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1 - Características dos Microrganismos

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Prévia do material em texto

Microbiologia de Alimentos 
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Elisa Mara Prioli Ciapina Rochedo
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Características dos Microrganismos
Características dos Microrganismos
• Conhecer as características morfológicas e fisiológicas das bactérias, fungos e vírus;
• Diferenciar os microrganismos observando suas características morfológicas;
• Entender que os microrganismos estão presentes em diferentes ambientes e é preciso 
aprender a conviver com eles.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Contextualização;
• Características dos Microrganismos;
• Diferentes Ambientes onde os Microrganismos Podem ser Encontrados.
UNIDADE Características dos Microrganismos
Contextualização
O mundo microbiano abrange as bactérias, fungos e vírus, além de protozoários 
e algumas algas.
Você sabe diferenciar uma bactéria de um fungo? O fermento biológico, usado 
para fazer o pão, é uma levedura, você sabe o que é isso?
Podemos retirar o pedacinho mofado do pão e comer o restante sem problemas? 
Pois bem, é importante conhecer os microrganismos, suas características e modo 
de vida, pois isso será a base para compreender como ocorrem os processos de 
crescimento, contaminação, patologias e como esses podem ser controlados.
O foco principal desse estudo é o grupo das bactérias, fungos e vírus. O que são, 
onde vivem e as possíveis fontes de contaminação. 
Fiquem atentos às principais diferenças!
8
9
Características dos Microrganismos
Os microrganismos (também chamados de micróbios ou germes) são seres vivos 
que, em geral, não podem ser vistos a olho nu, fazendo-se necessário o uso de micros-
cópios para melhor visualização desses. 
Com o desenvolvimento do microscópio, um mundo microscópico, invisível, pode 
ser estudado (saiba mais no Material Complementar). O comerciante holandês e 
cientista amador Anton van Leeuwenhoef foi, provavelmente, o primeiro a observar 
microrganismos vivos. Ele escreveu sobre os “animáculos” que observou em água 
da chuva, fezes e material raspado de dentes – os quais, posteriormente, foram 
identificados como protozoários e bactérias. A partir daí, a comunidade científica 
interessou-se pelas origens desses seres até então invisíveis. 
Até a segunda metade do século XIX, muitos cientistas acreditavam na geração 
espontânea, hipótese que considerava que algumas formas de vida poderiam surgir 
espontaneamente da matéria morta. Em 1858, Rudolf Virchow levantou a hipótese 
da biogênese, que considerada que células vivas surgiam apenas de células vivas pre-
existentes, contrapondo-se à hipótese da geração espontânea. Como ele não provou 
cientificamente sua hipótese, muitos cientistas ainda não acreditavam que pudesse 
existir vida em matérias não vivas. Contudo, em 1861, o cientista francês Louis 
Pasteur demonstrou que os microrganismos estavam presentes na matéria não viva, 
como no ar, em líquidos e sólidos, e que eram os responsáveis pela deterioração dos 
alimentos. Seus experimentos forneceram a base para técnicas de controle de micró-
bios (técnicas assépticas) que são utilizadas até hoje como a pasteurização (saiba mais 
no Material Complementar), que previnem a contaminação por microrganismos.
Características Morfológicas e Fisiológicas de Bactérias
Bactérias são organismos procariontes (derivado do termo grego que significa 
pré-núcleo) que não possuem núcleo definido e onde o material genético (nucleoide) 
encontra-se disperso no citoplasma. Seus representantes são unicelulares e podem 
ser encontrados em diferentes ambientes. 
A maioria das bactérias varia de 0,2 a 2 ɥm de diâmetro e de 2 a 8 ɥm de comprimento. 
ɥm, micrômetro é a unidade de medida que equivale a 10-6 m, isso é, 0,000001 m, sendo, 
portanto, visualizado apenas por microscópio.
A célula bacteriana (Figura 1) apresenta componentes essenciais para sua sobrevi-
vência como membrana plasmática, citoplasma, nucleioide (material genético), ribosso-
mos (estrutura responsável pela síntese de proteínas) e parede celular. Sendo essencial 
à vida da bactéria, essas estruturas são locais de atuação de muitos agentes antimicro-
bianos, como os antibióticos.
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UNIDADE Características dos Microrganismos
Fímbrias
Cápsula
Parede
Celular
Membrana
Plasmática
Ribossomos
Plasmídeo (DNA
Extra Cromossomal)
Citoplasma
Flagelo
Cromossomo DNA
(Nucleoide) 
Figura 1 – Estrutura de uma Célula Bacteriana
Fonte: Adaptado de Getty Images
Importante!
A grande maioria das bactérias possui parede celular, exceto em um pequeno grupo de 
bactérias chamado micoplasma.
Podemos destacar as principais características dessas estruturas:
• Membrana plasmática: composta por bicamada de lipídeos (fosfolipídeos) e 
proteínas. Funciona como uma barreira seletivamente permeável que controla 
o que entra e sai da célula. Limita o meio intracelular do meio extracelular. 
A membrana também é importante para digestão de nutrientes e na produção 
de energia para as células procarióticas;
• Nucleoide: material genético, normalmente, constituído de uma única molécula 
circular de DNA (ácido desoxirribonucleico), que forma o cromossomo bacteriano 
contendo a informação genética da bactéria;
• Citoplasma: substância localizada no interior da membrana plasmática, contendo 
água, proteínas, íons, lipídeos, carboidratos e outros compostos. É o local onde 
ocorrem diversas reações metabólicas da célula;
• Ribossomos: formado por RNA (Ácido Ribonucleico) ribossomal e proteínas, 
são responsáveis pela síntese de proteínas; 
• Parede celular: composta por peptideoglicano e outros componentes. O pep-
tideoglicano consiste em dissacarídeos (açúcares) ligados por polipeptídeos para 
formar uma rede que circunda e protege a célula. Confere proteção e forma à 
célula. A parede celular bacteriana pode apresentar variações na sua composição 
química e é possível agrupar as bactérias de acordo com suas paredes. Assim, têm-
-se as bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. Esse nome de GRAM refere-se 
ao pesquisador que determinou a sequência de corantes utilizada para distinguir 
essas paredes bacteriana, conhecida como Coloração de GRAM (veja videoaula 1).
A parede das bactérias Gram-positivas apresenta uma espessa camada de pepti-
deoglicano, com ácidos teicoicos associados, que pode ser observada na Figura 2.
10
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Os ácidos teicoicos consistem em um álcool (como glicerol) e fosfato. Existem dois 
tipos: o ácido lipoteicoico, que atravessa a camada de peptideoglicano, e o ácido teicoico 
da parede, que está ligado ao peptideoglicano. Eles têm um importante papel no cres-
cimento celular. 
Ácido Lipoteicoico Ácido Teicoico
Peptideoglicano
Membrana
Citoplasmática
Citoplasma
Proteínas da
Membrana Plasmática
Figura 2 – Parede da Bactéria Gram-Positiva
Fonte: Adaptado de Getty Images
A parede celular da bactéria Gram-negativa apresenta uma fina camada de pepti-
deoglicano e uma membrana externa, como pode ser observado na Figura 3. 
Essa membrana externa é composta por lipídeos, proteínas (porinas) e carboidratos. 
Podem-se destacar os lipopolissacarídeos (LPS), que contêm lipídeos e carboidratos; as 
lipoproteínas (lipídeos e proteínas) e os fosfolipídeos. A membrana externa permite que 
a bactéria escape do sistema de defesa do corpo humano. Além disso, fornece uma bar-
reira contra ação de detergentes, alguns antibióticos e determinadas enzimas digestórias.
Membrana
Externa
Lipoproteínas
Peptideoglicano
Membrana
Citoplasmática
Lipopolissacarídeos
Porina
Proteínas da
Membrana Plasmática
Figura 3 – Bacteria GRAM-NEGATIVA
Fonte: Adaptado de Getty Images
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UNIDADE Características dos Microrganismos
Importante!
Não confundam membrana plasmática com membrana externa. A membrana externa 
faz parte da parede celular das bactérias Gram-negativas. 
Na imagem da Figura 4, observa-se, em microscópio (aumento de 1000x), as 
bactérias coradas pela coloração de GRAM, onde as células rosadas referem-se às 
bactérias GRAM-NEGATVIAS e as células roxas são as GRAM-POSITIVAS 
Figura4
Fonte: Getty Images
A Figura 5 evidencia as diferenças da parede celular das bactérias. 
Gram-negativaGram-positiva
Membrana
Externa
Lipoproteínas
Peptideoglicano
Espaço Periplásmico
(Periplasma)
Membrana
Citoplasmática
Lipopolissacarídeos Porina Proteínas
Figura 5
Fonte: Adaptado de Getty Images
Além dos componentes citados, outras estruturas podem estar presentes em alguns 
representantes bacterianos, como flagelo, fímbrias, pili sexual, cápsula, plasmídeo, 
endós poros e inclusões. Vale ressaltar que essas estruturas são importantes, mas que 
não são essenciais para a vida da bactéria.
• Cápsula: substância viscosa e gelatinosa situada externamente à parede celular 
composta por polissacarídeos (açúcares), também chamada de glicocálice. Forma 
uma camada limosa. Protegem a bactéria contra as defesas do corpo, além de 
permitir adesão às superfícies lisas, podendo formar biofilmes (microrganismos 
aglomerados na substância gelatinosa);
12
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• Flagelo: longos filamentos que promovem o deslocamento da bactéria. Esses fla-
gelos são utilizados no processo de invasão dos tecidos humanos, podendo levar 
a lesões;
• Fímbrias: pequenos filamentos que podem circundar toda a célula, que permi-
tem forte adesão entre as células e as superfícies, incluindo os tecidos;
• Pili sexual (no singular é pilus sexual): filamentos mais longos que as fím-
brias, semelhantes a pelos, que permitem pequenos deslocamentos e transfe-
rência de material genético para outra bactéria (Figura 6). 
Figura 6
Fonte: Getty Imagens
A Figura 6 mostra a transferência de plasmídeo (DNA extracromossomal) para 
outra bactéria.
• Endósporo: forma resistente das bactérias quando estão em condições desfavo-
ráveis para sua sobrevivência. É uma célula dormente. É formado nas bactérias 
Gram-positivas e podem resistir no ambiente por muitos anos;
• Plasmídeo: pequenas moléculas de DNA extracromossomal que contêm infor-
mações genéticas adicionais ao funcionamento da bactéria, como genes de resis-
tência aos fármacos;
• Inclusões: depósitos de reserva dentro do citoplasma como grânulos de polis-
sacarídeos, inclusões lipídicas, grânulos de enxofre, magnetossomos (óxido de 
ferro), carboxissomos.
Importante!
Alguns microbiologistas usam os termos fímbria e pili sexual como se fossem a mesma 
estrutura. No entanto, autores como Tortora (2012) e Madigan et al. (2016) distinguem 
as funções.
As células bacterianas podem ter o formato de bacilos (semelhante a bastões), cocos 
(forma esférica ou ovoide) e espirais (curvado ou espiralado), conforme observado na 
Figura 7. 
13
UNIDADE Características dos Microrganismos
Bactérias
Esféricas (cocos)
coco único
diplococos
esta�lococos
tétrade
sarcina
estreptococos
Bastão
ou Bacilos
bacilo único
cocobacilo
paliçada (lado a lado)
diplobacilo
formadores de esporos
(endósporos)
estreptobacilos
Bactéria Espiral
(Curvas)
vibrião
espirilo
espiroquetas
Figura 7
Fonte: Adaptado de Getty Images
Quando os cocos se dividem, as células podem permanecer ligadas umas às outras. 
Assim, é possível classificar as bactérias de acordo com o arranjo que formam: diploco-
cos (cocos em pares); estreptococos (forma de cadeia, fileira); estafilococos (formam 
agrupamentos em formato de cacho de uva), tétrades (grupo de quatro células) e sarci-
nas (formam um cubo com oito células). 
Em relação aos bacilos, esses podem se apresentar em pares (diplobacilos), em 
cadeias (estreptobacilos), lado a lado (paliçada), podendo ainda ser pequenos e 
ovais (cocobacilos). Bacilos também podem formar esporos (endósporos).
As bactérias espirais apresentam curvas e podem ser do tipo vibrião (que são 
bastões curvos), espirilo (forma helicoidal como um saca-rolha) e espiroqueta (forma 
helicoidal e flexível).
Importante!
Toda vez que você ler o termo “bacilo”, quer dizer que é uma bactéria. Não precisa escrever 
“a bactéria bacilo”; e isso se aplica às outras formas também.
Sabendo-se como é a parede celular e a forma celular que apresentam, é possível 
agrupar diferentes espécies de bactérias.
As principais bactérias de interesse na área de alimentos são conhecidas e agru-
padas em Bacilos Gram-positivos produtores de endósporos, Bacilos Gram-positivos 
não produtores de endósporos, Bacilos Gram-negativos e Cocos Gram-positivos. 
Esses microrganismos serão estudados em outra unidade.
14
15
Algumas bactérias podem fabricar seu próprio alimento por fotossíntese, mas a maio-
ria precisa consumir os nutrientes necessários para seu metabolismo e crescimento. 
Metabolismo é a soma de todas as reações químicas que ocorrem no interior de um orga-
nismo vivo. As reações químicas liberam energia e outras moléculas como CO2, água, etanol, 
lactato e outros; mas também requerem fontes nutricionais para obter energia. 
As bactérias possuem capacidade de sobrevivência e crescimento em diferentes 
condições, como ampla faixa de temperatura (0 a 90 Cº); pH próximo da neutra-
lidade entre pH 6,5 a 7,5 (com poucas exceções); presença de água; variação de 
oxigênio no ambiente (ausência ou presença), fatores nutricionais como Carbono, 
Nitrogênio, Fósforo, Enxofre e outros elementos minerais.
A multiplicação das bactérias ocorre por divisão binária, onde uma célula origina 
duas. Essas duas originarão quatro, e assim sucessivamente. 
As bactérias são responsáveis por alterações químicas indesejáveis no alimento, 
mas também por alterações benéficas, como na produção de iogurtes. No entanto, 
são responsáveis por causarem infeções alimentares, quando o microrganismo se 
instala, invade e se multiplica no ser humano e animais; e por intoxicações alimenta-
res, quando liberam toxinas nos alimentos e esses são ingeridos. A legislação estabe-
lece quais são as bactérias de interesse na fiscalização dos produtos comercializados. 
Esses temas serão assuntos das próximas unidades.
Características Morfológicas e Fisiológicas de Fungos
Fungos são diferentes das bactérias, pois são organismos eucariontes (isto é, suas 
células possuem núcleo e organelas). Os fungos apresentam parede celular contendo 
açúcares como glicanas e quitina (não possuem peptideoglicano). 
Podem ser formados por uma célula (unicelulares) e recebem o nome de levedura; 
ou formados por muitas células (multicelulares), que são os bolores, normalmente 
vistos no ambiente e em alimentos. 
Para sobrevivência e crescimento, absorvem diferentes nutrientes e crescem em am-
bientes com pH próximo a 5, que é muito ácido para a maioria das bactérias; em baixa 
umidade; em elevadas concentrações de sal e açúcar; ampla faixa de temperatura.
Os bolores possuem filamentos denominados hifas. Quando as condições am-
bientais se tornam favoráveis, as hifas crescem e formam uma massa chamada mi-
célio, visível a olho nu.
15
UNIDADE Características dos Microrganismos
Figura 8 – Fungo
Fonte: Adaptado de Getty Images
Na representação das Figuras 9a e 9b, nota-se as hifas nucleadas e suas organelas.
Figura 9
Fonte: Adaptado de Getty Images
Nos alimentos, os bolores são facilmente visualizados. Na Figura 9a, é possível 
visualizar os filamentos (hifas) e estruturas na extremidade dessas hifas que liberam 
os esporos; na Figura 9b, temos uma imagem do fungo observado em microscópio. 
Esse fungo é o Penicillium spp. 
Os fungos filamentosos podem se reproduzir pelas hifas ou pela formação dos 
 esporos. Esses esporos permitem a dispersão do fungo, pois são formados em 
grande quantidade e liberados, germinando outro novo fungo.
Esporos
Germinação
dos Esporos
MicélioEstágio
Inicial
Cogumelo
Maduro
Figura 10 – Ciclo de Vida de Fungo (Tipo Cogumelo)
Fonte: Adaptado de Getty Images
16
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Importante!
Os esporos dos fungos são diferentes do endósporo das bactérias. Os endósporos permi-
tem que as bactérias sobrevivam em condições adversas, eles não são formas de repro-
dução das bactérias.
Os fungos filamentosos precisam de oxigênio para sua sobrevivência, podem 
 produzir toxinas (micotoxinas) e são responsáveis por processos de intoxicaçãoalimentar e reações alérgicas em pessoas com maior sensibilidade imunológica. 
 Assim, se você encontrar um alimento embolorado, como o pão, saiba que, apesar 
de parecer localizado, as hifas e esporos estão entremeados e espalhado por todo 
alimento. Sendo assim: NÃO COMA! Observe na Figura 11 o fungo filamentoso 
crescendo no interior do pão.
Figura 11
Fonte: Getty Imges
Já as leveduras são fungos unicelulares, não filamentosos, esféricos ou ovais. 
A Figura 12 mostra os componentes da levedura. 
Mitocôndria
Parede
Celular
Membrana
Plasmática
Grânulos
de Lipídeos
Aparelho
de Golgi
Núcleo
Citoplasma
Cicatriz
do Broto
Vacúolo
Figura 12 – Célula de Levedura
Fonte: Adaptado de Getty Images
17
UNIDADE Características dos Microrganismos
A Figura 13 mostra as leveduras observadas em microscópio óptico. Nota-se a 
presença de estruturas internas na célula, característico de células eucarióticas.
Figura 13
Fonte: Getty Images
Esses fungos reproduzem-se por brotamento, onde a célula inicial forma um broto 
e esse se separa no final, deixando uma cicatriz do broto, conforme Figura 14, ou por 
divisão da célula (leveduras de fissão), em que uma célula origina duas novas iguais. 
Levedura
Original
Núcleo
Broto
Divisão do Núcleo
por Mitose
Separação do Broto
da Célula Original
Célula Filha
Figura 14
Fonte: Adaptado de Getty Images
A Figura 15 representa a reprodução por brotamento, em que há a formação do bro-
to, divisão do núcleo e liberação do broto (célula filha), o qual se separa da célula original.
Figura 15 – É possível ver o processo de brotamento das leveduras
Fonte: Getty Images
18
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Esses fungos são capazes de crescer na presença ou ausência de oxigênio, o que per-
mite que eles sobrevivam em vários ambientes, inclusive em embalagens a vácuo. Alguns 
fungos (bolores e leveduras) podem ser patogênicos, causando doenças, mas também 
podem ser utilizados para consumo (cogumelos) e na produção de fármacos e alimentos.
As leveduras são muito utilizadas na fabricação de cerveja, vinho e pães, como 
espécies de Saccharomyces, que são utilizadas como fermento biológico, comercial-
mente disponível.
Características Morfológicas e Fisiológicas de Vírus
Vírus são acelulares (não é uma célula). São partículas formadas por uma estru-
tura proteica (capsídeo) e material genético (DNA ou RNA, de fita simples ou fita 
dupla). Alguns vírus podem apresentar envelope, que é a membrana plasmática da 
célula hospedeira, assim como algumas enzimas. Os componentes virais podem ser 
observados na Figura 16.
Glicoproteínas
Envelope Viral
Capsídeo
Genoma (DNA
ou RNA)
Figura 16 – Estrutura de um Vírus
Fonte: Adaptado de Getty Images
Os vírus podem apresentar diferentes formas sendo poliédricos, helicoidais, esfé-
ricos e complexos como os bacteriófagos (Figura 17). 
Poliédrico
(Adenovírus)
Esférico
(In�uenza)
Helicoidal (Vírus do
Mosaico do Tabaco)
Complexo
(Bacteriofagos)
Figura 17 – Forma dos Vírus
Fonte: Adaptado de Getty Images
19
UNIDADE Características dos Microrganismos
Eles são considerados parasitas intracelulares obrigatórios, pois não possuem me-
tabolismo próprio. Na sua maioria, são muito pequenos se comparados às bactérias 
e células eucarióticas (ver material complementar).
Para que ocorra o aumento do número de partículas virais, os vírus realizam um 
processo chamado de replicação viral. Esse processo compreende etapas de: adesão, 
penetração, biossíntese dos componentes virais, maturação e liberação (Figura 18). 
Figura 18 – Ciclo de Replicação Viral
Fonte: Adaptado de Getty Images
• Adesão: também chamada de adsorção, consiste na fixação do vírus em um 
receptor na membrana da célula hospedeira. Esse processo de adesão ocorre 
em receptores específicos das células. Se a célula não tiver o receptor específico, 
o vírus não conseguirá entrar. O vírus possui tropismo (afinidade) por determi-
nados tipos de células;
• Penetração: os vírus entram no citoplasma da célula hospedeira por meio de 
endocitose (invaginação da membrana plasmática) ou por fusão no qual o enve-
lope viral se funde à membrana plasmática do hospedeiro e libera o capsídeo no 
citoplasma da célula;
• Biossíntese dos componentes virais: nessa fase, são feitas várias cópias do 
material genético do vírus e muitas proteínas que compõem o capsídeo;
• Maturação e liberação: com todos os elementos prontos, ocorre a montagem 
dos novos vírus e posterior liberação. Nos vírus com envelope (envelopados), 
no momento da liberação, parte da membrana plasmática é retirada pelo vírus. 
O estudo dos vírus é fundamental na área de alimentos, uma vez que são respon-
sáveis por algumas doenças transmitidas por alimentos e água, causando gastroen-
terites, hepatites e poliomielite.
20
21
Você sabia? 
O termo vírion pode ser utilizado para referir-se à partícula viral infecciosa completa, 
quando o vírus está totalmente desenvolvido.
Diferentes Ambientes onde os 
Microrganismos Podem ser Encontrados 
Como já mencionado, os microrganismos apresentam um metabolismo variado, o 
que permite que sobrevivam em diferentes ambientes. Estão presentes em alimentos, 
água, superfícies, utensílios de cozinha, animais, plantas, chão etc. Além disso, estão 
presentes no nosso corpo, formando nossa microbiota natural da pele e de todo trato 
digestório, desde a boca até o final do intestino grosso (Figura 19). 
Figura 19
Fonte: Getty Images
Você sabia? 
A microbiota natural do corpo tem funções importantes que garantem nossa sobrevi-
vência. Ela é constituída por bactérias, fungos e vírus que nos ajudam no processo de 
digestão, síntese de substâncias que são absorvidas, evitam a instalação de agentes 
que causam doenças, modulam sistema imunológico (de defesa) do nosso corpo, entre 
outras. Essa microbiota se instala no corpo desde o nascimento e vai sendo constituída 
até os 2 anos de idade, sendo que o tipo de alimentação irá favorecendo, ou não, deter-
minados tipos de microrganismos. Assim, manter uma alimentação saudável garante a 
sobrevivência dos microrganismos benéficos da microbiota, que favorecem o bom fun-
cionamento do nosso organismo ( ver material complementar).
21
UNIDADE Características dos Microrganismos
Assim sendo, é possível entender que a contaminação por microrganismos nos ali-
mentos pode ocorrer pelo contanto de diversas fontes. Dentre essas, podemos destacar:
• Solo e água: os microrganismos são responsáveis pela decomposição e ciclagem 
de nutrientes na natureza, e a presença de microrganismos nesses ambientes é 
constante. Dessa forma, o contato direto do alimento com o solo e a água, como 
alguns vegetais e verduras, faz com que esses tenham uma carga microbiana ini-
cial elevada. É importante entender que esses alimentos devem ser higienizados 
adequadamente para reduzir essa carga microbiana inicial, fazendo com que os 
alimentos tenham maior durabilidade e que se diminua o risco à saúde humana;
• Plantas: alguns microrganismos são capazes de aderirem e se multiplicarem na 
superfície das plantas;
• Utensílios: a superfície de utensílios (tábuas de corte, facas, bandejas, moedores, 
espremedores de frutas, recipientes etc.) pode favorecer a retenção, sobrevivência 
e multiplicação dos microrganismos e a higienização inadequada desses resulta na 
transmissão de microrganismos de um alimento para outro (contaminação cruzada); 
• Microbiota do intestino de homens e animais: podem chegar ao alimento e 
provocar diversas doenças; 
• Manipuladores de alimentos: microbiota das mãos e roupas dos manipula-
dores pode ter origem no solo, água, poeira e outros ambientes. Além disso, é 
importante destacar a presença de microrganismos nas fossas nasais, boca, pele 
e unhas. As condições higiênicas inadequadas desses manipuladores podem 
resultar em contaminação de microrganismos que causam doenças;
• Pele de animais: importante fonte de contaminação, que necessita de adequada 
higienização em processos como ordenha; 
• Ar: diversos microrganismos são encontrados nesseambiente, em partículas de 
poeira, que podem depositar-se nos alimentos. Sem controle adequado, e em 
condições favoráveis, esses microrganismos podem se multiplicar. 
22
23
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
10% Humano: como os micro-organismos são a chave para a saúde do corpo e da mente
COLLEN, A. 10% Humano: como os micro-organismos são a chave para a saúde 
do corpo e da mente. Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2016.
 Vídeos
Microorganisms Size Comparison – 3D
https://youtu.be/h0xTKxbIElU
O que é microbiota? 
https://youtu.be/nXBNrD_epCU
Ciência USP Responde: Quantas bactérias vivem em nosso corpo?
https://youtu.be/PPwDUqsNTsQ
Mas as bactérias não causam doenças?
https://youtu.be/KEyLSnLv7es
Flu Attack! How A Virus Invades Your Body | Krulwich Wonders | NPR
https://youtu.be/Rpj0emEGShQ
 Leitura
Microscopia: A história e evolução dos microscópios
https://bit.ly/3ebfNad
Pasteur: Ciência para ajudar A vida
https://bit.ly/3hzhn7P
Robert Hooke e a pesquisa microscópica dos seres vivos
https://bit.ly/2AJkTMj
Probióticos e prebióticos: o estado da arte
https://bit.ly/2YHFVTF
23
UNIDADE Características dos Microrganismos
Referências
MADIGAN, M. T. et al. Microbiologia de Brock. 14. ed. Porto Alegre: Artmed, 
2016. (e-book)
TORTORA, G. J.; FUNKE, R.; CASE, C. L. Microbiologia. 8. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2012. (e-book)
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