na derme (figura da direita) 
• À medida que as células névicas se aprofundam, elas amadurecem. 
Essa maturação é possível de ser observada na microscopia. As células 
mais superficiais são mais volumosas e com mais melanina, já as mais 
profundas são menores, com pouco ou nenhum pigmento e passam a 
formar cordões celulares (apontado pela seta). 
• A presença dos cordões é um sinal importante, uma vez que pode indicar 
a malignidade da lesão. 
• Diagnóstico diferencial: melanomas. Nos melanomas, não é possível 
observar com clareza essa maturação. Desde as células superficiais até 
as mais profundas, as células são grandes, com nucléolo evidente, 
grande quantidade de melanina e formando ninhos até a região mais 
profunda da pele. 
 
 
 
 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
9 
 
Nevo Displásico ou de Clark: 
❖ Está associada ao risco de melanoma. 
❖ Pode ocorrer na forma esporádica (lesão isolada e com melhor 
prognóstico) e na forma familial = SÍNDROME DO NEVO DISPLÁSICO 
(lesão autossômica dominante, lesões múltiplas e com pior prognóstico 
– evolução para melanoma). 
Macroscopia: lesão plana e com a periferia mais elevada, variação de 
tonalidade, lesão assimétrica, bordas irregulares e tamanho geralmente > 
5mm. 
 
Microscopia: semelhante a um Nevo Composto. 
• Os ninhos se agrupam = junção látero-lateral (setas pontilhadas). 
• As células que os compõem são atípicas, com núcleos irregulares 
e mais hipercorados. 
• A seta cheia aponta a presença de fibrose na derme. 
• Podem haver infiltrados mononucleares na derme. 
 
Melanoma: 
❖ Neoplasia maligna altamente agressiva, resultante da proliferação de melanócitos ativos. 
❖ Representa 3% das neoplasias malignas do organismo, sendo a neoplasia da pele mais letal. 
❖ Quando diagnosticada de forma precoce, consegue ser curada – importância do diagnóstico precoce. 
❖ Altas taxas de metástase. 
❖ Acomete, sobretudo, adultos entre 40-60 anos de idade. Os homens são mais acometidos que as 
mulheres (3:1). 
❖ Pode ocorrer em qualquer parte do organismo que contenha melanócitos (pele, olho, esôfago, 
meninges, mucosa oral etc), sendo mais comum na pele. 
❖ O mais comum é que surjam sem lesões pré-existentes = SURGIMENTO DE NOVO (sem lesão 
prévia). 
Fatores de risco: 
• Exposição à radiação UV → pode causar mutação das células; 
• Histórico familiar (8-15% dos casos); 
• Lesões precursoras do melanoma: Nevo Atípico/Displásico e Nevo Congênito Grande; 
• Melanoma prévio; 
• Imunossupressão; 
• Sensibilidade solar, como xeroderma pigmentoso; 
• Fatores genéticos: 
o Alterações no controle do ciclo celular (CDKN2A); 
o Ativação da proliferação celular (ativação do BRAF e do RAS e inativação do PTEN); 
o Mutações ativadoras da telomerase: ativando a telomerase, a enzima preserva os telômeros, que 
são pedaços de sequência de DNA que são perdidos à medida que as células ficam velhas, o que 
faz com que elas sofram apoptose. Essa ativação da telomerase aumenta a sobrevivência celular. 
❖ Nas imagens temos Nevos Congênitos, presentes ao nascimento do indivíduo. Esses Nevos são 
divididos em: 
1. Nevo Melanocítico Congênito Pequeno: até 1,5cm de diâmetro; 
2. Nevo Melanocítico Congênito Médio: 1,5-20cm de diâmetro (figura A); 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
10 
 
3. Nevo Melanocítico Congênito Grande: > 20cm de diâmetro e possui maior risco de associação 
com o melanoma (figura da B). 
 
Características clínicas: 
❖ ABCDE. 
 
❖ Assimetria da lesão: um lado é o espelho do outro? 
❖ Bordas irregulares: lesão benigna possui borda regular. O melanoma costuma possuir borda 
irregular. 
❖ Cor variável: mais de dois tons (marrom, vermelho, branco, enegrecida). 
❖ Diâmetro: as lesões com > 6mm são as mais preocupantes. 
❖ Evolução: aumento de tamanho de forma rápida; alterações na cor ou no formato; surgimento de 
prurido, dor e sangramento. 
 
PADRÕES DE CRESCIMENTO: 
❖ É dividido em duas fases: 
1. FASE 1 – CRESCIMENTO RADIAL OU IN SITU: 
❖ A proliferação dos melanócitos se localiza na epiderme, ou seja, crescimento horizontal sem invasão 
da derme. 
❖ A lesão tende a ser plana. 
 
 
2. FASE 2 – CRESCIMENTO VERTICAL OU INVASIVO: 
❖ A proliferação invade a derme, inclusive a derme profunda. 
❖ A lesão tende a ser abaulada/elevada. 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
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TIPOS DE MELANOMA:➔ LENTIGO MALIGNO MELANOMA: 
❖ 4% dos casos de melanoma. 
❖ Acomete sobretudo pacientes idosos, cronicamente expostos ao sol. Possui a face como principal 
localização. 
❖ Possui borda plana, com bordas irregulares, pigmentação 
variável e crescimento gradual. 
❖ Sua evolução é lenta. 
❖ Apresenta um crescimento radial, ou seja, horizontal (primeira 
fase) longo. 
❖ A sobrevida em 5 anos é alta (90%). 
❖ MICROSCOPIA: a seta indica melanócitos atípicos na região da 
junção dermo-epidérmica, o que indica que está na fase in situ. 
• Elastose do colágeno: a derme apresenta-se com coloração 
mais arroxeada. 
 
➔ MELANOMA EXTENSIVO SUPERFICIAL: 
❖ 70% dos melanomas, acometendo ambos os sexos. 
❖ Mulheres: MMII. 
❖ Homens: região do dorso. 
❖ Inicialmente apresenta-se na fase de crescimento horizontal. 
Posteriormente, evolui para um crescimento invasor. 
❖ Sobrevida de 70% em 5 anos. 
❖ Microscopia: lesão assimétrica, com bordas irregulares, com mais de 
dois tons de coloração. Lesão com mais de 6mm de diâmetro. 
❖ Microscopia: a seta cheia indica os melanócitos atípicos. Já a seta 
pontilhada nos mostra a disseminação pagetoide da lesão, ou seja, 
migração transepidérmica dos melanócitos atípicos. Eles migram para 
a região mais superficial da epiderme, além de invadirem a derme. 
 
 
 
➔ MELANOMA NODULAR: 
❖ Não apresenta fase de crescimento radial, apenas crescimento vertical. 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
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❖ Seu crescimento é vertical e rápido. Pode ulcerar. 
❖ Aparece, sobretudo, aos 40 anos de idade e acomete cabeça, tronco 
e pescoço. 
❖ Prognóstico variável. Pacientes diagnosticados antes do 
aparecimento das metástases possuem sobrevida de cerca de 50% 
em 5 anos. 
❖ MICROSCOPIA: a seta nos mostra uma lesão volumosa, com 
invasão da derme (crescimento vertical). Não há crescimento 
horizontal. 
 
 
➔ MELANOMA LENTIGINOSO ACRAL: 
❖ Mais comum em indivíduos afrodescendentes. 
❖ Acomete as regiões palmar, plantar, áreas ungueais e periungueais. 
❖ Possui crescimento rápido e ulcerativo – pior prognóstico. 
❖ Possui sobrevida de 10-15% em 5 anos. 
Legenda: 
A. Lentigo Maligno. 
B. Extensivo Superf icial. 
C. Nodular. 
D. Acral. 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL – Nevos VS. Melanoma: 
❖ ABCDE das características clínicas. 
❖ Maturação celular: no Nevo, as células da superfície e as mais profundas da derme são diferentes, 
de modo que as mais superificias são mais volumosas, podem ter núcléolos, são mais pigmentadas, 
se organizam formando ninhos. As células mais profundas são mais alongadas, formam fileiras de 
células, não são pigmentadas e não se organizam formando ninhos. Já no Melanoma, não há essa 
diferenciação. 
❖ Características citológicas: no Melanoma, observamos mais atipias. 
❖ Mitoses: presentes nos Melanomas. 
❖ Ulcerações: presentes nos Melanomas. 
❖ Disseminação pagetoide: migração transepidérmica, atingindo a epiderme. Presentes nos 
Melanomas. 
 
CRESCIMENTO: 
Nível de invasão e de espessura VS. Sobrevida em 5 anos: 
SISTEMA DE CLARK: de acordo com a camada da pele que está sendo afetada. 
I. Intraepidérmico (in situ) – 100%. 
II. Derme papilar – 72-92%. 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
13 
 
III. Até os vasos subpapilares – 46-65%. 
IV. Derme reticular – 31-54%. 
V. Gordura subcutânea – 12-48%. 
 
BRESLOW: medida em mm da espessura da lesão, sendo que nos tumores com menos de 0,76mm, não 
são esperadas metástases. Já naqueles com espessura > 1,5mm, as metástases são frequentes. 
• Entre 0,76-1,5mm, o comportamento é imprevisível. 
PROGNÓSTICO: 
1. Estadiamento. 
2. Espessura tumoral. 
3. Infiltração linfocítica tumoral → nas lesões mais superficiais, essa infiltração é mais evidente – o que 
indica o melhor prognóstico. Já nas lesões mais profundas, normalmente, está ausente. 
4. Sexo → as mulheres apresentam melhor prognóstico. 
5. Localização → melhor prognóstico na região das extremidades. 
6. Mitoses: se houver elevado índice mitótico do ponto de vista microscópico, o prognóstico é pior. 
7. Ulcerações: quando presentes, o prognóstico é pior, pois as ulcerações aumentam as chances de 
metástases. 
8. Regressão: quando presentes, indicam prognóstico pior. Áreas de ausência ou de redução do 
número de melanócitos malignos. 
9. Lesões satélites → maior risco de ocorrência de metástases. 
10. Biópsia de linfonodos sentinela (aqueles que drenam primeiro a área da lesão) → quando há 
metástase para o linfonodo sentinela, o prognóstico é pior. 
 
❖ Normalmente, ocorre em áreas de transição da 
substância cinzenta para a substância branca, pois é 
uma área mais vascularizada. 
❖ Para identificar que é uma metástase de um 
melanoma, devemos encontrar melanócitos na lesão, 
do ponto de vista histológico. 
 
Resposta: A. 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
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Sistema Tegumentar 
Principais Funções da Pele: 
❖ Revestimento: proteção mecânica/impermeabilização. 
❖ Defesa imunológica: agentes agressores internos e externos. 
❖ Regulação térmica: meio interno/meio externo. Secreção de líquidos e de eletrólitos. 
❖ Excreção de toxinas. 
Histologia da Pele: 
❖ Epiderme. 
❖ Derme: tecido conjuntivo. Dividida em derme papilar (logo abaixo da epiderme) e derme reticular. 
Epiderme: quanto mais superficial está a célula, maior é a sua diferenciação. 
• Camada Basal: fileira de células pequenas e redondas, que ficam na porção mais inferior da 
epiderme, em contato com a lâmina basal. Onde ficam localizados os melanócitos. 
• Camada Espinhosa: camada mais espessa da pele. 
• Camada Granulosa: grânulos de ceratohialina. 
• Camada Córnea: células anucleadas. 
 
❖ Resposta: B. Mácula plana e acrômica, caracterizada pela ausência de melanócitos, com perda total 
da pigmentação. A placa é uma lesão sólida, elevada e plana, com mais de 1cm de diâmetro. Eritema 
é uma lesão de cor avermelhada, mais ou menos intensa, em decorrência de afluxo maior de sangue 
arterial consequente à hiperemia ativa (dilatação de arteríolas). 
 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
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❖ Resposta: A. Os cistos são caracteristicamente revestidos por epitélio. Quando há uma estrutura de 
aspecto cístico, que são revestidas, por exemplo, por fibrose ou por células inflamatórias, não se pode 
tratar dessa estrutura como um cisto, mas sim como um pseudocisto. 
 
❖ Quando as vesículas são maiores de 1cm, chamamos de bolhas. Quando as pústulas possuem mais 
de 1cm, chamamos de abcesso. 
 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
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❖ Resposta: B. Não é bolha, pois tem menos de 1cm, não é nódulo, pois o conteúdo é líquido e não é 
pústula, pois o conteúdo não é pus. 
 
❖ Resposta: A. Seria pápula se tivesse menos de 1cm. A telangectasia é uma dilatação de capilares, 
vênulas ou arteríolas, que se tornam visíveis na superfície da pele ou da lesão. 
 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
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❖ Resposta: C. A lesão descrita é típica do carcinoma 
basocelular, bem como a histologia encontrada. Proliferação 
de ninhos de células basaloides com atipias discretas e arranjo 
em ‘paliçada’ na periferia. 
 
 
❖ Na ceratose actínica, seria esperada a presença de 
numerosas pápulas ceratóticas (aspecto áspero) em áreas 
expostas. 
❖ No carcinoma de células escamosas, espera-se lesões mais ulceradas, com bordas irregulares, 
enduradas. 
❖ Na Doença de Bowen, espera-se tipicamente uma placa vermelho-fosca de contornos irregulares, 
podendo ser coberta por escamas ou crostas. 
 
 Crosta: placa irregular superficial que se forma pelo ressecamento de 
exsudato de células e serosidade. Vesículas que estouraram e liberaram líquido, o qual ressecou. 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
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 Lesão crônica. Liquenificação: pele áspera e espessa, com 
acentuação dos sulcos cutâneos, dando aspecto quadriculado (associa-seà fricção). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
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Patologia dos Linfomas 
Aspectos de Normalidade: 
Hematopoese: 
❖ Na medula óssea, temos a célula-tronco hematopoiética pluripotente, que apresenta duas 
propriedades necessárias para manter a hematopoese: 
1) Pluripotência: capacidade de uma única célula pluripotente gerar todas as células 
hematopoiéticas maduras. 
2) Capacidade de auto-renovação: quando essa célula se divide, pelo menos uma célula-filha se 
compromete com a capacidade de auto-renovação, o que é importante para evitar a depleção das 
células-tronco. 
❖ Duas possíveis linhagens: 
• Linhagem de células linfoides: dá origem aso linfócitos. 
• Linhagem de células mieloides: eritrócitos, granulócitos, monócitos e plaquetas. 
Órgãos Linfoides: 
❖ Primários: ocorre a diferenciação de células linfoides a partir dos precursores hematopoiéticos. 
❖ Ex: medula óssea e timo. 
❖ Dependendo se é linfócito B ou T, cada um se torna maduro em um determinado local. O precursor 
linfoide T sai da medula óssea e migra para o timo, onde sofre maturação e origina um linfócito T 
maduro. Já o linfócito B, continua a maturação na própria medula óssea. Logo, o local de onde os 
linfócitos saem maduros são os órgãos linfoides primários. Uma vez maduros, os linfócitos B e T 
circulam e se alojam nos órgãos linfoides periféricos (secundários). 
❖ Secundários: linfonodos, baço, placa de Peyer e tecidos linfoides associados à mucosa. Nesses 
órgãos, as células se alojam e podem se proliferar caso exista algum estímulo antigênico ou caso haja 
um processo neoplásico. 
Descrição de um Linfonodo: 
❖ Órgãos ovalados, constituídos por tecido linfoide e 
revestidos por cápsula fina, que se situam ao longo 
do trajeto dos vasos linfáticos. 
❖ O linfonodo possui uma área em que existe uma 
espécie de reentrância, chamada de hilo do 
linfonodo, onde entram as artérias, saem as veias e 
penetram os vasos linfáticos eferentes. A sua porção 
contralateral é uma área mais abulada, revestida por 
uma capsula fina e é a região onde penetram os 
vasos linfáticos aferentes. 
❖ Logo abaixo dessa fina capsula, dividimos o 
linfonodo em córtex e medula. O córtex é dividido em 
duas porções: córtex interno e córtex externo. 
• Externo: estruturas esféricas, chamadas de nódulos linfoides ou corticais, constituídos 
predominantemente por linfócitos B. 
• Interno ou paracortical: não possui nódulos linfoides. Predominam os linfócitos T. 
❖ Medula: linfócitos, macrófagos e fibras reticuladas. 
❖ Processos reacionais: se temos estímulo que gera resposta de linfócitos B, como a produção de 
anticorpos, esperamos encontrar o aumento dos nódulos linfoides. 
❖ Se temos padrão de resposta imunitária que gera linfócitos T, como resposta celular, esperamos um 
aumento da região paracortical (córtex interno). 
 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
20 
 
❖ No geral, nas neoplasias, a arquitetura dos linfonodos está alterada. 
❖ Clínica: aumento do número de linfonodos deve nos chamar atenção para um processo neoplásico 
ou metastático. Normalmente, as linfoadenopatias são benignas, ou seja, decorrem de um processo 
reacional. Porém, em algumas circunstâncias é necessário fazer biópsia. 
Motivações de Biópsia: 
❖ Linfonodos em região supraclavicular e escalênica. 
❖ Presença de linfonodomegalia presente por mais de 4 a 6 semanas é preocupante, pois os processos 
benignos reacionais tendem a ser autolimitados. 
❖ Linfonodos com mais de 2cm de diâmetro são mais preocupantes. Até 1cm, não esperamos que sejam 
malignos. 
❖ Linfonodos de consistência endurecida são mais preocupantes. 
❖ Linfonodos neoplásicos podem estar aderentes a planos profundos. Caso o linfonodo aumentado 
tenha mobilização reduzida, é mais preocupante. 
❖ Presença de dor indica crescimento rápido, que provocou distensão da capsula do linfonodo, logo 
está mais associada a causas infecciosas e inflamatórias. Assim, não esperamos que esteja 
associado a um processo inflamatório. 
❖ Presença de fistula cutânea, com saída de material caseoso, ocorre mais em processo inflamatórios. 
Não é esperado que isso ocorra em processos neoplásicos. 
Linfomas: 
❖ Neoplasias primárias do tecido linfoide. 
❖ Uma célula em determinado ponto de desenvolvimento sofre alteração, como ativação de oncogenes 
ou alteração de gene supressor de tumor, que leva à proliferação exagerada dessa célula alterada, 
chamada de expansão clonal atípica. 
❖ Essas células proliferadas muitas vezes guardam características do ponto de vista morfológico, 
imunológicas e funcional, com as células das quais elas se originaram, o que é importante para 
classificação do ponto de vista imunohistoquímico. 
❖ Quando falamos de linfomas, nos referimos às neoplasias que surgem nos linfonodos ou em tecidos 
linfoides extranodais, como pele, estômago e SNC. 
❖ Leucemia x Linfoma: refletem apenas a distribuição tecidual de cada doença, no momento de sua 
apresentação. 
• Leucemia: neoplasia que apresenta amplo acometimento da medula óssea e em geral, mas não 
sempre, do sangue periférico. 
• Linfoma: proliferações que surgem como massas teciduais no momento de apresentação da 
doença. Alguns linfomas podem ter manifestações leucêmicas, acometendo medula óssea e 
sangue periférico. 
• Alguns tumores são idênticos às leucemias, mas tem origem como massas em partes moles, não 
sendo acompanhado por doença na medula óssea. 
Etiopatogênese dos Linfomas: 
❖ Idade: aumenta a incidência a partir dos 40 anos de idade. Já os linfomas de Hodgkin ocorrem mais 
entre 10 a 30 anos. O segundo pico seria em paciente mais idosos. A maioria dos linfomas acomete 
homens, exceto os linfomas de grandes células B primário do mediastino, que acometem mais 
mulheres jovens. 
❖ Etnia e hereditariedade: controversos. Alguns estudos mostram aumento do risco em parentes de 
pessoas que tiveram leucemia linfoide crônica. 
❖ Fatores genéticos: algumas doenças genéticas que promovem instabilidade genômica. Além disso, 
podemos citar translocações cromossômicas, ativação de oncogenes, inativação de genes 
supressores de tumor etc. 
❖ Infecções virais: conhecemos 3 vírus linfotrópicos. Vírus EBV (Epstein-Bar), vírus da leucemia de 
células T humana (HTLV1) e herpes vírus 8 (HHV 8). 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
21 
 
❖ Alterações da estimulação imune: doenças autoimunes, infecções (infecção causada por H. pylori, 
associada ao desenvolvimento de linfoma gástrico). 
❖ Imunodeficiência e imunossupressão: caso de pacientes com HIV. A desregulação de células T 
causa hiperplasia sistêmica de células B do centro germinativo, o que se associa a uma chance 
aumentada de linfoma de células B do tipo centro germinativo. 
❖ Estilo de vida: tabagismo e obesidade. 
❖ Exposição a carcinógenos: pacientes expostos do ponto de vista ocupacional e ambiental. 
Classificação: 
❖ Histórico de controvérsias. As mais antigas eram baseadas na morfologia das células e no padrão de 
crescimento do tumor. 
❖ Atualmente, utiliza-se a nomenclatura utilizada pela OMS, que leva em conta aspectos clínicos, 
histopatológicos, imunológicos, citogenéticos e moleculares. 
❖ Importância da classificação: terapêutica, prognóstico e investigação (pesquisa científica). 
Neoplasias de Células B: 
❖ Células B precursoras e imaturas ou células B periféricas (maduras). 
Neoplasias de Células T e NK: 
❖ Quando originadas das células linfoides T, podem ser precursoras imaturas ou maduras. Quando 
falamos das NK, as células são periféricas (maduras). 
Linfoma de Hodgkin: clássico ou do tipo predominância linfocítica nodular. 
Clínica: 
❖ Maneira heterogênea. 
❖ Quando consideramos quase todos os linfomas de Hodgkin ou 2/3 dos linfomas não-Hodgkin, eles se 
apresentam com linfonodos aumentados, podendo a linfoadenopatia ser localizadaou generalizada, 
superficial ou profunda. 
❖ Caso o linfonodo seja palpável, ele possui consistência aumentada, mobilização reduzida, é indolor e 
aumenta com o tempo, estando presente a mais de 4 a 6 semanas. O linfonodo aumentado pode ser 
sensível à palpação ou pode ser mais profundo, como no hilo pulmonar, em que o paciente pode 
apresentar dispneia. 
❖ Cerca de 1/3 ou 40% dos linfomas não-Hodgkin se iniciam em sítios extranodais, como a pele, o 
estômago e o cérebro. Nesse caso, a sintomatologia está associada ao local de comprometimento, 
podendo o paciente ter manifestação gástrica, cutânea ou neurológica. 
❖ Os linfomas podem dar manifestações gerais, chamados de sintomas B: 
• Febre vespertina, sem outra causa aparente, superior a 38 graus. 
• Sudorese noturna abundante. 
• Perda de mais de 10% do peso em menos de 6 meses, sem que haja causa aparente. 
❖ Alguns autores incluem o prurido como dentro das manifestações B, mas isso não é considerado por 
todos. Ele está presente principalmente nos linfomas Hodgkin e em algumas neoplasias linfoides T 
ou NK, em que podemos encontrar eosinófilos que se associam a esse prurido. 
❖ Muitos desses sintomas B se associam às citocinas produzidas pelos linfomas. A presença desses 
sintomas B se associa ao estadiamento da doença. 
Divisão: 
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Linfoma de Hodgkin: 
❖ 1/3 de todos os linfomas. 
❖ Esperamos que surjam em 1 linfonodo ou em uma cadeia de linfonodos. 
❖ Disseminação de forma contígua. Ex: cervical, supraclavicular, mediastinal etc. 
❖ Acometimento extranodal pouco comum. 
Linfoma Não Hodgkin: 
❖ Cerca de 2/3 de todos os linfomas. 
❖ Disseminação imprevisível, pode ser de forma não contígua. 
❖ Frequentes sítios extranodais 
❖ Acometimento de múltiplos linfonodos periféricos. 
❖ Anel de Waldeyer e linfonodos mesentéricos. 
Clínica dos Linfomas: 
❖ Naqueles com formas leucêmicas: caso haja infiltração da medula óssea, espera-se supressão da 
hematopoese, com sinais e sintomas associados a essa supressão. Naqueles pacientes com 
comprometimento do baço e do fígado, podemos ter esplenomegalia e hepatomegalia. 
Diagnóstico: 
❖ Anamnese e exame físico rigorosos. 
❖ Hemograma completo. 
❖ Velocidade de hemossedimentação. 
❖ Análises bioquímicas de fígado e rins. 
❖ Exames de imagem: raio X de tórax, TC de tórax, abdome, pelve. 
❖ PETScan, cintilografia. 
❖ Biópsia: a biópsia do linfonodo deve ser utilizada para estudo histopatológico, confirmação 
diagnóstica, imuno-histoquímica, exames moleculares e genéticos, pois auxiliam no diagnóstico 
preciso do tipo de linfoma que o paciente possui. 
 
 
 
 
 
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Estadiamento dos Linfomas - Sistema de Ann-Arbor: 
 
Estágio I: 
❖ Paciente com 1 linfonodo ou grupos de linfonodos comprometidos. 
Estágio II: 
❖ Mais de um linfonodo ou grupo comprometido, porém do mesmo lado do diafragma. Ambas as cadeias 
se situam acima do diafragma. 
Estágio III: 
❖ Linfonodos comprometidos em ambos os lados do diafragma E/OU acometimento do baço, mesmo 
que o os linfonodos afetados estejam abaixo do diafragma. 
Estágio IV: 
❖ Doença disseminada, infiltrando outros órgãos, como medula óssea e fígado. 
 
❖ Ex: 1B: paciente com 1 linfonodo ou 1 grupo de linfonodos acometido, com febre, sudorese, noturna 
e emagrecimento. 
❖ Letra X indica pior prognóstico. 
Prognóstico: 
❖ Estadiamento: muito importante, principalmente nos linfomas de Hodgkin. Nos linfomas não-Hodgkin 
ele também é importante, porém devemos considerar outros fatores, como fatores de risco clínico, 
que podem indicar uma pior evolução dos pacientes. Ao conjunto desses fatores, damos o nome de 
índice prognóstico. Para cada 1 deles, atribuímos um número/pontuação, para que possamos 
classificar o paciente como prognóstico muito bom, bom ou ruim ou em paciente de grupo de risco 
baixo, intermediário ou alto. 
❖ Fatores avaliados que indicam pior evolução: 
• Idade igual ou maior a 60 anos; 
• Níveis elevados de LDH; 
• Estado de desempenho maior ou igual a 2 (escala que mede a atividade do paciente: de atividade 
normal até restrito ao leito, muito debilitado etc); 
• Mais de um local de acometimento extranodal; 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
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• Hb <12G/Dl. 
❖ Pacientes com longa sobrevida após o tratamento: maior risco de desenvolvimento de outras 
neoplasias, como alguns tipos de leucemias. 
Linfomas Não-Hodgkin: 
❖ São mais comuns quando comparados aos linfomas de Hodgkin. 
❖ Representam 2/3 dos linfomas. 
❖ Em sua maioria, se originam dos linfócitos B e em 2/3 dos casos surgem em linfonodos, mas em 30 
a 40%, surgem em sítios extranodais. 
❖ Possuem características clinicas que dependem do subtipo histológico. 
❖ Podem ser agrupados em 3 grandes grupos: indolentes, agressivos e altamente agressivos. 
Indolentes: 
❖ Mais comuns em idosos. 
❖ Raros em jovens e praticamente inexistentes em crianças. 
❖ Evolução arrastada, muitas vezes em anos. A doença já pode estar disseminada ao diagnóstico. 
❖ As células que compõem esses linfomas têm aspecto de linfócitos maduros. Poucas figuras de mitose 
são observadas (índice proliferativo baixo), por isso ele possui pobre resposta ao tratamento. 
❖ Paradoxo prognóstico: possuem bom prognóstico, mas não respondem bem ao tratamento, pois 
possuem índice proliferativo baixo. Logo, muitas vezes eles são incuráveis. O paciente convive muitos 
anos com a doença, mas não se cura dela. 
❖ Principais representantes: linfoma linfocitico crônico e linfoma folicular. 
Agressivos: 
❖ Mais frequentes em adultos. 
❖ Curso clínico agressivo. 
❖ Precisa de diagnóstico e tratamento adequado rápido, pois pode levar o paciente ao óbito em um 
curto período de tempo. 
❖ O comprometimento da medula óssea e a leucemização são incomuns. 
❖ Resposta terapêutica relativamente boa quando submetido à quimioterapia agressiva. Sobrevida: 60 
a 80% dos pacientes. A boa resposta terapêutica se deve ao fato de a lesão ser caracterizada pela 
proliferação de células volumosas, com elevado índice mitótico. 
❖ Principais representantes: linfoma difuso de grandes células B. 
Altamente agressivo: 
❖ Mais comum em crianças. 
❖ Curso clinico altamente agressivo e rápido: pode levar à morte em poucas semanas, meses ou dias. 
❖ Podemos ter emergência do ponto de visto hematológico. 
❖ Comprometimento do SNC, medula óssea ou leucemização são comuns. 
❖ Boa resposta terapêutica quando submetido à quimioterapia agressiva. 
❖ Células de tamanho intermediário e número de proliferação celular muito alto, com muitas células em 
mitose. 
❖ Principais representantes: Linfoma de Burkitt, Leucemia/Linfoma linfoblástico. 
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❖ Nos linfomas não-Hodgkins, os pacientes podem apresentar os sintomas B: febre maior que 38°, 
sudorese noturna e perda de peso > 10% em menos de 6 meses. Devemos também pensar no 
estadiamento, mas outros fatores, como o subtipo em relação à condição clínica (indolente, agressivo 
ou altamente agressivo) e os fatores relacionados aos fatores prognósticos, são mais importantes. 
Indolentes: 
Leucemia Linfocítica Crônica/Linfoma Linfocítico Crônico: 
❖ O linfoma linfocítico crônico apresenta uma interface com a leucemia linfocítica crônica, pois se 
diferem apenas no grau de linfocitose no sangue periférico. 
❖ A maioria se apresenta como leucemia, com grau de linfocitose > 5.000 células por mm3. 
❖ O linfoma linfocítico crônico representa apenas 4% dos linfomas não Hodgkins. 
❖ Quando o paciente possui apenas um tumor sólido, com menos de 5.000 linfócitos por mm3 e não 
possui citopenia, consideramos a doença como linfoma linfocítico. 
❖ Afeta pacientes com média de idade entre 60 e 65 anos. Especialmente homens. Quando na sua 
forma leucêmica, é a leucemia mais comum em adultos. 
❖ A célula que dá origema essa lesão é um linfócito B circulante, maduro. 
Clínica: muitas vezes assintomático. 
❖ Fadiga, perda de peso, anorexia, linfoadenopatia generalizada e hepatomegalia, anemia hemolítica e 
trombocitopenia. 
❖ Sangue periférico: varia de leucopenia à 200.000/mm3. 
❖ Sobrevida média varia entre 4 a 6 anos. Na maioria das vezes, ele não tem cura, pois não responde 
bem ao tratamento quimioterápico. 
❖ Devido a mutações adicionais, pode haver transformação do linfoma indolente para um linfoma de 
alto grau, se transformando, principalmente, em um linfoma difuso de grandes células B, chamada 
Síndrome de Ritchter. Isso se associa a um pior prognóstico, reduzindo a sobrevida dos pacientes. 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
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❖ Figura à esquerda: leucemia linfocítica crônica. Imagem da medula óssea. 
❖ Figura à direita: linfoma linfocítico crônico. Imagem de um linfonodo. 
❖ Leucemia linfocítica crônica: medula de um paciente com 60 anos, logo ela está muito celular. Era 
esperado que tivesse uma quantidade maior de tecido adiposo. O aumento da celularidade se deve 
ao aumento da população de linfócitos. 
❖ Linfoma linfocítico crônico: alteração da arquitetura do linfonodo. Não conseguimos ver córtex 
externo com folículos linfoides, córtex interno e medula. O que está alterando a arquitetura do 
linfonodo é a presença de muitos linfócitos. Não enxergamos figuras de mitose, pois espera-se que o 
índice proliferativo dessa lesão seja baixo. Poderíamos encontrar centros proliferativos, que são 
linfócitos maiores, com nucléolos evidentes, que se dispõem em estruturas parecidas com os folículos 
linfoides, porém são pequenas, chamadas de pseudofolículos. Quando essa alteração é observada, 
ela é patognomônica do diagnóstico de leucemia linfocítica crônica/linfoma linfocítico crônica. 
Linfoma Folicular: 
❖ Considerando os Linfomas Não-Hodgkins, ele é o segundo mais comum. Afeta homens e mulheres, 
por volta dos 60 anos. 
❖ A célula B linfoide do centro germinativo dá origem a essa lesão. 
❖ Translocações cromossômicas, sendo que em 90% dos casos é encontrada a translocação dos 
cromossomos 14 e 18, o que gera a superexpressão de uma proteína chamada de BCL2, que é uma 
proteína anti-apoptótica. Sendo assim, as células não sofrem morte celular, o que aumenta a 
sobrevida dessas células. 
❖ Clínica: linfoadenopatia generalizada indolor. Em 85% dos casos, pode haver comprometimento da 
medula óssea. Pode haver também comprometimento da polpa branca do baço e das tríades portais 
hepáticas. Muitas vezes no momento do diagnóstico, o estádio já é avançado. 
❖ Sobrevida média de 7 a 9 anos, porém é incurável. 
❖ Pode se transformar em linfoma de alto grau, nesse caso em linfoma difuso de grandes células B (25 
a 50% dos casos). 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
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❖ Caso o baço seja afetado, esperamos encontrar o baço com nódulos evidentes, que representam 
folículos da polpa branca expandidos pelo linfoma folicular. 
❖ A arquitetura do linfonodo está alterada. 
❖ Grande número de agregados nodulares, presentes em todo o linfonodo e não apenas no córtex 
externo. Esses folículos estão formados por pequenas células linfoides, com cromatina condensada 
e com contornos irregulares ou clivados, chamados centrócitos. Em meio a esses centrócitos, 
podemos encontrar células maiores com nucléolos evidentes, chamadas de centroblastos. 
Agressivos: 
Linfoma Difuso de Grandes Células B: 
❖ Linfoma mais comum (30 a 40% dos linfomas não Hodgkin). 
❖ Afeta mais homens do que mulheres. Pico na 6ª década de vida. 
❖ As células centrofoliculares e células B ativadas pós-centro germinativo dão origem a essa 
lesão. 
❖ Heterogeneidade nas alterações genéticas. 
❖ Desregulação de BCL-6: hiperexpressão dessa proteína, que mantém as células B no estado não 
diferenciado e no estado proliferativo. Podemos ter alteração em outros genes. 
❖ Apresentação: primário ou transformação de linfomas menos agressivos (Síndrome de Ritchter). 
❖ Espera-se uma massa em crescimento acelerado (nodal ou extranodal), com acometimento mais 
tardio da medula óssea. 
❖ Rapidamente fatais se não tratados. 
❖ Cura em 40 a 50% dos casos. 
 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
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❖ Caso haja acometimento do baço pelo linfoma difuso de grandes células B, tem-se a presença de 
uma grande massa tumoral branca isolada. 
❖ Proliferação de grandes células (surge a partir de células B). Essas células possuem 3 a 4 vezes o 
tamanho de um linfócito maduro. Cromatina frouxa e nucléolo evidente. Presença de figuras de 
mitose. 
❖ O estudo imunohistoquímico pode ajudar para saber o perfil de expressão de antígenos nas células 
tumorais, ajudando no diagnóstico. 
Altamente Agressivos: 
❖ Se não forem diagnosticados rapidamente ou tratados rapidamente, o paciente pode evoluir a óbito 
em um curto período de tempo. 
Linfomas/Leucemias Linfoblásticas Agudas (LLA): 
❖ Tipo de câncer mais comum em crianças. 
❖ Pode derivar de linfócitos B e linfócitos T. 
❖ Espera-se que ocorra em pacientes abaixo de 15 anos de idade. 
❖ Na forma leucêmica, espera-se acometimento da medula óssea de crianças com 3 anos, pela 
proliferação de células B imaturas. 
❖ Na forma de linfoma, ou seja, massa tecidual, espera-se que a doença acometa adolescentes e que 
seja constituída por células T, manifestando-se como massas tímicas. 
❖ Na faixa etária dos adolescentes, o timo assume o seu maior tamanho, logo ela é mais comum nessa 
faixa etária. 
❖ Leucemia: alterações estruturais ou numéricas nos cromossomos (90%). 
❖ Doença de início abrupto, pancitopenia, dor óssea, linfadenopatia generalizada, 
hepatoesplenomegalia, envolvimento testicular, manifestações neurológicas (as meninges podem ser 
afetadas). 
❖ No caso de linfomas linfoblásticos, temos uma doença que se manifesta como uma massa tímica de 
rápido crescimento. 
❖ 90% de remissão completa após quimioterapia agressiva. 75 a 85% de cura. Melhor índice de 
tratamento. 
❖ Quando a doença se manifesta como linfoma, temos que lembrar do estadiamento de Ann-Arbor. 
Quando se manifesta como leucemia, temos que levar em consideração outros fatores prognósticos: 
• Melhor quando o paciente tem 2 a 10 anos, baixa contagem de blastos e translocações 
cromossômicas favoráveis. 
• Pior prognóstico: idade inferior a 2 anos, translocações desfavoráveis, aparecimento na 
adolescência ou na fase adulta e contagem de blastos superior a 100.000 blastos no sangue 
periféricO, por mm3. 
❖ Na leucemia linfoblástica aguda, a medula é hipercelular. No linfoma linfoblástico agudo, é observado 
uma massa tímica. 
 
❖ As células tumorais apresentam citoplasma escasso, basofílico, com cromatina delicada e finamente 
pontilhada Nucléolos pequenos. Elevado índice mitótico. 
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❖ As vezes pode aparecer o aspecto em céu estrelado (à medida que as células se proliferam, outras 
morrem, dando origem a células tumorais apoptóticas). Os macrófagos acabam digerindo esses 
restos apoptóticos, aparecendo uma área mais clara no tumor. Esse aspecto não está evidente nessa 
figura. 
Linfoma de Burkitt: 
❖ Índice proliferativo extremamente alto. Pode alcançar 100% das células. Por isso, caso seja 
diagnosticada e tratada de forma adequada, geralmente é uma lesão que responde bem à 
quimioterapia. 
❖ Acomete crianças e adultos jovens. 
❖ A célula precursora é um linfócito B maduro do centro germinativo. 
❖ Na maioria das vezes, se manifesta como lesão extranodal. 
❖ Pode se apresentar em 3 formas: 
• Endêmica: acomete especialmente pacientes da África equatorial e se manifesta do ponto de 
vista clinico, como massa que acomete ossos da face, especialmente na região mandibular. 100% 
desses pacientes tem relação com infecção pelo vírus EBV. 
• Esporádico: massa em íleo terminal/ceco e peritônio. 30 a 70% de associação como vírus EBV. 
• Associado ao HIV: 25 a 100% de associação com o vírus EBV. 
❖ Translocações do oncogene MYC no cromossomo 8. 
❖ Muito agressivos. 
❖ Boa resposta à quimioterapia. 
 
❖ Massa acometendo região mandibular. Linfoma de Burkitt em sua forma endêmica. 
❖ Infiltrado difuso caracterizado pela proliferação de células linfoides de tamanho médio, monomórficas, 
com núcleos redondos, nucléolos pequenos, citoplasma basofílico, com elevado nível mitótico. 
Numerosos macrófagos, que fagocitam restos celulares, dando aspecto claro no meio da massa 
tumoral. Isso é chamado de céu estrelado. 
Linfomas de Hodgkin: 
❖ Doença que surge em 1 linfonodo ou em uma única cadeia. 
❖ Disseminação contígua. 
❖ Acometimento extranodal pouco comum. 
❖ Neoplasia linfoide, em que há proliferação de células atípicas (células de Reed-Sternberg ou 
variantes RS) imersas em substrato de aspecto inflamatório. 
❖ 1/3 dos linfomas humanos. Distribuição bimodal. Pico em adultos jovens e em pacientes idosos. 
❖ Clínica: linfadenopatia indolor. Disseminação contígua. Presença ou não dos sintomas B (febre, 
sudorese noturna, perda de peso > 10% em menos de 6 meses), prurido. 
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❖ Resposta: D. O fato de estar aderido aos planos profundos e ser indolor é um sinal de alerta para 
malignidade. Acometimento da cadeia cervical e dos linfonodos mediastinais. A minoria dos casos 
de Linfoma de Hodgkin causa dor após a ingestão de bebida alcoólica, mas isso ajuda no 
diagnóstico. 
Patogênese: 
 
❖ Vírus EBV está muito relacionado ao linfoma de Hodgkin. 
 
❖ Célula RS e variantes: célula grande, citoplasma amplo, binucleada e presença de 2 nucléolos. 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
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❖ Célula lacunar: apenas 1 núcleo. 
❖ Células em pop corn: mais irregular. 
 
❖ Resposta: B. Celularidade mista que contém várias células diferentes, inclusive eosinófilos. 
Linfoma de Hodgkin Clássico: 
• Esclerose Nodular (mais frequente). 
• Celularidade mista. 
• Rico em linfócitos. 
• Depleção linfocitária. 
Linfoma de Hodgkin não Clássico: Linfoma de Hodgkin com predominância linfocitica nodular (5% dos 
Linfomas de Hodgkin). 
 
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❖ Painel imunohistoquímico: no passado, os linfomas eram descritos somente a partir da histologia, 
mas hoje é imprescindível a realização do exame de imuno-histoquímica. Busca pela presença de 
antígenos, que nos favorecem no diagnóstico dos linfomas. 
 
❖ Resposta: C. Não existem células de Reed-Sternberg em linfomas não-Hodgkin. O linfoma de 
Hodgkin mais comum é do tipo esclerose nodular, geralmente afetando jovens e envolvendo 
linfonodos cervicais, supraclaviculares e mediastinais. O subtipo celularidade mista é o segundo mais 
comum. 
 
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia VI 
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❖ Nódulo de células inflamatórias envolto por faixa de fibrose, por isso o nome esclerose nodular. 
 
 
❖ Variante de célula pop corn, encontrada nesse tipo de linfoma. 
 
❖ Resposta: D. O subtipo depleção linfocitária possui pior prognóstico e é o menos frequente. Os 
linfomas de Hodgkin possuem origem nos linfócitos B (as células de Reed-Sternberg possuem origem 
nas células B). 
 
 
 
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Sistema Osteomuscular 
Doenças Ósseas Endócrinas, Metabólicas e Infecciosas 
Anatomia Óssea: 
❖ O osso pode ser longo, laminar, curto etc. 
❖ Na figura, temos o fêmur, que é um osso longo. As extremidades são 
chamadas de epífise. O cilindro ósseo central é chamado de diáfise e 
a porção entre a epífise e a diáfise é chamada de metáfise. 
❖ A porção mais externa da diáfise é a cortical óssea, em que as 
trabéculas ósseas estão mais compactas, formando verdadeiros 
cilindros ósseos. A porção mais central é chamada de medular e 
também possui trabéculas ósseas, porém elas estão mais separadas 
umas das outras, formando um emaranhado onde conseguimos 
identificar a medula óssea. 
❖ O osso ajuda na sustentação, no formato do corpo, na proteção de 
órgãos vitais e no metabolismo, pois ele é um reservatório de vários 
íons. 
Constituição: 
❖ Matriz inorgânica: cálcio, fósforo, sódio, magnésio, potássio, citrato e bicarbonato. 
❖ Matriz orgânica: fibras colágenas do tipo I e V, substância fundamental amorfa e outras proteínas. 
Células: osteoprogenitoras, osteoblastos, osteócitos e osteoclastos. 
Histofisiologia Óssea: 
❖ Na porção central, temos uma trabécula óssea. O tecido amarelado em volta é o mesênquima, onde 
encontramos células com formato estrelado, que são as células osteoprogenitoras. A função dessas 
células é dar origem aos osteoblastos. 
❖ Os osteoblastos são células mononucleadas que se situam na superfície da trabécula ou da matriz 
óssea. Eles produzem matriz óssea (produzem as proteínas que formam a matriz óssea). À medida 
que ele produz a matriz, ele é englobado por essa matriz, dando origem ao osteócito. O osteócito 
capta os estímulos mecânicos do movimento e transforma esses estímulos mecânicos em sinais 
químicos, para que seja produzida a matriz. Ele também auxilia na regulação de íons. 
❖ O osteoblasto depois que para de produzir a matriz óssea também pode continuar na superfície da 
trabécula ou da matriz óssea, na forma de um osteoblasto mais achatado, chamado de osteoblasto 
de superfície. 
❖ Os osteoclastos são células gigantes 
multinucleadas que ficam na superfície da 
trabécula. É derivado de um monócito e 
possui como principal função a reabsorção 
óssea, logo ele digere matriz. 
❖ A matriz óssea mais periférica está 
amarelada, pelo fato de ser recém-
formada, que ainda não deu tempo de ser 
mineralizada (contém apenas proteínas). 
Isso é chamado de osteoide. A matriz 
óssea mineralizada é chamada de matriz 
óssea madura, representada pela 
coloração mais escura. 
 
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❖ O tecido mais claro nos mostra a região do mesênquima. A seta pontilhada nos mostra uma célula 
osteoprogenitora. A área mais escura é a área de matriz óssea. Onde está destacado com um 
retângulo, temos uma área de matriz óssea madura, onde encontramos proteínas e íons. 
 
❖ O círculo cheio aponta um osteoblasto, mais globoso, logo é produtor de matriz. 
❖ O círculo pontilhado nos mostra um osteoblasto achatado, chamado de osteoblasto de superfície. 
❖ A seta cheia aponta um osteócito. 
❖ O retângulo pontilhado delimita um osteoclasto, que é uma célula gigante. 
❖ Entre o osteoclasto e a matriz óssea, existe uma lacuna apontada pelas estrelinhas. Essa lacuna é 
chamada de Lacuna de Howship, que é a área onde o osteoclasto joga suas enzimas para que a 
matriz óssea seja digerida, formando uma depressão. 
 
❖ A região mais clara nos mostra a área de mesênquima. 
❖ Apontado com uma seta pontilhada, temos a célula 
osteoprogenitora. A área mais roxeada é a área de 
matriz óssea. 
❖ O retângulo delimita área de matriz madura. 
❖ A seta cheia aponta o osteócito. 
❖ O círculo cheio nos mostra um osteoblasto ativo, pois 
ele possui formato globoso, arredondado. 
❖ O círculo pontilhado nos mostra um osteoblasto 
achatado, de superfície. O retângulo pontilhado mostra 
um osteoclasto. Ele está apenas com um núcleo, porém 
é multinucleado (nível do corte). As estrelas nos 
mostram a Lacuna de Howship. 
Remodelagem Óssea: 
 
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❖ O que determina a massa esquelética do indivíduo é o equilíbrio entre formação e degradação do 
osso. 
❖ Na fase de crescimento do indivíduo, predomina a formação do osso, processo chamado de 
modelagem. 
❖ No esqueleto maduro, existe um constante processo de degradação e de renovação do osso, 
chamado de remodelagem. No esqueleto maduro, cerca de 10% do total do osso é trocado a cada 
ano. Na porção mais inferior, temos matriz óssea, representadaem roxo, por ser uma matriz madura. 
❖ A porção rósea é a matriz óssea recém-formada, chamada de osteoide. 
❖ Dentro da matriz óssea, temos células ovaladas que representam os osteócitos. 
❖ A célula globosa laranja é o osteoblasto. 
❖ A célula verde é o osteoblasto de superfície. 
❖ A célula azul é o osteoclasto. 
❖ Frente a fatores mecânicos, hormonais e citocinas, os osteoblastos de superfície expressam fatores 
que estimulam a atividade dos osteoclastos. Esse osteoclasto faz reabsorção óssea, digerindo osso. 
Com isso, são liberados produtos da digestão do osso, como íons e aminoácidos. Frente a esses 
produtos, eles entram em contato com fatores de crescimento produzidos no próprio microambiente 
ósseo. Isso estimula as células progenitoras a se diferenciarem em osteoblastos ativos, para produção 
de matriz óssea. 
❖ A partir de uma certa idade, é como se esse ciclo não se fechasse mais de forma perfeita, por isso 
temos déficit na quantidade de matriz, seja por redução de produção de matriz ou por maior absorção 
de osso. A partir da 4ª década de vida, ocorre queda da quantidade de matriz óssea do indivíduo em 
cerca de 0,7% a cada ano. Ao longo dos anos, os indivíduos tendem a ter osteopenia, que pode 
evoluir para osteoporose. 
Reabsorção Óssea: 
 
❖ Em cinza, temos a matriz óssea. O osteoclasto provém do monócito ou da célula formadora de colônia 
de monócito e macrófago. Na sua forma de precursor de osteoclasto, essa célula ainda não está 
pronta para fazer sua função. 
❖ Esse precursor expressa na sua superfície uma molécula chamada de RANK. O osteoblasto de 
superfície expressa uma molécula chamada de RANKL. Quando RANK e RANKL se ligam, o 
osteoclasto amadurece e fica pronto para fazer a sua função de reabsorção óssea. 
❖ A substância OPG é produzida pelo osteoblasto de superfície e regula o processo de reabsorção 
óssea, pois ele se liga ao RANKL. Logo, existe uma competição entre o RANK e a OPG pela ligação 
ao RANKL, o que consegue barrar ou frear a reabsorção óssea. O que determina a quantidade de 
osso reabsorvido é a proporção entre OPG, RANK e RANKL. 
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❖ O que determina essa proporção são os estímulos mecânicos ou a falta deles, os hormônios e 
determinados tipos de citocinas. 
Osteoporose: 
❖ Aumento da porosidade do esqueleto, resultante da redução da massa óssea. Com isso, teremos um 
osso mais frágil e vulnerável a fraturas. 
❖ Redução da resistência ou da força óssea, decorrente da redução da massa óssea e da mudança de 
arquitetura das trabéculas ósseas. 
❖ A osteoporose pode ser localizada ou pode ocorrer de forma generalizada. 
❖ Epidemiologia: é a enfermidade do esqueleto com maior incidência mundial. Afeta, especialmente, 
pessoas idosas e mulheres na pós-menopausa. 1/3 das mulheres na pós-menopausa apresentam 
osteoporose. 
Fatores de Risco: 
❖ Mulheres de raça branca, asiáticas, magras e sedentárias. A raça pode estar associada a alguns 
fatores genéticos, como o tipo de receptor de vitamina D. As pacientes mais magras possuem menor 
quantidade de tecido adiposo periférico. Logo, no período pós-menopausa, elas realizam menor 
conversão periférica em estrógeno. O estrógeno é essencial para que se mantenha a massa óssea 
nas mulheres. O movimento é muito importante para mantermos o tecido ósseo ativo. 
Complicações: 
❖ As fraturas são a consequência principal, sendo que a localização da fratura depende do tipo de 
osteoporose. Em pacientes com osteoporose pós-menopausa, as pacientes com ossos muito 
esponjosos são mais afetadas, como a coluna vertebral. Na osteoporose senil, falamos de ossos com 
grande quantidade de osso compacto, como fêmur e quadril. 
Categorias: 
❖ Primária: 
• Pós-menopausa: tipo 1. 
• Senil: tipo 2. 
❖ Secundária: existe alguma doença que funciona como uma doença de base para o desenvolvimento 
da osteoporose, como hiperparatireoidismo, artrite reumatoide, uso de glicocorticoide em longos 
períodos de tempo e mieloma múltiplo. 
Osteoporose Primária: 
❖ Vários fatores interferem na quantidade final de massa óssea do indivíduo: fatores genéticos, atividade 
física, fatores nutricionais etc. 
❖ Na pós-menopausa, ocorre uma redução acentuada do estrogênio sérico, que provoca uma produção 
de determinados tipos de citocinas, como IL1, IL6 e TNF. O aumento dessas interleucinas provoca o 
aumento da expressão de RANK e de RANKL. Quando RANK se liga a RANKL, estimula a 
osteoclastogênese, ou seja, estimula a maturação dos osteoclastos, que reabsorvem osso. Na pós-
menopausa há produção de matriz óssea, porém existe uma reabsorção muito alta de matriz óssea, 
logo a quantidade produzida não é suficiente para compensar a reabsorção. Essa osteoporose se 
associa a um excesso de reabsorção óssea. 
❖ Na osteoporose senil, ocorre uma redução da atividade das células osteoprogenitoras. Logo, ocorre 
redução da quantidade dos osteoblastos ativos, pois eles surgem a partir das células 
osteoprogenitoras. Ao mesmo tempo, os osteoblastos que existem ali sofrem redução de atividade, 
logo ocorre redução da produção de matriz. Existe também uma redução da produção de fatores de 
crescimento. É muito importante ter esses fatores de crescimento no microambiente ósseo em contato 
com os produtos da digestão da matriz óssea, para que ocorra um estímulo para que a célula 
osteoprogenitora se transforme em osteoblasto ativo. Se não há esses fatores de crescimento, 
ocorrerá um menor estímulo para conversão das células osteoprogenitoras em osteoblastos ativos. 
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Além disso, ocorre redução da atividade física, que reduz o estímulo à produção de matriz óssea, pois 
ocorre redução dos estímulos mecânicos que seriam transformados em sinais químicos. A 
osteoporose senil se associa a uma redução da produção da matriz. 
 
❖ Para sair de uma matriz normal e chegar a um estado de osteoporose, o indivíduo passa por um 
estágio intermediário, chamado de osteopenia. 
Sintomas: 
❖ Pacientes assintomáticos. 
❖ Dor: microfraturas dos ossos. 
❖ Redução da altura e deformidades: especialmente em mulheres na pós-menopausa, pois a 
osteoporose acomete ossos esponjosos, como a coluna vertebral. 
Diagnóstico: 
❖ História e exame clínico rigorosos. 
❖ Densitometria óssea: compara a massa óssea do indivíduo com o número de desvio-padrão em 
relação a indivíduos jovens). Escore T. 
• Até 1 é normal. 
• Entre 1 e 2 é osteopenia (baixa densidade óssea). 
• Abaixo de 2,5 é osteoporose. Associado a 1 ou mais fraturas, é considerado osteoporose grave. 
❖ Função renal e hepática, níveis séricos de cálcio e fosforo, dosagem de fosfatase alcalina, dosagem 
de paratormônio, calcitonina, FSH, LH etc. 
Complicações: fraturas e, em pacientes acamados, escaras, infecções, TEP etc. 
Macroscopia: 
 
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❖ Não utilizamos macro nem microscopia para fazer o diagnóstico dessa doença. Isso ocorre apenas 
em necrópsia ou se forem biopsiados por outros motivos. 
❖ A elipse vermelha destaca o corpo vertebral normal e a seta cheia aponta o disco intervertebral 
normal. 
❖ Na figura do meio, a elipse destaca uma área de fratura associada à osteoporose. A espessura da 
vértebra está reduzida. 
❖ Na figura da direita, o indivíduo possui uma osteoporose grave. A elipse destaca dois discos 
intervertebrais praticamente colados um ao outro. 
 
❖ Redução da espessura da vértebra. À medida que a osteoporose evolui, as trabéculas se ajustam no 
osso, logo ocorre redução da espessura do osso. 
Microscopia: 
❖ Não fazemos biópsia de rotina para diagnóstico de osteoporose. 
❖ No osso normal, em rosa temos uma trabécula óssea espessa. A proximidade entre as trabéculas 
está normal. 
❖ No osso com osteoporose, temos redução da espessura das trabéculas ósseas. Elas começam a ficar 
muito distantes uma das outras. Amedula fica com um espaço muito maior para ser ocupado. 
Alargamento do espaço medular, devido a redução das trabéculas ósseas. 
 
❖ Trabéculas ósseas afiladas com perda das interconexões. As trabéculas apontadas pelas setas são 
muito mais finas. Aumento do espaço medular. 
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Alterações da Mineralização: 
Raquit ismo e Osteomalácia: 
❖ Resultam de uma mineralização deficiente da cartilagem de crescimento e da matriz óssea. 
❖ Na criança, essa mineralização deficiente ocorrerá na cartilagem de crescimento e na matriz óssea, 
logo temos raquitismo. 
❖ No adulto, como não temos mais cartilagem de crescimento, a deficiência de mineralização ocorre 
apenas na matriz óssea, logo ocorre osteomalácia. 
❖ Patogênese igual: 
• Associadas à carência de vitamina D (expõe pouco ao sol, não se alimenta de maneira adequada, 
indivíduo com esteatorreia – perde vitamina D, pois ela é lipossolúvel). A vitamina D é essencial 
para que o cálcio seja absorvido no intestino. Se o cálcio não é absorvido, ocorre deficiência de 
cálcio, que causa problemas na mineralização dos ossos. 
• Deficiência de fosfatase alcalina: é uma enzima necessária para fixar o cálcio no osso. Se a FA 
está reduzida, ocorre deficiência na mineralização do osso. 
❖ Isso tudo causa excesso de matriz óssea não calcificada, 
pois a matriz continua sendo produzida, mas a mineralização 
não ocorre de maneira adequada. O indivíduo desenvolve 
feixes osteoides largos e extensos, devido ao excesso de 
matriz não calcificada. 
❖ Paciente com deformações nos membros inferiores. Em 
crianças que já andaram, a pressão maior é na região do 
joelho. Já que o osteoide não está devidamente 
mineralizado, ocorre deformações nessa região. 
❖ Em crianças que ainda não andaram, a deformidade ocorre 
especialmente na região da cabeça, pois elas ficam muito 
deitadas e a cabeça acaba se deformando, ficando 
quadrada. 
Hiperparat ireoidismo Primário: 
❖ O problema está na própria tireoide: tumor ou hiperplasia primária da paratireoide. 
❖ O mais comum é que seja um adenoma da paratireoide (neoplasia benigna). 
❖ Esse tumor afeta especialmente mulheres na pós-menopausa (>50 anos), assintomáticas no 
momento do diagnóstico. Isso ocorre devido ao avanço nos exames laboratoriais de rotina. 
❖ Hipercalcemia assintomática. 
Hiperparat ireoidismo Secundário: 
❖ Ocorre devido a uma hipocalcemia crônica. 
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❖ Isso ocorre na insuficiência renal crônica, pois eles possuem dificuldade de excretar o fosfato, logo 
eles excretam o calco no lugar. 
❖ Um dos locais que produzem enzimas para que a vitamina D inativa se torna ativa é o rim. Um paciente 
com IRC não produz enzimas suficientes, logo não possui vitamina D ativa suficiente para absorver o 
cálcio no intestino. Quando o indivíduo desenvolve a hipocalcemia, o corpo entende que é necessário 
produzir mais paratormônio para absorver cálcio dos ossos. Ocorre atividade osteoclástica 
aumentada, sem oposição. 
Tumor Marrom ou Castanho: 
❖ Em casos de hiperparatireoidismo muito acentuados, o paciente pode desenvolver uma lesão de 
aspecto tumoral, chamado de tumor marrom ou tumor castanho. Nesse caso, o osso é reabsorvido 
em grande quantidade, levando ao desenvolvimento de pequenas fraturas e lesões, causando 
aspecto tumoral, porém não é uma neoplasia verdadeira, pois não há uma mutação genética que 
originou essa lesão. 
❖ Lesão volumosa, bem delimitada, ovalada, com coloração amarronzada. Presença de pequenos 
cistos. A coloração marrom se deve às áreas de hemorragia. No raio X, vemos uma lesão lítica, que 
é uma lesão com aspecto volumoso e mais escura do que o osso adjacente. 
❖ Na microscopia, vemos várias células gigantes osteoclásticas, podendo observar áreas de fibrose e 
presença de canais vasculares. 
 
Osteomielites: 
❖ Inflamação da medula e do tecido ósseo esponjoso e compacto, que pode ou não se estender a 
tecidos vizinhos. 
Osteomielite Piogênica: 
❖ S. aureus é responsável por 80 a 90% dos casos. Outros microrganismos como E. coli, Pseudomonas, 
Klebisiela, Haemophilus, Salmonella etc. 
❖ Via hematogênica (mais comum, como contiguidade de um foco infeccioso) ou via direta. 
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❖ Nas crianças saudáveis, a maioria é de origem hematogênica e se desenvolve nos ossos longos. A 
bactéria pode ser originada de lesões na mucosa, lesões de pele, lesões na mucosa intestinal etc. 
❖ No adulto, pode decorrer por complicações de fraturas abertas, 
procedimentos cirúrgicos, pé diabético etc. 
❖ Afeta especialmente crianças e adolescentes. 
❖ Geralmente começa na metáfise do osso, por ser uma região mais 
vascularizada e pelos vasos serem mais tortuosos, propiciando um 
fluxo sanguíneo mais lento, que facilita a instalação da bactéria. 
❖ Quando elas se instalam, ocorre trombose do vaso, que causa 
necrose e destruição do tecido esponjoso do osso e da cortical do 
osso. A partir daí, a lesão pode se disseminar para diáfise, periósteo 
podendo formar abcesso nele e possível perfuração, cartilagem 
epifisária e articulação. 
❖ Clínica: febre, calafrio, mal-estar, leucocitose (gerais). Dor, 
vermelhidão, aumento de volume da área afetada (locais). 
❖ Exames: raio X (lesão osteolítica), hemocultura (nem toda é 
positiva), biópsia e cultura de tecido ósseo (diagnóstico definitivo). 
❖ Lesão mais escura que o osso adjacente. Aspecto osteolítica. 
 
 
❖ A seta aponta um material de aspecto purulento. 
Evolução da Osteomielite Aguda: 
❖ Ocorre necrose. A porção necrótica se separa do 
osso vivo por ação dos osteoclastos, dando 
origem a uma estrutura chamada de sequestro 
ósseo, que pode ser reabsorvido, eliminado por 
meio de fistulas ou pode ser envolvido por osso 
novo, chamado de invólucro, constituindo 
sequestro encarcerado. 
❖ A permanência do sequestro ósseo dificulta a cura 
da osteomielite, pois ele abriga microrganismos, 
que não conseguem ser atingidos por antibióticos. 
O invólucro é um osso novo, constituído por 
esclerose, que fica em volta da área que sofreu 
necrose. 
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❖ Área de sequestro ósseo apontada pela seta, com 
grande quantidade de células inflamatórias em volta, 
predominantemente de polimorfonucleares. 
 
Complicações: 
❖ Artrite purulenta, se a infecção seguir para as 
articulações. 
❖ Fistulas osteocutâneas (comunicação entre osso, 
partes moles e drenagem para pele). 
❖ Deformidades e encurtamentos. 
❖ Fraturas patológicas. 
❖ Carcinoma cutâneo, pois a área de inflamação cutânea na pele pode ser área de risco para 
desenvolvimento de células escamosas de pele. 
 
Resposta: B. Todas podem ocorrer, mas a forma mais comum é hipercalcemia assintomática, descoberta 
por um exame laboratorial. 
Tumores Ósseos 
❖ As metástases e os tumores hematopoiéticos com manifestações ósseas possuem incidência muito 
maior do que as neoplasias ósseas primárias. 
❖ As neoplasias ósseas primárias geralmente são benignas, manifestando-se como tumores indolentes 
e assintomáticos. 
❖ Os Sarcomas representam cerca de 0,2 a 0,5% das neoplasias malignas, mas podem ser letais em 
até 50% dos casos. 
❖ A terapia visa otimizar a sobrevida, procurando manter a função das partes do corpo que foram 
afetadas. 
❖ Sinais e Sintomas: dor, crescimento da área afetada e fratura patológica. A maioria dos tumores 
possuem causa desconhecida, mas alguns podem ter alterações genéticas. 
❖ Fatores de risco: infartos ósseos, osteomielite crônica, radiação prévia e uso de próteses. 
❖ Dados relevantes para o diagnóstico: idade, osso envolvido (longo, chato etc), área específica 
(cortical, medular), aparência radiográfica (bem delimitada? Infiltra partes moles?), histologia. Isso é 
importante, pois os tumores costumam ter perfil de apresentação diferentes.Tumores Metastát icos: 
❖ Maior importância epidemiológica. 
❖ O sítio primário pode ser conhecido ou não. O paciente pode abrir o quadro de câncer já com a 
metástase óssea e, a partir dela, descobrimos o sítio primário. 
❖ Em mulheres, o primeiro sítio primário a se pensar é a mama. 
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❖ Em homens, o primeiro sítio primário a se pensar é a próstata. 
❖ Outros locais: pulmão, tireoide, rim. 
❖ Crianças: Neuroblastoma, tumor de Willms, o próprio osteosarcoma e o Rabdomiosarcoma. 
❖ Clínica: manifestam-se como lesões dolorosas e podem ser múltiplas (mais comum) ou solitárias. 
❖ Localizações mais comuns são metástases no esqueleto axial, como coluna vertebral, fêmur e úmero. 
❖ A região mais afetada é especialmente a medula óssea, pois ela é a porção mais vascularizada do 
osso. É nessa região que a célula neoplásica encontra um ambiente mais propenso para se 
desenvolver. Nessa região, o fluxo sanguíneo é mais lento, o que permite que a célula neoplásica 
chegue à medula óssea e tenha tempo de expressar fatores que estimulem a fixação dessa célula no 
osso. 
❖ No raio X, a maioria dos tumores metastáticos se apresentam como lesões osteolíticas (área mais 
escura que o osso adjacente), pode se apresentar como uma lesão blástica (câncer de próstata) ou 
pode ser mista. 
 
❖ A lesão está na região medular do fêmur. Isso é uma possibilidade plausível de metástase. A seta 
cheia aponta a massa tumoral. A seta pontilhada aponta áreas de necrose e de hemorragia. Na 
imagem, temos uma única lesão. 
❖ Na microscopia, observamos proliferação de células com citoplasma claro, amplas, monomórficas e 
com extensas áreas de hemorragia entre as células claras. Não existe no osso algo que lembre isso, 
logo levantamos possibilidade de metástase. Com essa histologia, devemos 
lembrar de uma metástase de carcinoma de células renais. Se tivermos uma 
história clínica, o diagnóstico fica ainda mais claro. 
❖ As faixas pardacentas representam os corpos vertebrais. Temos múltiplos 
nódulos espalhados pelos corpos vertebrais. Coluna é local de metástase e 
a região dos corpos vertebrais (osso esponjoso) também é, logo a metástase 
é plausível. 
❖ Essa coluna pode ser de um paciente que retirou um câncer de próstata em 
um estádio avançado a 6 meses atrás. Poderia ser também metástase de 
um câncer mama. O que nos auxilia é a biópsia. 
❖ A histologia da metástase costuma ser semelhante à histologia do tumor 
primário. 
 
Tumores Formadores de Osso: 
Osteossarcoma: 
❖ Tumor mesenquimal maligno, que deriva da proliferação de osteoblastos atípicos, que produzem 
matriz óssea atípica. 
❖ Tumor maligno primário não-hematopoiético mais comum do osso. 
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❖ Predomina no sexo masculina e afeta adolescentes em 75% dos casos. Pode haver um segundo pico 
que afeta pacientes mais idosos (25%). 
❖ Preferência pela região do joelho (fêmur distal ou tíbia proximal – 60%). Pode ocorrer no quadril, 
ombro ou mandíbula. 
❖ Perfil: adolescente do sexo masculino com tumor na região do joelho. 
❖ Clínica: dor de caráter evolutivo (piora ao longo do tempo), aumento de volume da área afetada, 
fratura súbita, associada a algum tipo de trauma. 
❖ Raio-X: massa blástica ou mista e destrutiva, especialmente na região do joelho. 
❖ Causa: algumas mutações genéticas são descritas, como alterações do gene RB, p53, p16, CDK. 
❖ Subtipos: o mais comum é o osteosarcoma que surge na região medular. Pouco diferenciado é o 
mais comum. Lesão única é mais comum. 
Osteosarcoma primário x Osteosarcoma secundário: nesse caso, o termo primário se refere ao 
osteosarcoma que surge em um osso previamente sadio. O osteosarcoma secundário surge em um osso 
previamente doente, como um osso com osteomielite crônica. O mais comum é que ele seja primário. 
Osteosarcomas secundários são mais comuns em idosos. 
 
❖ Osteosarcoma que acometeu região de tíbia proximal. 
❖ Nas imagens da esquerda, temos uma massa mal delimitada que afeta a região da metáfise da tíbia, 
obscurecendo a parte proximal da metáfise da tíbia. As setas tentam delimitar aproximadamente os 
limites da lesão. Ela não respeita os limites do osso, infiltrando partes moles. 
❖ Na figura superior esquerda, temos uma seta vermelha que aponta o periósteo. Muitas vezes a lesão 
cresce, infiltra a cortical e empurra o periósteo, que acaba se descolando da cortical do osso. O 
descolamento é causado pelo crescimento do osso. Imagem radiológica com forma triangular. Essa 
alteração é chamada de triângulo de Codman, mas ele não é patognomônico dessa condição. 
❖ A figura da direita nos mostra uma imagem radiodensa, mais branca que o tecido adjacente, que 
infiltra e destrói a região cortical, se estendendo a partes moles. A seta vermelha aponta o triângulo 
de Codman. 
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❖ O raio-X nos mostra uma massa mal delimitada, radiodensa (formadora de osso), com limites 
imprecisos. Não respeita os limites do osso, infiltrando partes moles. 
❖ À esquerda, vemos um fêmur distal com massa brancacenta, sólida, mal delimitada, que infiltra e 
destrói a cortical. Não respeita os limites do osso. Na biópsia, essa massa é proveniente da 
proliferação de osteoblastos atípicos, que produzem um material arroxeado, que é a matriz óssea. A 
seta cheia aponta a região da cortical. Na parte inferior, a cortical desaparece, devido à presença do 
tumor, apontado pela seta pontilhada. Tumor sólido, de coloração pardacenta, limites pouco precisos, 
que infiltra e ultrapassa a cortical e eleva o periósteo. O periósteo está apontado pela seta encurvada. 
❖ A estrela nos mostra a área em que seria encontrado o triangulo de Codman no raio-X. 
 
❖ Na histologia, as células que proliferam são osteoblastos atípicos, volumosos, com nucléolo evidente. 
Nas 3 figuras, os osteoblastos atípicos estão apontados com a seta cheia. Eles produzem matriz 
óssea, que pode estar mineralizada ou não. A matriz não mineralizada recebe o nome de osteoide. 
No caso do osteosarcoma, é muito frequente encontrar osteoide, pois as células neoplásicas estão 
proliferando muito, produzindo grande quantidade de matriz e não há tempo hábil para mineralizar 
essa matriz. 
❖ Nas figuras da esquerda, a seta pontilhada aponta uma matriz óssea provavelmente mineralizada. 
Nas figuras da direita, a seta pontilhada aponta uma matriz óssea provavelmente não mineralizada, 
pois ela é mais rósea. 
❖ O circula nos mostra figuras de mitose. 
Evolução: 
❖ O osteosarcoma pode evoluir com metástases, especialmente hematogênicas, para pulmões, ossos 
e cérebro. 
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Prognóstico: 
❖ Grau de diferenciação: pouco diferenciado é pior. 
❖ Elevação da fosfatase alcalina: significa possibilidade de metástase, logo possui pior prognóstico. 
❖ Proteína do choque térmico 72 (boa resposta à quimioterapia), logo possui bom prognóstico. 
❖ Expressão da glicoproteína P nas células neoplásicas: sinal de recidiva sistêmica, logo se associa a 
um pior prognóstico. P de Pior prognóstico. 
❖ Índice de necrose de Huvos pós-quimioterapia: são retirados fragmentos da peça pós-quimioterapia 
e se avalia o índice de necrose do tumor. Uma grande quantidade de necrose é sinal de bom 
prognóstico, porque a ideia da quimioterapia é matar o tumor. 
❖ Sobrevida média: 60 a 70%. 
Tumores Formadores de Cartilagem: 
Osteocondroma: 
❖ Exostose Osteocartilaginosa. 
 
❖ Tumor benigno mais frequente dos ossos. Se origina a partir da cartilagem de crescimento e se 
localiza especialmente na metáfise de ossos longos, mas pode ocorrer na escapula, pelve e costela. 
❖ Mais comum na 1ª e 2º décadas de vida. Mais comum em pacientes jovens. Afeta 3 homens a cada 
1 mulher. 
❖ Mais comum como lesão solitária, mas pode ser múltipla. 
❖ Pequena protusão da cartilagem de crescimento.

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