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Fases da vida

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Fases da vida
ra que passar de ano?
Iniciamos esta etapa dos estudos com uma frase que nos guiará
nesta aula: a vida tem fases.
Nessa época da vida ouvimos a seguinte frase: “Crianças, vocês têm que
se comportar, para poder passar para o segundo ano”. Essa sentença tem
o poder de criar a expectativa de que no próximo ano tudo irá mudar, com
novos livros, outra professora, outra sala de aula. Como todos os colegas
que estudaram com você, isso era entendido como algo normal.
Hoje, após esses anos, eu gostaria de perguntar para a professora: “A
razão de fazer direito é para passar para o próximo, porque apenas no
próximo será legal?”. Nesse momento podemos refletir: será que não
podemos pensar diferente? Esse é o único ano, o outro é diferente. Este
deve ter valor, deve ser maravilhoso e prazeroso. Ele não é melhor do que
os outros, ele é o meu presente, é um ano maravilhoso, com os livros e
pessoas que me cercam agora.
Conforme dito por Costa (2010), “estar presente” é muito mais do que
“estar perto”, isto é, é necessário ser presença. É preciso projetar a vida,
mas é preciso entender que a vida é agora! Quando este acabar, será
triste, pois deixará saudades. E o próximo será maravilhoso também, pois
estarei vivendo aquele presente. Não devemos viver este ano apenas
para passar para o próximo. Podemos repetir nesse momento: a vida tem
fases. Cada uma delas serão construídas por você e serão importantes
para que você possa esgotar na vida vivida tudo o que ela pode te trazer
de bom.
Pense agora na faculdade. Você não pode viver os quatro anos apenas
esperando para chegar ao final com o diploma na mão. Viva plenamente
esses anos, de forma inteligente. É vivendo plenamente o momento vivido
que o futuro pode ser promissor. Além disso, é necessário ter propósito na
vida, retomando um conceito de Karl Marx, do século XIX, de recusa da
alienação. Segundo Cortella (2016, p. 16), “alienado é aquele que não
pertence a si mesmo”. Quer mais um exemplo? Viver o ensino médio
apenas para poder passar no vestibular. Isso não é uma verdade! Existem
coisas maravilhosas e devemos viver aqueles instantes, pois eles nos
ensinam pontos maravilhosos.
Aprenda a apreciar e encantar o momento que você está vivendo, o seu
presente. Quanto mais intensamente o presente for vivido, mais
provavelmente o futuro será rico. Não jogue no lixo o presente, esperando
o futuro. A vida vale as suas dificuldades e devemos vivê-la no momento
exato em que ela ocorre.
 
Alegria de ser CEO
Quanta coisa muda com o tempo, não é mesmo? Quem dera
pudéssemos voltar e aproveitar melhor determinados momentos que
foram tão bons e poderiam ser eternos.
Novamente, podemos refletir que vivemos fases e ciclos que se encerram
para que outros tenham início. Vamos cumprindo etapas. Contudo,
quando a vida é boa, nós não queremos mudar de fase. Podemos
chamar de desejo de eternidade daquele momento.
Tudo o que pensamos que poderia durar um pouco mais, significa que
aquilo nos cativou e desejamos nos manter por ali. Mas sabemos que a
realidade é que os ciclos vão se encerrar e outros irão ter início.
Ao refletirmos sobre as fases da vida em um determinado momento
chegamos na vida adulta. Você vai, por exemplo, sair da faculdade para ir
para uma pós-graduação. Ao chegar na vida adulta, você vai começar a
busca de um emprego. Afinal de contas, desde que você entrou no
primário você está sendo preparado para isso. Aqui nos vem a ideia de
que a vida só começa nesse ponto, o que não é uma verdade, afinal, ela
começou lá em sua infância.
Segundo Cortella (2016, p. 84), “claro, todo mundo gosta de fazer o que
gosta. Mas é preciso ter consciência de que no desenrolar da vida
profissional, para fazer o que se gosta, é necessário passar por etapas
não necessariamente agradáveis no dia a dia. O caminho não é marcado
apenas por coisas prazerosas”.
Nesse momento, chega a entrevista de emprego e você vai ser
apresentado ao organograma da empresa. E claro, a área de Recursos
Humanos é a responsável por te apresentar esses tópicos e também por
te instigar a responder o que você deseja neste local de trabalho.
Ao refletir sobre a pergunta, você chega a conclusão de que você quer
crescer dentro daquela empresa. E como fazer isso? Você precisa ter a
consciência de que para crescer na empresa é necessário trazer dinheiro
para aquela organização (de preferência, muito lucro). E, em seguida,
você será promovido.
Observe nesse ponto que você volta ao mesmo discurso de quando você
era criança e estava no primário. Você passa a viver a posição que está
agora apenas para chegar no próximo nível. E você começa a viver
sempre pensando no futuro, mais uma vez, sem pensar no agora.
É importante destacar que esse processo se afunila, ou seja, nem todo
mundo chega no nível mais alto, no cargo de CEO. Nesse momento, uma
reflexão passa na sua cabeça, pois era importante o trajeto e não o topo.
 
Viver só até amanhã
Desde o momento em que nascemos somos orientados que a vida é
subdividida da seguinte forma: primeiro você é criança (a infância).
Posteriormente, vem a fase de transição, chamada de adolescência. Em
seguida, vem a vida adulta, a maior delas. E em seguida, a melhor idade
(terceira idade, caso queira).
Podemos nos perguntar: o que caracteriza cada uma dessas fases? É o
tempo de vida e experiência acumulada? Até que ano vai a infância?
Pronto! Nesse momento já ficamos desorientados e a resposta não é tão
simples. No passado, no século XII, a criança era de um jeito e hoje é
outro jeito. Ou seja, com o passar dos anos, esse entendimento se
modificou completamente.
Na literatura, o autor Costa (2000) defende que cada fase da vida tem o
seu propósito e o seu protagonismo, a chamada escada de participação,
conforme visto a seguir:
 
Figura 1: Escada de participação do jovem
Na fase 1 temos a participação manipulada, onde os adultos determinam
e controlam o que os jovens deverão fazer. Na fase 2 existe a participação
decorativa, onde os jovens apenas marcam presença em uma ação, sem
COSTA, 2000, p. 89.
influir no seu curso. Já na fase 3 existe a participação simbólica, onde a
presença dos jovens em uma atividade serve apenas para mostrar e
lembrar os adultos que eles existem e são importantes. Na fase 4 há a
participação operacional e os jovens participam apenas da execução de
uma ação.
Chegamos na fase 5 onde há uma participação planejada e operacional.
Aqui, os jovens participam do planejamento e da execução de uma
atividade. Na fase 6 há a participação decisória, planejadora e operacional
e os jovens participam da decisão de se fazer algo ou não. Já na fase 7
ocorre a participação decisória, planejadora, operacional e avaliadora,
onde além das anteriores, eles também avaliam uma ação. Durante a
fase 8 os jovens têm participação colaborativa plena, participando da
decisão do planejamento, da execução, da avaliação e da apropriação
dos resultados. Chegamos à fase 9, onde existe a participação
plenamente autônoma e eles realizam todas as etapas. Por fim, há a fase
10 e sua participação condutora, onde os jovens realizam todas as etapas
e ainda orientam a participação dos adultos (COSTA, 2000, p. 89).
Podemos pensar que podem ser características do corpo, que são
imprecisas, assim como o tempo acumulado. Precisamos entender que
cada pessoa é de um jeito, cada evolução e cada corpo tem o seu tempo.
E a velhice? É caracterizada pelo fato de surgirem algum tipo de queda na
mobilidade? Não podemos afirmar, afinal, existem inúmeros exemplos de
pessoas que nos mostram o contrário.
Os critérios são imprecisos e variados, criando uma brecha para que você
possa tomar as rédeas da sua vida, da forma que você bem entender.
Buscando características de cada uma das fases da vida, conforme você
precisa e deseja. As fases da vida devem ser vividas com autenticidade e
de acordo com o que é relevante para si, visto que elas são imprecisas.
É necessário lembrar de um ponto: divida a vida de acordo com o seu
entendimento e o seu desejo, pois a vida pode acabar a qualquermomento. E como dizia o jornalista gaúcho Aparício Torelli, o Barão de
Itararé: “a única coisa que se leva da vida é a vida que se leva”
(CORTELLA, 2016, p. 16).
No ano de 2020 iniciamos uma vida diferente por conta de uma
pandemia. O que nos mostrou que a vida pode acabar a qualquer
instante. A estatística nem sempre vai se aplicar em sua vida. Por isso, é
importante que você entenda o valor do agora. O agora é o momento que
você tem para colocar todas as suas forças e alegria.
 
 
Atividade extra 
Nome da atividade: O tempo e a vida
Link para assistir a atividade: https://www.youtube.com/watch?
v=Ek2LmQ5d6Jo 
 
 
Referência Bibliográfica
BARROS FILHO, C. MEUCCI, A. A Vida que vale a pena ser vivida. Ed.
Vozes. 2014.
CORTELLA, M. S. Por que fazemos o que fazemos? São Paulo:
Planeta, 2016.
COSTA, A. C. G. Protagonismo juvenil: adolescência, educação e
participação democrática. Salvador: Fundação Odebrecht, 2000.
COSTA, A. C. G. Pedagogia da presença: da solidão ao encontro.
Belo Horizonte: Modus Faciendi, 2010.
https://www.youtube.com/watch?v=Ek2LmQ5d6Jo

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