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Enfermagem-em-Pediatria-e-Neonatologia

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ESPIRITO SANTO 
ENFERMAGEM EM PEDIATRIA E NEONATOLOGIA 
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO – FAVENI 
 
 
1 
 
 
SUMÁRIO1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA ASSISTÊNCIA 
NEONATAL 3 
1.1 Escala de Apgar ou índice de Apgar .................................................... 4 
1.2 Método Cangurú ................................................................................... 7 
2 EXAME FÍSICO EM NEONATOLOGIA..................................................... 10 
2.1 Histórico materno ............................................................................... 11 
2.2 Histórico familiar ................................................................................. 11 
2.3 Histórico neonatal ............................................................................... 11 
2.4 Placenta ............................................................................................. 11 
2.5 Medidas ao Nascer ............................................................................ 11 
2.6 Exame físico ....................................................................................... 12 
2.7 Exame cardiovascular ........................................................................ 16 
2.8 Exame pulmonar ................................................................................ 17 
2.9 Abdômen ............................................................................................ 18 
2.10 Genitália .......................................................................................... 18 
2.11 Hérnias/Genitália ambígua .............................................................. 19 
2.12 Coluna ............................................................................................. 19 
2.13 Membros ......................................................................................... 19 
2.14 Mecônio e urina ............................................................................... 20 
3 EXAME NEUROLÓGICO .......................................................................... 21 
3.1 Exame neurológico do recém-nascido de termo ................................ 21 
3.2 Viabilidade .......................................................................................... 22 
3.3 Estado de sono e vigília adequado (PRECHTIL, 1960) ..................... 22 
3.4 Sistematização ................................................................................... 22 
3.5 O exame ............................................................................................. 22 
 
2 
 
3.6 B-O exame neurológico do recém-nascido prematuro ....................... 25 
4 DOR EM NEONATOLOGIA ...................................................................... 26 
4.1 Estratégias para o controle da dor no recém-nascido ........................ 30 
4.2 O papel da equipe de enfermagem no controle da dor em neonatologia
 31 
5 TRANSPORTE NEONATAL ..................................................................... 32 
5.1 Classificação do transporte neonatal.................................................. 33 
5.2 Principais indicações para o transporte inter-hospitalar ..................... 33 
5.3 Transporte Intra-Hospitalar ................................................................. 34 
5.4 Equipe de Transporte ......................................................................... 34 
5.5 Veículo para transporte inter-hospitalar (ambulância) ........................ 35 
5.6 Maleta de transporte do RN ............................................................... 36 
6 ALEITAMENTO MATERNO NAS UNIDADES NEONATAIS .................... 38 
7 ENFERMAGEM EM NEONATOLOGIA .................................................... 42 
8 ENFERMAGEM EM PEDIATRIA .............................................................. 44 
9 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 46 
 
 
 
3 
 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA ASSISTÊNCIA NEONATAL 
 
Fonte: enquantoisso.com 
A Neonatologia (do latim: ne(o) - novo; nat(o) - nascimento e logia - estudo), é 
o ramo da Pediatria que se ocupa das crianças desde o nascimento até aos 28 dias 
de idade (quando as crianças deixam de ser recém-nascidos passam a ser lactentes. 
Pierre Budin, obstetra de origem francesa é considerado o pai da Neonatologia. 
Foi o primeiro a escrever um livro (1892) sobre lactentes nascidos de parto prematuro 
e classificou as crianças em pequenas e grandes para a idade gestacional. 
Em 1914, o Dr. Julius Hess e o Dr. Evelyn Lundeen implantaram unidades de 
cuidados para recém-nascidos prematuros no Michael Reese Hospital em Chicago. 
Em 1924 o pediatra Albert Peiper interessou-se pela maturação neurológica 
dos prematuros. 
Em 1940 foram unificados os critérios para manejo dos recém-nascidos 
prematuros e foram inventadas as incubadoras. 
Budin estudou a influência da temperatura ambiente na mortalidade dos 
prematuros, tendo sido o primeiro a usa garrafas de vidro com água quente para 
termorregulação dos bebês durante o transporte neonatal. 
 
4 
 
Em 1953 a Dra. Virginia Apgar divulgou no meio científico a sua escala para 
avaliação do grau de asfixia neonatal e de adaptação à vida extra uterina (Escala de 
Apgar). 
1.1 Escala de Apgar ou índice de Apgar 
 
Fonte:www.nocaminhodaenfermagem.blogspot.com.br 
Primeiro exame realizado ao recém-nascido para avaliar o seu nível de 
adaptação à vida fora do útero. 
Mal nasce, o bebé é pesado, medido e submetido ao teste (ou escala) de Apgar. 
O teste de Apgar tem como objetivo avaliar as condições de vitalidade do recém-
nascido, ou seja, o seu nível de adaptação à vida extrauterina. 
O teste de Apgar consiste na avaliação de cinco sinais vitais do recém-nascido 
no primeiro minuto (que permite determinar o grau de tolerância do bebé ao parto), no 
quinto minuto (que permite avaliar o grau de adaptação do bebé à vida extrauterina) 
e no décimo minuto após o nascimento, atribuindo-se a cada um dos sinais uma 
pontuação de 0 a 2 de acordo com a condição observada. 
 
5 
 
É um método simples que permite determinar se o recém-nascido precisa de 
ajuda para respirar ou se está com algum problema no coração. 
O índice de APGAR avalia a vitalidade do bebé através da pontuação de 5 
parâmetros: 
 Frequência cardíaca; 
 Respiração; 
 Tónus muscular; 
 Irritabilidade reflexa; 
 Cor da pele. 
Classificação e resultados do teste de APGAR 
Resultados normais 
Quanto maior a pontuação do exame, melhor estará o recém-nascido. 
Quanto mais próximo de 10 (dez) for a pontuação, melhor será a vitalidade do 
bebé e melhor será a sua adaptação à vida extrauterina. A pontuação de sete, oito ou 
nove é normal e é sinal de que o recém-nascido está em perfeitas condições de saúde. 
Uma pontuação de dez, especialmente ao primeiro minuto, é muito incomum, 
já que quase todos os recém-nascidos perdem um ponto devido às mãos e pés azuis, 
característica usual após o nascimento. 
Resultados anormais 
Um índice inferior a 7 (sete) é um sinal de que o recém-nascido precisa de 
atenção médica. Quanto menor a pontuação, mais ajuda precisa para se ajustar à vida 
extra uterina. Uma pontuação inferior pode ter como causa: 
 Um parto com complicações; 
 Uma cesariana (provocada por complicações no parto ou por 
observação de sinais de sofrimento do bebé); 
 Presença de fluido nas vias respiratórias do recém-nascido; 
 Um recém-nascido com um índice de Apgar baixo necessita de auxílio 
para respirar de modo a que o ritmo cardíaco regularize para valores 
considerados normais. 
Por norma, uma pontuação baixa no primeiro minuto evolui para uma 
pontuação normal aos cinco minutos. 
 
6 
 
É importante lembrar que o índice de Apgar é usado mais como um parâmetro 
e não como uma definição de prognóstico, ou seja, se o bebé tiver um Apgar baixo, 
não significa necessariamenteque terá problemas futuros. E vice-versa. 
Em 1957 Ethel Dunham escreveu o livro "O Prematuro". 
Em 1960 o Dr. Alexander Schaffer usou o termo Neonatologia pela primeira vez 
no livro "Diaseases of the Newborn". 
Na década de 60 começaram a ser utilizados os monitores eletrônicos, as 
gasometrias arteriais tornaram-se possíveis e surgiram antibióticos apropriados para 
tratar as sepsis neonatal. 
Em 1967 o Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia reconheceu a 
necessidade do trabalho conjunto dos Obstetras e Neonatologistas para diminuir a 
mortalidade perinatal. Iniciou-se assim, em 1973, o primeiro Serviço de Cuidados 
Perinatais nos EUA. 
Na década de 70 houve progressos importantes na nutrição, alimentação por 
sondas e na alimentação parenteral. Tornou-se rotina o uso de cateteres umbilicais. 
Uma das mudanças mais importantes na Neonatologia foi a atenção intensiva 
para o recém-nascido prematuro e a vigilância dos problemas respiratórios, através 
do uso da ventilação mecânica. 
Em 1887 Dwyer utilizou o primeiro ventilador rudimentar de pressão positiva e 
Egon Braun e Alexander Graham Bell introduziram a pressão negativa em 1888. 
Em 1953 Donald e Lord introduziram a uso do ventilador com ciclos. Em 1971 
Gregory, Kitterman e Phibbs introduziram a Pressão Positiva Continua nas vias aéreas 
(CPAP). Pouco depois Bird com a colaboração de Kirby desenvolveram o primeiro 
ventilador neonatal de pressão positiva, o "Baby Bird”. 
Posteriormente, através de um melhor conhecimento da fisiologia respiratória 
neonatal, foram melhorados os resultados da assistência respiratória mecânica aos 
recém-nascidos. 
É de destacar ainda as contribuições de Downes, Anderson, Silverman, 
Gregory e Fujiwara com o uso de surfactante exógeno. 
A Neonatologia avançou muito nos últimos tempos, conseguindo menores 
índices de mortalidade e de morbilidade graças a uma maior compreensão das 
particularidades dos recém-nascidos, melhores equipamentos e medicamentos. 
 
7 
 
1.2 Método Canguru 
 
Fonte: www.infonet.com.br 
Método Canguru quando comparado ao Método de Incubadora, favorece o 
ganho de peso do recém-nascido, estimula a formação dos laços afetivos entre o bebê 
e a mãe. É um modelo de assistência ao recém-nascido prematuro e sua família, 
internado na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal, voltado para o cuidado 
humanizado que reúne estratégias de intervenção biopsicossocial. 
O bebê prematuro é colocado em contato pele a pele com sua mãe ou com 
seu pai. Isto ocorre de forma gradativa. Inicialmente os pais tocam seu filho, para 
depois colocá-lo na posição canguru. Este contato do recém-nascido com os seus 
pais inicia de forma precoce e crescente, por livre escolha da família, pelo tempo 
que os pais se sentirem confortáveis. 
O Método Canguru também permite que os pais tenham uma maior 
participação nos cuidados neonatais. Ocorre em três etapas: 
Primeira etapa: inicia no pré-natal na gestação de alto risco, e, após, na 
internação do recém-nascido prematuro na Unidade Neonatal. Os pais devem ser 
acolhidos na Unidade Neonatal, receber informações sobre as condições de saúde 
do seu filho, os cuidados dispensados, as rotinas, o funcionamento da unidade e 
a equipe que cuidará de seu filho. Os pais devem ter livre acesso à Unidade e 
serem encorajados a tocar no bebê. A participação do pai é muito importante. Ele 
deve ser estimulado a participar em todas as atividades desenvolvidas na unidade. 
 
8 
 
Os estímulos ambientais prejudiciais da unidade neonatal, como ruídos, 
iluminação e odores devem ser atenuados. 
Segunda etapa: nesta etapa o bebê permanece de maneira contínua com 
sua mãe e a posição canguru deve ser realizada o maior tempo possível. A mãe 
participa ativamente dos cuidados do prematuro, e deve estar apta para colocar o 
bebê na posição canguru. 
Terceira etapa: é a etapa em que o bebê vai para casa e é acompanhado, 
juntamente com sua família, no ambulatório e/ou em casa até atingir o peso de 
2.500 g. 
A transferência para a terceira etapa exige alguns critérios: 
– A mãe deve estar segura, motivada, orientada e os familiares conscientes 
dos cuidados necessários para o bebê em casa; 
– A mãe e a família devem assumir o compromisso de realizar a posição 
canguru pelo maior tempo possível; 
– O peso mínimo é de 1.600 g; 
– O acompanhamento ambulatorial deve ser assegurado até o peso de 2.500 
g; 
– O ganho de peso deve estar adequado durante três dias antes da alta; 
– O bebê deve estar em amamentação exclusiva no seio materno ou, em 
situações especiais, a mãe e a família devem estar habilitados a realizar a 
complementação; 
– Após a alta, a primeira consulta deve ser realizada em até 48h, e as demais 
no mínimo uma vez por semana; 
– O atendimento na unidade hospitalar de origem deve ser garantido até a alta 
da terceira etapa. 
O que é a posição canguru? 
 
9 
 
 
Fonte: www.es.gov.br 
A posição canguru consiste em manter o recém-nascido de baixo peso em 
contato pele a pele, na posição vertical, junto ao peito dos pais ou de outros familiares. 
A equipe de saúde deve estar adequadamente treinada para orientar de maneira 
segura os pais a realizar a posição canguru. 
Quais os benefícios desse método? 
O Método Canguru traz inúmeros benefícios para os pais, a família, os bebês 
prematuros e para a equipe de saúde: 
–Favorece o vínculo mãe- filho; 
–Diminui o tempo de separação mãe-filho; 
–Estimula o aleitamento materno; 
–Favorece um melhor desenvolvimento neurocomportamental e psico- afetivo 
do recém-nascido de baixo peso; 
– Favorece a estimulação sensorial adequada do recém-nascido; 
–Reduz o estresse e a dor do recém-nascido de baixo peso; 
– Proporciona um melhor relacionamento da família com a equipe de saúde; 
– Possibilita maior competência e confiança dos pais no cuidado com seu filho. 
Como o Método Canguru estimula o aleitamento materno? 
Um dos pilares do método canguru é o estímulo ao aleitamento materno, 
incentivando a presença constante da mãe junto ao recém-nascido, e o contato 
precoce com seu filho. Estudos realizados em hospitais que praticam o Método 
Canguru demonstraram que o volume de leite diário é maior nas mães que realizam 
 
10 
 
o contato pele a pele com seu bebê. É sabido, também, que as mães que fazem o 
contato pelem a pele mantêm a amamentação de seus bebês por mais tempo. 
2 EXAME FÍSICO EM NEONATOLOGIA 
 
Fonte: archivo.unionguanajuato.mx 
Antes de receber o RN, o neonatologista deve preencher a História Materna 
para avaliar o grau de risco da gravidez e parto. Acompanhar a evolução do parto 
(ficar atento às manobras obstétricas e o uso de medicamentos), oferecer apoio 
emocional e efetivo à parturiente e seus familiares se presente na sala de parto. 
Logo após a assistência imediata (consulte o capítulo de ASFIXIA PERINATAL) 
o RN deverá ser mantido em ambiente aquecido até a estabilização da temperatura. 
Diminuir o máximo possível o período de separação mãe – filho, liberando o RN para 
o Alojamento Conjunto, tão logo as condições clínicas permitam. O objetivo é que o 
bebê vá direto da sala de parto para o Alojamento Conjunto. 
Neste período inicial, observar rigorosamente o RN (o ritmo respiratório, 
palidez, cianose, tremores, gemidos, hipo ou hipertonia, malformações, tipo de choro, 
etc.). Avaliar a idade gestacional, pesar e classificar o RN, assim como a placenta, 
estimando o risco patologias (monitorização da glicemia com fitas reagentes para RN 
PIG, GIG, sorologia para infecção congênita, etc.). Aplicar 1 mg IM de vitamina 
K1 (Kanakion) para prevenção da doença hemorrágica do RN. Instilar uma gota de 
 
11 
 
nitrato de prata a 1% em cada um dos olhos do RN para prevenção da oftalmia 
gonocócica e em. Aplicar o Engerix B (0,5 ml IM) para todos os RN na prevenção da 
Hepatite pelo vírus B. 
Fazer o exame físico completo após o nascimento. Este exame deverá ser 
minuciosoe tem, como objetivos: 
1. Detectar anormalidades anatômicas 
2. Determinar estado de saúde do RN 
2.1 Histórico materno 
Paridade, antecedentes maternos (uso de drogas, tabagismo, álcool), 
informações sobre gestações, trabalho de parto e partos anteriores, intercorrências 
no pré-natal. 
2.2 Histórico familiar 
Enfermidades atuais e significantes em membros da família, consanguinidade. 
2.3 Histórico neonatal 
Ocorrências no pré-parto e sala de parto, Boletim de Apgar, necessidade de 
reanimação, amamentação. 
2.4 Placenta 
Peso, coloração, odor, relação do peso da placenta com peso do RN 
(classificação da placenta e do RN através das respectivas curvas- consultar o 
capitulo Avaliação da Idade Gestacional), cordão umbilical. 
Avaliação da idade gestacional 
2.5 Medidas ao Nascer 
* Peso 
 
12 
 
* Comprimento: RN deitado sobre a régua e a medida é feita do calcanhar à 
protuberância occipital. 
* Perímetro cefálico: deverá ser a maior medida da circunferência craniana. É 
cerca de 2 cm maior na apresentação pélvica. Até 32 semanas é maior que o 
perímetro abdominal, de 32 a 36 semanas são aproximadamente iguais, e após 36 
semanas será menor. 
Lembrar sempre de classificar o RN 
2.6 Exame físico 
* Iluminação e aquecimentos adequados 
* Inspeção cuidadosa do RN e avaliar sempre: estado geral: fácies, atitude 
espontânea, postura e choro 
1. Coloração da pele: palidez, icterícia, cianose e pletora. 
2. Esforço respiratório :ritmo, profundidade, utilização de músculos 
acessórios, batimento de asa de nariz (BAN), sons emitidos. Caso necessário 
determinar o Boletim de Silverman Anderson 
Sinais vitais: temperatura, frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão 
arterial. 
Pele: 
Textura, cianose, icterícia (Zonas de Krammer), palidez. 
Descamação fisiológica em pós maturos (pés e mãos) e escamas endurecidas 
na ictiose congênita. 
Nevos pigmentosus (mancha mongólica): assemelha-se à pequena equimose. 
Mais comum na região sacra. Desaparece na segunda infância. 
Linfomas císticos: presentes em qualquer parte do corpo. 
Escleredema: edema endurecido, mais frequentemente visto em infecções 
neonatais graves e cardiopatias com débito cardíaco diminuído. Não depressível. 
Petéquias e púrpuras: não desaparecem a digito-pressão. São de etiologia 
mecânica (tocotraumatismo), fragilidade capilar (infecção) e plaquetopenia. 
Localização ao nível do pescoço e cabeça não têm maiores repercussões; em tronco 
e membros deve-se investigar. 
 
13 
 
Hemangioma: são manchas vermelho-violáceas mais comumente observadas 
na nuca região frontal e pálpebras superiores. Desaparecem em alguns meses. 
 Com o desenvolvimento a pele torna-se espessa, opaca e queratinizada. 
Avalia-se a visibilidade dos vasos e sulcos. Lanugem: são pelos finos sobre o corpo, 
estão em menor proporção em região de atrito. Surgem por volta da 19ª a 20ª semana 
e têm máxima aparição entre 27ª a 28ª semana de vida intra uterina. 
Superfície plantar: avaliam-se as rugas que se dirigem dos dedos para o 
calcanhar. Quando há oligoidrânmio, acentuam-se as rugas. 
Crânio: 
 
 
Fonte: institutopensi.org.br 
Medida e classificação nos gráficos: 
Pode ocorrer micro, macro, hidro e hidranencefalia 
*Craniossinostose: fechamento precoce das suturas. 
*Céfalo- hematoma: consistência mais elástica, aparece em horas e 
desaparece em meses. Localização parietal. 
*Bossa serossanguínea: cacifo positivo, limites imprecisos, involução rápida. 
*Fontanelas: anterior mede de 1 a 4 cm. A posterior está presente em 3% dos 
RN normais e deve medir até 0,5 cm. Abaulamentos estão presentes na meningite, 
 
14 
 
hipertensão intracraniana, hemorragia intracraniana, hidrocefalia, edema cerebral e 
insuficiência cardíaca congestiva. 
*Crânio- tabes: diminuição da consistência dos ossos do crânio. A palpação 
assemelha-se a uma bola de ping-pong. 
*Ruídos intracranianos: raros em RN, mesmo quando há sopro cardíaco 
audível. Se presentes sugerem fístulas arteriovenosas. 
*Encefalocele: exteriorização de tecido nervoso por defeito nos ossos crânio, 
mais comum a nível occipital. 
Cartilagem da orelha e pálpebras: a cartilagem da orelha torna-se mais firme 
com o decorrer da gestação. O descolamento da pálpebra tem início na 22ª semana 
e sua abertura completa por volta da 28ª semana. 
Face: 
Observar simetria, aparência sindrômica, implantação das orelhas, distância 
entre os olhos (hiper ou hipotelorismo – aumento ou diminuição da distância), tamanho 
do queixo, nariz e língua. 
Olhos: 
Abrir as pálpebras, palpar globo ocular, pregas epicânticas, verificar o reflexo 
vermelho normal usando oftalmoscópio, hemorragia subconjuntival, estrabismo 
(frequente no RN), pupila branca (catarata congênita, retinoblastoma, fibroplasia 
retrolental), opacificação da córnea (glaucoma congênito, rubéola congênita, rutura 
membrana de Descement), secreção ocular: até 48 horas (credeização) e após, 
infecção. 
Ouvidos: 
Forma, tamanho, implantação da orelha, audição, apêndice pré-auriculares. 
Alterações na forma e implantação da orelha se relacionam à agenesia renal. 
Nariz: 
Forma, tamanho, permeabilidade, canal nasolacrimal, secreção nasal (se 
serossanguinolenta, pensar em sífilis congênita). 
Boca: 
Coloração dos lábios, integridade (lábio leporino), palato (fenda palatina), 
língua, dentes congênitos, rânula (tumoração cística no assoalho da boca, sem 
indicação de exéreses e imediata), pérolas de Epstein (pontos brancos no palato), 
úvula bífida. A posição da mandíbula (retrognatia) e o arqueamento do palato (ogival) 
 
15 
 
dependem da não atividade motora na vida intrauterina da língua contra o palato e o 
relaxamento da mandíbula. 
Pescoço: 
Pesquisar massas, fístulas, mobilidade, excesso de pele. 
*Torcicolo congênito: contratura do músculo esternocleidomastóideo na 
segunda semana de vida. Resolução espontânea na maioria dos casos, podendo 
evoluir para assimetria facial e posição viciosa da cabeça. 
*Teratoma cervical: grande tumoração cervical na parte mediana do pescoço. 
Possibilidade de malignização. Pode causar obstrução. 
*Higroma cístico: tumoração cística de tamanho variado. Crescimento rápido. 
Invade o assoalho da boca, o mediastino a as axilas. Pode causar obstrução 
respiratória. 
*Bócio congênito: causa idiopática ou filho de mãe que recebe iodo na 
gestação. Consistência elástica em forma de colar cervical, pouco móvel, podendo 
causar obstrução respiratória. 
Tórax: 
Perímetro torácico em RN a termo é em média de 1 a 2cm menor que o cefálico. 
Simetria, maior dimensão é a anteroposterior. Discretas retrações sub e intercostais 
são comuns em RN sadios pela elasticidade das paredes torácicas. Retrações supra-
claviculares são sempre patológicas. 
Clavículas: 
Ausência de clavículas, disostose cleido craniana (cleidocrâniodisostose), ou 
fraturas (a maioria e do tipo galho-verde, que podem causar pseudoparalisia do plexo 
braquial). A conduta é conservadora (não requer imobilização, atadura) a não ser nos 
casos de fratura completa com diminuição ou ausência de movimentação do braço no 
lado afetado. 
Mamas: 
Verificar assimetria e distância intermamilar. Ao nascer é comum o aumento 
das glândulas mamárias com a secreção leitosa ou sanguinolenta. Podem observar a 
presença de mamilos extranumerários. 
 
16 
 
2.7 Exame cardiovascular 
Inspeção: cianose, padrão respiratório (taquipneia, dispneia, amplitude 
respiratória), abaulamento precordial, turgência jugular, ictus (mais propulsivo em 
sobrecarga de volume e persistência do canal arterial (PCA). 
Palpação: pulsos nos quatro membros, comparação dos superiores com os 
inferiores (sincronia, ritmo e intensidade). Palpação do precórdio (ictus, sua 
impulsividade, frêmitos). 
Pressão arterial: no braço e perna direitos. Pressão pulsátil (pressão arterial 
sistólica - diastólica): normal em RN a termo de 25 a 30 mmHg e em RN prematuro 
de 15a 25 mmHg. Se estiver estreitada significa falência miocárdica ou colapso 
vascular. Se alargada, malformação arteriovenosa, truncus arteriosus, PCA. Aguardar 
queda da pressão arterial pulmonar para avaliação. 
Ausculta: 
*Identificar B1: 
Bordo external esquerdo superior (BEE). Definir sua intensidade e presença de 
desdobramento (Anomalia de Ebstein). Sua intensidade diminui na insuficiência 
cardíaca congestiva (ICC) e condução atrioventricular prolongada. 
Bordo external esquerdo inferior. Aumenta de intensidade com o aumento de 
fluxo pela valva atrio-ventricular, PCA, insuficiência mitral, retorno venoso pulmonar 
totalmente anômalo (RVPTA) etc. 
*Identificar B2: 
° no bordo external esquerdo BEE superior. Hiperfonese sugere hipertensão 
arterial sistêmica ou pulmonar. Desdobramento amplo, pensar em estenose pulmonar, 
anomalia de Ebstein, RVPTA e Tetralogia de Fallot (T4F). 
*Identificar B3 e B4: 
° na base ou ápice. O B3 surge com o aumento de fluxo pela valva 
atrioventricular, PCA e ICC. O B4 surge em miocardiopatias com menor elasticidade 
do ventrículo esquerdo (VE). 
*Estalido: 
É patológico após a fase de transição. Audível em dilatações de grandes 
vasos: truncus arteriosus, T4F, obstrução na saída do ventrículo esquerdo (VE) ou 
ventrículo direito (VD). 
*Sopro: 
 
17 
 
Identificar como sendo sistólico, diastólico ou contínuo. Quantificar de 1+ a 6+. 
Identificar se é proto, meso, telessistólico ou diastólico. Quanto ao timbre, informar se 
suave, rude ou aspirativo. Poderão estar ausentes ao nascimento mesmo em 
cardiopatias graves; 60% dos RN normais terão sopro nas primeiras 48 h de vida. 
2.8 Exame pulmonar 
Inspeção: é o ítem semiológico de maior valor no exame pulmonar. Avaliar o 
padrão respiratório quanto à frequência, amplitude dos movimentos, tiragem, retração 
xifoidiana, batimentos de asas do nariz, estridor expiratório, gemido. Utilizar o Boletim 
de Silverman-Anderson: 
 
PARÂMETROS 0 1 2 
Gemência Ausente Audível com esteto Audível sem esteto 
Batimento de asa de nariz Ausente Discreto Acentuado 
Tiragem intercostal Ausente 3 últimas intercostais Mais de 3 intercostais 
Retração external Ausente Discreta Acentuado 
Balancim Ausente Discreto Acentuado 
Fonte: Boletim de Silverman-Anderson 
Sinal da “dançarina do ventre” – avalia paralisia diafragmática unilateral. Na 
expiração completa o umbigo deve tocar uma caneta situada sobre o mesmo. Na 
inspiração o umbigo se deslocará para cima e para o lado paralisado 
Ausculta : deve ser bilateral e comparativa. Auscultar as regiões axilares. 
Avaliar a presença de creptos roncos e diminuição do murmúrio vesicular. 
 
18 
 
2.9 Abdômen 
Inspeção: observar a forma do abdome; se escavado (hérnia diafragmática), se 
houver abaulamento supra umbilical (atresia duodenal ou distensão gástrica), 
abaulamento infra-umbilical (distensão de bexiga e graves retardos de crescimento 
intra- uterino – RCIU -), circulação colateral, ondas peristálticas. 
Palpação: diástase de músculos reto abdominais, ascite, fígado, baço, rins, 
bexiga e massas. São 3 as principais causas de distensão abdominal no RN : ascite, 
visceromegalias e distensão gasosa. 
Massas abdominais: cerca de metade são de origem genitourinárias. Nos rins 
podem ocorrer hidronefrose, nefroblastoma, cisto solitário, rins policísticos e trombose 
de veia renal. No fígado, hematoma, hemangioma, cisto hepático, de colédoco, de 
ovário. No trato gastrointestinal, duplicação de duodeno, de jejuno, ou de íleo, volvo, 
teratoma e neuroblastoma. 
Ausculta : procurar ruídos hidroaéreos. Sua ausência é significativa para íleo 
paralítico. 
2.10 Genitália 
Masculina : comprimento do pênis, orifício uretral (hipo ou epispádia), prepúcio, 
testículos (na bolsa escrotal ou canal inguinal),presença de hérnias e hidroceles 
(transiluminação). 
Feminina : tamanho do clitóris, fusão dos grandes lábios, orifício da vagina e 
uretra, distância anovulvar e fístulas. Quase 100% dos RN apresentam excesso de 
tecido himenal ao nascimento que desaparece em semanas. 
Fimose: é comum no RN a aderência do prepúcio à glande. 
Hidrocele: aumento dos testículos com transiluminação positiva e não redução 
com as manobras habituais. 
Hipospádia: meato uretral na face períneo-escrotal do pênis; excesso de pele 
dorsal. Associa-se a alterações dos testículos como criptorquidia. 
Epispádia: falha no fechamento da uretra na parede dorsal. Pode acometer 
toda a uretra, inclusive com extrofia vesical. 
Ectopia testicular: 5% dos RN apresentam testículos não palpáveis ao 
nascimento. Verificar os canais inguinais. 
 
19 
 
Imperfuração himenal: pode levar à retenção de secreções uterinas e vaginais 
e causar abaulamento himenal e às vezes retenção urinária por compressão 
extrínseca. 
2.11 Hérnias/Genitália ambígua 
Anomalias anonetais: estenose anal, ânus perineal anterior, fístula anocutânea, 
ânus vulvar, fístula anovulvar, fístula anovestibular, fístula retrovestibular, atresia retal, 
imperfuração anal, estenose anal membranosa. 
* Genitália externa: a descida testicular para a bolsa escrotal ocorre por volta 
do 3º trimestre e a bolsa escrotal se toma mais enrugada próxima ao termo. O 
tamanho final do clitóris é adquirido bem antes da deposição de gordura nas estruturas 
vizinhas e por isso aparenta falsamente hipertrofiado. 
2.12 Coluna 
Colocar RN em decúbito ventral. Procurar tumores, hipertricose, manchas 
hipercrômicas, seio pilonidal. Correr os dedos pela coluna. 
*Meningomielocele e mielocele: tumorações planas ou pedunculadas 
decorrentes de falha óssea no canal raquidiano (espinha bífida). Mais comum na 
região sacral e lombar. Fazer avaliação do nível de sensibilidade, avaliação motora e 
esfincteriana. Fossetas ou hipertricose podem indicar espinha bífida oculta. 
*Teratoma sacrococcígeo: tumorações arredondadas, de tamanho variado 
podendo ser gigante. Pele que o recobre é, em geral, íntegra. Passíveis de 
malignização. 
2.13 Membros 
Realizar com o RN em decúbito dorsal. Verificar simetria e proporções, 
examinar articulações à procura de luxações. 
*Fraturas 
*Paralisias: as paralisias braquiais podem ser de 3 tipos – total, da parte 
superior do braço (Duchenne) e do antebraço (Klumke). O braço permanece em 
 
20 
 
adução (encostado no tórax). Na paralisia de Erb-Duchenne as perturbações 
sensitivas são pequenas e localizadas na parte superior do ombro. 
*Paralisia de membros inferiores é rara e se deve a tocotraumatismos graves 
ou anomalia congênita da medula espinhal. 
*Artrogripose (imobilidade articular): pode ser congênita ou devido a déficits 
neurológicos, déficits musculares, compressão fetal por oligoidrâmnio. Problemas 
neurológicos parecem ser a causa mais comum: meningomielocele, deficiência das 
células motoras da medula anterior, espasticidade pré-natal, anencefalia, 
hidranencefalia e holoprosencefalia. Na história, verificar movimentos fetais, 
oligohidrâmnios e exames radiológicos. 
*Pé torto congênito: é a anomalia congênita de membros mais comum. 
Diferenciar entre pé torto congênito e posicional. 
*Prega palmar única: uni ou bilateral, está presente em 2,5% dos nascimentos 
normais. 
*Osteocondrodisplasia: evidente encurtamento dos membros (nanismo 
diastrófico). 
*Luxação congênita do quadril: o diagnóstico deve ser o mais precoce possível, 
pela boa resposta ao tratamento. Pesquisá-lo em todas as oportunidades do exame 
físico do RN, pois poderá estar ausente em alguns momentos. Verificar simetria das 
pregas cutâneas. Raio X. 
*Manobra de Ortolani: articulações coxofemorais em flexão e joelhos em flexão. 
Seguram-se as pernas e as coxas com as mãos, colocando-se os dedos sobre o 
grande trocanter e realizando-se a adução a abdução da articulação. Positivo quando 
se percebe um click com os movimentos. 
*Manobra de Barlow: flexionar joelhos e quadris.Seguram-se pernas e coxas 
coma as mãos colocando-se os dedos sobre o grande trocanter, mantendo as 
articulações em abdução média, realizando-se movimentos pressionando o grande 
trocanter anteriormente e sentindo-se o deslocamento da articulação. 
2.14 Mecônio e urina 
99% dos RN urinam nas primeiras 48 h de vida, sendo que 23% o fazem na 
sala de parto. O volume urinário nas primeiras 24 h de vida é de cerca de 15 ml. 
 
21 
 
As causas mais comuns de incapacidade de urinar nas primeiras 24 h são: 
prepúcio imperfurado, estenose de uretra, valva de uretra posterior, bexiga 
neurogênica, ureterocele, tumores renais, rins multicísticos, hipovolemia, baixa 
ingesta, agenesia renal bilateral (Síndrome de Potter), necrose tubular (secundária a 
hipóxia), trombose de veia renal, síndrome nefrótica congênita e pielonefrite 
congênita; 90% dos RN tem a primeira eliminação de mecônio nas primeiras 24 h de 
vida. Causas de atraso na eliminação são: obstrução intestinal, mucoviscidose, 
hipermagnesemia, doença de Hirsprung. 
3 EXAME NEUROLÓGICO 
 
Fonte: onasis.files.wordpress.com 
3.1 Exame neurológico do recém-nascido de termo 
Avaliação do grau de maturidade neurológica do RN, bem como faz uma busca 
ativa de patologias neurológicas ou sistêmicas que repercutem no s.n.c. no período 
perinatal, estabelecendo sua topografia. 
 
22 
 
3.2 Viabilidade 
Local tranquilo, iluminação adequada, aquecida entre 24º e 27º Celsius. O RN 
deve ter sido alimentado duas horas antes do exame, e neste despido paulatinamente. 
3.3 Estado de sono e vigília adequado (PRECHTIL, 1960) 
Os estados onde o exame é mais bem realizado são os 3, 4, 5. E nos 
prematuros são os 1, 2, 3. 
1. Olhos fechados, respiração regular, sem movimentos, (sono quieto) 
2. Olhos fechados, respiração irregular, sem movimentos grosseiros, (sono 
ativo). 
3. Olhos abertos sem movimentos grosseiros, (despertar quieto). 
4. Olhos abertos com movimentos grosseiros e sem choro, (despertar ativo). 
5. Olhos abertos ou fechados e chorando. 
6. Outros estados, ex. coma. 
3.4 Sistematização 
O exame neurológico deve seguir uma sequência estabelecida, aproveitando 
as melhores oportunidades para a realização de manobras tranquilas ou vigorosas. 
Observação: Em UTI neonatais, devido aos cuidados intensivos e medicações, 
o exame sofre prejuízos, assim sua realização deve ser mais tranquila e completas 
possíveis, evitando-se conclusões errôneas. 
3.5 O exame 
- OBSERVAÇÃO 
Prolongada 
- POSTURA: Flexão generalizada e lateralização da cabeça, até o final do 1º- 
mês. 
-MOVIMENTAÇÃO ESPONTÂNEA: Lentos sem sincronia, às vezes brusco, 
mais vivos nos membros inferiores. 
-EMISSÃO DE SONS: Choro inarticulado até o final do 1º- mês. 
 
23 
 
-TONUS: 
Semiflexão generalizada. 
-MANOBRA DO ARRASTO: quando os membros superiores estão fletidos. 
-ROTAÇÃO DA CABEÇA EM PRONO. 
-MANOBRA DE TOBLER: seguro pelos pés, cabeça para baixo vê-se a flexão 
dos membros. 
-MANOBRAS DO CACHECOL, PROPULSÃO DOS MEMBROS INFERIORES 
E RECHAÇO DOS MEMBROS INFERIORES, todas demonstrando a postura flexora 
dos membros. 
- REFLEXOS SUPERFICIAIS: 
- Ver CUTÂNEO PLANTAR. 
- REFLEXOS ARCAICOS: 
São atividades próprias do RN de termo, sadio, caricaturas de movimentos 
voluntários. A persistência de alguns depois de determinada idade indica patologias. 
-VORACIDADE (PIPER): Estímulos nos lábios e cantos da boca, e o RN fazem 
rotação da cabeça e desvio da boca procurando o estímulo. Observa-se até o 2º- mês 
de vida. 
-SUCÇÃO: Observa-se até o 8º- mês de vida. 
-PREENÇÃO REFLEXA DOS ARTELHOS: Pressiona-se a base dos artelhos, 
observa-se a flexão destes. Obtido até o 12º- mês de vida. 
-CUTÂNEO PLANTAR: Estimulam-se as bordas externas do pé, obtendo-se a 
extensão do primeiro pododáctilo e/ou a abertura em leque dos demais. Obtido até o 
9º- mês de vida. 
-EXTENSÃO CRUZADA: Estimula-se a planta do pé do membro em extensão 
mantido pelo examinador, observa-se flexão e abdução seguida de extensão e adução 
do membro oposto. Obtido no 1º- mês de vida. 
-PREENSÃO PALMAR: Obtido até o 6º-mês de vida. 
-MANOBRA DO ARRASTO: RN em decúbito dorsal, traciona-se os braços que 
estão fletidos, a cabeça que inicialmente está inclinada para trás desloca-se para a 
posição mediana e após cai para frente. É reflexo até o 3º- mês de vida. 
-REFLEXO DE MORO: Observa-se até o 6º- mês de vida. 
-REFLEXO TONICO CERVICAL ASSIMÉTRICO (MAGNUS DE KLEIJN): O 
reflexo do esgrimista é observado até o final do 3º- mês de vida. 
 
24 
 
-APOIO PLANTAR 
Segurando-se o RN pelas axilas toca-se com a planta dos pés com leve 
pressão a mesa de exame obtendo-se alinhamento do corpo, observado até o 3º- mês 
de vida. 
-MARCHA REFLEXA 
 Bem estruturada no 1º- mês, sendo observada até o 4º- mês de vida. 
-ROTAÇÃO DA CABEÇA EM PRONO 
 O RN eleva a cabeça rapidamente e faz rotação lateral, observada no 1º- mês 
de vida. 
-REFLEXO DE GALANT 
 O RN suspenso no ar é estimulado nos flancos obtendo-se encurvamento do 
tronco. 
-REFLEXOS DE LANDAU I e II 
 Sua ocorrência é pequena no período neonatal, observando-se após os três 
meses de idade. No Landau I ao suspender o RN no ar observamos extensão da 
cabeça, da pelve e das pernas, é obtido até o 12º- mês de vida. No Landau II ao 
fletirmos à cabeça do RN observamos abaixamento da pelve e flexão dos membros 
inferiores, este reflexo é observado além do 12º- mês de vida. 
-PARES CRÂNIANOS 
São observados através de observação e de manobras provocadoras. 
-NERVO ÓPTICO (2º-PAR) 
 Utilizando um feixe luminoso ou um objeto colorido aproximamos dos olhos do 
RN e obtemos uma breve fixação. 
-NERVOS OCULOMOTOR (3º- PAR), ABDUCENTE (6º-PAR), Podem ser 
avaliados juntamente com o VESTIBULO COCLEAR (8º- PAR), utilizando-se as 
seguintes manobras: 
-OLHOS DE BONECA 
 Com o RN inclinado nos braços do examinador, fazemos rotação de sua 
cabeça, os olhos não acompanham a manobra, permanecendo na posição original. 
-REFLEXO VESTÍBULO-COCLEAR 
 Com o RN suspenso pelas axilas, com a cabeça solta, fazemos suave 
translocação do mesmo para a direita e para esquerda, observamos a rotação da 
cabeça para o lado da manobra. Em seguida com a cabeça presa pelos dedos 
 
25 
 
indicadores do examinador repetimos a manobra e observamos a movimentação dos 
olhos. 
-REFLEXO COCLEO-PALPEBRAL 
 Avaliamos a função coclear através de estímulo sonoro próximo ao ouvido do 
RN e a resposta é o piscamento. 
-REFLEXOS MIOTÁTICOS 
Os mais frequentemente observados são: 
NASO-PALPEBRAL, BICIPITAL, TRICIPITAL, PATELAR, AQUILEU. 
- SENSIBILIDADE 
Pode ser avaliada através da retirada em bloco ou de um seguimento à 
estimulação dolorosa. 
- MEDIDAS DA CABEÇA 
Finalizando o exame neurológico é importante obter as medidas da cabeça, 
avaliando as DISTÂNCIAS ANTERO-POSTERIOR (DAP), BIAURICULAR (DBA) e 
o PERÍMETRO CEFÁLICO. Avaliando-se através de gráficos, bem como estabelecer 
o ÍNDICE CEFÁLICO obtido através da divisão do DBA pelo DPA, que é constante 
durante todo 1º- ano de vida. 
3.6 B-O exame neurológico do recém-nascido prematuro 
Vários estudos demonstram que não podemos simplesmente transferir o 
exame do RN de termo para o prematuro, além das características da imaturidade 
neurológica, da dificuldade de se estabelecer o nível de vigília, temos que considerar 
os cuidados terapêuticos intensivos a que muitos estão submetidos. Porém através 
de alguns reflexos presentes independentes da idade mesmo que de forma 
incompleta e inconstante podemos avaliá-los juntamente com aspectos somáticos e 
mesmo sem ter valor prognóstico confirmado estabelecermos o grau de maturidade 
neurológica e possíveis neuropatologias presentes. 
Entre eles podemos destacar: PREENSÃO PALMAR E DOS ARTELHOS, 
MORO, GALANT, VORACIDADE, RETIRADA A ESTIMULAÇÃO DOLOROSA, 
PISCAMENTO, CUTÃNEO-PLANTAR, MIOTÁTICOS, TONUS PASSIVO E ATIVO. 
 
26 
 
4 DOR EM NEONATOLOGIA 
 
Fonte: interfisio.com.brPelo fato de ser a dor uma sensação pessoal, torna-se impossível mensurar 
com exatidão a dor do outro. Nesse contexto, a dor dos indivíduos que não podem 
exprimi-la por meio de palavras torna-se um fenômeno ainda mais significativo. 
Deste modo, o fato de os lactentes não verbalizarem a dor que sentem 
agravava a crença que se tinha até meados da década de 1970, de que os recém-
nascidos não eram capazes de sentir dor. 
O que se acreditava era que as vias nervosas dos recém-nascidos não eram 
suficientemente mielinizadas para transmitir os impulsos dolorosos, não havendo 
função cortical suficientemente integrada para interpretar ou recordar as experiências 
dolorosas. 
Contudo, os conhecimentos atuais revelam que no recém-nascido qualquer 
estímulo doloroso é gerado, interpretado e transmitido da mesma forma como nos 
indivíduos adultos, pois ele apresenta todos os componentes anatômicos, funcionais 
e neuroquímicos necessários à nocicepção. Sabe-se também hoje que a mielinização 
incompleta é compensada pelo distanciamento interneuronal e neuromuscular menor, 
o que aumenta a velocidade média de condução nervosa. 
 
27 
 
A partir da sétima semana de gestação já se percebem receptores sensitivos 
cutâneos no feto e o sistema neurobiológico necessário à nocicepção encontra-se 
formado entre a 22ª e a 29ª semana de gestação. Assim, as estruturas periféricas e 
centrais necessárias à percepção da dor estão presentes e funcionais, mesmo nos 
pré-termos, já no nascimento, nos quais os sistemas neuroendócrinos do neonato 
estão suficientemente desenvolvidos para permitir a transmissão dos estímulos 
dolorosos. 
O desenvolvimento das vias de dor envolve o refinamento das conexões 
sensoriais com o sistema límbico e as áreas afetivas e associativas do córtex cerebral. 
As experiências dolorosas do RN podem determinar a arquitetura final do sistema de 
dor do adulto e provavelmente a variação individual das respostas à dor e a frequência 
dessas experiências pode levar à alteração na maturação desse sistema. 
A dor durante a hospitalização é frequente devido à gravidade da doença 
presente e os procedimentos necessários ao tratamento. A abordagem diagnóstica e 
terapêutica de um paciente gravemente enfermo é quase sempre invasiva e 
agressiva, principalmente nos setores de emergência e de terapia intensiva. 
Alguns autores revelam que, embora a comunidade médico-científica aceite 
atualmente que o recém-nascido é capaz de sentir dor e do grande avanço tecnológico 
e farmacológico em Neonatologia, observa-se de maneira geral a pouca utilização de 
medidas no controle da dor e do estresse no neonato hospitalizado; ou essas vêm 
sendo feitas de forma inapropriada, sendo que a permanência do recém-nascido em 
Unidades de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN) envolve a necessidade de vários 
procedimentos terapêuticos dolorosos. Em uma UTIN, um recém-nascido pode ser 
submetido a vários procedimentos potencialmente dolorosos ao dia, entre os quais 
alguns estudos citam as punções venosas, arteriais e no calcanhar, intubação e 
ventilação mecânica, procedimentos cirúrgicos, drenagem de tórax, entre outros. 
Nesse sentido, este lapso entre o conhecimento científico e a conduta na 
prática clínica se deve provavelmente à dificuldade de avaliação e mensuração da 
dor, pois o fato de se lidar com pacientes pré-verbais, em diferentes fases de 
desenvolvimento cognitivo, e que expressam suas reações aos mais variados 
estímulos de forma similar, pode levar a grandes dúvidas na interpretação e avaliação 
das respostas à dor, prejudicando um atendimento adequado àquela criança. 
 
28 
 
Deste modo, nota-se que a dor e o estresse potencializam a instabilidade 
clínica do RN, evidenciando a necessidade de se adotar medidas que minimizem 
esses quadros. Exames laboratoriais e observações clínicas sugerem que a dor 
neonatal não controlada pode resultar em efeitos colaterais à saúde e no prognóstico 
do desenvolvimento da criança a longo prazo. Assim, a exposição à dor é um dos 
fatores mais prejudiciais do ambiente extrauterino, que pode alterar o 
desenvolvimento neurológico em muitos aspectos. 
De acordo com a Academia Americana de Pediatria (AAP), a exposição à dor 
intensa ou prolongada pode aumentar a morbidade neonatal e lactentes que sentiram 
dor durante o período neonatal respondem de maneira diferente aos eventos 
dolorosos subsequentes. Tendo em vista essas consequências, iniciaram-se estudos 
que visassem à melhora das estratégias de tratamento para prevenir e tratar a dor e 
o desconforto do RN. 
Hoje existem vários instrumentos para a avaliação da dor no neonato. Porém, 
o que se percebe é que os profissionais não os conhecem ou não os utilizam. Desta 
forma, o tratamento baseia-se em parâmetros individuais, sem haver uma 
padronização dos serviços. Com o intuito de atenuar a subjetividade das medidas 
comportamentais de dor e facilitar o seu uso clínico, surgiram as escalas de dor. Essas 
escalas atribuem pontos a determinados parâmetros comportamentais de dor, 
descritos da maneira mais objetiva possível, resultando em uma pontuação final que 
pode ajudar o clínico a decidir se há necessidade de intervenção analgésica. 
Os parâmetros utilizados para identificar a dor neonatal são os físicos e 
comportamentais. As respostas fisiológicas dos RN são evidenciadas por alterações 
cardiorrespiratórias (aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial e 
diminuição da saturação de oxigênio), sudorese palmar, ampliação da pressão 
intracraniana e por alterações hormonais (liberação de catecolaminas, cortisol, 
glucagon, glicemia, dentre outros) e metabólicas (aumento do lactato, piruvato, corpos 
cetônicos e alguns ácidos graxos). Essas medidas, embora objetivas, não são 
especificamente relacionadas à dor, pois podem ocorrer alterações similares após um 
estímulo nociceptivo, ou depois de um estímulo desagradável, mas não doloroso. 
Assim, os parâmetros fisiológicos são úteis para avaliar a dor na prática clínica, 
mas não podem ser usados de forma isolada. Utiliza-se também a avaliação 
comportamental do neonato frente a um procedimento para constatar se há dor ou 
 
29 
 
não. Este tipo de avaliação fundamenta-se na modificação de determinadas 
expressões comportamentais, principalmente a resposta motora, a mímica facial, e o 
choro. 
Respostas motoras mais evidentes nos RN frente a um estímulo doloroso são 
a rigidez do tórax e movimentos de flexão e extensão das extremidades. O que se 
questiona é que a movimentação corporal também pode ser obtida diante de outros 
estímulos que não sejam dolorosos. Embora os RN movimentem. Embora os RN 
movimentem tronco e membros frente à dor, esta constatação deve ser associada a 
outros estímulos, não servindo de parâmetro único na avaliação do fenômeno 
doloroso. 
O choro é também considerado na prática como uma medida comportamental 
de avaliação da dor. É um alerta e pode ou não estar associado à presença do 
processo álgico. Em caso de dor, o choro vai ter uma fase expiratória mais prolongada 
e uma duração aumentada. Contudo, em crianças intubadas, em processo de 
desmame ventilatório, ou fome e desconforto, aliados à falta de habilidade do 
profissional de saúde em distinguir o tipo de choro, podem dificultar sua avaliação. 
As alterações da mímica facial têm sido uma das ferramentas mais utilizadas 
no estudo da dor do RN: fronte saliente, fenda palpebral estreitada, sulco naso- labial 
aprofundado, lábios entreabertos, boca estirada, tremor de queixo e língua tensa; 98% 
dos RN a termo apresentam pelo menos as três primeiras alterações citadas acima 
quando sentem dor, sendo que as mesmas alterações não são detectadas quando 
são submetidos a estímulos desagradáveis, porém não dolorosos. 
Desta forma, a mímica facial parece ser um modo de linguagem da dor do RN 
mais facilmente entendida pelo adulto. Contudo, essas alterações não trazeminformações a respeito da qualidade ou da intensidade do processo álgico. Portanto, 
é difícil utilizar apenas a movimentação da face na tomada de decisões para 
intervenções. Outros efeitos da dor podem incluir aumento do estado de vigília, 
irritabilidade, vômitos, perda do apetite, alteração na sucção, interrupções no padrão 
de sono e alterações na interação mãe-filho. Vários autores relatam a necessidade de 
intervenções para minimizar a dor e o estresse no paciente. Deste modo, abordagens 
farmacológicas e não-farmacológicas podem ser utilizadas e a maioria das revisões 
enfatiza o uso simultâneo de ambas. 
 
30 
 
4.1 Estratégias para o controle da dor no recém-nascido 
Atualmente inúmeras estratégias de controle da dor são estabelecidas, 
podendo ser divididas em dois grandes grupos: controle da dor por meio 
farmacológico e não farmacológico. 
As intervenções não farmacológicas são estratégias que objetivam 
principalmente prevenir a intensificação do processo doloroso, a desorganização do 
neonato, o estresse e a agitação, minimizando as repercussões da dor. São eficientes 
na maioria das crianças, quando utilizadas individualmente nas dores de leve 
intensidade; porém deverão ser acrescidas as intervenções farmacológicas frente à 
dor moderada ou severa. 
Algumas medidas podem favorecer o controle da dor, tais como a redução da 
luminosidade, do barulho e do manuseio do RN. Deve-se também concentrar as 
atividades com o neonato de modo a permitir períodos mais prolongados de sono, 
favorecendo a prevenção e o controle da dor. 
Certos autores indicam a contenção do recém-nascido em um ninho 
improvisado, para promover a sua organização comportamental. O toque e o contato 
físico também são benéficos. O emprego da sucção não nutritiva por meio da chupeta 
ainda é questionável em unidades neonatais, devido a possíveis prejuízos 
odontológicos posteriores, porém alguns autores defendem seu uso, por afirmarem 
que a mesma inibe a hiperatividade e modula o desconforto, ajudando na organização 
neurológica e emocional do neonato após o fenômeno doloroso. 
O uso da glicose por via oral no momento da realização da coleta sanguínea, 
da injeção subcutânea ou da imunização pode atenuar a expressão facial de dor e 
diminuir o tempo de choro, sendo esta uma medida muito utilizada na prática das UTI 
e UCI (Unidades de Cuidados Intermediários) neonatais. Novos estudos, porém, ainda 
são necessários para que sua eficácia seja comprovada e sejam estabelecidas doses 
e concentrações ideais na sua administração. 
Quando se pretende controlar a dor advinda de procedimentos dolorosos e 
invasivos que culminam em dor severa e intensa, opta-se por utilizar métodos 
farmacológicos, ou seja, drogas analgésicas que têm por finalidade interromper o 
fenômeno doloroso. 
A utilização de agentes farmacológicos deve ser considerada em todos os RN 
portadores de doenças potencialmente dolorosas e RN submetidos a procedimentos 
 
31 
 
invasivos, cirúrgicos ou não. Os fármacos mais utilizados são os não- opióides e os 
opióides. Os não-opióides abrangem, principalmente, os anti-inflamatórios não 
hormonais, que agem inibindo a cicloxigenase, diminuindo a síntese de prostaglandina 
e consequentemente o processo inflamatório. São recomendados para alívio 
temporário de dor mínima a moderada, desconforto e como antipirético. 
Os analgésicos opióides atuam sobre o Sistema Nervoso Central (SNC), 
medula e receptores periféricos e, por meio de receptores opióides espalhados pelo 
SNC, inibem a transmissão do estímulo nociceptivo aos centros superiores de 
processamento, inibindo assim a aferência da dor na medula espinhal, ativando as 
vias descendentes inibitórias, produzindo diferentes combinações de efeitos 
desejáveis (neste caso o bloqueio da dor) e indesejáveis (depressão respiratória, 
sedação, hipotensão, bradicardia, rigidez muscular, convulsões, constipação e 
retenção urinária). Esta classe medicamentosa é necessária quando detectada a 
presença de dor moderada até intensa. 
Combinação entre analgésicos opióides e não-opióides promovem o controle 
da dor no recém-nascido em dois níveis: sistema nervoso central e periférico, 
proporcionando analgesia aumentada sem potencializar os efeitos colaterais. 
Diante disso, são necessárias intervenções farmacológicas, não-
farmacológicas ou ambas associadas, a fim de se reduzir a dor neonatal, contribuindo 
para o suporte nos neonatos imaturos para que estes possam superar o estresse, 
diminuir a morbi- mortalidade e o tempo de internação. 
4.2 O papel da equipe de enfermagem no controle da dor em neonatologia 
A equipe de enfermagem atua com uma modalidade de cuidados denominada 
“cuidados integrais”, ou seja, fica responsável pelo atendimento integral ao paciente 
em seu turno de trabalho. No que diz respeito ao controle da dor do recém-nascido 
em unidade de Neonatologia, a enfermagem trabalha diretamente com medidas não– 
farmacológicas, citadas anteriormente, e com a administração de fármacos prescritos 
(medidas farmacológicas). Importante referir que há serviços em que a prescrição de 
fármacos fica sob a responsabilidade do enfermeiro, mediante a existência de 
protocolos que conferem respaldo legal a este tipo de atividade.30,31 O alívio da dor 
e o conforto do paciente envolvem questões éticas e humanitárias do profissional da 
 
32 
 
saúde. A dor do RN deve ser reconhecida e tratada.10,12 Cabe ressaltar que são 
poucos os trabalhos encontrados na literatura desenvolvidos por enfermeiros que 
destaquem a atuação da equipe de enfermagem na Neonatologia, principalmente, 
com relação à dor do RN. 
5 TRANSPORTE NEONATAL 
 
www.acudiremergencias.com 
A mortalidade neonatal é mais baixa quando o nascimento de um recém-
nascido de alto-risco ocorre em centros terciários bem equipados em termos de 
recursos materiais e humanos. No entanto, em algumas situações, o nascimento de 
um concepto pré-termo e/ou doente pode ocorrer em centros secundários ou mesmo 
primários. Nesse caso, tais pacientes devem ser transferidos para uma unidade mais 
especializada, respeitando-se a lógica dos sistemas regionalizados e hierarquizados 
de atendimento neonatal. 
 
33 
 
5.1 Classificação do transporte neonatal 
O transporte neonatal pode ser dividido em duas categorias: o intra e o inter - 
hospitalar. 
Aquele realizado entre hospitais, sendo indicado principalmente quando há 
necessidade de recursos de cuidados intensivos não disponíveis nos hospitais de 
origem, como: 
•abordagens diagnósticas e cirúrgicas mais sofisticadas e/ou de doenças 
menos frequentes; 
•medidas de suporte ventilatório; 
•nutrição parenteral; 
•monitorização vital complexa. 
5.2 Principais indicações para o transporte inter-hospitalar 
•Prematuridade, com idade gestacional menor que 32 a 34 semanas e/ou peso 
de nascimento inferior a 1.500 gramas. 
•Problemas respiratórios com uso de fração inspirada de oxigênio superior a 40 
– 60% ou de pressão positiva contínua em vias aéreas ou de ventilação mecânica. 
Anomalias congênitas. 
•Convulsões neonatais. 
•Doenças que necessitam de intervenção cirúrgica. 
•Hemorragias e coagulopatias. 
•Hiperbilirubinemia com indicação de exsanguíneo-transfusão. 
•Asfixia com comprometimento multissistêmico. 
•Recém-nascido com cianose ou hipoxemia persistente. 
•Sepse ou choque séptico. 
•Hipoglicemia persistente. 
O transporte inter-hospitalar também é utilizado para levar de volta à origem 
aquele recém-nascido que não mais necessita de cuidados intensivos. 
 
34 
 
5.3 Transporte Intra-Hospitalar 
Aquele realizado no próprio centro terciário, quando os pacientes internados 
em Unidade Neonatal são transportados para a realização de alguma intervenção 
cirúrgica ou procedimento diagnóstico, dentro das dependências do hospital ou em 
locais anexos. 
Em qualquer das duas situações, os transportes podem se tornar um risco a 
mais para o pacientecriticamente doente e, por isso, devem ser considerados como 
uma extensão dos cuidados realizados na Unidade de Tratamento Intensivo. 
A responsabilidade pela indicação desse tipo de transporte é da equipe que 
presta assistência ao paciente na Unidade. 
Muito mais atenção tem sido dada e estudos realizados em relação ao 
transporte inter-hospitalar, comparado ao intra hospitalar. Entretanto, deve-se lembrar 
que o transporte intra-hospitalar ocorre com grande frequência e para sua realização 
são necessários treinamentos e habilidades similares aos requisitados para a 
realização do transporte inter-hospitalar. 
5.4 Equipe de Transporte 
Embora em outros países, como o Canadá e os Estados Unidos, o transporte 
de recém-nascidos possa ser realizado por enfermeiros treinados, terapeutas 
respiratórios ou por paramédicos, no Brasil, o transporte neonatal só pode ser feito 
por um médico apto a realizar os procedimentos necessários para a assistência ao 
neonato gravemente enfermo. Esse médico deve ser, de preferência, um pediatra ou 
neonatologista e estar acompanhado por um(a) auxiliar de enfermagem ou por um(a) 
enfermeiro(a) que tenha conhecimento e prática no cuidado de recém-nascidos. 
 
35 
 
5.5 Veículo para transporte inter-hospitalar (ambulância) 
 
Fonte: translifeemergencias.com.br 
Para transporte de pacientes graves ou instáveis recomendada distância de até 
50 km. Para pacientes estáveis distância de até 160 km. Os pré-requisitos do veículo 
de transporte de pacientes são: 
 Altura do compartimento de pacientes suficiente para a acomodação da 
incubadora de transporte, com local seguro para sua fixação. 
 Presença de fonte de energia e luz. 
 Espaço interno mínimo para a manipulação do recém-nascido em situação de 
emergência. 
 Cintos de segurança para a equipe de transporte. 
Equipamentos necessários ao transporte inter- hospitalar. 
Na instituição esses equipamentos são providenciados no momento do 
transporte, pela UTI Neonatal de acordo com o quadro clínico do RN e tipo de 
terapêutica implementada: 
 Incubadora de transporte: transparente, de dupla parede, bateria e fonte de 
luz. 
 Cilindros de oxigênio recarregáveis (pelo menos dois), com fluxômetros 
acoplados. 
 
36 
 
  Balão auto- inflável com reservatório e máscaras para ventilação de recém-
nascidos prematuros e a termo. 
 Monitor cardíaco e/ou oxímetro de pulso com bateria. 
 Material para intubação e circuito apropriado para o ventilador mecânico de 
transporte. 
  Bomba infusora. 
 Capacete para oxigênio inalatório. 
  Ventilador mecânico e umidificador aquecido com fluxo contínuo e regulagem 
de pressão. 
Todos os equipamentos são portáteis, leves e de fácil manutenção. Com 
bateria própria e recarregáveis, caso seja necessário. 
5.6 Maleta de transporte do RN 
Materiais: 
 Termômetro. 
 Fitas para controle glicêmico. 
 Curativo poroso. 
 Cateter intravenoso flexível 14 e 24. 
 Clorexidina. 
 Álcool etílico 70% 100ml. 
 Álcool glicerinado 100ml. 
 Luvas estéreis 7,0 /7,5 / 8,0. 
 Equipo de soro. 
 Gazes e algodão 
 Seringas de 1, 3, 5, 10ml. 
 Agulhas 25/7, 25/08, 40/12. 
 Sonda gástrica nº 4, 6, 8, 10. 
 Sonda de aspiração traqueal n° 6, 8 e 10. 
 Torneira de 3 vias. 
 Saco Coletor de urina. 
 Estetoscópio. 
 
37 
 
 Laringoscópio com lamina reta nº 00, 0 e 1. 
 Esparadrapo. 
 Curativo transparente. 
Drogas: 
 Glicose a 50%. 
 Fenobarbital. 
 Midazolam. 
 Atropina. 
 Água destilada 10 ml. 
 Sulfato de Magnésio 
 Noradrenalina. 
 Água Destilada 250 ml. 
 Soro Fisiológico 0,9% 250 ml. 
 Soro glicosado 5 e 10% 250 ml. 
 Furosemida. 
 Dopamina. 
 Dobutamina. 
 Adrenalina. 
 Gluconato de cálcio a 10%. 
 Cloreto de potássio a 10%. 
 Cloreto de sódio a 20%. 
 Bicarbonato de sódio a 8,4%. 
 Dipirona. 
 
38 
 
6 ALEITAMENTO MATERNO NAS UNIDADES NEONATAIS 
 
Fonte: br.pinterest.com 
A amamentação se apresenta como um dos mais importantes aspectos no 
primeiro período de vida do bebê, dentro do universo das primeiras relações e do 
momento sabidamente especial do pós-parto. Amamentar é uma experiência viva de 
afetos ambivalentes que oscilam expondo seus envolvidos a uma grande intensidade 
emocional. 
No Brasil, em 1979, ocorreu-se a institucionalização da Política Nacional de 
Aleitamento Materno e, em 1981, oficializou- se o Programa Nacional de Incentivo ao 
Aleitamento Materno (PNIAM) que tem como objetivo o combate à desnutrição na 
primeira infância, sendo um dos importantes instrumentos governamentais na redução 
da mortalidade infantil através de ações que incluíam grupos de apoio à amamentação 
na comunidade, campanhas na mídia, produção de material educativo, controle do 
marketing de leites artificiais, treinamento de profissionais de saúde, aconselhamento 
em amamentação individualizado e aprovação de leis que protegem a amamentação. 
Os estudos têm destacado o grande número de benefícios que o ato de 
amamentar proporciona à mãe, ao bebê, à família e até mesmo ao meio ambiente. O 
aleitamento materno favorece a saúde da mãe e também da criança por promover 
nutrientes e substâncias imunoprotetoras. 
 
39 
 
O aleitamento materno é, pois, a forma mais natural e segura de se alimentar, 
exceto em situações que contraindicam a oferta de leite materno, por exemplo, no 
caso de bebês filhos de mulheres com HIV/AIDS e HTLV, pela possibilidade de 
transmissão vertical desses agravos. Deste modo, em geral, deve ser estimulado, 
inclusive, para as crianças prematuras, de baixo peso e para aquelas que necessitam 
de internação em unidades de terapia intensiva neonatais, uma vez que o leite 
materno possui combinação única e ideal de proteínas lipídios, carboidratos, minerais, 
vitaminas, enzimas e células vivas, bem como promove benefícios imunológicos, 
fisiológicos, nutricional e econômico. 
O aleitamento materno consiste em um processo no qual a criança recebe leite 
materno, direto da mama ou ordenhado. 
É influenciado por valores sociais, ideologias e interesses, especialmente, 
econômicos e, inclusive, pelas experiências anteriores das mulheres, suas 
percepções em relação ao aleitamento, inseguranças e dificuldades encontradas. 
A internação de um filho em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal pode 
desencadear medo, angústia, ansiedade e sentimento de impotência de familiares em 
virtude do distanciamento do bebê, da existência de normas e rotinas estabelecidas 
no referido setor hospitalar e, também, em decorrência de mudanças repentinas do 
cotidiano familiar e da possibilidade de óbito do bebê internado. 
Ordenha mamária: 
As mães de RN admitidos em unidades neonatais precisam ser encorajadas e 
orientadas a iniciar a ordenha precocemente, para estimular a lactação. O atraso no 
início da expressão mamária e a inibição da ejeção de leite em decorrência da 
ansiedade e preocupação com o RN podem determinar insuficiência láctea. É 
importante que a ordenha mamária seja iniciada logo após o parto, se possível, pois 
a estimulação precoce das mamas, especialmente antes de 48 horas, parece ser 
crítica para a manutenção de produção láctea adequada nas semanas subsequentes. 
A retirada de leite materno pode ser realizada de forma manual ou mecânica, 
sempre precedida da lavagem cuidadosa das mãos, da escolha de um lugar tranquilo 
e da massagem delicada em todos os quadrantes das mamas, que é fundamental 
para facilitar o reflexo de ejeção do leite. A massagem, com estímulo do tecido 
mamário e do mamilo, tem efeito adicional no aumento da produção láctea. 
 
40 
 
A ordenha manual, que é fácil de ser aprendida, deve ser demonstrada às mães 
no período pós-parto como importante aspecto do autocuidado com a mama 
puerperal. A ordenha mecânica é outra opção para a retirada de LH, mas deve-se 
considerar a eficiência, a disponibilidade, o custo e o potencial para traumamamilar 
associados às bombas antes de indicá-las. Com o avanço da tecnologia, os 
equipamentos para extração de LH passaram a ser produzidos com materiais 
maleáveis e concepção mais moderna, facilitando seu uso e diminuindo o risco de 
lesão do mamilo. 
As bombas tira-leite podem ser manuais ou elétricas. As bombas manuais e a 
bateria são inadequadas para a manutenção prolongada da lactação. As bombas 
elétricas modernas são as mais eficientes e, se forem adaptadas para ordenhar os 
dois peitos simultaneamente, permitem que um mesmo volume de leite seja obtido na 
metade do tempo, uma vez que estimulam maior liberação de prolactina. Nos casos 
em que há necessidade de expressão mamária por um longo período, a diferença no 
melhor aproveitamento do tempo pode influenciar a disposição materna em continuar 
ordenhando. A extração simultânea de LH das mamas é mais efetiva para manter sua 
produção, além de aumentar seu conteúdo lipídico. Assim, a bomba elétrica com 
dispositivo para extração de leite dos dois peitos deve ser preferida, sobretudo se o 
RNPT for menor que 1.500 g, incapaz de mamar ao peito por pelo menos 2 semanas 
ou gemelar. 
Considera-se que uma produção de LH de 500 ml/dia ou 3.500 ml/semana é o 
mínimo necessário para preencher as necessidades nutricionais do RNPT por ocasião 
da alta da unidade neonatal. Existe grande variabilidade nos volumes de LH produzido 
por mães de prematuros que necessitam fazer a drenagem láctea de forma artificial 
enquanto seus filhos não podem sugar no peito diretamente. Sugere-se que a 
frequência de ordenha nessas mulheres deva ser similar ao número de mamadas 
diárias de um RN de termo, cerca de oito a dez vezes, com o objetivo de estimular a 
liberação de prolactina e permitir a produção duradoura de quantidade de leite 
materno suficiente. A duração da ordenha nos primeiros dias pós-parto deve ser de 
10 a 15 minutos e, após a apojadura, deve prosseguir até os 2 minutos seguintes à 
extração das últimas gotas de leite, o que pode determinar um tempo total de 
expressão de 20 a 30 minutos. 
 
41 
 
A produção de leite está diretamente relacionada à frequência de sua extração. 
Entre as mães de neonatos pré-termo não amamentados diretamente ao peito que 
ordenham quatro ou mais vezes ao dia, o volume de leite obtido é significativamente 
maior que o das que fazem a retirada do leite três vezes ou menos. É descrita 
correlação significativamente positiva entre a ordenha mamária realizada pelo menos 
seis vezes ao dia e maior produção de leite na segunda semana pós-parto prematuro. 
Nessas condições, a puérpera certamente conseguirá manter o volume de LH 
necessário para alimentar seu filho no momento da alta hospitalar. 
Observa-se um aumento do volume de leite produzido ou uma produção láctea 
mais estável entre as mães que praticam o Método Mãe Canguru quando comparadas 
com as mães cujos RNPT foram submetidos a tratamento tradicional em incubadoras. 
A utilização dessa técnica é uma maneira de humanizar e aperfeiçoar o cuidado 
perinatal e promover o AM, sem comprometer a sobrevida, o crescimento e o 
desenvolvimento dos prematuros. Sendo assim, as mães de RNPT devem ser 
estimuladas a realizar a ordenha mamária, adotar a posição canguru o mais 
frequentemente possível e ter avaliada a sua produção de leite na segunda semana 
pós-parto, para que se determine a necessidade de alguma intervenção para 
aumentar o volume de leite produzido. 
Para mulheres cujos filhos não podem mamar diretamente ao peito, além da 
ordenha, pode-se utilizar galactagogos, que atuam estimulando a secreção de 
prolactina e, consequentemente, determinando aumento do fluxo lácteo. Várias são 
as substâncias descritas como galactagogos, mas a mais estudada é a 
metoclopramida. Esse fármaco antagoniza a liberação de dopamina no sistema 
nervoso central, promovendo a lactação. O uso de 10 mg de metoclopramida, três 
vezes ao dia, por 7 a 14 dias, tem-se mostrado efetivo e seguro para a manutenção 
do AM em mães de RNPT. Embora a droga atinja concentrações altas no leite materno 
em relação ao seu nível sérico, a metoclopramida é considerada compatível com o 
AM, desde que seja evitado o seu uso prolongado. Os efeitos colaterais não podem 
ser esquecidos, tais como reações extrapiramidais, tonturas, náuseas e depressão. 
Em caso de aparecimento de sintomas depressivos, a terapêutica deve ser 
descontinuada. A domperidona, que é uma droga pró-cinética, também aumenta a 
produção láctea, sendo detectada em pequenas concentrações no leite materno; no 
entanto, documento recente da Agência Americana de Controle de Medicamentos e 
 
42 
 
Alimentos (U.S. Food and Drug Administration – FDA) advertiu contra seu uso na 
lactação. 
Nas nutrizes cujo fluxo lácteo tenha caído acentuadamente, pode-se dispor da 
relactação, que é uma técnica efetiva para o restabelecimento da produção de leite. 
O leite ordenhado deve ser oferecido via suplementador, evitando-se, assim, o uso de 
bicos artificiais. Existem suplementadores industrializados, mas a forma mais simples 
e fácil de aumentar a ingestão de calorias e estimular o neonato a sugar é oferecer o 
leite em um copo ou uma seringa com uma sonda nasogástrica acoplada, cuja outra 
extremidade é fixada na mama, com fita adesiva, próxima ao mamilo. Assim, ao sugar, 
o RNPT abocanha a aréola e a sonda simultaneamente, retirando leite do peito e da 
seringa ou copo. 
7 ENFERMAGEM EM NEONATOLOGIA 
 
Fonte: www.roneynemer.com.br 
O trabalho da enfermagem é muito importante na Neonatologia, pois a 
enfermeira pode acompanhar o desenvolvimento da criança antes, durante e depois 
do nascimento, prestando assistência à gestante, à parturiente, à puérpera e ao 
recém-nascido. 
 
43 
 
O nascimento de uma criança hígida e sadia, a sua sobrevivência e 
desenvolvimento normal constituem o objetivo da Enfermagem Perinatal. 
A Enfermeira Neonatal trabalha em dois setores de fundamental importância: 
alojamento conjunto e unidade de cuidados intensivos neonatais. 
O alojamento conjunto é um sistema especial de instalações em maternidade, 
no qual a mãe e o filho podem conviver na mesma área, favorecendo, através desta 
aproximação e do contato físico, atendimento às necessidades afetivas, sociais e 
biológicas da criança e de sua mãe. A enfermeira é responsável pela elaboração e 
manutenção de um plano educacional, organização, administração da assistência de 
enfermagem ao recém-nascido e a mãe, coordenação dessa assistência, 
desenvolvimento de atividades no campo multidisciplinar, orientação, ensino e 
supervisão dos cuidados de enfermagem prestados, entre outras. 
Na unidade de cuidados intensivos neonatais são internados os recém-
nascidos prematuros, que correm risco de vida e necessitam de cuidados 24h por dia. 
Além das responsabilidade já citadas, a enfermeira deve promover adaptação do 
recém-nascido ao meio externo (manutenção do equilíbrio térmico adequado, 
quantidade ideal de umidade, luz, som e estimulo cutâneo), observar o quadro clínico 
(monitorização de sinais vitais e emprego de procedimentos de assistência especiais), 
fornecer alimentação adequada para suprir as necessidades metabólicas dos 
sistemas orgânicos em desenvolvimento (se possível, através de aleitamento 
materno), realizar controle de infecções, estimular o recém-nascido, educar os pais, 
estimular visitas dos familiares, dentre outras atividades. 
Avanços terapêuticos na área neonatal têm propiciado a redução da morbidade 
e da mortalidade dos recém-nascidos prematuros ou com patologias complexas. A 
Neonatologia constitui um corpo de conhecimento específico, sendo necessária a 
capacitação dos profissionais para atuação na área. 
 
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8 ENFERMAGEM EM PEDIATRIA 
 
Fonte: www.einstein.br 
É a área da enfermagem especializada em todo o processo de cuidados 
envolvendo a parte pediátrica. 
O enfermeiro especializado em cuidados pediátricos tema função de não só 
prestar os cuidados necessários à criança, mas também de apoiar os pais, que podem 
enfrentar situações delicadas com a chegada do bebê. 
A enfermagem pediátrica sofreu um impulso evolutivo de grandes dimensões 
nos últimos anos e se baseia em algumas premissas importantes. O enfermeiro 
pediátrico deve ter claro que: 
 O binômio criança/família é inseparável. 
 Deve-se evitar a internação hospitalar da criança ou, não sendo possível, 
reduzir o tempo de internação. 
 Incentivar o acompanhamento da criança por mãe e pai. 
Algumas novas realidades tornam o papel e intervenção do enfermeiro 
pediátrico ainda mais fundamental. Entre elas poderíamos destacar: 
 A dificuldade dos pais na transição e no desempenho do papel parental, 
ou seja, o enfermeiro tem por missão ajudar os pais a serem pais. 
 
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 A abrangência da idade pediátrica (que em alguns países pode ir até aos 
21 anos) torna a missão dos enfermeiros pediátricos ainda mais complexa. 
As necessidades e cuidados que têm de prestar a um recém-nascido são 
diferentes do acompanhamento a dar a um adolescente e sua família. 
 O enfermeiro também se vê confrontado com diferentes contextos 
assistenciais, ou seja, a realidade assistencial pediátrica é muito diversa e 
se estende a contextos tão diferentes como por exemplo as unidades de 
atendimento urgente que exige respostas rápidas e eficazes. 
 A assistência em domicilio é outra realidade em que intervém o 
enfermeiro pediátrico e uma vertente que pode ajudar a evitar a internação 
da criança. 
O enfermeiro pediátrico é um especialista que pode trabalhar em conjunto com 
o pediatra e o ginecologista ou obstetra no planejamento e gestão de cuidados à 
criança e família. Este profissional possui um conhecimento profundo das respostas 
da criança aos processos de vida e problemas de saúde e poderá pôr em prática 
soluções adequadas às necessidades da criança e da família. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
9 BIBLIOGRAFIA 
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.048/GM, de 5 de novembro de 2002. 
Aprova o Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e 
Emergência. Transferências e transporte inter-hospitalar. Brasilia, DF. nov. 2002. 
BRASIL. Conselho de Federal de Medicina. Resolução nº 1.672/2003 - Dispõe sobre 
o transporte interhospitalar de pacientes e dá outras providências. Brasilia, DF. 
2003. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de 
ações programáticas e estratégicas. Manual de orientações do transporte neonatal. 
Brasília 2010. 
CAMAROTTI CM, Nakano AMS, Pereira CR, Medeiros CP, Monteiro JCS. The 
experience of breastfeeding in a group of teenage mothers. 2011; 
WIECZORKIEVICZ AM, Souza KV. A amamentação na adolescência sob as 
"lentes" do discurso do sujeito coletivo. Ágora: Rev Divulg Cient. 2012 
SANTOS CC, Ressel LB. O adolescente no serviço de saúde. Adolesc Saude. 2013; 
SÃO PAULO. Conselho Regional de Enfermagem. Parecer COREN-SP GAB N°049. 
Responsabilidade do enfermeiro durante a transferência inter-hospitalar de 
pacientes. São Paulo. 2011. 
SILVA PK, Almeida ST. Avaliação de recém-nascidos prematuros durante a 
primeira oferta de seio materno em uma uti neonatal. Rev CEFAC . 2015.

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